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Teste de Apercepção
Temática TAT
Histórico
• TAT foi desenvolvido pelos psicólogos americanos Henry A. Murray e
Christiana D. Morgan em Harvard na década de 1930 para explorar a
dinâmica da personalidade que subjaz aos comportamentos manifestos,
como os conflitos internos, impusos dominantes, interesses e motivos.

• Após a II GM, o TAT foi amplamente adotado pelos psicanalistas e pelos


psicólogos clínicos para avaliar pacientes emocionalmente comprometidos.

Posteriormente, na década de 1970, o Movimento pelo


Potencial Humano encorajou os psicólogos a empregarem
o TAT para auxiliar seus clientes a obter uma melhor
compreensão de si mesmos de modo a estimular seu
crescimento pessoal.
• Henry A. Murray completou em Harvard o curso de História e uma década depois
formou-se em medicina e biologia na Universidade de Columbia. Em Cambridge
obteve seu PhD em bioquímica, e em função do seu amplo conhecimento da
metodologia junguiana da psicologia analítica tornou-se responsável pela
Psicologia Clínica de Harvard onde foi diretor de 1928 – 1937.
• Também dirigiu um programa para investigar os elementos constituintes da
personalidade (e.g. emoções, preferências, tendências comportamentais e
características das relações interpessoais), cujos resultados foram publicados em
1938. Também foi fundador da Sociedade Psicanalítica de Boston.

 Em 1938, Murray foi recrutado pelas forças armadas


americanas para criar o perfil psicológico de Adolph Hitler.
Saiu de Harvard temporariamente para trabalhar com as
agências americanas de inteligência na II GM investigando
a adequação psicológica de seus agentes.
•Voltou para Harvard como professor palestrante em 1947 e Catedrático em
Psicologia Clínica em 1951. De 1948 a 1952 trabalhou com colaboradores no
desenvolvimento do Teste de Apercepção Temática, um teste projetivo usado para
avaliar a personalidade individual e a auto-compreensão, empregado em vários
estudos sobre personalidade e motivação e amplamente usado até hoje.
•Foi uma figura central no Departamento Interdisciplinar de relações Sociais
(posteriormente transformado em Departamento de Psicologia. Defendeu
fortemente a pesquisa da personalidade a qual incorporou múltiplos métodos para
capturar as muitas facetas individuais possíveis.. Foi muito influente entre seus
colaboradores e alunos e se aposentou em1962.
•Em 1976, o Arquivo de Pesquisa de Henry A. Murray foi fundado na Faculdade
Radcliffe para homenagear seus princípios multidisciplinares e seu trabalho sobre
teoria da personalidade, sempre atualizado e utilizado por pesquisadores que
buscam informações em ciências sociais, ciências políticas, economia, psicologia,
sociologia e desenvolvimento humano.
• Atualmente, o TAT está entre os
testes projetivos verbais mais
utilizados, pesquisados e ensinados
mundialmente. Seus partidários
alegam que ele é capaz de fornecer
informações relevantes acerca do
inconsciente subjetivo, revelando
aspectos reprimidos da
personalidade, motivos e
necessidades (como poder,
realização, intimidade) e capacidade
de solucionar situações-problema
(recrutamento e administração
adequada dos recursos internos).
• O TAT é popularmente conhecido como uma técnica de
interpretação de figura uma vez que emprega uma série de
figuras padronizadas provocativas e ainda assim ambíguas,
sobre as quais o examinando deve contar uma história. Na
maioria dos países a aplicação consiste em que se solicite ao
examinando – adultos ou adolescentes de inteligência média,
que ele relate uma história para cada figura, contendo:

• O que levou a situação


retratada
• O que está acontecendo no
momento
• O que as personagens estão
pensando e sentindo, e
• Qual o desfecho da história.
• Para crianças e indivíduos com capacidade cognitiva
limitada é pedido que o sujeito conte uma história que
inclua o que aconteceu antes e o que acontecerá depois da
cena representada e relate os sentimentos e pensamentos
de cada personagem ao longo da história, não deixando de
encorajá-lo a gerar um desfecho.
• As 30 lâminas (pranchas ou cartões) são usadas em duas
séries de 15 figuras, os estímulos da segunda série são
propositalmente mais dramáticos, incomuns e bizarros. O
tempo de administração sugerido é de uma hora para cada
série com um ou dois dias de intervalo.

