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Loja construída na casa de adriana

CASA CONSTRUÍDA NO TERRENO DO SOGRO - Divisão de bens na


união estável ou casamento inclui casa construída no terreno do sogro. Nos
casos de dissolução de união estável (ou casamento), a partilha de bens do
casal pode incluir construção em terreno de terceiros. Caso não seja viável a
divisão do imóvel, o juízo deve determinar a indenização a ser paga por uma
das partes (STJ, REsp 1327652/ RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
QUARTA TURMA, julgado em 10/10/2017, DJe 22/11/2017).
Proprietários excluídos: "A turma deu parcial provimento ao recurso para
excluir da condenação os pais do ex-companheiro (proprietários do terreno
onde foi construída a casa), já que a obrigação de indenizar é daquele que
tem a obrigação de partilhar o bem. O ministro relator ressaltou que a ex-
companheira pode pleitear em ação autônoma algum tipo de indenização
frente aos proprietários do terreno pela acessão, mas tal pretensão não é
vinculada ao recurso discutido, que versa somente sobre a partilha de bens
do casal."

IMÓVEL IRREGULAR. PARTILHA DE DIREITOS. POSSIBILIDADE. É


possível a partilha de direitos sobre bem imóvel em situação irregular, uma
vez que, apesar de inexistir registro no Cartório de Registro de Imóveis, os
direitos possessórios sobre o bem possuem valor econômico. Todavia, a
proteção conferida deverá ser feita com a ressalva de que não gere direito
dominial ou possessório oponível ao Estado (STJ, AREsp 620914, Rel. Min.
Maria Isabel Gallotti, data da Publicação: 10/12/2014).

SOBRE A CONSTRUÇÃO EM TERRENO ALHEIO:

Terreno alheio ou de terceiros é aquele que não lhe pertence. Ou seja, você
não comprou e não possui nenhum documento que possa provar que aquela
área é de sua propriedade.

Terreno alheio ou de terceiros é aquele que não lhe pertence. Ou seja, você
não comprou e não possui nenhum documento que possa provar que aquela
área é de sua propriedade.

Veja: “Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde,
em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu
de boa-fé, terá direito a indenização. Parágrafo único. Se a construção ou a
plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-
fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento
da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo”

Nesse caso, você não terá direito de ficar com a casa– que passa a fazer parte
do patrimônio do dono do terreno –, mas deve ser recompensado de alguma
forma por essa construção.
A exceção ocorre quando o valor da construção é consideravelmente superior
ao valor do próprio terreno, então, você pode adquirir direito ao terreno, caso
pague uma indenização ao proprietário. Se não houver acordo sobre a
indenização o juiz quem vai determinar esse valor.

Sou casado/tenho união estável, como fica a divisão da casa?

No contexto da união estável, onde a maioria das pessoas não se preocupam


em estabelecer o regime de bens, a Lei determina que esse será o de
comunhão parcial.

Isso significa que se você e seu companheiro não fizeram nenhum contrato
sobre a divisão de bens em caso de separação, entende-se que os bens
adquiridos durante a relação serão partilhados de maneira igual. As mesmas
regras funcionam para os casamentos que optaram pela regra da comunhão
parcial ou universal de bens.

Assim, ainda que a casa esteja edificada em terreno de terceiros (sogro/sogra,


por exemplo), a partilha do direito ao imóvel pode entrar na divisão dos bens
do casal, mesmo que não seja possível realizar a divisão do imóvel, o qual,
como já tratamos, pertence ao dono do terreno.

Quem deve pagar essa indenização, meu ex-companheiro ou os donos do


terreno?

A indenização sobre o valor da construção deve ser pleiteada contra os donos


do terreno, nesse caso, os sogros. De acordo com STJ – Superior Tribunal de
Justiça, esse pedido precisa ser discutido em uma ação autônoma, que não se
associa a discussão sobre a divisão de bens do casal.

