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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL

DA COMARCA DE ARAÇATUBA-SP.

ALBERTO, brasileiro(a), portador(a) do CPF sob nº , RG nº -4,


Estado Civil CASADO, Profissão APOSENTADO, residente e domiciliada no endereço
- SP, por sua advogada e procuradora que esta subscreve, conforme instrumento de
mandato incluso, com endereço de e-mail do escritório descrito no rodapé da página,
vem perante Vossa Excelência, respeitosamente, com fundamento no artigo 319 do
CPC, e artigos 3º e 927 do Código Civil, para propor a presente ação de

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DE DÉBITO C/C


REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS COM
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

Em face de BANCO MERCANTIL DO BRASIL S.A, instituição financeira inscrita


no CNPJ/MF sob n. º 17.184.037. /0001-10, com sede na Rua Rio de Janeiro, n. 654, 6º
andar, anexo 680, centro, na cidade de Belo Horizonte/MG, pelas razões de fato e de
direito a seguir expostas:

I. DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA


Inicialmente, por ser pessoa pobre na acepção jurídica do termo, requer o
AUTOR se digne V. Exa. conceder-lhe os benefícios da Assistência Judiciária Gratuita,
a teor do disposto do art. 4º c/c art. 5º § 4º, em razão do mesmo não ter condições para
arcar com as custas e despesas processuais do presente feito, conforme se verifica nos
extratos da conta corrente do autor este recebe benefício do INSS no valor líquido de
R$ 2.320,35 (dois mil trezentos e vinte reais e trinta e cinco centavos), possuindo ainda
descontos referentes a empréstimo pessoal junto ao Banco Mercantil que somam R$
1.484,37 (mil quatrocentos e oitenta e quatro reais e trinta e sete centavos).

Portanto, a renda líquida para manutenção do lar, é de aproximadamente R$


835,00 (oitocentos e trinta e cinco reais).

Para comprovar a alegado acosta-se aos autos os seguintes documentos:

 Declaração de Hipossuficiência
 3 (três) meses de extrato de Pagamento de Benefício do
INSS
 5 (cinco) meses de extrato da conta corrente
 Histórico de crédito
 Últimas duas Declarações de Imposto de Renda
 Carteira de Trabalho atualizada

II. DA AUDIENCIA DE CONCILIAÇÃO

Tendo em vista o teor do Código de Processo Civil, especialmente a


redação presente no dispositivo do art. 334, informar a Vossa Excelência que o AUTOR
não tem interesse na audiência de conciliação, tendo em vista que todas as tentativas de
diligência junto ao banco REQUERIDO, foram infrutíferas.

Portanto, caso o requerido queira propor acordo ao requerente este poderá


entrar em contato com a procuradora constituída pelo e-mail:
rubialara@adv.oabsp.org.br ou pelo WhatsApp: (17) 99215-8454.

III. DA TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA


Mister se faz necessário, a observância da prioridade processual no presente
caso, uma vez que a REQUERENTE é pessoa idosa e possui 66 anos, enquadrando-se
no conceito de idoso, estabelecido pela Lei 10.741/03, com a previsão da referida
garantia no Art. 71 do citado diploma legal.

IV. DOS FATOS

A parte autora é titular de conta corrente administrada pelo Mercantil,


onde recebe seu benefício previdenciário, conforme documento em anexo.

O requerente está sendo cobrado indevidamente, por tempo


indeterminado, pois a conta salário é um tipo especial de conta de depósito à vista
destinada a receber salários, vencimentos, aposentadorias, benefícios, pensões e
similares.

Não é movimentável por cheque e é isenta da cobrança de tarifas. Ou


seja, o que caracteriza a conta a ser do tipo salário é a não utilização de qualquer
produto oferecido pela instituição bancária.

Ocorre que vem sendo indevidamente descontadas quantias pela ré,


nos seguintes valores e sob os Títulos:

 “TAR. PACOTE SERVIÇOS”, valor de R$10,99;


A parte requerente ao perceber esta movimentação em sua conta, se dirigiu
até a agência do BANCO MERCANTIL, para descobrir o motivo do desconto, quando
ela foi informada que os descontos foram feitos.

Ocorre, no entanto, que o requerente desconhece bem como não contratou


qualquer serviço da requerida, ou sequer autorizou que fosse realizado qualquer
desconto em sua conta. A mídia também vem amplamente divulgando as fraudes
ocorridas nos descontos de aposentados e pensionistas, vejamos alguns links com
reportagens nesse sentido:

E o que é pior, também em consulta na internet constatou-se que inúmeras


outras pessoas estão passando por situação semelhante, pois estão tendo descontos
realizados pela requerida sem qualquer tipo de autorização ou conhecimento. Com
efeito, juntamos com a petição inicial reclamações de consumidores registradas no site
“ReclameAqui”.

