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FUNDAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS DA

EDUCAÇÃO/DIDÁTICA, CURRÍCULO E
AVALIAÇÃO
PROF. JOSÉ BARBOSA, MSc.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS E CONCEPÇÕES DE ENSINO E
APRENDIZAGEM
2. DIMENSÕES DO PROCESSO EDUCATIVO
3. PLANEJAMENTO DE ENSINO
4. O ENSINO E SEUS ELEMENTOS: ALUNO, CONHECIMENTO, SITUAÇÕES
DIDÁTICAS E A RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO PROFESSOR
5. CURRÍCULO E PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
6. PLANEJAMENTO CURRICULAR
7. CURRÍCULO E ORGANIZAÇÃO DO TEMPO ESCOLAR E DO CONHECIMENTO
8. DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
9. A ORGANIZAÇÃO DO CURRÍCULO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL
10. EDUCAÇÃO INFANTIL
11. CONCEPÇÕES DE AVALIAÇÃO
12. TIPOS E FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO
2
13. AVALIAÇÃO NA LDB E NOS PCNS
1. TENDÊNCIAS
PEDAGÓGICAS NO BRASIL
E CONCEPÇÕES DE ENSINO
E APRENDIZAGEM
O QUE SÃO PEDAGOGIAS?

No sentido objetivo, pedagogia é a


ciência da educação.
No sentido subjetivo, pedagogia é o
conjunto de doutrinas, princípios e
métodos educativos de determinado autor
ou de determinada postura filosófica: a
pedagogia de Paulo Freire, a pedagogia
liberal-burguesa.
O QUE SÃO TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS?
TENDÊNCIA: Estilo pedagógico seguido
pela maioria em determinada época, como
resultado de determinados fatores culturais,
políticos, socioeconômicos, filosóficos,
psicológicos etc.
Tendências pedagógicas são, portanto,
orientações filosóficas que norteiam a prática
educacional. Funcionam como instrumento
de análise para o professor avaliar seu
trabalho na sala de aula (LUCKESI,
2011:71).
DIVERSAS CLASSIFICAÇÕES
AUTOR NOMENCLATURA
BORDENAVE (1984) PEDAGOGIA DA TRANSMISSÃO
PEDAGOGIA DA MOLDAGEM
PEDAGOGIA DA PROBLEMATIZAÇÃO
LIBÂNEO (1985) PEDAGOGIA LIBERAL
PEDAGOGIA PROGRESSISTA
SAVIANI (1984) TEORIAS NÃO CRÍTICAS
TEORIAS CRÍTICO-REPRODUTIVISTAS
TEORIAS CRÍTICO-TRANSFORMADORAS
MIZUKAMI (1986) ABORDAGEM TRADICIONAL
ABORDAGEM COMPORTAMENTALISTA
ABORDAGEM HUMANISTA
ABORDAGEM COGNITIVISTA
ABORDAGEM SOCIOCULTURAL
FARIAS (2009) PEDAGOGIA REFORMISTA
PEDAGOGIA TRANSFORMADORA
MARTINS (2012) ABORDAGEM TRANSMISSÃO-ASSIMILAÇÃO
ABORDAGEM APRENDER A APRENDER
ABORDAGEM APRENDER A FAZER
ABORDAGEM SISTEMATIZAÇÃO COLETIVA DO CONHECIMENTO
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS
1. PEDAGOGIA LIBERAL (Racionalidade Técnica e Prática)
1.1 TENDÊNCIA TRADICIONAL/CONSERVADORA (1549-1930)
1.2 TENDÊNCIA RENOVADA PROGRESSIVISTA/PRAGMATISTA
(1930-1940)
1.3 TENDÊNCIA RENOVADA NÃO-DIRETIVA (1940)
1.4 TENDÊNCIA TECNICISTA (1964-1980)

2. PEDAGOGIA PROGRESSISTA (Racionalidade Crítica)


2.1 TENDÊNCIA LIBERTADORA (1960-1964)
2.2 TENDÊNCIA LIBERTÁRIA (1980..)
2.3 TENDÊNCIA CRÍTICO SOCIAL DOS CONTEÚDOS (1980...)
* Progressivista => progressão * Progressista => progresso
CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS
PEDAGOGIA LIBERAL PEDAGOGIA PROGRESSISTA
(CAPITALISMO BURGUÊS) (CRITICISMO SOCIAL)
É UMA PEDAGOGIA NÃO-CRÍTICA, É UMA PEDAGOGIA CRÍTICA, CONTRA-
HEGEMÔNICA, INTERESSADA NA HEGEMÔNICA, INTERESSADA NA
CONSERVAÇÃO SOCIAL. PREDOMINA DE 1549 TRANSFORMAÇÃO SOCIAL (SNYDERS).
ATÉ 1985 EM TESE. TEM COMO PREDOMINA DE 1960 ATÉ AGORA. TEM COMO
CARACTERÍSTICAS: CARACTERÍSTICAS:
 JUSTIFICAÇÃO DO SISTEMA CAPITALISTA.  CRÍTICA ÀS INJUSTIÇAS DO SISTEMA
 PREPARO DOS INDIVÍDUOS PARA O CAPITALISTA.
DESEMPENHO DE PAPÉIS SOCIAIS, DE  PREPARO DOS INDIVÍDUOS COMO SUJEITOS
ACORDO COM SUAS APTIDÕES CONSTRUTORES/TRANSFORMADORES DA
INDIVIDUAIS. REALIDADE EM QUE VIVEM.
 ÊNFASE NA DEFESA DA LIBERDADE E  ÊNFASE NA DEFESA DA LIBERDADE E
INTERESSES INDIVIDUALISTAS. INTERESSES SOCIALISTAS VISANDO À
 ANÁLISE INGÊNUA DAS REALIDADES JUSTIÇA SOCIAL.
SOCIAIS.  ANÁLISE CRÍTICA DAS REALIDADES
 COMPREENSÃO DO PAPEL DA ESCOLA SOCIAIS.
RESTRITO APENAS AO PEDAGÓGICO.  COMPREENSÃO DO PAPEL DA ESCOLA
PERÍODO 1549-1759 (Religioso) APRENDIZAGE Mecânica, sem considerar as
1. LIBERAL TRADICIONAL 1759-1930 (Leigo) M características de cada faixa
CARÁTER Intelectualismo etária. Aprender é produto.
ESCOLA Ambiente austero, silencioso,
  controlado, cerimonioso, alienado METODOLOGI Transmissivista, demonstrativa
da realidade. Visa preparar o aluno A e verbalista. Aulas expositivas
intelectual e moralmente para sem diálogo. Repetição e
assumir seu papel na sociedade. memorização mecânica.
Dualista. Estímulo ao individualismo e à
PROFESSOR Centro do processo competição. Reforço negativo
(magistrocêntrico). Ativo, (punições, notas baixas, apelo
autoritário, distante, inerrante e aos pais) e positivo
irrecorrível. Relação verticalizada (emulações, competições,
com o aluno. classificações).
ALUNO Objeto periférico, passivo,
receptivo, obediente, silencioso, AVALIAÇÃO Seletiva, classificatória,
tabula rasa, homogêneo. sentenciva e excludente
CONTEÚDOS Unidisciplinares, (exames). Busca respostas
descontextualizados, teóricos, prontas e fixas sem reflexão
abstratos, enciclopédicos, ou crítica.
apresentados de forma dogmática. TEÓRICOS Herbart, Comênio, e
Companhia de Jesus.
2. RENOVADA APRENDIZAGE
M
Foco na autoaprendizagem.
Esta baseada na motivação e na
PROGRESSIVISTA estimulação das situações-
problema. Aprender é processo.
PERÍODO 1930-1940 Aprende-se fazendo, pela ação,
CARÁTER Pragmatismo e não pela instrução..
ESCOLA Sociedade em miniatura. Ambiente Construtivista, mas
  comunitário e democrático. Visa espontaneísta.
adequar as necessidades individuais a METODOLOGIA Participativa e desafiante.
sua realidade social. Aprender a aprender. Valoriza
PROFESSOR Auxiliador da autoaprendizagem. as atividades em grupo,
Relação horizontalizada com o aluno. pesquisas, projetos,
Irrelevante experiências, soluções de
ALUNO Centro do processo (pedocêntrico). problemas.  
Sujeito ativo do processo, curioso, AVALIAÇÃO Autoavaliativa, processual,
participante, pesquisador, com limites afetiva e somativa. 
éticos impostos pelo grupo. TEÓRICOS Montessori, Decroly,
CONTEÚDOS Práticos, estabelecidos a partir das Claparède, Cousinet, Dewey,
vivências e necessidades dos alunos. Piaget, Cousinet, Fernando de
Os processos mentais e habilidades Azevedo, Lourenço Filho e
cognitivas são mais importantes que os Anísio Teixeira, Lauro de
conteúdos. Oliveira Lima.
ESCOLA ANTIGA X ESCOLA NOVA
ESCOLA TRADICIONAL ESCOLA NOVA
Intelecto Sentimento
Conteúdos cognitivos Métodos/processos pedagógicos
Magistrocêntrico Paidocêntrico
Esforço do aluno Interesse do aluno
Disciplina Espontaneidade
Base filosófica Base experimental biológica e psicológica
Aprender Aprender a aprender

Embora o ideário escolanovista tenha sido amplamente difundido, concretizou-se


mais em escolas elitistas; na escola pública acabou por rebaixar o nível de ensino,
pois teve como efeito colateral o afrouxamento da disciplina, o espontaneísmo e a
despreocupação com a transmissão de conhecimentos.
— PILETTI, 2004:29.
ESCOLA HUMANISTA

Para Rogers, a função da educação não é ensinar, mas facilitar a


aprendizagem. O ensino é visto como resultado de uma relação
pessoal do professor com o aluno. Essa mudança de enfoque
depende de algumas condições: o professor deve ser uma pessoa
autêntica, empática, apreciadora, respeitadora e apoiadora do
estudante. Os métodos mais usados são: contrato didático,
trabalho em grupo, simulação, instrução programada,
autoavaliação (BORDENAVE E PEREIRA, 2012).
APRENDIZAGE Atividade livre e
PERÍODO 1940 M espontânea, motivada pela
CARÁTER Psicologismo/Humanismo autorrealização. Aprender
ESCOLA Acentua mais problemas é modificar as próprias
  psicológicos do que pedagógicos percepções da realidade.
(antipedagogia (Mizukami). Visa à METODOLOGIA Espontaneísta, ao estilo
formação de atitudes, o
NÃO DIRETIVA

pessoal do professor. A
3. RENOVADA

autodesenvolvimento e a transmissão de conteúdos


realização pessoal do aluno.
é secundária. Dinâmicas
PROFESSOR Facilitador da aprendizagem. O e terapias de grupo. Sem
professor não ensina; cria
condições para a aprendizagem. intervenção nem direção,
Irrelevante. conforme a abordagem
ALUNO Pedocêntrico. Sujeito ativo, com clínica de Roger.
personalidade formada a partir de AVALIAÇÃO Apenas autoavaliativa,
experiências significativas. O sob a forma de debates e
aluno é um ser humano e não uma seminários. 
máquina de aprender. TEÓRICOS Carl Roger, Alexander
CONTEÚDOS Secundários. Ênfase nas relações Neil (Summerhill),
sociais e na comunicação. Rousseau (precursor). 
Conteúdos existenciais e
subjetivos. 
ESCOLA TECNICISTA
Ao término da primeira metade do século XX, um sentimento de
desilusão começa a se alastrar nos meios educacionais com relação ao
escolanovismo. Surge, então, uma nova concepção de ensino e de
educação: a concepção tecnicista.
Segundo o tecnicismo, o ensino deve se inspirar nos princípios da
racionalidade, eficiência e produtividade. Por isso, especialistas neutros e
imparciais devem planejar a educação de modo a evitar as interferências
subjetivas que possam pôr em risco sua eficiência. É preciso
operacionalizar os objetivos e, em certos aspectos, mecanizar o processo.
Questão pedagógica principal é o aprender a fazer.
Surgem, como resultado, propostas pedagógicas tais como o enfoque
sistêmico, o microensino, o tele-ensino, a instrução programada, as
máquinas de ensinar etc. — PILETTI, 2004:39.
APRENDIZAGE Mecanicista e burocrática
4. TECNICISTA M mediante repetições e
PERÍODO 1960-1980. condicionamentos, segundo o
CARÁTER Produtivismo enfoque positivista e
Articulada com a máquina capitalista e behaviorista. Baseada apenas no
ESCOLA
subordinada ao mercado de trabalho. Visa desempenho (aprender a fazer),
  ignorando outros os pilares.
manter a ordem social vigente e produzir
mão-de-obra para a indústria de forma
eficiente e rápida. Desenvolventismo. METODOLOGIA O centro do processo são as
PROFESSOR Treinador do processo, transmissor da técnicas. Modelagem do
ciência e tecnologia. Relação com o aluno comportamento via treinamento,
distanciada, objetiva e diretiva. Pode ser instrução programada,
substituído por um software.  microensino e tecnologia.
ALUNO Expectador do processo, programado para Evitam-se os debates, os
respostas prontas e corretas, de forma questionamentos e a afetividade.
automática, visando a otimização do
desempenho. AVALIAÇÃO Constativa, examinativa,
CONTEÚDOS Informações, princípios, científicos, leis, mensuradora, quantificadora e
somente o que for mensurável, eliminando- terminal. 
se o subjetivo. Material instrucional TEÓRICOS Skinner, Gagné, Bloom e Mager.
ordenado em sequência lógica e Cosete Ramos.Leis 5.540/68 e
psicológica. 5.692/71 (MEC/USAID). 
5. LIBERTADORA APRENDIZAGEM Resolução de situação-
problema. Educação
problematizadora por
PERÍODO 1950-1964 oposição à educação
CARÁTER Politicismo bancária e monológica.
ESCOLA Educação não formal, politizada, Educação como prática de
  praticada geralmente em sindicatos, liberdade em vez de
associações de bairro e movimentos dominação.
populares, visando à conscientização e METODOLOGIA Dialógica, grupal, reflexiva,
transformação social. problematizadora,
PROFESSOR Participante do processo, animador de conscientizadora através de
discussões, diretivo, informativo, com grupos de discussão
autoridade democrática. (problematização,
ALUNO Participante do processo, numa relação explicitação e discussão do
horizontal com o professor. Autogestão. tema), debates, entrevistas.
Autonomia. Valorização da cultura do Análise crítica da realidade.
aluno. O centro é a autogestão
CONTEÚDOS Temas geradores, extraídos da vida dos pedagógica.
alunos, em vez dos conteúdos escolares AVALIAÇÃO Autoavaliação ou avaliação
convencionais, considerados “invasão mútua. 
cultural”. Com enfoque sociopolítico. TEÓRICOS Paulo Freire, Gadotti e
Rubem Alves. 
6. LIBERTÁRIA
PERÍODO 1980... APRENDIZAGEM Informal, pragmática,
CARÁTER Anarquismo antiautoritária, via grupo
ESCOLA Educação informal, anarquista, METODOLOGIA Vivência grupal na forma
  antiautoritária e antiburocrática. de autogestão via debates e
Busca a transformação da discussões, assembleias,
personalidade do aluno num sentido reuniões. Livre expressão.
libertário e autogestionário. O centro é a autogestão
Preconiza liberdade absoluta. pedagógica.
PROFESSOR Apenas conselheiro no processo, de
maneira catalisadora, sem
diretividade, autoridade, poder ou AVALIAÇÃO Em grupo, não formal;
hierarquia. autoavaliação. 
ALUNO Autônomo em relação ao processo. TEÓRICOS Freinet, Freud, Ferrer y
CONTEÚDOS Postos à disposição, mas não Guardia, Lobrot, Bakunin,
cobrados. Depende do interesse de Malatesta, Vazquez e Oury,
cada um. O grupo define o que será Miguel Arroyo; José
aprendido.
Oiticica e Maurício
Tragtemberg.
APRENDIZAGE Socialização do saber, baseada
7. CRÍTICO-SOCIAL DOS M em estruturas cognitivas
preexistentes. Aprendizagem
CONTEÚDOS significativa. Não se aprende
PERÍODO 1980... sozinho nem no vazio.
CARÁTER Contextualismo METODOLOGIA Métodos que correlacionem os
ESCOLA Parte integrante e mediadora do todo conteúdos com os interesses
social. Sua função é difundir os experiências discentes,
 