Além disso, com entendimento pacificado nos tribunais, se aplica por analogia
o disposto no art. 1.222 do Código Civil, determinando que a indenização deve
ser feita sobre o “valor atual” do imóvel, no estado em se encontra no
momento da devolução.

Além disso, com entendimento pacificado nos tribunais, se aplica por analogia
o disposto no art. 1.222 do Código Civil, determinando que a indenização deve
ser feita sobre o “valor atual” do imóvel, no estado em se encontra no
momento da devolução.

E no caso de construção em terreno alheio sem o seu consentimento do


proprietário do terreno?
A construção um imóvel sem a permissão do proprietário do terreno, pode
configurar a má-fé de quem construiu. Cuidado! Nesse caso, o imóvel, que já
faz parte do direito de propriedade do dono do terreno, não é indenizável, e
você perde tudo o que investiu na construção.

A única forma de ressarcimento seria comprovando a realização de


benfeitorias necessárias, ou seja, aquelas indispensáveis a própria manutenção
do terreno nos termos do artigo 1.220 do Código Civil.

ituação e dúvida muito recorrentes no escritório é a respeito da possibilidade de


partilha dos imóveis construídos em terreno de terceiro (como sogro, sogra ou
parentes em geral, por exemplo).

Claro que deve haver uma análise do caso concreto para uma resposta mais
aprofundada, mas vamos analisar em linhas gerais o seguinte questionamento:

“Dr, convivi com meu ex-marido por muitos anos, construímos uma casa
juntos, mas o terreno está no nome do pai dele, tenho direito a metade dessa
casa?”

Essa discussão, infelizmente, aborda uma situação habitual no âmbito das


famílias brasileiras, quando os pais acabam por disponibilizar a seus filhos e
genros/noras um terreno a ser utilizado pelo casal para que estes possam
construir uma casa e começarem a vida a dois sem qualquer outra
regularização documental.

A condição ‘irregular’ geralmente costuma gerar embaraços no momento em


que ocorre o divórcio do casal e estes almejam partilhar o imóvel em que
viveram.

Obs. problemática semelhante ocorre quando há o falecimento deste terceiro –


proprietário do terreno – momento em que o bem ainda entrará em partilha com
os herdeiros e trará mais dificuldades ao casal.

Afinal, como fica a Partilha deste Bem?


Veja bem, antes de tudo, devemos esclarecer que, mesmo que a construção
tenha sido custeada pelo casal, ela não poderá ser objeto de partilha, visto
que, uma vez que ela tenha sido edificada no terreno alheio (de terceiro), ela
passa a constituir um acessório e incorpora ao principal (terreno) que, no caso,
pertence a outrem.

Desta forma, respondendo a pergunta inicial, temos que a casa levantada no


terreno do sogro não irá compor o patrimônio comum do casal, já que ela é de
propriedade, nos termos da lei, do próprio proprietário do terreno (sogro).

Mas e agora, ficaremos no Prejuízo?


Embora a casa construída tenha sido revertida automaticamente em favor do
proprietário – no exemplo, o sogro será o proprietário da casa – a legislação
prevê que, no caso da construção ter sido edificada de boa-fé, haverá direito
a indenização sobre o valor da construção, até mesmo como forma de
compensação e ressarcimento ou ainda, de se evitar qualquer enriquecimento
ilícito por parte do proprietário.

CUIDADO: A construção um imóvel sem a permissão do proprietário do


terreno, pode configurar a má-fé de quem construiu. Nesse caso, o imóvel,
que já faz parte do direito de propriedade do dono do terreno, não é
indenizável, e o casal perderia tudo o que investiram na construção.

Veja que o valor da indenização não se limita aos gastos da obra propriamente
dita, mas abrange toda a repercussão econômica da construção edificada, ou
seja, o valor de mercado atual do conjunto (terreno acrescido da casa).

