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DIREITO PENAL CPIII-C

AULA 01 / TEMA 01
05/04
Teoria da pena.
1) Conceitos e fins da pena: teorias, os sistemas penais.
2) Descriminalização. Abolicionismo penal.
3) A individualização da pena: importância. Individualizações legislativa, judicial e
executória.
4) As elementares do crime: definição e importância.
5) Circunstâncias: circunstância judicial, agravantes e atenuantes, causas especiais
de aumento e de diminuição.
6) A qualificadora:
a) Crimes qualificados pelo resultado;
b) Diferenças entre qualificadora e causa especial de aumento de pena.
7) A forma privilegiada.

TEORIA E DOSIMETRIA DA PENA


O objetivo principal da sentença penal condenatória é a pena.
A partir do oferecimento da denúncia, tudo se faz para se obter uma sentença, seja
absolutória ou condenatória.
PENA: é a reação da sociedade politicamente organizada à uma conduta humana
que infringe lei vigente e se mostra apta a lesar bem jurídico tutelado pelo direito
penal.
Só interessa conduta humana, que lese ou exponha à risco de lesão o bem jurídico.
Assim, a pena é uma reação a essa conduta humana.

TEORIA ABSOLUTA
Entende que a única finalidade da pena é a finalidade retributiva, ou seja, a pena
não tem uma finalidade prática. Sua única finalidade é castigar o infrator da lei.

TEORIA RELATIVA
Contrapõe a absoluta, diz que a única finalidade da pena é a preventiva. Não visa ao
castigo, mas tão somente a prevenção de novas infrações penais.
Não se refere ao próprio autor da conduta.
TEORIA MISTA/ TEORIA UNIFICADORA/ TEORIA ECLÉTICA/ TEORIA
INTERMEDIÁRIA/ TEORIA CONCILIATÓRIA/ TEORIA UNITÁRIA
Diz que a pena tem duas finalidades, a retributiva (ligada ao autor da conduta) e a
preventiva, que pode ser geral ou especial.
Possui dupla finalidade.
Foi essa teoria adotada pelo código penal (art. 59), servindo para a retribuição e
prevenção do crime.

TEORIA AGNÓSTICA ou NEGATIVA


Essa teoria apresenta uma descrença na efetividade das finalidades tradicionalmente
consideradas da pena (preventiva e retributiva).
Entende que a única finalidade da pena é a neutralização do condenado, a
imposição da pena ou da medida de segurança.
Não acredita que a pessoa vai cumprir a pena para se ressocializar ou punir. A única
finalidade é tirar a pessoa do convívio social.

LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LEI 7.210/84


Segundo o art. 1, o objetivo da pena é aplicar as disposições da sentença e
possibilitar condições para a integração social do condenado.
Não fala em ressocialização nem em reintegração, fala em integração social.
Não é necessário um estado anterior de socialização, importa que, praticado o crime,
a pena tem por objetivo socializá-lo.

FUNÇÕES DA PENA
PREVENÇÃO GERAL: visa o controle da violência, é direcionada a toda a
sociedade. Pode ser negativa ou positiva. “olha oq acontece com quem pratica
crimes”
Negativa: é uma espécie de intimidação da prática de infrações penais pela
imposição da pena.
Positiva: é uma reafirmação da vigência do direito penal; demonstração da vigência
da lei penal.

PREVENÇÃO ESPECIAL: direcionada a pessoa do condenado.


Negativa: intimidação do condenado, visa evitar.

Positiva: visa a ressocialização do condenado.

DIFERENÇA ENTRE DESCRIMINALIZAÇÃO e DESPENALIZAÇÃO (ART. 5°,


XL DA CF E ART. 2°, CAPUT DO CP)
DESCRIMINIZAÇÃO: deixar de considerar crime uma conduta (abolitio criminis)
A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. A lei que passou a vigorar
hoje, não pode retroagir para fatos anteriores a ela.
Se essa lei que entrou em vigor hoje, de qualquer maneira beneficiar o agente, ela
necessariamente vai retroagir, para beneficiar.
A lei penal não retroagirá, salvo quando for para beneficiar o réu. Só
afasta efeitos penais.
EX: se alguém está sendo processado por uma conduta que deixou de ser crime,
essa inquérito deve ser anulado imediatamente. Por conta desse efeito retroativo de
uma lei penal que de qualquer modo favoreça o agente.
Se alguém estava respondendo a um processo civil que o autor estava respondendo
pela prática considerada crime, ele continua tramitando, o que não pode acontecer
são os efeitos penais da conduta que deixou de ser considerada crime.

