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Produção Textual - Oficina Ii - Meh
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PRODUÇÃO TEXTUAL
ENSINO DE HISTÓRIA E DOCUMENTÁRIOS
TERESINA-PI
2024
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PRODUÇÃO TEXTUAL
ENSINO DE HISTÓRIA E DOCUMENTÁRIOS
TERESINA-PI
2024
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Guilherme Felix Coutinho (UFPI)1. Izidio Carvalho Silva Rodrigues (UFPI)2. Lilian Eliane de
Carvalho Meireles (UFPI)3. Maria Eduarda de Sousa Santos Melo (UFPI)4. Renato Ramos de
Almeida (UFPI)5.
RESUMO:
O presente estudo apresenta uma análise do uso dos Documentários “Luiz Gama: O advogado
da Liberdade” (Jornalismo da TV Cultura, 2021) e “Tempo e História: Luiz Gama” (2016)
como recurso didático, fonte historiográfica e uma nova linguagem e abordagem no
desenvolvimento do Ensino de História Afro-brasileira com foco no protagonismo Negro no
Movimento Abolicionista do século XIX. O objetivo do presente estudo é demonstrar a
contribuição do uso assertivo dos documentários no processo de ensino de História,
principalmente sobre a História Afro-brasileira que foi e ainda é vitima incessantemente do
sistema de apagamento e exclusão total da história “oficial” do Brasil. Com uso da pesquisa
bibliográfica foi realizada a coleta, seleção e análise do uso de documentários no processo de
desenvolvimento do ensino de história com foco no combate da historiografia tradicional
brasileira que promove o apagamento e silenciamento da História e Cultua Afro-brasileira.
Destarte, que os resultados apontaram a imensurável contribuição dos documentários na
prática docente com foco no ensino de História, principalmente no Ensino de História e
Cultura Afro-brasileira no combate ao ensino tradicionalista que visa incessantemente o
apagamento e silenciamento da História e Cultura Afro-brasileira na historiografia e centros
de ensino da Educação Básica no Brasil.
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como finalidade apresentar uma análise sobre o uso de
Documentários como recurso e material pedagógico e didático, fonte historiográfica no
processo de Ensino de História no ambiente da sala de aula nas turmas de Ensino Médio da
educação básica do Brasil.
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Graduando do curso de Licenciatura em História pela Universidade Federal do Piauí-UFPI. E-mail:
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Graduando do curso de Licenciatura em História pela Universidade Federal do Piauí-UFPI. E-mail:
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Graduanda do curso de Licenciatura em História pela Universidade Federal do Piauí-UFPI. E-mail:
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Graduanda do curso de Licenciatura em História pela Universidade Federal do Piauí-UFPI. E-mail:
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Graduando do curso de Licenciatura em História pela Universidade Federal do Piauí-UFPI. E-mail:
renatoramosdealmeida@gmail.com.
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2 METODOLOGIA
A Metodologia utilizada foi com base nas técnicas, métodos e instrumentos da pesquisa
de revisão bibliográfica com abordagem qualitativa em relação a problemática e objetivos do
estudo. Nessa perspectiva, Bardin (2015) ressalta que a pesquisa bibliográfica requer um
levantamento da literatura com base no objeto de estudo, problemática e objetivos para
facilitar o processo de busca, coleta, seleção e principalmente da análise e tratamento das
fontes de pesquisas, neste caso, publicações científicas e historiográficas sobre o Ensino de
História através do uso de Documentários como recurso didático no ambiente da sala de aula.
O processo de coleta e seleção das fontes de pesquisa ocorreu através do uso de
plataformas científicas, banco de dados especializados, por exemplo, Scielo, Google
Acadêmico, Biblioteca Virtuais, Repositórios Científicos. Os descritores utilizados: Ensino de
História e Documentários; Documentários de Luiz Gama; Uso de Documentários na sala de
aula; Documentário como recurso de ensino e didático, entre outros. Em relação as fontes de
pesquisa, foram devidamente utilizados: livros, e-books, artigos, periódicos, literatura
cinzenta, textos trabalhados na sala de aula.
O processo de análise integrativa das fontes de pesquisa foi executado em conformidade
com as técnicas, métodos e instrumentais da análise de conteúdo de Bardin (2015), que
consiste no processo de tratamento das fontes de maneira gradual e sistêmica em três etapas:
1º fase pré-análise; 2º fase exploração do material; 3º fase interpretação e inferência dos
resultados obtidos no estudo.
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O Ensino de História, assim como de qualquer outra disciplina que compõe a matriz
curricular desde a educação básica até a educação superior requer aspectos estruturantes de
natureza assertiva como: formação docente, domínio do conhecimento, domínio das
competências e habilidades para o devido desenvolvimento do processo de ensino e
aprendizagem, metodologia de ensino, recursos didáticos, entre outros (Bittencourt, 2009).
Nesse sentido, Gil (2018) ressalta que o Ensino de História tem na sua essência
teórico-prática alguns elementos considerados “tradicionalistas” que compõem a estrutura
educacional vigente, por exemplo, o ambiente da sala de aula, matriz curricular, o livro
didático como o recurso pedagógico “matriz”, uma espécie de “manual” de natureza
dogmática que contém todos os temas de ensino necessário para a devida formação escolar
dos educandos.
