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Livro Ritos Mitos e Símbolos
Livro Ritos Mitos e Símbolos
SÍMBOLOS NAS
MANIFESTAÇÕES
RELIGIOSAS
FICHA CATALOGRÁFICA
208 p.
“Graduação - EaD”.
1. Ritos 2. Mitos 3. Símbolos 4. Religião 5. EaD. I. Título.
CDD - 392.5
Impresso por:
150489
RECURSOS DE IMERSÃO
ZOOM NO CONHECIMENTO
P L AY N O CO NH E C I M E NTO
Professores especialistas e
INDICAÇÃO DE FIL ME
convidados, ampliando as
discussões sobre os temas por
Uma dose extra de
meio de fantásticos podcasts.
conhecimento é sempre
bem-vinda. Aqui você
terá indicações de filmes
E U I ND I CO
que se conectam com o
Utilizado para agregar um tema do conteúdo.
conteúdo externo.
INDICAÇÃO DE L IVRO
E M FO CO
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SUMÁRIO
7 UNIDADE 1
79 UNIDADE 2
145 UNIDADE 3
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UNIDADE 1
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
MINHAS METAS
Conhecer os principais textos que tratam dos ritos nas religiosidades e culturas
semitas e orientais.
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UN I AS S ELV I
VAMOS RECORDAR?
A fim de continuar pensando sobre a dificuldade de
entendermos diferentes pontos de vista, convido você a ouvir
a Dra. Ana Beatriz Barbosa falando sobre Intolerância Religiosa.
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T E MA D E APRE N D IZAGEM 1
ZO O M N O CO NHEC I M ENTO
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UN I AS S ELV I
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UN I AS S ELV I
“
Poder-se-ia dizer que a história das religiões – desde as mais primi-
tivas às mais elaboradas – é constituída por um número considerá-
vel de hierofanias, pelas manifestações das realidades sagradas. A
partir da mais elementar hierofania – por exemplo, a manifestação
do sagrado num objeto qualquer, urna pedra ou uma árvore – e
até a hierofania suprema, que é, para um cristão, a encarnação de
Deus em Jesus Cristo, não existe solução de continuidade. Encon-
tramo-nos diante do mesmo ato misterioso: a manifestação de algo
de ordem diferente – de uma realidade que não pertence ao nosso
mundo – em objetos que fazem parte integrante do nosso mundo
"natural", "profano" (ELIADE, 1992, p. 13).
Desse modo, Eliade apresenta uma dialética do sagrado e do profano, uma vez
que aponta o fato de um objeto poder revelar o sagrado, o sobrenatural, mas
não deixar de ser, na realidade, um objeto, que é um elemento profano. Assim,
o sagrado sempre se manifesta no plano real, material. Em sua análise sobre o
sagrado e o profano, o autor termina por demonstrar diferentes modalidades do
sagrado, tentando buscar os elementos comuns das religiões. Assim, os conceitos
de sagrado e de profano correspondem a duas modalidades de ser no mundo, a
do Homem religioso e a do Homem moderno profano.
“
Manifestando o sagrado, um objeto qualquer torna-se outra
coisa, e contudo, continua a ser ele mesmo, porque continua a
participar do seu meio cósmico envolvente. Uma pedra sagrada
nem por isso é menos uma pedra; aparentemente (com maior
exatidão: de um ponto de vista profano) nada a distingue de
todas as demais pedras. Para aqueles a cujos olhos uma pedra
se revela sagrada, a sua realidade imediata transmuda-se numa
realidade sobrenatural. Por outros termos, para aqueles que têm
uma experiência religiosa, toda a natureza é suscetível de revelar-
-se como sacralidade cósmica. O Cosmos na sua totalidade pode
tornar-se uma hierofania (ELIADE, 1992, p.13).
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P E N SA N D O J UNTO S
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UN I AS S ELV I
Judaísmo
Descrição da Imagem: a figura apresenta a fotografia da Torá, pergaminho escrito em hebraico enrolado em um
cabo de madeira. O pergaminho está na diagonal, em que, na parte esquerda, está mais baixo, onde tem uma
ponta de madeira. Mais acima, há parte das escrituras enroladas e outra parte aberta.
Uma das religiões semitas que abordaremos é o Judaísmo, que tem como texto
sagrado a Bíblia. Os judeus acreditam que Deus fez uma aliança com seu povo
escolhido, os hebreus. Essa e outras histórias narradas na Bíblia fundamentam
a fé judaica. A Bíblia judaica é formada por 24 livros do Antigo Testamento, os
quais são divididos em três grupos: os cinco livros de Moisés, chamados Torá, os
livros históricos e proféticos, chamados de Neviim, e os outros livros, chamados
de Ketuvim. Essas três palavras formam o nome judaico dado à Bíblia, Tenakh.
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Islã
Descrição da Imagem: a figura apresenta uma fotografia de um exemplar do Alcorão, livro escrito em árabe
com ornamentos coloridos, aberto ao meio. As páginas estão na cor amarela, a escrita, na cor preta, com alguns
detalhes em dourado. Há três marcadores de páginas, um na cor azul, outro, na laranja, e outro, na cor verde, e
suas pontas aparecem abaixo do livro saindo das páginas.
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Cristianismo
Descrição da Imagem: a figura apresenta uma fotografia de um exemplar da Bíblia aberto ao meio. O livro está
na diagonal para o fundo, as páginas estão um pouco amareladas e a escrita se apresenta na cor preta.
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“
Uma nova fase de pesquisa bíblica teve início nos séculos XVIII
e XIX, quando muitos passaram a encarar a Bíblia como um
livro escrito como qualquer outro. Foram apontadas muitas
contradições e inconsistências na Bíblia; por exemplo, suas
duas histórias sobre a criação do homem. Esse foi o princípio da
pesquisa bíblica histórico crítica, a qual, valendo-se de métodos
científicos padronizados, procura obter o maior conhecimen-
to possível sobre a Bíblia. Inclui-se aí o estudo do grego e do
hebraico, as pesquisas sobre caligrafia antiga, fontes literárias
e descobertas arqueológicas, cujo objetivo é revelar o ambien-
te cultural em que as escrituras foram redigidas (GAARDER;
HELLERN; NOTAKER, 2000, p. 244).
Hinduísmo
Descrição da Imagem: a figura apresenta uma fotografia de um livro com capa vermelha, no qual está escrito,
com letras douradas, “Os Sagrados Vedas”. Embaixo do livro, há um pedaço de uma bandeira da Índia e, acima,
um cordão de contas indiano.
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Budismo
Descrição da Imagem: a figura apresenta uma fotografia de um exemplar de Tripitaka, em que percebemos
pequenas placas de madeira amarradas com um pequeno cordão por meio dos buracos no meio das placas, com
escritos em tailandês contendo os ensinamentos de Buda.
Somente após a morte de Buda, seus seguidores passaram a registrar seus ensina-
mentos em textos. O livro chamado Tripitaka contém os ensinamentos de vida
de Buda, com regras para a vida dos monges.
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Taoísmo
Descrição da Imagem: a figura apresenta uma fotografia de livro fechado com o símbolo do Taoísmo, o Tai Chi,
na capa, em cima de uma mesa.
O livro chamado Tao Te Ching contém as bases das crenças do Taoísmo. Os con-
ceitos do Tao e do Te significam, respectivamente, ordem do mundo e força vital.
A autoria do pequeno livro de cerca de 25 páginas é creditada ao filósofo Lao-Tse,
que teria vivido no século VI a.C., mas essa informação não é comprovada.
Judaísmo
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UN I AS S ELV I
Em relação aos ritos de passagem, o Bar Mitzvah marca a passagem para a vida
adulta, aos 12 anos para as meninas e aos 13 anos para os meninos, que devem passar
por um ano de ensinamentos judaicos. O nascimento é marcado pelo rito da circun-
cisão para os meninos. Há ritos que são realizados dentro dos lares, com papel ativo
das mulheres. Um dos mais importantes é o Shabat, rito que rememora a criação do
mundo. Desde o pôr do sol de sexta-feira até o pôr do sol de sábado, todos devem
descansar, assim como Deus fez após criar o mundo. As esposas acendem as velas
na mesa posta, e os esposos abençoam o pão e o vinho.
Os ritos judaicos, também, abarcam regras rígidas em relação aos alimentos per-
mitidos, os Kosher. Muitos animais e seus derivados são proibidos por serem con-
siderados impuros. Como a vida está no sangue, é necessário extrair todo o sangue
dos animais abatidos de maneira específica, feita por um especialista judeu.
IN D ICAÇ ÃO DE SÉR I E
Nada Ortodoxa
Para escapar de um casamento arranjado, uma jovem judia
foge do Brooklyn para Berlim e se junta a um grupo de
músicos. Mas deixar o passado para trás não vai ser fácil.
Refletindo sobre a história: para visualizar alguns
ritos judaicos indico a série, em quatro capítulos, Nada
Ortodoxa. A série foi baseada em uma biografia homônima
da escritora Deborah Feldman, ou seja, é baseada em fatos
reais da vida de uma judia que foge de uma comunidade
ultraortodoxa em Nova York. A protagonista da história vive
em Berlim, na Alemanha, e trabalhou como conselheira da
produção. Aproveite para observar questões históricas,
culturais, religiosas e sociais que aparecem nos episódios,
como a relação dos personagens com o Holocausto e o
papel das mulheres na vida familiar judaica.
Islã
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FÉ
O primeiro é a profissão do credo “Não há outro deus senão Alá, e Maomé é seu
Profeta”, que deve ser repetido várias vezes por dia.
ORAÇÃO
Outro pilar é a oração, que deve ser professada cinco vezes por dia, em direção
à Meca, onde localiza-se o santuário sagrado chamado Caaba. Para isso, é
necessário estar limpo, lavando o corpo ou apenas as mãos e o rosto.
CARIDADE
Há, ainda, a caridade, que determina que todo muçulmano pague uma taxa sobre
sua riqueza.
JEJUM
PEREGRINAÇÃO
Por fim, existe a peregrinação, que estabelece que todos os fiéis devem fazer uma
peregrinação à Meca para visitar a Caaba.
Cristianismo
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Hinduísmo
“
A maioria dos hinduístas devotos têm em casa uma sala ou um
canto especial onde põem estampas e esculturas representando
um ou mais deuses. Na frente das estampas e imagens costuma ha-
ver um pequeno altar para a família celebrar o serviço divino. Em
alguns casos isso ocorre diversas vezes por dia; em outros, uma
vez por semana, geralmente na sexta-feira. O culto pode variar
de casa para casa, mas com frequência compreende o sacrifício,
a oração, a recitação de textos sagrados e a meditação. Antes de
iniciá-lo, é importante estar ritualmente limpo. Quase sempre,
um banho purificador é o primeiro passo. Prepara-se então o sa-
crifício, de acordo com certas regras. Pode-se pôr no altar arroz,
frutas ou flores. Feito isso, o adorador se inclina até o chão, com
as mãos unidas, diante das imagens divinas. É comum repetir o
nome do deus e recitar textos sagrados; porém, também é habitual
a oração espontânea, pessoal. Se foram postos frutos diante das
imagens, estes serão comidos pela família ou oferecidos às visitas
que chegarem (GAARDER; HELLERN; NOTAKER, 2000, p. 52).
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Budismo
IN D ICAÇÃO DE FI LM E
O Pequeno Buda
Um pequeno jovem americano conhece um grupo de monges
tibetanos que asseguram que ele é a reencarnação de um
verdadeiro professor Budista. Sob a incredulidade inicial, pais
e filho partem rumo ao país asiático onde encontram crenças
e formas de vida muito distintas das suas. Este filme é uma
fábula para a criança que existe em cada um de nós e abre
as portas ao Ocidente mostrando a experiência única do
Budismo.
Refletindo sobre a história: para saber mais sobre o
Budismo Tibetano, você pode assistir ao filme O Pequeno
Buda. Aproveite para conhecer, de forma didática, a história
do Buda Sidharta e seus ensinamentos.
Confucionismo
Xintoísmo
NOVOS DESAFIOS
Estudante, como podemos ob-
servar, informar-se sobre as
distintas religiosidades e
suas práticas rituais
contribui, signi-
ficativamente,
para a constru-
ção de uma so-
ciedade diversa,
que respeita di-
ferentes identi-
dades, culturas
e crenças. Desse
modo, torna-se
essencial a inclu-
são deste conteúdo
no cotidiano das insti-
tuições de ensino, a fim de
superarmos preconceitos de
cunho religioso que, infelizmente,
estão muito presentes em nossa sociedade.
A partir do conteúdo estudado, fica perceptível que estudar religião e reli-
giosidades é muito diferente de disseminar narrativas confessionais com o fim
de convencer pessoas sobre determinado ponto de vista. É muito importante
que você tenha isso em mente em sua prática profissional.
Mais do que tentar provar a verdade das narrativas religiosas, o respeito à
diversidade nasce de análises do contexto histórico de desenvolvimento das
diferentes religiões e do estudo de ritos e mitos que compõem as culturas
religiosas, a fim de romper com a falta de informação que gera preconceitos
e atos discriminatórios.
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VAMOS PRATICAR
1. Os ritos são atos simbólicos que se repetem de acordo com os costumes e as tradições
de cada sociedade. Geralmente, quando pensamos em ritos, relacionamo-los com
rituais religiosos, mas cabe esclarecer que existem ritos religiosos e seculares que
permeiam os tecidos sociais.
Reflita sobre os ritos com os quais você já teve contato, seja presencialmente, seja por
meio de alguma mídia. Apresente uma definição de ritos seculares e de ritos religiosos
apontando informações, como local, objetos, sujeitos e propósitos de tais práticas.
Conforme exposto no texto base, Mircea Eliade propõe uma definição do sagrado rela-
cionando-o com o profano. Aponte qual o tipo de relação entre esses conceitos proposta
pelo autor:
a) Aproximação.
b) Oposição.
c) Semelhança.
d) Sinônimo.
e) Complementaridade.
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VAMOS PRATICAR
3. “Poder-se-ia dizer que a história das religiões – desde as mais primitivas às mais ela-
boradas – é constituída por um número considerável de hierofanias, pelas manifes-
tações das realidades sagradas. A partir da mais elementar hierofania – por exemplo,
a manifestação do sagrado num objeto qualquer, urna pedra ou uma árvore – e até a
hierofania suprema, que é, para um cristão, a encarnação de Deus em Jesus Cristo,
não existe solução de continuidade. Encontramo-nos diante do mesmo ato misterio-
so: a manifestação de algo ‘de ordem diferente’ – de uma realidade que não pertence
ao nosso mundo – em objetos que fazem parte integrante do nosso mundo ‘natural’,
‘profano’” (ELIADE, 1992, p. 13).
Fonte: ELIADE, M. O sagrado e o Profano. Tradução de Rogério Fernandes. São Paulo:
Martins Fontes, 1992.
Segundo o autor Mircea Eliade, em sua obra O Sagrado e o Profano: a essência das
religiões, hierofania diz respeito ao conceito de sagrado. Tendo isso em mente, analise
as afirmativas a seguir.
I - Em sua conceituação de sagrado, Eliade utiliza a palavra grega hierofani para abordar
a manifestação do sagrado na realidade vivida.
II - Na definição de hierofani, o sagrado sempre se manifesta no plano material.
III - Assim como hierofani define o sagrado para Eliade, a palavra, também, define o pro-
fano, visto a semelhança entre os conceitos.
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
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VAMOS PRATICAR
4. “Foi depois do retorno da Babilônia que começou a se desenvolver a religião que cos-
tumamos chamar de judaísmo. O núcleo do judaísmo era a vida na sinagoga, local de
culto onde os fiéis se reuniam para orar e ler as escrituras. Esse tipo de serviço religioso
surgira por necessidade durante o exílio babilônico, uma vez que ali os judeus não
tinham um templo onde orar. Ao voltar do exílio, eles continuaram praticando esse ser-
viço nas sinagogas, que foram construídas em diversas cidades. Nestas, uma função
relevante era exercida pelos leigos versados nas escrituras, os quais zelavam por elas, e
buscavam interpretá-las e explicá-las” (GAARDER; HELLERN; NOTAKER, 2000, p. 108).
Fonte: GAARDER, J.; HELLERN, V.; NOTAKER, H. O Livro das Religiões. São Paulo: Com-
panhia das Letras, 2000.
5. “Por muito tempo o islã foi conhecido no Ocidente como ‘maometanismo’, em razão da
forte influência do profeta Maomé sobre o islã. O islã, a mais recente das grandes reli-
giões mundiais, remonta a Maomé, que nasceu em Meca, na Arábia, no final do século
VI, por volta de 570 d.C.” (GAARDER; HELLERN; NOTAKER, 2000, p. 128).
Fonte: GAARDER, J.; HELLERN, V.; NOTAKER, H. O Livro das Religiões. São Paulo: Com-
panhia das Letras, 2000.
a) Alcorão.
b) Tripitaka.
c) Talmud.
d) Livro dos Vedas.
e) Upanishads.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Educação é a base. Brasília: MEC, 2017. Dis-
ponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versao-
final_site.pdf. Acesso em: 10 jun. 2022.
ELIADE, M. O Sagrado e o Profano: a essência das religiões. Tradução de Rogério Fernan-
des. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
GAARDER, J.; HELLERN, V.; NOTAKER, H. O Livro das Religiões. São Paulo: Companhia das
Letras, 2000.
HATZENBERGER, D. F.; WENCZENOVICZ, T. J. A Epistemologia do Ensino Religioso: um estu-
do a partir da BNCC. In: FÓRUM DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO, 17., 2019, Novo Hamburgo.
Anais [...]. Novo Hamburgo: Prefeitura Municipal de Nova Hamburgo, 2019.