conteúdos universais indissociáveis associando teoria e prática.
com a realidade, visando à Discussão, debate, aula
transformação social. expositivo-dialogada., projetos.
PROFESSOR Mediador ativo e interativo entre o Foco na práxis.*
saber e o aluno; diretivo e autorizado. AVALIAÇÃO Diagnóstica, formativa e
ALUNO Participante interativo do processo e somativa, sem dogmatismos e
transformador. rótulos.
CONTEÚDOS Culturais e universais, emancipadores, TEÓRICOS Libâneo com base em Saviani
interdisciplinares, contextualizados, (histórico-crítica); Luckesi, Jamil
reflexivos frente à realidade social. Cury, Guiomar Namo de Mello.
Combina a cultura erudita e a popular, Precursores: Vygotsky,
saberes sistematizados e fragmentados Makarenko, Snyders,
Manacorda, Charlot e
Suchodolski.
RESUMO DAS TENDÊNCIAS
TENDÊNCIAS LIBERAIS TENDÊNCIAS
PROGRESSISTAS

TRADICION RENOVADA RENOVADA TECNICISTA LIBERTADOR LIBERTÁRIA CRÍTICO-


AL PROGRESSIVIS NÃO A SOCIAL DOS
TA DIRETIVA CONTEÚDOS
CENTRO PROFESSOR ALUNO ALUNO TÉCNICA AUTOGESTÃO AUTOGESTÃO CONTEÚDO E
PEDAGÓGICA PEDAGÓGICA SOCIEDADE

PROFESS AUTORITÁRI AUXILIAR FACILITADOR ADMINISTRA ANIMADOR ORIENTADOR MEDIADOR


OR O DOR
ALUNO PASSIVO ATIVO REALIZADO PRODUTIVO CRÍTICO PARTICIPATIV TRANSFORM
O ADOR
MÉTOD EXPOSIÇÃO PESQUISA RELACIONAM INSTRUÇÃO TEMAS VIVÊNCIA ANÁLISE
O ENTO PROGRAMAD GERADORES GRUPAL CRÍTICA
A
FOCO CONHECIME APRENDER A FORMAÇÃO EFICIÊNCIA E CONSCIENTIZ PARTICIPAÇÃ CONTEÚDO
NTO APRENDER DE ATITUDES PRODUTIVID AÇÃO E O CRÍTICA VIVO
INTELECTU ADE TRANSFORM INDISSOCIÁV
AL AÇÃO EL DA
REALIDADE
AUTORE HERBART PIAGET CARL SKINNER PAULO FREINET DEMERVAL
TENDÊNCIAS EM PALAVRAS-CHAVES
Atenção ao contexto!
TRADICIONAL: Intelectualismo, memorização, exposição, demonstração, autoritarismo, disciplinadora,
passividade, hierarquia, silêncio, austeridade, teorismo, magistrocentrismo, receptividade, aprendizagem
mecânica, punição/castigo, dogmatismo, homogeneidade, aprender é produto.
RENOVADA PROGRESSIVISTA: Pragmatismo, pesquisa, democracia, solução de problemas,
espontaneísmo, cognitivismo, autoaprendizagem, pedocentrismo, cotidiano dentro da escola,
heterogeneidade, idealismo, praticidade; aprender é processo.
RENOVADA NÃO-DIRETIVA: Psicologismo, humanismo, autodesenvolvimento, autorrealização,
interação, comunicação, sensibilização, afetividade, relações interpessoais, dinâmicas, autoavaliação.
TECNICISTA: Produtivismo, organização, cientificismo, sistema produtivo, objetividade, eficiência,
racionalidade, técnicas, procedimentos, condicionamento, experimentação, repetição, comportamentalismo,
instrução programada, industrialização, preparo de profissionais, manuais/módulo.
LIBERTADORA: Personalismo, Mudança social, questionadora, problematizadora, crítica, emancipatória,
conscientização, dialógica, temas geradores, não diretiva, não autoritária, reflexão-ação.
LIBERTÁRIA: Radicalismo, autogestão, independência teórico-metodológica, pedagogia do trabalho,
participação grupal, anti-burocrática, não diretividade, autonomia, aprendizagem informal, anarquismo.
HISTÓRICO-CRÍTICO: Democrática, reflexão social sobre o conteúdo, crítico-participativa, diretiva,
aprendizagem significativa, cultura erudita + popular, mediação social, contexto cultural, interação entre
conteúdo e realidade.
O ENSINO-APRENDIZAGEM E AS TENDÊNCIAS
O ensino e a aprendizagem assumem diferentes formas de elaboração de
acordo com a abordagem do ensino (PILETTI, LIBÂNEO, 2013 ):
TRADICIONAL RENOVADA TECNICISTA CRÍTICO-
SOCIAL
Ensinar é transmitir Ensinar é criar Ensinar é organizar Ensinar é transmitir
monologicamente os condições de racionalmente os dialogicamente os
conhecimentos, aprendizagem para o meios de ensino de conteúdos, enquanto
enquanto aprender é aluno, enquanto foram racional, aprender é assimilar
absorver aprender é eficiente e produtiva. conteúdos de forma
conhecimentos. A construir/reconstruir Aprender é mudar de ativa e crítica. A
questão pedagógica conhecimentos. A comportamento. A questão pedagógica
central é aprender. questão pedagógica questão pedagógica central é aprender
central é aprender a central é aprender a levando em conta
aprender. fazer. finalidades
sociopolíticas e
pedagógicas.
2. DIMENSÕES DO
PROCESSO EDUCATIVO
AS CINCO DIMENSÕES DO PROCESSO
EDUCATIVO
São dimensões do processo educativo:

1. Contexto social da escola


2. O processo de gestão democrática
3. Condições físicas, materiais e pedagógicas da escola
4. A atuação dos docentes
5. O desempenho dos discentes
Dimensão: Aspecto
significativo de alguma coisa.
CONTEXTO SOCIAL DA ESCOLA
1. Onde está situada geograficamente a escola?
2. Qual a realidade social e econômica dos
estudantes e do bairro onde a escola se situa?
3. Quais os equipamentos sociais (cinemas,
teatros, igrejas, áreas desportivas, centros de
lazer, centros culturais, organizações sociais
etc.) disponíveis nas proximidades da escola
dos quais os estudantes usufruem?
4. Qual a escolaridade média da comunidade
externa à escola?
GESTÃO DEMOCRÁTICA
1. Quais os espaços para a participação dos diversos segmentos na
gestão da escola (Conselho Escolar, Reuniões de Pais e Mestres,
Grêmio Estudantil, Conselho de Classe etc.)?
2. Qual a participação efetiva de cada um dos segmentos escolares e
da comunidade local, nesses espaços de participação?
3. Qual a periodicidade com que os órgãos colegiados se reúnem?
4. Como foi elaborado o Projeto Político-Pedagógico da escola?
5. Como vem sendo implementado o Projeto Político-Pedagógico?
6. Como é feita a escolha do dirigente escolar nessa escola?
7. Como a escola vem construindo sua autonomia didática, financeira
e administrativa?
8. Como a escola demonstra o respeito à pluralidade dos sujeitos
sociais?
CONDIÇÕES DA ESCOLA
1. Quais as ações desenvolvidas pela Secretaria de Educação e pela escola
visando a formação continuada dos docentes e dos trabalhadores não-
docentes (cursos de capacitação, coordenação pedagógica, participação
em eventos, assinatura de revistas especializadas)?
2. Quais são as condições do prédio escolar (salas de aula, área para esporte,
biblioteca, sala de professores, banheiros etc.)?
3. O prédio escolar está preparado para o acesso a portadores de
necessidades especiais?
4. Quais são as condições (qualidade e quantidade) dos materiais didáticos
disponíveis para os docentes e discentes?
5. Quais os equipamentos (computadores, filmadoras, retroprojetor,
máquinas fotográficas etc.) disponíveis para o trabalho pedagógico da
escola?
A ATUAÇÃO DOS DOCENTES
1. Como são estabelecidos os conteúdos e a metodologia a serem desenvolvidos em sala de
aula? O professor participa desse trabalho?
2. Os materiais didáticos existentes na escola são utilizados com frequência pelos docentes?
3. Como tem sido a participação dos docentes na coordenação pedagógica?
4. Como se desenvolve a relação professor/estudante na sala de aula?
5. Como se desenvolve a relação funcionário/estudante no espaço escolar?
6. Quais os instrumentos utilizados na avaliação dos estudantes, pela escola?
7. Como o professor trabalha com os resultados das avaliações dos
estudantes?
8. Como é feita a recuperação da aprendizagem dos estudantes que demonstram baixo
desempenho nas avaliações?
9. Como é utilizado o livro didático em sala de aula?
10. Como acontece a participação dos professores e dos funcionários não-docentes nas
atividades globais da escola?
O DESEMPENHO ESCOLAR DOS DISCENTES
1. As notas encaminhadas pelos professores para a secretaria da escola são
resultantes de quais avaliações (provas, trabalhos individuais e coletivos,
participação)?
2. Além dos aspectos informativos, quais os formativos que são levados em
consideração no processo de avaliação dos estudantes?
3. Quais as notas/menções obtidas pelos estudantes no corrente ano
(individualmente e por turma)?
4. Quais as disciplinas/atividades que possuem as notas/menções mais baixas?
5. Como se comportam as notas/menções de cada estudante, em relação à sua
turma?
6. Como se comportam as notas/menções de cada turma, em relação às outras da
mesma série?
7. Como os estudantes analisam o processo de avaliação a que estão submetidos?
8. Como a escola trabalha os dados resultantes das avaliações externas (SAEB e
outras)?
MULTIDIMENSIONALIDADE
Busca-se na atualidade desenvolver uma
prática educativa de qualidade, atenta à
formação global e holística:
1.Dimensão estética
2.Dimensão epistemológica
3.Dimensão lúdica
4.Dimensão axiológica
5.Dimensão político-social
6.Dimensão relacional
7.Dimensão didático-pedagógica
8.Dimensão familiar
3. PLANEJAMENTO
DE ENSINO

30
O CICLO DIDÁTICO
O trabalho docente é processual e cíclico, i.e.,. se desenvolve numa sequência de etapas
interligadas que parte sempre de um ponto inicial (ANTES), se desenvolve
(DURANTE) e termina (DEPOIS) com a recorrência deste. São três as etapas do ciclo
didático:
1. PLANEJAMENTO – Etapa reflexiva em que, com base no diagnóstico da realidade
(análise da situação), se faz o prognóstico (estabelecimento de estratégias). Consiste na
previsão e programação dos trabalhos escolares (REFLEXÃO).
2. EXECUÇÃO/ORIENTAÇÃO – Etapa operativa em que se organizam e dirigem as
atividades, mediante motivação do aluno, apresentação da matéria, integração e fixação
do conteúdo e governo de classe. Consiste na execução do que se planejou (AÇÃO).
3. CONTROLE – Etapa reflexiva, tanto anterior quanto simultânea e posterior à
execução, em que se monitora e avalia o planejamento, o desempenho e os resultados
do ensino para certificação ou retificação da aprendizagem. Consiste na supervisão
constante do processo (REFLEXÃO) (MATTOS, 1973; GANDIN, 1994).
PLANEJAMENTO
PLANEJAR (do lat. planeare, “nivelar o terreno”).

Todo planejamento tem por objetivo alterar uma dada


realidade. Em face de sua natureza sistemática e
intencional, o trabalho docente exige uma
racionalização da ação (SACRISTÁN, 1998), a fim de
garantir a consecução dos objetivos. A ferramenta
administrativa que que permite isso é o planejamento.
Gandin (2004) define planejamento como “o processo
de transformar ideias em realidade”.

Planejar “é antecipar mentalmente uma ação a ser realizada e agir de acordo com o previsto”
(VASCONCELLOS,1995). Trata-se de uma ferramenta teórica que nos ajuda a realizar
aquilo que desejamos, de forma premeditada e não espontânea. Projetar o futuro é uma
atividade essencialmente humana (Marx), estando presente em todas as intervenções do
homem, inclusive na escola. É essencial para o sucesso de qualquer empreendimento.
PLANEJAMENTO EDUCATIVO

Do ponto de vista didática, planejar é prever os conteúdos a serem trabalhados e


organizar as atividades e experiências de ensino-aprendizagem considerados
mais adequados para a consecução dos objetivos estabelecidos, levando em
conta a realidade dos alunos, suas necessidades e interesses. Para Libâneo
(2013: 246), o planejamento é um processo de racionalização, organização e
coordenação da ação docente.
FASES DO PLANEJAMENTO
A. PRÉ-PLANEJAMENTO
1. SONDAGEM – Coleta de informações sobre o aluno e sua realidade. Isto é feito através da sondagem,
coleta de dados sobre recursos, possibilidades e limitações dos alunos e seu ambiente socioeconômico e
pedagógico bem como da própria escola.
2. DIAGNÓSTICO – Com base na interpretação dos dados levantados, faz-se a síntese conclusiva a
respeito da situação a ser enfrentada.