Várias lâminas foram criadas para gerar identificação


gênero e/ou idade. Onze lâminas são consideradas
universais (incluindo a branca), servem para ambos os sexos
e todas as idades, pois ou não tem pessoas, ou há pessoas
de ambos os sexos ou indivíduos de gênero ambíguo.
• Murray percebeu uma diferença significativa
nas histórias contadas por pessoas bem e má
sucedidas na vida (com recursos adaptativos
mais ou menos desenvolvidos e adequados a
sua fase desenvolvimental). Diante de um
mesmo estímulo, os primeiros narravam
histórias otimistas, com metas estruturadas e
objetivos mais consistentes, enquanto os
segundos duvidavam de seus objetivos ou nem
sequer os apresentavam, além de se mostrarem
pessimistas nos desfechos propostos para suas
histórias.
 Por exemplo, ao mostrar a prancha 1 para pessoas
mal sucedidas, elas normalmente contavam uma
história com os seguintes elementos:
 “Essa é a história de um garoto que está muito
chateado, ele está se esforçando para aprender
violino, mas não consegue. É muito difícil para ele.
Ele já está irritado e vai falar com a mãe e o pai
dele que não quer mais ter aulas de violino. Ele
está se sentindo frustrado porque tenta e não
consegue. Está muito desanimado com essa coisa
toda.” • Já a história contada pelos sujeitos bem sucedidos é:

“Essa é a história de um menino que quer tocar violino. É


um desafio e tanto dominar um instrumento como esse,
mas ele está determinado, nem que seja nota à nota. Ele
já se imagina tocando para uma platéia que o escuta com
atenção e admiração, fazendo concertos pelo mundo
inteiro, recebendo muitos aplausos.
• Pensamento e Comportamento
• Ao comparar as histórias, Murray percebeu uma ligação entre o
mundo interior e o exterior do sujeito. Foi o primeiro a postular uma
ligação direta e observável entre pensamento e comportamento:
aquilo que pensamos tende a ser concretizado, assim trazemos nosso
mundo interior diretamente para o exterior.

• Desta pesquisa, incluindo a análise do conteúdo, Murray (1938)


desenvolveu uma lista de necessidades psicológicas que levavam a
certos traços de personalidade, relevantes ao estudo da motivação e
personalidade. Cada uma dessas necessidades resulta em uma
tendência para se comportar de um modo característico:

Realização - Uma pessoa que age a partir desta necessidade se esforça para realizar
algo difícil, fazer algo pela primeira vez, se destacar dos demais. Tal uma pessoa tende
a ser um empresário ou trabalhar por conta própria. Ele ou ela gosta de ser medido por
seus resultados.
Afiliação - Esta pessoa busca desenvolver relações íntimas
com outros. Para essa pessoa é importante ser um amigo
leal ou empregado. Ele ou ela prefere trabalhar em um
grupo e gosta de formar relações íntimas com colegas de
trabalho e se identifica com o trabalho do grupo.

Agressão - A tendência para atacar, ferir, ou punir os outros


- superar a oposição vigorosamente - caracteriza uma
pessoa com esta necessidade. Este indivíduo busca
oportunidades para vencer competições e fazer com que
os rivais pareçam ruins.

