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EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS


EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS

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EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
Revisão Ortográfica: Mariana Moreira de Carvalho

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
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Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-


de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
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Estude bastante e um grande abraço!

Professora: Cileide Pereira da Silva

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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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A educação especial e o ensino inclusivo são medidas pe-
dagógicas tomadas com a principal finalidade de, ao considerar a di-
versidade presente nas comunidades escolares, permitir o desenvol-
vimento de métodos e ferramentas de ensino que viabilizem a devida
participação de sujeitos com necessidades especiais nos processos
e atividades que definem o cotidiano educacional escolar. Dessa ma-
neira, é necessário considerar como a equipe gestora e os demais
membros da comunidade da escola podem trabalhar em conjunto
para assegurar a aplicação dessas modalidades educacionais, tendo
conhecimento, também, das políticas públicas que viabilizam a sua
inserção na rotina das instituições de ensino, tomando como base a
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legislação brasileira e as entidades responsáveis pela sua aplicabili-


dade.

Educação. Inclusão. Ensino Especial e Inclusivo. Políticas Educacionais.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
OS FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

As Características da Educação Básica e suas Especificidades ___ 15

O Conceito de Educação Especial e seus Fundamentos ___________ 17

Os Princípios da Educação Especial e suas Características _______ 18

Os Fundamentos Legais da Educação Especial nas Instituições de


Ensino do Brasil _________________________________________________ 21

O Financiamento da Educação Especial ________________________ 24

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Recapitulando ________________________________________________ 27

CAPÍTULO 02
OS FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

O Conceito de Educação Inclusiva e os seus Aspectos Particula-


res _____________________________________________________________ 34

Identificando a Integração e a Inclusão nos Contextos Escolares _ 37

Os Princípios da Educação Inclusiva e sua Fundamentação Le-


gislativa _______________________________________________________ 38

Os Principais Objetivos da Educação Inclusiva___________________ 43

Recapitulando _________________________________________________ 45

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CAPÍTULO 03
MÉTODOS DE INCLUSÃO E AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO
INCLUSIVA

A Organização Docente na Educação Inclusiva e suas Compe-


tências _______________________________________________________ 52

As Competências Didáticas que permitem a Aplicação da Edu-


cação Inclusiva ________________________________________________ 56

As Políticas Públicas de Educação e a Inclusão no Ambiente Es-


colar _________________________________________________________ 60

Recapitulando _________________________________________________ 65

Fechando a Unidade __________________________________________ 70

Referências ____________________________________________________ 73
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O presente módulo tem por finalidade discorrer acerca de informa-
ções sobre a educação especial e, ainda, a educação inclusiva, compre-
endendo as principais características dessas duas modalidades de ensino,
tomando como base os seus princípios e características particulares. Des-
sa maneira, o módulo também discute acerca das distinções entre esses
dois modelos de ensino, levando em consideração que, apesar de terem
consideráveis intersecções, possuem aspectos específicos que os distin-
guem entre si, assegurando a importância de compreende-los como duas
formas de reconhecer as diferenças presentes no ambiente educacional de
uma instituição escolar e assegurar a participação de todos os sujeitos nas
atividades e dinâmicas que acontecem no seu espaço físico.
Dessa maneira, este módulo e os conteúdos presentes nele
partem do princípio de que o ambiente e a comunidade de uma insti-
tuição escolar são marcados pela diversidade que envolve diferenças
físicas, étnico-raciais, culturais, econômicas e sociais, também englo-
bando características psicológicas, emocionais e cognitivas. Nesse
sentido, é possível compreender a existência de sujeitos que possuem
necessidades especiais, advindas de aspectos como déficits de apren-
dizagem, deficiências motoras, visuais ou auditivas e, ainda, superdota-
ção. Para que tais sujeitos se façam devidamente inseridos no ambiente

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educacional e tenham, também, o seu processo de formação e educa-
ção propriamente efetivado, são necessárias medidas particulares que
asseguram a sua inclusão na rotina da instituição de ensino.
Por decorrência disso, compreende-se que a educação espe-
cial acontece, sobretudo, pela organização de espaços, métodos e fer-
ramentas que buscam atender, individualmente, cada um dos sujeitos
que possuem necessidades especiais, levando em consideração as suas
características particulares e as possíveis dificuldades advindas desta e
promovendo a superação destas através do atendimento particular. Em
paralelo a isso, a educação inclusiva promove a inserção de todos os
educandos no espaço educacional da escola, visando a integração da
igualdade de oportunidades nesse ambiente e, por esse motivo, envol-
vendo a implementação de metodologias que favoreçam a participação,
igualitária, de todos os alunos, independentemente das suas especifici-
dades, também beneficiando o seu acesso ao ambiente escolar.
Desta forma, é possível avaliar a relevância de estudar acerca
dessas modalidades de ensino, compreendendo efetivamente como os
profissionais da educação podem atuar na garantia da sua aplicação no
espaço de ensino, assim como buscando o pleno entendimento acerca
das medidas legislativas e das políticas públicas que asseguram a sua
implementação nas instituições de ensino brasileiras. É por meio disso,
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portanto, que se possibilita uma ação docente e gestora que busca fa-
vorecer a inclusão de todos os educandos nos processos que culminam
na efetivação da sua formação escolar, reconhecendo que as diferen-
ças são parte inerentes da sociedade e, sendo assim, da comunidade
da instituição de ensino e de suas diferentes partes.
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OS FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS

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DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

O ambiente escolar é de grande importância para o desenvol-


vimento de atividades que permitem o pleno crescimento dos indivíduos
em processo de formação, sendo este o principal cenário do seu coti-
diano durante toda a fase de infância e, posteriormente a isso, adoles-
cência. Sendo assim, é importante que a escola ofereça um espaço
educativo no qual esses sujeitos em crescimento possam desempenhar
tarefas que estimulem a plena obtenção de capacidades físico-moto-
ras, bem como promovam o desenvolvimento de habilidades cognitivas,
sociais e emocionais. Por decorrência disso, o sistema de ensino bra-
sileiro se organiza de acordo com parâmetros que permitem o melhor
envolvimento do aluno nesse tipo de ação, se adequando aos seus res-
pectivos níveis de aprendizagem representados por aspectos como a
sua maturidade e crescimento físico.
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Figura 1 – Os aspectos que definem o nível de aprendizagem dos alunos da
Educação Básica.

Fonte: (Elaborado pelo autor, 2023).


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É com base nesse contexto, portanto, que a educação básica do


Brasil se organiza em diferentes etapas, pelas quais os indivíduos em pro-
cesso de formação devem passar para cumprir com o seu pleno desen-
volvimento escolar, como é evidenciado pela Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (BRASIL, 1996). Cada etapa tem, assim, a finalidade
de promover as condições adequadas para que os alunos consigam adqui-
rir as habilidades, capacidades e conhecimentos que são esperados para
cada, também fazendo possível, após sua conclusão, com que estas pas-
sem para as etapas posteriores. Ao final de todos os respectivos níveis de
ensino, espera-se que o sujeito esteja preparado para conviver em socie-
dade, contribuindo para a vida coletiva e adentrando em fases posteriores
da sua formação: a acadêmica, técnica ou atuação profissional.
Em razão disso, surge, em 2018, a Base Nacional Comum Cur-
ricular (BNCC) como um documento responsável pelo estabelecimento
de diretrizes a serem seguidas por todas as instituições de ensino bá-
sico do território brasileiro, visando orientar a construção do currículo
escolar e, com isso, facilitar o estabelecimento das atividades, medidas
pedagógicas e métodos de ensino a serem trabalhados durante esse
momento de formação (BRASIL, 2018). Com isso, cada etapa da Edu-
cação Básica possui os seus próprios conteúdos que devem ser traba-
lhados no decorrer do ano letivo e, sendo assim, se organiza em áreas
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do conhecimento que compreendem os conhecimentos e competências
que devem ser desenvolvidos em cada momento.

AS CARACTERÍSTICAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA E SUAS ESPECI-


FICIDADES

Compreender os parâmetros estabelecidos pela BNCC se tor-


na, desse modo, essencial para o desempenho das tarefas profissionais
dos educadores que, no ambiente de ensino, possuem a responsabili-
dade de promover os mecanismos pedagógicos que permitem a efetiva-
ção do processo de ensino-aprendizagem e a adequada formação dos
seus alunos, considerando as suas especificidades e as características
reservadas para a etapa da educação na qual estes se encontram. Pen-
sando nisso, vejamos a seguir como se organiza, afinal, o ensino básico
no Brasil e as principais características de cada um desses momentos:
- Educação Infantil: Corresponde a primeira etapa da educação
básica do sistema de ensino brasileiro e, por isso, compreende indivíduos
na etapa de primeira infância, isto é, do primeiro ano de vida até os cinco
anos de idade, considerando que o seu primeiro contato com o ambiente
escolar costuma acontecer já no terceiro ano de vida. Levando em conside-

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ração a idade desses sujeitos, nota-se que os métodos de ensino da edu-
cação infantil se dão, sobretudo, por meio da ludicidade, buscando promo-
ver o desenvolvimento de capacidades físicas, motoras, cognitivas, sociais
e culturais primordiais, preparando-os para as demais etapas posteriores;
- Ensino Fundamental: Posteriormente à educação infantil, há
o Ensino Fundamental que se caracteriza como a fase mais longa do
ensino básico brasileiro e, por decorrência disso, se organiza em duas
subdivisões: os anos iniciais, que vão do primeiro até o quinto ano do
ensino fundamental, e os anos finais, do sexto até o nono ano. Em razão
do seu considerável tempo de duração, o ensino fundamental abrange
uma etapa do desenvolvimento humano longa e complexa, atendendo
comumente educandos entre seis e quatorze anos de idade, onde nos
seus anos iniciais desenvolvem o processo de alfabetização e obtenção
das principais habilidades educativas, importantes para as etapas pos-
teriores, e nos anos finais promovem conceitos mais complexos e bus-
cam trabalhar a autonomia, cidadania e responsabilidade dos alunos,
como determinado pela BNCC (BRASIL, 2018);
- Ensino Médio: Finalmente, e igualmente importante para o
período da educação básica de acordo com as normas e leis brasileiras,
está o Ensino Médio. Este, por sua vez, corresponde aos três últimos
anos da etapa de ensino básico e, por decorrência disso, tem a principal
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finalidade de preparar, efetivamente, o educando para a sua indubitável
participação na sociedade, adquirindo as habilidades e os conhecimen-
tos necessários para atuarem como cidadãos aptos nos seus respec-
tivos contextos sociais. Além disso, também serve como um momento
preparatório para etapas que sucedem a educação básica, o que inclui
a possível entrada no ensino superior ou, alternativamente, no mercado
de trabalho. Por isso, costuma incluir alunos entre os 15 e 17 anos de
idade, isto é, no fim da adolescência e caminhando para a vida adulta;
Tomando consciência disso, é possível compreender que cada
uma dessas etapas possuem as suas próprias especificidades não ape-
nas de conteúdo, como também de adequação metodológica proposta
pelos profissionais responsáveis pela efetivação do processo de ensino-
-aprendizagem em cada uma delas e, com isso, a propiciação de uma for-
mação de qualidade e adequadamente eficaz para o pleno crescimento
dos educandos. Além disso, enxerga-se que os próprios alunos também
são detentores de características que os particularizam dos demais e, du-
rante o estabelecimento dos métodos e das práticas de ensino, é neces-
sário considerar tais qualidades, de modo a sanar possíveis dificuldades
que podem surgir em decorrência delas. Nesse sentido, a função do pro-
fessor, bem como da equipe gestora de uma instituição de ensino, é pro-
mover um ambiente e atividades que alcancem os estudantes, buscando
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diminuir as distâncias ocasionadas pelos seus aspectos específicos.

Existem diferentes características de um aluno que podem


particulariza-lo dos demais e, ainda, gerar condições específicas
que interferem diretamente no seu aprendizado e, por isso, devem
ser levadas em consideração por parte dos educadores responsá-
veis pela efetivação do processo de ensino-aprendizagem. Dentre
tais características, podem ser citados os contextos socioculturais
nos quais os alunos se fazem inseridos, bem como as suas con-
dições econômicas e familiares que interferem diretamente na sua
busca por conhecimento e as ferramentas que estão à sua dispo-
sição para promover tal busca. No entanto, existem outras quali-
dades que também representam necessidades específicas a serem
sanadas durante o cumprimento do ensino.

Dentre as particularidades que podem representar processos


de aprendizagem particulares estão, assim, as deficiências ou condi-
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ções de aprendizado especiais que, assim como outras características
dos alunos, exigem uma atenção específica dos educadores responsá-
veis pela efetivação do processo de educação básica. Isso não significa
dizer que os sujeitos que possuem tais características terão, obrigato-
riamente, dificuldade em desenvolver todas as competências e os co-
nhecimentos que lhe são esperados para o percurso do ensino básico,
mas tendem a exigir uma orientação especializada maior, também pre-
cisando da firme presença do professor como um indivíduo capaz de
sanar possíveis déficits e, assim, permitir que o ensino-aprendizagem
se efetue com qualidade. É nesse sentido que surge o conceito de edu-
cação especial, que veremos com mais detalhes em seguida.

O CONCEITO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL E SEUS FUNDAMENTOS

Como já destacado no início desse capítulo, a escola é um am-


biente de grande importância para a rotina dos indivíduos em processo
de desenvolvimento e, por esse motivo, os profissionais atuantes desta
devem estar devidamente preparados para enfrentar as possíveis difi-
culdades ou desafios que podem vir a surgir no decorrer deste, buscan-
do se adequar às demandas rotineiras dos alunos e, assim, promover o

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pleno desenvolvimento de conhecimentos e habilidades relevantes para
o seu dia-a-dia e para o beneficiamento da sua formação escolar. Nesse
sentido, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, 1996)
estabelece como direito constitucional a educação pública e gratuita de
indivíduos deficientes e, por esse motivo, surge a necessidade de im-
plementação da Educação Especial como forma de propiciar tal direito.
Por meio, também, da LDB (9.394/1996) se faz possível com-
preender melhor o conceito de Educação Especial, visando entender
como acontece a sua aplicação no ambiente escolar e a relevância para
que todos os sujeitos, independentemente de suas particularidades,
consigam desempenhar os seus direitos na vida em sociedade. Consi-
dera-se, portanto, que o artigo 5º da Constituição Nacional assegura a
todos os cidadãos brasileiros o direito à educação, saúde e segurança
perante a Lei (BRASIL, 1988). Por esse motivo, a aplicação desse tipo
de modalidade nas instituições de ensino se alinha ao cumprimento da
legislação. Em vista disso, é evidenciado que

Art. 58 Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a moda-
lidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de
ensino, para educandos com deficiências, transtornos globais do desenvolvi-
mento e altas habilidades ou superdotação. (BRASIL, 1996).