B. PLANEJAMENTO
3. PROGNÓSTICO – Com base no diagnóstico, faz-se a previsão das decisões a
serem implementadas
4. ELABORAÇÃO DO PLANO – Faz-se um registro por escrito das previsões.
C. PÓS-PLANEJAMENTO
5. IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO – Coloca-se o plano em prática.
6. AVALIAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DO PLANO – Avalia-se o plano com
vistas ao aperfeiçoamento.
VANTAGENS DO PLANEJAMENTO

1. ORIENTA O DESEMPENHO PARA OS OBJETIVOS


2. DIRIGE O FOCO PARA AS COISAS PRINCIPAIS
2. EVITA A ROTINA E A IMPROVISAÇÃO
3. PROMOVE A EFICIÊNCIA E A EFICÁCIA DO ENSINO
4. GERA MAIOR SEGURANÇA NA DIREÇÃO DO ENSINO
5. AJUDA A PREVER E SUPERAR DIFICULDADES
6. GARANTE ECONOMIA DE TEMPO E ENERGIA

“Planejar é a forma mais segura de governar bem o


curso futuro dos acontecimentos” (Fayol).
NÍVEIS DE PLANEJAMENTO NA ÁREA
EDUCACIONAL
Na esfera da educação e do ensino, há pelos menos quatro níveis de
planejamento , que variam em abrangência e complexidade
(MORETTO, 2007; GANDIN, 2004; VASCONCELLOS, 1995):

NÍVEL 1: PLANEJAMENTO EDUCACIONAL


NÍVEL 2: PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL/ESCOLAR
NÍVEL 3: PLANEJAMENTO CURRICULAR
NÍVEL 4: PLANEJAMENTO DE ENSINO/DIDÁTICO
NÍVEL DE PLANEJAMENTO 1:
EDUCACIONAL
Previsões para um sistema educacional, feito em nível
sistêmico, isto é nas esferas nacional, estadual ou
municipal. Contém objetivos de longo prazo. Realizado
pelos sistemas de ensino e seus órgãos federais, estaduais
e municipais (MEC/CNE/CEE/CME). Consiste em
políticas, planos, programas e projetos (PNE, PEE,
PME), bem como em guias curriculares nacionais e
regionais (DCNs, PCNs, RCNs). Trata-se de um
planejamento estratégico. É de longo prazo, geralmente
num horizonte decenal.
NÍVEL DE PLANEJAMENTO 2:
INSTITUCIONAL OU ESCOLAR
Planejamento global da escola, envolvendo o processo
de reflexão, de decisões sobre a organização, o
funcionamento da instituição. Nas escolas de
educação básica, consiste na proposta pedagógica ou
projeto político-pedagógico (PPP). Trata-se de um
planejamento tático. É de médio prazo, geralmente
num horizonte trienal ou quadrienal. As IES fazem
plano de desenvolvimento institucional (PDI),
elaborada a cada cinco anos.
NÍVEL DE PLANEJAMENTO 3: CURRICULAR
Previsão dos diversos componentes curriculares que serão
desenvolvidos no âmbito de cada curso com a definição dos
objetivos gerais e a previsão dos conteúdos programáticos de
cada componente. Baseia-se nas guias curriculares oficiais
(Diretrizes nacionais [núcleo comum] e diretrizes locais [parte
diversificada]) no âmbito de cada série. É feito pela direção da
escola com o corpo docente e especialistas na área. O resultado
é o plano de estudos/proposta curricular. Trata-se de um
planejamento tático. É de médio prazo, geralmente num
horizonte trienal ou quadrienal.
NÍVEL DE PLANEJAMENTO 4: DIDÁTICO
OU DE ENSINO

Previsões das ações em nível docente (individual ou cooperativo).


Consiste no planejamento de disciplina, de unidade ou de aula. Trata-se
de um planejamento operacional. É planejamento de curto prazo,
geralmente num horizonte anual/semestral, bimestral ou diário.
NÃO CONFUNDIR

PLANEJAMENTO: Processo mental que envolve análise,


reflexão e previsão.
PLANO: Termo genérico para o
resultado/produto/culminância/consubstanciação do
planejamento. É o guia de orientação, o esboço das conclusões do
processo mental de planejar, que pode assumir forma escrita ou
não (HAIDT, 2002:95; VASCONCELLOS, 1995).
TIPOS DE PLANEJAMENTO DE ENSINO
Antes de se lançar ao ensino, o professor tem que planejá-lo. Seus planos podem ter
horizontes de tempo diferentes, mas são fases do mesmo planejamento. Este “plano de
trabalho” (LDB, Art. 13, II), que pode ser individual ou colaborativo, comporta três níveis:
1.PLANEJAMENTO DA DISCIPLINA: previsão geral das atividades de uma componente
curricular a serem desenvolvidas por uma turma no decurso de um ano ou semestre letivo.
2.PLANEJAMENTO DE UNIDADE: previsão parcial de uma porção significativa da
matéria, constituída de várias aulas sobre um tema correlato a ser desenvolvida no decurso
de um mês ou bimestre letivo.
3.PLANEJAMENTO DE AULA: previsão específica e detalhada das sequências de
atividades a serem desenvolvidas no decurso de um ou vários dias letivos (sequência
didática). “O planejamento
de ensino é a
especificação do
planejamento
curricular”
(PILETTI, 2004:
TIPOS DE PLANEJAMENTO SEGUNDO LIBÂNEO
CLASSIFICAÇÃO CLASSIFICAÇÃO
TRADICIONAL DE LIBÂNEO
1. O PLANO DA ESCOLA: é o documento mais amplo que articula
escola/sistema escolar/planos de trabalho docente. Corporifica-se no
plano pedagógico e administrativo da escola, no qual se explicitam
concepções teóricas, bases metodológicas, objetivos educacionais gerais
e estrutura curricular, organizacional e administrativa.
1. PLANO DE 2. O PLANO DE ENSINO: é a previsão dos objetivos e tarefas do
DISCIPLINA trabalho docente para o ano ou semestre; é um documento mais
2. PLANO DE elaborado, dividido por unidades sequenciais, no qual aparecem
UNIDADE objetivos específicos, conteúdos e desenvolvimento metodológicos.
Corporifica-se no plano de disciplina e planos de unidade.
3. PLANO DE AULA 3. O PLANO DE AULA: é a previsão detalhada do plano de ensino
para um tópico ou conjunto de tópicos específicos desdobrado numa
sequência lógica. Corporifica-se nos planos de aula (LIBÂNEO, 2013:
245, 255-271).
43
CARACTERÍSTICAS DE UM BOM
PLANEJAMENTO DE ENSINO
 Ser elaborado em função das necessidades e das
realidades do aluno.
 Apresentar clareza, sequencialidade, objetividade e
precisão, dando indicações exatas e concretas como
um guia de orientação.
 Ser flexível, permitindo alterações e reajustes
quando forem necessários.
 Ser elaborado de forma coerente, em íntima
correlação com os objetivos visados.
 Ser elaborado tendo em vista as condições reais e
imediatas de local, tempo e recursos disponíveis.
ESTRUTURA DO PLANO DE DISCIPLINA
A. IDENTIFICAÇÃO DO E. CONTEÚDOS
PLANO F. ESTRATÉGIAS DE ENSINO
1. Data G. RECURSOS DIDÁTICOS
2. Nome da Instituição H. FORMAS DE AVALIAÇÃO
3. Curso I. BIBLIOGRAFIA GERAL
4. Disciplina
5. Nome do Professor
6. Ano ou Semestre
7. Turno
8. Carga Horária
B. EMENTA
C. OBJETIVOS GERAIS
CARACTERÍSTICAS DO
PLANO DE DISCIPLINA
 Deve estar correlacionado de forma coerente com o plano
curricular.
Deve dar oportunidade ao professor de adequar o programa à
realidade de sua classe.
 Deve permitir a distribuição dos conteúdos da matéria pelo
número de aulas disponíveis no período letivo.
 Deve dar condições para que o professor avalie previamente a
profundidade com que vai tratar cada assunto.
 Deve servir de base para as conclusões quanto à eficiência dos
métodos utilizados.
ESTRUTURA DO PLANO DE UNIDADE
A. IDENTIFICAÇÃO DO F. ESTRATÉGIAS DE ENSINO
PLANO G. RECURSOS DIDÁTICOS
1. Escola H. FORMAS DE AVALIAÇÃO
2. Série I. BIBLIOGRAFIA GERAL
3. Professor
4. Curso
5. Disciplina
6. Turma
7. Ano/Semestre
B. TEMÁTICA DA UNIDADE
C. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
D. CRONOGRAMA
CARACTERÍSTICAS DO
PLANO DE UNIDADE
 Deve especificar o plano de disciplina em seus principais
blocos.
 Deve reunir os conteúdos da matéria por temáticas centrais ou
assunto inter-relacionados.
 Deve permitir a introdução de um conjunto de nas quais se
aprofundam os diversos aspectos de um tema comum.
 Deve dar condição ao professor e aos alunos ao final da
unidade de organizar um quadro sinóptico contendo a síntese
que foi estudado no período letivo.
 Não devem as unidades ser muito longas (quatro semanas no
máximo) nem muito desiguais em termos de extensão
ESTRUTURA DE UM PLANO DE AULA
1.TEMA DA AULA (VASCONCELLOS, 2000:148)
2.OBJETIVOS OPERACIONAIS
3.TEMPO
4.SENSIBILIZAÇÃO
5.CONTEÚDO
6.ESTRATÉGIAS DE ENSINO
7.RECURSOS DIDÁTICOS
8.FORMAS DE AVALIAÇÃO
9.INTERDISCIPLINARIDADE
10.
CONTEXTUALIZAÇÃO
11.TRANSVERSALIDADE
12.
BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA
CARACTERÍSTICAS DO
PLANO DE AULA
 Deve especificar e operacionalizar os procedimentos diários para
a concretização dos planos de disciplina e de unidade.
 Deve prever os objetivos imediatos a serem alcançados.
 Deve especificar os itens e subitens do conteúdo a serem
trabalhado durante a aula.
 Deve definir os procedimentos de ensino e organiza as atividades
de aprendizagem de seus alunos.
 Deve indicar os recursos que vão ser usados durante a aula.
 Deve estabelecer como será feita a avaliação das atividades.
IMPORTÂNCIA DO PLANO DE AULA DIÁRIO
 Facilita o avanço da aula em direção ao alvo.
 Proporciona economia e maior controle do tempo.
 Lembra ao professor de elementos essenciais à aula (material
necessário, tarefas, avisos, métodos etc.).
 Organiza o tempo do professor e a aula, evitando imprevistos,
contratempos e detalhes esquecidos.
 Incentiva o preparo prévio da aula.
 Preserva o procedimento e o conteúdo da aula em um arquivo
para uso futuro.
 Facilita a avaliação e eventual reformulação da aula.
CARACTERÍSTICAS DE UM BOM PLANO DE ENSINO
 COERÊNCIA E UNIDADE – conexão entre os objetivos e meios, de modo
que os objetivos sejam alcançados.
CONTINUIDADE E SEQUÊNCIA - trabalho de forma integrada do começo
ao fim, garantindo relação entre as várias atividades.
FLEXIBILIDADE – possibilidade de ajustar o plano, adaptando-o a
situações não previstas. O plano deve atender os interesses e necessidades
dos alunos e ao mesmo tempo atender os pontos essenciais a serem
desenvolvidos.
OBJETIVIDADE E FUNCIONALIDADE – deve analisar as condições da
realidade, adequando o plano às condições de sua realização, como tempo,
recursos disponíveis, características dos alunos etc.
CLAREZA E PRECISÃO – a linguagem utilizada deve ser simples e clara,
com enunciados exatos e indicações precisas, pois o plano não pode ser
passível de dupla interpretação (HAIDT, 2002:104, 105).
DESVIOS A SEREM EVITADOS NO
PLANEJAMENTO
 Individualismo docente, em vez de participatividade e cooperação.
 Ritualização burocrática do ensino, em vez da superação do protocolar e da
racionalidade técnica, contemplando assim as dimensões humana e
sociopolítica.
 Congelamento e rigidez, em vez de atualização e revisão periódica.
 Rigidez em vez de flexibilidade e ajuste frente ao novo, ao inesperado e ao
imprevisto, para atender as necessidades do aluno
 Prática pedagógica alienada, isto é, dissociada da realidade ou sem nexo entre a
fase da concepção e da execução do trabalho, em vez de combinar ação e
reflexão, teoria e prática.
 Imposição dos roteiros de aula em vez da participação e negociação com o
aluno.
 Planejamento como um fim em si mesmo, e não como uma ferramenta para
alcançar objetivos.
4. O ENSINO E SEUS
ELEMENTOS: ALUNO,
CONHECIMENTO,
SITUAÇÕES DIDÁTICAS E A
RELAÇÃO
PROFESSOR/ALUNO
SITUAÇÕES DIDÁTICAS E
ADIDÁTICAS
De acordo com Guy Brousseau (1996), em
sua Théorie des situations didactiques,
ocorre uma situação didática quando há a
intenção (implícita ou explicita) de
aprendizagem com a presença de um
mediador. Já uma situação adidática é
uma situação em que o aluno se torna
capaz de pôr em funcionamento e utilizar
por si mesmo o saber que está a construir,
numa situação não prevista em qualquer
contexto de ensino e também na ausência
de qualquer professor. 55
SITUAÇÕES DIDÁTICAS
Situação didática (SD) consiste na organização de atividades e
meios por parte professor para que o aluno ou os alunos vivenciem
de forma autônoma as experiências necessárias à
assimilação/construção de conhecimentos, tendo em vista a
aprendizagem significativa.
A SD valoriza a investigação, a integração, a cooperação e
incentiva a ação do aluno. Estimula a cooperação entre o grupo
(alunos e professor) e busca o desenvolvimento de habilidades
como características básicas do processo de aprendizagem. Para
que ocorra uma situação didática é necessária a existência de três
elementos: professor-aluno-conhecimento.
56
O TRIÂNGULO A estrutura didática é constituída de três
polos: o professor, o aluno e o conteúdo.
DIDÁTICO Esses três elementos básicos interagem no
processo de ensino-aprendizagem, em
PROFESSOR
diferentes concepções do ato de conhecer
(MARTINS, 2012:33): o professor como
centro, o aluno como centro, a técnica como
centro ou o processo educativo como centro.
ÃO