Acerca da partilha desta indenização, devemos observar as disposições do


regime de bens escolhidos pelo casal no momento do matrimônio – o que já foi
objeto de análise em outro artigo neste blog -, mas em linhas gerais tem-se que
na comunhão parcial de bens a partilha ocorrerá na proporção igual de 50%
para cada; já na separação de bens, deverá ser analisada a porcentagem que
cada um dos ex-cônjuges colaborou comprovadamente para a construção do
imóvel em discussão.

Por fim, importante ainda se registrar que a própria lei prevê uma exceção a
esta regra, quando o valor da construção é consideravelmente superior ao
valor do próprio terreno, ocasião em que poderá haver a aquisição direta do
terreno, caso se pague uma indenização ao proprietário, o que, obviamente, se
não houver uma resolução consensual (via acordo) deverá ser fixada
judicialmente em ação própria.

Quem deve pagar essa Indenização, meu ex ou


os donos do terreno?
Como explicado acima, a construção passa a incorporar o patrimônio do
próprio proprietário do terreno, neste caso, é contra ele quem deve ser
pleiteada a indenização sobre o valor da construção – no exemplo, contra o
sogro e não contra o ex-marido!

Fica aqui ainda o destaque de que, de acordo com o Superior Tribunal de


Justiça, esse pedido precisa ser discutido em uma ação autônoma, já que não
se associa a discussão sobre o divórcio e a divisão de bens propriamente dita
do casal.

Conclusão
Embora as construções pertençam por força de lei ao dono do terreno, tal
entendimento não inviabiliza a divisão de direitos sobre o imóvel construído
pelos ex-companheiros em terreno de terceiros, o que poderá ser objeto de
indenização em ação específica para tanto.

De qualquer forma, é necessário se atentar que será preciso apresentar provas


de que você colaborou com a construção do imóvel no terreno do sogro e, no
caso de discussões, o processo poderá ser custoso e bem mais desgastante
que um divórcio ‘comum’.

Em resumo, a recomendação é para sempre que possível evitar esse tipo de


construção, mas caso já tenha assim feito, que busque auxilio profissional
especializado para regularizar sua situação ou buscar seus direitos
judicialmente.

SOBRE AS DÍVIDAS – partilha de dívidas

Como fica as dívidas no regime de comunhão parcial de


bens? Na comunhão parcial, as dívidas contraídas em
benefício do casal ou da família, serão de responsabilidade de
ambos; ao passo que as dívidas de proveito individual, serão
de responsabilidade de cada um dos cônjuges.

Antes de mais nada, esclareço que estou tratando do regime de


comunhão parcial de bens, também adotado como regra geral
na união estável, se nada estipulado entre as partes.

Destaco, inclusive, o previsto no Art. 1.663, ao estabelecer:

“ A administração do patrimônio comum compete a qualquer


dos cônjuges.

§ 1o As dívidas contraídas no exercício da administração


obrigam os bens comuns e particulares do cônjuge que os
administra, e os do outro na razão do proveito que houver
auferido”.

Da interpretação do artigo conclui-se, a princípio, que o


principal responsável pela obrigação é aquele que contraiu a
dívida. Entretanto, se contraída em proveito do casal
(exemplos: financiamento habitacional, veicular ou reforma da
residência) vinculam o cônjuge ou companheiro e, portanto,
agregam a partilha de bens.

Neste sentido, recente julgado proferido pela 4ª Câmara Civil


do TJSC manteve decisão que negou pleito de um homem em
compartilhar dívidas contraídas durante união estável com sua
ex-companheira. Isto porque, embora tenha suscitado a
responsabilidade da ex-companheira, o requerido deixou de
apresentar provas que vinculassem os empréstimos aderidos e
produtos adquiridos ao gozo e fruição da unidade familiar.

Evidentemente que, se apenas uma das partes é responsável


por todas as dívidas do casal, deve demonstrar que delas houve
proveito familiar e não individual, sob pena de exclusão da
partilha de bens e responsabilidade exclusiva do contratante.