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Com base nisso, é possível entender que existem educandos
que possuem deficiência físico-motora, auditiva ou visual, assim como
sujeitos que podem apresentar condições cognitivas específicas que
exigem um maior cuidado específico por parte dos educadores para
que estes consigam desenvolver, de fato, as competências destinadas
para cada etapa da educação básica como evidenciado anteriormente.
Isso implica dizer que esses sujeitos, mesmo com tais particularidades,
devem ser inseridos no processo de aprendizagem regular, e não se-
gregados de maneira individual, impossibilitados da convivência social,
emocional e cultural com outros pares e da obtenção de conhecimentos
relevantes para a manutenção da sua vida.

OS PRINCÍPIOS DA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL E SUAS CARACTE-


RÍSTICAS

É tomando em consideração esses aspectos que a Educação


Especial começa a ser fundamentada, na medida em que é enxergada a
importância de integrar, devidamente, todos os indivíduos nos processos
que se dão no ambiente escolar e, com isso, permitem a sua devida inclu-
são na aprendizagem para que, futuramente, possam desempenhar ati-
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vidades de maneira particular, com base no alcance individual de autono-


mia e independência, também grandemente determinados por aspectos
que definem as suas características físicas, psicológicas e emocionais.
É com isso, portanto, que a educação especial se faz fundamentada em
três princípios que permitem a sua efetiva integração nos contextos es-
colares, beneficiando a experiência educacional dos sujeitos com defici-
ência. Vejamos com maiores detalhes por meio da representação abaixo
que ilustra a relação da educação especial com os seus respectivos ele-
mentos primordiais, considerando o papel de cada um destes:

Figura 2 – Os princípios de fundamentação da Educação Especial no ensino


básico.

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Fonte: (Elaborado pelo autor, 2023).

Tendo em vista isso, é possível compreender que tais princípios


se dão, assim, através de três ações: normalizar, integrar e individualizar
(BRASIL, 1994). Para entender, de fato, o significado de educação espe-
cial e como acontece o processo de aplicação desta no ambiente educa-
cional de uma instituição de ensino é preciso, portanto, compreender o
que significa cada um desses elementos e como estes podem contribuir
para a melhoria do espaço de uma escola, bem como dos métodos de
ensino utilizados pelos profissionais educadores para atingir os educan-
dos que possam ter alguma necessidade especial e, por isso, demandam
uma atenção específica maior. Observe com mais detalhes:
- Normalizar: A ação de normalizar implica, de acordo com Aguiar
(2001), a propiciação de condições e oportunidades sociais, de educa-
ção e de ensino igualitárias para indivíduos com necessidades especiais,
bem como para os demais sujeitos atuantes na vida em sociedade. En-
tende-se, com isso, que o princípio da normalização é capaz por meio
do reconhecimento e do respeito das individualidades que definem cada
sujeito, garantindo a eles os respectivos meios para navegar na vida em
sociedade e obter os resultados desejados nas suas ações cotidianas;
- Integrar: Além do ato de normalizar, existe também a ação de

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integrar o sujeito com necessidades especiais na vida em sociedade. Para
que isso se faça possível, é preciso oferecer a este as condições necessá-
rias para que este consiga desempenhar os seus direitos e deveres cotidia-
namente, usufruindo da igualdade constitucionalmente garantida a todos
os cidadãos socialmente ativos. Com isso, compreende-se que integrar
tais indivíduos em seus respectivos contextos sociais significa obedecer
aos valores democráticos que asseguram a sua participação na sociedade.
Fora isso, a integração também deve se dar em diferentes níveis, promo-
vendo desde a aproximação social entre os diferentes sujeitos em sala de
aula, como também a aproximação funcional, física e institucional;
- Individualizar: Finalmente, o ato de individualização é, igual-
mente, um importante princípio que define o fundamento da educação
especial e a sua aplicação no ambiente de ensino. Sendo assim, indivi-
dualizar não significa, como pode ser comumente interpretado, promo-
ver um ato de exclusão. Do contrário, essa ação serve para promover
o reconhecimento das diferenças e particularidades dos sujeitos com
deficiência, tendo em vista que é através dessa ação que se pode bus-
car métodos e ferramentas que buscam sanar as suas necessidades
específicas e, com isso, oferecer a cada sujeito o necessário para o seu
efetivo crescimento escolar. Esse princípio permite, com isso, o atendi-
mento e respeito das individualidades de cada aluno, de modo a promo-
19
ver o seu pleno aprendizado.
Em decorrência disso, compreende-se que é a plena aplicação
desses contextos na rotina de uma escola que permitem que a educação
especial se faça presente no seu cotidiano e, com isso, beneficie a ex-
periência escolar dos indivíduos com deficiência que, independentemente
de suas necessidades particulares, também são detentoras do direito à
educação e, por esse motivo, devem ser atingidas por políticas educacio-
nais que valorizem o seu processo de formação e, sendo assim, busquem
atender às suas demandas como estudantes. Não se pode, então, pro-
mover a integração da educação especial em uma escola sem considerar
esses aspectos que definem o seu funcionamento, se caracterizando como
critérios primordiais da sua devida execução e do melhoramento do dia a
dia dos alunos com deficiência durante a sua busca por conhecimento e
habilidades que garantirão a sua efetiva inserção na vida em sociedade.

Através do link abaixo, assista ao vídeo “FUNDAMENTOS


DA EDUCAÇÃO ESPECIAL”, publicado pelo canal Unova Cursos no
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ano de 2020, para compreender melhor quais são os principais fun-


damentos que definem a educação especial e, com isso, entender
com mais qualidade as suas características primordiais e princípios.
UNOVA Cursos. FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO ESPE-
CIAL. 2020. Disponível em: https://youtu.be/Vwyfsjeevls. Acesso
em: 15 de abr. de 2023.

Para além disso, é preciso considerar, também, que a integração


da educação especial no ambiente de uma instituição de ensino depende
do pleno entendimento acerca da legislação responsável pela regulamen-
tação dessa modalidade educativa e sua organização no território brasi-
leiro. Pensando nisso, veremos em seguida quais são as principais leis
nacionais que possuem a incumbência de organizar a educação especial
no Brasil e as principais características acerca da modalidade que estas
estabelecem, visando a sua aplicação na escola de maneira adequada e
com qualidade, promovendo a melhoria dos métodos de ensino utilizados
pelos educadores para atingir os alunos com necessidades especiais.

20
OS FUNDAMENTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NAS INS-
TITUIÇÕES DE ENSINO DO BRASIL

Como já evidenciado no decorrer desse capítulo, a educação


especial é uma modalidade de ensino que visa a devida integração de
alunos com deficiência na rotina escolar de uma instituição de ensino
e, por esse motivo, atua como uma medida de cumprimento com o arti-
go 5º da Constituição brasileira, que estabelece que todos os cidadãos
brasileiros possuem direito à educação, independentemente de suas
particularidades de identidade, aspectos físicos ou mesmo ideologias
políticas, sociais e religiosas (BRASIL, 1988). Adicionalmente a isso,
tal modalidade também se faz prevista na Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional como uma forma de incluir os educandos com
necessidades especiais nos processos que definem a sua formação es-
colar e a busca pelo saber na educação básica.
Além disso, a Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro
de 2001, é responsável pelo estabelecimento das diretrizes que regem
a aplicação da educação especial nas instituições de ensino regulares
brasileiras no decorrer de toda a Educação Básica (BRASIL, 2001). Em
razão disso, todos os principais detalhes que definem a integração des-
sa modalidade educativa no decorrer da educação infantil, do ensino

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fundamental e do ensino médio são definidos por meio dessa Resolu-
ção e, assim sendo, o seu entendimento é de suma importância para a
compreensão acerca dos métodos utilizados na inserção da educação
especial na rotina de uma escola.

Figura 3 – As principais características da educação especial definidas pela


Resolução CNE/CEB nº 2 de 2001.

21
Fonte: (Elaborado pelo autor, 2023).

Tal resolução estabelece, previamente, que a educação espe-


cial se caracteriza como uma modalidade de ensino que busca atender
aos sujeitos com necessidades educativas especiais e, por esse motivo,
se inicia desde a educação infantil nas creches e pré-escolas, se esten-
dendo ao longo de todo o restante do ensino básico regular, o que inclui
as demais etapas já anteriormente citadas destinadas para sujeitos na
segunda e terceira infância e, posteriormente, no período de adoles-
cência. Em adição a isso, essa regulamentação também estabelece um
conceito específico para a educação especial, assim como a LDB, se
assemelhando na descrição dessa modalidade educativa:

Art. 3º Por educação especial, modalidade da educação escolar, entende-


-se um processo educacional definido por uma proposta pedagógica que
assegure recursos e serviços educacionais especiais, organizados institu-
cionalmente para apoiar, complementar, suplementar e, em alguns casos,
substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação
escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos
que apresentam necessidades educacionais especiais, em todas as etapas
e modalidades da educação básica. (BRASIL, 2001).
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Tomando conhecimento disso, percebe-se que a educação


especial busca promover o atendimento dos alunos que apresentem
necessidades educativas especiais e, por decorrência disso, deman-
dam métodos de ensino-aprendizagem específicos, de modo a promo-
ver o desenvolvimento das habilidades, conhecimentos e capacidades
que são esperados deste para cada período do ensino básico, visando
sobretudo o atendimento das diretrizes estabelecidas por documentos
como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que orienta a cons-
trução dos currículos escolares no território brasileiro. Para isso, se faz
necessária a consideração das individualidades que definem os sujeitos
beneficiados pelo ensino especial, de modo a entender como as suas
necessidades específicas podem ser devidamente atendidas.
Por esse motivo, é preciso que existam princípios éticos, políticos
e estéticos que permitam o pensamento acerca das características biológi-
cas e psicossociais dos educandos, de modo a assegurar a sua busca pelo
saber e, com isso, o exercer do seu papel como cidadão ativo na vida em
sociedade. Por outro lado, aspectos como a busca pela identidade própria,
pela autonomia e independência cotidiana e a integração da dignidade hu-
mana na sua rotina são qualidades que também se fazem possíveis por
meio da frequência regular no ambiente de ensino escolar e devem ser
beneficiados durante a educação especial, visando a promoção do direito
22
de cada aluno ao estudo, trabalho e participação no exercício da cidadania,
independentemente dos seus aspectos particulares.
Com isso, tal Resolução também estabelece os critérios que
determinam a caracterização de um sujeito com necessidades espe-
ciais, levando em consideração os métodos que podem ser utilizados
para identifica-los e, sendo assim, promover os métodos de ensino que
permitam o seu efetivo aprendizado. Para tanto, é necessário que exis-
ta uma plena comunicação colaborativa entre as diferentes partes da
comunidade escolar, como equipe gestora, professores e pais, assim
como a inclusão, quando necessário, de órgãos de saúde, assistência
social e Ministério Público para a devida comprovação das necessida-
des especiais de um dado aluno e o entendimento das formas de asse-
gurar a sua inserção na rotina escolar e o desenvolvimento de conheci-
mentos e competências adequadas para a sua faixa etária.
- Dificuldades de aprendizagem: Um dos principais aspectos que
definem que um educando possui necessidades especiais a serem sana-
das durante o seu processo educativo é a presença de dificuldades de
aprendizagem de forma acentuada ou, ainda, limitações no acompanha-
mento das atividades pedagógicas desempenhadas na sala de aula, impe-
dindo-o de desenvolver os conhecimentos e competências destinados para
o momento de aprendizado no mesmo ritmo que os demais alunos. Sendo

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS


assim, esse tipo de necessidade especial ainda se subdivide em dois tipos,
sendo o primeiro destes, de acordo com a Resolução CNE/CEB nº 2, de
2001, as que não se associam a nenhuma causa orgânica específica e, o
segundo, aquelas que decorrem de limitações, deficiências, condições ou
disfunções físicas, motoras, psicológicas, emocionais ou sociais;
- Dificuldades de comunicação: Implica as necessidades que
podem ser expressas por um aluno que dependem de diversificadas for-
mas de linguagens e códigos para se comunicar e, com isso, permitir o
seu diálogo com os demais colegas e com o próprio educador, aspecto
essencial para o desempenho das atividades escolares de maneira co-
tidiana. Nesse sentido, são englobados nessa categoria os estudantes
que possuem uma forma de comunicação e sinalização diferente dos
demais alunos, como os que possuem deficiência auditiva ou visual e,
por esse motivo, utilizam a língua de sinais ou o sistema Braille para
desempenhar as suas tarefas rotineiras e, assim sendo, escolares;
- Alta habilidade de aprendizagem: Sendo comumente denomi-
nada de superdotação, esse tipo de necessidade especial corresponde
aos alunos que possuem uma facilidade maior em adquirir novos co-
nhecimentos e competências, desenvolvendo conceitos, procedimentos
e atitudes trabalhadas no ambiente escolar com maior agilidade que
os demais pares que se fazem presentes na mesma etapa do ensino e
23
possuem uma semelhante faixa etária. Desse modo, de acordo com a
LDB e a Resolução CNE/CBE 2/2001, esses educandos também têm
direito à educação especial e, por isso, demandam um atendimento in-
dividual que mantenha o objetivo de sanar as suas necessidades.
Tomando conhecimento disso, é possível entender que é de
responsabilidade da instituição de ensino disponibilizar professores ca-
pacitados para a atuação no ensino regular, bem como profissionais es-
pecializados na educação especial para atender às possíveis necessi-
dades dos alunos. Além disso, a escola também deve abrir espaço para
a possibilidade de adaptações curriculares que buscam se adequar, de-
vidamente, aos aspectos específicos dos seus alunos, buscando sanar
seus déficits e promover um efetivo processo de ensino-aprendizagem
de qualidade. Por outro lado, a legislação também prevê a responsabi-
lidade da escola em assegurar uma equipe de apoio pedagógico que,
por sua vez, tem o papel de atuar em conjunto com os professores para
cumprir com as obrigações educativas estabelecidas para a instituição.