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GABARITO
1. Os ritos seculares podem se dar na forma de rituais cívicos, que costumam estar associa-
dos ao culto aos símbolos nacionais, como hinos, bandeiras e personagens históricos. Os
rituais religiosos são atos considerados sagrados nas diversas tradições religiosas. Podem
envolver ações, palavras, danças, músicas, objetos, locais e pessoas e serem, mais ou
menos, presentes e dramáticos, a depender de cada tradição. Tais atos constituem as
cerimônias. A Ciência da Religião estuda o conjunto das cerimônias de cada tradição de-
finindo-o como liturgia ou culto. Tais práticas religiosas, geralmente, ocorrem em espaços
considerados sagrados, como igrejas, mesquitas e templos, nos quais objetos, palavras
e personagens, também, podem ser considerados sagrados. Existem tipos diferentes de
ritos religiosos, dependendo da finalidade e intenção.
2. Opção C. Seguindo uma linha de definição por oposição, ou seja, aquilo que não é, Eliade
afirma que o sagrado é algo contraposto ao profano. Nas experiências religiosas vividas
pelos seres humanos, percebemos, na realidade, qualidades sagradas e profanas, ou seja,
distintas umas das outras.
3. Opção E. Seguindo uma linha de definição por oposição, ou seja, aquilo que não é,
Eliade afirma que o sagrado é algo contraposto ao profano e que a palavra hierofania
define a manifestação do sagrado nas experiências religiosas vividas pelos seres
humanos. Assim, não é correto afirmar que os conceitos de sagrado e de profano
seriam semelhantes para o autor.
4. Opção A. Os judeus acreditam que Deus fez uma aliança com seu povo escolhido, os
hebreus. Essa e outras histórias narradas na Bíblia fundamentam a fé judaica.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
MINHAS METAS
Apresentar os principais textos que tratam dos ritos nas religiosidades e culturas indí-
genas e africanas.
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T E MA D E APRE N D IZAGEM 2
“
As terras ocupadas por indígenas, bem como o seu próprio ritmo
de vida, as formas admitidas de sociabilidade, os mecanismos
de representação política e as suas relações com os não-índios
passam a ser administradas por funcionários estatais; estabele-
ce-se um regime tutelar do que resulta o reconhecimento pelos
próprios sujeitos de uma "indianidade" genérica, condição que
passam a partilhar com outros índios, igualmente objeto da mes-
ma relação tutelar (OLIVEIRA, 2006, p. 114).
Oliveira ainda esclarece que, nos anos 1960, com muitas acusações de genocídio
de índios, corrupção e ineficiência administrativa dos órgãos governamentais,
ocorreu uma reformulação do aparato estatal pelos militares, após o golpe de
1964, incluindo a proposta de um novo órgão indigenista. Sobre a criação da
Fundação Nacional do Índio, ele afirma:
“
No final de 1967, foram extintos o SPI, o CNPI e o então Parque Na-
cional do Xingu, e seus acervos transferidos para a Fundação Nacional
do Índio (FUNAI), criada pela Lei nº 5.371, de 5 de dezembro de
1967. [...] Na prática, o respeito à cultura indígena está subordinado à
necessidade de integração e o estímulo à mudança (aculturação) como
política prevalece. O foco da ação seria o patrimônio indígena, ren-
da manipulada para diversos fins, desde o financiamento de projetos
indigenistas a iniciativas administrativas (OLIVEIRA, 2006, p. 116).
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UN I AS S ELV I
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O uso em 1953 da expressão cultura para designar secundaria-
mente um ministério, Educação e Cultura, e a criação do Ins-
tituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), além de outras
medidas menores, não sugerem nenhuma mutação essencial
a esta persistente ausência de políticas culturais no Brasil. A
Nova República introduz uma nova modalidade de ausência
com suas ambíguas “políticas culturais”. Ela expande o Estado
no registro da cultura, mas, ao mesmo tempo, introduz um me-
canismo que solapa em grande medida uma atuação cultural
mais consistente do Estado. A lei Sarney e as subsequentes leis
de incentivo à cultura, através da isenção fiscal, retiram o poder
de decisão do Estado, ainda que o recurso econômico utilizado
seja majoritariamente público, e colocam a deliberação em mãos
da iniciativa privada. Nesta perversa modalidade de ausência,
o Estado só está presente como fonte de financiamento. A po-
lítica de cultura, naquilo que implica em deliberações, escolhas
e prioridades, é propriedade das empresas e suas gerências de
marketing (RUBIM, 2008, p. 56).
VAMOS RECORDAR?
A fim de continuar refletindo sobre as tensões que marcaram
as relações entre o Estado brasileiro e os grupos indígenas,
convido você a ler o texto de Elizabeth Maria Beserra Coelho
sobre o dilema do diálogo (im)possível.
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UN I AS S ELV I
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A relacionalidade em certo sentido define a ‘totalidade’ como uni-
dade de tudo o que vive. Esta totalidade refere-se às coisas materiais
e conhecidas pelos sentidos, porém vão mais além ao integrar a sua
‘unidade’ mundos que vão mais além do planeta (o mundo de cima)
e mais adentro do mesmo (o mundo de baixo). O mundo médio é o
que caminham os humanos, os animais, as plantas. Este mundo tem
sido o objeto da ciência ocidental e apenas sua versão material. O
pensamento indígena integra os três mundos relacionalmente, tanto
o material como o imaterial, além de dar-lhe propriedades que não
concebem a ciência ocidental: tudo tem vida, tudo está relacionado
e tudo tem espírito. [...] Para a ontologia indígena, a realidade é mais
ampla que a visão ocidental. [...] Finalmente, ainda que a relaciona-
lidade holística dê conta da ‘totalidade’, as relações estão ligadas ao
lugar e a uma compreensão cíclica do tempo. A relacionalidade é
uma concepção global, porém se expressa, se vive e se sente no con-
texto que refere à terra, às plantas, animais e espíritos dos lugares,
por isso que os espaços são sagrados. Entretanto, o tempo refere-se
ao movimento do universo que integra a criação e a destruição, a
ordem e o caos, em uma permanente mudança que, por sua vez, é
estável e é regida por múltiplos ciclos que podem ser apreendidos
e compreendidos. O tempo tem momentos de iniciação e ação, o
ritmo social do tempo é marcado pela interpretação cósmica do
movimento (ARÉVALO ROBLES, 2013, p. 64).
Assim como ocorre com povos nativos americanos, ao olharmos para as histórias
dos Impérios Africanos antes das invasões europeias, um elemento estruturante
de grande parte das populações é a não separação entre natureza, poder, política
e religião. Trata-se de cosmovisões de acordo com o princípio da integração, com
vários elementos da vida se complementando.
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T E MA D E APRE N D IZAGEM 2
PRECONCEITOS RELIGIOSOS
De acordo com Leila Maria Gonçalves Leite Hernandez, em seu livro A África
na Sala de Aula: visita à História Contemporânea, os escritos sobre a África,
em particular, entre as últimas décadas do século XIX e meados do século XX,
contêm equívocos, pré-noções e preconceitos decorrentes, em grande par-
te, das lacunas do conhecimento, quando não do próprio desconhecimento
sobre o continente. Pela ocultação da complexidade e da dinâmica cultural
próprias da África, torna-se possível o apagamento de suas especificidades
em relação aos continentes europeu e americano. O mesmo ocorre em relação
aos povos nativos das Américas, que sofrem com preconceitos decorrentes
de seu “apagamento” da história.
P E N SA N D O J UNTO S
Estudante, quantas vezes você já ouviu falar, ou falou, da África e dos africanos
como se fossem um único país? Mesmo que se trate de um continente com
54 países com diferentes tradições culturais? Reflita sobre os efeitos dessa
homogeneização em relação ao estudo das diferentes culturas africanas. Você
acha que isso afeta o modo como entendemos as práticas religiosas africanas
e afrodescendentes?
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IN D ICAÇ ÃO DE FI LM E
Do Meu Lado
As vidas de duas vizinhas, uma umbandista e uma protes-
tante, começam a se cruzar quando uma infiltração abre um
buraco na parede que divide suas casas.
Refletindo sobre a história: para contribuir com as reflexões
sobre os equívocos e preconceitos que a falta de conheci-
mento e informação pode gerar, indico o filme curta-metr-
agem Do Meu Lado. Repare na mudança de comportamento
que ocorre nas vidas das personagens quando elas passam a
se conhecer melhor.
Descrição da Imagem: a figura apresenta uma fotografia de uma parede antiga, na cor de argila natural, com
relevo de desenhos e escrita hieroglífica do Egito antigo. Trata-se de uma escrita pictográfica, ou seja, junção
de imagens de objetos, pessoas e animais. No centro, da esquerda para a direita, há a representação de uma
figura humana, em pé, voltada para a direita, segurando uma haste, uma figura com corpo humano e cabeça de
um pássaro, em pé, voltada para a direita, segurando uma haste, uma figura humana sentada, voltada para a
direita, segurando um bastão em cada mão, uma mesa com alimentos e uma figura humana, em pé, voltada para
à esquerda, com os braços estendidos em direção à figura sentada.
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Culturas africanas
Culturas indígenas
O estudo das religiões dos povos nativos das Américas, em um período anterior
à chegada de europeus no continente, é dificultado pela falta de fontes para a
compreensão das antigas tradições. Muito do material que poderia ser utilizado
para estudo, como monumentos, obras de arte e registros escritos, foi destruído
ao longo do tempo, tanto pelos “conquistadores” quanto pelos próprios povos
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UN I AS S ELV I
nativos em disputas locais. O mais importante é que a própria população local foi
destruída, impossibilitando uma transmissão da história de geração em geração.
Grande parte dos estudos dos antigos povos da América foram feitos com base em
vestígios arqueológicos e textos escritos após a conquista, em línguas europeias.
Descrição da Imagem: a figura apresenta uma fotografia de uma parede de rocha, na cor natural, com imagens
na parte inferior. Trata-se de representações de animais de quatro patas, na cor marrom escuro, répteis, na cor
amarela, mãos humanas, símbolos circulares e animais de quatro patas, na cor vermelha.
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A P RO F UNDA NDO
Quando falamos em textos para o estudo dos ritos nas religiosidades indígenas,
não podemos deixar de citar as representações rupestres existentes em roche-
dos e paredes de cavernas. É possível identificar representações de animais, como
veados, cavalos e javalis, bem como práticas relacionadas à vida dos povos nativos.
Uma vez que não havia a diferenciação entre os aspectos sagrados e profanos da
vida, ações do dia a dia integravam as práticas religiosas desses grupos.
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IN D ICAÇ ÃO DE LI V RO
A civilização maia
Editora: Zahar
Autor: Paul Gendrop
Sinopse: o autor aborda a história da civilização Maia, que hab-
itou o que, hoje em dia, conhecemos como partes do México,
Guatemala, El Salvador, Honduras e Belise. A leitura da obra
possibilita conhecer mais sobre as práticas religiosas desse
grupo, além de aspectos relevantes da sua história, como a ar-
quitetura, que eternizou templos grandiosos, como a pirâmide
localizada em Tikal, a cidade dos deuses.
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“
Através do artesanato, das danças, dos gestos, dos olhares, da
culinária, do ritmo de tambores, maracás e pés batendo no chão
– ritos que são expressões criativas e eloquentes da cultura indí-
gena – reatualizam-se e rememoram-se mitos que ressignificam
o passado, reforçam a identidade e descortinam a esperança de
um horizonte solidário e inclusivo, sem a lógica da dominação,
da competição e da violência (PESTANA, 2015, p. 96).
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Figura 3 - Maracá
Descrição da Imagem: a figura apresenta uma fotografia de um maracá, instrumento musical feito de cabaça
redonda, na cor marrom. Na porção superior, é decorado com penas de aves, nas cores amarelo, vermelho, verde
e azul. No centro da cabaça, passa uma haste de madeira para ser segurada com as mãos e chacoalhar a cabaça.
As penas são presas à haste com cordões de couro enrolado. Na cabaça, há um símbolo indígena formado por
seis linhas que se cruzam.
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E U IN D ICO
Os rituais de iniciação são muito presentes na maioria das etnias brasileiras, como
no caso dos Yanomami, que marcam o fim da infância por meio da perfuração
do lábio dos garotos e a colocação de um enfeite ostentado com orgulho. Muitas
vezes, os atos sagrados podem gerar dor e incômodos que aumentam, ainda mais,
o simbolismo frente ao sagrado.
“
A espiritualidade do povo Guarani é chamada de ‘Mborayu’. Essa
religiosidade possui uma linguagem, o Aywu (a palavra), que dá
nome às coisas e organiza uma compreensão do espírito das coisas,
porque a realidade pertence a Ñemi’Guaxu (o grande mistério).
A ideia que nós ocidentais temos de religião, como religação com
transcendente, ou ao criador, não se aplica à espiritualidade Gua-
rani, pois os pertencentes a esse povo não marcam espaço e tempo
dividindo-os em categorias de sagrado e profano; para eles, a ma-
neira de ser Guarani ‘Ñande Reko’ contempla todos os aspectos da
vida, sendo que a vivência cotidiana e suas expressões religiosas
formam uma coisa só, e é nisso que se baseia sua espiritualidade.
No entanto, para podermos estudar a religiosidade do povo Gua-
rani, vamos considerar a ideia de religião indígena, sem esquecer
que essa expressão não se aplica totalmente à forma de crer dos
Guarani. Toda religiosidade dos guarani gira em torno do ‘Ñande
Reko’. [...] Os Guarani Ñandewa utilizam a palavra Ywy porá (terra
boa, maravilhosa ou perfeita para se morar), para se referir à terra
sagrada, ou seja, o lugar sagrado da palavra e da poesia, da beleza, da
dança, dos cantos, que é compartilhado quando é bebido o Kaayu
(a erva-mate), com o Poã (ervas que elevam) e é fumado petym. É
o lugar do Mborayu, do espírito-natureza do universo e do espírito
que nos une (BRASIL, 2005, p. 76).
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“
Importa dizer que as religiões da África são tão diversas quanto
as línguas e etnias do continente, já que cada uma delas tem seus
deuses, gênios ou ancestrais cuja adoração, ritos, oração ou sa-
crifício segue uma lógica única. Por isso, segundo Dieng (2007),
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NOVOS DESAFIOS
Estudante, após vermos aspectos importantes do universo ritualístico das religio-
sidades indígenas e africanas, proponho que você reflita sobre os desafios ligados
à inserção deste conteúdo na sua prática de Ensino Religioso. Apresento uma
proposta para trabalhar o tema das narrativas religiosas por meio de manifes-
tações culturais. Aproveite para trabalhar elementos previstos na Base Nacional
Curricular Comum, como “debater a dimensão pública da religião para construir
um ambiente de paz”.
Usando como material de apoio o texto Rap é educação; rap e religião: pro-
postas para o Ensino Religioso você pode explorar o repertório de rap nacional
a fim de analisar elementos religiosos presentes nas letras de rap. Por meio
desse gênero, é possível trabalhar com temas, como mitos e cosmologias, rela-
ções raciais, religião e tradições ancestrais, bem como diálogo inter-religioso.
As músicas do grupo Racionais MC’s são uma fonte valiosa de informações
sobre os hibridismos nas religiosidades afro-brasileiras. Cito, como exemplo,
as canções Gênesis e Capítulo 4, Versículo 3.
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VAMOS PRATICAR
Conforme exposto no texto base, aponte qual é o princípio que guia as cosmovisões de
povos tradicionais, com vários elementos da vida se complementando:
a) Princípio da xamanização.
b) Princípio da socialização.
c) Princípio da separação.
d) Princípio da integração.
e) Princípio da universalização.
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VAMOS PRATICAR
3. “[...] nestas sociedades não existe a dualidade homem/natureza. Tudo está interligado,
por isso tudo interage. O uno é o todo e o todo é uno. Não há escatologia. O tempo dos
ancestrais é o tempo passado e o tempo do agora” (OLIVEIRA, 2003, p. 38).
Fonte: OLIVEIRA, D. E. de. Cosmovisão Africana no Brasil: elementos para uma filoso-
fia afrodescendente. Fortaleza: LCR, 2003.
Segundo o autor Eduardo de Oliveira (2003), em sua obra Cosmovisão Africana no Brasil:
elementos para uma filosofia afrodescendente, os princípios que assetam a cosmovisão
africana são a integração, a diversidade e a ancestralidade. Tendo isso em mente, analise
as afirmativas a seguir.
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
4. “Através do artesanato, das danças, dos gestos, dos olhares, da culinária, do ritmo
de tambores, maracás e pés batendo no chão – ritos que são expressões criativas e
eloquentes da cultura indígena – reatualizam-se e rememoram-se mitos que ressig-
nificam o passado, reforçam a identidade e descortinam a esperança de um horizonte
solidário e inclusivo, sem a lógica da dominação, da competição e da violência” (PES-
TANA, 2015, p. 96).
Fonte: PESTANA, L. S. T. C. Reflexões sobre mitos, ritos e espiritualidade indígenas.
Identidade, São Leopoldo, v. 20, n. 2, p. 95-102, nov. 2015. Disponível em: http://revistas.
est.edu.br/index.php/Identidade/article/view/1524/1283. Acesso em: 23 ago. 2023.
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VAMOS PRATICAR
Indique qual destes objetos é considerado sagrado para diversas etnias indígenas bra-
sileiras:
a) Rosário.
b) Papiro.
c) Conchas de búzios.
d) Maracá.
e) Atabaque.
a) Akan.
b) Xintô.
c) Iorubana.
d) Dogon.
e) Candomblé.
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REFERÊNCIAS
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GABARITO
1. O estudo das diferentes práticas religiosas deve levar à compreensão de que é necessário
conviver com as diferenças, respeitando diferentes culturas e o que cada pessoa considera
ser sagrado, sobretudo, no Brasil, país multiétnico e com grande diversidade religiosa. Um
efetivo passo para superarmos os preconceitos é adquirir informação, necessária para a
construção da tolerância e do respeito.