Autonomia - Agir independentemente e se livrar de


impedimentos é a meta das pessoas com uma
necessidade alta de autonomia. Eles querem estar no
controle dos seus trabalhos ou de suas áreas de
responsabilidade, e querem ter total responsabilidade
pelos resultados. Podem ser empregados como gerentes
de filiais, representantes de campo, consultores, e em
pesquisa e trabalho de desenvolvimento. Por causa de
sua aversão por supervisão estreita, muitos preferem ser
autônomos.
Domínio - Pessoas com uma necessidade elevada de
domínio tentam controlar os ambientes humanos.
Tentam influenciar outros para aceitar sua forma
de pensamento, freqüentemente através de
métodos fortes. Eles se oferecerão ou tentarão
liderar eventos grupais. Tais pessoas podem tentar
manipular outros em vantagem própria.

Exibição - A meta deste tipo de pessoa é deixar uma


impressão nos demais - ser notado, excitar,
entreter, ou extrair uma reação dos outros. Uma
pessoa com esta necessidade fortalecida vai se
dedicar à auto-promoção. Se for emocionalmente
imatura, se tornará o "bobo da corte" ou a “vida da
festa. "

Nutrimento - São pessoas que se satisfazem cuidando,


ajudando, apoiando os demais, principalmente
aqueles que se mostram necessitados e
prejudicados. Literalmente se satisfazem com o
papel de cuidadores, enfermeiros, e
superprotegem aqueles que acolhem.
Ordem - Uma pessoa com necessidade de ordem
gosta de organizar coisas cuidadosamente; de
ordená-las e classificá-las; mantém a limpeza a
harmonia e a precisão. Tal pessoa pode gostar
de colecionar coisas e de trabalhos que
envolvam alguma forma de computação.
Pessoas com elevada necessidade de ordem
acabam por comprometer sua criatividade.

Poder - Pessoas com uma necessidade elevada de


poder tentam controlar as pessoas e os
recursos. Costumam desejar fama e
reconhecimento e podem enfocar sua vidas em
atingir uma alta posição no seu campo de
atuação específico. Podem evidenciar essa
necessidade pelas roupas que vestem, objetos
que possuem, tudo que possa contribuir para
sua imagem de "pode" (poder no sentido de
capacidade, competência, normalmente aliado
à ambição material).
Referência: Murray, H.A. (1938) Explorations in
Personality. New York: Oxford University Press
Sistemas de Pontuação
• A avaliação é realizada a partir do material subjetivo projetado sobre o estímulo
provocado pelas imagens ambíguas. Logo. Uma avaliação deve incluit a análise
cuiadosa de cada história criada pelo sujeito, de modo a revelar suas necessidades,
atitudes e padrões de reaçao subliminares. Foram criados diferentes métodos de
pontuação e interpretação para a análise sistemática e consistente do TAT. Os dois
métodos mais comumente empregados internacionalmente são:

• O Manual de Macanismos de Defesa (DMM). Busca mensurar três mecanismos de


defesa básicos: negação (menos amadurecido), projeção (intermediário), e
identificação (mais amadurecido, recursos adaptativos mais adequados à idade, fase
de desenvolvimento, estímulos recebidos, etc).

• Escala de Cognição Social e Relações Objetais (SCOR). Avalia quatro dimensões


diferentes de relações objetais: Complexidade das Representações das Pessoas, Tom
Afetivo dos Modos de Relação, Capacidade para Investimento Emocional nas
Relações e Padrões Morais, e Compreensão de Causalidade Social.
Análise do TAT - Murray

Análise Formal - Deve-se observar a realização dos seguintes tópicos:

1. Execução da tarefa;

Quando a pessoa produz uma estória com facilidade é porque a temática não é geradora de ansiedade, ou
seja, não está vinculada às dificuldades emocionais do sujeito. Entretanto, quando falta um
segmento, ou não se sabe o início da estória ou o final, ocorre o contrário: o impasse diante do
desenvolvimento da temática é sempre de ordem emocional, especialmente se houve facilidade no
desenvolvimento das demais pranchas.

Descrições objetivas do tema indicam que a pessoa está se defendendo, evitando se envolver com a
temática proposta.