O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Como já estudado anteriormente nesse mesmo capítulo, a


EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS

educação especial é algo que, de acordo com a legislação brasileira,


deve se fazer presente nas instituições de ensino regular, promoven-
do um ambiente responsável e adequado para todos os indivíduos em
processo de formação, de modo a atender às suas demandas específi-
cas, o que incluiu os sujeitos que possuem algum tipo de necessidade
especial. Em razão disso, é por meio desse tipo de modalidade que se
pode incluir todos os educandos no processo de ensino-aprendizagem,
independentemente das suas características individuais. Para tanto, é
necessário compreender, também, como acontece o seu financiamento
e, por esse motivo, iremos discorrer sobre tal temática de modo a enten-
der como a aplicação da educação especial na escola se faz possível.
De acordo com a Resolução CNE/CBE 2/2001 é de responsabi-
lidade das instituições de ensino promover os fundos necessários para a
manutenção da educação especial no seu ambiente, garantindo políticas
de inclusão dos alunos com necessidades especiais nos processos esco-
lares que definem o seu ensino-aprendizagem. Em instituições públicas,
portanto, esse papel é desempenhado sobretudo com os Fundos espe-
ciais que permitem o financiamento de todas as atividades que aconte-
cem no ambiente das escolas. Sendo assim, o financiamento da educa-
ção especial em instituições de ensino públicas brasileiras se dá por meio
do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
24
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que é de âmbito
estadual e, por esse motivo, se divide em vinte e sete Fundos.
Tomando conhecimento disso, se faz possível compreender
que o Fundeb, por ser um instrumento estadual, faz a arrecadação de
recursos que são advindos dos impostos e transferências dos estados,
municípios e do Distrito Federal brasileiros que possuam vínculo com
o campo da educação, de acordo com as informações estabelecidas
pelo artigo 212 da Constituição (BRASIL, 1888). Nesse sentido, a Lei
nº 14.113, de 25 de dezembro de 2020 é responsável por regulamentar
a utilização do Fundeb como um instrumento permanente, responsável
por financiar a educação pública brasileira, indicando que este possui
natureza contábil e é viabilizado no âmbito estadual, redistribuindo os
recursos obtidos pelos impostos e transferências, como anteriormente
citado, para a manutenção plena da educação básica pública no Brasil.

Para entender melhor acerca do Fundeb e o seu papel no


financiamento das atividades escolares das instituições de ensino

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS


básico públicas no território brasileiro, acesse o link abaixo e leia
ao artigo publicado pelo website oficial do Governo Federal. Com
isto, é possível compreender algumas das principais característi-
cas desse Fundo e como acontece a sua aplicação e efetivação na
melhoria da rotina escolar no Brasil.
FUNDEB. Governo Federal. 2020. Disponível em: https://
www.gov.br/fnde/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/
financiamento/fundeb. Acesso em: 15 de abr. de 2023.

Além disto, observa-se também que além dos recursos obtidos


pelos impostos e transferências constitucionais, o Fundeb também possui
em sua integração recursos que advém da União que, por sua vez, busca
sanar deficiências dos entes federados ou, ainda, incentivar a atuação
das escolas e o nível do seu alcance educativo. Isso significa dizer, por-
tanto, que caso os recursos dos Estados, Municípios ou do Distrito Fede-
ral não se faça suficiente, é papel da União complementar tais recursos e
beneficiar o ente federado em maior nível de necessidade. Por outro lado,
entes que, no decorrer do ano letivo, conseguiram promover uma melho-
ria de gestão e, com isso, evoluíram os seus indicadores de atendimento
e aprendizagem, reduzindo as desigualdades expressas pela comunida-
de escolar também podem receber o complemento de recursos da União.
25
Com isso, é notável que a Fundeb se faz de grande impor-
tância para todas as atividades que acontecem no ambiente educacio-
nal de uma instituição de ensino, tendo em vista que é por meio deste
Fundo que são financiados os exercícios escolares e as atividades que
buscam promover um processo de ensino-aprendizagem de qualidade
e boa adequação. Por decorrência disso, esse Fundo também atua di-
retamente no financiamento da educação especial, tendo em vista que
esta é uma medida que busca a diminuição das diferenças presentes na
escola, inserindo os alunos com necessidades especiais no processo
de educação e, assim, se faz necessário o direcionamento de recursos
que permitam a sua plena aplicação nos contextos escolares.
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26
QUESTÕES DE CONCURSO
QUESTÃO 01
(UFSC — PEDAGOGO - EDUCAÇÃO ESPECIAL — COPERVE -
UFSC — 2018)
A Resolução CNE/CEB n. 4/2009 institui que o Atendimento Educa-
cional Especializado (AEE) tem como função:
a) substituir a formação do aluno em sala de aula comum pela disponibi-
lização, em Salas de Recursos Multifuncionais, de serviços, recursos de
acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena par-
ticipação na sociedade e para o desenvolvimento de sua aprendizagem.
b) complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da dis-
ponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que
eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e de-
senvolvimento de sua aprendizagem.
c) reforçar os conteúdos trabalhados na sala de aula comum.
d) promover adaptações curriculares para os alunos com deficiência, trans-
tornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
e) garantir condições de igualdade no acesso ao conhecimento por par-
te dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento
e altas habilidades/superdotação.

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QUESTÃO 02
(PREFEITURA DE GARÇA - SP — PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁ-
SICA — VUNESP — 2018)
Conforme a Resolução CNE/CEB no 4/2009, a criança com defi-
ciência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilida-
des/superdotação deve ser
a) matriculada em classe de ensino regular para conviver com crianças
ditas normais como meio de socialização.
b) atendida por um professor especializado na sua especificidade, sen-
do desnecessária sua matrícula em classe regular.
c) encaminhada para atendimento em classe especial instalada em es-
cola regular.
d) matriculada em classe comum do ensino regular e no Atendimento
Educacional Especializado, para apoio complementar.
e) matriculada em instituição sem fins lucrativos, especializada no aten-
dimento que a criança requer.

QUESTÃO 03
(SEDUC - PI — TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR - FONOAUDIÓLOGO
— NUCEPE — 2018)
27
Quanto à educação especial para o trabalho, que visa à integração
de educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvi-
mento e altas habilidades ou superdotação na vida em sociedade,
os sistemas de ensino assegurarão:
a) acesso igualitário ao mercado de trabalho, mediante cadastro nacio-
nal de alunos com deficiência, transtornos globais e altas habilidades ou
superdotação, matriculados na educação básica e na educação superior.
b) condições especiais para a obtenção de emprego para aqueles que
não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino funda-
mental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em
menor tempo o programa escolar para os superdotados.
c) condições adequadas de formação, incluindo professores com espe-
cialização em nível médio ou superior, para atendimento especializado,
bem como professores do ensino regular capacitados para a integração
desses educandos nas classes comuns.
d) condições adequadas para os que não revelarem capacidade de
inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos
oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade
superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora.
e) acesso igualitário a currículos, métodos, técnicas, recursos educati-
vos e organização específicos, para atender às necessidades do edu-
EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS

cando em relação ao mercado de trabalho.

QUESTÃO 04
(SEDUC - PI — TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR - FONOAUDIÓLOGO
— NUCEPE — 2018)
A Educação Especial é uma modalidade transversal a todos os ní-
veis, etapas e modalidades de ensino. Uma das orientações funda-
mentais que os sistemas de ensino devem observar, na organiza-
ção desta modalidade, é:
a) a oferta de atendimento médico especializado na instituição educacional.
b) a responsabilidade pelo transporte acessível até o local de atendimento.
c) as condições especiais de trabalho do professor, dado o risco do
atendimento.
d) o atendimento complementar dos familiares e acompanhantes do
atendido.
e) o pleno acesso e a efetiva participação dos estudantes no ensino
regular.

QUESTÃO 05
(UFG — PEDAGOGO - ÁREA: HOSPITALAR — CS - UFG — 2018)
A política de educação especial do Ministério da Educação (BRA-
28
SIL, 2008) tem como objetivos o acesso, a participação e a apren-
dizagem dos alunos com necessidades especiais no seguinte es-
paço educacional:
a) escolas especiais.
b) atendimento educacional especializado (AEE).
c) escolas regulares.
d) salas de recursos multifuncionais (SRM).

TREINO INÉDITO
A Resolução CNE/CEB nº 2 de 2001 estabelece os critérios que
determinam a caracterização de um sujeito com necessidades es-
peciais, levando em consideração os métodos que podem ser uti-
lizados para identifica-los e, sendo assim, promover os métodos
de ensino que permitam o seu efetivo aprendizado. Para tanto, é
necessário que exista uma plena comunicação colaborativa entre
as diferentes partes da comunidade escolar, como equipe gestora,
professores e pais. Sabendo disso, assinale a alternativa correta:
a) A alta habilidade de aprendizagem é uma necessidade especial, mas
não garante direito ao atendimento especializado.
b) A alta habilidade de aprendizagem não pode ser considerada como
uma necessidade especial.

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS


c) Alunos com alta habilidade de aprendizagem também se adequam
aos critérios de atendimento pela educação especial nas escolas.
d) Não é de responsabilidade das escolas oferecer um bom atendimen-
to especializado aos alunos com alta habilidade de aprendizagem.
e) A alta habilidade de aprendizagem não se caracteriza como um dos
critérios que adequam um aluno ao atendimento pela educação especial.

QUESTÃO DISSERTATIVA
Para entender, de fato, o significado de educação especial e como
acontece o processo de aplicação desta no ambiente educacional de
uma instituição de ensino é preciso, portanto, compreender o que sig-
nifica cada um desses elementos e como estes podem contribuir para
a melhoria do espaço de uma escola, bem como dos métodos de ensi-
no utilizados pelos profissionais educadores para atingir os educandos
que possam ter alguma necessidade especial. Sabendo disso, explique
quais são os princípios da educação especial.

NA MÍDIA
Para compreender melhor acerca das informações discutidas no decorrer
dessa unidade, leia à matéria “Censo e a Educação Especial: inclusão
ocorre em quantidade. E em qualidade?”, publicada em 2023 pelo por-
29
tal Sinpro DF, que discute acerca dessa modalidade de ensino e a sua
contribuição para a integração dos alunos com necessidades especiais
com os processos que definem as dinâmicas de ensino-aprendizagem
nas etapas do ensino básico brasileiro. Assim, é elaborada uma discus-
são acerca da quantidade e assertividade do atendimento especializado
desse modelo de ensino, compreendendo se este cumpre com os seus
objetivos de propiciar a plena formação escolar dos sujeitos com necessi-
dades especiais, levando em consideração os contextos brasileiros.
Título: Censo e a Educação Especial: inclusão ocorre em quantidade.
E em qualidade?
Data de publicação: 09 mar. 2023
Fonte: https://www.sinprodf.org.br/alunos-de-educacao-especial-inclu-
sao-ocorre-em-quantidade-e-em-qualidade.

NA PRÁTICA
A educação especial é uma modalidade de ensino que permite a integra-
ção dos alunos com necessidades especiais, isto é, deficiências, trans-
tornos globais do desenvolvimento ou alta habilidade de aprendizado,
nos processos que, em conjunto, formam a rotina de uma instituição de
ensino escolar. Dessa maneira, compreende-se que a efetivação desse
método educacional se dá por meio de aspectos como o atendimento
EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS

especializado individual, que permitem que as necessidades específicas


desses alunos sejam devidamente sanadas por intermédio de um pro-
fessor apto para atendê-lo. Nesse sentido, leia ao artigo “Formação do
professor de educação especial no Brasil”, publicado em 2021 por Maria
Helena Michels, para compreender melhor como acontece o processo de
formação dos profissionais da educação voltados para o ensino especial.
Título: Formação do professor de educação especial no Brasil
Data de publicação: 2021
Fonte:https://anais.anped.org.br/sites/default/files/gt15trabalho_enco-
mendado_40rn.pdf.

PARA SABER MAIS


- Vídeo sobre o tema:
Título: LDB - Educação Especial
Data de publicação: 08 set. 2018
Fonte: https://youtu.be/VPEO4ED0tUo.

30
OS FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS


DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

No capítulo anterior, foi compreendido o conceito de Educação


Especial e como essa modalidade se faz inserida na rotina de uma insti-
tuição de ensino, buscando a promoção da inclusão de alunos com ne-
cessidades especiais nos processos educativos necessários para a plena
efetivação do seu processo de formação escolar. Em decorrência disso, é
possível compreender que a escola se caracteriza como um espaço pro-
tagonista do cotidiano de sujeitos em fase de crescimento, desde a sua
infância até o período de adolescência, na medida em que estabelece
oportunidades para que estes adquiram os conhecimentos, habilidades e
capacidades necessárias para a sua participação na vida em sociedade
e manutenção da sua autonomia e papel como cidadão ativo.
Dessa maneira, é possível considerar que existem indivíduos
que, dentro do ambiente de ensino, demandam uma atenção e cuidado
especial, em razão de características que fazem com que o seu contato
3131
com o conhecimento seja demarcado por necessidades especiais. Nes-
se sentido, observamos anteriormente nessa unidade que características
como deficiências auditivas, visuais e cognitivas, bem como a denomina-
da superdotação, costumam fazer com que os educandos que as pos-
suem necessitem de medidas pedagógicas particulares, que facilitem a
sua aproximação com o conteúdo estudado e com as competências a
serem desenvolvidas no decorrer de cada etapa da educação básica e,
com isso, cumprir com as fases que compõem a sua formação escolar.
Com base nisso, foi estudado que a Educação Especial surge
como uma modalidade educacional que, estando pautada na legislação
brasileira e devidamente prevista pela Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
cação Nacional (LDB, BRASIL, 1996), permitem a inclusão de todos os
educandos nas atividades que se dão durante a rotina de uma escola
e, dessa maneira, favorecem o seu aprendizado, de modo a garantir a
sua integração na rotina educacional dessa instituição. Por decorrência
disso, compreender os princípios que fundamentam a modalidade de
ensino da educação especial é de grande importância para saber como
a sua aplicação pode ser efetivada no ambiente de ensino escolar e, por
esse motivo, evidenciou-se que a integração dessa modalidade na ro-
tina de uma escola se dá por meio de distintas ações que representam
os seus principais fundamentos.
EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS

Dessa forma, se faz possível analisar que a integração da edu-


cação especial na rotina da escola implica, inicialmente, a identificação
dos alunos que demandam desta, reconhecendo quais das suas condi-
ções particulares podem representar necessidades especiais e, assim,
exigir a aplicação de um método de ensino particular e devidamente
eficiente no seu cotidiano escolar. Além disso, é necessário que aconte-
ça uma efetiva integração desses sujeitos nas dinâmicas que definem o
seu ensino-aprendizagem, tendo em vista que, assim como os demais
alunos, eles também se caracterizam como protagonistas da própria
busca pelo conhecimento, devendo ter oportunidades que exercitem as
suas capacidades físicas, motoras, cognitivas e sociais, bem como per-
mitam a obtenção de habilidades relevantes para o seu dia a dia.