3. Opção D. Assim como ocorre com povos nativos americanos, ao olharmos para as histó-
rias dos Impérios Africanos antes das invasões europeias, um elemento estruturante de
grande parte das populações é a não separação entre natureza, poder, política e religião.
Trata-se de cosmovisões de acordo com o princípio da integração, com vários elemen-
tos da vida se complementando. Como afirma o doutor em Filosofia Eduardo Oliveira,
professor da Universidade Federal da Bahia, “nestas sociedades não existe a dualidade
homem/natureza. Tudo está interligado, por isso tudo interage. O uno é o todo e o todo
é uno. Não há escatologia. O tempo dos ancestrais é o tempo passado e o tempo do
agora” (OLIVEIRA, 2003, p. 38). Os princípios que assentam a cosmovisão africana são a
integração, a diversidade e a ancestralidade. Em sociedades guiadas por cosmovisões,
baseadas na integração, não há separação entre as esferas sagrada e profana da vida.
Assim, a religião está presente nas ações cotidianas.
4. Opção D. Em muitas etnias, os objetos utilizados nos rituais são considerados sagrados,
como maracá, chocalho feito de cabaça, coco ou ovos de ema. Para que o instrumento
emita som, são colocadas pedras ou sementes em seu interior, agitadas ao balançá-lo.
Acredita-se que o som do instrumento é poderoso, sendo gerador de cura, proteção e
positividade. Assim, a liderança religiosa é quem emana esse poder, por meio do Maracá,
nos rituais.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
MINHAS METAS
Apresentar uma breve introdução sobre as religiões afro-brasileiras e o que são os movi-
mentos espiritualistas.
Conhecer os principais textos que tratam dos ritos nas religiosidades e culturas afro-bra-
sileiras e nos movimentos espiritualistas.
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VAMOS RECORDAR?
A fim de continuar pensando sobre as correspondências en-
tre as tradições religiosas africanas e brasileiras, no passado
e no presente, sugiro que você assista ao documentário in-
titulado Atlântico Negro: na Rota dos Orixás, filme de 1998,
sob a direção de Renato Barbieri.
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T E MA D E APRE N D IZAGEM 3
Afro-brasileiro é um ter-
mo usado para descrever
algo que é brasileiro, mas
derivado de culturas afri-
canas. A história escrava-
gista do Brasil gerou uma
cultura afro-brasileira,
uma vez que a escraviza-
ção de etnias africanas e
sua comercialização, via
Mundo Atlântico, desenvolveram muitos intercâmbios culturais. Por meio do tra-
balho, das relações familiares e da religiosidade, os povos escravizados construíram
novos vínculos culturais, sem deixar de lado suas tradições de origem.
Desse modo, em diferentes regiões do Brasil, desenvolveram-se religiões
afro-brasileiras que adotaram diferentes mitos e ritos derivados de religiões
tradicionais africanas, mescladas com outras cren-
ças. É importante destacar que as religiões afro- religiões afro-
-brasileiras não são todas iguais, como, por vezes, brasileiras não são
afirma-se. Muitas dessas religiões são consideradas todas iguais, como,
por vezes, afirma-se
espiritualistas devido à crença na imortalidade do
espírito ou alma.
Outras doutrinas também são consideradas espiritualistas, como as ordens
esotéricas, como a escola Rosacruciana, e, até mesmo, o catolicismo, o judaísmo,
o islã e o budismo, uma vez que admitem a existência e imortalidade de Deus e da
alma. Entre os distintos movimentos espiritualistas, encontra-se o chamado espiri-
tismo, crença em um mundo dos espíritos e na possibilidade de comunicação entre
os vivos e os mortos, ou seja, espíritos encarnados (na matéria) e desencarnados.
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GNOSIS
ROSA-CRUZ
SUFISMO:
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Religiões afro-brasileiras
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Como não puderam trasladar suas instituições sociais, os afrodescen-
dentes preservaram em sua memória os mitos e os ritos de suas tradi-
ções. Marcada pela cultura oral, a sociedade africana criou centenas
de milhares de mitos para preservar e transmitir seu conhecimento
ancestral. A riqueza mitológica e ritualística africana, sem dúvida, é
um dos principais elementos para se entender o sucesso da recriação
da vida nas várias partes do planeta (OLIVEIRA, 2003, p. 85).
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Movimentos espiritualistas
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149- Em que se torna a alma no instante da morte?
— Volta a ser Espírito, quer dizer, retorna ao mundo dos Espíritos,
que deixou momentaneamente.
150- A alma depois da morte conserva a sua individualidade?
— Sim, não a perde jamais. Que seria ela se não a conservasse?
— Não tendo mais seu corpo material, como a alma constata a sua
individualidade?
— Ela tem ainda um fluido que lhe é próprio, tomado da atmosfera
de seu planeta e que representa a aparência de sua última encarna-
ção: seu perispírito (KARDEC, 2009, p. 77).
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Descrição da Imagem: a figura apresenta uma fotografia, em preto e branco, de um homem de pele branca, calvo e
de bigode, vestido de terno e gravata, sentado em uma cadeira. Ele segura, na mão direita, uma folha de papel. À sua
direita, aparece uma parte de uma mesa coberta com uma toalha, com dois livros fechados em cima. Fim da descrição.
Outros livros considerados espíritas são as obras escritas por meio da psicografia,
prática na qual acredita-se que um espírito controla as mãos de uma pessoa e
comunica uma mensagem. Essa pessoa que recebe a mensagem é chamada de
médium. Atualmente, existem milhares de livros psicografados publicados no
Brasil, e essa literatura possui bastante popularidade no país.
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IN D ICAÇ ÃO DE FI LM E
Kardec
Na França católica do século XIX, o professor Léon Rivail
participa de uma sessão que o leva a fundar o espiritismo e o
coloca na mira das autoridades.
Refletindo sobre a história: para visualizar alguns ritos
kardecistas citados no texto, indico o filme Kardec, baseado
na biografia de Allan Kardec, fundador do espiritismo
francês. Aproveite para aprender sobre o contexto histórico
do período retratado e sobre a maneira como as questões
religiosas são constantemente atravessadas por questões
políticas, sociais e econômicas. No filme, é possível
reconhecer princípios da ciência positiva, da filosofia
secularizada e do materialismo político e racional do período.
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“
Dada a situação absolutamente nova em que se viram os afri-
canos, foi preciso selecionar os ritos e determinados aspectos
mitológicos, uma vez que a fragmentação das famílias extensas
fora uma estratégia utilizada pelos senhores de engenho para
evitar a organização e a resistência negra. Portadores de religiões
diferentes, línguas diferentes, costumes diferentes, os negro-afri-
canos selecionaram, ao longo da história, ritos e mitos que res-
pondiam melhor à situação de servidão e, é claro, inventaram
outros tantos, recriaram antigos ritos ancestrais e, numa síntese
que ainda hoje está se processando, criaram um corpo mitológi-
co e ritualístico que estrutura o território do sagrado das religiões
de matriz africana no Brasil (OLIVEIRA, 2003, p. 86).
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Figura 2 - Caxixi
Descrição da Imagem: a figura apresenta uma fotografia de cinco caxixis, instrumentos musicais feitos de fibras
naturais com sementes, conchas ou pedrinhas, que fazem barulho ao serem chacoalhadas. À esquerda, há dois
caxixis em formato de sino, nas cores verde, roxo e palha natural. À direita, há três caxixis menores, em formato
de sino, em palha natural. Fim da descrição.
Figura 3 - Atabaque
Descrição da Imagem: a figura apresenta uma fotografia de três atabaques, instrumentos de percussão confec-
cionados em madeira e pele animal friccionada, que ressoa ao toque. Ao centro, há um atabaque maior, com dois
menores à direita e à esquerda. Fim da descrição.
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Estas pessoas no trabalho incluíam três percussionistas, o
pai-de-santo (maior hierarquia masculina no terreiro), a mãe
pequena (assistente feminina) e duas fileiras de homens e mu-
lheres vestidos de branco (os médiuns). Acompanhado pelos
percussionistas, o pai-de-santo cantou a música de abertura
do ritual. Todos então ajoelharam quando ele recitou o ‘Pai
Nosso’ e ‘Ave Maria’. O pai-de-santo então disse a todos para
levantarem e começou a cantar várias canções de vários orixás.
Um médium fumigou a área com incenso enquanto os outros
cantavam uma canção para Ogum. Depois de finalizar esta mú-
sica, primeiro o pai-de-santo e depois os outros se jogaram em
frente do altar e bateram no chão com suas frontes enquanto
cantavam outra canção que reconhecia o caboclo (espírito de
um nativo americano). As preliminares acabaram e o cenário
estava pronto para a manifestação dos orixás. Os percussionis-
tas começaram a tocar mais deliberadamente e o pai-de-santo
convocou os caboclos com uma canção. Dentro de minutos o
espírito nativo americano Urubatao, o chefe espiritual do terrei-
ro, se manifestou pelo pai-de-santo. O assistente do pai-de-san-
to deu a ele os apetrechos associados a esse espírito, incluindo
um charuto (que foi fumado pelo espírito manifestado) e um
ornamento de cabeça de couro. Os outros médiuns passaram
por estados dissociativos semelhantes e também fumaram um
charuto. Os presentes foram atendidos pelos espíritos manifes-
tados para receber aconselhamento, conselhos médicos e etc.
(SALAMONE, 2004, p. 20).
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Figura 3 - Oferenda
Descrição da Imagem: a figura apresenta uma fotografia de um pote branco com pipoca e outro com farinha
de milho. Entre eles, há uma vela branca acesa, colar de contas verdes, ao fundo, e dois caracóis e conchas de
búzios, à frente. Fim da descrição.
P E N SA N D O J UNTO S
Estudante, você já parou para pensar a respeito do papel das mulheres nas re-
ligiões? Todos nós já ouvimos falar ou conhecemos mulheres que são pastoras,
bispas, freiras, mães de santo, xamãs ou benzedeiras. Como é a participação
das mulheres na sua religião, ou de seus familiares?
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NOVOS DESAFIOS
Estudante, tendo em mente a importância dada ao estudo nos movimentos espiri-
tualistas originados no século XIX, apresento-lhe a sugestão de trabalhar com o tema
da ética em sua prática de ensino religioso. Estudar a ética que rege determinada
comunidade diz respeito à aquisição de conhecimentos sobre as práticas religiosas,
uma vez que muitas religiões não distinguem essas duas esferas da vida.
Você pode trabalhar, em sala de aula, a dificuldade de estabelecer normativas
éticas em contextos de grande diversidade religiosa e pontos de vista. Um caminho
encontrado pelos romanos antigos, para lidar com essa questão, foi o desenvolvi-
mento de normativas legais para todos os cidadãos.
Seria interessante comparar as normativas éticas presentes em acordos interna-
cionais, como a Declaração dos Direitos Humanos da ONU e as normativas religio-
sas locais, que, muitas vezes, entram em embate com leis mais gerais.
É importante entender que o Brasil é um país marcado por hibridismos culturais
e religiosos, resultado da miscigenação e da pluralidade de influências ao longo de
sua história. Nesse contexto, a religião pode ser vista como uma expressão cultural
e espiritual que contribui para a riqueza e a diversidade do país. Ao reconhecer e
valorizar essa diversidade religiosa, podemos fortalecer os laços sociais e construir
uma sociedade mais inclusiva, respeitosa e solidária.
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VAMOS PRATICAR
Aponte qual das religiões a seguir NÃO pode ser considerada afro-brasileira:
a) Umbanda.
b) Xangô.
c) Batuque.
d) Candomblé.
e) Banto.
3. O kardecismo prega a ética da caridade inspirada nos evangelhos da Bíblia. Jesus Cristo
é visto como o espírito mais evoluído que já encarnou na Terra, desse modo, todos devem
seguir o mandamento ensinado por ele de amor ao próximo por meio de participação em
obras assistenciais junto a comunidades carentes, asilos, orfanatos e hospitais.
I - No Livro dos Espíritos, Allan Kardec registrou perguntas que teriam sido respondidas
por espíritos desencarnados.
II - No Livro dos Médiuns, Allan Kardec explica conceitos científicos do espiritismo.
III - No Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec apresenta os ensinamentos mo-
rais deixados por Jesus Cristo.
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VAMOS PRATICAR
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
A descrição apresentada no texto base refere-se à qual entidade incorporada por médiuns
na umbanda?
a) Ogum.
b) Guias.
c) Exú.
d) Pai de Santo.
e) Mãe pequena.
a) Atabaque.
b) Berimbau.
c) Caxixi.
d) Agogô.
e) Flauta.
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REFERÊNCIAS
GAARDER, J.; HELLERN, V.; NOTAKER, H. O Livro das Religiões. São Paulo: Companhia das
Letras, 2000.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. Araras: IDE, 2009.
OLIVEIRA, D. E. de. Cosmovisão Africana no Brasil: elementos para uma filosofia afrodes-
cendente. Fortaleza: LCR, 2003.
PARANÁ. Ensino religioso: diversidade cultural e religiosa. Curitiba: SEED/PR, 2013. Dispo-
nível em: http://www.ensinoreligioso.seed.pr.gov.br/arquivos/File/livro_er_19_3_2015.pdf.
Acesso em: 24 ago. 2023.
SALAMONE, F. A. (ed.). Encyclopedia of religious rites, rituals, and festivals. New York:
Routledge, 2004.
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GABARITO
1. Afro-brasileiro é um termo usado para descrever algo que é brasileiro, mas derivado de
culturas africanas. A história escravagista do Brasil gerou uma cultura afro-brasileira, uma
vez que a escravização de etnias africanas e sua comercialização, via Mundo Atlântico,
desenvolveram muitos intercâmbios culturais. Assim, em diferentes regiões do Brasil,
desenvolveram-se religiões afro-brasileiras que adotaram diferentes mitos e ritos deri-
vados de religiões tradicionais africanas, mescladas com outras crenças. O candomblé
é uma delas.
3. Opção E. Kardec registrou sua filosofia religiosa em obras, entre as quais se destaca o Livro
dos Espíritos, escrito em 1857. O subtítulo da obra, Filosofia Espiritualista, demarca sua
filiação ao movimento espiritualista. O autor também publicou o Livro dos Médiuns, em
1861, o Evangelho Segundo o Espiritismo, em 1864, bem como o Céu e Inferno (1865)
e A Gênese (1868). No Livro dos Espíritos, há perguntas que teriam sido respondidas
pelos espíritos desencarnados. No Livro dos Médiuns, o autor explica a parte científica
do espiritismo, enquanto, no Evangelho Segundo o Espiritismo, são abordados os ensi-
namentos morais deixados por Jesus Cristo.
4. Opção B. A umbanda também pode ser citada como religião espírita repleta de hibridis-
mos ritualísticos. Acredita-se que os guias, espíritos de indígenas brasileiros e negros
escravizados são incorporados pelos médiuns durante os toques e as danças rituais nos
terreiros. Os guias são cultuados como espíritos de luz que orientam espiritualmente e
curam fisicamente.
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UNIDADE 2
TEMA DE APRENDIZAGEM 4
MINHAS METAS
Estudar os principais textos que tratam dos mitos nas religiosidades e culturas
semitas e orientais.
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VAMOS RECORDAR?
A fim de conhecer mais sobre a importância das diferentes
mitologias, convido você a ouvir uma possível resposta à
pergunta: o que é mitologia? Acompanhe o vídeo a seguir.
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Quadro 1 - A origem dos mitos / Fonte: adaptado de Franco Junior (2010 apud ROSSI; PERONDI, 2020).
Em seu livro Rito, Mito e Símbolo como Fenômenos Religiosos e Sociológicos (2020),
os autores Luiz Alessandre Solano Rossi e Ildo Perondi esclarecem o caráter social
dos mitos e suas funções de organização social no presente e portador de tradições
do passado. Assim, os textos míticos podem ser estudados em relação a três aspectos:
“
1) a expressão ou reflexo da sociedade que, condicionando a elabo-
ração dos temas ou assimilando os mitos, neles se inscreve com as
suas formas próprias; 2) o seu significado ou valor representativo
para os membros da sociedade de cujo patrimônio fazem parte,
ou seja, o conjunto de associações despertadas pelo mito e 3) a sua
função que corresponde ao papel que lhes cabe na perpetuação da
configuração sociológica (ROSSI; PERONDI, 2020, p. 83).
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O estudo dos mitos nas religiosidades passa pelo entendimento da palavra e suas
implicações conceituais. Entre os diversos autores
dedicados ao tema, destaca-se a produção do
estudioso romeno Mircea Eliade. Em seu
livro Mito e Realidade, o autor afirma
ser difícil encontrar uma definição de
mito aceita por todos, especialistas e
público em geral, porque os mitos são
muitos e complexos.
Eliade critica a linha explicativa que
entendeu os mitos como expressões de
“irrupção patológica de instintos” e “infan-
tilidade”. Por muito tempo, os mitos foram
considerados apenas em seus aspectos de
fantasia e ilusão. No entanto, mitólogos,
como Eliade e R. Barthes, reconhecem
seu valor à história humana e as
verdades de seus significantes
profundos. Assim, apresento a
definição proposta por Eliade:
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UN I AS S ELV I
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[...] o mito conta uma história sagrada; ele relata um acontecimen-
to ocorrido no tempo primordial, o tempo fabuloso do ‘princípio’.
Em outros termos, o mito narra como, graças às façanhas dos Entes
Sobrenaturais, uma realidade passou a existir, seja uma realidade
total, o Cosmo, ou apenas um fragmento: uma ilha, uma espécie
vegetal, um comportamento humano, uma instituição. É sempre,
portanto, a narrativa de uma ‘criação’: ele relata de que modo algo
foi produzido e começou a ser. O mito fala apenas do que realmen-
te ocorreu, do que se manifestou plenamente. Os personagens dos
mitos são os Entes Sobrenaturais. Eles são conhecidos sobretudo
pelo que fizeram no tempo prestigioso dos ‘primórdios’. [...] É essa
irrupção do sagrado que realmente fundamenta o mundo e o con-
verte no que é hoje (ELIADE, 2011, p. 11).