Neste particular, importante consignar que o desconto indevidamente


realizado pela ré, gera prejuízo mensal.

Sendo assim, a mesma não tendo conhecimento destes descontos, bem


como tendo estes ocorridos de forma totalmente ilegal ingressa com a presente ação
judicial para ter ressarcido todos os valores indevidamente descontados, assim como
pretende indenização pelos danos sofridos.

V. DO DIREITO

Diante dos fatos narrados, percebe-se claramente a que a Requerida efetuou


descontos indevidos em conta previdenciária referentes a taxas de manutenção sem
autorização ou solicitação da autora, o que demonstra prática abusiva e arbitrária.

Neste sentido, a resolução nº 3402 do Conselho Monetário Nacional veda


expressamente descontos de qualquer natureza em conta bancária aberta única e
exclusivamente com o fim de pagamento de parcelas previdenciárias, senão vejamos:

Art. 1º A partir de 2 de abril de 2007, as instituições


financeiras, na prestação de serviços de pagamento
de salários, proventos, soldos, vencimentos,
aposentadorias, pensões e similares, ficam
obrigadas a proceder aos respectivos créditos em
nome dos beneficiários mediante utilização de
contas não movimentáveis por cheques destinadas
ao registro e controle do fluxo de recursos (...).

Art. 2º Na prestação de serviços nos termos do art.


1º:

I - é vedado à instituição financeira contratada


cobrar dos beneficiários, a qualquer título, tarifas
destinadas ao ressarcimento pela realização dos
serviços, devendo ser observadas, além das
condições previstas nesta resolução, a legislação
específica referente a cada espécie de pagamento e
as demais normas aplicáveis;

De acordo com o entendimento pacificado do Tribunais:

APELAÇÃO CÍVEL. DESCONTO INDEVIDO EM


BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. COBRANÇA DE
TAXA DE MANUTENÇÃO DE CONTA.
IMPOSSIBILIDADE. DANO MORAL
CONFIGURADO. REPETIÇÃO EM DOBRO.
Multa por descumprimento de liminar. Manutenção.
Recurso desprovido. As contas bancárias abertas
exclusivamente para recebimento de benefício
previdenciário são isentas de taxas, conforme
resolução do banco central. Havendo cobrança de
taxas indevidas cuja soma compromete a renda do
consumidor, importa em dano moral. Sendo a
instituição financeira conhecedora das normas do
Banco Central, a cobrança de taxa de conta isenta
configura má fé, impondo a repetição em dobro.
Provada que a liminar não foi cumprida
integralmente, mantém-se a multa aplicada. (TJ-RO
-APL: 70001114020188220002 RO
7000111.40.2018.8.22.0002, Data de Julgamento:
13/03/2019).

Qualquer cobrança, seja decorrente de serviços prestados ou meras tarifas,


devem obrigatoriamente possuir expressa previsão contratual, sob pena de ilegalidade
na cobrança.

Afinal, mesmo que pudesse tratar-se de um serviço prestado, o mesmo


sequer foi solicitado pelo consumidor, configurando prática vedada expressamente pelo
CDC:

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou


serviços, dentre outras práticas abusivas: VI -
Executar serviços sem a prévia elaboração de
orçamento e autorização expressa do consumidor,
ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores
entre as partes;

Razões pelas quais a nulidade dos valores cobrados e consequente


devolução em dobro é medida que se impõe.

Deste modo, os descontos efetuados pela instituição ré amoldam-se ao ato


ilícito, gerando por si só danos à autora, vez que restou impedida de usufruir de seu
benefício previdenciário na sua integralidade.

Em razão desta imprudência, o banco requerido gerou dano, tal conduta


remete à previsão legal dos art. 186 e art. 187 do CC:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão


voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um


direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os
limites impostos pelo seu fim econômico ou social,
pela boa-fé ou pelos bons costumes.
VI. DA RESPONSABILIDADE CIVIL

A responsabilidade civil, tratada no dispositivo do artigo 927 do Código


Civil, dispõe:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e


187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-
lo.

III - o empregador ou comitente, por seus


empregados, serviçais e prepostos, no exercício do
trabalho que lhes competir, ou em razão dele;

Corrobora a jurisprudência neste sentido:

APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL.