Assim, como bem destacou o desembargador relator Eládio


Torret Rocha:

"Havendo a pretensão de partilhar pendências financeiras


contraídas unicamente por um deles, necessária é a
demonstração, de modo induvidoso, de que elas reverteram
em favor da unidade familiar".

Aqui, uma ressalva: as dívidas contraídas antes do casamento


ou união estável também não obrigam o cônjuge ou
companheiro.

Conclui-se, salvo melhor juízo, que dívidas contraídas sem o


conhecimento do cônjuge ou do companheiro, inclusive sem
que a obrigação tenha se dado em proveito do núcleo familiar,
não são passíveis de partilha na dissolução conjugal.

O direito presume que mesmo as dívidas contraídas


isoladamente são em benefício da família, conforme os
artigos 1.643 e 1.644 do Código Civil, admitindo a
solidariedade dos cônjuges pelas dívidas familiares.
Assim, para afastar a partilha das dívidas é necessário
provar que elas não se reverteram em benefício da família,
mas sim em benefício próprio do cônjuge ou companheiro
que as contraiu.
Recentemente, o TJ/SP julgou a apelação cível nº
1014021-11.2017.8.26.0602, para determinar a inclusão
de dívida decorrente de empréstimo consignado na
partilha, sob o fundamento de que não houve prova se
tratar de uma dívida que aproveitou apenas ao cônjuge
que a contraiu.[3]
Ainda, vale notar o regime de bens eleito pelo casal para
fins de partilha dos bens e das dívidas.
No regime da comunhão parcial de bens, a administração
do patrimônio comum compete a ambos os cônjuges.
Assim, se pode afirmar que “as dívidas contraídas no
exercício da administração obrigam os bens comuns e
particulares do cônjuge que os administra, e os do outro
na razão do proveito que houver auferido”, conforme
disposto no art. 1.663, §1º, do Código Civil, de forma que
em caso de divórcio ou dissolução da união estável, além
dos bens, é possível incluir as dívidas pendentes de
quitação no rol de partilha.
Você sabia que as dívidas de um casal também podem ser
partilhadas no divórcio?

Quando falamos em divisão de patrimônio, é comum pensar em


imóveis, dinheiro ou qualquer outro bem que o casal possui, não é
mesmo?

Mas o que nem todo mundo sabe é que as dívidas também entram
nessa “brincadeira”.

É isso mesmo que você leu!

Com o divórcio, você pode ter que arcar com metade das dívidas do
seu marido (ou ele vai ter que arcar com metade das suas), a
depender do regime de bens que vocês escolheram.
Quer saber como tudo isso funciona?

Dá só uma olhada no que eu separei para você:

1. Qual tipo de dívida pode ser partilhada no divórcio?

2. Como é feita a partilha de dívidas no regime da comunhão parcial


de bens?

3. Como é feita a partilha de dívidas no regime da comunhão universal


de bens?

4. Como é feita a partilha das dívidas no regime de separação de


bens?

5. Como é feita a partilha de dívidas no regime de participação final


nos aquestos?

6. Como funciona a partilha de dívidas em caso de união estável?

7. Como comprovar se a dívida beneficiou ou não a família?

A partir de hoje você vai entender de vez quais são os seus direitos e
deveres em relação à partilha de dívidas no divórcio.

Aproveite bem e em caso de dúvidas deixe o seu comentário que eu


respondo.

1. Qual tipo de dívida pode ser partilhada no


divórcio?
Todo o tipo de dívida pode ser partilhada no divórcio, desde que
tenham sido adquiridas em benefício do casal.

Isso inclui:

 Cartão de crédito
 Empréstimo
 Financiamento
 Conta de aluguel
 Conta de condomínio
 Escola dos filhos
 Etc

Mas cuidado!
A depender do regime de bens definido pelo casal, é necessário
comprovar que a origem da dívida está relacionada às despesas da
família.