A partir do conceito proposto por Eliade, é possível afirmar que os mitos são
narrativas de criação de caráter sagrado e verdadeiro, uma vez que falam do
que, realmente, aconteceu em tempos passados. Por mais que não exista um
conceito de mito que seja consensual, os pesquisadores do tema concordam
com uma tipologia de classificação dos mitos. Na obra Cultura Religiosa: o
Homem e o Fenômeno Religioso (1994), J. Simões Jorge apresenta a classifi-
cação de Geo Widengren em mitos teogônicos e mitos antropogônicos, ou
seja, mitos de vida (da criação) e mitos sobre a outra vida (morte).
Joseph Campbell foi um estudioso e escritor norte-americano que desem-
penhou papel fundamental no estudo e na compreensão da mitologia. Sua
obra mais conhecida, O Herói de Mil Faces, explorou os padrões universais
presentes nos mitos e nas histórias heroicas de diferentes culturas ao redor
do mundo. Campbell defendia a ideia de que essas narrativas compartilham
um tema comum, conhecido como “jornada do herói”, ou “monomito”, que
descreve a jornada de autodescoberta e transformação de um protagonista.
Sua abordagem influente revelou as profundas conexões entre mitologia, psi-
cologia e espiritualidade e teve influência em George Lucas, para criar a saga
cinematográfica Star Wars.
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ZO O M N O CO NHEC I M ENTO
É importante entender que, por mais que a Bíblia seja um livro sagrado para
os cristãos, trata-se de um livro que pode ser estudado pelo seu viés histórico
e literário. Nesse sentido, os diferentes livros bíblicos são de distintos gêneros
literários. A fim de abordar o componente mítico da Bíblia, focaremos em seu
mito de criação presente no livro Gênesis.
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UN I AS S ELV I
“
1 No princípio, Deus criou o céu e a terra. 2 A terra estava sem
forma e vazia; as trevas cobriam o abismo e um vento impetuoso
soprava sobre as águas. 3 Deus disse: ‘Que exista a luz!’ E a luz
começou a existir. 4 Deus viu que a luz era boa. E Deus separou a
luz das trevas: 5 à luz Deus chamou ‘dia’, e às trevas chamou ‘noite’.
Houve uma tarde e uma manhã: foi o primeiro dia. 6 Deus disse:
‘Que exista um firmamento no meio das águas para separar águas
de águas!’ 7 Deus fez o firmamento para separar as águas que estão
acima do firmamento das águas que estão abaixo do firmamento.
E assim se fez. 8 E Deus chamou ao firmamento ‘céu’. Houve uma
tarde e uma manhã: foi o segundo dia. 9 Deus disse: ‘Que as águas
que estão debaixo do céu se ajuntem num só lugar, e apareça o
chão seco’. E assim se fez. 10 E Deus chamou ao chão seco ‘terra’,
e ao conjunto das águas "mar". E Deus viu que era bom. 11 Deus
disse: ‘Que a terra produza relva, ervas que produzam semente, e
árvores que deem frutos sobre a terra, frutos que contenham se-
mente, cada uma segundo a sua espécie’. E assim se fez. 12 E a terra
produziu relva, ervas que produzem semente, cada uma segundo a
sua espécie, e árvores que dão fruto com a semente, cada uma se-
gundo a sua espécie. E Deus viu que era bom. 13 Houve uma tarde e
uma manhã: foi o terceiro dia. 14 Deus disse: ‘Que existam luzeiros
no firmamento do céu, para separar o dia da noite e para marcar
festas, dias e anos; 15 e sirvam de luzeiros no firmamento do céu
para iluminar a terra’. E assim se fez. 16 E Deus fez os dois grandes
luzeiros: o luzeiro maior para regular o dia, o luzeiro menor para
regular a noite, e as estrelas. 17 Deus os colocou no firmamento
do céu para iluminar a terra, 18 para regular o dia e a noite e para
separar a luz das trevas. E Deus viu que era bom. 19 Houve uma
tarde e uma manhã: foi o quarto dia. 20 Deus disse: ‘Que as águas
fiquem cheias de seres vivos e os pássaros voem sobre a terra, sob o
firmamento do céu’. 21 E Deus criou as baleias e os seres vivos que
deslizam e vivem na água, conforme a espécie de cada um, e as aves
de asas conforme a espécie de cada uma. E Deus viu que era bom.
22 E Deus os abençoou e disse: ‘Sejam fecundos, multipliquem-se
e encham as águas do mar; e que as aves se multipliquem sobre a
terra’. 23 Houve uma tarde e uma manhã: foi o quinto dia. 24 Deus
disse: ‘Que a terra produza seres vivos conforme a espécie de cada
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No entanto, é significativo acrescentar que o fundamentalismo que
nasceu em berço religioso, ultrapassou o contexto onde nasceu.
E não ultrapassou o contexto apenas em relação a fronteiras
territoriais, ou seja, alcançando múltiplos outros países; expandiu-
se também para outras áreas da vida do ser humano, como por
exemplo, a economia e a política, tornando-se um tema relevante
para também compreender a intolerância em alguns âmbitos da
sociedade (ROSSI; PERONDI, 2020, p. 61).
P E N SA N DO J UNTO S
Estudante, você já parou para pensar que você também pode ter aprendido
conceitos fundamentalistas ao longo de sua educação religiosa? Convido você
a tirar cinco minutos e analisar sua experiência pessoal. Você consegue iden-
tificar se, ao longo de sua educação escolar/acadêmica, você aprendeu novos
conhecimentos que o fizeram repensar sua interpretação de textos sagrados?
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Mitos de vida
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Mitos de morte
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Mitologia hindú
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Mitologia japonesa
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Mitologia chinesa
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NOVOS DESAFIOS
Estudante, iniciamos este tema de aprendizagem entendendo a razão pela qual
os mitos são componentes importantes do contexto religioso de uma sociedade.
Em seguida, conhecemos como o autor Mircea Eliade conceitua os mitos reli-
giosos como manifestações de caráter sagrado e verdadeiro. Também estudamos
algumas narrativas de criação do mundo que, hoje, estão registradas em livros
sagrados, como a Bíblia. Por fim, você foi apresentado a entes sobrenaturais e
um panteão divino que compõe mitos de vida e de morte de religiões semitas
e orientais. No último tópico, destacamos o desenvolvimento de religiosidades
carregadas de hibridismos, como as novas religiões japonesas.
Os hibridismos da história brasileira, estendidos às religiosidades, insta-nos
a superar a crença em uma única noção de divindade. Assim, cabe ao ensino
religioso ser capaz de encontrar valores comuns na multiplicidade. O educador
deve inspirar o fortalecimento de laços, em vez de reforçar as distâncias. Em
um mundo marcado pela diversidade e multiculturalismo, o ensino religioso
tem o importante papel de promover o diálogo intercultural e o acolhimento às
diferenças. No plano religioso, esse diálogo requer um exercício de convivência
e de respeito à uma crença diferente da sua e aos que não creem em divindades.
A mitologia transcende fronteiras e nos lembra da nossa humanidade com-
partilhada, reforçando a importância de valorizar e preservar essas narrativas
como um tesouro cultural e uma fonte inesgotável de sabedoria. Ao mergulhar
nas histórias mitológicas, somos convidados a ampliar nossa compreensão do
mundo e abraçar a riqueza da diversidade cultural, alimentando, assim, nossa
própria jornada de autodescoberta e crescimento.
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VAMOS PRATICAR
De acordo com o excerto apresentado, argumente em que sentido os mitos religiosos são
importantes individual e coletivamente.
2. “[...] o mito conta uma história sagrada; ele relata um acontecimento ocorrido no tem-
po primordial, o tempo fabuloso do “princípio”. Em outros termos, o mito narra como,
graças às façanhas dos Entes Sobrenaturais, uma realidade passou a existir, seja uma
realidade total, o Cosmo, ou apenas um fragmento: uma ilha, uma espécie vegetal,
um comportamento humano, uma instituição. É sempre, portanto, a narrativa de uma
“criação”: ele relata de que modo algo foi produzido e começou a ser. O mito fala apenas
do que realmente ocorreu, do que se manifestou plenamente” (ELIADE, 2011, p. 11).
Fonte: ELIADE, M. Mito e Realidade. São Paulo: Perspectiva, 2011.
A partir da definição de mito de Mircea Eliade, aponte qual das afirmações a seguir é a
correta:
a) Os mitos são narrativas de caráter fantasioso e ilusório, uma vez que falam do que
não aconteceu em tempos passados.
b) Os mitos são narrativas de criação de caráter sagrado, mas ilusório, uma vez que não
falam do que aconteceu em tempos passados.
c) Os mitos são narrativas de criação de caráter profano e verdadeiro, uma vez que falam
do que, realmente, aconteceu em tempos passados.
d) Os mitos são narrativas de criação de caráter profano e histórico, uma vez que falam
do que, realmente, aconteceu em tempos passados.
e) Os mitos são narrativas de criação de caráter sagrado e verdadeiro, uma vez que falam
do que, realmente, aconteceu em tempos passados.
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VAMOS PRATICAR
3. “[...] o mito conta uma história sagrada; ele relata um acontecimento ocorrido no tem-
po primordial, o tempo fabuloso do “princípio”. Em outros termos, o mito narra como,
graças às façanhas dos Entes Sobrenaturais, uma realidade passou a existir, seja uma
realidade total, o Cosmo, ou apenas um fragmento: uma ilha, uma espécie vegetal,
um comportamento humano, uma instituição. É sempre, portanto, a narrativa de uma
“criação”: ele relata de que modo algo foi produzido e começou a ser. O mito fala apenas
do que realmente ocorreu, do que se manifestou plenamente” (ELIADE, 2011, p. 11).
Fonte: ELIADE, M. Mito e Realidade. São Paulo: Perspectiva, 2011.
I - Narrativa com objetivo de trazer algum ensinamento moral, cujos personagens são
animais dotados de qualidades humanas.
II - Narrativas que explicam a realidade por meio de histórias sagradas.
III - Narrativas que misturam fatos, lugares reais e históricos com acontecimentos que
são frutos da fantasia.
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
4. “Narrativa que acontece em qualquer lugar e tempo (presente, passado ou futuro). Não
se aprofunda nas características físicas e nas ações dos personagens. Sua função é
procurar levar o narrador a se envolver na trama” (PARANÁ, 2013, p. 106).
Fonte: PARANÁ. Ensino religioso: diversidade cultural e religiosa. Curitiba: SEED/PR,
2013. Disponível em: http://www.ensinoreligioso.seed.pr.gov.br/arquivos/File/livro_
er_19_3_2015.pdf. Acesso em: 24 ago. 2023.
a) Mito.
b) Conto.
c) Lenda.
d) Fábula.
e) Artigo.
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VAMOS PRATICAR
5. “1 No princípio, Deus criou o céu e a terra. 2 A terra estava sem forma e vazia; as trevas
cobriam o abismo e um vento impetuoso soprava sobre as águas. 3 Deus disse: ‘Que
exista a luz!’ E a luz começou a existir. 4 Deus viu que a luz era boa. E Deus separou a
luz das trevas: 5 à luz Deus chamou ‘dia’, e às trevas chamou ‘noite’. Houve uma tarde
e uma manhã: foi o primeiro dia. 6 Deus disse: ‘Que exista um firmamento no meio das
águas para separar águas de águas!’ 7 Deus fez o firmamento para separar as águas
que estão acima do firmamento das águas que estão abaixo do firmamento. E assim
se fez. 8 E Deus chamou ao firmamento ‘céu’. Houve uma tarde e uma manhã: foi o
segundo dia. 9 Deus disse: ‘Que as águas que estão debaixo do céu se ajuntem num
só lugar, e apareça o chão seco’. E assim se fez. 10 E Deus chamou ao chão seco ‘terra’,
e ao conjunto das águas 'mar'. E Deus viu que era bom” (ROSSI; PERONDI, 2020, p. 55).
Fonte: ROSSI, L. A. S.; PERONDI, I. Rito, mito e símbolo como fenômenos religiosos e
sociológicos. Curitiba: Intersaberes, 2020.
a) Mito de morte.
b) Mito de saudação.
c) Mito de criação.
d) Mito grego.
e) Mito transcendental.
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REFERÊNCIAS
BÍBLIA. A Bíblia Sagrada. 74. ed. [S. l.]: Edições Claretiana, 1993.
CASTILHO, G. B.; GODOY, M. G. G. A presença de valores orientais na cultura brasileira: as no-
vas religiões japonesas. Revista de Ciências Humanas, Florianópolis, n. 39, p. 67-81, 2006.
ELIADE, M. Mito e Realidade. São Paulo: Perspectiva, 2011.
GAARDER, J.; HELLERN, V.; NOTAKER, H. O Livro das Religiões. São Paulo: Companhia das
Letras, 2000.
JORGE, J. S. Cultura Religiosa: o homem e o fenómeno religioso. São Paulo: Loyola, 1994.
PARANÁ. Ensino religioso: diversidade cultural e religiosa. Curitiba: SEED/PR, 2013. Dispo-
nível em: http://www.ensinoreligioso.seed.pr.gov.br/arquivos/File/livro_er_19_3_2015.pdf.
Acesso em: 24 ago. 2023.
ROSSI, L. A. S.; PERONDI, I. Rito, mito e símbolo como fenômenos religiosos e socioló-
gicos. Curitiba: Intersaberes, 2020.
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GABARITO
2. Opção E. Eliade critica a linha explicativa que entendeu os mitos como expressões de “ir-
rupção patológica de instintos”, fantasia e “infantilidade”. Por muito tempo, os mitos foram
considerados apenas em seus aspectos de fantasia e ilusão. Mas mitólogos, como Eliade,
reconhecem seu valor à história humana e as verdades de seus significantes profundos.
5. Opção C. Temos aqui uma narrativa da formação do mundo, ou seja, um mito de criação. O
estudo dos textos bíblicos requer o entendimento de que, no momento de sua escrita, os
autores dos textos não tinham o objetivo de escrever história, no sentido atual da palavra.
O interesse dos autores era registrar a experiência daquele povo com suas divindades e
transmitir um testemunho da fé.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
MINHAS METAS
Apresentar os principais textos que tratam dos mitos nas religiosidades e culturas indí-
genas e africanas.
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VAMOS RECORDAR?
No vídeo Ciência e mito: 4 mitos de criação africanos e a
história da ciência, o professor Júlio César discute a relação
entre mito e ciência. Acompanhe o vídeo do canal História+,
do Núcleo de Estudo e Pesquisa SANKOFA, da Universidade
Federal Fluminense.
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Na África são faladas mais de mil línguas diferentes, que são di-
vididas em quatro famílias: as afro-asiáticas, as khoisan, as níge-
ro-congolesas e as nilo-saarianas. Além do árabe, as mais faladas
são o suaíle e o hauçá. Há também várias línguas que pertencem a
famílias de línguas não africanas, como a malgaxe, que é uma língua
austronésia (malaia), e o afrikaans (derivado do holandês, mas que
se pode considerar uma língua “nativa”), pertencente à família das
línguas indo-europeias, assim como a maioria das línguas crioulas
da África. Além disso, a maior parte dos países africanos adotou,
pelo menos como uma de suas línguas oficiais, uma língua europeia
(português, francês e inglês nas respectivas ex-colônias), sendo que
essas línguas são, geralmente, faladas pela população urbana desses
países e, particularmente, por todas as pessoas com uma escolari-
dade significativa (VISENTINI; RIBEIRO; PEREIRA, 2014, p. 20).
É importante destacar que, por mais que o continente Africano tenha sido in-
terpretado como o lugar do primitivismo e do atraso, a história dos impérios
anteriores à colonização europeia demonstra um desenvolvimento cultural, eco-
nômico e político carregado de dinamismo. Um exemplo são os manuscritos
em árabe, datados dos séculos VIII e IX, encontrados em centros, como Gao e
Timbuktu, na área sudanesa-saariana.
A importância da linguagem e da tradição oral na transmissão de conheci-
mentos e práticas culturais, também, apresenta-se no estudo das culturas indí-
genas. O Brasil é composto por cerca de 250 povos indígenas que falam, apro-
ximadamente, 180 línguas e dialetos. Cada etnia mantém sua própria maneira
de perpetuar suas tradições. Em muitos grupos indígenas, há pessoas que se
destacam na reprodução dos mitos, geralmente, são as pessoas mais velhas que
possuem grande conhecimento das tradições culturais de seu povo.
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Descrição da Imagem: a figura apresenta uma fotografia de uma parede de rocha, na cor natural, com imagens
que representam animais de quatro patas, na cor marrom escuro com contornos pretos e brancos. Há, ainda,
símbolos não identificados nas mesmas cores. Fim da descrição.
Silva e Grupioni (1995) esclarecem que os mitos de povos indígenas foram co-
letados e registrados nos processos de conquista de territórios coloniais, desde o
século XVI. Essas narrativas foram consideradas crenças e superstições de cunho
religioso que deveriam ser substituídas pela fé cristã católica, fato que gerou forte
censura ao seu conteúdo por parte dos colonizadores. Ainda assim, por meio de
transformações e fusões de uma linguagem viva, sobrevive um corpus mitológico
potente de povos indígenas e africanos. Atualmente, as coletâneas mitológicas
indígenas são muito utilizadas nas instituições de ensino brasileiras como recurso
pedagógico de livros de histórias infantis.