EN

SIN
No último caso, o professor faz a ponte entre
RM

O
o aluno e o conhecimento (saber/conteúdos),
FO

agindo assim como mediador por meio de


transmissão-assimilação ativa. É como se, ao
aprender, o aluno caminhasse em direção ao
ALUNO APRENDIZAGEM CONTEÚD conhecimento, escoltado pelo professor.
OS 57
QUATRO TIPOS DE SITUAÇÕES DIDÁTICAS
1. SITUAÇÃO DE AÇÃO – O aluno, que se encontra ativamente empenhado
na procura de uma solução de um determinado problema, realiza determinadas
ações mais imediatas, que resultam na produção de um conhecimento mais
operacional.
2. SITUAÇÃO DE FORMULAÇÃO – O aluno já utiliza na solução do
problema estudado alguns modelos ou esquemas teóricos explícitos além de
mostrar um evidente trabalho com informações teóricas de uma forma bem
mais elaborada.
3. SITUAÇÃO DE VALIDAÇÃO: O aluno já utiliza mecanismos de prova,
usando o saber com essa finalidade. Tais situações estão relacionadas ao plano
da racionalidade e diretamente voltadas para o problema da verdade.
4. SITUAÇÕES DE INSTITUCIONALIZAÇÃO: O aluno estabelece o
carácter de objetividade e universalidade do conhecimento. O saber tem assim
uma função de patrimônio cultural que extrapola o contexto pessoal e 58
ENSINO-APRENDIZAGEM E
CONHECIMENTO
Enquanto ensinar é fazer a ponte entre o aluno e o conhecimento,
aprender é assimilar conhecimento. Mas o que é conhecimento?
Para a concepção tradicional, conhecimento era um bem passível de
posse e acumulação, uma matéria capaz de preencher um reservatório,
um balde, uma vasilha (cérebro). A partir de Descartes, o
conhecimento passou a ser visto como um conjunto de elos lógicos
encadeados de forma linear e paulatina.
Na escola nova, o conhecimento é encarado como uma estrutura a ser
construída. Na concepção atual, conhecimento é uma rede de
significados em um espaço de representações, uma teia de relações
cuja construção não se inicia na escola (MACHADO, 2011:19, 34,
35). 59
ALUNO, CONHECIMENTO E COMPREENSÃO
Para Dewey (1979), há a aprendizagem quando o aluno compreende.
Mas o que é compreender? É apreender a significação (feixe de
relações). Apreender o significado de um objeto, por sua vez, é vê-lo
em suas relações com outros objetos.
Podemos dizer, então, que conhecer é assimilar e processar a
informação, tendo consciência do que ela significa. Quem passa por
esse processo desenvolve um aprendizagem significativa. Quem não
compreender, desenvolve apenas uma aprendizagem mecânica.
Duas são as formas de desenvolver o conhecimento: de forma direta
(investigação) ou de forma indireta (exposição). O bom professor
combina os dois métodos em sala de aula (LUCKESI, 2011:153-168).
60
RELAÇÃO ENSINO-APRENDIZAGEM
Os processos didáticos básicos são dois:
ensino e aprendizagem. Embora distintos, há
entre eles uma relação indissociável de
interdependência (como entre os dois lados
de uma moeda), de modo que só há um
quando existe o outro (VEIGA, 1996: 105-
114). Nem sempre, porém, a aprendizagem é
consequência natural do ensino. Dewey
afirma que, se o aluno não aprendeu, é
porque o professor não ensinou; assim como
se o freguês não comprou é porque o
comerciante não vendeu (FALCÃO, 61
CONCEITO DE Tradicionalmente, ensinar é instruir
ENSINO alguém sobre aquilo que não sabe ou
não sabe adequadamente. Ensinar,
porém, é mais do que insignare
(“colocar dentro”, “gravar no espírito”).
É mais do que repassar conteúdos via
preleção.
Na verdade, ensinar é viabilizar a
aprendizagem, mediante a socialização
didática de conteúdos culturais e
científicos. É papel do docente fazer a
“Ensinar não é transferir conhecimento,
mediação (a “ponte”) entre o aluno e o
mas criar as possibilidades para a sua
produção ou a sua construção” conhecimento, dirigindo-lhe a
(FREIRE, 2011). aprendizagem (LIBÂNEO, 2013:96).
62
CONCEITO DE
 Aprender (do lat. apprehendere, “agarrar, prender, APRENDIZAGEM
capturar”) é mais do que acumular conteúdos e
regurgitar mecanicamente o que foi transmitido sob a
forma de provas e testes. É, antes, um processo
complexo de assimilação/processamento ativo e
consciente de conteúdos tanto no sentido quantitativo
como no qualitativo (LIBÂNEO, 2013:89).
 Essa assimilação/processamento dos conteúdos ocorre
quando se estabelece a relação cognitiva e significativa
entre o aluno e o conhecimento. Essa relação é mediada
pelo professor mediante a transmissão do conteúdo e o
desenvolvimento das capacidades cognoscitivas do
aluno. O cérebro humano é tanto
“Aprender não é ato de consumir ideias, mas de criá-las memória/HD quanto
e recriá-las” (FREIRE, 2011). processador. 63
A INTERAÇÃO PROFESSOR-ALUNO

A vida em sala de aula é constituída por relações interpessoais. Nesse


aspecto, o processo ensino-aprendizagem não é uma relação estática e
unilateral, mas dinâmica e multilateral. Professor e aluno formam um par
educativo (MARCHAND, 1985). Nela, o professor ensina e aprende e os
alunos aprendem e ensinam. Como as demais interações humanas, a
interação professor-aluno é um aspecto fundamental da organização da
situação didática (LIBÂNEO, 2013: 274). 200 dias do ano. 64
DOIS ASPECTOS NA INTERAÇÃO
A interação professor-aluno é uma dimensão
fundamental da organização da situação didática,
embora não seja o único fator determinante.
Podemos ressaltar dois aspectos da interação
professor-aluno no trabalho docente:
1. O ASPECTO COGNOSCITIVO – diz respeito
a formas de comunicação dos conteúdos
escolares e às tarefas indicadas aos alunos.
2. O ASPECTO SOCIOEMOCIONAL – diz
respeito às relações pessoais entre professor e
aluno e às normas disciplinares indispensáveis ao
trabalho docente. 65
ASPECTOS COGNOSCITIVOS DA INTERAÇÃO
Referem-se ao processo ou ao movimento que transcorrem
no ato de ensinar e no ato de aprender. Sob este ponto de
vista, o trabalho do professor se caracteriza por um
constante vai e vem entre as tarefas cognoscitivas e o nível
de preparo dos alunos.
PARA SE TER UM BOM RESULTADO DE INTERAÇÃO NO ASPECTO
COGNOSCITIVO DEVE-SE:
 MANEJAR OS RECURSOS DE LINGUAGEM (VARIAR O TOM DA
VOZ, FALAR COM SIMPLICIDADE ETC.);
 CONHECER O NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS ALUNOS;
 TER UM BOM PLANO DE AULA E OBJETIVOS CLAROS;
 EXPLICAR AOS ALUNOS O QUE SE ESPERA DELES EM RELAÇÃO À66
ASSIMILAÇÃO DA MATÉRIA
INTERAÇÃO
Os aspectos socioemocionais da interação se
referem aos vínculos afetivos entre professor e
alunos; incluem ainda a disciplina, i.e., as
normas e exigências objetivas que regem a
conduta dos alunos em sala). Não estamos
falando de amor por crianças nem de
afetividade para com determinados alunos, mas
atitude amorosa para com todos. Deve-se evitar
também a relação maternal ou paternal, porque
a escola não é um lar; os alunos não são
sobrinhos nem filhos dos professores.
67
A BOA INTERAÇÃO SOCIOEMOCIONAL
Para desenvolver uma boa interação no aspecto,
socioemocional o professor deve:
 Controlar o processo de ensino, combinando severidade e
respeito.
 Exercer autoridade intelectual, moral e técnica sobre os
alunos.
 Promover a autonomia dos alunos.
 Não permitir que a autoridade do professor degenere em
autoritarismo.
 Não permitir que a liberdade do aluno degenere em
libertinagem. 68
A DISCIPLINA NA CLASSE

Uma das dificuldades mais comuns enfrentadas pelo


professor no aspecto socioemocional é o “controle da
disciplina”. Não há milagres nesse aspecto. A disciplina
depende basicamente de dois fatores:

(a) um conjunto de características do professor, reflexo de


sua autoridade profissional, moral e técnica.
(b)Uma boa organização do ensino.

69
A TRÍPLICE AUTORIDADE DO PROFESSOR
 AUTORIDADE PROFISSIONAL – se manifesta no
domínio da matéria e dos métodos, no tato em lidar com a
turma e com as diferenças individuais e na capacidade de
controlar e avaliar o trabalho dos alunos e o trabalho docente.
 AUTORIDADE MORAL – é o conjunto de qualidades de
personalidade do professor: dedicação, sensibilidade, senso
de justiça, traços de caráter.
 AUTORIDADE TÉCNICA – constitui o conjunto de
capacidades, habilidades e hábitos pedagógicos-didáticos para
dirigir com eficácia a transmissão-assimilação de
conhecimentos dos alunos. 70
FUNÇÃO DO PROFESSOR NA INTERAÇÃO
Na interação professor-aluno, o professor tem
basicamente duas funções, de acordo com Haidt
(2002):

 FUNÇÃO INCENTIVADORA:
aproveitando a curiosidade natural do aluno
para despertar seu interesse e mobilizar
seus esquemas cognitivos.
 FUNÇÃO ORIENTADORA: orientando
os esforços do aluno para aprender,
ajudando-o a construir seu conhecimento.
71
A IMPORTÂNCIA DO DIÁLOGO NA RELAÇÃO PEDAGÓGICA

Na relação professor-aluno, o diálogo é fundamental, visto que o


processo ensino-aprendizagem se dá numa relação comunicativa e a
construção do conhecimento é um processo interpessoal. A atitude
dialógica no processo ensino-aprendizagem é aquela que parte de uma
questão problematizadora para desencadear o diálogo, no qual o
professor transmite o que sabe, aproveitando os conhecimentos
prévios e as experiências anteriores do aluno. Assim, ambos chegam a
uma síntese que elucida, explica ou resolve a situação-problema que
desencadeou a discussão (Haidt). O professor dialógico é cooperativo,
recíproco, apoiador, determinado, didático.
72
A BOA COMUNICAÇÃO DOCENTE
1. A boa comunicação busca provocar a atenção e o interesse dos
alunos, pois estes processos psicológicos não são automáticos.
2. A boa comunicação estrutura a mensagem num ordem lógica e
psicológica.
3. A boa comunicação recorre a recursos audiovisuais adequados.
4. A boa atenção verifica o feedback (se o aluno está assimilando o
que está sendo transmitido).
5. A boa comunicação usa linguagem simples e explica os termos
menos familiares.
6. A boa comunicação não é monológica, mas dialógica, por isso
aceita interrupções pertinentes.
73
7. A boa comunicação trata de uma ideia de cada vez.
8. A boa comunicação articula bem as palavras.
10. A boa comunicação não fala muito rápido nem muito lento, nem
muito alto nem muito baixo, mas não usa um tom monótono e sem
ênfases
11. As letras no quadro ou no Powerpoint devem ser suficientemente
grandes e as figuras bem claras
12. A exposição deve ter em vista mais os alunos do que a matéria em
si (BORDENAVE E PEREIRA, 2012: 203-224).

74
A BOA COMUNICAÇÃO DISCENTE
1. A boa comunicação busca dirigir a atenção e o interesse para a aula.
2. A boa comunicação se esforça para pensar e acompanhar o raciocínio,
evitando a passividade e o desligamento.
3. A boa comunicação abrange a tomada de notas.
4. A boa comunicação inclui uma atitude dócil e receptiva aos
ensinamentos.
5. A boa comunicação envolve interromper o professor para pedir
esclarecimentos sobre algo que não entendeu.
6. A boa comunicação envolve participação ativa na aula e não apenas
“assistir aula”.
7. A boa comunicação busca tornar-se estudante e pesquisador, e não
apenas aluno.
75
5. CURRÍCULO E PROJETO
POLÍTICO PEDAGÓGICO
CONCEITO DE CURRÍCULO ESCOLAR
Do lat. CURRICULUM, “corrida, carreira, percurso,
curso”.
A. DENTRO DE UMA PERSPECTIVA TRADICIONAL:
Currículo é o conjunto de matérias ou grade de disciplinas sequenciadas em
determinado curso ou programa de ensino, como um corpo de conhecimentos
organizados em termos lógicos. Um plano estruturado de estudos.
B. DENTRO DE UMA PERSPECTIVA CRÍTICA:
Currículo não é apenas uma lista de disciplinas, mas tudo quanto ocorre no
ambiente escolar e extraescolar e que constitui matéria de aprendizagem para o
educando. É toda experiência de aprendizagem escolar (PILETTI, 2004).

A escolaridade é, sem dúvida, um percurso para o aluno. Este pode ser feito de
maneira linear ou sinuosa, fragmentada ou sistêmica, ingênua ou crítica
(SACRISTÁN E PÉREZ-GÓMEZ, 1998) 77
DEFINIÇÃO DE CURRÍCULO
“Na organização da proposta curricular, deve-se assegurar o
entendimento de currículo como experiências escolares que se
desdobram em torno do conhecimento, permeadas pelas relações
sociais, articulando vivências e saberes dos estudantes com os
conhecimentos historicamente acumulados e contribuindo para
construir as identidades dos educandos” (art. 13, § 2º, Resolução
CNE/CEB nº 04/2010).