32
Figura 4 – As capacidades desenvolvidas pelos alunos no decorrer da educa-
ção básica.

Fonte: (Elaborado pelo autor, 2023).

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS


A inclusão dos indivíduos em processo de formação nos pro-
cessos educativos não representa, no entanto, uma desconsideração
das suas características particulares, tendo em vista que estas devem
ser colocadas no centro da busca pelo estabelecimento de metodolo-
gias especiais que permitam que o professor alcance os seus alunos
e promova o seu aprendizado da maneira adequada. Do contrário, um
dos princípios fundamentais da educação especial se dá por meio da
individualização do aluno, buscando entender quais dos seus aspectos
individuais representam a necessidade por esse tipo de modalidade de
ensino e, com isso, permitir o seu atendimento pessoal por parte dos
profissionais responsáveis por garantir a manutenção da sua educação
e busca pelo saber no ambiente de ensino escolar.
Tomando conhecimento disso, se faz possível perceber que
a educação especial se dá por meio da individualização do aluno com
necessidades específicas, levando em consideração como as suas ca-
racterísticas particulares interferem no seu processo de aprendizagem
e, dessa forma, promovendo atividades e espaços educativos que aten-
dam às suas demandas individuais. Por consequência disso, compre-
ende-se que há o mantimento da particularização desses sujeitos em
processo de formação, na medida em que os profissionais da educação
especial buscam atender, individualmente, às suas necessidades espe-
33
cíficas. É por esse motivo, portanto, que surge também a demanda pela
educação inclusiva no ambiente escolar, levando em consideração que
o seu conceito se difere da modalidade anteriormente abordada.

O CONCEITO DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA E OS SEUS ASPECTOS


PARTICULARES

Como evidenciado anteriormente, a educação especial é um


importante aspecto do cotidiano das instituições de ensino regular, ten-
do em vista que promove o atendimento das dificuldades apresentadas
pelos alunos com necessidades especiais. Por outro lado, a educação
inclusiva se diferencia desta, tendo em vista que se dá em termos mais
gerais, buscando considerar a diversidade presente na comunidade de
uma instituição de ensino para promover métodos e adaptações físicas
que permitam a plena inclusão de todos os sujeitos no processo de ensi-
no-aprendizagem e a sua própria frequência nesse local de forma efetiva
através da manutenção da sua acessibilidade e alcance dos educandos
que possuem ou não necessidades especiais de forma justa e igualitária.
EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS

Levando em consideração as diferenças entre a educação


especial e a educação inclusiva, é possível analisar que a sua prin-
cipal distinção acontece na forma e no ambiente no qual estes se
dão. Compreende-se, assim, que a educação especial, por buscar
a aplicação de um atendimento mais particular que busca atender
às dificuldades específicas de cada educando, costuma acontecer
de forma individual ou em grupos pequenos. Em paralelo a isso, a
educação inclusiva busca inserir os educandos com necessidades
especiais em um ambiente regular, juntamente com alunos que não
apresentam as mesmas demandas e, por esse motivo, busca inte-
grar métodos e ferramentas de ensino que permitam o alcance de
todos os educandos de uma mesma turma de forma geral e coletiva.

É possível observar, em vista disso, que o ensino inclusivo se ca-


racteriza por ser uma modalidade educativa de grande relevância para os
contextos contemporâneos, tendo em vista que envolve o reconhecimento
e aceitação das diferenças que se fazem presentes em uma mesma co-
munidade escolar, buscando a integração de políticas que beneficiem a
34
plena e efetiva participação de todos os sujeitos nas atividades escolares,
colocando em prática o conceito constitucional de que todos os cidadãos
brasileiros têm direito pleno à educação, segurança e saúde (BRASIL,
1888). Com base nisso, é possível perceber, também, como a educação
inclusiva se torna essencial na manutenção da escola como um espaço de
aceitação das diferenças e minimização das dificuldades advindas destas.
Isso não necessariamente indica, no entanto, que medidas
pedagógicas específicas para os sujeitos com necessidades especiais
são desconsideradas nesse tipo de modalidade de ensino. Em verdade,
para que a educação inclusiva se faça eficiente e devidamente eficaz
no ambiente de uma instituição escolar, é necessário que esta acon-
teça por meio da aplicação de atividades educativas que permitam a
integração e utilização de medidas que busquem reduzir as diferenças
advindas pelas necessidades especiais, gerando a diminuição das bar-
reiras que estas podem criar entre o sujeito em processo de formação e
busca pelo saber e o seu próprio aprendizado. Para isso, é necessário
analisar os diferentes agentes que se fazem presentes nos processos
de educação inclusiva e o papel de cada um destes.

Figura 5 – Os diferentes agentes que contribuem para a aplicação da educa-


ção inclusiva na escola.

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS

Fonte: (Elaborado pelo autor, 2023).

Compreende-se, assim, que a presença e ativa atuação da


gestão escolar é de suma importância para possibilitar a plena aplica-
ção da educação inclusiva na rotina da escola, tendo em vista que é
35
este setor da comunidade escolar que se faz responsável por definir as-
pectos como os currículos escolares, o corpo de profissionais que com-
põe a instituição e o diálogo entre estes, pais responsáveis e alunos,
oferecendo o espaço e as ferramentas necessárias para a efetivação
das atividades educacionais que se dão na instituição de ensino. Ape-
sar disso, a equipe gestora não atua de maneira exclusiva e individual,
considerando que os próprios professores também devem estabelecer
metodologias que permitam o alcance dos alunos com necessidades
especiais e o beneficiamento do seu aprendizado durante o ano escolar.
Por outro lado, os demais membros da comunidade de uma es-
cola também são relevantes para o estabelecimento de medidas de in-
tegração da educação exclusiva no ambiente de ensino, tendo em vista
que sujeitos como os pais, os representantes dos alunos e os demais
profissionais que exercem suas atividades de trabalho na instituição tam-
bém se fazem ativamente presente nas dinâmicas que acontecem nes-
se ambiente. Tais sujeitos devem se inserir, inclusive, no processo de
construção do projeto político-pedagógico (PPP) da instituição de ensino
e, dessa maneira, contribuir para as ações escolares que permitem a
inclusão de todos os educandos ao levar em conta as suas diferenças
particulares. Com base nisso, se faz possível que todos esses indivíduos
revisem as estratégias pedagógicas em prática na escola, visando avaliar
EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS

a sua assertividade e qualidade de ensino para todos os alunos.


Além disso, para que a educação inclusiva seja de fato possibi-
litada no ambiente escolar, esta depende, também, de políticas públicas
que permitem a sua aplicação de maneira efetiva e qualitativa, algo que
será estudado futuramente com mais detalhes nessa mesma unidade.
Em relação a isso, uma pesquisa publicada pelo Instituto Alana (2019)
evidencia que as instituições de ensino brasileiras se fazem favoráveis
para a aplicação desse tipo de modalidade educacional nas instituições
de ensino e, dessa maneira, 86% dos brasileiros concordam que o ensi-
no inclusivo é benéfico para a manutenção das escolas, seus métodos
de ensino e o aprendizado dos alunos, permitindo a participação dos
educandos com necessidades especiais nos procedimentos que defi-
nem o ensino-aprendizagem nesse espaço.
Tomando como base isso, para se entender de fato como acon-
tece a aplicação do ensino inclusivo na rotina de uma instituição esco-
lar, é necessário compreender o que define esse tipo de modalidade e,
assim, analisar como os educadores, responsáveis, alunos e demais
profissionais da escola podem trabalhar em conjunto para promover um
ambiente educacional com qualidade e acessibilidade para todos. Antes
de mais nada, se faz importante definir, devidamente, como a inclusão
pode acontecer no ambiente escolar, levando em consideração que as
36
etapas da educação especial, estudada no capítulo anterior, envolvem a
ação de integração dos alunos com necessidades especiais no processo
de ensino-aprendizagem, enquanto a educação inclusiva vai além disso.

IDENTIFICANDO A INTEGRAÇÃO E A INCLUSÃO NOS CONTEX-


TOS ESCOLARES

Inicialmente, para compreender de fato como pode acontecer o


processo de inclusão das diferentes características presentes em uma
comunidade escolar, que se mostra diversificada nos contextos cultu-
rais, econômicos, físicos e socioemocionais dos sujeitos que compõem
o seu corpo, é necessário entender como a inclusão se difere do concei-
to de integração. Para tanto, é preciso considerar que, apesar de pos-
suírem suas semelhanças e estarem comumente associados um com o
outro, ambos os conceitos possuem caráteres distintos consideráveis,
que não podem ser ignorados durante o estudo e percepção da educa-
ção inclusiva dentro das escolas.

Figura 6 – Os conceitos de integração e inclusão como termos que se diferem


em significado.

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS


Fonte: (Elaborado pelo autor, 2023).

Em razão disso, se faz possível analisar que a integração foi,


por muito tempo, o padrão que definiu a compreensão dos alunos com
necessidades especiais como indivíduos presentes na instituição de en-
sino e a forma como a gestão e os profissionais educadores lidavam com
estes durante os processos de ensino e aprendizagem. Integrar implica-
va, nesse sentido, a consideração de um padrão e conceitos previamente
definidos, a partir dos quais eram traçadas as exceções nas quais os
sujeitos com necessidades especiais deveriam se fazer inseridos. Sendo
assim, no meio escolar, a integração permite, sobretudo, uma normali-
zação que não necessariamente inclui as diferenças em seus métodos.
Tal conceito se difere do aspecto central da educação inclusiva,
tendo em vista que a inclusão implica o pleno reconhecimento das dife-
37
renças como um aspecto inerente das dinâmicas sociais e, por extensão,
escolares. É por esse motivo, portanto, que a educação inclusiva não pro-
move a separação dos alunos com necessidades especiais dos demais,
particularizando-os em ambientes distintos. Do contrário, busca incluir to-
dos esses sujeitos em um mesmo ambiente, promovendo técnicas, estra-
tégias e instrumentos de ensino que permitam o aprendizado e a obtenção
de novos conhecimentos e competências por parte de todos esses indiví-
duos e, com isso, favorecendo o seu processo de formação escolar.

Para compreender melhor a diferença entre os conceitos


de inclusão e integração, assista ao vídeo publicado pelo canal
PROAZUL no ano de 2017, “INCLUSÃO X INTEGRAÇÃO”. Neste, é
possível compreender como tais termos se associam à implemen-
tação de medidas que beneficiam a participação de indivíduos com
necessidades especiais na sociedade.
PROAZUL. INCLUSÃO X INTEGRAÇÃO. 2017. Disponível
em: https://youtu.be/c5dVQQQFAEo. Acesso em: 20 de abr. de 2023.
EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS

Tomando como base isso, é possível reafirmar a importância


da aplicação da educação inclusiva nos ambientes escolares, tendo
em vista que é esta que permite a devida inserção dos indivíduos com
necessidades especiais nos contextos que compõem a sua rotina edu-
cacional nessa etapa de suas vidas. Com isso, é possível que a es-
cola efetive o seu papel de preparação desses sujeitos para o dia a
dia na vida em sociedade, considerando que estes precisam se fazer
presentes em ambientes e situações nos quais interagem diretamente
com outros indivíduos que, por sua vez, apresentam as suas próprias
características particulares e, sendo assim, demandam a compreensão
acerca da convivência interpessoal, independentemente dos aspectos
que os particularizam como sujeitos individuais.

OS PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA E SUA FUNDAMENTA-


ÇÃO LEGISLATIVA

Tendo compreendido o conceito de inclusão, bem como as ca-


racterísticas particulares que diferenciam a educação inclusiva da edu-
cação especial, é necessário entender como esse tipo de modalidade
38
educativa pode ser devidamente fundamentada e, com isso, integrada na
rotina diária de uma instituição de ensino. Para isso, é preciso considerar
quais são os princípios que definem a educação inclusiva, compreenden-
do os seus principais objetivos e a forma na qual essa modalidade de en-
sino pode promover um ambiente escolar adequado para a convivência
cotidiana dos alunos em processo de formação. Nesse sentido, também
é importante compreender como esse tipo de educação é previsto na le-
gislação brasileira, considerando as características escolares nacionais.

Figura 7 – As particularidades da educação inclusiva a serem consideradas


durante o seu efetivo entendimento.

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS


Fonte: (Elaborado pelo autor, 2023).