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Como se constróem com imagens familiares, signos com os quais
se entra em contato no dia-a-dia, os mitos têm muitas camadas de
significação e, no contexto em que tem vigência, são repetidamen-
te apresentados ao longo da vida dos indivíduos que, a medida que
amadurecem social e intelectualmente, vão descobrindo novos e in-
suspeitos significados nas mesmas histórias de sempre, por debaixo
das camadas já conhecidas e já compreendidas (SILVA, 1995, p. 327).
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Sedentos por ouro e pedras preciosas, os colonizadores levaram
adiante a destruição do meio natural e dos povos que faziam deste
habitat o seu meio de vida. De certa maneira, a lenda sintetiza o pro-
cesso histórico da formação dos Vales Jequitinhonha e Mucuri, com
o ataque violento aos povos indígenas e a devastação quase que com-
pleta dos recursos naturais da localidade (CARVALHO, 2010, s. p.).
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P E N SA N DO J UNTO S
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Muitos mitos explicam a origem das coisas, como certos alimentos, práticas cul-
turais, como a agricultura, e fenômenos naturais,
como o trovão e os eclipses. Visto que as religio-
sidades indígenas são intimamente atreladas
ao meio natural e às atividades cotidianas,
não havendo uma separação entre as es-
feras sagradas e profanas da vida, a mito-
logia indígena apresenta temas comuns.
Veja algumas explicações indígenas sobre
a existência e os significados de astros,
como o Sol e a Lua, bem como sobre a origem
da Terra e do Homem.
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Monã criou o céu, a terra, os pássaros e todos os animais. Antes
não havia mar, que surgiu depois, formado por Amaná Tupã, o
Senhor das nuvens. Os homens habitavam a Terra, vivendo do
que ela produzia, regada pelas águas dos céus. Com o tempo,
passaram a viver desordenadamente segundo seus desejos, es-
quecendo-se de Monã e de tudo que lhes ensinara. Nesse tempo
Monã vivia entre eles e os tinha como filhos. No entanto, Monã,
vendo a ingratidão e a maldade dos homens, apesar de seu amor,
os abandonou, e à Terra também. Depois lhes mandou tatá, o
fogo, que queimou e destruiu tudo. O incêndio foi tão imen-
so, que algumas partes da superfície se levantaram, enquanto
outras foram rebaixadas. Desta forma surgiram as montanhas.
Deste grande incêndio se salvou apenas uma pessoa, Irin-Magé,
porque foi levado para a Terra de Monã. Depois dessa catástro-
fe, Irin-Magé dirigiu-se a Monã e, com lágrimas, o questionou:
— Você, meu pai, deseja acabar também com o céu? De que
me serve viver sem alguém semelhante a mim? Monã, cheio de
compaixão e arrependido do que fizera por causa da maldade
dos homens, mandou uma forte chuva que começou a apagar o
incêndio. Como as águas não tinham mais para onde correr, fo-
ram represadas, formando um grande lago, chamado Paraná, que
hoje é o mar. Suas águas até hoje são salgadas, graças às cinzas
desse incêndio que com elas se misturaram. Monã, vendo que
a Terra havia ficado novamente bela, enfeitada pelo mar, pelos
lagos e com muitas plantas que cresciam por toda parte, achou
que seria bom formar outros homens que pudessem cultivá-la.
Chamou então Irin-Magé, dando-lhe uma mulher por compa-
nheira para que tivesse filhos, esperando que fossem melhores
que os primeiros homens. Um de seus descendentes era uma
pessoa de grande poder e se chamava Maíra-Monã. Maíra quer
dizer ‘o que tem poder de transformar as coisas’, e Monã significa
velho, o ancião. Maíra-Monã era imortal e tinha muitos poderes
como o primeiro Monã. Depois que Maíra-Monã voltou para sua
Terra, surgiu um descendente muito poderoso, que se chama-
va Sumé. Ele teve dois filhos, Tamanduaré e Arikuté, que eram
muito diferente um do outro e por isso se odiavam mortalmente.
Tamanduaré era cuidadoso com a casa, era um bom pai de fa-
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Importa dizer que as religiões da África são tão diversas quanto as
línguas e etnias do continente, já que cada uma delas tem seus deuses,
gênios ou ancestrais cuja adoração, ritos, oração ou sacrifício segue
uma lógica única. Por isso, segundo Dieng (2007), à primeira vista tudo
parece ser diferente entre as religiões dos dogons, dos malis e dos zulus
da África do Sul, ou entre os pangos e os iorubás da Nigéria. Porém,
um olhar mais aproximado pode diagnosticar algumas características
fundamentais, que são idênticas entre esses cultos essencialmente des-
tinados a ligar os homens ao mundo invisível, seja na forma natural ou
sobrenatural (VISENTINI; RIBEIRO; PEREIRA, 2014, p. 24).
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Uma mitologia africana nos dá conta que o mundo foi criado por
um Deus. Seu nome: Nana-Buluku. Ele era ao mesmo tempo macho
e fêmea. Sozinho ele deu a luz aos gêmeos Mawu e Liza e a eles foi
dado o domínio do mundo. À Mawu, a mulher, foi dado o comando
da noite, portanto ela é a lua. À Liza, o homem, foi dado o coman-
do do dia, portanto, ele é o sol. Eles acreditam que quando há um
eclipse da lua pelo sol, diz-se que o casal celestial está se dedicando
ao amor e povoando o mundo (SIBILA, 2022, on-line).
Assim como no mito africano apresentado, os mitos são narrativas que se rela-
cionam com a realidade, com o entorno natural, como os astros celestes.
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IN D ICAÇ ÃO DE LI V RO
HIBRIDISMOS MITOLÓGICOS
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Os encontros, as trocas e os
contatos culturais, contudo,
geram transformações, mas
não deslegitimam as tradi-
ções. Prova disso é a con-
servação das cosmovisões
indígenas e africanas em
tempos contemporâneos.
Essas cosmovisões preser-
vam os princípios da integração, diversidade e ancestralidade. Nos impérios de
Gana, Mali e Songai, por exemplo, que mantiveram contatos com povos islâmi-
cos, “as religiões africanas permaneceram fiéis a seus mitos de origem e as suas
divindades, preservando sua cultura e identidade, através, é óbvio, de fusões
culturais e releituras simbólicas” (OLIVEIRA, 2003, p. 68).
IN D ICAÇÃO DE FI LM E
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NOVOS DESAFIOS
Estudante, nosso estudo dos mitos dentro de povos
indígenas e africanos nos mostrou a força representa-
tiva dos mitos e seu valor de verdade para os povos de
onde eles provêm. Mesmo que as mudanças advin-
das com as trocas culturais sejam uma realidade que
marca as religiosidades tradicionais, elas não desca-
racterizam as práticas e crenças religiosas enquanto
formas culturais complexas. Assim, os hibridismos
presentes nas narrativas míticas e nos rituais podem
enriquecer as religiões.
Reconhecer e valorizar a riqueza dos mitos indí-
genas e africanos bem como suas tradições ancestrais
é fundamental, em vez de marginalizá-los como me-
ras histórias infantis ou primitivas. A visão eurocên-
trica que desconsiderou a profundidade e a sabedoria
contidas nesses mitos contribuiu para a perpetuação
de estereótipos e preconceitos culturais.
É necessário que o estudo das religiosidades tra-
dicionais perpasse as diferentes possibilidades de in-
terpretação dos mitos, destacando os ganhos cogniti-
vos e sociais do entendimento das narrativas míticas
como formas de expressão, transmissão e preservação
do sagrado. A compreensão da mitologia de um povo,
enquanto registros de suas verdades e significados, le-
va-nos a respeitar as diferentes formas de transmissão
desses valores compartilhados pela linguagem.
As tradições e os ensinamentos sobre o sagrado
podem ser orais, pictóricos ou escritos, não havendo
uma hierarquia valorativa entre tais formas de expres-
são. Assim, histórias contadas, músicas, poesias, pin-
turas, desenhos e livros podem nos revelar as respostas
que procuramos sobre o sentido da existência e/ou
contribuir com a organização do nosso mundo social.
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VAMOS PRATICAR
1. “Como se constróem com imagens familiares, signos com os quais se entra em contato
no dia-a-dia, os mitos têm muitas camadas de significação e, no contexto em que tem
vigência, são repetidamente apresentados ao longo da vida dos indivíduos que, a me-
dida que amadurecem social e intelectualmente, vão descobrindo novos e insuspeitos
significados nas mesmas histórias de sempre, por debaixo das camadas já conhecidas
e já compreendidas” (SILVA; GRUPIONI, 1995, p. 327).
Fonte: De acordo com o excerto apresentado, argumente em que sentido os mitos reli-
giosos nem sempre são compreendidos pelas crianças.
A partir da afirmação de Carvalho, aponte qual das histórias a seguir refere-se à descrição
do autor:
a) Itan.
b) Acayaca.
c) Serena.
d) Caipora.
e) Pássaro marrom.
3. “Importa dizer que as religiões da África são tão diversas quanto as línguas e etnias
do continente, já que cada uma delas tem seus deuses, gênios ou ancestrais cuja
adoração, ritos, oração ou sacrifício segue uma lógica única” (VISENTINI; RIBEIRO;
PEREIRA, 2014, p. 24).
Fonte: VISENTINI, P. F.; RIBEIRO, L. D. T.; PEREIRA, A. D. História da África e dos africa-
nos. Petrópolis: Vozes, 2014.
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VAMOS PRATICAR
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
4. “[...] à primeira vista tudo parece ser diferente entre as religiões dos dogons, dos malis e
dos zulus da África do Sul, ou entre os pangos e os iorubás da Nigéria. Porém, um olhar
mais aproximado pode diagnosticar algumas características fundamentais, que são
idênticas entre esses cultos essencialmente destinados a ligar os homens ao mundo in-
visível, seja na forma natural ou sobrenatural” (VISENTINI; RIBEIRO; PEREIRA, 2014, p. 24).
Fonte: VISENTINI, P. F.; RIBEIRO, L. D. T.; PEREIRA, A. D. História da África e dos afri-
canos. Petrópolis: Vozes, 2014.
a) Há uma variedade de crenças, filosofias e práticas religiosas nas religiões das diferen-
tes sociedades tradicionais africanas, e elas não são similares entre si.
b) Há pouca variedade de crenças, filosofias e práticas nas religiões das diferentes so-
ciedades tradicionais africanas.
c) Há uma variedade de crenças, filosofias e práticas nas religiões das diferentes socie-
dades tradicionais africanas, mas elas mantêm divergências entre si.
d) Há uma variedade de crenças, filosofias e práticas nas religiões das diferentes socie-
dades tradicionais africanas, mas elas mantêm similaridades entre si.
e) Há pouca variedade de crenças, filosofias e práticas nas religiões das diferentes so-
ciedades tradicionais africanas, mas elas mantêm similaridades entre si.
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VAMOS PRATICAR
5. “Monã criou o céu, a terra, os pássaros e todos os animais. Antes não havia mar, que
surgiu depois, formado por Amaná Tupã, o Senhor das nuvens. Os homens habitavam
a Terra, vivendo do que ela produzia, regada pelas águas dos céus. Com o tempo, pas-
saram a viver desordenadamente segundo seus desejos, esquecendo-se de Monã e
de tudo que lhes ensinara. Nesse tempo Monã vivia entre eles e os tinha como filhos.
No entanto, Monã, vendo a ingratidão e a maldade dos homens, apesar de seu amor,
os abandonou, e à Terra também. Depois lhes mandou tatá, o fogo, que queimou e
destruiu tudo. O incêndio foi tão imenso, que algumas partes da superfície se levan-
taram, enquanto outras foram rebaixadas. Desta forma surgiram as montanhas. Deste
grande incêndio se salvou apenas uma pessoa, Irin-Magé, porque foi levado para a
Terra de Monã. Depois dessa catástrofe, Irin-Magé dirigiu-se a Monã e, com lágrimas,
o questionou: - Você, meu pai, deseja acabar também com o céu? De que me serve
viver sem alguém semelhante a mim? Monã, cheio de compaixão e arrependido do que
fizera por causa da maldade dos homens, mandou uma forte chuva que começou a
apagar o incêndio. Como as águas não tinham mais para onde correr, foram represadas,
formando um grande lago, chamado Paraná, que hoje é o mar. Suas águas até hoje
são salgadas, graças às cinzas desse incêndio que com elas se misturaram” (PREZIA,
2001 apud PARANÁ, 2013, p. 109).
a) Mito de felicitação.
b) Mito de origem.
c) Mito de morte.
d) Mito transcendental.
e) Mito de tristeza.
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REFERÊNCIAS
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GABARITO
2. Opção B. Em relação à relevância dos mitos dos povos indígenas na construção de sua
própria história, Marivaldo Aparecido de Carvalho afirma que os mitos apontam questões
fundamentais da relação entre colonizadores e povos indígenas. Nesse sentido, o autor
discorre sobre a narrativa da Acayaca, a árvore protetora dos Borun do Vale do Jequiti-
nhonha, em Minas Gerais.
3. Opção D. Na África, são faladas mais de mil línguas diferentes, que são divididas em
quatro famílias: as afro-asiáticas, as khoisan, as nígero-congolesas e as nilo-saarianas.
Além do árabe, as mais faladas são o suaíle e o hauçá. Há, também, várias línguas que
pertencem a famílias de línguas não africanas, como a malgaxe, que é uma língua aus-
tronésia (malaia), e o afrikaans (derivado do holandês, mas que se pode considerar uma
língua “nativa”), pertencente à família das línguas indo-europeias, assim como a maioria
das línguas crioulas da África. Além disso, a maior parte dos países africanos adotou, pelo
menos, como uma de suas línguas oficiais, uma língua europeia (português, francês e
inglês nas respectivas ex-colônias), sendo que essas línguas são, geralmente, faladas
pela população urbana desses países e, particularmente, por todas as pessoas com uma
escolaridade significativa.
5. Opção B. Muitos mitos explicam a origem das coisas, como certos alimentos, práticas
culturais, como a agricultura, e fenômenos naturais, como o trovão e os eclipses.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
MINHAS METAS
Apresentar os principais textos que tratam dos mitos nas religiosidades afro-brasileiras e
movimentos espiritualistas.
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UN I AS S ELV I
VAMOS RECORDAR?
A fim de pensarmos sobre a importância da identidade afro-
brasileira, sugiro que assista ao vídeo.
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T E MA D E APRE N D IZAGEM 6
Religiões afro-brasileiras
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UN I AS S ELV I
e de sua repartição entre os orixás bem como das relações desses com os homens e a
natureza. Ou seja, é pelos mitos que essas religiosidades explicam as origens.
Os mitos da Umbanda e do Candomblé relatam que a humanidade descende
dos orixás e herda deles suas características, assim, não haveria uma origem única
e comum de homens e mulheres. Além disso, mesmo sendo divindades, os orixás
disputam hierarquias e procuram ampliar seus domínios por meio de disputas
carregadas de estratégias.
Movimentos espiritualistas
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“
Os versos de Faridu’d-Din sedimentaram a interação entre mu-
çulmanos e sikhs. Seus ensinamentos e exemplo de vida vão para
além das fronteiras religiosas instituídas e fazem com que diferentes
margens sejam conectadas pelo mesmo rio da presença divina. Na
percepção de Faridu’d-Din, não existem fronteiras religiosas para a
manifestação da divindade.
P E N SA N D O J UNTO S
Estudante, você já parou para pensar na razão qual as religiões de matriz afri-
cana sofrerem tantas discriminações? Convido-o a refletir sobre a história do
nosso país e as relações entre os processos históricos e os preconceitos e dis-
criminações de hoje.
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“
Bem no princípio, durante a criação do universo, Olofim-Olodumare
reuniu os sábios do Orum para que o ajudassem no surgimento da vida
e no nascimento dos povos sobre a face da Terra. Entretanto, cada um
tinha uma ideia diferente para a criação e todos encontravam algum in-
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UN I AS S ELV I
conveniente nas ideias dos outros, nunca entrando num acordo. Assim,
surgiram muitos obstáculos e problemas para executar a boa obra a que
Olofim se propunha. Então, quando os sábios e o próprio Olofim já
acreditavam que era impossível realizar tal tarefa, Exu veio em auxílio
de Olofim-Olodumare. Exu disse a Elofim que para obter sucesso em
tão grandiosa obra era necessário sacrificar cento e um pombos como
ebó. Com o sangue dos pombos se purificariam as diversas anormali-
dades que perturbam a vontade dos bons espíritos. Ao ouvi-lo, Olofim
estremeceu, porque a vida dos pombos está muito ligada à sua própria
vida. Mesmo assim, pouco depois sentenciou: ‘Assim seja, pelo bem
de meus filhos’. E pela primeira vez se sacrificaram pombos. Exu foi
guiando Olofim por todos os lugares onde se deveria verter o sangue
dos pombos, para que tudo fosse purificado e para que seu desejo de
criar o mundo assim fosse cumprido. Quando Olofim realizou tudo
o que pretendia, convocou Exu e lhe disse: ‘Muito me ajudaste e eu
bendigo teus atos por toda a eternidade. Sempre serás reconhecido,
Exu, serás louvado sempre antes do começo de qualquer empreitada’
(PRANDI, 2017, p. 44-45).
Vamos comparar com uma versão da mitologia yorubá para a criação do mundo:
“
Na mitologia yorubá, o Deus Supremo é Olorum, chamado também
de Olodumare, na qualidade de criador de tudo o que existe. Olorum
criou o mundo, todas as águas, terras, todos os filhos das águas e do
seio das terras. Criou plantas e animais de todas as cores e tamanhos.
Até que ordenou que Oxalá criasse o homem. Oxalá criou o homem a
partir do ferro e depois da madeira, mas ambos eram rígidos demais.