“Currículo: Seleção e organização do que vale a pena ensinar”


(LOPES E MACEDO, 2013).
78
CONSEQUÊNCIAS DA NOVA VISÃO DE CURRÍCULO
 O currículo existe somente na experiência dos alunos. Ou seja,
um programa de ensino só se transforma em currículo depois que
passa a fazer parte da experiência do aluno. O programa de
ensino é o mapa, enquanto o currículo é o percurso.
 O currículo inclui mais do que o conteúdo a ser aprendido;
envolve todas as experiências e interações de aprendizagem.
 O currículo é um ambiente especializado de aprendizagem,
deliberadamente organizado para o enriquecimento do aluno.
 O currículo deve ser organizado pensando-se não só em que
matérias devem ser ensinadas, mas também na melhoria de vida
do indivíduo e da comunidade. 79
DIMENSÕES DO CURRÍCULO

 Dimensão Filosófica: tipo de educação apropriada a uma


cultural.
 Dimensão Sócio-Antropológica: transformações sociais
que se processam.
 Dimensão Psicológica: desenvolvimento psicológico do
aluno.

80
EVOLUÇÃO DO CURRÍCULO

Ao longo da trajetória histórica, temos tido diversos tipos de


currículo, do homogêneo ao heterogêneo, do multidisciplinar ao
pluridisciplinar. Até 1990, por exemplo, tínhamos um currículo
monocultural (hegemônica); a partir de então, busca-se o currículo
multicultural (gênero, sexualidade, etnia, meio ambiente etc.). Já
tivemos currículo na visão positivista até 1980 e hoje na visão
dialética.

81
CURRÍCULO NA IDADE MÉDIA
AS SETE ARTES
LIBERAIS
O TRIVIUM (Língua)
Lógica – arte do pensamento
Gramática – arte da invenção
Retórica – arte da comunicação
O QUADRIVIUM (Matemática)
Aritmética – teoria dos números
Música – aplicação da teoria dos A língua e a matemática constituem
números. dois sistemas básicos de
Geometria – teoria do espaço representação da realidade
Astronomia – aplicação da teoria (MACHADO, 2011:105-106). 82
Optativas
DISCIPLINAS NA LDB 1971 Técnicas Comerciais
Obrigatórias: Artes Industriais
Comunicação e Expressão: Técnicas Agrícolas
Língua Portuguesa Técnicas Domésticas
Estudos Sociais: Geografia e Canto Orfeônico
História
Organização Social e Política
do Brasil (OSPB)
Ciências Físicas e Biológicas
Educação Moral e Cívica
(EMC)
Educação Artística
Educação Religiosa
Língua Estrangeira 83
QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO NO
SÉC. XXI
Segundo o relatório de Jacques DELORS, para a
Unesco (Educação: um tesouro a descobrir. São
Paulo: Cortez, 1998), a educação deve no século XXI
organizar-se em torno de quatro aprendizagens
fundamentais (currículo), que ao longo de toda a vida,
JACQUES DELORS serão para cada pessoa os pilares do conhecimento:
1. Aprender a CONHECER (DOMINAR O CONHECIMENTO COM
COMPREENSÃO)
2. Aprender a FAZER (DOMINAR HABILIDADES , COMPETÊNCIAS E
TÉCNICAS DO MERCADO)
3. Aprender a CONVIVER (TER DIÁLOGO, SOLIDARIEDADE,
ALTERIDADE, MULTICULTURALIDADE, NÃO-VIOLÊNCIA)
4. Aprender a SER (DESENVOLVER A PERSONALIDADE TOTAL COM
CRÍTICA, AUTONOMIA, CIDADANIA)
O CURRÍCULO FORMAL DA LDB EM DOIS BLOCOS
INTEGRADOS
Os currículos da educação infantil, do ensino do médio devem ter BASE
NACIONAL COMUM CURRICULAR, a ser complementada, em cada
sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma PARTE
DIVERSIFICADA, exigida pelas características regionais e locais da
sociedade, da cultura, da economia e dos educandos. Não são blocos distintos,
mas orgânicos (art. 26, LDB96).
BNCC = Núcleo disciplinar comum a todo Brasil considerado obrigatório
para todas as escolas pois viabiliza uma formação sólida e indispensável à
vida social (Ex.: História do Brasil) (art. 26).
PD = Conteúdos ou disciplinas que buscam contemplar peculiaridades
locais (Ex.: História do Piauí) que complemente e enriqueçam à BNCC e a
ela se integrem. 85
FONTES OFICIAIS DE CURRÍCULO
PCNs: Referenciais separados por disciplinas elaboradas pelo governo federal e
não obrigatórias por lei. Visam subsidiar e orientar a elaboração ou revisão
curricular; a formação inicial e continuada dos professores; as discussões
pedagógicas internas às escolas; a produção de livros e outros materiais didáticos
e a avaliação do sistema de Educação. Os PCNs foram criados em 1997 e
funcionaram como referenciais para a renovação e reelaboração da proposta
curricular da escola até a definição das DCNs.
DCNs: Normas obrigatórias para a Educação Básica que têm como objetivo
orientar o planejamento curricular das escolas e dos sistemas de ensino, norteando
seus currículos e conteúdos mínimos (noções e conceitos essenciais estabelecido
pela BNCC). Assim, as diretrizes asseguram a formação básica, com base na Lei
de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), definindo competências e diretrizes
para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. 86
CURRÍCULO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
DOIS ÂMBITOS DE EXPERIÊNCIA E OITO EIXOS DE
TRABALHO:
1. FORMAÇÃO PESSOAL E SOCIAL
1.1 Identidade
1.2 Autonomia
2. CONHECIMENTO DO MUNDO
2.1 Música
2.2 Movimento
2.3 Artes visuais
2.4 Linguagem oral e escrita
2.5 Natureza e sociedade
2.6 Matemática 87
CURRÍCULO NO ENSINO FUNDAMENTAL
DEZ ÁREAS DO CONHECIMENTO

1. LÍNGUA PORTUGUESA
2. LÍNGUA MATERNA (para populações indígenas e migrantes)
3. MATEMÁTICA
4. CIÊNCIAS
5. GEOGRAFIA
6. HISTÓRIA (conteúdo obrigatório: negro e indígena)
7. LÍNGUA ESTRANGEIRA (inglês a partir do 6º ano)
8. ARTES (conteúdo obrigatório: música)
9. EDUCAÇÃO FÍSICA (facultativa*)
10. ENSINO RELIGIOSO (matrícula facultativa no fundamental)
- DCNs para o Ensino Fundamental (Brasil, 1998).
88
CURRÍCULO NO ENSINO MÉDIO
ÁREAS DISCIPLINAS
I. LINGUAGENS E SUAS 1. LÍNGUA PORTUGUESA/LÍNGUA MATERNA (PARA
TECNOLOGIAS POPULAÇÕES INDÍGENAS)
2. ARTES (CONTEÚDO OBRIGATÓRIO: MÚSICA*)
3. LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA (INGLÊS)
4. LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA (ESPANHOL:
FACULTATIVO)
5. EDUCAÇÃO FÍSICA (FACULTATIVA*)
II. MATEMÁTICA E SUAS 6. MATEMÁTICA
TECNOLOGIAS
III. CIÊNCIAS DA 7. BIOLOGIA
NATUREZA E SUAS 8. QUÍMICA
TECNOLOGIAS 9. FÍSICA
IV. CIÊNCIAS HUMANAS 10. HISTÓRIA (conteúdo obrigatório: negro e indígena)
E SOCIAIS APLICADAS 11. GEOGRAFIA
12. FILOSOFIA
13. SOCIOLOGIA (ART. 35-A, LDB 1996) 89
TIPOS DE CURRÍCULO (DCNS DO EF)
1. CURRÍCULO FORMAL/OFICIAL/PRESCRITO - Programação
formalizada pelos sistemas de ensino, expressa nas diretrizes, referenciais e
CURRÍCULO parâmetros curriculares nacionais; nas guias curriculares estaduais ou
EXPLÍCITO: municipais, nos planos e propostas pedagógicas.
TRANSMISSÃO
DO SABER
2. CURRICULO REAL/VIVIDO OU EM AÇÃO - Experiências que
efetivamente ocorrem na sala de aula e na escola a partir da prática
pedagógica do professor, quando adapta os conteúdos oficiais à realidade
dos alunos mediante o projeto político-pedagógico e os planos de ensino.
3. CURRÍCULO OCULTO – Conteúdos ensinados e aprendidos de forma
implícita, espontânea e às vezes inconsciente nas relações interpessoais,
CURRÍCULO rituais e espaço-temporais da escola, decorrentes de valores culturais,
IMPLÍCITO: ideológicos, atitudinais e comportamentais e que não figuram no currículo
INCULCAÇÃO
DE VALORES oficial. Pode-se aprender tanto submissão, preconceito e individualismo
quanto autonomia, tolerância e solidariedade, dentre outras coisas (SILVA,
2001). 90
NÃO CONFUNDIR
•ÁREA DE ESTUDOS – Conjunto de componentes
curriculares caracterizadas pela integração de conteúdos
afins: Linguagens, Ciências naturais, Ciências Humanas,
Ciências Sociais.
•COMPONENTE CURRICULAR (Disciplina ou matéria)
– Ramo do conhecimento organizado e ordenado
didaticamente: português, química, filosofia, sociologia.
•TEMA – Um conjunto de conteúdos articulados dentro de
uma disciplina convencional ou de natureza transversal:
ortografia, trabalho e consumo.
•CONTEÚDO – Tópico ou conjunto de tópicos abrangido
em determinada disciplina ou tema: alfabeto, conjuntos.
91
PROJETO POLÍTICO-
PEDAGÓGICO

92
PROPOSTA PEDAGÓGICA NA LDB 1996

Desde a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional (LDB), em 1996, toda escola precisa
ter um projeto político-pedagógico (PPP). Esse
documento deve explicitar as características que gestores,
professores, funcionários, pais e alunos pretendem
construir na unidade e qual a formação querem para quem
ali estuda.
PROPOSTA PEDAGÓGICA NA LDB 1996

INCUMBÊNCIA DA ESCOLA
• Elaborar e executar sua proposta pedagógica (Art. 12, Inciso I)
• Informar os pais/responsáveis legais sobre a execução da proposta
pedagógica (Art. 12, Inciso VII)
INCUMBÊNCIA DOS PROFESSORES
• Participar na elaboração da proposta pedagógica da escola (Art. 13, Inciso
I).
• Elaborar e cumprir o plano de trabalho, conforme a proposta pedagógica
(Art. 13, Inciso II).
CONCEITO DE PROPOSTA PEDAGÓGICA
Também chamado de proposta pedagógica na LDB 1996 (art. 12)
ou ainda de projeto pedagógico, projeto educativo, o projeto
Trata-se de um político pedagógico é o plano global da instituição. É o plano de
importante trabalho da escola como um todo, um documento que detalha
instrumento para a
objetivos, diretrizes e ações do processo educativo a ser
CONSTRUÇÃO
DA IDENTIDADE desenvolvido na escola, expressando as exigências legais do
da instituição e sistema educacional, bem como as necessidades, propósitos e
TRANSFORMAÇ expectativas da comunidade escolar (PROJETO)
ÃO DA Deve ser elaborado pela comunidade escolar de forma
REALIDADE. É a
participativa, colaborativa e representativa; precisa ser posto em
partitura da
orquestra (escola). prática, divulgado e avaliado periodicamente (POLÍTICO).
Sempre com foco no ensino-aprendizagem (PEDAGÓGICO).
AS DUAS DIMENSÕES DO PPP
O PPP tem duas dimensões (ANDRÉ, 2001;
VEIGA, 1998):

1.POLÍTICA: no sentido de compromisso com a


formação do cidadão para um tipo de sociedade
2.PEDAGÓGICA: no sentido de possibilitar a
efetivação da intencionalidade da escola, que é a
formação do cidadão participativo, responsável,
compromissado, crítico e criativo. Trata da ação
educativa.
PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO
Planejamento participativo é o processo de
organização do trabalho coletivo da unidade
escolar. A participação de todos os envolvidos,
são contemplados os diferentes “olhares” da
realidade escolar, permitindo não só a criação de
vínculos entre os diferentes segmentos da
comunidade escolar, mas também uma visão
mais completa da realidade. Assim a escola se
tornará não só do professor ou do diretor, mas
também dos pais, dos alunos, dos funcionários,
enfim de todos.
a) Resgatar a intencionalidade da ação.
PARA QUE
b) Ser instrumento de transformação da realidade; SERVE O PPP?
resgatar a potência da coletividade; gerar esperança.
c) Dar referencial de conjunto para a caminhada,
aglutinar, gerar solidariedade, parceria.
d) ajudar a construir a unidade (que supera a
uniformidade); superar a fragmentação, gerar
organicidade nas ações e projetos.
e) propiciar racionalização dos esforços e conteúdos.
f) ser canal de participação efetiva.
QUAIS AS PARTES DE UM PPP?

