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Os Cuidados Com A Vaca e o Bezerro Antes Do Parto São Extremamente Importantes
Os Cuidados Com A Vaca e o Bezerro Antes Do Parto São Extremamente Importantes
É importante estar atento desde a escolha do touro, passando pelo balanço nutricional, até o
manejo adequado das vacas, principalmente nos 90 dias que antecedem o parto.
O tempo de gestação em bovinos varia de 280 a 300 dias, sendo o maior período observado
em gados mestiços de raças zebuínas. Para a intensificação nos cuidados, é ideal que sejam
formados lotes de vacas em final de gestação, o lote de transição pré-parto, onde se
encontram animais de 90 a 30 dias antes do parto. Dos 30 dias ao parto, transferi-las para um
piquete maternidade permite uma maior observação
Piquete maternidade
O piquete maternidade deve possuir uma boa cobertura vegetal, ser fresco e ventilado (mas
sem corrente de vento), limpo, com boa drenagem e sombreamento. São indicadas sombras
móveis para se evitar acúmulo de barro, fezes e urina, principalmente visando à prevenção de
mastites e metrites. Deve haver pelo menos 4 m² de sombra por animal.
A localização deve facilitar a observação dos sinais do parto, ter acesso à água e alimentação à
vontade. As medidas recomendadas são de 56 m²/animal, com um espaço de cocho de 70
cm/animal.
É ideal que haja uma maternidade para vacas e outra para novilhas, evitando competições e
prejuízos para as mais jovens.
2 a 3 dias antes do parto os tetos se enchem e perdem a rugosidade. Ocorre relaxamento dos
ligamentos e músculos da pelve (flanco) e da cauda.
Mais próximo ao parto, ocorre liberação de muco viscoso pela vagina. A vulva fica edemaciada.
Ocorre produção e liberação de colostro.
Estágio 1 do parto
No início do trabalho de parto, o animal fica agitado e inquieto, se afasta do grupo, fica
tentando cheirar e lamber a vulva, se deita e se levanta diversas vezes, não come.
Estágio 2 do parto
Em geral a posição mais confortável, e menos estressante para parir é a deitada. As vacas
tendem a parir de pé quando o parto é anormal ou quando se sentem ameaçadas, por
exemplo, com presença de cães e urubus.
Estudos mostram que este estresse durante o parto resulta em aumento de até 11% na
mortalidade de bezerros.
Estágio 3 do parto
Momento do nascimento à expulsão dos restos placentários. Pode variar de 30 min até 12
horas após o parto.
Problemas no parto
Analisando fazendas nos EUA, pesquisadores chegaram à conclusão que 2% das mortes de
bezerros no útero estavam associadas ao parto demorado e à falta de assistência, e outros 2%
morreram pelos mesmos motivos na primeira semana de vida.
A maioria das mortes está associada às distocias (partos difíceis). Por isso, sem dúvida, é
preciso que o responsável pela maternidade esteja preparado para monitorar os partos, e caso
seja necessário, intervir até certo ponto.
A intervenção deve ser considerada quando o parto não ocorreu 60 a 90 min após o
aparecimento das membranas fetais em novilhas e, em vacas, de 30 a 60 min após o
aparecimento das membranas fetais.
Em posição normal, o bezerro projeta primeiro as patas dianteiras acompanhadas pela cabeça
(com o focinho voltado para fora) apoiada nas patas. Outras posições podem acontecer e cabe
à experiência do técnico para identificar e intervir.
Toda e qualquer intervenção pode causar injúrias na vaca e no bezerro. Nunca se deve tentar
romper as bolsas. É preciso checar todos os parâmetros vitais para intervenção e, caso seja
preciso, optar por uma cesariana.
Vacas
A utilização de soluções eletrolíticas, chamadas drench, é uma forma se antecipar aos efeitos
provocados pela queda de apetite no período pós-parto, e consequentemente das doenças
metabólicas provocadas pela diferença entre necessidades e consumo (balanço energético
negativo). O fornecimento do drench é também uma forma de repor os nutrientes gastos
durante o parto, principalmente energia.
Observe se o animal irá expulsar em até 12 horas os restos placentários. Caso isso não ocorra,
adote medidas contra os efeitos da retenção de placenta.
Este período, crítico para as vacas, é um momento em que ocorrem diversas alterações
fisiológicas e metabólicas. Qualquer problema aqui pode impactar na produção deste animal
nesta lactação e nas seguintes.
Bezerros
Logo após o parto, o bezerro passa por alterações para que possa se adaptar à vida fora do
útero. Imediatamente, inicia sua homeostasia respiratória, passa a regular o equilíbrio ácido-
básico, a metabolizar carboidratos, gorduras e aminoácidos para produção de energia
corporal. É importante remover todo muco da narina e da boca do bezerro. Se necessário,
estimule a respiração, fazendo cócegas na narina e massagem torácica.
Neste momento, ele ainda não é eficiente na regulação da temperatura corporal. Além de
possuir os pelos curtos, possui uma pequena massa corporal em relação à sua superfície
corporal. Em função destas particularidades, sua temperatura diminui nas primeiras 12h de
vida.
Assim, é recomendado secar o bezerro após o parto. Se as condições forem propícias, com
ingestão de colostro, boa cobertura vegetal no piquete e ambiente favorável, entre 48 a 72h
de vida sua temperatura estará normal.
0 pontos- ausente;
1 ponto – diminuída;
2 pontos – espontânea.
0 pontos – ausente;
1 ponto – reduzidos;
3. Testar a respiração:
0 pontos – imperceptível;
1 ponto – azul;
Em muitas ações, é possível contribuir muito com a sobrevivência do bezerro, como por
exemplo, na cura de umbigo.
O umbigo é como uma porta aberta ao organismo do animal. Veia umbilical, artéria umbilical e
úraco estão diretamente em contato com o ambiente e serão via de transporte direta de
microorganismos para circulação animal e podem promover infecções em diferentes sistemas.
Para uma proteção adequada, a cura de umbigo deve ser feita da seguinte forma:
O ideal é não cortar. Fazê-lo somente nos casos em que o umbigo estiver muito grande e
arrastando no chão
Mergulhar o coto umbilical em uma solução de iodo de concentração entre 7% a 10% durante
10 segundos. Repetir por pelo menos 3 dias.
Fornecer colostro para o bezerro nas 6 primeiras horas de vida é de extrema importância. Após
este período, a taxa de absorção diminui muito. Toda a proteção do bezerro durante as
primeiras duas semanas de vida será promovida pelos anticorpos absorvidos do colostro.
Como o contato com os agentes patogênicos muitas vezes acontece antes mesmo do contato
com o colostro, é essencial garantir uma boa colostragem.
Observar se o animal conseguiu mamar o colostro é muito importante, mas sem dúvida a
forma mais fácil de garantir que o bezerro foi bem colostrado, em termos de quantidade
ingerida e qualidade do colostro, é oferecer via mamadeira ou através de sonda esofágica.
Para utilizar a sonda, o conhecimento para tal é primordial.
Todo investimento em cuidados com a vaca e a cria antes do parto, no momento do parto e
após irá refletir na produção das vacas e na sobrevivência dos bezerros.