Criou o homem de pedra - era muito frio. Tentou a água, mas o ser não
tomava forma definida. Tentou o fogo, mas a criatura se consumiu no
próprio fogo. Fez um ser de ar que depois de pronto retornou ao que
era, apenas ar. Tentou, ainda, o azeite e o vinho sem êxito. Triste pelas
suas tentativas infecundas, Oxalá sentou-se à beira do rio, de onde
Nanã emergiu indagando-o sobre a sua preocupação. Oxalá fala sobre
o seu insucesso. Nanã mergulha e retorna da profundeza do rio e lhe
entrega lama. Mergulha novamente e lhe traz mais lama. Oxalá, então,
cria o homem e percebe que ele é flexível, capaz de mover os olhos, os
braços, as pernas e, então, sopra-lhe a vida (PARANÁ, 2013, p. 108).
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As duas histórias apresentadas são relatos a respeito das origens, mas podemos
perceber que essa busca das origens não se situa em uma cronologia histórica.
Nos mitos, encontramos expressões, como “bem no princípio” ou “em outro
tempo”, no lugar de números que identificam datas precisas. Assim, o tempo
e o espaço do mito não são os mesmos de nossa experiência histórica.
Outro viés dos relatos míticos relacionados ao universo dos orixás são as
explicações da realidade. No mito a seguir, é explicado o nome Ogan, dado aos
homens que tocam tambores e entoam cânticos nas festividades dos orixás.
“
Exu Exu, o mais alegre e comunicativo de todos os orixás. Olo-
run, ao criá-lo, deu-lhe, várias funções, entre elas, a de comunica-
dor e o responsável por ligar tudo o que existe. Por isso, em todas
as festas realizadas no orun (céu), ele tocava tambores e cantava
para trazer alegria e animação a todos. Sempre foi assim. Até
que certo dia, os orixás acharam que o som dos tambores e dos
cânticos estava muito alto e que não ficava bem tanta agitação.
Então, os orixás pediram a Exu que parasse com tanto barulho,
para que a paz voltasse a reinar. Assim foi feito, e Exu nunca mais
tocou seus tambores. Um belo dia, numa dessas festas, os orixás
perceberam que as cerimônias estavam sem vidas e que ficava
mais bonita e alegre com o som dos tambores. Então pediram
para Exu voltar a animá-las. Exu ofendido por terem censurado
sua animação, não quis mais fazer, mas prometeu que daria essa
função para a primeira pessoa que encontrasse. Logo apareceu
um homem, de nome Ogan. Exu confiou-lhe a missão de tocar
tambores e entoar cânticos para animar todas as festividades dos
orixás. E a partir daquele dia, os homens que exercem esse cargo
são respeitados como verdadeiros pais e denominados Ogans
(PARANÁ, 2013, p. 48).
Como podemos perceber, os mitos não são apenas histórias fantasiosas que
servem para entreter, mas relacionam-se sempre com o real, com aspectos da
vida cotidiana e com a espiritualidade de cada cultura.
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E U IN D ICO
A P RO F UNDA NDO
Você pode pedir para que seus alunos pesquisem sobre os elementos que po-
dem ser considerados permanências do regime escravista. Podem ser cole-
tados dados sobre o racismo, a desigualdade social, os casos de violência, o
acesso ao mercado de trabalho e as características culturais bem como relatos
pessoais sobre esses assuntos e as religiosidades. Após a apresentação dos
resultados, organize um debate sobre a questão da dívida histórica, um tema
que sempre gera embates entre grupos.
No plano mítico, os sufis têm um segredo a ser mantido, sobre o qual não se pode falar,
mas, sim, experimentar por meio do êxtase. Para os sufis muçulmanos, o êxtase pode
se dar na meditação e no jejum, pois acreditam que o profeta Maomé tinha o hábito
de se refugiar nas cavernas das montanhas de Meca para isso e teria sido durante um
desses retiros que recebeu a visita do anjo Gabriel, que lhe comunicou a primeira
revelação de Deus. Uma das técnicas praticadas para alcançar o êxtase é a repetição,
que ocorre em vários rituais. Na imagem a seguir, vemos uma prática dedicada à re-
integração com o divino por meio do canto, da dança e dos versos do Corão, a sama.
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T E MA D E APRE N D IZAGEM 6
Descrição da Imagem: a figura apresenta uma fotografia com cinco homens ao centro da cena, vestidos com
calças compridas, blusas de manga comprida e saia brancas, girando ao redor de si mesmo com os braços esten-
didos para cima. Eles vestem chapéus marrons, em formato cilíndrico, e estão em cima de um piso circular, na cor
cinza, que está alguns centímetros mais elevado que o chão. Ao fundo, uma banda de homens toca instrumentos
musicais, as paredes, ao fundo, têm uma arquitetura muçulmana, o ambiente é um pouco escuro, há luzes verme-
lhas como predominantes e uma luz azul ao fundo. Fim da descrição.
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UN I AS S ELV I
“Num relato, Mu’in al-din Chishti e seu mestre, Usman Harwani, estavam
diante do rio Tigre. Usman Harwani pediu para que Mu’in al-din Chishti fechasse
seus olhos. Ele então fechou os olhos e ao abri-los novamente, os dois já estavam
na outra margem do rio” (SANTOS, 2016, p. 220).
Falaremos, ainda, sobre a mística do Gnosticismo, movimento filosófico re-
ligioso que se originou na Ásia menor. Seus adeptos afirmam que suas bases são
filosofias provindas da Babilônia, do Egito, da Síria e da Grécia. Uma fonte de
informações sobre esse movimento espiritualista é Alexandria, no Egito, que
tinha uma biblioteca que abrigava diversas obras, das quais alguns manuscritos
sobreviveram ao longo dos anos.
Uma das bases filosóficas do Gnosticismo vem dos ensinamentos de Jesus
Cristo, figura mítica personificada por vários grupos gnósticos como o verdadei-
ro Gnóstico, aquele que conhece a: revelação interior ou oculta desvelada e que,
também, compreende a revelação exterior ou pública velada, aquele que detinha
a posse da Gnosis, o que significa a habilidade para receber e compreender a
revelação divina em si mesmo (BARBOSA; LIMA, 2019).
E U IN D ICO
Por fim, abordaremos um termo que se mantém sem consenso nos estudos sobre
as religiões, a Nova Era. Há muitas discussões entre os teóricos da religião sobre
possíveis definições de Nova Era, mas, como forma de esoterismo ocidental, há
várias influências que remontam a períodos longínquos da História. Uma das
influências são as correntes ocultistas dos séculos XVIII e XIX, como os traba-
lhos do místico cristão sueco Emanuel Swedenborg do médico e hipnotizador
alemão Franz Mesmer, bem como a Sociedade Teosófica, fundada pela russa
Helena Blavatsky. Do século XX, podemos citar as influências da ufologia, do
movimento da contracultura e dos hippies.
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Nos anos 1970, sobretudo, no Reino Unido, a Nova Era tornou-se muito popular,
avançando para outras regiões nos anos 1980 e 1990. As múltiplas influências
de pensamento acabaram por produzir a possibilidade de um encontro das es-
piritualidades, marcado por hibridismos e diálogos interculturais. Apesar do
ecletismo, a ênfase recai na ideia de que o indivíduo constrói sua própria espiri-
tualidade com muita liberdade de escolha.
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UN I AS S ELV I
NOVOS DESAFIOS
O estudo das ciências da religião de distintas culturas e religiosidades ao redor
do mundo é balizado pela busca de questões à procura de respostas. O pesqui-
sador das religiões investiga de uma perspectiva externa e acaba encontrando
semelhanças e diferenças. Do mesmo modo, os adeptos das religiões, também,
buscam por respostas e, por vezes, seu posicionamento interno à crença pode
gerar relatos mais densos e extensos sobre tais questões.
Quem sou eu? Qual a origem do universo? Que forças governam o mun-
do? O que acontece quando morremos? Essas são algumas das questões exis-
tenciais que crentes e pesquisadores buscam responder. Em muitos casos,
possíveis respostas são carregadas de intercâmbios e hibridismos, demons-
trando a importância do diálogo intercultural e inter-religioso nessa busca
de explicações sobre nossa existência.
Cabe a você, estudioso das religiões, destacar a necessidade do diálogo na
busca de explicações e respostas. Só por meio de uma atitude respeitosa, tolerante
e aberta a diferentes culturas é possível avançar no conhecimento dessas questões
existenciais que ainda giram o mundo.
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VAMOS PRATICAR
2. “Mesmo sendo fluente em árabe, persa e turco, Faridu’d-Din escolheu escrever seus
poemas em Punjabi sendo considerado o pai da literatura punjabi na região sul-asiá-
tica” (SANTOS, 2016, p. 230).
Fonte: SANTOS, D. de J. S. Sufismo na Índia: origem da Ordem Sufi Chishti e suas prin-
cipais práticas espirituais. Religare, v. 13, n. 1, 2016.
A partir da afirmação de Santos, aponte qual dos textos a seguir é de autoria de Fari-
du’d-Din:
a) Confessio Fraternitatis.
b) Adi Granth.
c) Fama Fraternitatis Rosae Crucis.
d) Círculo de Tübingen.
e) Corão.
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VAMOS PRATICAR
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
4. Orixá do trovão, deus da justiça; saudação: Kaô kabiessi!; sexo: masculino; elemento
natural: trovoadas, raios e pedras de raio; cores das roupas e colares: vermelho, marrom
e branco; sincretismo: São Jerônimo, São João Batista.
Fonte: CANDOBLÉ. Os orixás. [202?]. Disponível em: https://ocandomble.com/os-ori-
xas/. Acesso em: 29 ago. 2023.
De acordo com o excerto anterior, aponte qual das alternativas apresenta o orixá descrito:
a) Oxun.
b) Oxóssi.
c) Exú.
d) Xangô.
e) Omulu.
a) Mito de morte.
b) Mito de passagem.
c) Mitos de criação.
d) Mito de crescimento.
e) Mito de valorização.
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REFERÊNCIAS
BARBOSA, J. F.; LIMA, E. Gnosis e sua História, do surgimento até os dias atuais. Gnosis
Brasil, 26 mar. 2019. Disponível em: https://gnosisbrasil.com/artigos/historia-da-gnosis/.
Acesso em: 25 jun. 2023.
OLIVEIRA, D. E. de. Cosmovisão Africana no Brasil: elementos para uma filosofia afrodes-
cendente. Fortaleza: LCR, 2003.
PARANÁ. Ensino religioso: diversidade cultural e religiosa. Curitiba: SEED/PR, 2013. Dispo-
nível em: http://www.ensinoreligioso.seed.pr.gov.br/arquivos/File/livro_er_19_3_2015.pdf.
Acesso em: 24 ago. 2023.
PRANDI, R. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
ROSSI, L. A. S.; PERONDI, I. Rito, Mito e Símbolo Como Fenômenos Religiosos e Socioló-
gicos. Curitiba: Intersaberes, 2020.
SANTOS, D. de J. S. Sufismo na Índia: origem da Ordem Sufi Chishti e suas principais práticas
espirituais. Religare, v. 13, n.1 , 2016.
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GABARITO
2. Opção B. Na Índia, foi publicado o primeiro livro em punjabi com conteúdo considerado
sagrado pelos sufis indianos. Sahykh Faridu’d-Din, conhecido como Baba Farid, foi um
líder espiritual Chishti que publicou poemas sufi no século XII. 112 versos atribuídos a ele
fazem parte do livro sagrado sikh, o Adi Granth, também conhecido como Guru Granth
Sahib. A obra apresenta hinos que expressam amor, adoração a Deus e afirmação da paz
e harmonia entre os homens.
4. Opção D. Xangô: orixá do trovão, deus da justiça. Saudação: Kaô kabiessi! Sexo: masculino.
Elemento natural: trovoadas, raios e pedras de raio. Cores das roupas e colares: vermelho,
marrom e branco. Sincretismo: São Jerônimo, São João Batista.
5. Opção C. A história apresentada é um relato a respeito das origens, mas podemos per-
ceber que essa busca das origens não se situa em uma cronologia histórica. Nos mitos,
encontramos expressões, como “bem no princípio” ou “em outro tempo”, no lugar de
números que identificam datas precisas. Assim, o tempo e o espaço do mito não são os
mesmos de nossa experiência histórica.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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MINHAS ANOTAÇÕES
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UNIDADE 3
TEMA DE APRENDIZAGEM 7
MINHAS METAS
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VAMOS RECORDAR?
Acompanhe as considerações de Rosana Batarelli sobre o
uso dos símbolos e dicas práticas para que você possa se
desenvolver e tornar-se ainda mais consciente!
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Os símbolos, portanto, ganham sentido a partir de experiências muito
específicas. Assim, os símbolos religiosos de uma confissão religiosa
distinta do cristianismo poderiam ser considerados, aos olhos de um
cristão, justamente por ele não conhecer e não conseguir decodificar
o símbolo, algo de menor importância. Qual a razão desse comporta-
mento? A resposta a considerar é que é o lugar social de cada pessoa
que define a maneira pela qual ela interpretará e que sentido dará aos
símbolos que estão ao seu redor (ROSSI; PERONDI, 2020, p. 112).
E U IN D ICO
As religiões fazem sua comunicação por meio de símbolos com diferentes formas,
cores e gestos presentes em rituais e templos. Os símbolos religiosos conectam
as pessoas ao sagrado por meio de sons, formas, cores, palavras e objetos. As
diferentes religiosidades atribuem significados próprios aos símbolos.
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P E N SA N DO J UNTO S
“
A água é essencial ao mundo inteiro e é ela que mantém a vida. Nas
tradições religiosas, a água pode ser encontrada em diversos ritos por
representar a fonte de vida. A terra é que dá forma e estrutura a tudo
que existe. É o centro do universo. Lugar em que ocorre a transforma-
ção, valorizada por ter a capacidade infinita de produzir frutos. Nela
está a simbologia da maternidade, além de ser a fonte de todas as for-
mas vivas, de guardiã das crianças e de matriz, na qual se sepultam os
mortos. O ar representa o meio onde acontece o início de todas as ações
e realizações humanas. Estamos em constante união com esse elemen-
to, pois é através do ar que respiramos e, se ficarmos alguns instantes
sem ele, isso pode significar a morte. O fogo representa a mudança
contínua, contraste e harmonia. O fogo pode estar relacionado com a
vida e com a morte. A simbologia do fogo nas tradições religiosas está
em libertar e purificar (ROSSI; PERONDI, 2020, p. 152).
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Judaísmo
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Islã
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Cristianismo
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Sacramentais é o nome dado aos meios adotados pela Igreja de im-
plorar pelas bênçãos de Deus. Podem ser símbolos, cerimônias ou
objetos consagrados que despertam a devoção no fiel, por exemplo:
abençoar um doente ou uma criança; rosários, crucifixos e medalhas;
água (água benta), cinzas (na Quarta-Feira de Cinzas), folhas de pal-
meira (no Domingo de Ramos), velas (no dia 2 de fevereiro) e fogo
(véspera da Páscoa). Diferentemente dos sacramentos, os sacramen-
tais não foram introduzidos por Jesus, e sim pela Igreja. Além disso,
não se tornam efetivos em virtude de um poder divino inato, como
ocorre com os sacramentos, mas graças às orações coletivas e parti-
culares dos fiéis (GAARDER; HELLERN; NOTAKER, 2000, p. 202).
“
A fim de compreender o serviço, é necessário primeiro nos familia-
rizarmos com o próprio edifício da Igreja, que é construído como
o Templo de Salomão, em Jerusalém. Entra-se primeiro num ves-
tíbulo, que contém a pia batismal, símbolo de que o ingresso na
Igreja se faz mediante o batismo. Em seguida vem a nave, onde a
congregação se posta durante o serviço. Oculto atrás de um biombo
fica o santuário, que corresponde ao Santo dos Santos no Templo
judaico do Antigo Testamento. Apenas o padre tem permissão de
entrar nesse santuário, mas quando as portas estão abertas a con-
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Hinduísmo
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Descrição da Imagem: a figura apresenta uma fotografia de uma flor, na cor rosa, com as pétalas abertas e o
miolo, na cor amarela. A flor encontra-se na superfície da água com folhas verdes ao redor. Fim da descrição.
Outro símbolo hindu muito conhecido é a vaca, animal sagrado que simboliza
a mãe da humanidade que sustenta a vida, por isso, não é permitido matar vacas
e consumi-las. O animal é adorado em celebrações religiosas e citado no livro
sagrado dos Vedas. Uma pessoa pode se purificar ao tocar em uma vaca. Outros
animais sagrados são o crocodilo, o macaco e a cobra.
No hinduísmo, a água, também, simboliza a purificação do corpo e do es-
pírito, sobretudo, se o banho for nas águas correntes de um rio. O rio Ganges é
chamado de Mãe Ganga e, em suas águas, os fiéis tomam banho, jogam as cinzas
dos mortos, bebem e se benzem. Por outro lado, temos a simbologia do fogo,
utilizado em rituais sagrados de purificação e de bênçãos. No mês de outubro,
é celebrada a festa Divali, que marca o ano novo por meio do ritual de acender
lamparinas no beiral das janelas das casas.
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O ritual do fogo também aparece nas celebrações de casamento dos
hindus, pois através dele invocam os Deuses a fim de levarem uma
vida religiosa gloriosa. Outro ato na celebração do casamento, em
que temos como símbolo o fogo sagrado, é quando o casal oferece
arroz e manteiga ao fogo, representando a igualdade de direitos e
deveres. Somente quando o casal dá as quatro voltas ao redor do
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UN I AS S ELV I
Figura 2 - Swastika
Descrição da Imagem: a figura apresenta uma fotografia de uma estátua feita de concreto com a imagem de Buda,
figura humanoide com traços asiáticos, sendo os olhos puxados e fechados. A figura tem uma marca pequena e
circular na testa, entre os dois olhos, e veste um adereço que cobre a cabeça e uma capa nos ombros. No centro
do peito, há um símbolo formado de traços quadriculares que formam a suástica. Fim da descrição.