Para Vasconcellos (2000) e


Gandin (2004), três partes
compõem o PPP:

 Marco Referencial (A
FINALIDADE)
 Diagnóstico (A REALIDADE)
 Programação (O PLANO DE
AÇÃO)
NÃO CONFUNDIR:
PPP: Plano global de trabalho da instituição.
REGIMENTO: suporte formal, legal e jurídico
contendo normas para o funcionamento interno da
escola.
PLANO DE ESTUDOS: Lista de disciplinas com
respectivas ementas, carga horária, competências e
habilidades.
REGIMENTO ESCOLAR
O regimento escolar deve disciplinar os seguintes assuntos:


A quem cabe elaborar e executar a proposta pedagógica e quem tem
autonomia para sua revisão;
Incumbência dos docentes;
Estudos de recuperação;
Reclassificação, considerando a normatização do sistema de ensino;
Dias letivos e carga horária anual equivalente;
Classificação;
Sistema de controle e de apuração de frequência;
Expedição de documentos escolares; e
Jornada de trabalho escolar.
FASES DA PROPOSTA PEDAGÓGICA
1. DIAGNÓSTICO
A escola que temos
2. ELABORAÇÃO/PROGRAMAÇÃO
A escola que queremos
Como chegar a ela
Recursos necessários
3. EXECUÇÃO
Organização
Ação
Monitoramento
4. AVALIAÇÃO
Verificação da consecução dos objetivos (VEIGA,
ESTRUTURA DA PROPOSTA PEDAGÓGICA
• INTRODUÇÃO
• DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
• MISSÃO
• HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL
• DIAGNÓSTICO
• OBJETIVOS
• PRINCÍPIOS NORTEADORES
• ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
• ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
• CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
• PROGRAMAS PEDAGÓGICOS ESPECÍFICOS
• BIBLIOGRAFIA
6. PLANEJAMENTO DO
CURRÍCULO
Planejamento curricular é a “previsão
sistemática e ordenada de toda a vida
escolar do aluno. Portanto, essa
modalidade de planejar constitui um
instrumento que orienta a ação
educativa na escola, pois a
preocupação é com a proposta geral
das experiências de aprendizagem
que a escola deve oferecer ao
estudante, através dos diversos
componentes curriculares."
(VASCONCELLOS, 1995, p. 56).
105
CONCEITO DE PLANEJAMENTO CURRICULAR
O planejamento curricular constitui a previsão global e
sistemática de dos diversos componentes curriculares que são
desenvolvidos ao longo do curso, com as definição dos
objetivos gerais e a previsão dos conteúdos programáticos de
cada componente.
Esse nível de planejamento é
relativo à escola. Por meio dele
são estabelecidas as linhas
mestras que nortearão todo os
trabalhos.
106
OBJETIVO DO PLANEJAMENTO CURRICULAR

O planejamento curricular tem por objetivo orientar o trabalho do


professor na prática pedagógica da sala de aula. Segundo César Coll
(2004), definir o currículo a ser desenvolvido em um ano letivo é
uma das tarefas mais complexas da prática educativa e de todo o
corpo pedagógico das instituições. 107
QUAIS AS BASES DO
PLANEJAMENTO CURRICULAR
A escola não deve simplesmente executar o que é prescrito
pelos órgãos oficiais, mas, levando em conta as diretrizes
expressas nas guias curriculares dos sistemas (federal,
estadual e municipal), base nacional comum e parte
diversificada, buscar interpretar e operacionalizar esses
currículo. Cabe-lhe adaptá-los aos objetivos que querem
alcançar, coerentes com a clientela e de forma a favorecer a
aprendizagem.

108
QUEM PARTICIPA DO O plano de currículo deve ser
PLANEJAMENTO elaborado por cada escola, com a
participação de todos aqueles que
CURRICULAR participam do processo
pedagógico. Cada escola do
sistema público de ensino elabora
o seu plano de currículo,
seguindo as diretrizes básicas do
sistema a que pertence, e levando
em conta as características de sua
clientela e as reais condições de
trabalho que apresenta.
109
COMO FAZER
De acordo com Sacristán (2000),
O PLANEJAMENTO
CURRICULAR “[...] planejar o currículo para seu
desenvolvimento em práticas
pedagógicas concretas não só
exige ordenar seus componentes
para serem aprendidos pelos
alunos, mas também prever as
próprias condições do ensino no
contexto escolar ou fora dele. A
função mais imediata que os
professores devem realizar é a de
planejar ou prever a prática do
ensino”. 110
DOIS PRINCÍPIOS
Dois aspectos a serem lembrados durante o planejamento do
currículo, para que seja orgânico e coerente:
(1)Definir, de forma clara e precisa, a concepção filosófica
que vai nortear os fins e objetivos da ação educativa. Essa
definição é importante porque é a partir da proposição dos
objetivos que desejamos alcançar que definiremos os
critérios para seleção dos conteúdos.
(2)Fazer os conteúdos convergirem para uma reconstrução no
aluno da substancial unidade do conhecimento, mediante
a associação entre a ordenação horizonta conteúdo de uma
mesma série) com a ordenação vertical (conteúdo das
diversas séries). 111
7. CURRÍCULO E
ORGANIZAÇÃO DO TEMPO
ESCOLAR E DO
CONHECIMENTO
IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE TEMPO E
ESPAÇO
Tempo e espaço escolar são
Para David
estruturantes/organizadores da cultura escolar,
Hamilton (1999), a
pois todas as ações no interior da escola escola é uma
ocorrem num espaço (sala de aula, pátio, máquina de ensinar
quadra, laboratório, biblioteca, sala dos e de aprender. A
professores, diretoria etc.) e num tempo (ano gestão do tempo e
letivo, bimestre, dia letivo, semana, aula de 50 do espaço é decisiva
minutos, recreio, férias, turno parcial, turno para o
integral etc.). Portanto, pensar o tempo e o funcionamento dessa
espaço pode ajudar a subsidiar a gestão dessas máquina.
categorias sociais de pensamento.
113
IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE TEMPO E
ESPAÇO
Os tempos e espaços, porém, não são
neutros. As marcas temporais e
espaciais das escolas onde atuamos
refletem as concepções de educação
assumidos pelo professor e pela
escola e exercem efeito na formação
dos alunos. Apesar disso, arquitetura
espaço-temporal não só condiciona a
dinâmica social e cultural, mas é
também por ela condicionada.
114
FATORES INTERFERENTES NO TEMPO
Ao discutir a pluralidade e complexidade do
tempo escolar, Compère (1997) aponta alguns
fatores que interferem na análise do tempo: a
questão do gênero, a idade dos alunos, as
estações, as tradições e a iniciativas regionais,
a religião e a condição social. O tempo
apresenta ao mesmo tempo um caráter
quantitativo e qualitativo. Quantitativo porque
todos assistem à mesma aula cronometrada de
50 minutos, mas também qualitativo porque
cada um vive e percebe o tempo de modo
distinto.
115
QUALIDADES DO TEMPO ESCOLAR

A rotina da educação em suas diversas etapas pode ser facilitadora ou


cerceadora dos processos de desenvolvimento e aprendizagem.
Evitem-se, portanto, rotinas rígidas, inflexíveis, monótonas,
repetitivas, mecânicas e pouco participativas são contraproducentes.
Que as rotinas sejam estáveis, mas flexíveis. Que se reformule o tempo
para que haja equilíbrio entre quantidade e qualidade. 116
O QUE É TEMPO ESCOLAR
Tempo escolar é um sistema de referências que
organiza as práticas de professores e aluno. As
escalas temporais podem referir-se tanto ao aspecto
calendar (dias letivos ou não, interrupções de aula,
feriados, férias, matrícula, exames) quanto à
duração das etapas, segmentos, séries, idades
escolares, horário e tempo didático etc. O tempo
escolar designa ainda as medidas pedagógicas que
dizem respeito à definição e ordenação dos
conteúdos a serem ministrados. Inclui, portanto,
Mínimo de 200 dias/800 horas diversas temporalidades.
anuais, 4 horas diárias
117
DIVERSAS TEMPORALIDADES
ESCOLA PROFESSOR ALUNO
Cada escola deve levar em O professor precisa de tempo O estudante também
consideração a realidade, a para conhecer melhor seus precisa de tempo para,
região e a estrutura de cada alunos, exercer sua formação entre outras coisas, se
instituição e dos alunos. Por continuada dentro do organizar e criar seus
exemplo, em regiões onde a ambiente escolar, participar de espaços tanto dentro da
maioria da população, o que cursos e palestras de formação escola como fora dela.
engloba os alunos, trabalha continuada, preparar suas
na área rural, o calendário aulas, diários, avaliações,
escolar deve levar em conta atividades didáticas e
as épocas de safra e acompanhar e avaliar o
entressafra. projeto político-pedagógico
em ação.

118
ETAPAS, TURNOS E JORNADAS ESCOLARES
Alguns temporalidades escolares mudaram ao longo do tempo,
como é o caso das etapas, turnos e jornadas:
 Duração do ensino fundamental: 8 anos para 9 anos
 Entrada no ensino fundamental: 7 anos para 6 anos
 Duração da educação infantil: 0-6 anos para 0-5 anos
 Duração da educação obrigatória: 6-14 anos para 4-17 anos
 Entrada na educação obrigatória: 6 anos para 4 anos.
 Tempo parcial diurno = matutino ou vespertino
 Tempo parcial noturno
 Tempo integral = turno e contraturno ou turno único com
jornada escolar de no mínimo de sete horas. 119
CALENDÁRIO ESCOLAR
A organização do tempo é primordial na escola. Elemento
constitutivo da organização do currículo escola, o calendário
escolar é uma ferramenta pedagógica de extrema importância,
organizado normalmente no momento da elaboração do PPP. É
ele que mostra a quantidade de horas que os professores de
cada matéria terão para usar em sala de aula, as avaliações, os
cursos, os feriados, as férias, os períodos em que o ano se
divide, os dias letivos, as atividades extracurriculares (como
campeonatos interclasse, festa junina, entre outros) e as
atividades pedagógicas (como trabalho coletivo na escola,
conselho de classe e paradas pedagógicas).
120
CURRÍCULO E ORGANIZAÇÃO DO
CONHECIMENTO
O currículo é ordenado em diversos
níveis: áreas, disciplinas, temas,
conteúdos. Pode ser organizado de
forma multidisciplinar (a mais
comum) e interdisciplinar e
transdisciplinar. Pode ser
direcionado para o intelecto, para o
afeto, para o físico ou para a
vontade.
121
NÃO CONFUNDIR
•ÁREA DE ESTUDOS – Conjunto de componentes curriculares
caracterizadas pela integração de conteúdos afins: Linguagens,
Ciências naturais, Ciências Humanas, Ciências Sociais.
•COMPONENTE CURRICULAR (Disciplina ou matéria) –
Ramo do conhecimento organizado e ordenado didaticamente:
português, química, filosofia, sociologia.
•TEMA – Um conjunto de conteúdos articulados dentro de uma
disciplina convencional ou de natureza transversal: ortografia,
trabalho e consumo.
•CONTEÚDO – Tópico ou conjunto de tópicos abrangido em
determinada disciplina ou tema: alfabeto, conjuntos.
122
CONCEITO DE CONTEÚDOS DE ENSINO
Conteúdos de ensino são o conjunto de conhecimentos,
habilidade, hábitos, modos valorativos e atitudinais,
organizados pedagógica e didaticamente, tendo em vista a
assimilação ativa e a aplicação pelos alunos na sua prática
de vida. Constituem a base objetiva da instrução, o objeto
de mediação escolar no processo de ensino (LIBÂNEO,
2013: 142, 131).
É O QUE o professor vai ensinar; é O QUE os alunos vão aprender. Os
conteúdos são reunidos por temas em disciplinas (componentes
curriculares), as quais, por seu turno, são organizadas dentro do currículo
em áreas. 123
OS CONTEÚDOS E AS TENDÊNCIAS
Os conteúdos de ensino assumem diferentes formas de elaboração de
acordo com a abordagem do ensino (MARTINS, 2012:59):
TRADICIONAL RENOVADA TECNICISTA CRÍTICO-
SOCIAL
Conteúdos Conteúdos Conteúdos Conteúdos
científicos e vinculados ao compartimentados vinculados à
dogmáticos, interesses do aluno, e atomizados, prática social dos
descontextualizado menos valorizados sistêmicos, alunos.
s, enciclopédicos; do que os voltados para Conhecimento é
critério lógico de processos integração processo de
seleção e cognitivos; critério horizontal e produção e
organização. psicológico de vertical. sistematização
seleção e coletiva.
organização. 124
DE ONDE VÊM OS CONTEÚDOS
São três as fontes que o professor utilizará para selecionar os
conteúdos do plano de ensino:

1. PROGRAMAÇÃO OFICIAL: parâmetros, diretrizes e


referenciais curriculares constantes nas guias curriculares
e, por extensão, nos livros didáticos.
2. BASES DAS CIÊNCIAS, TÉCNICAS E ARTES,
transformadas em matérias de ensino
3. EXPERIÊNCIAS DA PRÁTICA DE VIDA DOS
ALUNOS e necessidades impostas pelas tarefas
profissionais, sociais, políticas e culturais da sociedade
(Libâneo, 2013: 147-149). 125
SELEÇÃO DOS CONTEÚDOS
Nem todos os conteúdos são adequados ou significativos para a escola. Por isso
se faz um recorte e se selecionam os conteúdos socialmente relevantes e estes
são organizados no currículo. Existem duas modalidades de organização do
conteúdo, de acordo com seu nível de operacionalização:
(a) Programação escolar oficial – Guia que traça em linhas gerais os fins e os
conteúdos de determinado grau de ensino, definindo os conceitos básicos e
as habilidades fundamentais a serem desenvolvidos. Os livros didáticos
seguem o roteiro escolar oficial e trabalham os conteúdos de cada matéria.
Elaborado em nível de sistema oficial de ensino.
(b) Programa pessoal de cada professor – É o plano de ensino de cada
professor, que operacionaliza as diretrizes curriculares do sistema de ensino
e especifica os objetivos e conteúdos da ação educativa de acordo com o
nível de desenvolvimento e as aprendizagens anteriores dos alunos.
126
TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA
Para que os conteúdos retirados da ciência, da tecnologia e da
cultura possam ser ensinados na escola, é necessário que se
faça a transposição didática, isto é, a conversão do saber
científico em saber escolar, em conteúdos de ensino,
assimiláveis pelas novas gerações. Essa aquisição teórico-
prática do saber escolar é uma necessidade humana, condição
mesma de sobrevivência, na medida em que possibilita a
participação mais plena de todos no mundo do trabalho, da
cultura e da cidadania. Essa é a razão de se insistir tanto na
importância da socialização ou democratização do saber
sistematizado.
127
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DOS CONTEÚDOS
OS CONTEÚDOS DE ENSINO ENGLOBAM TRÊS
ELEMENTOS:
1. CONHECER (CONHECIMENTOS SISTEMATIZADOS):
conceitos, ideias, termos, fatos, fenômenos, processos,
princípios, leis, regras relações. É o elemento unificador, base
da instrução.
2. AGIR (HABILIDADES): qualidades intelectuais e manuais,
métodos e procedimentos; (HÁBITOS): hábitos de estudo, de
trabalho e de convivência social. (DESTREZAS):
desenvoltura de movimentos: digitar, patinar, nadar, tocar um
instrumento etc.
3. SENTIR/SER/CONVIVER (ATITUDES E
CONVICÇÕES): valores, convicções e atitudes diante do
128
estudo, do trabalho e da vida (LIBÂNEO, 2013:85, 144-146).
TIPOLOGIA DOS CONTEÚDOS
A. CONTEÚDOS CONCEITUAIS/FACTUAIS
(SABER CONHECER) Aqueles relacionados a
conceitos, ou seja, O QUE O ALUNO DEVE SABER:
conceitos, fatos, leis e princípios. Exigem análise, síntese,
reflexão, comparação. (CESAR COLL)