Pensando nisso, é possível entender que a educação inclusi-


va depende da aplicação de alguns princípios básicos que devem ser
considerados por parte dos educadores e profissionais responsáveis
pela inserção dessa modalidade de ensino na rotina de uma instituição
escolar. Compreender cada um desses princípios e os seus significa-
dos e importância particulares se faz, assim, essencial para o pleno
entendimento da educação inclusiva como um aspecto relevante para o
cotidiano de uma escola e, ainda, para a seleção dos métodos neces-
sários para a sua efetivação no dia a dia dos alunos, promovendo opor-
tunidades que aproximem os sujeitos com necessidades especiais do
ambiente de aprendizagem, o objeto de estudo e os demais educandos.
Tomando como base tal conhecimento, pode-se organizar o
39
alcance da educação inclusiva tomando como ponto de partida cin-
co princípios fundamentais. Estes, por sua vez, permitem que tanto a
equipe gestora da escola, como os professores que, em ação conjunta,
promovem a integração da inclusão na rotina da instituição de ensino
consigam, de fato, garantir que os alunos que dependem desse tipo
de modalidade educacional participem ativamente das atividades e di-
nâmicas que se dão na sala de aula e, com isso, buscam assegurar o
seu desenvolvimento pleno e formação escolar de qualidade. Vejamos,
portanto, quais são cada um desses princípios:
- Todo indivíduo tem direito à educação: Como já previsto na
própria Constituição do Brasil, todos os cidadãos brasileiros possuem o
direito ao acesso à educação (BRASIL, 1988). Sendo assim, a proposta
da educação inclusiva parte, precisamente, dessa noção, tomando como
um de seus princípios primordiais a ideia de que os sujeitos com neces-
sidades especiais devem exercer tal direito e, por esse motivo, precisam
ser considerados durante o processo de planejamento e escolha dos mé-
todos e ferramentas utilizados no desenvolvimento das aulas;
- Todos os indivíduos podem aprender: Uma outra caracterís-
tica que se faz fortemente presente nas noções de uma educação in-
clusiva é, também, a ideia de que todo e qualquer sujeito é capaz de
aprender. Dessa maneira, compreende-se que, apesar das dificuldades
EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS

particulares que podem ser expressas por diversas características que


definem uma determinada pessoa, é necessário que o profissional da
educação leve em consideração que esta possui a capacidade de atin-
gir o aprendizado e, por esse motivo, o seu contato com o saber deve
ser devidamente propiciado nos contextos escolares;
- Cada indivíduo aprende de forma diferente: Um outro aspecto
que não pode ser ignorado durante o estabelecimento de medidas que
favoreçam a inclusão de todos os sujeitos em processo de formação es-
colar é a compreensão de que as formas de aprendizagem não são uni-
versais para todos. Isso significa dizer, portanto, que os alunos, em suas
diferenças, responderão de maneira distinta aos métodos utilizados pelo
professor, mesmo aqueles que não possuam necessidades especiais, e,
por esse motivo, é necessário que esse profissional considere alternati-
vas que atendam às demandas específicas dos seus educandos;
- O convívio interpessoal é benéfico para todos os indivíduos:
Outro princípio importante da educação inclusiva é a compreensão de
que a convivência entre diferentes sujeitos beneficia o seu desenvol-
vimento. Sendo assim, conviver com sujeitos que possuem caracte-
rísticas particulares pode ser essencial para que os alunos entendam,
desde cedo, que o mundo e as dinâmicas humanas são marcados pela
pluralidade. Isso facilita, ainda, a obtenção de habilidades sociais que
40
permitirão a devida inserção desses alunos na vida em sociedade, pre-
zando pelo respeito interpessoal mútuo e pela aceitação das diferenças;
- A educação inclusiva diz respeito a todos: Finalmente, uma
específica condição do ensino que busca prezar a manutenção da inclu-
são no espaço escolar, é o princípio de que a educação inclusiva atinge
todos os sujeitos presentes no ambiente educacional de uma escola.
Desse modo, é correto assumir que é de responsabilidade de todos
esses indivíduos garantir que esse tipo de modalidade de ensino se
faça efetivado na instituição de ensino, na mesma medida em que estes
também são beneficiados pela sua plena integração na rotina escolar e,
por esse motivo, garantir que a inclusão se faça presente na rotina da
escola é um meio de assegurar a sua própria participação positiva no
cotidiano educacional dessa instituição.
Em vista disso, é possível compreender quais são os principais
aspectos e medidas a serem consideradas por parte dos profissionais
da área da educação, de modo a promover um ensino inclusivo de qua-
lidade e permitir a sua plena efetivação no ambiente escolar. Nesse
sentido, enxerga-se que a função principal desse tipo de modalidade
educacional é promover a inserção dos sujeitos com necessidades es-
peciais na rotina da instituição de ensino de maneira regular, evitando
particulariza-los em situações específicas que, do contrário, aumenta as

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS


distinções entre estes e os demais educandos da rede de ensino básico
no território brasileiro em suas respectivas etapas, importantes para o
seu pleno desenvolvimento como cidadãos.
Entende-se, com isso, que a educação inclusiva deve ser propi-
ciada como uma medida pedagógica que busca a aplicação de métodos
e ferramentas de ensino, bem como de apoio para os sujeitos em proces-
so de aprendizagem, de modo a permitir que todos participem das dinâ-
micas e atividades que definem o ambiente escolar, independentemente
das suas características particulares e as necessidades específicas que
podem advir destas. Associado a isso, ações de acessibilidade ao próprio
espaço físico da instituição de ensino também são indispensáveis para a
manutenção de uma escola que preza pela inclusão e permite a participa-
ção ativa de todos os membros da sua comunidade estudantil.
É imprescindível, portanto, que os profissionais atuantes na
instituição escolar, seja na posição de membro da equipe gestora, de
professor em sala de aula ou em outras funções que asseguram o fun-
cionamento da escola, devem atuar em conjunto visando a melhoria
dos processos de ensino-aprendizagem para todos e, desse modo, per-
mitindo a aplicação dos métodos inclusivos que efetivam esse modelo
de educação no ambiente escolar. Além disso, também se mostra de
responsabilidade dos órgãos e atuantes políticos públicos a assegura-
41
ção de medidas políticas que permitam a atuação da escola de forma
inclusiva e, sendo assim, oferece aos estudantes com necessidades
especiais um espaço aberto a atender às suas respectivas demandas.
Em momentos posteriores dessa disciplina, iremos ver com
mais detalhes quais são as principais medidas políticas que permitem
a aplicação de uma educação inclusiva nos contextos escolares na-
cionais, visando o beneficiamento da participação de todos os sujeitos
em processo de formação nas tarefas que compõem a sua rotina na
instituição de ensino e promovem o seu desenvolvimento físico, motor,
cognitivo, social e emocional. Além disso, também é importante consi-
derar o Plano Nacional de Educação (PNE), regulamentado pela Lei
13.005/2014, e que informações este oferece para o desempenho da
educação de forma inclusiva nos contextos escolares nacionais.
Entende-se, com isso, que o PNE se caracteriza como um plane-
jamento educacional de nível nacional, que visa estabelecer as principais
medidas a serem tomadas pelas instituições de ensino básico brasileiras
no decorrer de 10 anos. Tendo sido publicado no ano de 2014, tal Plano
ainda se faz vigente e, dessa maneira, estabelece um conjunto de metas
a serem atingidas pela escola por meio do seu trabalho e implementação
de métodos e ferramentas que permitam a efetivação dos objetivos traça-
dos para o processo de ensino no Brasil e o atendimento das necessida-
EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS

des expressas pelos alunos e demais membros da comunidade escolar.


Nesse sentido, o PNE estabelece a seguinte meta em relação à aplicação
do ensino inclusivo na educação básica:

META 4: Universalizar para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos


com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades
ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional
especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de
sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes,
escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados. (BRASIL, 2014).

Em decorrência disso, é possível compreender que a educação


inclusiva se estabelece como uma das metas a serem atingidas pela
educação nacional desde 2014 até os dez anos que sucedem a data
de publicação do PNE. Sendo assim, é importante promover o estabe-
lecimento de medidas que permitam, de fato, a inclusão dos sujeitos
com deficiências, superdotação ou transtornos de aprendizagem nos
processos que definem o ambiente e as dinâmicas escolares, permitin-
do que o seu aprendizado seja devidamente possibilitado. Tal ato só se
faz possível, ainda, quando se considera os princípios do ensino inclu-
sivo, que estabelecem que todos esses indivíduos devem ter acesso à
educação e podem aprender, mesmo que por intermédio de métodos e
42
ferramentas particulares que atendem às suas necessidades.

Figura 8 – Aspectos que permitem a aplicação de uma educação inclusiva de


qualidade na escola.

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS


Fonte: (Elaborado pelo autor, 2023).

É nesse sentido que se nota a importância do trabalho em con-


junto entre os profissionais do ramo da educação e os órgãos gover-
namentais responsáveis pela asseguração de um ambiente escolar de
qualidade e propício para o desenvolvimento de atividades que visem
a manutenção da formação educacional dos indivíduos em idade de
infância e adolescência, considerando as particularidades interpessoais
que podem existir entre esses sujeitos, mesmo que eles sejam perten-
centes a uma mesma faixa etária e, assim, frequentem a mesma eta-
pa do ensino básico. É de responsabilidade do Ministério da Educação
(MEC), por exemplo, a manutenção da Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI), visando o
estabelecimento de informações que contribuam para a inserção da in-
clusão no ambiente educacional escolar.

OS PRINCIPAIS OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Como já evidenciado anteriormente nesse mesmo capítulo,


a educação inclusiva se caracteriza como uma modalidade de ensino
43
que, como o próprio nome sugere, visa a garantia da inclusão de todos
os alunos nos processos que definem o cotidiano escolar, considerando
que estes podem ser dotados de características individuais que deman-
dam métodos e ferramentas de ensino específicos, bem como medi-
das de acessibilidade que garantam a sua inserção no ambiente físico
da instituição de ensino. Tendo entendido o seu conceito geral, se faz
possível compreender, também, quais são os objetivos traçados para a
aplicação do ensino inclusivo na rotina escolar.
Antes de mais nada, observa-se que o conceito de inclusão parte
do princípio de reconhecimento das diversidades presentes na sociedade
e, por extensão, na comunidade de uma determinada escola. Por decor-
rência disso, o ensino inclusivo propõe que as diferenças representadas
por tal diversidade, que podem resultar em necessidades particulares,
sejam devidamente sanadas, visando a redução da disparidade causada
por estas. Incluir implica, portanto, promover oportunidades e possibilida-
des educativas que favoreçam o estabelecimento da igualdade no meio
escolar e, com isso, permitam a participação de todos os educandos,
tendo como ponto de partida a consideração das suas especificidades,
não ignorando-as, mas buscando métodos que reduzam as diferenças.
É por decorrência disso, então, que se faz possível entender a
relevância da educação inclusiva na efetivação de um ensino igualitário e
EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS

acessivo para todos. Para além disso, também é necessário considerar que
o funcionamento da escola vai além da inserção dos alunos no ambiente
físico da instituição, tomando como base a ideia de que a comunidade es-
colar também é formada pela equipe gestora, bem como os professores,
demais profissionais atuantes na escola e, ainda, os pais e responsáveis
pelos educandos em processo de formação. Esses grupos, por sua vez,
também são dotados de diversidades particulares, que também precisam
ser levadas em conta durante o estabelecimento de políticas internas que
asseguram a sua participação efetiva na rotina da escola.

44
QUESTÕES DE CONCURSO
QUESTÃO 01
(PREFEITURA DE VILA VELHA - ES — PROFESSOR - EDUCAÇÃO
ESPECIAL - DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E DEFICIÊNCIA MULTI-
PLAS — IBADE — 2020)
Numerosos documentos nacionais e internacionais fundamentam
o direito universal à educação e, nos casos pertinentes, à educa-
ção inclusiva. A alternativa que NÃO está correta sobre princípios
da educação inclusiva é:
a) Cada criança tem características, interesses, capacidades e necessi-
dades de aprendizagem que lhe são próprias, únicas.
b) A aprendizagem deve ser adaptada às necessidades da criança ao
invés de se tentar adaptar a criança ao método de ensino e/ou teoria da
aprendizagem em questão.
c) Todas as crianças devem aprender juntas, independentemente de
quaisquer dificuldades ou diferenças que elas tenham, sempre que isso
seja possível.
d) As crianças com dificuldades de se adaptar ao método criado pela es-
cola e equipe técnica chegaram a seu limite definitivo de aprendizagem
e isso deve ser respeitado.

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS


e) Os governos devem adotar como lei e como política o princípio da
educação inclusiva, admitindo todas as crianças nas escolas regulares,
sendo isso possível.

QUESTÃO 02
(PREFEITURA DE ANGRA DOS REIS - RJ — INSPETOR DE ALU-
NOS — FGV — 2019)
A trajetória histórica da Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva é marcada pela tensão entre os
conceitos de Educação Inclusiva e Educação Especial.
Assinale a opção que identifica corretamente os dois conceitos:
a) Educação Inclusiva e Especial significam a mesma coisa, pois se
referem à inclusão de pessoas deficientes nas escolas comuns.
b) Educação Inclusiva é o oposto de Especial, já que se refere ao prin-
cípio constitucional da igualdade entre os cidadãos.
c) Educação Inclusiva é mais abrangente que a Especial, pois integra
todos os alunos no processo de aprendizagem.
d) Educação Inclusiva e Especial designam modos pedagógicos de lidar
com os vários recursos de acessibilidade na escola.
e) Educação Inclusiva e Especial se referem à separação entre escola
regular e escola especial.
45
QUESTÃO 03
(PREFEITURA DE LOUVREIRA - SP — PROFESSOR DE ARTES —
AVANÇA SP — 2022)
Leia o trecho a seguir.
O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política,
cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito
de todos os estudantes de estarem juntos, aprendendo e partici-
pando, sem nenhum tipo de discriminação. A educação inclusiva
constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção
de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como va-
lores indissociáveis, e que avança em relação à ideia de equidade
formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção
da exclusão dentro e fora da escola.
Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Edu-
cação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Disponível
em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&-
view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-espe-
cial-na-perspectiva-daeducacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192
Sobre a educação na perspectiva inclusiva, é INCORRETO afirmar que:
a) A educação especial direciona suas ações para o atendimento às
especificidades dos estudantes no processo educacional e, no âmbito
EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS

de uma atuação mais ampla na escola, orienta a organização de redes


de apoio, a formação continuada, a identificação de recursos, serviços
e o desenvolvimento de práticas colaborativas.
b) As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializa-
do diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, sendo
substitutivas à escolarização. Esse atendimento visa a formação dos es-
tudantes com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela.
c) Na modalidade de educação de jovens e adultos e educação pro-
fissional, as ações da educação especial possibilitam a ampliação de
oportunidades de escolarização, formação para ingresso no mundo do
trabalho e efetiva participação social.
d) Na perspectiva da educação inclusiva, a educação especial passa a
integrar a proposta pedagógica da escola regular, promovendo o aten-
dimento aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desen-
volvimento e altas habilidades/superdotação.
e) O atendimento educacional especializado tem como função identifi-
car, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que
eliminem as barreiras para a plena participação dos estudantes, consi-
derando suas necessidades específicas.

46
QUESTÃO 04
(PREFEITURA DE CAMPO NOVO DO PARECIS - MT — AGENTE
EDUCACIONAL INFANTIL — UFMT — 2022)
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996),
no Art. 4º do Título III, Do Direito à Educação e do Dever de Educar,
determina:
“O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado
mediante a garantia de: (...) III - atendimento educacional especiali-
zado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais
do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, trans-
versal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente
na rede regular de ensino”
(Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013.)
A educação inclusiva tem como objetivo garantir o direito de to-
dos à educação. Para desenvolver práticas inclusivas, uma escola
deve partir do pressuposto de que
a) o processo de aprendizagem de cada pessoa é singular.
b) o convívio no ambiente escolar comum traz malefícios aos alunos
com deficiência.
c) as pessoas com deficiência devem ser atendidas preferencialmente
em escolas especiais.

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS


d) a inclusão independe de políticas públicas.

QUESTÃO 05
(PREFEITURA DE ARACATI - CE — PROFESSOR — ACEP — 2018)
Na perspectiva da educação inclusiva, a escola regular constitui-
-se obrigatória a todos os educandos, independente de suas carac-
terísticas físicas, sensoriais e intelectuais. Pode-se afirmar que a
Educação Especial, na perspectiva da educação inclusiva:
a) assume caráter complementar e/ou suplementar à escolarização.
b) assume caráter substitutivo a formação escolar dos educandos com
deficiência.
c) atua no mesmo turno da frequência escolar obrigatória.
d) não é incorporada a proposta pedagógica da escola.