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Taoísmo
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HIBRIDISMOS SIMBÓLICOS
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NOVOS DESAFIOS
Em uma visita a diferentes espaços religiosos, é possível perceber a variedade de
símbolos considerados sagrados e seus significantes. Nos templos religiosos, a
comunidade expressa sua fé, dando visibilidade às crenças. As formas simbóli-
cas visíveis ajudam as pessoas a sentirem a conexão com o divino por meio das
emoções. Outra característica que constitui os sistemas simbólicos é sua fun-
ção unificadora das pessoas que compartilham seus significantes, gerando uma
comunhão religiosa na comunidade. Assim, os símbolos levam à ação, à uma
prática religiosa compartilhada.
Sugerimos que esse aspecto prático dos símbolos religiosos seja trabalhado
em sua prática de ensino religioso, instigando o entendimento de como a per-
cepção simbólica pode contribuir com a solidariedade comunitária, gerando
vínculos entre as pessoas. Uma vez que os sistemas simbólicos são polissêmicos,
eles podem ser compartilhados de forma que experiências individuais podem
ser traduzidas para o plano coletivo, gerando vínculos comunitários.
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VAMOS PRATICAR
1. “[...] é essencial ao mundo inteiro e é ela que mantém a vida. Nas tradições religiosas,
a pode ser encontrada em diversos ritos por representar a fonte de vida” (ROSSI; PE-
RONDI, 2020, p. 152).
Fonte: ROSSI, L. A. S.; PERONDI, I. Rito, mito e símbolo como fenômenos religiosos e
sociológicos. Curitiba: Intersaberes, 2020.
A partir da afirmação apresentada, aponte qual dos elementos naturais a seguir é descrito
no excerto:
a) Terra.
b) Fogo.
c) Ar.
d) Água.
e) Vento.
a) I e IV, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) II, III e IV, apenas.
De acordo com o excerto anterior, aponte qual das alternativas não apresenta um símbolo
associado ao Islã:
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VAMOS PRATICAR
a) Kipá.
b) Lua crescente e estrela.
c) Hamsá.
d) Subha.
e) Alcorão.
a) Espírito Santo.
b) Candelabro de sete pontas.
c) Deus.
d) Tocha Viva.
e) Calor que transmite benção de Deus.
I - Nas igrejas, há uma pia batismal, símbolo de que o ingresso na Igreja se faz mediante
o batismo.
II - A nave é onde a congregação se posta durante o serviço.
III - Apenas o padre tem permissão de entrar no santuário.
IV - O biombo se chama iconostas, porque é coberto de pinturas religiosas ou ícones.
a) I, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.
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REFERÊNCIAS
ELIADE, M. História das crenças e das ideias religiosas I. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.
GAARDER, J.; HELLERN, V.; NOTAKER, H. O Livro das Religiões. São Paulo: Companhia das
Letras, 2000.
ROSSI, L. A. S.; PERONDI, I. Rito, mito e símbolo como fenômenos religiosos e socioló-
gicos. Curitiba: Intersaberes, 2020.
SZPICZKOWSKI, A. Símbolos Visuais Judaicos. Revista de Estudos Orientais, n. 3, 1999.
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GABARITO
1. Opção D. Grande parte das culturas religiosas pelo mundo acredita na simbologia dos
elementos naturais, como a água, a terra, o fogo e o ar. A água é essencial ao mundo
inteiro e é ela que mantém a vida. Nas tradições religiosas, a água pode ser encontrada
em diversos ritos por representar a fonte de vida
3. Opção A. Um dos símbolos de submissão dos judeus à vontade de Deus é o uso da kipá,
um pequeno chapéu que os homens usam para cobrir a cabeça e simbolizar sua posição
de humilde servo de Deus..
5. Opção E. Entra-se primeiro num vestíbulo, que contém a pia batismal, símbolo de que o
ingresso na Igreja se faz mediante o batismo. Em seguida, vem a nave, onde a congregação
se posta durante o serviço. Oculto, atrás de um biombo, fica o santuário, que corresponde
ao Santo dos Santos no Templo judaico do Antigo Testamento. Apenas o padre tem per-
missão de entrar nesse santuário, mas quando as portas estão abertas, a congregação
pode ver o que acontece ali. O biombo se chama iconostas (parede de imagens), porque
é coberto de pinturas religiosas, ou ícones, tão característicos da Igreja ortodoxa.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
MINHAS METAS
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VAMOS RECORDAR?
A fim de continuar refletindo sobre o papel dos símbolos
nas religiosidades, convido você a ler o texto de Remí Klein:
O lugar e o papel dos símbolos no processo educativo-reli-
gioso (2006). Acesse o QR Code!
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T E MA D E APRE N D IZAGEM 8
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UN I AS S ELV I
Figura 1 - Chac
Descrição da Imagem: a figura apresenta a imagem de uma divindade esculpida na pedra, com rosto humanoi-
de, de perfil com nariz comprido, que representa a chuva. É representada junto às rãs, suas companheiras que
anunciam a chuva. Fim da descrição.
Outro povo nativo antigo das Américas é o Inca, que viveu na região da Cordi-
lheira dos Andes, no território que, hoje, compreende o Chile, o Peru, a Bolívia
e o Equador. Os incas acreditavam em forças espirituais duais, como a chuva e
a seca, o Sol e a Lua, a paz e a guerra. Uma das divindades mais cultuadas era o
deus Sol, chamado Inti, com vários templos construídos em sua homenagem,
como o Templo do Sol, na cidade de Cusco, no Peru. A imagem que representa
Inti é um rosto humano sobre um disco radiante.
Outra divindade cultuada era Mama Quilla, representada pela Lua e respon-
sável por assuntos femininos, como fertilidade, nascimentos e ciclos menstruais.
Já Viracocha era a divindade criadora do mundo. Animais, como o condor e o
jaguar, eram representados em objetos e ruínas por serem considerados sagrados.
Para os incas, os rios, as montanhas, os lagos e as rochas, também, eram sagrados.
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T E MA D E APRE N D IZAGEM 8
Descrição da Imagem: a figura apresenta uma imagem de objeto composto de arco de madeira, revestido com
tiras de couro. A esse arco são amarrados vários fios, em formato de teia de aranha, com uma abertura no centro.
Das laterais esquerda e direita e da base inferior, pendem tiras de couro, na cor marrom, com contas de madeira
presas por nós e penas de aves marrom no final da tira. Fim da descrição.
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Ocorre que os índios, em suas diferentes versões cosmológicas, não
se consideram como ‘senhores do universo”, para quem todas as
outras espécies devem servir, como na nossa sociedade. As visões
de mundo indígenas geralmente colocam os humanos em relações
de troca com outros seres sobrenaturais, como aqueles relacionados
às diversas espécies animais (muitas vezes chamados de ‘donos’ ou
‘avós dos animais’), às plantas e fontes de água (‘donos’ ou ‘mestres
de plantas’ e igarapés). Certas ervas, árvores, animais ou aves aos
quais os índios atribuem poderes sobrenaturais são manipulados
exclusivamente pelos pajés. Consideram que todo o equilíbrio do
cosmos depende desta troca recíproca e adequada entre os homens,
os seres da natureza e os seres sobrenaturais. Não podemos estender
estas noções a todos os grupos indígenas, mas de maneira muito
geral pode-se dizer que atribuem a estes seres sobrenaturais a capa-
cidade de lhes provocar doenças através de feitiços. Consequente-
mente, uma caçada exagerada de animais poderia desencadear uma
mortandade desmedida de humanos (TASSINARI, 1995, p. 458).
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Descrição da Imagem: a figura apresenta uma fotografia do busto de uma mulher da etnia Dessana. Ela tem
pele parda e cabelos lisos e compridos e está usando um adereço na cabeça feito de penas de aves, nas cores
vermelho e amarelo, e colares de sementes naturais. Ela tem o rosto pintado com traços étnicos, nas cores ver-
melho e preto. Fim da descrição.
A pintura corporal, também, pode simbolizar uma defesa contra males espirituais
e maus espíritos. Os diferentes desenhos, formas e cores pintados no corpo podem
garantir boa sorte e proteção. Cada comunidade ou família costuma desenvolver
padrões próprios de pintura corporal. Em muitos grupos, essa tarefa é atribuição das
mulheres, que pinta os corpos dos maridos e filhos. Na arte indígena, em geral, gra-
fismos podem significar conhecimento, sabedoria e ligações com o sagrado. No caso
dos Tupi-Guarani, são utilizados três padrões gráficos com diferentes significados:
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Ypara Korá
Desenhos baseados na pele das cobras,
costumam apresentar formas de losango
e de quadrado. Esses símbolos significam
acolhimento, ou seja, que suas casas es-
tão sempre disponíveis para acolher os
parentes que vêm de longe.
Ypara Jaxá
Desenhos em linha reta que se assemelham
a correntes.
Ypara Ixy
Desenhos em zigue-zague que se asse-
melham ao movimento das cobras.
Outro artefato de grande carga simbólica para muitas etnias indígenas é o cocar,
um ornamento de cabeça feito de penas de aves que simboliza proteção contra
más energias por meio das cores. O formato em forma de coroa representa a
centralidade dos pensamentos, enquanto seu formato semiaberto refere-se à
busca por novos saberes. Para os membros da etnia Fulni-ô, o cocar conecta o
guerreiro com o grande espírito, por isso, deve ser utilizado apenas pelos homens.
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Figura 4 - Cocar
Descrição da Imagem: a figura apresenta uma fotografia da parte traseira da cabeça de um homem. Este tem
cabelo curto e castanho e veste um adorno na cabeça feito de penas de aves, nas cores vermelho, branco e
amarelo. Essas penas estão presas por fios vermelhos que amarram na cabeça. Fim da descrição.
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IN D ICAÇ ÃO DE LI V RO
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No Brasil, as cerca de 305 etnias indígenas mantêm 274 línguas faladas. Nas
últimas décadas, os conhecimentos xamanísticos foram valorizados como re-
positórios de técnicas curativas. A indústria farmacêutica, ainda, desenvolve
pesquisas com espécies vegetais utilizadas pelos indígenas, buscando encontrar
explicações sobre suas capacidades curativas.
Cabe destacar a importância desse resgate de cosmovisões nativas, desde
que sejam consideradas as particularidades desses povos tradicionais. O con-
texto indígena deve ser levado em conta, visto que o conhecimento sobre o
mundo sobrenatural não se desvincula das práticas diárias. Assim, o diálogo
cultural requer um aprendizado amplo e profundo de tradições ancestrais que
simbolizam as práticas religiosas.
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Ao longo do tempo, o conjunto de símbolos sofreu alterações em
relação aos seus usos, além do surgimento de novas figuras e se es-
palhou pelo mundo. Nesse sentido, passou a ser utilizado também
em contextos menos formais, como roupas de uso cotidiano, jóias,
paredes, objetos, e chegaram ao Brasil também aparecendo nesses
contextos. O que encontramos com mais facilidade é o Adinkra
de nome Sankofa, geralmente em portões, grades, estampas e ta-
tuagens. Este Adinkra simboliza um pássaro que olha para trás, e
significa algo parecido com ‘volte e pegue’ ou ‘voltar para buscá-la’,
nos ensinando o valor de aprender com o passado para a construção
do presente e do futuro (VELOSO, 2022, on-line).
Descrição da Imagem: a figura apresenta a ima- Descrição da Imagem: a figura apresenta a ima-
gem de um símbolo no formato de coração com gem de um símbolo com contornos na cor preta e
contornos na cor preta. Fim da descrição. formato semelhante ao da letra Z estilizada. Fim
da descrição.
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As águas estão presentes nos rituais religiosos, nas abluções, nos
batismos, nas aspersões, nos banhos místicos, e também sob a
forma de chá, na cerimônia que faz da ingestão deste um profundo
momento meditativo. As águas dos rios, dos mares, das charnecas,
são líquidos que remetem ao berço uterino, ao leite nutritivo que
brota do corpo da mãe, e que depois se tornam sangue e vinho.
Sangue como líquido do corpo dos seres vivos e vinho como san-
gue do corpo da terra. A água é símbolo da vida e da morte, é sobre
as águas do rio que Caronte deve conduzir sua barca contendo os
mortos. Neste sentido, o feminino, as águas que o representam,
são as próprias forças transformadoras e inconstantes da vida e da
morte. São o fluir do passado, presente e futuro, num continuum
líquido e eternamente fecundo (PARANÁ, 2013, p. 56).
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E U IN D ICO
No Brasil, ainda, circula um discurso de que o país aceita bem a diversidade ét-
nica e cultural que forma nossa população. Contudo, ainda, ocorrem episódios
de intolerância religiosa, conforme atestam as notificações registradas por órgãos
públicos, como a Secretaria de Direitos Humanos. Esses registros demonstram
que têm aumentado a visibilidade dos atos de intolerância religiosa.
É importante esclarecer que a Constituição Federal Brasileira de 1988 garante
a liberdade de crença. No Art. 5º, é garantida a liberdade de consciência e escolha
de religião. A Lei nº 9.459/1997 estabelece que a discriminação religiosa é crime.
Nossa legislação, também, estabelece proteção aos locais de culto religiosos e
às liturgias. Entretanto, por mais que existam leis que garantam a prática dos
hibridismos religiosos brasileiros, ainda se faz necessário avançar no respeito às
diferenças de credos enquanto parte da nossa formação cultural.
Duas cidades onde é possível observar boa convivência de práticas religiosas
híbridas são Salvador, na Bahia, e Foz do Iguaçu, no Paraná. A primeira é palco
de diversos hibridismos simbólicos relacionados às religiões de matriz africana,
com rituais que acontecem na porta das igrejas e locais de culto pela cidade. A
segunda é uma cidade de fronteira, que congrega tradições de três países com
diferentes crenças religiosas.
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NOVOS DESAFIOS
A prática do ensino religioso baseia-se na
premissa de refletir sobre tradições e costu-
mes das várias religiosidades, a fim de esti-
mular o diálogo religioso. No Brasil, o en-
sino religioso não é obrigatório em nossa
legislação federal, mas esse conhecimento
interdisciplinar pode contribuir para fo-
mentar o respeito entre diferentes grupos.
Conhecer os significados de símbolos
que integram algumas tradições religio-
sas ajuda a compreender a importância
da tolerância e igualdade de direitos nas
sociedades. Os símbolos são importantes
enquanto sistema de comunicação e na re-
lação com o sagrado, assim, estão presentes
no cotidiano e podem ser ressignificados
ao longo do tempo.
Assim como ocorre com as interpreta-
ções de escrituras sagradas, a interpretação
dos símbolos também não é enriquecida
com leituras fundamentalistas, sendo
necessário se desfazer de preconceitos. Es-
ses são aspectos a serem considerados em
sua prática profissional.
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VAMOS PRATICAR
1. [...] acreditavam em forças espirituais duais, como a chuva e a seca, o Sol e a Lua, a
paz e a guerra. Uma das divindades mais cultuadas era o deus Sol, chamado Inti, com
vários templos construídos em sua homenagem, como o Templo do Sol, na cidade de
Cusco, no Peru".
Fonte: ARANTES, M. O. Os símbolos nas manifestações religiosas indígenas e afri-
canas. 2023.
A partir da afirmação anterior, aponte qual dos povos refere-se à descrição apresentada:
a) Maias.
b) Incas.
c) Astecas.
d) Krenak.
e) Tupi.
2. Povos nativos das Américas mantêm relação direta entre seu sistema simbólico reli-
gioso e os elementos da natureza. Povos politeístas acreditam em diversas divindades
vinculadas com o céu, a terra e a água, por exemplo. No caso de grupos antigos, como
os Maias, é difícil compreender suas crenças espirituais sem uma análise do entorno
no qual essas pessoas viviam.
I - Entre as divindades maias, uma das figuras mais importantes é Itzamná, divindade
criadora que representa a morte e o renascimento.
II - Representação da religiosidade maia são os Bacabs, quatro divindades que repre-
sentam os quatro pontos cardeais.
III - Divindade relacionada ao meio natural é o jovem deus do milho, Ah Mun, símbolo do
alimento básico dos maias, de grande importância para esse povo.
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
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VAMOS PRATICAR
3. Ornamento de cabeça feito de penas de aves que simboliza proteção contra más ener-
gias por meio das cores. O formato em forma de coroa representa a centralidade dos
pensamentos, enquanto seu formato semiaberto refere-se à busca por novos saberes.
De acordo com o excerto anterior, aponte qual das alternativas apresenta o nome do
artefato descrito:
a) Tiara.
b) Coroa.
c) Bico de pena.
d) Cocar.
e) Korá.
5. “Ao longo do tempo, o conjunto de símbolos sofreu alterações em relação aos seus
usos, além do surgimento de novas figuras e se espalhou pelo mundo. Nesse sentido,
passou a ser utilizado também em contextos menos formais, como roupas de uso
cotidiano, jóias, paredes, objetos, e chegaram ao Brasil também aparecendo nesses
contextos” (VELOSO, 2022, on-line).
Fonte: VELOSO, A. Tecnologia Ancestral Africana: Símbolos Adinkra. UFMG, ago.
2022. Disponível em: https://www.ufmg.br/espacodoconhecimento/tecnologia-ances-
tral-africana-simbolos-adinkra/. Acesso em: 30 ago. 2023.
a) Maculelê.
b) Catimbó.
c) Adinkras.
d) Zakumi.
e) Ibiri.
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VAMOS PRATICAR
CERQUEIRA, C. L. P.; SANTANA, M. Os Adinkras: Ideogramas das Tribos Africanas. In: SEMI-
NÁRIO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENHO, CULTURA E INTERATIVIDADE,
15., 2020, Feira de Santana. Anais [...]. Feira de Santana: UEFS, 2020 Disponível em: https://
periodicos.uefs.br/index.php/AnaisPPGDCI/article/view/7562. Acesso em: 30 ago. 2023.