B. CONTEÚDOS PROCEDIMENTAIS (SABER


FAZER)
Aqueles relacionados a procedimentos, ou seja, O QUE
ALUNO DEVE FAZER: ações, regras, técnicas, métodos,
estratégias, destrezas, hábitos e habilidades. Exigem ação
ordenada, específica e intencional.
C. CONTEÚDOS ATITUDINAIS (SABER (ANTONI
CONVIVER E SER) Aqueles relacionados a atitudes,A predominância
ou ZABALA)
desses conteúdos varia de
seja, COMO O ALUNO DEVE SER E CONVIVER: disciplina para disciplina. Educação física, por
exemplo, é mais procedimental que conceitual
129
PARA QUE SERVEM OS CONTEÚDOS
Embora o conteúdo não seja um fim em si mesmo, continua a ser
um elemento importante no processo, pois a aprendizagem só
ocorre em cima de algum conteúdo. Quem aprende, aprende
alguma coisa. Além disso, a assimilação de conteúdos escolares é
fundamental para viver no mundo contemporâneo, razão por que
devem ser democratizados (LIBÂNEO, 2013: 140). Os conteúdos
desempenham basicamente duas funções:
(a) Assimilação ativa de conhecimentos sistematizados,
habilidades, hábitos, valores, atitudes e convicções.
(b)Desenvolvimento de capacidades cognoscitivas.
130
CONTEÚDOS E CAPACIDADES
COGNOSCITIVAS
Em estreita relação com os conteúdos, estão as capacidades
cognoscitivas, “energias mentais disponíveis nos
indivíduos, ativadas e desenvolvidas no processo de
ensino”, tais como observação, percepção, compreensão,
generalização, análise, síntese, raciocínio dedutivo,
indutivo e abdutivo, memória, linguagem, motivação e
vontade. O estudo ativo das matérias mobiliza a atividade
mental dos alunos para que a aprendizagem não redunde
Todo conteúdo deve
apenas em recepção passiva. Importa que os conteúdos
ser educativo e
sejam não apenas informações a serem decoradas, mas
formador de
meios de formar o pensamento crítico e independente
personalidade (LIBÂNEO, 2013:85-86, 103, 109). O professor deve,
(SANT’ANNA E portanto, não só ensinar saberes, mas construir
MENEGOLLA, competências e habilidades. 131
ORGANIZAÇÃO DOS
CONTEÚDOS
TIPOS DE ORDENAÇÃO CRITÉRIOS DE
PLANO VERTICAL – Organização sequencial dos ORGANIZAÇÃ
conteúdos ao longo de várias séries (Diacrônico). O
PLANO HORIZONTAL – Relacionamento dos conteúdos Continuidade
dentro de uma mesma série (Sincrônico). Sequência
PRINCÍPIOS DE ORGANIZAÇÃO Integração
O LÓGICO – forma de encadear os conteúdos segundo as O aluno assimila melhor
regras do pensamento de modo não absurdo. os conteúdos se
perceberem a forma
O CRONOLÓGICO – forma de sequenciar os conteúdos como eles estão
pela ordem de ocorrência. estruturados
O PSICOLÓGICO – forma de ordenar os conteúdos de (BORDENAVE E
acordo com as condições do estudante (HAIDT, 2002). PEREIRA, 2012:132215)
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DOS CONTEÚDOS
 VINCULAÇÃO AOS OBJETIVOS: Devem estar correlacionados aos
objetivos, i.e., devem derivar deles.
 VALIDADE: Devem apresentar condições de produzir os efeitos dele
esperados.
 UTILIDADE: Devem ser passíveis de ser aplicados a novas situações.
 SIGNIFICAÇÃO: Devem ser significativos para os estudantes, i.e., estar
relacionados às experiências pessoais dos alunos.
 ADEQUAÇÃO À DIVERSIDADE DOS ALUNOS: Devem ser adequados a
faixa etária, nível socioeconômico, aspirações profissionais, conhecimentos
anteriores e motivação de estudo.
 FLEXIBILIDADE: Devem dar a possibilidade de serem alterados ou
adaptados.
 ADEQUAÇÃO AO TEMPO: Devem caber dentro da extensão do tempo
letivo disponível (HAIDT, 2002:129-131; GIL, 2009: 128-131). 133
CRITÉRIOS NA TRANSMISSÃO DOS
CONTEÚDOS
Devem levar em conta não só a herança cultural da humanidade, mas também as
condições socioculturais e individuais dos alunos.
 Devem ser instrumentos para o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas
dos alunos, servindo de base tanto para a informação como para a formação.
Devem ser dosados para não haver volume demais nem de menos.
Devem ser transversalizados, contextualizados e interdisciplinarizados.
 Devem ser selecionados pelo professor e não imposto pela escola.
Não devem ser apenas cópia dos sugeridos nos programas oficiais, mas
adaptados à realidade do aluno.
Devem ser assimilados criticamente: “Cabral descobriu ou invadiu o Brasil?”
Devem contemplar as diferentes dimensões (conceituais, procedimentais e
atitudinais para que haja formação integral do aluno (ZABALA, 1998).
 Devem ter mais em vista os alunos do que a matéria em si.
134
8. DIRETRIZES
CURRICULARES
NACIONAIS PARA O ENSINO
FUNDAMENTAL (1998/2010)
CONCEITO DE DIRETRIZES
CURRICULARES

As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) são normas


obrigatórias para a Educação Básica, discutidas, concebidas e
fixadas pela Câmara da Educação Básica do Conselho Nacional de
Educação (CNE), que orientam escolas e sistemas de ensino na
organização, articulação, desenvolvimento e avaliação de suas
propostas pedagógicas, planos curriculares e regimentos. 136
ORIGEM DAS DIRETRIZES
CURRICULARES

As DCNs têm origem na Lei de Diretrizes e Bases da


Educação (LDB), de 1996, que assinala ser incumbência da
União “estabelecer, em colaboração com os estados, Distrito
Federal e os municípios, competências e diretrizes para a
Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio,
que nortearão os currículos e os seus conteúdos mínimos, de
modo a assegurar a formação básica comum” (art. 9, IV).

137
DIFERENÇA ENTRE DCNS E PCNS
Os Parâmetros Curriculares Nacionais As Diretrizes Curriculares Nacionais
(PCNs) são diretrizes separadas por (DCNs) são normas obrigatórias para a
disciplinas elaboradas pelo governo Educação Básica que têm como
federal e não obrigatórias por lei. Visam objetivo orientar o planejamento
subsidiar e orientar a elaboração ou curricular das escolas e dos sistemas de
revisão curricular; a formação inicial e ensino, norteando seus currículos e
continuada dos professores; as discussões conteúdos mínimos (noções e conceitos
pedagógicas internas às escolas; a essenciais estabelecido pela BNCC)..
produção de livros e outros materiais Assim, as diretrizes asseguram a
didáticos e a avaliação do sistema de formação básica, com base na Lei de
Educação. Os PCNs foram criados em Diretrizes e Bases da Educação (LDB),
1997 e funcionaram como referenciais definindo competências e diretrizes
para a renovação e reelaboração das DCNs para a Educação Infantil, o Ensino
Fundamental e o Ensino Médio.
138
TIPOS DE DIRETRIZES CURRICULARES
Atualmente, existem diretrizes gerais para a
Educação Básica. Cada etapa e modalidade da
dela (Educação Infantil, Ensino Fundamental
e Ensino Médio) também apresentam
diretrizes curriculares próprias. A mais
recente é a do Ensino Médio.
As Diretrizes Curriculares Nacionais do
Ensino Fundamental foram instituídas pela
Resolução CNE/CEB nº 02/1998; e as
Diretrizes Nacionais do Ensino Fundamental
de Nove Anos, instituídas pela Resolução
CNE/CEB nº 07/2010. 139
AS DIRETRIZES CURRICULARES
NACIONAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL - 1998
DIRETRIZ I – PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
DA PRÁTICA PEDAGÓGICA
I - As escolas deverão estabelecer, como norteadores
de suas ações pedagógicas:
a) os princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, da
solidariedade e do respeito ao bem comum;
b) os princípios políticos dos direitos e deveres de cidadania,
do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática;
c) os princípios estéticos da sensibilidade, da criatividade, e
da diversidade de manifestações artísticas e culturais.

141
DIRETRIZ II – RECONHECIMENTO DE
IDENTIDADES PESSOAIS E IDENTIDADE
ESCOLAR

II- Ao definir suas propostas pedagógicas, as escolas deverão


explicitar o reconhecimento da identidade pessoal de alunos,
professores e outros profissionais e a identidade de cada
unidade escolar e de seus respectivos sistemas de ensino.

142
DIRETRIZ III – RELAÇÃO NECESSÁRIA
ENTRE CONHECIMENTO, DIÁLOGO E
AFETO
III - As escolas deverão reconhecer que as aprendizagens são
constituídas na interação entre os processos de conhecimento,
linguagem e afetivos, como consequência das relações entre as
distintas identidades dos vários participantes do contexto escolarizado,
através de ações intersubjetivas e intrasubjetivas;
as diversas experiências de vida dos alunos, professores e demais
participantes do ambiente escolar, expressas através de múltiplas
formas de diálogo, devem contribuir para a constituição de identidades
afirmativas, persistentes e capazes de protagonizar ações solidárias e
autônomas de constituição de conhecimentos e valores indispensáveis
à vida cidadã. 143
DIRETRIZ IV – DOIS BLOCOS
CURRICULARES INTEGRADOS
IV- Em todas as escolas, deverá ser garantida a igualdade de
acesso dos alunos a uma Base Nacional Comum, de maneira a
legitimar a unidade e a qualidade da ação pedagógica na
diversidade nacional; a Base Nacional Comum e sua Parte
Diversificada deverão integrar-se em torno do paradigma
curricular, que visa estabelecer a relação entre a Educação
Fundamental com a Vida Cidadã, mediante:

144
BLOCO DA VIDA CIDADÃ
a) a VIDA CIDADÃ, através da articulação entre
vários dos seus aspectos como:
1. a saúde;
2. a sexualidade;
3. a vida familiar e social;
4. o meio ambiente;
5. o trabalho;
6. a ciência e a tecnologia;
7. a cultura;
8. as linguagens;
145
BLOCO DAS ÁREAS DE CONHECIMENTO
b) as ÁREAS DE CONHECIMENTO de:
1. Língua Portuguesa;
2. Língua Materna (para populações indígenas e migrantes);
3. Matemática;
4. Ciências;
5. Geografia;
6. História;
7. Língua Estrangeira;
8. Educação Artística;
9. Educação Física;
10. Educação Religiosa (na forma do art. 33 da LDB).
146
DIRETRIZ V – ATUALIZAÇÃO NECESSÁRIA
V – As escolas deverão explicitar, em suas propostas
curriculares, processos de ensino voltados para as relações
com sua comunidade local, regional e planetária, visando à
interação entre a Educação Fundamental e a Vida Cidadã; os
alunos, ao aprender os conhecimentos e valores da Base
Nacional Comum e da Parte Diversificada, estarão também
constituindo suas identidades como cidadãos em processo,
capazes de ser protagonistas de ações responsáveis, solidárias
e autônomas em relação a si próprios, às suas famílias e às
comunidades.
147
DIRETRIZ VI – A PARTE DIVERSIFICADA
DO CURRÍCULO

VI - As escolas utilizarão a Parte Diversificada de suas


propostas curriculares para enriquecer e complementar a Base
Nacional Comum propiciando, de maneira específica, a
introdução de projetos e atividades do interesse de suas
comunidades (arts. 12 e 13 da LDB).

148
DIRETRIZ VII – ESPÍRITO DE EQUIPE E
CONDIÇÕES BÁSICAS

VII - As escolas devem, por meio de suas propostas


pedagógicas e de seus regimentos, em clima de cooperação,
proporcionar condições de funcionamento das estratégias
educacionais, do espaço físico, do horário e do calendário
escolar, que possibilitem a adoção, a execução, a avaliação e
o aperfeiçoamento das demais Diretrizes, conforme o exposto
na LDB, arts. 12 a 14.

149
9. EDUCAÇÃO INFANTIL
O SURGIMENTO
DA EDUCAÇÃO
INFANTIL
A educação infantil vem crescendo
de forma intensa tanto no Brasil
como no mundo devido a vários
fatores: (a) intensificação da
urbanização, (b) participação cada
vez maior da mulher no mercado
de trabalho, (c) nova organização
e estruturação familiar e (d)
conscientização da importância
das experiências na primeira
infância. 151
EDUCAÇÃO INFANTIL NA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL E NO ECA
A conjunção desses fatores pressionou o governo para a criação
de instituições de atendimento às crianças de zero a cinco anos.
A partir da Constituição Federal de 1988, a educação infantil em
creches e pré-escolas passou a ser um dever do Estado e um
direito da criança (artigo 208, inciso IV). O Estatuto da Criança
e do Adolescente (Lei nº 8.069/90) destaca também o direito da
criança a este atendimento (art. 54, IV), que é feito apenas pelo
critério de faixa etária.