O aplicador sabe se o aplicando está organizando adequadamente os pensamentos segundo sua


formação, pois a aplicação do teste sempre ocorre após entrevistas, que conferem ao aplicador
informações sobre a história de vida do indivíduo e permitem a avaliação de sua inteligência
divergente (criatividade) e convergente (lógica), da sua capacidade de produzir insights, etc.

O completamento da tarefa exige que a estória contada apresente início, meio e fim. Quando isso
acontece, conclui-se que aquele estímulo não provoca ansiedade desorganizadora.
II . Adequação da estória à prancha.

Os temas discutidos nas pranchas foram citados na aula anterior. O avaliando deve Ter uma percepção objetiva,
enxergar o que de fato se mostra. Quando isso não acontece é porque ocorre uma distorção da realidade; a
prancha evoca o envolvimento com os conteúdos internos. Devemos sempre lembrar que a percepção é uma
propriedade subjetiva.

III. Estilo da narrativa.

O estilo fala não apenas da maneira como cada um de nós aborda as situações, mas fala também de alguns
interesses: romântico, rebuscado, irônico, poético, etc.

O esquizóide (tipo de temperamento) normalmente se comunica por frases curtas.

IV. Organização do pensamento.

É preciso haver coerência entre os diferentes momentos da estória. Podem ocorrer mecanismos de fuga.
O desfecho incoerente tem a ver com os recursos que o sujeito se utiliza para resolver seus conflitos.

V. Acréscimo ou omissão de elementos.

A omissão ou o acréscimo são sempre determinados de maneira inconsciente e estão ligados a


elementos ansiogênicos.
2. Análise de Conteúdo : sempre que contamos uma estória, ela apresenta um
elemento central, a principal figura da trama – O Herói. O herói não é
necessariamente bom. O narrador costuma atribuir ao herói suas
características pessoais.

Identificação do herói.

a. De modo geral, o herói é um dos personagens que aparece na figura.

b. De modo geral, o herói é um dos personagens do mesmo sexo do narrador, da


mesma idade, com características similares.

No caso de existirem conteúdos ansiogênicos estimulados por um determinado


tema, é comum o analisando situar o herói fora da prancha. A estória
normalmente se desenrola em locais estranhos.

A estória é sempre contada do ponto de vista do herói.

Uma vez identificado o herói , é preciso conhecer o que ele sente, como se percebe, e
que necessidades ele tem.
2. Sentimentos e estados emocionais. Qual o estado emocional do herói?

3. Necessidades do Herói.

4. Pressão Ambiental - Normalmente o herói está interagindo com outros elementos da


cena. Esta ação do meio sobre o herói é conhecida como pressão ambiental.

5. Desfecho da estória - É muito comum que entre o herói e o meio se estabeleça um


conflito.

É preciso identificar como o herói se propõe a resolver o conflito; o comportamento do


herói frente ao conflito, frente às pressões ambientais. A sua forma de proceder que
determina o desfecho da estória.

O herói forte é aquele que através de sua ação faz com que a estória tenha um final feliz, o
que indica pessoas bem organizadas. O final é feliza quando as necessidades do
narrador são atendidas.

Os finais infelizes correspondem à fragilidade inerente ao estado emocional do narrador.


O final infeliz é aquele em que o herói não realiza o seu intento.

Podem ocorrer soluções mágicas, soluções de compromisso (condicionais), a felicidade fica


condicionada a abrir mão de outra necessidade.
6. Catexias – as catexias são os investimentos afetivos do herói por sobre os objetos, podendo aproximá-los
(catexias positivas) ou afastá-los (catexias negativas).

Ao analisar cada estória é preciso identificar os objetos, os investimentos positivos e os negativos.

O bom diagnóstico é aquele que fundamenta a estrutura e a dinâmica do Indivíduo, observando sua forma
de encaminhamento.