TREINO INÉDITO
A educação inclusiva se caracteriza como uma modalidade de ensino
que, como o próprio nome sugere, visa a garantia da inclusão de todos
os alunos nos processos que definem o cotidiano escolar, considerando
que estes podem ser dotados de características individuais que deman-
dam métodos e ferramentas de ensino específicos, bem como medidas
de acessibilidade que garantam a sua inserção no ambiente físico da
47
instituição de ensino. Em vista disso, é correto afirmar que:
a) A educação inclusiva tem por finalidade exclusiva promover o atendi-
mento individual dos alunos com necessidades especiais.
b) A educação inclusiva tem por finalidade promover a participação dos
alunos com necessidades especiais na rotina da escola regular.
c) Os professores do ensino regular não devem se preocupar em tornar
suas aulas acessíveis para alunos com necessidades especiais.
d) Os alunos com necessidades especiais devem frequentar escolas
especializadas, e não regulares.
e) A educação inclusiva promove a exclusão dos alunos com necessida-
des especiais no cotidiano escolar.

QUESTÃO DISSERTATIVA
É possível compreender que a escola se caracteriza como um espaço
protagonista do cotidiano de sujeitos em fase de crescimento, desde a
sua infância até o período de adolescência, na medida em que estabe-
lece oportunidades para que estes adquiram os conhecimentos, habili-
dades e capacidades necessárias para a sua participação na vida em
sociedade e manutenção da sua autonomia e papel como cidadão ativo.
Com base nisso, comente quais são as características dos alunos que
se caracterizam como necessidades especiais a serem atendidas pela
EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS

educação especial e inclusiva.

NA MÍDIA
Leia ao artigo publicado pelo portal oficial Jota no ano de 2023, “Educa-
ção inclusiva é direito fundamental”, onde se discute como a educação
inclusiva deve ser implementada nas instituições de ensino para promo-
ver o pleno desenvolvimento dos alunos com necessidades especiais
e, com isso, garantir a obtenção de conhecimentos, habilidade e com-
petências que contribuem para a manutenção da sua vida cotidiana e a
convivência interpessoal em sociedade. Dessa maneira, a matéria fun-
damenta-se nas políticas públicas que garantem a aplicação dessa mo-
dalidade de ensino no território brasileiro, analisando como o direito de
todos os cidadãos brasileiros à educação, independentemente de suas
características particulares, se faz previsto na Constituição Federal.
Título: Educação inclusiva é direito fundamental
Data de publicação: 18 abr. 2023
Fonte: https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/educacao-inclusi-
va-e-direito-fundamental-18042023.

NA PRÁTICA
A educação inclusiva se caracteriza como uma modalidade educacional
48
que, apesar de também estar voltada para a inserção de alunos com ne-
cessidades especiais nos contextos de ensino escolares, se diferencia
da educação especial em questões conceituais e metodológicas. Dessa
maneira, é possível compreender que o principal objetivo da educação
inclusiva, como já sugerido pela sua nomenclatura, é a inclusão desses
sujeitos na rotina escolar de maneira plena e definitiva, o que implica
não apenas o seu atendimento individualizado, mas a sua inclusão nas
atividades e dinâmicas que se dão de maneira regular na sala de aula.
Com isso, é possível avaliar a importância desse modelo para a plena
garantia do acesso desses educandos à educação. Visto isso, leia o
artigo de Franco e Gomes (2020) para entender melhor como essa mo-
dalidade de ensino vai além da educação especial.
Título: Educação inclusiva para além da educação especial: Uma revi-
são parcial das produções nacionais
Data de publicação: 2020
Fonte:https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S010384862020000200007.

PARA SABER MAIS


- Vídeo sobre o tema:
Título: Educação Inclusiva: Acolhimento na escola

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS


Data de publicação: 14 jan. 2021
Fonte: https://youtu.be/dFdy_GmFTvQ.

49
EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS

MÉTODOS DE INCLUSÃO E AS POLÍTICAS


PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Anteriormente nessa unidade, foi possível avaliar modalidades


de ensino que se distinguem dos métodos tradicionais comuns, na me-
dida em que buscam voltar a atenção dos educadores para a diversi-
dade que se faz presente nas salas de aula e, por esse motivo, exigem
o desempenho de métodos que busquem sanar as necessidades dos
educandos, levando em consideração as como as suas características
particulares podem influenciar diretamente no seu aprendizado. Nes-
se sentido, compreende-se que a própria sociedade na qual os seres
humanos convivem interpessoalmente é marcada por consideráveis
diferenças que, apesar disso, não devem interferir no direito de cada
cidadão de se inserir e participar, efetivamente, das atividades sociais
do contexto no qual vive.

5050
Figura 9 – As principais características da educação inclusiva com base nos
seus métodos.

Fonte: (Elaborado pelo autor, 2023).

Com base nisso, compreendeu-se, inicialmente nesse módulo,

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS


que dentre as características individuais que podem representar deman-
das específicas de alunos em processo de formação são as necessida-
des especiais. Estas, de acordo com a legislação estudada anteriormente,
correspondem a condições físicas ou cognitivas que exigem um cuidado
particular para assegurar que esses sujeitos obtenham os conhecimentos,
competências e habilidades necessárias para o seu processo de forma-
ção. Assim, inclui-se como sujeitos com necessidades especiais aqueles
com deficiência, distúrbios globais do desenvolvimento ou alta habilidade
de aprendizagem, que se fazem presentes nas comunidades escolares e
devem ser devidamente atendidos por meio dos sujeitos que atuam nesta.
É nesse contexto, portanto, que surge as modalidades de educa-
ção especial e educação inclusiva, na medida em que estas buscam alter-
nativas para o ensino tradicional, comumente marcado pela uniformização
do processo de ensino-aprendizagem que pode resultar, por vezes, na ex-
clusão dos indivíduos que não se adequam ao padrão estabelecido. Desse
modo, compreende-se que esses métodos educacionais correspondem a
formas de promover um ambiente escolar democrático, garantindo que to-
dos os sujeitos que frequentam a educação básica o façam com qualidade
e consigam desempenhar os objetivos que são traçados para cada fase
dessa etapa do seu desenvolvimento como alunos e como cidadãos.

51
Tendo tomado o conhecimento acerca dos conceitos de
educação especial e inclusiva, compreendendo também quais são
as suas principais características e como essas modalidades se
fazem devidamente previstas na legislação brasileira, que assegu-
ra a sua plena aplicação na rotina educacional das instituições de
ensino do país, se faz necessário analisar o papel de cada uma das
partes envolvidas na efetivação dos seus métodos em sala de aula.
Sendo assim, entende-se que o professor possui indispensável re-
levância na efetivação das medidas de ensino que garantem o con-
tato entre os alunos com necessidades especiais e o conhecimen-
to a ser desenvolvido na escola. Pensando nisso, será discutido no
decorrer desse capítulo as principais metodologias pedagógicas
que garantem a inclusão em sala de aula.

Tendo consciência disso, também é possibilitado o entendimen-


to de que a inserção da educação que visa a inclusão dos alunos com
necessidades especiais nos processos que compõem o cotidiano escolar
EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS

depende, ainda, do desenvolvimento, aplicação e manutenção de políticas


públicas que assegurem a sua efetivação da maneira adequada no dia a
dia dos alunos, permitindo à escola os recursos e oportunidades adequa-
dos para cumprir com essa ação. Dessa maneira, também será avaliado
ao longo desse capítulo como essas políticas podem contribuir para a me-
lhoria desse tipo de modalidade educacional no Brasil e a sua importância
para que as instituições de ensino brasileiras se tornem inclusivas.

A ORGANIZAÇÃO DOCENTE NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA E SUAS


COMPETÊNCIAS

Já foi evidenciado, no decorrer desse módulo, a importância


da educação inclusiva para inserir, devidamente, os alunos com neces-
sidades especiais nas dinâmicas que se dão no ambiente escolar. A
efetiva participação destes nas atividades que se dão regularmente no
espaço educacional da instituição de ensino é de grande importância,
portanto, para que esses sujeitos consigam desenvolver as suas habili-
dades físicas, motoras e cognitivas, também tendo vantagens no âmbi-
to das suas capacidades sociais e emocionais, beneficiadas pela ativa
interação com os demais sujeitos que frequentam a escola, o que inclui
52
os professores e, ainda, os demais alunos.

Assegurar a inclusão no ambiente escolar implica, dessa ma-


neira, a garantia não apenas da integração desses sujeitos na rotina
da escola, mas a busca pelo seu pleno desenvolvimento como indiví-
duos em processo de formação e, com isso, como cidadãos capaci-
tados para atuar na vida em sociedade. Sendo assim, é indispensável
que a ação docente se faça competente nesse processo, buscando
a aplicação de metodologias e ferramentas que promovam um am-
biente educacional justo e igualitário, sanando as dificuldades que
podem ser representadas pelas necessidades especiais e, com isso,
permitindo a aplicação de uma educação, de fato, inclusiva.

Percebe-se, dessa forma, que a atuação profissional do edu-


cador é de imprescindível importância para a plena aplicação da educa-
ção inclusiva no ambiente escolar, mas vai além do seu comportamen-
to individual como educador, envolvendo também esforços da própria

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS


instituição de ensino para sanar as necessidades expressas pela sua
comunidade. De acordo com a LDB (BRASIL, 1996), por exemplo os
alunos com necessidades especiais também possuem o direito de ter
um acompanhamento especial durante as aulas, propiciado por um pro-
fessor que exerce o papel do seu apoio. É com esse tipo de ação, as-
sim, que esse indivíduo pode frequentar devidamente as aulas.
Com isso, compreende-se que a frequência de alunos com
esse tipo de condição nas salas de aula regulares se faz cada vez mais
proeminentes nas instituições de ensino brasileiras, tendo em vista que
a aplicação da educação inclusiva permite a sua inserção nesses pro-
cessos de ensino, de modo a promover o cumprimento do seu direito
como cidadão que deve ter acesso à educação. Nesse cenário, Beni-
te et al. (2011) reforça que os alunos devem ter oportunidades de se
desenvolverem social e intelectualmente nas salas de aula de ensino
regular, independentemente da deficiência que tem.

53
Figura 10 – As principais medidas que permitem a inclusão dos alunos com
necessidades especiais na escola.

Fonte: (Elaborado pelo autor, 2023).


EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS

Em relação a isso, por exemplo, um sujeito que possui defici-


ência auditiva e, por esse motivo, utiliza a Língua Brasileira de Sinais
(LIBRAS) para se comunicar, necessita do apoio de um profissional que
tenha conhecimento acerca dessa forma de comunicação e domínio sufi-
ciente para sanar as necessidades do educando, promovendo o necessá-
rio para que este consiga ter o contato com o conhecimento desenvolvido
no decorrer da aula. Para tanto, é preciso que o profissional em questão
também domine os métodos de ensino que favorecem a transmissão
desse conhecimento, promovendo o acompanhamento pedagógico ne-
cessário para assegurar a efetivação do seu processo de educação.
Apesar disso, as medidas de inclusão que permitem a devida
integração da educação inclusiva no ambiente de ensino escolar exigem
mais do que a presença de um intérprete na sala de aula, levando em
consideração que o próprio professor, que atua como intermediador do
conhecimento nesse espaço, também precisa promover medidas que as-
segurem a devida participação dos sujeitos com necessidades especiais
nas aulas. Em razão disso, se enxerga que os professores precisam de
uma capacitação adequada, que valorize a aplicação da educação inclu-
siva, na medida em que é por meio disso que se faz possível, de fato,
incluir esses sujeitos nas atividades que compõem o dia a dia escolar.
A própria LDB, como uma lei que possui a principal finalidade
54
de direcionar os parâmetros para a educação brasileira em sua totalida-
de, estabelece que os sistemas de ensino devem tornar possível o en-
sino-aprendizagem dos alunos com necessidades especiais, garantindo
a presença de professores especializados no atendimento especializado
e, também, profissionais do próprio ensino regular capazes de integrar
esses sujeitos em formação nas salas de aula comuns. Como já descrito
no decorrer desse módulo, no entanto, o cumprimento da educação in-
clusiva vai além da proposta de um atendimento especializado para os
sujeitos com necessidades especiais e a sua integração na sala de aula.
Nesse contexto, é possível observar que, sem os esforços ade-
quados, mesmo que o educando especial se faça presente na sala de
aula, não significa que o processo de inclusão esteja, automaticamente,
efetivado. Isso porque, sem a presença de professores devidamente em
contato com os conhecimentos pedagógicos que asseguram a inclusão
no meio escolar, é esperado que esses sujeitos em formação passem
a ser isolados nesse ambiente, sem participar de fato de processos,
atividades e dinâmicas que permitem o seu desenvolvimento social,
emocional, físico e cognitivo, estando alienado da interação interpesso-
al com o próprio professor e os demais alunos durante a convivência na
escola, algo que prejudica diretamente que os objetivos da educação
inclusiva sejam devidamente atingidos.

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS


Em vista disso, Redonto e Silva (2008) discutem que

De um lado, os professores do ensino regular não possuem preparo míni-


mo para trabalhar com crianças que apresentem deficiências evidentes e,
por outro, grande parte dos professores do ensino especial tem muito pouco
a contribuir com o trabalho pedagógico desenvolvido no ensino regular, na
medida em que têm calcado e construído sua competência nas dificuldades
específicas do alunado que atendem. (RETONDO & SILVA, 2008, p. 28)

Dessa maneira, se faz possível observar que a falta de prepa-


ro adequado por parte do corpo docente da instituição de ensino pode
provocar, mesmo que involuntariamente, o mantimento da exclusão dos
sujeitos com necessidades especiais, indo contra as propostas esta-
belecidas pelos princípios da educação especial, já citados no capítulo
anterior desse módulo. Apesar disso, não é apenas o esforço dos pro-
fessores que ditam, definitivamente, se o processo de inclusão desses
alunos está sendo devidamente efetivado no ambiente de ensino. Para
além disso, a própria equipe da gestão escolar deve buscar oferecer os
recursos e materiais que favoreçam o planejamento de aulas dinâmicas
e acessíveis para todos os sujeitos em processo de formação.
Sendo assim, é de indisputável importância considerar o papel
do docente nos processos que efetivam a aplicação da educação inclu-
55
siva no ambiente escolar. O professor, por si mesmo, deve buscar pro-
gramas de capacitação que se alinhem com a perspectiva de trabalhar
aulas cotidianas que permitam, de fato, a inclusão de todos os alunos
nos procedimentos que definem o ensino-aprendizagem que aconte-
ce na sala de aula. Além disso, deve ter o contato direto e um olhar
atencioso para com os seus alunos, buscando entender quais são as
suas principais dificuldades e que estratégias pedagógicas podem ser
estabelecidas para alcança-los, diminuindo a distância interpessoal dos
alunos ocasionada, sobretudo, pelas suas características particulares.