DESPENALIZAÇÃO: é quando a conduta permanece típica (considerada crime),


mas é afastada a imposição de uma pena criminal.
Ex: Art. 16 lei 6.368/76. Foi modificado pelo art. 28 da lei de drogas.
art. 28 lei 11.343/06 - estabeleceu a conduta do usuário de drogas.
Portar drogas para uso próprio continua sendo crime no Brasil, o que mudou é que
em face dessa conduta, não mais se impõe penas, houve a despenalização da
conduta.

ABOLICIONISMO PENAL
Não é só revogar o ordenamento jurídico penal brasileiro.
Visa uma análise de proporcionalidade da conduta em face da resposta do Estado.
Não é rasgar o Código Penal e dizer que pode tudo.
É uma doutrina de medidas alternativas ao cárcere, como imposição de penas
restritivas de direito.
POSSIBILIDADES:
- Descriminalização
- Despenalização
- Alternativas à segregação penal
- Transação penal
- Justiça Restaurativa no Direito penal
- Política de restrição de danos
- Pena restritiva de direitos

INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
Abrange muitas análises, dentre elas a própria dosimetria da pena.
Não é possível falar em dosimetria da pena sem falar em individualização da
pena.
Para cada réu, a sua pena.
O juiz precisa, diante do fato a ele apresentado, verificar todas as circunstâncias
pessoais de cada réu, para que ele possa individualizar cada caso para fazer a
dosimetria da pena.
Se A ostenta antecedente criminal e B não ostenta, não pode ser imposto a mesma
pena ao dois. Isso não tem a ver com ser bomzinho.
Sob pena de aplicarem uma pena que fere o princípio da individualização da pena.
É um direito fundamental do indivíduo (art. 5°, XLVI CF)

Esse princípio é efetivado em três esferas distintas:


- Individualização legislativa da pena: o primeiro juízo de valor que se faz
a uma conduta é feito pelo legislador.
Por isso existem tipos penais com penas diferentes feitas em abstrato.
- Individualização judicial da pena: ela se dá por
sentença/acórdão/decisão.
- Individualização administrativa ou executória da pena: já superamos
a fase judicial.
Art. 53 e art. 54. I ao IV LEP: PELO DIRETOR DO PRESIDIO
Art. 53. Constituem sanções disciplinares:
I - advertência verbal;
II - repreensão;
III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único);
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos
que possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta
Lei.
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado.

Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato
motivado do diretor do estabelecimento e a do inciso V, por prévio e
fundamentado despacho do juiz competente.
Assim, diante da prática de uma infração disciplinar, pode o diretor do presidio
praticar um ato de penalidade ao apenado. E ele individualizará a pena naquele caso
concreto.

DOSIMETRIA DA PENA
Existem regras que não estão escritas em lugar nenhum.
O método que o nosso ordenamento adotou foi o método trifásico de dosimetria da
pena/ hierarquia das fases da pena/ escalonamento crescente verticalizado.

Cálculo da pena
Art. 68. A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste
Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e
agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento.
1ª fase: analisar as circunstâncias do art. 59 do CP
Após a análise das circunstâncias, temos a chamada pena base. Ao analisar as
circunstâncias do art. 59, deve-se dizer que “eleva a pena em tanto...” e após isso
terá a pena base.
2ª fase: serão analisadas as circunstâncias atenuantes e agravantes. Após essa
análise, temos a pena intermediária.
3ª fase: análise das circunstâncias minorantes e majorantes.
Após essa análise, teremos a pena definitiva.
ELEMENTARES DE UM CRIME
São aqueles elementos que estão previstos num tipo simples daquele crime.
Ex: Homicídio Simples
Art. 121. Matar alguém: (dolosamente)
Pena- reclusão, de seis a vinte anos.

Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido
à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Se a violência empregada for contra o objeto (coisa), será crime qualificado de
arrebatamento e não de roubo.
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal,
salvo quando elementares do crime.
Se houver a prática de condutas diferentes, os agentes podem responder por crimes
destintos.
Porém, se estivermos tratando sobre elementar do crime os agentes responderão
igualmente.
Ex: peculato.
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-
lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
No caso do peculato ou qualquer crime praticado por funcionário público contra a
administração pública, mesmo o agente que não for funcionário público, responderá
pelo mesmo crime contra a administração pública, em razão do art. 30 do CP.

NORMA PENAL DE EXTENSÃO DE TIPICIDADE


Identificar todos os elementos para que possa reconhecer o crime.

Art. 14 - Diz-se o crime:


Crime consumado
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição
legal;

Tentativa
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente.
Permite a punição do agente mesmo que não estejam presentes todas as
elementares do tipo.

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade.
Responde na medida de sua culpabilidade.
AULA 02/ TEMA 02

FIXAÇÃO DA PENA
Art. 59. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta
social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e
conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá,
conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie
de pena, se cabível.
Analisar cada uma das circunstâncias do art. 59 uma a uma, para cada réu e para
cada crime.
Segundo o STJ, culpabilidade, circunstâncias e consequências, são de caráter
objetivo do crime. Para cada crime, todos os réus podem ter esses três analisados
conjuntamente.

Primeira análise: culpabilidade


No art. 29- trata-se do terceiro elemento do conceito bipartite de crime.
No art. 59 – É diferente da culpabilidade do art. 29, trata-se da aplicação da pena.
Já foi superada a análise de o crime ser típico e ilícito. É o grau de reprovabilidade
da conduta, é a repulsa que o crime nos causa.
Diverge de ser uma culpabilidade normal do tipo penal.

Segunda análise: antecedentes criminais. Só pode ser considerado antecedente


uma condenação criminal transitada em julgado, cujo fato foi praticado antes, pois é
antecedente.
SÚM. 444 STJ. “É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em
curso para agravar a pena-base.”
Em outras palavras, essa súmula proíbe que investigações em andamento ou
processos criminais sejam usados como fundamento para aumentar a pena-base de
um réu.
Circunstâncias: ou ela está presente e deve ser reconhecida ou não está presente
e não deve ser reconhecida.
Terceira análise: conduta social – tudo o que diz respeito a vida do indivíduo fora
do contexto penal.

1ª regra: na primeira fase da dosimetria, ou eu reconheço uma circunstância


judicial como desfavorável ao réu e elevo a pena na primeira fase em razão
desta circunstância ou a pena fica parada no mínimo previsto em lei, no conceito
abstrato. Não tenho como reconhecer em favor do réu e reduzir a pena na primeira
faze.
2ª regra: não é cabível compensação na primeira fase da dosimetria da pena. Não
é possível compensar circunstâncias.
A pena deve ficar parada no mínimo legal.

Quarta análise: personalidade do agente em seu desfavor, é necessário que haja


um laudo médico pericial nos autos atestando isso.
Primeira corrente: se não houver laudo médico psiquiátrico, não é possível valorar
a personalidade do autor em desfavor do réu.
Segunda corrente: um réu que ostenta 25 condenações criminais transitadas em
julgado, tem uma personalidade voltada para o crime. Portanto, essa pessoa pode
ter a pena elevada na primeira fase em razão da circunstância processual
personalidade do agente.
Apesar disso, a corrente que deve ser adotada é a que o examinador da prova
adotar.
STJ: antecedente criminal deve ser considerado como antecedente criminal. (deve
ter o laudo)

Quinta análise: motivos. Podem ser qualificadoras, agravantes, vai depender.


Frações: são majorantes
Novo intervalo de pena em abstrato: crime qualificado.

Sexta análise: circunstâncias do crime. Ex: emprego de arma de fogo, escalada,


destreza etc.
As circunstâncias do art. 59 serão sempre analisadas subsidiariamente.
Analisar se é minorante ou majorante, atenuante ou não.

Sétima análise: consequências do crime. Seja jurídica ou não.


Ex: fim de amizade das vítimas num crime de estupro.
Nesse caso, o juiz pode elevar a pena na primeira fase, no tópico consequência do
crime.

