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Direito Penal
Direito Penal
AULA 01 / TEMA 01
05/04
Teoria da pena.
1) Conceitos e fins da pena: teorias, os sistemas penais.
2) Descriminalização. Abolicionismo penal.
3) A individualização da pena: importância. Individualizações legislativa, judicial e
executória.
4) As elementares do crime: definição e importância.
5) Circunstâncias: circunstância judicial, agravantes e atenuantes, causas especiais
de aumento e de diminuição.
6) A qualificadora:
a) Crimes qualificados pelo resultado;
b) Diferenças entre qualificadora e causa especial de aumento de pena.
7) A forma privilegiada.
TEORIA ABSOLUTA
Entende que a única finalidade da pena é a finalidade retributiva, ou seja, a pena
não tem uma finalidade prática. Sua única finalidade é castigar o infrator da lei.
TEORIA RELATIVA
Contrapõe a absoluta, diz que a única finalidade da pena é a preventiva. Não visa ao
castigo, mas tão somente a prevenção de novas infrações penais.
Não se refere ao próprio autor da conduta.
TEORIA MISTA/ TEORIA UNIFICADORA/ TEORIA ECLÉTICA/ TEORIA
INTERMEDIÁRIA/ TEORIA CONCILIATÓRIA/ TEORIA UNITÁRIA
Diz que a pena tem duas finalidades, a retributiva (ligada ao autor da conduta) e a
preventiva, que pode ser geral ou especial.
Possui dupla finalidade.
Foi essa teoria adotada pelo código penal (art. 59), servindo para a retribuição e
prevenção do crime.
FUNÇÕES DA PENA
PREVENÇÃO GERAL: visa o controle da violência, é direcionada a toda a
sociedade. Pode ser negativa ou positiva. “olha oq acontece com quem pratica
crimes”
Negativa: é uma espécie de intimidação da prática de infrações penais pela
imposição da pena.
Positiva: é uma reafirmação da vigência do direito penal; demonstração da vigência
da lei penal.
ABOLICIONISMO PENAL
Não é só revogar o ordenamento jurídico penal brasileiro.
Visa uma análise de proporcionalidade da conduta em face da resposta do Estado.
Não é rasgar o Código Penal e dizer que pode tudo.
É uma doutrina de medidas alternativas ao cárcere, como imposição de penas
restritivas de direito.
POSSIBILIDADES:
- Descriminalização
- Despenalização
- Alternativas à segregação penal
- Transação penal
- Justiça Restaurativa no Direito penal
- Política de restrição de danos
- Pena restritiva de direitos
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
Abrange muitas análises, dentre elas a própria dosimetria da pena.
Não é possível falar em dosimetria da pena sem falar em individualização da
pena.
Para cada réu, a sua pena.
O juiz precisa, diante do fato a ele apresentado, verificar todas as circunstâncias
pessoais de cada réu, para que ele possa individualizar cada caso para fazer a
dosimetria da pena.
Se A ostenta antecedente criminal e B não ostenta, não pode ser imposto a mesma
pena ao dois. Isso não tem a ver com ser bomzinho.
Sob pena de aplicarem uma pena que fere o princípio da individualização da pena.
É um direito fundamental do indivíduo (art. 5°, XLVI CF)
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato
motivado do diretor do estabelecimento e a do inciso V, por prévio e
fundamentado despacho do juiz competente.
Assim, diante da prática de uma infração disciplinar, pode o diretor do presidio
praticar um ato de penalidade ao apenado. E ele individualizará a pena naquele caso
concreto.
DOSIMETRIA DA PENA
Existem regras que não estão escritas em lugar nenhum.
O método que o nosso ordenamento adotou foi o método trifásico de dosimetria da
pena/ hierarquia das fases da pena/ escalonamento crescente verticalizado.
Cálculo da pena
Art. 68. A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste
Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e
agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento.