Como você deve saber, o regime de divisão de bens é


escolhido antes do casamento, por meio do acordo antenupcial.

No Brasil, um casal pode escolher entre 4 regimes de bens:

 Regime da comunhão parcial de bens


 Regime da comunhão universal de bens
 Regime de separação de bens
 Regime de participação final nos aquestos

Para você entender melhor como as dívidas são partilhadas, vou


separar cada regime nos próximos tópicos.

2. Como é feita a partilha de dívidas no regime da


comunhão parcial de bens?
Esse regime de bens é o mais comum no Brasil, visto que é o regime
padrão da lei atual.

Quer dizer, se você e seu marido não definiram um regime por meio
de pacto antenupcial, a lei escolheu por você o regime da comunhão
parcial de bens.

Nessa modalidade, as dívidas contraídas antes do


casamento continuam exclusivas de cada um.

Isto é, você não vai ter que pagar por eventuais dívidas que seu
marido adquiriu antes do casamento.

Já em relação às dívidas adquiridas durante o matrimônio, via de


regra, o entendimento é que elas foram adquiridas em benefício da
família.

Isso significa que vocês dois são responsáveis pelo pagamento


dessas dívidas, sem importar qual cônjuge adquiriu ou se ela está
registrada só em nome de um dos cônjuges.

A única exceção é se o cônjuge comprovar que se trata de uma dívida


pessoal, ou seja, que beneficiou apenas uma das partes.
Neste caso, só o cônjuge que adquiriu a dívida vai ficar responsável
por arcar com esse débito.

Vou te dar um exemplo para ajudar a esclarecer melhor!

Imagine que Alice e Miguel são casados sob o regime de comunhão


parcial de bens.

Durante o casamento, Alice decidiu dar uma repaginada no visual e


financiou suas cirurgias plásticas e procedimentos estéticos.

Na hora do divórcio, o Miguel pode afirmar que a dívida não se


reverteu em benefício da família, apenas em benefício de Alice.

Com isso, ele não vai ter que arcar com o pagamento de metade do
financiamento, já que é uma dívida particular da ex-esposa.

Ficou claro?

Da mesma maneira, se você adquiriu uma dívida antes do


casamento, mas ela foi revertida em benefício do casal, é possível
partilhar.

Voltando ao exemplo de Alice e Miguel…

Imagine que Alice fez um empréstimo no banco antes de se casar.

Ela decidiu usar esse dinheiro para arcar com os custos de sua festa
de casamento com Miguel.

Sendo assim, no momento do divórcio, ela pode comprovar que a


dívida foi revertida em benefício do casal.

Isso significa que Miguel vai ter que pagar metade do


empréstimo, mesmo que ele tenha sido feito em nome de Alice.
Inclusive, vai ter que pagar até mesmo se ele não souber da
existência desse empréstimo.

Foi feito em proveito do casal, não foi? Então os dois vão ter que
arcar!

Deu para entender direitinho? Segue comigo então no próximo


regime.
3. Como é feita a partilha de dívidas no regime da
comunhão universal de bens?
No regime universal de bens, todo o patrimônio do casal, seja
adquirido antes ou durante o casamento, vai ser dividido entre os dois.
Isso inclui as dívidas.

Neste caso, o direito presume que toda e qualquer dívida foi feita
em benefício do casal.

Logo, vocês dois são responsáveis pelo pagamento da quantia devida,


sem importar quem contraiu a dívida ou em que momento ela foi
adquirida.

Sendo assim, se um dos cônjuges não quiser pagar por uma dívida
que o outro adquiriu, vai ter que provar que se trata de uma dívida
pessoal e que não contribuiu para o bem-estar da família.

Quer um exemplo? Espia só.

Imagine que Pedro e Vitória são casados sob o regime de comunhão


universal de bens.

