Você está na página 1de 8

CENTRO UNIVERSITÁRIO AUTÔNOMO DO BRASIL – UNIBRASIL

CURSO DE PSICOLOGIA – 4PSAN

ALINE FRANCO SCARANTE


ANNA CLAUDIA FERREIRA MARQUES
BEATRIZ SOUZA CECON

REFLEXÃO CRÍTICA

CURITIBA
2023
ALINE FRANCO SCARANTE
ANNA CLAUDIA FERREIRA MARQUES
BEATRIZ SOUZA CECON

REFLEXÃO CRÍTICA
Trabalho apresentado na disciplina de
Projeto de Extensão, do Curso de
Psicologia do Centro Universitário
Autônomo do Brasil – UNIBRASIL,
como requisito parcial à obtenção de
nota.

CURITIBA
2023
1. RESENHA

O presente artigo “Ensino de habilidades de vida na escola: uma


experiência com adolescentes” analisa o conteúdo de uma intervenção
psicológica realizada com adolescentes. A adolescência é uma fase de
descobertas e autoconhecimento, onde é necessário o afastamento parcial dos
familiares, pois já não se é mais criança, porém não é exercida liberdade total,
pois ainda não se é adulto.

Assim, a rebeldia está presente nesta fase, bem como a curiosidade em


descobrir novas experiências. Subsequente a isso, as intervenções realizadas
para esse público tendem a ser focadas em temas específicos, o que não tem
demonstrado eficácia, tendo em vista os dados de gravidez na adolescência e
aids.

Nesse sentido, é perceptível que as intervenções relacionadas aos


aspectos cognitivos e sociais são mais eficazes do que as que apresentam
apenas um tema específico, e que, muitas vezes, não são levadas em
consideração pelos adolescentes. Alguns temas relevantes a serem discutidos
são as questões de autoestima, a responsabilidade e a confiança. Dessa
maneira, torna-se mais possível discutir questões para construção de vida mais
saudável.

Nota-se a importância de se tratar de assuntos emocionais, cognitivos e


sociais para auxiliar no desenvolvimento do adolescente. Essa fase é
extremamente conflituosa, a partir de todas as mudanças presentes nessa faixa
etária. Por isso, o autoconhecimento, relacionamento interpessoal, inteligência
emocional são assuntos extremamente relevantes para se tratar nas escolas,
pois possibilitam criar novas ferramentas para se lidar com as questões
conflituosas do cotidiano.

Trabalhando-se com grupos, os assuntos sugeridos motivam e


possibilitam a troca grupal, compartilhando experiências e propiciando maior
aproveitamento de conhecimentos.

No programa apresentado pelo artigo, a intervenção psicológica acontece


em grupo, são 12 encontros ocorrendo semanalmente, sendo desenvolvida uma
habilidade de vida por encontro. É possível perceber que esse planejamento
explora o trabalho em grupo, a exposição oral, debates e discussões. As
habilidades trabalhadas, sequencialmente, foram: autoconhecimento,
relacionamento interpessoal, empatia, lidar com o estresse, lidar com os
sentimentos, comunicação eficaz, pensamento crítico, pensamento criativo,
tomada de decisão e resolução de problemas.

Sequencialmente, iremos desmembrar cada uma dessas habilidades e


apresentar seus conceitos. Para trabalhar o autoconhecimento, a percepção que
cada indivíduo tem de si, de suas habilidades e limites, é utilizada dinâmica
chamada de “caixa de sucatas”, os participantes devem retira um objeto de
dentro da caixa apresentada pelo coordenador, e posteriormente apresentar o
porquê de sua escolha. O objetivo é reconhecer as atitudes e características
pessoais.