1ª fase: analisar as circunstâncias do art. 59 do CP
Após a análise das circunstâncias, temos a chamada pena base. Ao analisar as
circunstâncias do art. 59, deve-se dizer que “eleva a pena em tanto...” e após isso
terá a pena base.
2ª fase: serão analisadas as circunstâncias atenuantes e agravantes. Após essa
análise, temos a pena intermediária.
3ª fase: análise das circunstâncias minorantes e majorantes.
Após essa análise, teremos a pena definitiva.
ELEMENTARES DE UM CRIME
São aqueles elementos que estão previstos num tipo simples daquele crime.
Ex: Homicídio Simples
Art. 121. Matar alguém: (dolosamente)
Pena- reclusão, de seis a vinte anos.
Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido
à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Se a violência empregada for contra o objeto (coisa), será crime qualificado de
arrebatamento e não de roubo.
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal,
salvo quando elementares do crime.
Se houver a prática de condutas diferentes, os agentes podem responder por crimes
destintos.
Porém, se estivermos tratando sobre elementar do crime os agentes responderão
igualmente.
Ex: peculato.
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-
lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
No caso do peculato ou qualquer crime praticado por funcionário público contra a
administração pública, mesmo o agente que não for funcionário público, responderá
pelo mesmo crime contra a administração pública, em razão do art. 30 do CP.
Tentativa
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente.
Permite a punição do agente mesmo que não estejam presentes todas as
elementares do tipo.
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade.
Responde na medida de sua culpabilidade.
AULA 02/ TEMA 02
FIXAÇÃO DA PENA
Art. 59. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta
social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e
conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá,
conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie
de pena, se cabível.
Analisar cada uma das circunstâncias do art. 59 uma a uma, para cada réu e para
cada crime.
Segundo o STJ, culpabilidade, circunstâncias e consequências, são de caráter
objetivo do crime. Para cada crime, todos os réus podem ter esses três analisados
conjuntamente.
REINCIDÊNCIA
Quem pratica novo crime depois de transitar em julgado sentença penal
condenatória.
É preciso que se tenha uma condenação criminal transitada em julgado antes da
prática do crime.
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de
transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado
por crime anterior.
Réu primário: é aquele que não ostenta antecedente criminal. Não podem ser
considerados inquéritos policiais e condenações penais em curso.
Primário é aquele que não tem nenhuma condenação criminal transitada em julgado.
(SUM 444 STJ). Princípio da presunção de inocência: pode estar respondendo a
vários crimes, enquanto não transitar em julgado, é primária.
PERDÃO JUDICIAL
Não aplica pena. Não deve ser considerada a título de reincidência.
REGRAS DE OURO:
1) Na primeira fase ou a pena é elevada, pois uma ou mais circunstâncias foi
considerada desfavorável ao réu ou fica parado.
2) Não é cabível na primeira fase da dosimetria a compensação de circunstâncias.
3) Não posso elevar na primeira fase a pena em fração maior do que a fração
aplicada na segunda fase.
1a fase
Pena base: resultado da análise das circunstâncias do art. 59 do CP ou a pena
mínima prevista em abstrato.
Até o fim da análise não se tem pena base.
2a fase
Analisa as atenuantes e agravantes, o resultado é a pena intermediária
3a fase
Analisa as minorantes e majorantes, o resultado é a pena definitiva.
CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
I - a reincidência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso
que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma
da lei específica; (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício,
ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher
grávida; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade
pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
Agravantes no caso de concurso de pessoas
TEMA 04
MAJORANTES/ MINORANTES: vem representadas por frações.
Para que haja o reconhecimento de confissão em sede policial, é preciso que haja
uma confissão formal, formalizada nos autos e perante a autoridade (delegado).
Só podemos pensar em compensação de circunstâncias na segunda fase, se eu tiver
circunstâncias em vetores opostos (uma atenuante e uma minorante).
Se for atenuante preponderante e uma agravante preponderante, ai podemos
efetuar a compensação entre ambas.
Preponderante: 1/6
Não preponderante: 1/12 avos
TERCEIRA FASE
As frações incidem umas sobre as outras, chamado sistema de efeitos em cascatas.
CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA – MINORANTE
Para que haja o reconhecimento da tentativa é necessário que tenha iniciado a
execução do crime.
“cogitacio”--- “atos preparatórios”---- “atos executórios”-----“consumação”
---“exaurimento”
Para cada crime, é necessário que o agente ingresse na ceara dos atos executórios.
CASOS DE PRELIMINAR
Analisar a questão a título de preliminar.
Só há uma exceção, se em defesa a defesa técnica alegar a inconstitucionalidade do
dispositivo.
OU
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Agravação do resultado
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente
que o houver causado ao menos culposamente.
Excepcionalidade do crime culposo, só pode considerar se a culpa estiver expressa
no tipo penal.
FURTO
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 2º - Se o criminoso é primário (tecnicamente primário) e é de pequeno
valor a coisa furtada (um salário mínimo), o juiz pode substituir a pena de
reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a
pena de multa.
Se o réu é primário e não ostenta antecedente criminal.
FURTO QUALIFICADO
Basta uma circunstância qualificadora para o crime de furto ser qualificado.
Mínimo: 10
Máximo: 360
Sobre
TEMA 06
CRIME CONTINUADO
O crime continuado é um concurso material de crimes, o agente praticou várias
ações na mesma sequência.
Por uma questão de política criminal, o legislador resolveu reduzir a pena.
Crimes da mesma espécie são crimes que estão no mesmo dispositivo da lei.
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou
mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de
execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como
continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou
a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com
violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a
culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras
do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.
BASE DE CÁLCULO DO CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO: é a pena definitiva
aplicada a qualquer um dos crimes. Não é o resultado da exasperação.
Não existe obrigatoriedade de aplicar o crime continuado específico.
Se não reconhecer nenhuma circunstância judicial prevista no art. 71 par único em
desfavor do réu, é vedado a aplicação do crime continuado específico. Mesmo que
seja um crime praticado com violência ou grave ameaça a mesma pessoa.
RECLUSÃO E DETENÇÃO
A Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto
ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de
transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima
ou média;
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou
estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento
adequado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma
progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e
ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em
regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não
exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos,
poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com
observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de
regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou
à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela
Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
Regras do regime fechado.
SUM 269 DO STJ
“É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados
a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judicias.”
AULA 05
11/04
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE / PRESCRIÇÃO
Deve ser reconhecida logo no início da sentença.
A extinção da punibilidade pode ocorrer antes ou depois da sentença.
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
Art 2° CP. Abolitio criminis: terá extinta a punibilidade pela prática do ato
que quando cometeu era crime, mas agora não é mais.
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão (art.160 CP) aceito, nos
crimes de ação privada;
Ex: a pessoa casa com o ofensor - renúncia tácita.
CASO CONCRETO
1) a)
2)
2 1 6
3 1 5
4 1 4
5 1 3
6 1 2
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
PRESCRIÇÃO RETROATIVA
ART. 110 CP. É do oferecimento da denúncia.
Só pode reconhecer entre a sentença e o recebimento da denúncia.
CASOS CONCRETOS
AÚDIO.
AULA 07
12/04
PANOEIRO
Não existe trânsito em julgado para a acusação, o que existe é uma preclusão para
o MP.
HC 122694 STF
REINCIDENCIA SUBSEQUENTE
Segundo sobre o primeiro.
REINCIDENCIA ANTECEDENTE
Primeiro sobre o segundo.
A reincidência possui efeito sobre a prescrição da pretensão executória de duas
formas:
Estando aberta a PPE para um determinado delito, a condenação por um novo delito
transitada em julgado, reconhecendo a reincidência, tem o efeito de interromper a
prescrição executória do primeiro delito.
Por outro lado, o fato de ser reconhecido uma reincidência importa em um aumento
do prazo de prescrição de 1/3 para o delito no qual a reincidência foi reconhecida.
Fala-se aqui de reincidência antecedente.