Oitava análise: comportamento da vítima. Na prática, o comportamento da vítima


nunca é valorado.
Frases:
Não há que se falar em comportamento da vítima, que nada contribuiu para a
prática delitiva.
Não há que se falar em comportamento da vítima, que se consubstancia em toda a
sociedade.

TEMA 1077 STJ


julgamento
Condenações criminais transitadas em julgado, não utilizadas para caracterizar a
reincidência, somente podem ser valoradas, na primeira fase da dosimetria, a título
de antecedentes criminais, não se admitindo sua utilização também para desvalorar
a personalidade ou a conduta social do agente. EFEITO VINCULANTE.

Tema 150 - Consideração de condenações transitadas em julgado há mais


de cinco anos como maus antecedentes para efeito de fixação da pena-
base.
Não se aplica ao reconhecimento dos maus antecedentes o prazo quinquenal de
prescrição da reincidência, previsto no art. 64, I, do Código Penal, podendo o
julgador, fundamentada e eventualmente, não promover qualquer incremento da
pena-base em razão de condenações pretéritas, quando as considerar
desimportantes, ou demasiadamente distanciadas no tempo, e, portanto, não
necessárias à prevenção e repressão do crime, nos termos do comando do artigo 59,
do Código Penal.
O Supremo colocou um limite temporal para a valoração do antecedente criminal em
desfavor do réu. O antecedente criminal não é mais perpétuo.
Não prescreve, mas não diz que prazo é.

Na segunda fase, devem ser analisadas as circunstâncias atenuantes e


agravantes. Primeiro minorantes depois majorantes, conforme art. 68 do CP.
São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:
I- A reincidência;
É um aviso acerca da vedação do bis in idem.
Ao juiz não é dada a discricionariedade nesse caso, diferente da primeira fase.
A primeira circunstância agravante prevista no art. 51 é a reincidência.

REINCIDÊNCIA
Quem pratica novo crime depois de transitar em julgado sentença penal
condenatória.
É preciso que se tenha uma condenação criminal transitada em julgado antes da
prática do crime.
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de
transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado
por crime anterior.

REINCIDENCIA: CRIME + CRIME


REINCIDENCIA: CRIME + CONTRAVENÇÃO
REINCIDENCIA: CONTRAVENÇÃO (BRASIL) + CONTRAVENÇÃO

Termo inicial da contagem do prazo: data do cumprimento ou da extinção da


pena.
Art. 64 - Para efeito de reincidência:
I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou
extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior
a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento
condicional, se não ocorrer revogação;
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.

Réu primário: é aquele que não ostenta antecedente criminal. Não podem ser
considerados inquéritos policiais e condenações penais em curso.
Primário é aquele que não tem nenhuma condenação criminal transitada em julgado.
(SUM 444 STJ). Princípio da presunção de inocência: pode estar respondendo a
vários crimes, enquanto não transitar em julgado, é primária.

Reincidente: quem pratica novo crime depois de transitado em julgado sentença


condenatória e não transcorreu o período depurador.
Tecnicamente primário: é quem já foi reincidente, transcorreu todo o período
depurador sem praticar novo crime. Porém, ostenta antecedente criminal.
Ao tecnicamente primário deve ser dispensado o mesmo tratamento dispensado ao
primário.
A única diferença é que o tecnicamente primário, porém vai ter elevada a pena na
primeira fase da dosimetria a título de antecedente criminal.

PERDÃO JUDICIAL
Não aplica pena. Não deve ser considerada a título de reincidência.

Antecedente criminal é gênero que possui como antecedente a reincidência.


Se o réu possui duas condenações transitadas em julgado e ambas são consideradas
como reincidência, pode-se considerar essa pessoa multi-reincidente.
O Estado não pode dar a mesma resposta penal para quem ostenta uma
condenação transitada em julgado e duas condenações.
Uma das condenações vai valorizar na primeira fase a título de reincidência e a outra
na segunda fase a título de antecedente criminal.

SUM 241 STJ


A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e
simultaneamente, judicial
Uma condenação criminal transitada em julgado que caracteriza a reincidência.