Antes mesmo de conhecer Vitória, Pedro fez uma viagem de lazer


pela Europa e adquiriu dívidas de cartão de crédito.

Neste caso, na hora do divórcio, ela pode afirmar que a dívida de


Pedro não se reverteu em favor da família e não vai ter que assumir
metade do valor.

Ficou bem claro agora?

Continue comigo para entender a partilha em outros regimes de


casamento!

4. Como é feita a partilha das dívidas no regime de


separação de bens?
No regime da separação de bens, as dívidas contraídas tanto antes
quanto durante o casamento permanecem exclusivas de quem as
adquiriu.

Quer dizer, as dívidas do casal não se misturam!


Por esse motivo, a separação total de bens é um regime muito
utilizado por quem é um empreendedor de alto risco. Afinal, em caso
de dívidas, esse regime não prejudicaria o outro cônjuge.

Essa é uma grande vantagem da separação de bens!

Aqui, a única exceção é se o cônjuge comprovar que, apesar do


regime escolhido, a dívida foi adquirida para o proveito da família.

Neste caso, os dois são responsáveis pelo pagamento da quantia


devida!

Vou dar um exemplo para ficar mais claro, assim como fiz antes:

Imagine que Ricardo e Luciana se casaram sob o regime de


separação de bens.

Durante o casamento, eles decidiram comprar um carro para fazer as


viagens do cotidiano de forma mais confortável e rápida.

Sendo assim, eles financiaram o veículo em nome de Luciana.

Infelizmente, no entanto, o casamento não deu certo e eles decidiram


se divorciar.

Já que o financiamento foi um plano do casal e o carro é utilizado por


ambos, a dívida pode ser partilhada no divórcio. Porém, Luciana
vai ter que comprovar que a dívida foi feita em proveito da família.

Ficou mais fácil de entender agora? Espero que sim!

Importante: existem alguns casos em que os noivos são forçados


pela lei a adotarem a separação de bens. É o que se chama
de regime de separação obrigatória de bens.

Se você quiser saber mais sobre esse regime e quando ele é


necessário, leia o artigo: Os regimes de bens – Separação obrigatória
de bens!

5. Como é feita a partilha de dívidas no regime de


participação final nos aquestos?
Esse é o regime menos conhecido pelos casais!
Neste caso, as dívidas individuais de cada cônjuge não se
misturam, sem importar se elas foram contraídas antes ou durante o
casamento.

No entanto, vão ser partilhadas as dívidas adquiridas em


conjunto durante o casamento, isto é, as dívidas que foram
necessárias para a manutenção da casa e da família.

Na hora do divórcio, é feita uma apuração das dívidas contraídas e


cada um vai ficar responsável por metade desse valor.

Agora que você já sabe como funciona a partilha de dívidas no


divórcio, que tal descobrir como funciona para o casal que mantém
união estável? Veja a seguir no tópico 6.

6. Como funciona a partilha de dívidas em caso de


união estável?
No caso da união estável, o regime de bens padrão é a comunhão
parcial de bens.

Como você viu, nesse regime, as dívidas que vocês tinham antes do
matrimônio continuam exclusivas de cada um.

Já as dívidas contraídas durante o casamento, via de regra, são


partilhadas em igual proporção.

No entanto, as condições da comunhão parcial de bens são as


mesmas para o casamento e para a união estável.

Isto é, um cônjuge não precisa arcar com o pagamento da dívida se


comprovar que ela não beneficiou a família, ou seja, foi adquirida em
benefício particular do outro.

E cuidado que na união estável também existe a possibilidade de


definir outro regime de bens, como a separação de bens ou comunhão
universal.

Mas diferente do casamento, essa escolha não é feita por pacto


antenupcial, e sim por contrato de convivência ou escritura pública.