152
EDUCAÇÃO INFANTIL NA LDB 1996

Primeira etapa da educação


básica, a educação infantil tem
como finalidade o
desenvolvimento integral da
criança de até cinco anos, em
seus aspectos físico, psicológico,
intelectual e social,
complementando a ação da
família e da comunidade (art. 29,
LDB1996).
153
EDUCAÇÃO INFANTIL NAS DCNS

Primeira etapa da educação básica, a educação infantil é o primeiro


espaço de educação coletiva fora do contexto familiar. É Oferecida em
creches e pré-escolas, às quais se caracterizam como espaços
institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos
educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças
desde o nascimento até cinco anos de idade no período diurno, em
jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão
competente do sistema de ensino e submetidos a controle social. 154
QUAIS AS FASES DA EDUCAÇÃO INFANTIL
(1)Creches para crianças de até três anos de idade;
(2)Pré-escolas, para as crianças de quatro a cinco anos de idade
(art. 30, I e II, LDB 1996)
As escolas que oferecem essas
fases são chamadas pelo nome
da fase correspondente. No
Piauí, chamamos as unidades
escolares que tratam
exclusivamente da educação
infantil de Centros Municipais
de Educação Infantil (CMEIs).
155
COMO É ORGANIZADA A EDUCAÇÃO
INFANTIL
A educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras
comuns (art. 31, LDB1996):
I - avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento
das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao
ensino fundamental;
II - carga horária mínima anual de 800 horas, distribuída por um mínimo
de 200 dias de trabalho educacional;
III - atendimento à criança de, no mínimo, quatro horas diárias para o
turno parcial e de sete horas para a jornada integral;
IV - controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar,
exigida a frequência mínima de 60% do total de horas;
V - expedição de documentação que permita atestar os processos de
desenvolvimento e aprendizagem da criança. 156
A EDUCAÇÃO INFANTIL NA LDB 1996
Art. 4º, II – A educação infantil será gratuita às
crianças de até cinco anos de idade,
Art. 4º, X – Vaga garantida na escola pública de
educação infantil ou de ensino fundamental mais
próxima de sua residência a toda criança a partir
do dia em que completar quatro anos de idade.
Art. 9º, IV – Diretrizes para a educação infantil
estabelecidas pela União.
Art. 11, V – O município será responsável pela
oferta de educação infantil e pelo ensino
fundamental.
157
Art. 18, I e II – O sistema municipal de ensino engloba as
instituições de educação infantil mantidas pelo poder público
municipal e criadas e mantidas pela iniciativa privada.
Art. 26 – Os currículos de educação infantil devem ter base nacional
comum a ser complementada por uma parte diversificada em cada
sistema de ensino e em cada unidade escolar.
Art. 58, § 3º – A oferta de educação especial, dever constitucional do
Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a
educação infantil.
Art. 61; 62; 63, I – Os professores de educação infantil devem ser
habilitados em superior (licenciatura em pedagogia, normal
superior), admitida a formação mínima o normal médio.
158
MATRÍCULA E FAIXA ETÁRIA
 Atendendo a disposição da educação obrigatória de 4 a 17 anos, é
compulsória a matrícula na Educação Infantil de crianças que
completam 4 anos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a
matrícula.
 As crianças que completam 6 anos após o dia 31 de março devem
ser matriculadas na Educação Infantil.
 A frequência na Educação Infantil não é pré-requisito para a
matrícula no Ensino Fundamental.
 As vagas em creches e pré-escolas devem ser oferecidas próximas
às residências das crianças.
159
REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL
PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL (RCNEI)
Este documento, lançado em 1998 pelo MEC, constitui-se em um
conjunto de referências e orientações pedagógicas que visam
contribuir para a implantação ou implementação de práticas
educativas de qualidade que possam promover e ampliar as
condições necessárias para o exercício da cidadania das crianças
brasileiras.

160
VOLUME 1 – INTRODUÇÃO
Descreve o surgimento da creche e da pré-escola, antes apenas uma
instituição assistencialista, sem nenhuma intenção educacional. Trata
depois da concepção de criança e sua especificidade como um ser
humano em desenvolvimento. Mostra a articulação entre educar,
brincar e cuidar. Apresenta o perfil profissional do professor de
educação infantil. Fala da organização por idade e em âmbitos de
experiência e eixos de trabalho, distribuídos em componentes
curriculares. Dá orientações didáticas para a organização do tempo,
do espaço e dos recursos materiais. Recomenda que a avaliação seja
formativa, feita sobretudo mediante as técnicas de observação e
registro. Mapeia os objetivos gerais da educação infantil. Mostra
como devem ser as condições externas e internas das instituições de
educação infantil. Termina destacando a importância da parceria entre
família-escola e do acolhimento de crianças com necessidades
especiais. 161
VOLUME 2 – FORMAÇÃO PESSOAL E SOCIAL
Organiza a primeira parte do currículo em dois eixos de trabalho:
a construção da Identidade e da Autonomia por parte das crianças.
Apresenta os conteúdos e as orientações didáticas para (a) a
creche: autoestima, escolha, faz-de-conta, interação, imagem,
cuidados e segurança; e para (a) pré-escola:
nome, imagem, independência e autonomia, respeito à diversidade, identidade
de gênero, interação, jogos e brincadeiras e cuidados pessoais. Dá orientações
ao professor sobre jogos e brincadeira, sobre como organizar um ambiente de
cuidados essenciais (proteção, alimentação, cuidado dentário, banho, troca de
fraldas, sono e repouso) e sobre a organização do tempo (atividade
permanentes, sequência de atividade e projetos). Trata por fim da avaliação,
que deve ser formativa, sobretudo mediante as técnicas de observação e
registro. 162
VOLUME 3 – CONHECIMENTO DE MUNDO
Organiza a segunda parte do currículo mediante o desenvolvimento de
diferentes linguagens pela criança. Divide em seis eixos de trabalho:
Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e
Sociedade e Matemática, cada um com suas orientações didáticas para o
professor sobre os eixos propriamente ditos e sobre a organização do
tempo e do espaço, a ludicidade e as formas de avaliação. Movimento trata de
expressividade e do equilíbrio e da coordenação. Música trata do fazer musical e da
apreciação musical. Artes Visuais trata do fazer artístico e da apreciação artística.
Linguagem Oral e Escrita, depois de discorrer sobre o desenvolvimento da linguagem
oral e da linguagem escrita na infância, trata do falar e do escutar, da alfabetização e das
práticas de leitura e escrita. Natureza e Sociedade trata da organização dos grupos e seu
modo de ser viver e trabalhar, dos lugares e suas paisagens, dos objetos e processos de
transformação, dos seres vivos e dos fenômenos da natureza. Matemática trata dos
números e sistemas de numeração, de grandezas e medidas e do espaço e da forma.
163
CURRÍCULO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
DOIS ÂMBITOS DE EXPERIÊNCIA E As DCNs definem currículo
OITO EIXOS DE TRABALHO: como o “conjunto de práticas
1. FORMAÇÃO PESSOAL E que buscam articular as
SOCIAL experiências e os saberes das
1.1 Identidade crianças com os conhecimentos
1.2 Autonomia que fazem
2. CONHECIMENTO DO MUNDO parte do patrimônio cultural,
2.1 Música artístico, ambiental, científico
2.2 Movimento e tecnológico, de modo a
2.3 Artes visuais promover o desenvolvimento
2.4 Linguagem oral e escrita integral de crianças de 0 a 5
2.5 Natureza e sociedade anos de idade” (art. 3º).
2.6 Matemática 164
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE
CRECHES E PRÉ-ESCOLAS
O atendimento de crianças em creche
nasceu com objetivo assistencialista de
atender crianças de baixa renda cujos pais
precisavam trabalhar e não tinham com
quem deixar os filhos. Desde a década de
1990 esse conceito vem mudando para a
percepção de que precisamos enviar
nossas crianças para a educação infantil
para que desenvolvam seus aspectos
físicos, emocionais, afetivos, cognitivos,
linguísticos e sociais. 165
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL
 Até um passado recente, o atendimento às crianças limitava-se à
guarda e cuidado. Amiúde com propósito assistencialista.
 Creche era para crianças carentes e a pré-escola, para ricos.
 Constituição de 1988 e LDB de 1996 mudam a cara da educação
infantil: juntam creche (0-3 anos) e pré-escola (4-5 anos) numa
etapa com intenção educativa.
 A educação infantil ganha importância por ser uma idade
estratégica para o desenvolvimento: (a) do cérebro, (b) do caráter,
(c) do físico e (d) da escolaridade posterior. Deve-se, porém,
evitar a terminalidade escolarizante ou a antecipação de
conteúdos próprios do ensino fundamental.
POR QUE CURSAR A EDUCAÇÃO INFANTIL
 É durante a primeira, segunda e terceira infâncias que ocorrem os anos
vitais, a “janela da aprendizagem”, para o cérebro humano.
 Alunos que fizeram a educação infantil têm desempenho acadêmico
melhor do que aqueles que não a cursaram e maior probabilidade de
completar a educação superior.
 A frequência à educação infantil aparece associada à diminuição das
taxas de criminalidade em muitos países, haja vista que os alicerces do
caráter de um ser humano são lançados nos seus sete primeiros anos de
vida.
 Crianças oriundas de família de baixa renda, vulnerável e pobre de
estímulos construtivos necessitam prementemente de assistência escolar
desde os primeiros anos para poder superar suas desvantagens.
Apesar da importância social e
cognitiva da educação infantil,
Jack Shonkoff entende que
atividades como ler para a
criança, brincar com ela, ensinar
como se comportar de maneira
adequada, como se relacionar
com os demais, como lidar com
diferentes situações é um
programa bem melhor do que
livros didáticos e lições de casa.
PROPOSTA PEDAGÓGICA
Proposta pedagógica ou projeto político pedagógico é o plano
orientador das ações da instituição e define as metas que se
pretende para a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças
que nela são educados e cuidados. É elaborado num processo
coletivo, com a participação da direção, dos professores e da
comunidade escolar.
PRINCÍPIOS DO PPP DA EDUCAÇÃO
INFANTIL
 Princípio Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da
solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e
às diferentes culturas, identidades e singularidades.

 Princípios Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da


criticidade e do respeito à ordem democrática.

 Princípios Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da


ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes
manifestações artísticas e culturais.
EDUCAR, CUIDAR E BRINCAR
 Três pilares articulados e indissociáveis na educação infantil,
instituição não doméstica e sem finalidade escolar stricto sensu:
educar, cuidar e brinca.
 O objetivo da educação infantil é o desenvolvimento integral da
criança: dimensões expressivo-motora, afetiva, cognitiva,
linguística, ética, estética e sociocultural
 Educar abrange o cognitivo e o ético: âmbitos e eixos.
 Cuidar abrange o físico e o relacional: atender necessidades.
 Brincar abrange o afetivo, o estético, o psicomotor e o social.
 Construção de identidade e autonomia.
 Psicomotricidade: desenvolvimento neurológico.
ORGANIZAÇÃO DE MATERAIS, ESPAÇO E
TEMPO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
 Espaço e tempo são componentes curriculares: afetam o
desenvolvimento e a aprendizagem.
 O espaço envolve mobiliário, materiais, equipamentos bem
como áreas internas e externas, com cantinhos. Deve ser seguro,
pedagógico, acessível, estimulante e adequado.
 O tempo envolve a rotina, sequência de atividades habituais
(aprendizagens, cuidados e brincadeiras). Devem ser estáveis,
mas flexíveis. A rotina, além de nortear a prática do professor,
cria na criança a sensação de estabilidade e segurança.
PEDAGOGIA DA INFÂNCIA
 A infância é uma construção histórica e geográfica.
 Na Antiguidade e na Idade Média: não havia infância.
 A infância surgiu no século XV com a invenção da imprensa.
 A infância começou a desaparecer em meados do século XX com a
invenção da TV.
 Pedagogia da infância: atendimento voltado para essa etapa
específica da vida humana com intervenções adequadas ao
universo infantil. Surge em 1988 no Brasil.
 Principais teóricos da pedagogia da infância: Froebel, Pestalozzi,
Dewey, Montessori, Decroly, Piaget, Vygotsky, Wallon, Freinet,
Bruner e Malaguzzi.
CRIANÇA, SER HUMANO EM
DESENVOLVIMENTO
Centro do planejamento curricular, a
criança é um sujeito histórico e de
direitos que, nas interações, relações e
práticas cotidianas que vivencia, constrói
sua identidade pessoal e coletiva, brinca,
imagina, fantasia, deseja, aprende,
observa, experimenta, narra, questiona e
constrói sentidos sobre a natureza e a
sociedade, produzindo cultura (art. 4º,
DCNEI).
DIREITOS DA CRIANÇA
1. Direito: aquilo que deve ser garantido a cada um na vida em
sociedade. Criança é um sujeito de direitos desde a concepção. A
cada direito corresponde um dever.
2. Situação das crianças no semiárido, na Amazônia e nas
megalópoles.
3. Violência contra a criança: discriminação, bullying, maus-tratos,
abuso, abandono, exploração, situações de vulnerabilidade etc.
4. Declaração dos Direitos da Criança e ECA.
5. Direitos: à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária.
AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
 A avaliação deve ser feita mediante
acompanhamento e registro, sem
objetivo de seleção, promoção ou
classificação.
 Uma das técnicas avaliativas é a
observação crítica e criativa das
atividades, das brincadeiras e interações
das crianças no cotidiano. Outra é a
entrevista.
 Devem ser utilizados registros múltiplos, realizados por adultos e
crianças: relatórios, fotografias, desenhos, álbuns, portfólios,
pareceres etc.
 Devem ser usadas estratégias que garantam a
continuidade dos processos de aprendizagem
nos diferentes momentos de transição:
casa/escola, creche/pré-escola e pré-
escola/ensino fundamental, respeitando as
especificidades etárias sem antecipação dos
conteúdos do ensino fundamental.
 Deve haver documentação específica que
permita às famílias conhecer o trabalho da
escola e os processos de desenvolvimento e
aprendizagem da criança na educação infantil.
 A criança não pode ficar retida na educação
infantil.
RELAÇÃO CRECHE-FAMÍLIA
 Creche para crianças pequenas: 0-3 anos. Está evoluindo de um espaço
assistencial para um espaço educativo.
 Relação conflituosa na falta de definição dos papéis entre escola e família.
No passado: família (educação) e escola (instrução).
 Hoje: socialização primária (família) e secundária (escola).
 Mães culpadas, superprotetoras, negligentes, enciumadas ou resistentes.
 Pais e professores devem trabalhar juntos como parceiros na resolução dos
problemas de aprendizagem e de conduta (indisciplina, falta de limites,
rebeldia, agressividade etc.) das crianças. É preciso ter o mesmo objetivo.
 É preciso haver diálogo, cooperação mútua, orientação, equilíbrio entre
afeto e autoridade, abrir a porta da escola para as famílias e a porta dos lares
para a escola: APM, conselhos escolares, elaboração do PPP etc.
PERFIL DO PROFISSIONAL DA PROFESSOR(A)
 COMPETÊNCIA TÉCNICA:
FORMAÇÃO INICIAL (NORMAL
MÉDIO, PEDAGOGIA OU
NORMAL SUPERIOR) PELO
MENOS.
 COMPETÊNCIA POLIVALENTE:
TRABALHAR COM
CONTEÚDOS DE NATUREZA
DIVERSA.
 CAPACIDADE
ADMINISTRATIVA: DIREÇÃO
DE AULA E GOVERNO DE
TURMA.
 COMPROMETIMENTO COM A

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