3 condenações criminais transitadas em julgado que caracterizam


reincidência: (caso confisssão)
1. Compensação com a atenuante da confissão espontânea.
2. Reconhecimento e valoração na 2ª fase.
3. Valoração na 1ª fase – antecedentes criminais (art. 59 CP)

E se ele não confessou espontaneamente o crime:


Uma vai ser valorada na segunda fase a título de agravante de reincidência e as
duas serão valoradas na primeira fase a título de antecedente criminal.

Na primeira fase, ou utiliza a fração de 1/8 para cada ou 1/6.


1/8 sobre o intervalo da pena prevista em abstrato.
Na segunda fase é 1/6 e acabou, sobre a pena base.

Proibido elevar a pena na primeira fase em fração superior a utilizada na segunda


fase.
O intervalo é a pena máxima menos a mínima.

AULA 02/ TEMA 03


08/04

PRIMEIRA FASE DA DOSIMETRIA DA PENA - art. 59 CP

REGRAS DE OURO:
1) Na primeira fase ou a pena é elevada, pois uma ou mais circunstâncias foi
considerada desfavorável ao réu ou fica parado.
2) Não é cabível na primeira fase da dosimetria a compensação de circunstâncias.
3) Não posso elevar na primeira fase a pena em fração maior do que a fração
aplicada na segunda fase.

SUGESTÃO: utilizar o intervalo e não a pena mínima para o cálculo.

Aplica-se para todas as circunstâncias desfavoráveis a pena de 1/8.

Cada ano: 365 dias


Cada mês: 30 dias

1a fase
Pena base: resultado da análise das circunstâncias do art. 59 do CP ou a pena
mínima prevista em abstrato.
Até o fim da análise não se tem pena base.

2a fase
Analisa as atenuantes e agravantes, o resultado é a pena intermediária

3a fase
Analisa as minorantes e majorantes, o resultado é a pena definitiva.

CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
I - a reincidência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso
que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma
da lei específica; (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício,
ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher
grávida; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade
pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
Agravantes no caso de concurso de pessoas

No que tange a pandemia da COVID-19, só é considerado agravante se o crime


realizado durante a pandemia tiver relação direta com a pandemia.
Se o crime tiver relação direta com o estado pandemico.

AGRAVANTES NO CASO DE CONCURSO DE PESSOAS


Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que:
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos
demais agentes;
II - coage ou induz outrem à execução material do crime;
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade
ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal;
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de
recompensa.
ATENUANTES
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70
(setenta) anos, na data da sentença;
II - o desconhecimento da lei;
III - ter o agente:
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime,
evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado
o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de
ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada
por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
A confissão deve ser espontânea, seja parcial (o réu confessa parcialmente os
fatos mas não confessa sua integralidade), retratada (réu em sede policial
confessou e na audiência nega) ou a qualificada (reconhece o crime mas invoca
uma causa excludente de ilicitude ou excludente de culpabilidade).
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.

SUM 231 STJ. Na segunda fase, a incidência da circunstância atenuante não


pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal.
A primeira camada de análise da atenuante é reconhecer se a atenuante ocorreu no
caso concreto.
Para deixar de valorar a atenuante: pela sum 231 deixo de reconhecer a atenuante.
OBS: sempre prestar atenção se o réu tem menos de 21 e mais de 70 anos.

Súmula 630-STJ: A incidência da atenuante da confissão espontânea no crime de tráfico


ilícito de entorpecentes exige o reconhecimento da traficância pelo acusado, não bastando a
mera admissão da posse ou propriedade para uso próprio.

Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante,


anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei.
Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes.
CONCURSO DE CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES E ATENUANTES
O artigo 67 do Código Penal estabelece que, no concurso de agravantes e
atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias
preponderantes, como os motivos determinantes do crime, a personalidade do
agente e a reincidência. Além disso, o mesmo artigo também lista situações que não
impedem a propositura da ação civil, como o despacho de arquivamento do
inquérito, a decisão que julgar extinta a punibilidade e a sentença absolutória que
decidir que o fato imputado não constitui crime.

Personalidade do agente: circunstâncias de cunho subjetivo. Menoridade relativa


e senilidade (art. 65, I, CP)
Confissão espontânea (art. 65, III, = “d” do CP)

Não escrever a fração, mas obrigatoriamente escrever a quantidade de pena que


aquela fração representa.
Na primeira e na segunda: não escreve a fração.
Na terceira: é necessário escrever a fração.

