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NORMA JURÍDICA

Dra. Me. Evelyn S.


DISCIPLINA: FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DO
DIREITO E INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE DIREITO

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TÓPICOS- OBJETIVOS (AULA DE HOJE)

Classificação da
Norma Jurídica (não
Conceito de norma
entrarei na Validade. Vigência.
jurídica
classificação dada em
Constitucional)

Ato Jurídico Perfeito.


Repristinação –
Sanção. Revogação Direito Adquirido.
aplicada a LINDB
Coisa Julgada – LINDB

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Conceito de norma jurídica
A norma jurídica pode ser considerada o padrão de conduta social imposto pelo Estado,
para que seja possível a convivência entre os homens.

Paulo Nader (2014) conceitua como sendo a conduta exigida ou o modelo imposto de
organização social.

São regras imperativas pelas quais o Direito se manifesta, e que estabelecem as maneiras
de agir ou de organizar, impostas coercitivamente aos indivíduos, destinando-se ao
estabelecimento da harmonia, ordem e da segurança da sociedade (SECCO, 2009).

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Exemplo: 

NORMAS JURÍDICAS https://dicionariodireito.com.br/rol-t


axativo-e-rol-exemplificativo

https://dicionariodireito.com.br/rol-
taxativo-e-rol-exemplificativo
POSITIVO

IMPERATIVO CATEGÓRICO

Negativo

IMPERATIVO HIPOTÉTICO

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ATENÇÃO PARA A FALA DA
PROFESSORA E EXEMPLOS
Generalidade
Abstração
Características Imperatividade
das normas
jurídicas Bilateralidade
Coercitividade
Autorizamento
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VALIDAD
E DE Técnico-formal Social =
NORMA = vigência eficácia
JURÍDICA
(visão Ético =
Miguel fundamento
Reale):
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DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942.

LINDB – LEI DE INTRODUÇÃO


AS NORMAS BRASILEIRAS

Art. 3º –
Art. 1º e 2º – Vigência
Obrigatoriedade das
das normas;
normas;

Art. 4º – Integração Art. 5º Interpretação


normativa; das normas;

Art. 7º e seguintes:
Art. 6º – Aplicação da
Aplicação da lei no
norma no tempo;
espaço

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• Prazo de início da vigência: normalmente vem na Lei
Art. 1º “Salvo • Quanto mais complexa, maior prazo (sociedade e adaptação).
disposição • É comum em nosso país que elas entrem em vigor até mesmo
contrária, a lei na data de sua publicação, o que deveria ser reservado às leis
começa a vigorar de aplicabilidade urgente.
• O intervalo temporal entre a publicação e o início da vigência =
em todo o País período de vacância, ou vacatio legis.
quarenta e cinco • Ainda que promulgada e publicada, existindo e sendo válida
dias depois de como ato jurídico, a lei em curso do prazo de vacatio legis não
pode ser aplicada, pois não tem eficácia.
oficialmente
• O Legislador poderá republicar a lei no período de vacância?
publicada.” Sim, aí conta da publicação, salvo expressa menção em
contrário. Se já está em vigor = somente uma nova lei pode
fazê-lo.

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Art.2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue.

Lei tem caráter geral de permanência. Isto significa que, salvo disposição em contrário, terá vigor até
que outra a modifique ou revogue.

A revogação pode ser parcial (derrogação) ou total (ab-rogação) e também pode ser expressa (quando
indica claramente o dispositivo legal a ser revogado) ou tácita (quando regule inteiramente o assunto
tratado na lei anterior e quando há incompatibilidade de conciliação entre a antiga e a nova lei).

Extinguindo-se a vigência da lei revogadora, a lei revogada não se restaura automaticamente, de acordo
com o parágrafo 3º. Esta repristinação da lei antiga só ocorre por disposição expressa. Necessário
atentar que a situação não se confunde com a inconstitucionalidade — declarada inconstitucional, a lei
é tida como se nunca tivesse existido.

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Tipos de Quanto à extensão Quanto à forma

• Expressa
• Ab-rogação
“revogação”
• • Deve ser a regra para que transmita segurança
jurídica
• Revogação total (CC de 1916 • • Tácita

pelo • Surge da incompatibilidade ou quando uma nova


norma regula todo o tema

• CC de 2002) • da lei anterior, com impactos. Nesses casos, a doutrina


estabelece que a

• Derrogação • revogação tácita pode acontecer com foco no critério


hierárquico (norma

• Revogação parcial (CC de • superior revoga norma inferior); cronológico (norma


mais nova revoga
2002 que alterou a redação • a mais antiga) ou especial (norma específica revoga
da primeira parte do Código norma geral tratando

Comercial) • do mesmo tema).

• • Mas, atenção! A lei nova, que estabeleça disposições


gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga
nem modifica a lei anterior (art. 2º, § 2º, da LINDB)

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Repristinação • Conceito: é a nova vigência de lei revogada
pela lei revogadora, decorrente da revogação
desta última por uma terceira lei.

• Lei ‘A’ revogada pela lei ‘B’, que foi revogada


pela lei ‘C’. Por força da represtinação, a lei ‘A’
entraria de novo em vigor.

• A REPRISTINAÇÃO EXPRESSA é admitida NO


SISTEMA BRASILEIRO.