DESCONTO INDEVIDO DE VALORES DE CONTA
BENEFÍCIO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA
DA INSTITUIÇÃO BANCÁRIA. DANO MORAL.
QUANTIFICAÇÃO. Sendo inequívo o desconto
indevido, de valores da conta benefício do autor,
configurada está a falha na prestaççao do serviço
que impõe a responsabilização da instituição
bancária. Responsabilidade objetiva do banco, nos
termos do artigo 14 do CDC. A fixação do dano
deve atentar para as condições financeiras das
partes, a gravidade do dano, e especialmente, para
o grau de culpa no cometimento do ato ilícito. (...)
(TJ-RS-AC: 70041799487 RS. Relator: Marco
Aurélio dos Santos Caminha. Data de Julgamento:
17/05/2012, Décima Sexta Câmara Cível, Data de
Publicação : Diário de Justiça dia 21/05/2012.

VII. DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR


É patente no presente caso a aplicação do Código de Defesa do Consumidor
em seus arts. 2° e 3°, uma vez que a relação havida entre as partes deve ser
regulamentada pela legislação consumerista. Assim, é conclusivo que a parte
requerente, valendo-se do seu status de consumidor, é parte hipossuficiente da relação
de consumo havida com a requerida, razão pela qual não pode ficar a mercê delas e de
suas abusividades).

Desta forma, no presente caso é de rigor a aplicação das normas e princípios


previstos no Código de Defesa do Consumidor, especialmente no que diz respeito à
inversão do ônus da prova, prevista no art. 6, VIII, da lei consumerista.

VIII. DA RESTITUIÇÃO DO VALOR EM DOBRO

Ressalta-se ainda que, no caso, a requerida cobrou por serviço sem


autorização da parte autora por tempo A SER DEMONSTRADO PELA REQUERIDA
NO RELATÓRIO DE DESCONTOS, portanto, ESTIMA-SE que foi descontado da
conta da autora cerca de R$ 791,28 (setecentos e noventa e um reais e vinte e oito
centavos).

Consoante com a lei, há também decisões reiteradas nesse sentido:

AGRAVO INTERNO. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO


DECLARATÓRIA DE NULIDADE CONTRATUAL
C/C DANOS MORAIS E REPETIÇÃO DE
INDÉBITO. DESCONTOS INDEVIDOS DE
TARIFAS BANCÁRIAS EM CONTA BENEFÍCIO.
FATO IMPEDITIVO, EXTINTIVO OU
MODIFICATIVO DO DIREITO DO AUTOR. NÃO
COMPROVAÇÃO. ÔNUS DA INSTITUIÇÃO
FINANCEIRA. DANOS MORAIS CONFIGURADO.
REPETIÇÃO DO INDÉBITO. ART. 42,
PARÁGRAFO ÚNICO, CDC. RECURSO
IMPROVIDO. 1. Nos termos do IRDR nº 3043/2017,
que constitui precedente de aplicação obrigatória, “
É ilícita a cobrança de tarifas bancárias para o
recebimento de proventos e/ou benefícios
previdenciários, por meio de cartão magnético do
INSS e atráves de conta depóstio com pacote
essencial, sendo possível a cobrança de tarifas
bancárias na contratação do pacote remunerado de
serviços ou quando excedidos os limites da
gratuidade previstos nos Res. 3919/2010 do
BACEN, desde que o aposentado seja prévia e
efetivamente informado pela instituição financeira.
2. In casu, verifico que o Banco não se desincmbiu
do ônus de comprovar que a autora/agravada
solicitou ou autorizou a abertura de conta corrente
sujeita à tarifação, não sendo possível atribuir a
esta a produção de prova negativa/diabólica acerca
de um serviço que alegou não ter contratado. 3. Não
tendo a instituição financeira se desincumbido do
ônus de demonstrar engano justificável em tais
cobranças, infere-se portanto, plenamente devido o
direito do consumidor à repetição do indébito em
dobro das tarifas cobradas. 4. Quanto ao dano
moral, resta evidente a falha na prestação de
serviço pela instituição financeira, a demandar a
observância do dever objetivo de cuidado no
exercicio de sua atividade, surgindo a obrigação de
indenizar os danos sofridos pelo consumidor, em
razão dos desconto indevidos em seu benefício. 5.
Recurso Improvido. (TJ-MA-AGT:
0005138220158100132 MA 0305622017, Relator:
ANGELA MARIA MORAES SALAZAR, Data de
Julgamento: 27/06/2019, PRIMEIRA CÂMARA
CÍVEL, Data de Publicação: 02/07/2019).