Esses dois documentos possuem a mesma validade que um pacto


antenupcial, desde que sejam redigidos da maneira correta.
7. Como comprovar se a dívida beneficiou ou não a
família?
Como eu te mostrei, a lei é bem clara: quem não concordar com a
partilha vai ter que comprovar se a dívida foi ou não feita em
benefício da família.

E como é possível comprovar isso, Bárbara?

Neste caso, você vai precisar reunir:

 comprovantes de pagamento
 extrato bancário
 boletos
 contas
 notas fiscais
 e qualquer outro documento que comprove a origem das dívidas

Mas não se preocupe porque um excelente advogado pode te auxiliar


melhor em relação à partilha de dívidas e apontar o melhor caminho
para comprovar seus direitos!

Diante disso, não posso deixar de destacar a importância de buscar o


auxílio de um advogado de família. Se possível, um que seja
especialista em divórcio.

Afinal, esse profissional passou anos aprofundando o seu


conhecimento na área e tem experiência em casos parecidos com o
seu. Isso pode fazer toda a diferença, vai por mim!

Nunca esqueça que a falta de um bom advogado para te aconselhar


pode resultar em um grande prejuízo financeiro.

Conclusão
Prontinho!

Agora você já é uma expert em partilha de dívidas no divórcio, não é


mesmo?

Afinal, você viu aqui:

 Como funciona a divisão das dívidas em cada regime de bens

 Que a origem da dívida pode influenciar na partilha


 Como comprovar a origem da dívida

 E muito mais!

Espero que esse conteúdo tenha te ajudado!

No entanto, caso tenha restado alguma dúvida, não deixe de procurar


um advogado da sua confiança!

Você também pode me acompanhar no Instagram, diariamente tem


conteúdo por lá.

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TJ-DF - XXXXX20218070001 DF XXXXX-37.2021.8.07.0001


Jurisprudência • Acórdão • MOSTRAR DATA DE PUBLICAÇÃO
APELAÇÃO CÍVEL. PROCESSO CIVIL E DIREITO CIVIL. EMBARGOS À
EXECUÇÃO. COBRANÇA DE EMPRÉSTIMO BANCÁRIO. PRELIMINAR.
NULIDADE SENTENÇA. CERCEAMENTO DE DEFESA. REJEIÇÃO. DÍVIDA
ADQUIRIDA NA CONSTÂNCIA DO CASAMENTO. RESPONSABILIDADE DO
CASAL. PARTILHA DE DÍVIDAS. BENEFÍCIO DA FAMÍLIA. ÔNUS DA
PROVA. PRESUNÇÃO GERAL DE SOLIDARIEDADE. 1. Verificado que a
prova oral pretendida não seria capaz de demonstrar o quanto pretendido, sem
força para afastar a presunção de que a dívida contraída por um dos cônjuges
beneficiou a família, correto o juiz que a indeferiu. Preliminar de cerceamento
de defesa rejeitada. Dívidas contraídas na constância do casamento
configuram obrigação solidária, cuja solvência é de responsabilidade do casal.
2. Não se admite no ordenamento jurídico que uma dívida contraída em
benefício da família seja de responsabilidade de apenas um dos cônjuges.
Cabe ao cônjuge o ônus de provar que a dívida contraída pelo outro não
beneficiou a família, tendo em vista a presunção geral de solidariedade prevista
nos artigos 1.643 e 1.644 do Código Civil . 3. RECURSO CONHECIDO,
PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA REJEITADA E, NO MÉRITO,
DESPROVIDO.
TJ-MT - APELAÇÃO CÍVEL: AC XXXXX20198110013 MT
Jurisprudência • Acórdão • MOSTRAR DATA DE PUBLICAÇÃO
APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE
UNIÃO ESTÁVEL C/C PARTILHA DE BENS – EMPRESA INDIVIDUAL –
PARTILHA – CABIMENTO - DÍVIDAS CONTRAÍDAS DURANTE O
RELACIONAMENTO - PARTILHA – VIABILIDADE - PRESUNÇÃO DE
REVERSÃO EM BENEFÍCIO DO ENTE FAMILIAR - RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO. Os bens adquiridos na constância da relação
marital, a título oneroso, pertencem a ambos os cônjuges, não havendo
necessidade de prova de esforço comum na aquisição destes bens, cuja
presunção é conferida por lei, de maneira que, com a dissolução, o patrimônio
será partilhado de forma igualitária. Se a empresa foi constituída na constância
do relacionamento do casal, independentemente da natureza de sua
constituição , deve ser partilhada, assim como os demais bens, adquiridos
durante a relação conjugal. Não tendo a parte logrado êxito em fazer prova em
sentido contrário, presume-se que as dívidas contraídas por um dos
conviventes na constância da união estável, foram realizadas em benefício da
entidade familiar e destinadas à composição do patrimônio comum do casal,
razão pela qual devem ser partilhas.