Para trabalhar os relacionamentos interpessoais, a habilidade de


fortalecer ou terminar relacionamentos, é proposta dinâmica. Chama-se “passeio
de barco”, é realizado um cartaz com diferentes rostos tirados de revistas, de
pessoas com característica diferentes entre si, os participantes devem escolher
dois desses rostos para, supostamente, passarem cinco dias em um barco com
ele. O objetivo é trabalhar os estereótipos e rótulos que estão presentes nos
relacionamentos, permitindo repensar esses comportamentos.

No encontro de empatia, habilidade de se colocar no lugar do próximo, e


realizada dinâmica: “o que você faria?” onde é apresentada certa situação e os
participantes devem escrever o que acham que o colega sentado a sua direita
faria. Depois são comparadas as respostas do que realmente faria, com as que
o colega escreveu. O objetivo é desenvolver a habilidade de compreender o que
motiva os comportamentos do outro, tornando assim mais fácil colocar-se no
lugar dele.

Abordando como lidar com os sentimentos, o ato de conhecer e gerenciar


os seus sentimentos e o do outro, desenvolve a dinâmica: “crenças e
sentimentos”. Ela consiste em o coordenador relatar uma situação e apresentar
duas crenças opostas relacionadas a ela, assim cada um deve identificar o
sentimento presente em cada crença. O objetivo é reconhecer os sentimentos,
identificar como as crenças influenciam nossos sentimentos e como lidar com as
emoções.

Esse artigo demonstra positivamente, maneiras de se trabalhar com


adolescentes. Através desse programa, foi possível perceber que trabalhar as
habilidades de vida com adolescentes é extremamente importante para sua
formação como sujeitos e para suas relações interpessoais. Nesse sentido, fica
claro como trabalhar questões emocionais e cognitivas é mais eficaz do que
objetivos específicos que provavelmente, se houver falta de interesse, não
acrescentarão a vida do adolescente.

É notável a eficácia do método apresentado, a facilidade de se


compreender o que foi exposto, pela forma simplificada de escrita, além do
conhecimento acrescentado obtido pela leitura, que ainda oferece diferentes
dinâmicas para serem trabalhadas em grupo.

Para que o adolescente aprenda a lidar com o estresse, é necessário


identificar os agentes estressores, visando eliminá-los ou pelo menos, reduzi-
los. Para trabalhar esse tema, foi realizado a dinâmica "Pular corda" onde foi
orientado que batessem a corda em 3 ritmos diferentes (normal, rápido e lento)
e em seguida era perguntado qual foi o mais fácil, o mais difícil e o porquê para
cada participante. Nesse contexto, como o indivíduo vivenciou a experiência,
(subjetivo para cada um) é o estresse, enquanto o agente estressor é a
velocidade/ritmo que se bate a corda. Destaca-se que, o estresse pode ser
gerado por eventos tanto positivos como negativos, uma vez que, tudo aquilo
que gera um desequilíbrio para o bem-estar pode gerar um desgaste no
organismo.

Além disso, é de suma importância que os adolescentes aprendam a lidar


com o estresse do cotidiano de uma maneira adequada e saudável.

Muitas vezes situações de estresse ocorrem no cotidiano por falta de


comunicação. Sendo essencial trabalhar o desenvolvimento de uma
comunicação eficaz. Para desenvolver essa habilidade, foi realizado a dinâmica
"Pinos Mágicos". Nela, os participantes faziam duplas e ficavam de costas um
para o outro, foi distribuído as peças dos pinos mágicos, para um integrante da
dupla com a estrutura montada e para o outro com a estrutura desmontada.
Sendo necessário a comunicação através da linguagem verbal daquele com a
estrutura montada para que o que tem apenas as peças possam montar também.
No final da dinâmica comparam-se as estruturas e se discute o que facilitou e
dificultou o processo de montagem. O texto elucida alguns comportamentos que
ajudam a estabelecer uma comunicação eficaz, sendo eles: manter contato
visual, ter empatia, adequar a linguagem, ter disposição para falar e para ouvir,
lidar com os sentimentos, ser claro e objetivo para evitar ambiguidade, usar um
tom de voz adequado, demonstrar atenção e interesse através de expressões
etc.