AS COMPETÊNCIAS DIDÁTICAS QUE PERMITEM A APLICAÇÃO


DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Com base nas discussões estabelecidas no decorrer desse ca-


pítulo, é possível entender que a figura do professor é irrecusável para o
estabelecimento de medidas que permitem a plena inclusão dos alunos
com necessidades especiais na sala de aula. Adicionalmente a isso,
os profissionais que compõem a equipe gestora da instituição de ensi-
no também devem trabalhar na promoção de oportunidades, ferramen-
tas e recursos que contribuem para a ação da educação inclusiva no
EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS

ambiente escolar, fazendo com que a diversidade da sua comunidade


seja devidamente reconhecida e, também, considerada no momento de
desenvolver aspectos fundamentais para o funcionamento da escola,
como o próprio projeto político-pedagógico que o propicia.

Figura 11 – As principais competências pedagógicas que permitem a imple-


mentação da educação inclusiva na escola.

56
Fonte: (Elaborado pelo autor, 2023).

Existe, no Brasil, portanto, uma política solidificada que busca


a integração e inclusão dos alunos com necessidades especiais na roti-
na educacional escolar e, pensando nisso, discutiremos posteriormente
como essas políticas se fazem fundamentadas por meio de diferentes
leis e convenções que permitem o reconhecimento desses indivíduos
como cidadãos brasileiros capazes de atuar na vida em sociedade e,
por isso, detentores do direito de acesso ao processo de aprendizado
propiciado nas instituições de ensino. Baseado em tal política, o papel
do docente pode ser propiciado como uma forma de buscar alternativas
que assegurem a sua aplicação e a participação de todos os alunos nos
processos de ensino-aprendizagem.

Como já evidenciado no decorrer desse capítulo, a inclusão


de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento
ou superdotação se dá por meio de um esforço conjunto dentro da

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS


escola, que depende igualmente da atuação eficaz da equipe gesto-
ra, dos professores e dos demais profissionais que agregam a co-
munidade escolar, visando a plena união entre as políticas de inclu-
são e os métodos de ensino. Para além disso, os educadores que se
fazem presentes em sala de aula também podem desempenhar um
esforço individual maior, buscando ir além daquilo que é estabele-
cido pela sua formação acadêmica e agregar à sua bagagem teórica
com novos conhecimentos relevantes para o ramo.

Percebe-se, com isso, que projetos de formação continuada de


professores são aspectos muito importantes para a rotina de um profis-
sional docente que, em meio às constantes mudanças inerentes no seu
ramo de trabalho, busca se manter devidamente informados e atualizado
acerca das novas tendências teóricas do seu setor de atuação profissional.
Sendo assim, a formação continuada costuma ser oferecida pela própria
gestão escolar na instituição de ensino, de modo a melhorar a carga teóri-
ca dos professores que atuam naquele ambiente. Mas fora isso, o próprio
profissional também pode se engajar em eventos, palestras, convenções
e congressos que discutam a questão da inclusão no ambiente escolar e
os melhores métodos de promove-la, garantindo o cumprimento do direito
dos alunos com necessidades especiais à formação escolar de qualidade.
57
Nesse contexto, é importante que o profissional educador que se
dedica à proposta da inclusão no ambiente escolar busque sempre por
novos conhecimentos que agreguem ao seu valor como o mediador do
conhecimento, presente em sala de aula para direcionar a busca pelo sa-
ber por parte de seus alunos, independentemente das características que
representam dificuldades específicas e, por isso, os particularizam no ce-
nário geral da educação. Uma forma eficaz é, a nível de exemplo, entender
como os alunos com deficiência podem se comunicar de maneira particular
e, com isso, buscar o domínio dessas formas de comunicação, como a
própria Libras, que já se faz presente no currículo de diversos cursos brasi-
leiros, incluindo a Pedagogia e os demais campos de licenciatura.

Figura 12 – Os setores do ensino superior que podem ter formação voltada


para as políticas de educação inclusiva.
EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS

Fonte: (Elaborado pelo autor, 2023).

Por outro lado, o reconhecimento da necessidade de manuten-


ção de uma rede de apoio pode ser essencial na promoção de meto-
dologias de ensino que visem a inclusão das diversidades na rotina de
uma instituição escolar. Em vista disso, é observável que, em diversas
escolas brasileiras, sobretudo no âmbito público, já existem profissio-
nais voltados exclusivamente para o apoio e atendimento individual dos
alunos com necessidades especiais. Trata-se de professores especiali-
zados que compõem, assim, o Atendimento Educacional Especializado
(AEE), que oferecem atividades específicas para esses alunos no con-
58
traturno da sua aula regular e se dão em salas com recursos multifun-
cionais que podem, assim, atender às demandas desses sujeitos.
Apesar disso, como já pode ser observado por meio das discus-
sões estabelecidas no decorrer desse módulo, a implementação de um
atendimento educacional especializado não assegura, necessariamen-
te, que os sujeitos atendidos por este sejam, devidamente, incluídos nos
processos que se dão no ambiente escolar. Isso porque o AEE ainda é
uma medida que particulariza esses indivíduos e, por decorrência disso,
não beneficia, de fato, a interação interpessoal com os demais sujeitos
presentes na sala de aula, além do professor especializado que oferece o
apoio especial para estes no dia a dia educacional nesse contexto.
Tomando conhecimento disso, é preciso considerar, também,
que uma importante porção da rotina escolar é a interação dos alunos
com os seus pares, algo que é proporcionado não apenas durante os
momentos de aula, como também em oportunidades que se dão em
paralelo a estes, como no momento de intervalo onde os indivíduos em
processo de formação adquirem a chance de interagir entre si fora das
dinâmicas pedagógicas que são mediadas pelo professor. Entende-se,
nesse sentido, que tais momentos, comumente associados a períodos
de descontração, também são grandemente relevantes para a rotina da
escola é o desenvolvimento de habilidades que se fazem importantes

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS


para a efetivação do seu processo de formação escolar.

As brincadeiras e interações sociais que se dão entre os edu-


candos fora do momento de aula são, assim, originadoras de estímu-
los que possuem indisputável relevância para o crescimento dos alu-
nos. É por meio destas, portanto, que esses sujeitos em crescimento
estabelecem os primeiros princípios da convivência interpessoal so-
cial, também tendo oportunidades de lidar com atividades que, mes-
mo tendo o objetivo principal de promover a sua diversão, asseguram
a obtenção de habilidades físicas, motoras, emocionais e cognitivas
indispensáveis para a sua formação como cidadãos. O respeito mú-
tuo e a inclusão são, assim, aspectos centrais das brincadeiras, que
permitem a plena participação dos indivíduos nas suas dinâmicas.

Tendo consciência disso, se faz possibilitada a compreensão


de que o cumprimento da inclusão dos alunos com necessidades espe-
ciais na rotina escolar vai além da sua integração na sala de aula, do
59
atendimento especializado e do contato com o conhecimento mediado
pelo professor. Sendo assim, é importante que esses indivíduos tam-
bém tenham oportunidades de manter o contato direto com os seus pa-
res, isto é, os demais alunos da sua classe, tenham estas necessidades
especiais ou não. Isso pode ser incentivado, também, por medidas e
projetos organizados pela gestão escolar e aplicados pelos educadores
em sala que demonstrem, a todos os indivíduos em formação, a impor-
tância estabelecida pelo reconhecimento das diferenças e a inclusão
das diversidades nas dinâmicas escolares.
Com isso, é possível entender que são todas as partes que
correspondem à formação da comunidade escolar e sua ação conjunta
que propiciam a integração de métodos que visam a inclusão dos indiví-
duos com necessidades especiais na rotina da escola. Dessa maneira,
aspectos como o contato direto com formas diversas de comunicação,
como a linguagem de sinais, bem como a aplicação de formas de trans-
mitir o conhecimento de modo a assegurar o entendimento geral da tur-
ma, por meio de medidas pedagógicas como a música, representações
visuais e outras estratégias de ensino podem fazer com que todos os
alunos se façam inclusos no processo de ensino-aprendizagem e, ain-
da, mantenha o direto contato interpessoal com os demais educandos,
o que beneficia diretamente o seu crescimento como aluno e cidadão.
EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS

AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO E A INCLUSÃO NO AM-


BIENTE ESCOLAR

Tendo compreendido o papel de cada uma das diferentes par-


tes que compõem a comunidade escolar na garantia de medidas que
buscam, assim, promover a plena aplicação da educação inclusiva nes-
se ambiente, assegurando a propiciação do desenvolvimento dos alu-
nos com necessidades especiais e sua participação nos processos de
aprendizagem que acontecem no meio educacional da instituição de
ensino, se faz necessário compreender como esse tipo de modalidade
educacional se fundamenta com base nas políticas públicas nacionais.
Desse modo, é preciso voltar a atenção para as leis que, dentro do
território brasileiro, permitem a regulamentação e estabelecem os pa-
râmetros de efetivação da educação inclusiva e especial nas escolas.

60
Figura 13 – As principais medidas legislativas que permitem a aplicação da
educação inclusiva.

Fonte: (Elaborado pelo autor, 2023).

Como já discutido desde o princípio desse módulo, a educação


especial, bem como a educação inclusiva, são modalidades de ensino
que se fazem devidamente previstas na legislação responsável pela or-

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS


ganização do funcionamento educacional nacional. Por esse motivo, a
própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), já citada
no decorrer desse capítulo, prevê a aplicação de medidas de inclusão
que permitem a inserção dos alunos com necessidades especiais nos
processos escolares que definem o seu ensino-aprendizagem. Apesar
disso, existem outras medidas normativas que também são relevantes
para a compreensão da política de inclusão nas escolas vigente no país,
algo que será discutido em seguida com maiores detalhes informacionais.
Além dos documentos normativos que têm por finalidade o di-
recionamento de aspectos que definem a cultura escolar, como o esta-
belecimento dos métodos de ensino utilizados pelos seus professores
e a construção do seu currículo, existe também a Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, publicada
pelo Ministério da Educação (MEC), com o apoio da Secretaria de Edu-
cação Especial (SEE) no ano de 2007. É reconhecido, nesse documen-
to, que existem instituições voltadas diretamente para o atendimento
de pessoas com necessidades especiais, como por exemplo o Instituto
Nacional de Educação dos Surdos (INES), mas que a implementação
da inclusão na rotina escolar exige um esforço, também, das escolas
regulares no atendimento desses sujeitos.
Nessa perspectiva, o documento oficial dessa Política voltada
61
para a discussão das questões educativas que envolvem os indivíduos
com necessidades especiais, evidencia que a educação inclusiva é um
movimento mundial que busca promover o desenvolvimento desses sujei-
tos em diferentes contextos, beneficiando a obtenção de conhecimentos e
habilidades que contribuem para a manutenção da sua vida pessoal e para
a sua participação no cotidiano em sociedade. Por esse motivo, deve ser
papel dos sujeitos presentes no ambiente escolar a consideração das dife-
renças como uma característica inerente da sua comunidade e, com isso, a
promoção da busca pela igualdade. Sendo assim, demonstra-se que

O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural,


social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos
de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discrimi-
nação. A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamen-
tado na concepção de direitos humanos, que conjuga a igualdade e diferença
como valores indissociáveis, e que avança em relação à ideia de equidade
formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da exclusão dentro e
fora da escola. (BRASIL, 2007).

Tal medida também estabelece importantes informações acer-


ca da educação especial, tomando como base o princípio de inclusão
dos alunos especiais nos processos e contextos escolares. Com isso,
EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS

é possível compreender, por meio desta, quais são os objetivos desti-


nados para essas modalidades de ensino dentro da educação básica
brasileira, compreendendo as suas finalidades como um projeto político
que visa a promoção da igualdade no meio educacional. Além disso,
também estabelece as diretrizes da educação especial sob a perspec-
tiva da educação inclusiva, o que contribui para o estabelecimento dos
métodos de ensino que permitem a sua efetivação.

62
Figura 14 – Os objetivos traçados pela Política Nacional de Educação Espe-
cial na Perspectiva da Educação Inclusiva.

Fonte: (Elaborado pelo autor, 2023).

Por meio disso, é possível compreender o que deve ser manti-

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS


do na mente dos profissionais responsáveis pela efetivação da educa-
ção inclusiva no ambiente escolar, tendo em vista que estes precisam
atingir esses objetivos durante a sua aplicação na instituição de ensino.
Além disso, observa-se que o envolvimento da comunidade escolar nas
políticas de inclusão é um dos aspectos principais desse modelo de
ensino, o que inclui os demais alunos e seus familiares, que devem
demonstrar apoio aos educadores ao incluir os sujeitos com necessida-
des especiais nos contextos escolares. Por outro lado, a promoção da
acessibilidade ao espaço físico da escola também é indispensável para
garantir a igualdade nesse ambiente e, assim, a inclusão de todos.
A Política também reforça quem são os indivíduos que se ca-
racterizam como alunos com necessidades especiais e, por isso, pos-
suem o direito de serem atendidos pela educação especial e inclusiva,
conceito que já foi evidenciado nesse módulo e envolve sujeitos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e superdotação.
Adicionalmente a isso, também é enxergado que a aplicação das po-
líticas de inclusão na rotina escolar é algo que deve ser iniciado desde
a educação infantil, acompanhando os alunos em todas as etapas que
compõem a educação básica e permitindo a plena formação dos alunos,
independentemente de estes terem ou não necessidades especiais.
Sendo assim, para que o ingresso dos alunos com necessidades
63
especiais nas instituições de ensino regular seja possibilitado, é necessário
promover ações que permitam a sua participação nas atividades rotineiras
que se dão nesse ambiente. A educação bilíngue, por exemplo, garante
que a Língua Portuguesa e a Libras sejam trabalhadas paralelamente na
sala de aula, o que garante a inclusão de alunos surdos e permite que os
demais alunos da instituição também desenvolvam conhecimentos que se
alinham com as duas formas de comunicação, o que ainda contribui para a
inserção desses nos meios sociais dos demais educandos.
Em adição a isso, é esperado que os conhecimentos que se
associam à implementação da educação inclusiva no ambiente escolar
também sejam desenvolvidos em paralelo aos conteúdos regularmen-
te indicados para cada etapa do ensino básico, como organizado pelo
currículo da instituição que, por sua vez, deve ser construído a partir
dos parâmetros estabelecidos pela Base Nacional Comum Curricular
(BNCC). O processo avaliativo, ainda, deve ser feito de maneira dinâ-
mica e acessível para todos os educandos, considerando que a sua
finalidade principal é apontar se os métodos de ensino propostos pelo
professor se fizeram suficientes para estabelecer o pleno contato entre
os educandos e o conhecimento, também analisando se as competên-
cias estabelecidas para cada conteúdo foram de fato atingidas.
Finalmente, compreende-se que a política que permite a apli-
EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS

cação da educação inclusiva na rotina escolar também é pautada na Lei


Brasileira de Inclusão (Lei Federal 13.146, de 2015), que contribui para
o estabelecimento de métodos que asseguram a participação dos indi-
víduos com necessidades especiais nos contextos sociais cotidianos
nos quais esses se inserem. É por meio dessa lei, portanto, bem como
dos demais documentos regulamentadores já evidenciados no decorrer
desse capítulo, que os profissionais da educação podem pautar as suas
ações que visam a integração e, mais que isso, verdadeira inclusão no
espaço escolar e nos procedimentos de ensino-aprendizagem.