Diante do exposto faz-se necessário uma reflexão sobre outras possibilidades,
abordagens, métodos e técnicas que podem ser utilizadas no ensino de História, por exemplo,
recursos audiovisuais como cinema, animações, documentários entre outros como uma forma
de tornar o momento aula mais atrativo. De Sales (2010) aponta que a sociedade vive em um
mundo tecnológico, desse modo faz-se necessário a devida utilização da tecnologia para
melhorar o processo de ensino com foco na melhoria do nível de aprendizagem dos
educandos.
Nessa perspectiva, promover uma simples análise sobre o uso de novas tecnologias e
principalmente mídias audiovisuais (cinema, animação, documentários) no ambiente da sala
de aula provoca imediatamente inúmeras questões, por exemplo, porque utilizar? como
utilizar? quais os impactos provocarão na metodologia de ensino e didática do professor?
quais impactos provocarão na aprendizagem dos/as educandos/as? esses elementos possuem
potencial como recurso pedagógico e didático? Entre outros questionamentos.
Duarte (2004) aponta que o processo educacional deve oferecer inúmeras
possibilidades com base em novas abordagens, métodos, técnicas e a utilização de novos
recursos didáticos que impactem de fato a vida dos educandos de uma maneira que o deixe
sedento e faminto pela aquisição de conhecimento e o desenvolvimento do pensamento
crítico, que ao mesmo tempo seja algo saudável, confortável alinhado com as diretrizes a
parâmetros curriculares, assim como, como o repertório cultural oriundo das vivências e
experiências dos educandos. A partir dessa premissa de Duarte o uso de documentários no
ambiente da sala de aula como um recurso pedagógico, didático e principalmente histórico é
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No processo de exibição dos documentários sobre Luiz Gonzaga Pinto da Gama “Dr.
Luiz Gama” no momento aula na sala de aula para a turma de 2º ano do Ensino Médio ficou
evidente o quanto a grande maioria dos educandos não detinham conhecimento sobre um dos
maiores herói da História do Brasil, precisamente o maior Líder Negro, revolucionário em
todos os aspectos e sentidos da palavra que compõe a História Afro-brasileira que
infelizmente sofre com os mecanismos de apagamento e silenciamento da historiografia
“oficial” do Brasil.
O primeiro documentário, Tempo e História – Luiz Gama foi produzido pela equipe
Rádio e TV Justiça (2016) com consultoria historiográfica e biográfica de especialistas sobre
a vida e morte de Luiz Gama. A história de Luiz Gama é narrada com uma abordagem
didática através de relatos baseados em estudos documentais e da oralidade sobre os fatos de
natureza histórico-biográfica de especialistas, historiadores, biógrafos, lideranças negras,
ativistas, familiares que foram entrevistados pela equipe da Rádio e TV Justiça. Entre os
entrevistados podemos destacar os seguintes: Maria Clementina de Souza (Delegada de
Polícia de Classe Especial); Lígia Fonseca Ferreira (Historiadora e Biografa); Silvio Luís de
Almeida (Diretor do Instituto Luiz Gama), entre outros.
O segundo documentário, Luiz Gama – O Advogado da Liberdade, foi produzido pela
equipe do Jornalismo TV CULTURA (2021) através da liderança da jornalista Maria Manso,
diretor Simão Scholz, produtor Eugênio Araújo. A história de Luiz Gama é narrada através de
abordagem mista com uso de recursos jornalísticos e historiográficos com foco nas entrevistas
de jornalistas especialistas sobre a história de vida e luta de Luiz Gama, assim como, o uso de
partes de cenas do filme Dr. Gama (2021) e recursos de animações gráficas. A repórter
entrevista professores, pesquisadores, escritores e representantes de movimentos antirracistas
que falam sobre a importância do legado de Luiz Gama para a história da escravidão até os
dias de hoje no Brasil.
Destarte, que ambos os documentários foram produzidos com a finalidade de trazer a
luz, assim como, o devido reconhecimento e valorização da história de vida e luta de um dos
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maiores heróis da História do Brasil – Luiz Gonzaga Pinto da Gama que foi apagada e
silenciada por várias e várias décadas pelos “produtores” (elite branca) da historiografia
“oficial” brasileira, na verdade da história narrada pelos “brancos” que ocupam cargos nas
esferas de poder e controlam as “narrativas” e a construção de uma História do Brasil
excludente e mitológica em todos os aspectos e sentidos desse termo.
6 ANÁLISES E REFLEXÕES
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Destarte, que o uso dos documentários como recurso didático tem a capacidade de
contribuir para o resgate, fortalecimento e reconhecimento de inúmeras histórias do Povo
Africano e Afrodescendente no processo da formação do Brasil, principalmente em
conformidade com as diretrizes da Lei 10.639/03 que busca promover uma Educação
Antirracista e contribuir para a formação de cidadãos críticos e que saibam respeitar, valorizar
e defender a equidade racial diariamente.
REFERÊNCIAS
DE SALES, Eric. História e documentários: Reflexões para o uso em sala de aula. Revista
Polyphonía, Goiânia, v. 20, n. 2, p. 247, 2010. Disponível em:
https://revistas.ufg.br/sv/article/view/233. Acesso em: 20 jan. 2024.
FERREIRA, Lígia Fonseca. Com a palavra Luiz Gama. 1. ed. São Paulo: Imprensa Oficial
do Estado de São Paulo, 2011.
FERREIRA, Lígia Fonseca. Luiz Gama por Luiz Gama: carta a Lúcio de Mendonça. 2008.
Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/368181516. Acesso em: 20 jan.
2024.
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