O Pensamento Crítico diz respeito à análise de fatos, experiências,


informações ou situações a partir de diferentes ângulos, visando desenvolver
uma opinião própria. Para exercitar o pensamento crítico o coordenador realizou
um debate respeitoso, nesse dividiu-se os participantes em dois grupos e eles
tinham que argumentar contra e a favor de um tema depois trocavam-se os
papéis, não sendo importante quem vence o debate, mas sim a análise dos
diferentes aspectos (positivos e negativos) de diversos assuntos. Contribuindo
para a formação de uma opinião consistente pautada em bons argumentos e
também na responsabilidade do indivíduo. O estabelecimento de um debate
respeitoso contribuí também para o respeito pelo próximo, tornando as pessoas
mais flexíveis e compreensivas e tolerantes.

A criatividade é uma característica bastante admirada na atualidade. O


pensamento criativo é uma habilidade que ajuda a desenvolver ideias
interessantes e valiosas explorando as alternativas disponíveis. A dinâmica para
desenvolver essa habilidade foi a "Tempestade de ideias" onde os participantes
tinham que falar as ideias que viessem em mente para resolver determinados
problemas, sem medo do julgamento alheio ou de errar. Com essa atividade
percebe-se que ao julgar as ideias a priori perde-se o pensamento criativo e com
ele, a possibilidade de resolução de problemas de maneira alternativa.

Com relação a tomada de decisão, foi utilizado a dinâmica "critérios" que


têm como objetivo estabelecer os motivos e as razões que justificam decisões
pessoais. Nesse contexto, o coordenador estimula o pensamento crítico e
criativo, onde usando dos exemplos de situações problema citados na dinâmica
"Tempestade de ideias" os participantes devem seguir seus valores pessoais
para escolher pelo menos 3 critérios para solucionar a situação problema. Essa
dinâmica além de estimular a responsabilidade pelos próprios atos, proporciona
o desenvolvimento de uma análise, a qual vê os benefícios, riscos e
consequências de determinadas situações.

Por fim, é desenvolvido a resolução de problemas, através da dinâmica


"carta-problema". Nela o coordenador pede para que os participantes se
imaginem como editores de uma revista para adolescente, nesse contexto, eles
têm que resolver problemas, no primeiro momento individualmente e por escrito
e posteriormente em subgrupos (divididos um para cada problema) e ao final da
discussão sobre qual a melhor solução o subgrupo dramatiza a situação e o seu
final. Tal atividade evidência o processo da resolução de problemas, sendo
muitas vezes necessário a utilização de outras habilidades anteriormente
citadas, como: comunicação eficaz; pensamento crítico e criativo; e capacidade
de tomar decisões.

Dado ao exposto, fica evidente que o trabalho em grupo favorece a troca


e o compartilhamento de experiências, assim como, o desenvolvimento das
habilidades trabalhadas, gerando uma reflexão sobre os temas abordados.

Tal intervenção foi de extrema importância, pois com o tempo de duas


horas fez com que todos os adolescentes participassem das discussões
proporcionando um aprendizado pessoal e grupal que perpassa por todas as
habilidades anteriormente citadas. Sendo tal intervenção muito benéfica,
proporcionando saúde em comunidade e aquisição de conhecimentos a partir
dos conteúdos abordados, e estimulando comportamentos saudáveis.

Sob esse viés, é notório a importância de se trabalhar tais temas com os


adolescentes, visando um indivíduo competente psicossocialmente. Devendo
as Intervenções desse tipo serem implementadas em diferentes regiões visando
aprimorar o trabalho da psicologia e promover saúde e bem-estar
para a população.
2. REFERÊNCIA
MINTO, E. C. et al.. Ensino de habilidades de vida na escola: uma experiência
com adolescentes. Psicologia em Estudo, v. 11, n. 3, p. 561–568, set. 2006.

Você também pode gostar