Dessa forma, roga pela devolução dos descontos em dobro,


descontadas indevidamente, conforme entendimento jurisprudencial citado.
Por fim, o autor requereu extrato de movimentação do período que
teve a conta benefício, contudo seu pedido foi negado, requer que seja intimada a
instituição ré para juntar aos autos o referido extrato, constando os descontos
indevidos efetuados.

IX. DA INVERSÃO DO ÔNUS DAS PROVA

O REQUERENTE deve ser beneficiada pela inversão do ônus da prova,


pelo que reza o inciso VIII do artigo 6º, também do CDC uma vez que a narrativa dos
fatos, juntamente com todos os documentos carreados, corrobora a veracidade dos fatos.

No caso em tela, o REQUERENTE deve receber a supracitada inversão


do ônus da prova, visto que se encontra em estado de hipossuficiência, uma vez que
se trata de pessoa analfabeta e idosa disputando a lide com pessoa jurídica de
grande porte, que possui maior facilidade em produzir as provas necessárias para a
percepção deste ilustre Magistrado.

É notório o fato de que o AUTOR não expediu qualquer autorização


direcionada à realização de descontos em seu benefício, não pediu nenhuma tarifa,
seguro ou pacote de serviços ao banco REQUERIDO.

Outrossim, como foi narrado anteriormente, o REQUERENTE jamais


ingressou, em qualquer instituição bancária com a finalidade de requerer os descontos
citados, ou mesmo assinou qualquer documento apresentado por funcionário da
instituição, especialmente na sede ou filial do banco REQUERIDO.

X. DO PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

O Código Civil em seu artigo 944 porta-se em face da quantificação do


valor da indenização, a saber:

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do


dano.
Nesse entendimento, embasado em tudo que foi nitidamente exposto acima,
passa-se à pormenorização dos danos. É notório o CONSTRANGIMENTO do
AUTOR, uma vez que, foi vítima de cobranças e descontos indevidos.

Portanto, conforme restou comprovado, a requerente não autorizou à


realização de descontos em seu benefício. E não existiu nenhuma razoabilidade ou
proporcionalidade para a finalidade da conduta do REQUERIDO, a única coisa que
houve na verdade foi um constrangimento físico e psicológico imposto ao AUTOR.

Nesse sentido, Humberto Theodoro Júnior leciona de forma simples e


didática sobre o tema, aplicando-se perfeitamente ao presente caso:

Entretanto, casos há em que a conduta desidiosa do


fornecedor provoca injusta perda de tempo do
consumidor, para solucionar problema de vício do
produto ou serviço. (...) O fornecedor, desta forma,
desvia o consumidor de suas atividades para
"resolver um problema criado" exclusivamente por
aquele. Essa circunstância, por si só, configura
dano indenizável no campo do dano moral, na
medida em que ofende a dignidade da pessoa
humana e outros princípios modernos da teoria
contratual, tais como a boa-fé objetiva e a função
social: (...) É de se convir que o tempo configura
bem jurídico valioso, reconhecido e protegido pelo
ordenamento jurídico, razão pela qual, "a conduta
que irrazoavelmente o viole produzirá uma nova
espécie de dano existencial, qual seja, dano
temporal" justificando a indenização. Esse tempo
perdido, destarte, quando viole um "padrão de
razoabilidade suficientemente assentado na
sociedade", não pode ser enquadrado noção de
mero aborrecimento ou dissabor." (THEODORO
JÚNIOR, Humberto. Direitos do Consumidor. 9ª ed.
Editora Forense, 2017. Versão ebook, pos. 4016).
PORTANTO, A REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS
PLEITEADA VISA APENAS E TÃO SOMENTE COMPENSAR UM POUCO A
LESADA, POSTO QUE OS ABORRECIMENTOS E DESGOSTOS PASSADOS
NÃO POSSUEM PREÇO, SERVINDO SOMENTE PARA ATENUAR SEU
SOFRIMENTO, AO MESMO TEMPO EM QUE SERVEM COMO PUNIÇÃO A
EMPRESA LESANTE, DESESTIMULANDO-A DA PRÁTICA DE NOVOS ATOS
LESIVOS A PERSONALIDADE DO PRÓXIMO.

Dessa forma, faz jus o REQUERENTE ser indenizado pelos danos


sofridos, em face da conduta negligente do REQUERIDO em firmar cobranças
indevidas e não solicitadas pelo REQUERENTE, danos esses de natureza moral que são
presumidamente reconhecidos.

Embora a indenização não consiga desfazer o ato ilícito, não resta


dúvida de que possui um caráter paliativo e consolador, visto que amenizará, ao menos
um pouco, o constrangimento e prejuízo sentido pelo REQUERENTE.

