FATOS E NEGÓCIOS JURÍDICOS

Profª. MsC. Bruna Brasil

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- Vontade = mola propulsora dos atos e dos negócios jurídicos.

-Se essa vontade não corresponder ao desejo do agente, o negócio jurídico torna-se suscetível de
nulidade ou anulação.
-Negócio jurídico sem vontade = negócio nulo/inexistente
-Vontade viciada = negócio anulável
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Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:

I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
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III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;

IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
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I - por incapacidade relativa do agente;

II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
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- Vícios afetam a vontade intrínseca do agente e a manifestação de vontade é viciada.

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1 – Erro
-Manifestação de vontade em desacordo com a realidade, quer porque o declarante a desconhece
(ignorância), quer porque tem representação errônea dessa realidade (erro).

2 – Dolo
-Esse desacordo com a realidade é provocado maliciosamente por outrem
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3 – Coação
- Agente é forçado a praticar um ato por ameaça contra si, ou contra alguém
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4 – Lesão
-Agente paga preço desproporcional ao real valor da coisa
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5 - Estado de perigo
- Alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano
conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa
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-O intuito é ludibriar terceiros

-A vontade, por parte do declarante, é real e verdadeira, mas dirigida para prejuízo de outrem.

1 – Simulação
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-Mancomunação do declarante e declaratário com o objetivo de fraudar a lei ou prejudicar

terceiros

2 – Fraude contra credores

-Intenção do declarante é afastar seu patrimônio de seus credores, por meio de atos que possuam
aparência de legitimidade.
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- Teorias da vontade e da declaração.

Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que
ao sentido literal da linguagem.
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- Teoria da responsabilidade: Se prefere o interesse da sociedade ao do indivíduo

- Teoria da confiança: Se a declaração diverge da vontade, o ato será válido se o defeito não for
perceptível pelo declaratário.
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PRAZOS PARA ANULAÇÃO

-Coação, erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo e lesão: Prazo decadencial de 04
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Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico,
contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o
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negócio jurídico;

-Atos de incapazes: Prazo decadencial de 04 anos

III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

- Simulação: Prazo imprescritível

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1- ERRO OU IGNORÂNCIA
-Erro: Falsa percepção da realidade
-Ignorância: Total desconhecimento do declarante a respeito das circunstâncias do negócio.
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OBS: o que se diz para o erro, para fins legais, aplica-se à ignorância.

Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de
erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das
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circunstâncias do negócio.
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1.1 – Escusabilidade do erro
-Erro Substancial/essencial: Tem papel decisivo na determinação da vontade do declarante. Se
conhecesse o verdadeiro estado de coisas, não teria desejado, de modo nenhum, concluir o
negócio
OBS: O erro grosseiro, facilmente perceptível pelo comum dos homens, não pode ser idôneo para
autorizar a anulação do ato.
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Art. 139. O erro é substancial quando:

I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades
a ele essenciais;
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Ex: Alguém que crê estar adquirindo coisa, quando na verdade está locando-a (erro sobre a
natureza do ato).
Ex: Quem, ao verificar planta de loteamento, acredita estar adquirindo o lote 5, da quadra B,
quando na realidade está adquirindo o lote 5 da quadra A (erro sobre o objeto principal da
declaração).
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Ex: Ou a situação de quem adquire cavalo, acreditando que é de tiro, quando na realidade é de
competição (erro sobre alguma das qualidades essenciais do objeto principal da declaração).
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II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de

vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante;
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Ex: E ainda o caso de quem faz doação a outrem, supondo que este lhe salvou a vida, o que não
ocorreu (erro quanto à pessoa).

III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do
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negócio jurídico.

OBS: Não se admite a alegação de erro por parte daquele que atuou com acentuado grau de
displicência.
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1.2 - Erro consistente numa falsa causa

Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão
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determinante.

- Representações psíquicas internas ou razões de ordem subjetiva que antecedem a realização do

negócio não têm relevância jurídica para viciar o ato, a não ser que alguma delas tenha sido
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erigida em motivo determinante.

Ex: Aquele que aluga imóvel para instalar um restaurante, pressupondo que em frente será
estabelecida indústria, ou escola, que dará movimento ao estabelecimento, quando, na verdade,
não há nem mesmo conjecturas para a fixação desses estabelecimentos. O negócio seria anulável
se tal motivo fosse expresso no negócio.
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1.3 - Erro de fato e erro de direito

-Error juris não é causa de anulabilidade do negócio (regra).
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LINDB:
Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

- Desde que não se pretenda descumprir preceito de lei, se o agente, de boa-fé, pratica o ato
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incorrendo em erro substancial e escusável, há que reconhecer, por imperativo de equidade, a

ocorrência do erro de direito.

Ex: Alguém que importa determinada mercadoria que tornou-se proibida

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1.4 - Art. 141 do código civil

Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos casos em
que o é a declaração direta.
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- Se a vontade é transmitida erradamente por anúncio, por exemplo, ou no caso de mensagem

truncada por telex, telegrama, aplicativo de mensagens, etc, o ato pode ser anulado, nas mesmas
condições da transmissão direta.
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1.5 - Erro acidental/incidental

Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade, não
viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou
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pessoa cogitada.

- Erro sanável, incapaz de viciar o ato.

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Ex: O comprador menciona que adquire veículo de uma marca, quando o vendedor só trabalha
com veículos de outra
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1.6 - Erro de cálculo

Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade.

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-O erro é acidental
-Erro quanto à elaboração aritmética dos dados que identificam o objeto do negócio
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OBS: Há necessidade, porém, de que se trate de erro ostensivo, facilmente perceptível; caso
contrário, o erro será substancial.
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1.7 - Aceitação da manifestação de vontade errônea pelo declaratário

Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a
manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real
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do manifestante.

Ex: O comprador crê que adquire lote 5 da quadra B, quando, na verdade, adquire lote 5 da quadra
A, segundo a planta que lhe é apresentada (erro substancial). Antes mesmo, porém, que o
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declarante pretenda anular o ato, ou quando este já exerce sua pretensão, o declaratário
(vendedor) concorda em entregar-lhe o lote 5 da quadra B. Não há, assim, qualquer prejuízo para
o declarante.

OBS: A execução, porém, de acordo com a vontade real deve ser possível, pois de nada adiantará a
boa vontade do declaratário se for ela impossível.
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1.8 - Erro e vícios redibitórios

Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou
defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
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-Vício redibitório = defeito oculto

-Pode o adquirente enjeitar a coisa, redibindo o contrato e devolvendo o bem ou, se for o caso,
pode utilizar-se da ação quanti minoris, pedindo diminuição do preço.
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-Vício redibitório: Obrigação que o vendedor possui de assegurar o comprador contra defeitos
ocultos na coisa
-Erro: Vontade incorretamente manifestada no momento do próprio ato
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1.9 - Erro sobre o valor

-Não é mencionado pelo CC
-Há erro quando alguém paga determinado preço que acredita justo, numa compra e venda, e
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posteriormente vê que é desproporcionadamente alto, havendo enorme disparidade.

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1.10- Consequências da anulação do negócio por erro – interesse negativo

-Seria sumamente injusto que o declaratário que não errou, nem concorreu para o erro do
declarante, arcasse com duplo prejuízo, duplo castigo: a anulação do negócio e a absorção do
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prejuízo pelas importâncias a serem pagas ou devolvidas

Ex: O agente adquire o lote 5 da quadra B. Certo tempo após o negócio ter sido concluído, o
vendedor vê-se surpreendido com a ação judicial pedindo outro lote e, por fim, tem contra si uma
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procedência, sucumbido por motivo para o qual não concorreu.

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