64
QUESTÕES DE CONCURSO
QUESTÃO 01
(PREFEITURA DE ALTA FLORESTA - MT — PROFESSOR - EDUCA-
ÇÃO FÍSICA — FUNRIO — 2019)
Leia as afirmações abaixo acerca da educação inclusiva:
I - A educação inclusiva e desenvolvida enquanto documento ofi-
cial como Educação Especial, servindo de diretrizes a promoção
de uma educação mais justa;
II - Os princípios educacionais de uma escola deverão, pelo menos,
respeitar a possibilidade de adaptação de seus currículos e estru-
tura física para abarcar uma eventual educação inclusiva;
III - O professor deve pensar na educação inclusiva como um ele-
mento central do seu trabalho pedagógico junto à escola;
IV - São decisões elementares e centrais aquelas que abarcam
abordagens inclusivas em detrimento de abordagens pedagógicas
tradicionais.
Estão incorretas a(s) seguinte(s) afirmativas:
a) Somente I.
b) I e II.
c) II e IV.

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d) Somente IV.
e) Somente III.

QUESTÃO 02
(PREFEITURA DE PASSAGEM - PB — PSICÓLOGO — EDUCA — 2020)
A educação é um direito de todos, previsto na Constituição Federal
e o ensino inclusivo trabalha com esse pressuposto. A educação
inclusiva é um processo em que se amplia a participação de todos
os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular, indepen-
dentes da sua condição.
Sobre a Educação Inclusiva, assinale a alternativa INCORRETA:
a) O foco da adaptação curricular é buscar alternativas educacionais
para que o currículo seja um agente modificador do processo educacio-
nal e possa estar mais próximo da realidade do aluno.
b) Essas adaptações têm como objetivo promover o desenvolvimento e
aprendizagem dos alunos que apresentam necessidades educacionais
especiais, e tem como referência a elaboração do projeto pedagógico e
a implantação de práticas inclusivas na rede de ensino.
c) O processo de adaptação baseia-se em atitude favorável da escola
para diversificar e flexibilizar o processo ensino-aprendizagem e poder
atender às diferenças individuais dos alunos.
65
d) Os critérios de adaptação curricular não são os indicadores para pro-
porcionar a aprendizagem do aluno, pois estudantes com necessidades
especiais nunca irão atingir o processo de aprendizagem.
e) As adaptações devem considerar as características individuais dos alu-
nos, as áreas prioritárias, os tipos de apoio mais eficientes, as situações
em que o apoio deve ser disponibilizado, quais profissionais irão participar.

QUESTÃO 03
(PREFEITURA DE DOUTOR PEDRINHO - SC — PROFESSOR —
FURB — 2020)
A educação inclusiva vem adquirindo espaço de debate e desen-
volvimento de políticas e estratégias de inclusão escolar. Sobre a
Política Nacional de Educação Especial, na perspectiva da Educa-
ção Inclusiva, assinale a alternativa correta:
a) Promove o atendimento de estudantes com deficiências e transtor-
nos globais de desenvolvimento em escolas regulares, apenas.
b) Considera e orienta ações e políticas que são restritas ao ambiente
escolar, desconsiderando as contribuições de redes e instituições que
não possuem inter-relações com a educação.
c) Possui a intenção de garantir a acessibilidade urbanística, arquitetô-
nica, de mobiliários, equipamentos, transportes, bem como na comuni-
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cação e informação, apenas.


d) Orienta os sistemas de ensino para promover suporte às necessida-
des educacionais de estudantes regulares.
e) Indica as formas de acesso, participação e a aprendizagem dos estu-
dantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação nas escolas regulares.

QUESTÃO 04
(PREFEITURA DE SANTA HELENA - SC — PROFESSOR - EDUCA-
ÇÃO FÍSICA — AMEOSC — 2021)
Marque a alternativa incorreta, conforme a Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva:
Disponível em: 900-ppootcca-nncionaldde-eeducacao-espee-
ca-naperspctva-daeducaccao &aliás=16690-política-nacional-
-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao -inclusiva-
-05122014&ltemid=30192
a) Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou
pupilos na rede regular de ensino.
b) O gestor escolar ou autoridade competente pode se recusar matri-
cular a pessoas com qualquer tipo de deficiência, sem sofrer punição.
c) Os sistemas de ensino devem organizar as condições de acesso aos
66
espaços, aos recursos pedagógicos e à comunicação que favoreçam a
promoção da aprendizagem e a valorização das diferenças, de forma a
atender as necessidades educacionais de todos os estudantes.
d) Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da
sua formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercí-
cio da docência e conhecimentos específicos da área.

QUESTÃO 05
(PREFEITURA DE MAGALHÃES BARATA - PR — PROFESSOR -
EDUCAÇÃO ESPECIAL — INAZ DO PARÁ — 2019)
Em se tratando de Educação Inclusiva é incorreto afirmar:
Disponível em: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/2021/educa-
cao-inclusiva-o-que-e-e-como-fazer-direito-e-bem-feito
a) O atendimento educacional especializado - AEE tem como função
identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibili-
dade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos,
considerando suas necessidades específicas.
b) A Educação Especial não compreende uma modalidade de Ensino.
c) O público-alvo da Educação Especial, levando em consideração a
perspectiva da Educação Inclusiva, educandos com deficiências (inte-
lectual, física, auditiva, visual e múltipla), transtorno global do desenvol-

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vimento (TGD) e altas habilidades.
d) A Convenção Internacional da Pessoa com Deficiência determina que
pessoas que possuem deficiência ou transtorno têm direito ao acesso à
Educação, o que também contempla o direito de aprender.

TREINO INÉDITO
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Edu-
cação Inclusiva estabelece importantes informações acerca da
educação especial, tomando como base o princípio de inclusão
dos alunos especiais nos processos e contextos escolares. Com
isso, é possível compreender, por meio desta, quais são os objeti-
vos destinados para essas modalidades de ensino dentro da edu-
cação básica brasileira, compreendendo as suas finalidades como
um projeto político que visa a promoção da igualdade no meio edu-
cacional. Qual é um dos objetivos propostos por essa Política?
a) Formação docente para o atendimento especializado.
b) Exclusão da comunidade escolar da educação especial.
c) Encerramento da escolarização dos sujeitos com necessidades es-
peciais.
d) Quebra da transversalidade na educação.
e) Dissociação com as políticas públicas nacionais.
67
QUESTÃO DISSERTATIVA
Tendo tomado o conhecimento acerca dos conceitos de educação es-
pecial e inclusiva, compreendendo também quais são as suas principais
características e como essas modalidades se fazem devidamente pre-
vistas na legislação brasileira, que assegura a sua plena aplicação na
rotina educacional das instituições de ensino do país, se faz necessário
analisar o papel de cada uma das partes envolvidas na efetivação dos
seus métodos em sala de aula. Quais são os agentes que contribuem
para a aplicação da educação inclusiva na escola?

NA MÍDIA
Leia a matéria “Dia Nacional da Educação para Surdos: educação in-
clusiva garante desenvolvimento de adultos e jovens”, publicado pelo
portal oficial do O Liberal, que demonstra como a educação inclusiva
se faz essencial para a inclusão de alunos com necessidades espe-
ciais nas atividades escolares que propiciam, efetivamente, o seu de-
senvolvimento como alunos e cidadãos. Nesta, são expostos dados da
Secretaria de Estado da Educação (Seduc) do Pará que, por sua vez,
evidenciam que 506 estudantes surdos frequentam as escolas do ensi-
no regular da rede estadual e, com isso, se fazem presentes nas salas
de aula, adquirindo os conhecimentos necessários para a sua plena
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formação escolar e o seu crescimento social, emocional e cognitivo.


Título: Dia Nacional da Educação para Surdos: educação inclusiva ga-
rante desenvolvimento de adultos e jovens
Data de publicação: 23 abr. 2023
Fonte: https://www.oliberal.com/para/dia-nacional-da-educacao-para-
-surdos-educacao-inclusiva-garante-desenvolvimento-de-adultos-e-jo-
vens-1.671213.

NA PRÁTICA
A educação inclusiva é formada por um conjunto de medidas que bus-
cam, em união, garantir a plena participação dos alunos com necessi-
dades especiais na rotina das escolas de ensino regular. Sendo assim,
apesar de existirem instituições voltadas exclusivamente para o atendi-
mento desses sujeitos, deve haver também um esforço para promover a
inclusão destes em outros espaços sociais, permitindo a efetivação dos
seus direitos como cidadãos brasileiros. Por esse motivo, enxerga-se a
relevância da modalidade de ensino inclusiva que busca promover as
condições adequadas no espaço físico, cultural e social da escola para
o acesso de todos os seus alunos e demais membros da comunidade
escolar. Pensando nisso, leia o artigo de Barbosa e Bezerra (2021) para
entender mais detalhes acerca desse modelo de ensino.
68
Título: Educação Inclusiva: reflexões sobre a escola e a formação docente
Data de publicação: 2021
Fonte: https://revistas.uece.br/index.php/ensinoemperspectivas/article/
view/5871.

PARA SABER MAIS


- Vídeo sobre o tema:
Título: A Educação Especial na perspectiva da inclusão escolar: A esco-
la comum inclusiva
Data de publicação: 10 dec. 2020
Fonte: https://youtu.be/wgJ2Qwy61N8.

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69
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

TREINO INÉDITO
Gabarito: C
Justificativa: A alternativa está correta, pois de acordo com a LDB os alu-
nos que possuem superdotação, ou alta habilidade de aprendizagem, têm
direito ao atendimento especializado garantido pela educação especial.

QUESTÃO DISSERTATIVA - PADRÃO DE RESPOSTA

A educação especial se organiza com base em três princípios: A ação


de normalizar que implica a propiciação de condições e oportunidades
sociais, de educação e de ensino igualitárias para indivíduos com ne-
cessidades especiais, bem como para os demais sujeitos atuantes na
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vida em sociedade; a ação de integrar o sujeito com necessidades es-


peciais na vida em sociedade; e o ato de individualizar que serve para
promover o reconhecimento das diferenças e particularidades dos sujei-
tos com necessidades especiais.

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CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

TREINO INÉDITO
Gabarito: B
Justificativa: A alternativa está correta, pois alunos com necessidades
especiais possuem, de acordo com a LDB, direito de acesso a institui-
ções de ensino regulares, sendo devidamente atendidos pelas modali-
dades de educação especial e educação inclusiva.

QUESTÃO DISSERTATIVA - PADRÃO DE RESPOSTA

Os alunos que podem ser atendidos pela educação inclusiva são aque-
les que possuem necessidades especiais, isto é, têm deficiência, trans-
tornos globais do desenvolvimento ou superdotação. Nesse sentido,
observa-se que essas necessidades podem ocasionar condições espe-
cíficas que exigem a devida atenção dos educadores que efetivam essa
modalidade de ensino nas escolas, tais como dificuldades de apren-

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dizagem, que podem ou não se associar a uma causa orgânica espe-
cífica, diferentes formas de comunicação, como uso da linguagem de
sinais ou do sistema Braile, e a alta habilidade de aprendizagem.

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CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

TREINO INÉDITO
Gabarito: A
Justificativa: A alternativa está correta, pois dentre os diferentes obje-
tivos a serem atingidos pela Política Nacional de Educação Especial
na Perspectiva da Educação Inclusiva, está a formação de professores
capacitados a promover o atendimento especializado aos alunos com
necessidades especiais nas instituições de ensino regulares.

QUESTÃO DISSERTATIVA - PADRÃO DE RESPOSTA

A aplicação da educação inclusiva no ambiente escolar é devidamente


possibilitada por meio da ação conjunta da equipe gestora, que elabora
os métodos e estabelece os recursos e ferramentas que auxiliam nesse
processo, os professores, que promovem o processo de ensino-aprendi-
zagem na sala de aula, os professores do apoio especial, que efetivam o
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atendimento especializado destinado aos alunos com necessidades es-


peciais, os demais educandos, que permitem a inclusão dos seus pares
na escola dentro e fora das aulas, e os familiares e demais membros da
comunidade escolar, que garantem o pleno funcionamento da escola.

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AGUIAR. T. F. V. Procedimentos didáticos metodológicos utilizados pe-
los professores da APAE no processo de alfabetização dos alunos por-
tadores de deficiência mental moderada. Dissertação de mestrado em
educação. Universidade Federal de Uberlândia, 2001.

BENITE, C. R. M. et al. Formação do professor e docência em Química em


rede social: estudos sobre inclusão escolar e o pensar comunicativo. 2011.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução n. 2, de 11 de


setembro de 2001. Institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Es-
pecial na Educação Básica. Brasília: CNE/CEB, 2001.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Bra-


sília, DF: Presidência da República, 1988.

BRASIL. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Lei nº 13.146,


de 5 de julho de 2015. Brasília, DF: Presidência da República, 2015.

BRASIL. LDB - Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece


as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996.

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BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular.


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Acesso em: 15 de fev. de 2023.

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manca, Brasília, 1994.

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POPULAÇÃO brasileira é favorável à inclusão nas escolas. Instituto Alana. 2019.


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sores de química para a educação especial e inclusiva: uma história de
parcerias. Química Nova na Escola, n. 30, 2008.
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EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO - GRUPO PROMINAS

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