KLEIN, R. O lugar e o papel dos símbolos no processo educativo-religioso. Estudos Teoló-
gicos, v. 46, n. 2, p. 74-83, 2006. Disponível em: http://www3.est.edu.br/publicacoes/estu-
dos_teologicos/vol4602_2006/et2006-2e_rklein.pdf. Acesso em30 ago. 2023.
PARANÁ. Ensino religioso: diversidade cultural e religiosa. Curitiba: SEED/PR, 2013. Dispo-
nível em: http://www.ensinoreligioso.seed.pr.gov.br/arquivos/File/livro_er_19_3_2015.pdf.
Acesso em: 30 ago. 2023.
TASSINARI, A. M. I. Sociedades Indígenas: introdução ao tema da diversidade cultural. In:
SILVA, A. L.; GRUPIONI, L. D. B. (org.). A temática indígena na escola: novos subsídios para
professores de 1º e 2º graus. Brasília: MEC, 1995.
VELOSO, A. Tecnologia Ancestral Africana: Símbolos Adinkra. UFMG, 16 ago. 2022. Disponível
em: https://www.ufmg.br/espacodoconhecimento/tecnologia-ancestral-africana-simbo-
los-adinkra/. Acesso em: 30 ago. 2023.
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GABARITO
1. Opção B. Outro povo nativo antigo das Américas é o Inca, que viveu na região da Cordilheira
dos Andes no território que, hoje, compreende o Chile, o Peru, a Bolívia e o Equador. Os
incas acreditavam em forças espirituais duais, como a chuva e a seca, o Sol e a Lua, a paz
e a guerra. Uma das divindades mais cultuadas era o deus Sol, chamado Inti, com vários
templos construídos em sua homenagem, como o Templo do Sol, na cidade de Cusco,
no Peru. A imagem que representa Inti é um rosto humano sobre um disco radiante.
2. Opção E. Povos nativos das Américas mantêm relação direta entre seu sistema simbólico
religioso e os elementos da natureza. Povos politeístas acreditam em diversas divindades
vinculadas com o céu, a terra e a água, por exemplo. No caso de grupos antigos, como
os Maias, é difícil compreender suas crenças espirituais sem uma análise do entorno no
qual essas pessoas viviam. A chamada Mesoamérica, território que compreendia partes
do atual México, da Guatemala, de Honduras, de Belize, de Salvador, de Nicarágua e de
Costa Rica, caracterizava-se por muitos rios, montanhas e ricas fauna e flora relaciona-
das aos espíritos ancestrais e naturais. Entre as divindades maias, uma das figuras mais
importantes é Itzamná, divindade criadora que representa a morte e o renascimento. Essa
divindade é vinculada ao deus Sol, Kinich Ahau, e à deusa Lua, Ixchel. Outra representa-
ção da religiosidade maia são os Bacabs, quatro divindades que representam os quatro
pontos cardeais, cada um associado a uma cor diferente. Outra divindade relacionada ao
meio natural é o jovem deus do milho, Ah Mun, símbolo do alimento básico dos maias, de
grande importância para esse povo.
3. Opção D. Um artefato de grande carga simbólica para muitas etnias indígenas é o cocar,
um ornamento de cabeça feito de penas de aves que simboliza proteção contra más
energias por meio das cores. O formato em forma de coroa representa a centralidade dos
pensamentos, enquanto seu formato semiaberto refere-se à busca por novos saberes.
Para os membros da etnia Fulni-ô, o cocar conecta o guerreiro com o grande espírito,
por isso, deve ser utilizado apenas pelos homens.
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GABARITO
4. A maioria dos povos nativos do Brasil não tem uma religião institucionalizada, mas, sim,
práticas espirituais intimamente ligadas ao meio natural. Muitos povos acreditam estarem
rodeados por espíritos protetores ou malignos. Quase todas as festividades têm relação
com o calendário agrícola, com a caça, com a guerra e com os significados espirituais.
Essas festas são carregadas de símbolos de cunho religioso.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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MINHAS ANOTAÇÕES
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TEMA DE APRENDIZAGEM 9
MINHAS METAS
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UN I AS S ELV I
VAMOS RECORDAR?
A fim de continuar refletindo sobre as emoções no campo
das religiosidades, convido você a assistir à aula do profes-
sor Flavio Williges, da Universidade Federal de Santa Maria.
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T E MA D E APRE N D IZAGEM 9
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Dentro do Universo da Umbanda, tem-se a Umbanda de Almas e An-
gola, que é uma união entre a Umbanda Tradicional e os ritos africa-
nistas do Candomblé de Angola, a Umbanda Branca ou de Mesa, no
qual não se utilizam elementos africanos, não trabalham com Exus
e Pomba-giras, mas trabalham com Caboclos, Preto-velhos e Crian-
ças, assim com a sua base doutrinária os livros espíritas. A Umbanda
de Caboclo, onde o foco é nos Caboclos e com forte influência com
as culturas indígenas. A Umbanda Esotérica, que tem como seu re-
presentante e difusor W. W. Matta Pires, no qual visa o conjunto de
leis divinas, também fazem uso de práticas consideradas de cunho
esotérico-ocultista (cristais, numerologia, mantras, meditação, etc.).
Umbanda Iniciática, derivada da Umbanda Esotérica, fundamentada
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UN I AS S ELV I
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As cores das contas dos orixás sofrem pequenas alterações, depen-
dendo da nação do candomblé. Exu, normalmente, tem contas pretas
intercaladas com vermelhas ou cinzas, apesar dos xambás usarem as
cores branca e preta. As de Ogum alternam-se entre o verde ou o azul-
-marinho. As de Ossaim são verdes, ou verdes rajadas de branco. Para
Oxóssi, é utilizado o azul-turquesa. Omolu tem cores que variam entre
brancas raiadas de preto e marrom. Oxumaré, o orixá do arco-íris,
aceita as verdes raiadas de amarelo. Oxum, a deusa da beleza e do ouro,
adorna seus filhos com contas douradas ou de âmbar (alguns aceitam
o amarelo). Iansã, a senhora dos ventos e tempestades, se associa às
contas marrom ou cor de coral. Iemanjá, a rainha do amor, é cultuada
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T E MA D E APRE N D IZAGEM 9
Outros adornos relacionam os orixás com objetos. Iemanjá costuma ser associada
a peixes, Xangô pode ser associado a um machado, e Oxalá, a uma pomba. Con-
tudo essa simbologia não integra os fundamentos do candomblé, por exemplo,
sendo utilizada como um costume popular.
IN D ICAÇÃO DE LI V RO
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UN I AS S ELV I
EXU
Orixá da caça, deus da fauna. Saudação: Okê arô! Sexo: masculino. Elemento
natural: florestas e matas. Cores das roupas e dos colares: azul-turquesa e verde.
Sincretismo: São Sebastião e São Jorge.
OSSAIM
Orixá da vegetação, deus das folhas. Saudação: Euê assá! Sexo: masculino.
Elemento natural: folhas. Cores das roupas e dos colares: verde e branco.
Sincretismo: santo Onofre.
OXUMARÊ
XANGÔ
Orixá do relâmpago, dona dos espíritos dos mortos. Saudação: Eparrei! Sexo:
feminino. Elemento natural: relâmpagos, raios, ventos, tempestade. Cores
das roupas e dos colares: marrom e vermelho-escuro ou branco. Sincretismo:
Santa Bárbara.
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OBÁ
OXUM
NANÃ
Orixá da lama do fundo das águas. Saudação: Saluba! Sexo: feminino. Elemento
natural: lama, pântanos. Cores das roupas e dos colares: lilás, azul e branco.
Sincretismo: Santa Ana.
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UN I AS S ELV I
IN D ICAÇ ÃO DE FI LM E
E U IN D ICO
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A P RO F UNDA NDO
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UN I AS S ELV I
Descrição da Imagem: a figura apresenta uma fotografia do instrumento musical tambor, que tem formato
esférico com pele de animal na cor bege. Abaixo dele, há um tapete de pele de animal na cor bege sobre um piso
de madeira clara. Sobre o tambor, há uma baqueta de madeira com ponta de tecido na cor marrom. À esquerda,
há um recipiente de metal esférico e, ao fundo, plantas verdes. Fim da descrição.
WICCA
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Eva, seduzida pela serpente, comeu o fruto proibido por Deus e
induziu Adão ao mesmo ato condenando, assim, toda a humanida-
de a nascerem do pecado, ou seja, o sexo. Tais elementos produzi-
ram ‘discursos diagnósticos’ da presença do Diabo na humanidade
principalmente relacionado à sexualidade das mulheres, no qual o
sexo era visto como um caminho mais fácil de chegar à perdição,
satisfazendo os desejos insaciáveis do Diabo. Acreditava-se que a
aquisição dos poderes sobrenaturais por uma bruxa era através do
sexo com Diabo, em sua forma ‘real’, o que era caraterizado como
um processo doloroso (LEITE, 2018, p. 14-15).
Tais discursos que associam o mal à sexualidade feminina ainda persistem em dias
atuais, gerando muita incompreensão acerca do sagrado feminino nas religiões,
incluindo a Wicca. Na verdade, essa crença fundamenta-se nas relações das pessoas
com os elementos da natureza, sendo o feminino a personificação da mãe natureza,
a maior força do universo. Assim como nas religiosidades indígenas, os seres hu-
manos, outros animais e os elementos naturais teriam uma relação de irmandade.
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UN I AS S ELV I
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Num passado bem distante a Grande Mãe, criadora do Universo,
era divinizada. A mulher, na Terra, representava os poderes gera-
dores desta Grande Mãe, pois partilhava com ela do mesmo poder:
criar vida. Com o passar do tempo, as Deusas receberam diversos
nomes: Gaia, a Mãe Terra; Afrodite, a Deusa do amor; Ganga, a
Deusa representada no Rio Ganges (Índia); e Pele, na mitologia
havaiana, que é a Deusa do Fogo e dos Vulcões. Atualmente, en-
contramos alguns seguidores da antiga religião da Deusa, também
chamada de Wicca. Os seguidores da religião da velha Mãe acredi-
tam que as mulheres são portadoras de um princípio sagrado e que
seus corpos são divinos (PARANÁ, 2013, p. 60).
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IN D ICAÇÃO DE FI LM E
A História de Deus
A crença em algo divino é algo que tanto une como sepa-
ra os homens, e Morgan Freeman deseja responder às suas
questões pessoais, em A História de Deus, numa viagem à vol-
ta do mundo para conhecer, por meio da história e da ciência, o
que é que nos une às nossas crenças.
Refletindo sobre a história: o documentário aborda as distin-
tas opiniões da humanidade a respeito dos mistérios que a fé humana provoca. A
primeira temporada tem seis episódios que falam sobre a criação, quem é Deus, a
razão pela qual o mal existe, milagres, apocalipse e morte. A segunda temporada
tem três episódios sobre profetas, médiuns, padres, sacerdotes, santos e diversos
outros líderes de diferentes religiões. É interessante perceber que, independente-
mente de culturas ou crenças, o ser humano busca pelas mesmas respostas, e as
religiões trazem essas respostas de formas bem parecidas umas com as outras.
NOVOS DESAFIOS
Estudante, é interessante perceber que, nas últimas décadas, o Brasil avançou em
sua legislação em relação ao quadro religioso pluralista entre as religiosidades.
Desde 1988, por exemplo, com a Constituição Brasileira, a prática dos cultos
afro-brasileiros deixou de ser enquadrada no crime de contravenção penal. Con-
tudo, ainda, precisamos avançar enquanto sociedade em relação ao preconceito
e à perseguição das práticas afro-religiosas ou práticas mágicas.
Nosso pluralismo é complexo e dinâmico, com a incorporação de novas reli-
giosidades e adoção de novas práticas, muitas vezes, com um hibridismo presente
em uma mesma experiência religiosa. Muitas pessoas frequentam várias religiões
e acreditam em sistemas simbólicos distintos, internalizando a complexidade cul-
tural que caracteriza o Brasil e marca uma difícil separação entre religião e ética.
Temos estudado muito sobre os fenômenos religiosos, tão importantes para a
normatização da vida em sociedade. Por meio das tradições religiosas, discursos
representam valores, imaginários e dogmas passados para as pessoas, gerando a
construção de sentidos e significados socialmente compartilhados. Assim, nesse
processo de partilha de significados, ocorrem os diálogos e a necessidade de
acolher o pluralismo religioso. Não basta a constatação da pluralidade étnica,
cultural e religiosa, o diálogo inter-religioso requer o entendimento de que a
diversidade é um valor não negociável.
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VAMOS PRATICAR
A partir da afirmação anterior, aponte qual das alternativas apresenta uma caracterização
da descrição apresentada.
a) Separatismo religioso.
b) Hibridismo religioso.
c) Sectarismo religioso.
d) Culturalismo religioso.
e) Somatismo religioso.
I - Gestos.
II - Roupas.
III - Adereços.
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VAMOS PRATICAR
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
3. “Orixá das águas doces e do ouro, deusa do amor e da fertilidade. Saudação: Ora yeyê
ô! Sexo: feminino; elemento natural: rios, lagoas e cachoeiras; cores das roupas e co-
lares: amarelo ou dourado; sincretismo: Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora
Aparecida” (GAARDER; HELLERN; NOTAKER, 2000, p. 321-324).
Fonte: GAARDER, J.; HELLERN, V.; NOTAKER, H. O Livro das Religiões. São Paulo: Com-
panhia das Letras, 2000.
De acordo com o excerto anterior, aponte qual das alternativas apresenta o nome do
orixá descrito:
a) Exú.
b) Xangô.
c) Obá.
d) Iansã.
e) Oxum.
4. “As cores das contas dos orixás sofrem pequenas alterações, dependendo da nação
do candomblé. Exu, normalmente, tem contas pretas intercaladas com vermelhas ou
cinzas, apesar dos xambás usarem as cores branca e preta. As de Ogum alternam-se
entre o verde ou o azul-marinho” (ROMANI, 2013, on-line).
Fonte: ROMANI, D. Fios e Contas: Símbolos de Fé e Proteção. Revista Continente, 1
ago. 2013. Disponível em: https://revistacontinente.com.br/edicoes/152/fios-e-contas-
--simbolos-de--fe-e-protecao. Acesso em: 4 set. 2023.
Em relação a um dos nomes dado ao fio de contas descrito, analise as afirmativas a seguir.
I - Guias.
II - Colares sagrados.
III - Colar de Exú.
IV - Guardião.
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VAMOS PRATICAR
a) I, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.
5. “Eva, seduzida pela serpente, comeu o fruto proibido por Deus e induziu Adão ao mes-
mo ato condenando, assim, toda a humanidade a nascerem do pecado, ou seja, o
sexo. Tais elementos produziram “discursos diagnósticos” da presença do Diabo na
humanidade principalmente relacionado à sexualidade das mulheres, no qual o sexo
era visto como um caminho mais fácil de chegar à perdição, satisfazendo os desejos
insaciáveis do Diabo” (LEITE, 2018, p. 14-15).
Fonte: LEITE, S. A. O. De Guardião a Demônio: a Representação da Entidade Exu na
Umbanda Espiritualista. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Antropo-
logia) – Instituto Latino-Americano de Arte, Cultura e História, Universidade Federal da
Integração Latino-Americana, Foz do Iguaçu, 2018.
a) I, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.
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REFERÊNCIAS
GAARDER, J.; HELLERN, V.; NOTAKER, H. O Livro das Religiões. São Paulo: Companhia das
Letras, 2000.
LEITE, S. A. O. De Guardião a Demônio: a Representação da Entidade Exu na Umbanda
Espiritualista. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Antropologia) – Instituto
Latino-Americano de Arte, Cultura e História, Universidade Federal da Integração Latino-A-
mericana, Foz do Iguaçu, 2018.
PARANÁ. Ensino religioso: diversidade cultural e religiosa. Curitiba: SEED/PR, 2013. Dispo-
nível em: http://www.ensinoreligioso.seed.pr.gov.br/arquivos/File/livro_er_19_3_2015.pdf.
Acesso em: 30 ago. 2023.
ROMANI, D. Fios e Contas: Símbolos de Fé e Proteção. Revista Continente, 1 ago. 2013.
Disponível em: https://revistacontinente.com.br/edicoes/152/fios-e-contas--simbolos-de-
-fe-e-protecao. Acesso em: 4 set. 2023.
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GABARITO
1. Opção B. A Umbanda é uma das religiões de matriz africana no Brasil, sendo conhecida
por suas práticas rituais e crenças híbridas que mesclam elementos de distintas tradições
religiosas, como africanismo, cristianismo, hinduísmo e kardecismo, caracterizando-se
por um hibridismo religioso.
3. E. O culto aos orixás é repleto de simbolismos associados a cores, comidas, dias da se-
mana e características pessoais. Oxum é o orixá das águas doces e do ouro, deusa do
amor e da fertilidade.
4. Opção A. Um dos símbolos mais presentes no Brasil são os fios de contas, também
chamados de guias, considerados objetos sagrados. Cada orixá é representado por cores
diferentes, e o uso dos fios de contas, como colares, braceletes ou bordados nas vesti-
mentas, associa a pessoa à sua devoção aos orixás. Seu uso é obrigatório para filhos de
santo do candomblé.
5. Opção B. A palavra bruxa foi estigmatizada ao longo da história devido ao período da In-
quisição, quando a Igreja Católica perseguiu e condenou à fogueira milhares de pessoas
consideradas bruxas. O estigma da Wicca, ou bruxaria, atribui à essa crença o satanismo,
ou seja, a adoração ao diabo, ou demoníaco, ligando a bruxaria, exclusivamente, à cha-
mada magia negra, mesmo a religião não acreditando na dualidade entre Deus e Diabo.
A identificação das bruxas ao Diabo é fundamentada pelo cristianismo, que relacionou,
durante a Idade Média, a sexualidade feminina ao mal.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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