Em suma, é necessário que o Poder Judiciário condene o


REQUERIDO ao pagamento de quantia equivalente a 10 (dez) salários mínimos em
face do AUTOR, ou em quantia razoável a ser fixada por esse r. Juízo, quantia esta que
não terá o condão de enriquecê-lo e servirá para desestimular as condutas realizada pelo
REQUERIDO, assim como uma satisfação compensatória da sua dor íntima.

O STF tem proclamado que: "a indenização, a título de dano moral,


não exige comprovação de prejuízo" (RT 614/236), por ser este uma consequência
irrecusável do fato e um "direito subjetivo da pessoa ofendida" (RT 124/299).

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE


INDÉBITO C/C INDENIZATÓRIA. EMPRÉSTIMO
NÃO CONTRATADO. PESSOA IDOSA E
ANALFABETA. DANO MORAL E MATERIAL
CONFIGURADOS. QUANTIFICAÇÃO. Impõe-se a
repetição do indébito em dobro e configura dano
moral, empréstimo de dinheiro não contratado a
pessoa idosa e analfabeta, porque não corresponde
à volição do emprestante. Quantum indenizatório
fixado em observância aos princípios da
razoabilidade e proporcionalidade. Repetição do
indébito, em dobro, segundo disposto no artigo 42,
parágrafo único, do Código de Defesa do
Consumidor. APELO IMPROVIDO. AGRAVO
INTERNO. IMPROVIMENTO. (TJ-Rj – Apelação
APL 01865248820098190001 RIO DE JANEIRO
CAPITAL 21 VARA CIVEL (TJ-RJ), Relator:
Antônio Carlos Arrabida Paes, Data de
Julgamento: 02/03/2016, Vigésima Terceira Câmara
Cível Consumidor).

Ante o exposto, requer seja condenada a requerida ao pagamento do valor


de 10 (dez) salários mínimos a título de Danos Morais ao Autor.

XI. DOS PEDIDOS

DIANTE DO EXPOSTO, requer que se digne Vossa Excelência, a total


procedência do presente pedido:

a) A tramitação prioritária, nos termos do Estatuto do Idoso (cópia RG


anexada), consoante art. 1048, I do CPC e estatuto do idoso;

b) A concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita, haja vista ser


ao REQUERENTE pobre na acepção do termo, conforme art. 5º, LXXIV da CF e Lei
1060/50;

c) Reconhecendo e declarando que a requerente somente e tão somente quer


um cartão para o recebimento do benefício previdenciário;

d) Condenando o requerido à restituição em dobro dos valores descontados


indevidamente, na quantia que será informada quando da juntada dos extratos bancários
pela instituição ré, haja vista a natureza jurídica do benefício previdenciário versus os
descontos ilegais realizados pelo requerido, valor estimado de R$ 791,28 (setecentos e
noventa e um reais e vinte e oito centavos);
e) Requer a condenação do requerido ao pagamento da indenização por
danos morais pelos descontos indevidos, no importe de 10 (dez) salários mínimos com
juros e correção monetária na forma da lei;

f) Requer a citação da empresa requerida para contestar, sob pena de revelia;

g) Seja deferida a inversão do ônus da prova, conforme art. 6º, VIII do


CDC;

h) Requer que seja intimada a instituição ré para juntar aos autos o


referido extrato, constando os descontos indevidos efetuados;

i) Com relação à audiência de conciliação ou mediação a autora demonstra


desinteresse na autocomposição, de acordo com art. 334, §5º do CPC;

j) Requer por fim, que todas as publicações e notificações e intimações


referentes aos autos em epígrafe sejam realizadas em nome das advogadas constituídas:
RUBIA LARA DE SOUZA, OAB/SP 390.790, e-mail: rubialara@adv.oabsp.org.br ,
celular (17) 99215-8454, e NATÁLIA TEIXEIRA DE BARROS, OAB/SP 486.345, e-
mail: nataliateixeirab.adv@gmail.com, celular (17) 98131-7128.

Protesta provar o todo afirmado por todos os meios de provas admitidas em


direito.

Dá-se à causa o valor de R$ 14.911,28 (quatorze mil novecentos e onze


reais e vinte e oito centavos) por motivos de alçada.

Termos em que, pede deferimento.

Araçatuba, 01 de março de 2024.

NATÁLIA TEIXEIRA DE BARROS


OAB/SP - 486.345

RUBIA LARA DE SOUZA


OAB/SP -390.790

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