TJ-MG - Apelação Cível: AC XXXXX11620372001 MG


Jurisprudência • Acórdão • MOSTRAR DATA DE PUBLICAÇÃO
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE DIVÓRCIO E PARTILHA -
DÍVIDAS CONTRAÍDAS NA CONSTÂNCIA DO CASAMENTO - MEAÇÃO
DEVIDA - RECURSO PROVIDO. - As dívidas contraídas na constância do
casamento devem ser partilhadas, já que se presume que as quantias
levantadas foram usadas em favor da família, cabendo à parte contrária
produzir prova objetivando desconstituir tal presunção relativa - Recurso
provido.

TJ-MG - Apelação Cível: AC XXXXX70026576001 Unaí


Jurisprudência • Acórdão • MOSTRAR DATA DE PUBLICAÇÃO
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DE FAMÍLIA. AÇÃO DE
RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL. UNIÃO
ESTÁVEL COMPROVADA. PARTILHA. REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL
DE BENS. PARTILHA DE IMÓVEL E DÍVIDAS ADQUIRIDAS NA
CONSTÂNCIA DA UNIÃO. PRESUNÇÃO "JURIS TANTUM" DE QUE AS
DÍVIDAS ADQUIRIDAS POR UM DOS CONVIVENTES FOI EM PROL DA
FAMÍLIA. PRESUNÇÃO NÃO DESCONSTITUÍDA PELA OUTRA PARTE.
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO PARA INCLUIR NA PARTILHA AS
DÍVIDAS ADQUIRIDAS DURANTE A UNIÃO. - Os companheiros devem
observar os deveres previstos em lei, tais como respeito e consideração
mútuos, assistência moral e material recíprocas, guarda, sustento e educação
dos filhos comuns, se houver, a fim de que seja caracterizada a união como
estável - A união estável muito se assemelha ao casamento, pois é a
comunhão de vida, no âmbito da qual dominam essencialmente relações de
sentimentos e de interesses da vida em conjunto, que, inevitavelmente,
estendem-se ao campo econômico - As provas demonstram a vida em comum
das partes entre novembro de 2013 a fevereiro de 2017, pelo que deve ser
mantida a sentença de procedência - No regime da comunhão parcial existe o
direito de meação dos bens adquiridos a título oneroso e pelo esforço comum
durante a convivência, com exceção daqueles bens advindos de sucessão
hereditária e doação, assim como os adquiridos em período anterior à
convivência. De outro lado, o Código Civil é expresso em afirmar que a
separação judicial põe termo aos deveres de coabitação e fidelidade
recíprocas, bem como ao regime de bens - Não há dúvidas de que as dívidas
contraídas na constância da união também devem ser partilhadas, presumindo-
se, inclusive, que as dívidas adquiridas por um dos conviventes durante a união
foram em favor da família, ou seja, "juris tantum", cabendo à outra parte
desconstituir essa presunção, o que não ocorreu neste caso - Recurso
parcialmente provido.

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