TEMA 585 DO JULGAMENTO DO SISTEMA DOS RECURSOS REPETITIVOS


É possível, na segunda fase da dosimetria da pena, a compensação integral da
atenuante da confissão espontânea com a agravante da reincidência, seja ela
específica ou não. Todavia, nos casos de multirreincidência, deve ser reconhecida a
preponderância da agravante prevista no art. 61, I, do Código Penal, sendo
admissível a sua compensação proporcional com a atenuante da confissão
espontânea, em estrito atendimento aos princípios da individualização da pena e da
proporcionalidade.

1ª fase: análise art. 59 CP – resultado é a pena base


2ª fase: atenuantes/agravantes - resultado é a pena intermediária

TEMA 04
MAJORANTES/ MINORANTES: vem representadas por frações.
Para que haja o reconhecimento de confissão em sede policial, é preciso que haja
uma confissão formal, formalizada nos autos e perante a autoridade (delegado).
Só podemos pensar em compensação de circunstâncias na segunda fase, se eu tiver
circunstâncias em vetores opostos (uma atenuante e uma minorante).
Se for atenuante preponderante e uma agravante preponderante, ai podemos
efetuar a compensação entre ambas.
Preponderante: 1/6
Não preponderante: 1/12 avos

TERCEIRA FASE
As frações incidem umas sobre as outras, chamado sistema de efeitos em cascatas.
CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA – MINORANTE
Para que haja o reconhecimento da tentativa é necessário que tenha iniciado a
execução do crime.
“cogitacio”--- “atos preparatórios”---- “atos executórios”-----“consumação”
---“exaurimento”
Para cada crime, é necessário que o agente ingresse na ceara dos atos executórios.

CAUSAS ESPECIAIS DE AUMENTO DE PENA – MAJORANTES


Sempre tem uma fração.

CASOS DE PRELIMINAR
Analisar a questão a título de preliminar.
Só há uma exceção, se em defesa a defesa técnica alegar a inconstitucionalidade do
dispositivo.

TEMA 1110 DO JULGAMENTO DO SISTEMA DOS RECURSOS REPETITIVOS


.......

TERCEIRA FASE – COMO MAJOARAR A PENA


Primeiro incide 1/3
Depois incide 2/3

Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código;


em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por
último, as causas de diminuição e de aumento.
Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas
na parte especial, pode (discricionário) o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma
só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.
Concurso material.

Duas formas de aplicar a pena na terceira fase:


Todas as fracoes de todas as minorantes e todas as majorantes

OU

Aplicando o art 68 pár único. um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a


causa que mais aumente ou diminua

TEMA 05
09/04

Não tem como confundir qualificadora com majorante.

Agravação do resultado
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente
que o houver causado ao menos culposamente.
Excepcionalidade do crime culposo, só pode considerar se a culpa estiver expressa
no tipo penal.

Roubo pode ser: simples, majorado ou circunstanciado.

Qualificadora: serve para tipificar a conduta.

FURTO
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 2º - Se o criminoso é primário (tecnicamente primário) e é de pequeno
valor a coisa furtada (um salário mínimo), o juiz pode substituir a pena de
reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a
pena de multa.
Se o réu é primário e não ostenta antecedente criminal.

FURTO QUALIFICADO
Basta uma circunstância qualificadora para o crime de furto ser qualificado.

SUM 551 STJ FURTO QUALIFICADO

Tema 1087 do STJ – Furto qualificado – inaplicabilidade da majorante do


repouso noturno

A causa de aumento prevista no § 1° do art. 155 do Código Penal (prática do crime


de furto no período noturno) não incide no crime de furto na sua forma qualificada
(§ 4°).
PENA DE MULTA
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da
quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10
(dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa.
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um
trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a
5 (cinco) vezes esse salário.
O valor do dia multa precisa equivaler ao valor que a pessoa recebe por dia do seu
trabalho.
Se não houver nenhuma informação a cerca de quanto o réu ganha, a multa será
baseada no menor valor do salário dia/multa.
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de
correção monetária.

