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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

INSTITUTO DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS


SERVIÇO SOCIAL

VALÉRIA SOUZA

A RAZÃO DO PODER DA MÍDIA SOBRE OS INDIVÍDUAS NA SOCIEDADE


INDUSTRIAL CAPITALISTA CONTEMPORÂNEA, SEGUNDO AS TEORIAS
FRANKFURTIANAS

Manaus

2024

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Sumário

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 3
A razão do poder da mídia sobre os individuos na sociedade industrial capitalista contemporânea .. 3
A Cultura de Massa .................................................................................................................................... 4
A hegemonia cultural .................................................................................................................................. 5
Mecanismos de Controle e Manipulação .................................................................................................. 5
A Passividade e a Alienação ....................................................................................................................... 5
A Crítica Frankfurtiana e a Emancipação Humana................................................................................ 5
Conclusão ..................................................................................................................................................... 6
Referências bibliográficas .......................................................................................................................... 6

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INTRODUÇÃO

Isolado em si mesmo, o poder exercido pela mídia nos regimes democráticos


contemporâneos é incontestável. A influência dos meios de comunicação de massas, seja na
formação de opinião e valores, seja nos comportamentos e hábitos de consumo, faz-se sentir em
todos os âmbitos de vida e de intervenção social. As teorias frankfurtianas propõem-se a analisar
com minúcia e acidez os mecanismos de poder da mídia e as suas implicações para a
sociedade.Os teóricos da escola de Frankfurt, como Theodor Adorno e Max Horkheimer,
utilizam o conceito "indústria cultural" para designar a produção massificada de bens culturais
padronizados e homogeneizados. Esta produção, ao serviço de um mercado consumidor ávido de
entretenimento e diversão, acaba por alienar os indivíduos da sua própria realidade e por ocultar
as contradições da sociedade.

A razão do poder da mídia sobre os individuos na sociedade industrial


capitalista contemporânea

Na sociedade capitalista contemporânea, os media desempenham um papel importante na


formação da opinião pública, na construção de normas sociais e no reforço das ideologias
dominantes. A Escola de Frankfurt, um grupo de teóricos críticos, desenvolveu uma perspetiva
sobre o poder dos meios de comunicação social nas sociedades capitalistas, destacando o seu
papel na manipulação e no controlo. Este ensaio explora a influência dos meios de comunicação
social sobre os indivíduos numa sociedade capitalista, baseando-se nas teorias de Frankfurt para
analisar o papel dos meios de comunicação social na formação do discurso público, na
construção de valores e crenças pessoais e na promoção da resistência e da subversão.

A perspectiva da Escola de Frankfurt sobre mídia e poder na sociedade capitalista


contemporânea enfatiza o papel da mídia na formação e no reforço das ideologias dominantes.
Eles argumentam que a mídia serve como uma ferramenta de manipulação e controle,

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perpetuando o status quo e promovendo a conformidade com valores e normas dominantes. O
impacto da mídia na consciência e no comportamento individual é significativo, pois molda a
forma como os indivíduos percebem a si mesmos e seu lugar na sociedade. Por exemplo, a
publicidade geralmente promove uma cultura consumista que incentiva as pessoas a se definirem
por suas posses. Isso reforça os valores capitalistas e perpetua o ciclo de consumo e produção.