Exercício com a prancha 3 – estória de uma adolescente:


“Era uma vez uma mulher desesperada. Durante muito tempo ele pensou em viver sozinha, cuidando da
própria vida. Entretanto, agora que saiu de casa e viu que o mundo não era tão bom quanto esperava,
voltou arrasada. Já não sabe o que fazer: se enfrenta a vida sozinha ou se volta para casa e continua a
viver com a fiscalização dos pais.”

Análise formal:
. Realização da tarefa – checa se houve descrição, alegoria ou narrativa. Verifica se a estória foi completa –
início, meio e fim. Houve realização da tarefa, de forma adequada, com início, meio e sem fim.
. Estilo da narrativa – claro e objetivo. Pensamento organizado.
. Adequação do tema – diferentes idéias encadeadas em etapas compatíveis à narrativa adequada.
. Inclusão/exclusão de objetos – houve inclusão dos pais como objetos maus.
Análise de conteúdo:

. Herói – mulher desesperada


. Sentimentos e estados emocionais do herói – desesperada, arrasada,
sozinha, fiscalizada, indecisa.
. Necessidades do herói – independência e autonomia, proteção,
amparo, segurança.
. Pressão ambiental – hostilidade, agressividade exercida pelo mundo.
Dominação agressiva exercida pelos pais.
. Desfecho da estória – preservação do conflito.
. Atitude do herói para provocar o desfecho – impotência. Age (volta) à
passividade.
. Catexias – pais como objetos de catexia negativa. O mundo é visto
como objeto de catexias ambivalentes e a autonomia é colocada
como objeto de catexia positiva.
. Tema – Conflito entre autonomia e dependência.
2a Estória: Prancha 5 (de uso masculino e feminino): “Ela estava
sozinha no seu canto quando esta mulher abriu a porta para ver o
que ela fazia. Ela não gosta de ser interrompida quando está só,
refletindo sobre si mesma. Mas essa mulher a todo momento vem
atrás e a interrompe. Ela já falou com a mãe, mas de nada adiantou.
A empregada continua a vigiá-la. Só vai ter um jeito: ir embora.”

Análise Formal:
. Realização da tarefa: história completa.
. Estilo: pensamento organizado, claro e objetivo.
. Adequação do tema: adequado, sentimentos persecutórios.
. Inclusão/ exclusão de objetos: “ela”, e a mãe.
Análise de conteúdo:
. Herói: “Ela”.
. Sentimentos e estados emocionais: invasão, perseguição, abandono.
. Necessidades: reflexão, isolamento, privacidade, proteção. Necessidade de se
isolar e se preservar.
. Pressões ambientais: fiscalização invasora, pressão agressiva.
. Desfecho: isolamento – ir embora. É um desfecho negativo porque envolve a
desistência.
. Atitude para o desfecho: fuga.
. Catexia: Mãe – catexia ambivalente. Empregada – catexia negativa. Pode estar
ocorrendo o deslocamento da catexia negativa da figura da mãe para a da
empregada.
. Tema: Conflito em vivenciar relações invasoras.

Para se minimizar as projeções pessoais, do analisador, procura-se ater a fala do


analisando.
• Após a análise das estórias, partimos para a 3a etapa: a interpretação dos resultados.

• Com certeza haverá algumas estórias tratando do mesmo tema. O TAT fala de relacionamentos – do
sujeito com ele mesmo, com as figuras parentais ou substitutos, com o grupo de iguais, com o grupo
hetero-afetivo-sexual.

• Inicialmente são reunidas as estórias que tratam do mesmo tema. Elas serão interpretadas juntas.

• O herói e tudo aquilo que se refere ao herói serão reportados ao narrador – o que está falando sobre
si mesmo. Por exemplo: se essas duas estórias fossem do mesmo narrador, poderia se concluir que
este herói está abatido, frustrado. Quanto mais diferenciado for o herói da estória do narrador, mais
significativo é o conteúdo, pois há a revelação de conteúdos reprimidos.

• As pressões ambientais representam o meio do narrador.