Mínimo: 10
Máximo: 360
Sobre

1h e 8min QUESTÃO DA PROVA


Reconhecer majorante
Reconhecer concurso de crimes
ROUBO MAJORADO TENTADO – questão semestre passado
Na resposta ficará:
Portanto, a pena base fica fixada a 1 ano, 4 meses e 15 dias de reclusão e 11 dias
multa à razão unitária mínima.

TEMA 06
CRIME CONTINUADO
O crime continuado é um concurso material de crimes, o agente praticou várias
ações na mesma sequência.
Por uma questão de política criminal, o legislador resolveu reduzir a pena.
Crimes da mesma espécie são crimes que estão no mesmo dispositivo da lei.
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou
mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de
execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como
continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou
a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com
violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a
culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras
do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.
BASE DE CÁLCULO DO CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO: é a pena definitiva
aplicada a qualquer um dos crimes. Não é o resultado da exasperação.
Não existe obrigatoriedade de aplicar o crime continuado específico.
Se não reconhecer nenhuma circunstância judicial prevista no art. 71 par único em
desfavor do réu, é vedado a aplicação do crime continuado específico. Mesmo que
seja um crime praticado com violência ou grave ameaça a mesma pessoa.

MULTAS NO CONCURSO DE CRIMES


Art. 72. No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e
integralmente.
Critério de exasperação: O STJ entende que não se aplica o art. 72 do CP à
continuidade delitiva.

LEI 11.343/06 - LEI DE DROGAS


Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o
previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza (diversidade da droga) e a
quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social
do agente.
TEMA 1077 STJ

1a fase: analisar todo o 42.


Cada tipo penal da lei de drogas traz em seu preceito um intervalo.

RECLUSÃO E DETENÇÃO
A Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto
ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de
transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima
ou média;
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou
estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento
adequado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma
progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e
ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em
regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não
exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos,
poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com
observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de
regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou
à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela
Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
Regras do regime fechado.
SUM 269 DO STJ
“É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados
a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judicias.”

SUM VINCULANTE 56. a falta de estabelecimento penal adequado não


autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso,
devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.

AULA 05
11/04
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE / PRESCRIÇÃO
Deve ser reconhecida logo no início da sentença.
A extinção da punibilidade pode ocorrer antes ou depois da sentença.

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:


I - pela morte do agente;
Só pode extinguir se tiver a certeza que o réu está morto.
Ex: dois réus, um morreu no curso do processo, já extingue a punibilidade.
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito,
e depois de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade.
- Extingue todos os efeitos penais da sentença condenatória, principais e
secundários.
- Se ocorrer após o trânsito em julgado da condenação, não afeta os
extrapenais.
- A morte do agente extingue a pena de multa, uma vez que esta não poderá
ser cobrada dos seus herdeiros (art. 5°, C)
Se a sentença for falsa: segundo o STF a sentença que reconheceu a punibilidade foi
fundada num fato inexistente, portanto não faz coisa julgada.

II - pela anistia, graça ou indulto;


Anistia: é dada pelo Congresso Nacional através de uma Lei, ele fala que um
fato específico terá extinta sua punibilidade.
Normalmente incide sobre crimes políticos.
Os efeitos na área civil permanecem.
Pode ser concedida antes ou depois do trânsito em julgado.
Apaga da FAC, é como se nunca tivesse cometido aquele crime.

Graça e indulto: é dada pelo Presidente da República através de decreto.


Pode ser delegada.
Tradicionalmente é dado após o trânsito em julgado, porém tem se entendido
de dar antes.
Pode ser condicionada ou incondicionada.
Só a pena que será extinta, os efeitos secundários da sentença permanecem.
Só a pena que não cumpre, todo o resto está presente.

III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
Art 2° CP. Abolitio criminis: terá extinta a punibilidade pela prática do ato
que quando cometeu era crime, mas agora não é mais.

IV - pela prescrição, decadência ou perempção;


Perempção no direito penal: é a perda do direito de ação que acarreta ba
extinção da punibilidade, provocada pela inércia do querelante.
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á
perempta a ação penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento
do processo durante 30 dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não
comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60
(sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o
disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado,
a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de
formular o pedido de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem
deixar sucessor.