O poder da mídia para moldar a opinião pública e o discurso é inegável. A mídia tem uma
influência significativa em questões políticas e sociais, construindo e perpetuando estereótipos e
preconceitos. Por exemplo, a mídia frequentemente reforça estereótipos raciais e de gênero,
moldando a opinião pública e reforçando desigualdades estruturais. O impacto da mídia na
formação de valores e crenças pessoais também é significativo, pois as pessoas costumam
confiar na mídia para informar suas opiniões sobre questões sociais e políticas. Isso reforça o
poder da mídia de moldar o discurso público e promover a conformidade com valores e normas
dominantes. Apesar do poder da mídia para moldar o discurso público, há também o potencial de
resistência e subversão no consumo e na produção da mídia. A mídia alternativa pode desafiar os
discursos dominantes e oferecer uma plataforma para perspectivas pouco representadas. A
alfabetização crítica da mídia também pode promover a conscientização e a resistência à
manipulação da mídia, capacitando as pessoas a questionar as narrativas dominantes e a formar
suas próprias opiniões. O ativismo na mídia também pode promover ações coletivas e mudanças
sociais, pois os indivíduos usam plataformas de mídia para se mobilizar e defender questões de
justiça social.

A Cultura de Massa

Os teóricos da Escola de Frankfurt, como Theodor Adorno e Max Horkheimer, utilizaram


o termo "cultura de massa" para descrever a produção em larga escala de bens culturais
padronizados e uniformes, destinados a manipular e acalmar as massas. A cultura de massa, por
meio dos meios de comunicação, promove valores consumistas e individualistas, obscurecendo
as contradições da sociedade e alienando os indivíduos de sua própria realidade.

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A hegemonia cultural

Outro importante pensador marxista, Antonio Gramsci, também contribuiu para a


compreensão do poder da mídia em uma sociedade capitalista através do conceito de “hegemonia
cultural”. A hegemonia se refere à capacidade de um grupo dominante de impor sua visão de
mundo como a norma universal, através de instituições como a mídia, a educação e a religião. A
mídia atua, neste contexto, como um aparelho ideológico do Estado, disseminando valores e
crenças que servem aos interesses das classes dominantes.

Mecanismos de Controle e Manipulação

A mídia utiliza uma ampla gama de mecanismos de controle e manipulação para moldar e
limitar a experiência dos indivíduos, tais como propaganda quando a mídia é usada para
empurrar agendas políticas e ideológicas específicas, muitas vezes de forma sutil e disfarçada.

Sensacionalismo, quando a mídia exagera e distorce eventos, a fim de aumentar a sua


capacidade de atrair a atenção do público, provocando, assim, um clima de medo e
insegurança. Estereótipos Quando a mídia espalhas estereótipos negativos sobre determinados
grupos minoritários, reforçando e perpetuando, assim, estigmas, preconceitos e discriminações.

Objetificação,quando a mídia objetifica o corpo humano especialmente o corpo feminino


utilizando-o como uma ferramenta de venda e manipulação.

A Passividade e a Alienação

Exposição constante à mídia pode resultar na passividade e alienação dos indivíduos. Ao


consumir passivamente os produtos da indústria cultural, as pessoas são menos propensas a ser
críticas e a questionar o status quo.

A Crítica Frankfurtiana e a Emancipação Humana

A crítica de Frankfurt ao papel da mídia não procura necessariamente negar o seu


potência positiva, mas sim alertar para os perigos que ela representa, de manipulação e controle.
Em última análise, os teóricos de Frankfurt têm como intuito alertar as pessoas para o poder da

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mídia e como elas podem desenvolver artefatos e práticas que promovem senso crítico e
autonomia reflexiva.

Conclusão

As teorias frankfurtianas oferecem uma valiosa e crítica análise do poder da mídia na


sociedade industrial capitalista onde vivemos. Ao compreender os mecanismos pelos quais a
mídia nos manipula e nos controla, os indivíduos podem tomar consciência de seu mundo e
torna-se críticos, construindo, ainda que com dificuldade, sua própria autonomia e lutando por
uma sociedade mais justa e emancipada.

Referências bibliográficas

• Adorno, T. W., & Horkheimer, M. (1997). Dialética do esclarecimento. Rio de


Janeiro: Zahar.
• Gramsci, A. (2001). Os cadernos do cárcere. Rio de Janeiro: Editora Civilização
Brasileira.
• Marcuse, H. (1964). One-dimensional man. Boston: Beacon Press.

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