• Sempre devemos nos lembrar que a narrativa é a forma com que o narrador significa. O que
caracteriza a saúde ou o transtorno não é a presença de conflitos, mas os recursos mobilizados para
solucioná-los. Para o ego mediar a solução dos conflitos é necessário que o narrador participe de
modo ativo e coordenado com a solução e o desfecho. Quando isso ocorre diz-se que o ego do
narrador está bem estruturado.
Quando o ego delega a terceiros a resolução das questões, percebe-se que este ego não dispõe de
recursos para fazer a mediação.
Quando o herói é destruído ou morre, o meio é agressivo. Nesse caso há um grande componente
destrutivo, desintegrativo.

Quando a tarefa é realizada temos um indicativo de que essa pessoa consegue se organizar
mesmo quando submetida a pressões. É uma pessoa inteligente, bem coordenada.

A adequação ao tema nos indica a ligação com a realidade.


A inclusão e/ou exclusão de objetos é importante porque só os objetos importantes a sua
dinâmica pessoal são inseridos ou eliminados.
Exercício de interpretação do TAT – Adolescente do sexo masculino.

Prancha 1 : Ele tá pensando para que serve o violino. Ele achou numa lata de lixo na rua. Ele
tava jogando futebol e a bola caiu ali dentro. E ele viu isso. Ele trouxe para a casa dele para
ver para que servia. Ele não sabe tocar, mas vai Ter um dia que ele vai aprender isso.

Prancha 3 : É um garoto que tava chorando porque os meninos da escola implicaram com ele. Aí
ele ficou triste e escondeu isso da mãe dele e começou a chorar em cima do sofá. Ele vai
avisar para a mãe dele e a mãe dele vai falar com os professores e os garotos que fizerem isso
com ele vão pedir desculpas.

Prancha 6 : Ele tava com a mãe dele no apartamento e ele tava pedindo desculpas por Ter sumido
por anos e ela fingia que nem escutava. No final a mãe dele mandou ele sair daquele
apartamento. Ela não tinha dinheiro para sustentar e ele foi embora. Ela não o perdoou.

No TAT sempre devemos buscar interpretar os relacionamentos: relação consigo mesmo (no
exemplo acima: insegurança, não acredita em si mesmo); relacionamento com os outros
(inadequação); relacionamento com as figuras parentais (dependência).
A. Análise Formal Prancha 1 Prancha 3 Prancha 6
1. Realização da Sim Sim Sim
Tarefa
Clara, simples, Clara, simples, Clara, simples,
2. Narrativa conclusiva, conclusiva, conclusiva,
pensamentos pensamentos pensamentos
organizados organizados organizados
3. Adequação do Tema trabalhado com Tema trabalhado com Tema trabalhado com
Tema adequação adequação adequação
4. Inclusão/Exclusão Bola, lata de lixo Meninos da escola, -
de objetos mãe, professores
B. Análise de
Conteúdo
1. Herói “Ele” “um garoto” “Ele”
Tristeza, rejeição, Despreza,
2. Sentimentos e Reflexivo, curioso, dependência da mãe, desamparo, culpa,
Estados Emocionais confiante, esperança de que ela abandono,
esperançoso resolva seus impotência.
problemas, incapaz
de confrontação
Proteção, amparo
Domínio, reconhecimento, Acolhimento, perdão,
3. Necessidades experimentação necessidade de redenção, ser ouvido,
mediação e independência.
interferência
4. Pressão ambiental - Implicância, medo da Desprezo e
mãe intransigência da
mãe.
Adequado. Final Final Feliz (-):
5. Desfecho da Feliz (+): Empenho dependência da Final Infeliz:
História atitude de terceiros abandono
(mãe)
Negativa/ exposição à
6. Atitude do Herói Positiva/empenho Negativa/dependênci humilhação e à
a confirmação do
desamparo
Violino – catexia Mãe : positiva Mãe: positiva
7. Catexias positiva Professor: Dinheiro: negativa
ambivalente
Meninos: negativa
8. Tema Domínio Dependência Humilhação

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