V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão (art.160 CP) aceito, nos
crimes de ação privada;
Ex: a pessoa casa com o ofensor - renúncia tácita.

VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;


A retratação deve ser sempre antes da sentença de primeiro grau.
Art. 143 CP. A retratação é admitida apenas para difamação e calúnia.
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica
isento de pena.
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação
utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos
mesmos meios em que se praticou a ofensa

VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)


VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
Art.121 CP

PREJUDICIAS DE MÉRITO: todas as causas do art. 107 do CP.

Efeitos extrapenais da sentença condenatória: quando causar efeito em outra área,


como por exemplo a cível.

NATUREZA JURÍDICA DA SENTENÇA QUE CONCEDE PERDÃO JUIDICAL:


Segundo o STF, é uma sentença condenatória da extinção da punibilidade, não
surtindo nenhum efeito penal ou extrapenal.
Súmula 18: a sentença concessiva de perdão judicial é declaratória.

CASO CONCRETO
1) a)

2)
2 1 6
3 1 5
4 1 4
5 1 3
6 1 2

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

1) Prescrição da pretensão punitiva (PPP)


ESPÉCIES:
a) Prescrição da pretenção propriamente dita: quando o processo ainda está em
trâmite, ainda não transitou em julgado. Se o processo demorar muito, há a
prescrição.
b) Prescrição intercorrente: no curso do processo quando há o trânsito em
julgado só para acusação (MP) e não para defesa. O MP não recorreu, a pena
não pode aumentar. Se houver o trânsito em julgado para os dois, não é mais
PPP, é PPE. É da sentença condenatória para frente.
c) Prescrição retroativa: É da sentença condenatória para trás. há o trânsito em
julgado só para acusação (MP) e não para defesa.

2) Prescrição da pretensão executória (PPE)


Existe quando há o trânsito em julgado para todos.
PARA SABER PRAZO PRESCRICIONAL: pega o máximo da pena e vê no art. 109
do CP.

VER FOTO CEL

CAUSAS INTERRUPTIVAS DA PRESCRIÇÃO


Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;
II - pela pronúncia;
III - pela decisão confirmatória da pronúncia;
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis;
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;
VI - pela reincidência.
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da
prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes
conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a
interrupção relativa a qualquer deles.
§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo
o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção.

A primeira sentença ou primeiro acórdão é o que interrompe a prescrição.

70 anos na data da primeira condenação


21 anos na data do fato

PRESCRIÇÃO RETROATIVA
ART. 110 CP. É do oferecimento da denúncia.
Só pode reconhecer entre a sentença e o recebimento da denúncia.

PRESCRIÇÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS (925)


ART. 109.
PRESCRIÇÃO DA PENA DE MULTA
ART. 114.

CASOS CONCRETOS
AÚDIO.

AULA 07
12/04
PANOEIRO

Não existe trânsito em julgado para a acusação, o que existe é uma preclusão para
o MP.

Não há mais prescrição retroativa no Brasil.

HC 122694 STF

PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA

O STF entendeu que o termo da prescrição da pretensão executória é quando ocorre


o trânsito em julgado para as duas partes.
Se o MP não recorrer mais, calcula pela pena em concreto.

Quando não reconhecer o recurso: o transito em julgado se da no final do prazo.


Se o recurso for conhecido, só vai transitar la em cima.

REINCIDENCIA SUBSEQUENTE
Segundo sobre o primeiro.
REINCIDENCIA ANTECEDENTE
Primeiro sobre o segundo.
A reincidência possui efeito sobre a prescrição da pretensão executória de duas
formas:

Estando aberta a PPE para um determinado delito, a condenação por um novo delito
transitada em julgado, reconhecendo a reincidência, tem o efeito de interromper a
prescrição executória do primeiro delito.
Por outro lado, o fato de ser reconhecido uma reincidência importa em um aumento
do prazo de prescrição de 1/3 para o delito no qual a reincidência foi reconhecida.
Fala-se aqui de reincidência antecedente.

Para Fernando Galvão e Rogério Grecco, a interrupção ocorre na data da sentença


condenatória. Contudo, para Guilherme Nutt e Capez, (posição do STJ), é na data do
fato que ocorre o efeito interruptivo da prescrição.
HC 166062

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