• Obs.: Não se admite repristinação, mesmo que


https://www.youtube.com/watch?v=FYE_uar8g_A expressa, quando se trata de ato
constitucional.

https://www.youtube.com/watch?v=agVBUds8QJA
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Art.3º

Nemo ius ignorare censetur — ninguém


pode eximir-se de cumprir a lei por não
Ninguém se escusa de cumprir a lei, conhecê-la. Porém, com a finalidade de
alegando que não a conhece. garantir a obrigatoriedade da norma,
esta, uma vez publicada e entrando em
vigor, torna-se obrigatória para todos.

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Art.4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.

Como agir em um caso de O Ordenamento é realmente


omissão? completo?

As lacunas devem ser preenchidas


No entanto, não pode o
pelas fontes de direito, não só
jurisdicionado deixar de receber
a analogia, os costumes e princípios
uma solução legal apenas por
gerais como a doutrina,
omissão do ordenamento.
a equidade e a jurisprudência.

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In claris interpretatio cessit (na clareza da lei não há
interpretação), será que isso é verdade?
Artigo 5ºNa
aplicação da lei, • O Artigo antecedente e este diz respeito a
o juiz atenderá aplicação elástica do direito: necessidades
sociais e argumentação.
aos fins sociais a • Racionalidade jurídica exige interpretação da
que ela se dirige norma, ou seja, é difícil interpretar.
e às exigências • Para tanto, o Magistrado deverá valer-se aos
fins sociais que a lei se dirige e ao bem comum.
do bem comum. Democracia, justiça adaptado no dia a dia do
direito. Lembrar do que deseja a sociedade.

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• Questão chamada de direito intertemporal: soluciona o
conflito de leis no tempo.
Art.6º A Lei em
• Princípio da irretroatividade limitada da lei, um
vigor terá efeito instrumento de garantia do direito adquirido. A chamada
imediato e geral, retroatividade restitutória, ou total, que especifica que a
lei atinja todos os atos e situações ocorridas sob a antiga
respeitados o ato lei, é característica de períodos autoritários da história
jurídico perfeito, em que não se preservavam os direitos fundamentais do
ser humano. Como regra, esses efeitos não podem ser
o direito admitidos.
adquirido e a • A lei deve atingir somente efeitos futuros, sendo não
retrospectiva mas prospectiva, vigorando de si em
coisa julgada. diante.
• Neste diapasão, o artigo dispõe dos conceitos de ato
jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada.

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• § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao
tempo em que se efetuou.
Comentário: caráter irretroativo da lei. Ex. testamento, casamento, a vigência
continua mesmo que a lei em questão seja alterada.
• § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém
por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo de exercício tenha termo
prefixo, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
Comentários: cumprimento de pré-requisitos que tornam um direito
exercitável, este passa a ser um direito adquirido, e imutável mesmo que ainda
não realizado. A lei nova não pode retroagir para atingir este ato incorporado
ao patrimônio legal do seu titular. Atenção: expectativa de direito não é direito!
Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA-NC • § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não
caiba recurso.
Comentário: Coisa julgada material, aquela que propriamente decide a lide ou
questão de mérito deduzida em juízo. Quando já não cabem recursos a uma
sentença, esta tramita para coisa julgada, impossibilitando sua rediscussão
(segurança jurídica e estabilidade do sistema jurídico).

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DIREITO POSITIVO X DIREITO
NATURAL
• DIREITO POSITIVO: é o conjunto de regras elaborados e vigentes num determinado país em
determinada época, são as normas, as leis, todo o sistema normativo posto, ou seja, vigente no
país.

• DIREITO NATURAL: Direitos naturais são direitos que nascem da condição humana. A corrente
que defende essa ideia, chamada de jus naturalista, afirma que os seres humanos têm direitos
inalienáveis e irrevogáveis, que independem de qualquer legislação criada por governos.
• O direito natural, ou jus naturalismo, supõe a existência de um direito universal, estabelecido
pela natureza. Seu fundamento é o da lei natural, e não o da lei humana, que rege os acordos e
contratos sociais.
• O direito natural é a ideia universal de justiça. É o conjunto de normas e direitos que já nascem
incorporados ao homem, como o direito à vida. Pode ser entendido como os princípios do Direito
e é também chamado de jus naturalismo. O Direito Natural tem seus valores estabelecidos por
ordem divina, assim como pela razão.

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• A lei prevê que o prazo para se
ANALISE A contestar uma ação é de 15 dias.
SEGUINTE Posteriormente, surge uma lei dizendo
que o prazo é de 5 dias. Qual instituto é
SITUAÇÃO aplicável?
SP

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• Saulo teria os requisitados para
aposentar-se em março de 2021, com
SITUAÇÃO 35 anos de serviço, passando a vigorar,
PROBLEMA em abril, uma lei que estabeleça um
tempo de serviço de 40 anos necessário
à aposentadoria.

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Referências
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 11ª Ed, São
Paulo, Saraiva, 2009.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. 9ª Ed. São
Paulo, Saraiva, 2011.
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 36.a ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2014.
SECCO, Orlando de Almeida. Introdução ao Estudo do Direito. 11º
Ed. São Paulo: Forense, 2009.

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