Você está na página 1de 65

TABAGISMO NA

ATENÇÃO
BÁSICA Rodada de preventiva I 1
Alunos:
Rhayzza de Melo Marques
Matheus da Silva Wiziack
Vitor Soares Machado de Andrade
INTRODUÇÃO
 O tabagismo é considerado uma doença epidêmica. Além de ser uma doença, é fator causal de
aproximadamente 50 outras doenças incapacitantes e fatais. Segundo estimativas da
Organização Mundial de Saúde (OMS), o fumo é responsável por 71% das mortes por câncer
de pulmão, 42% das doenças respiratórias crônicas e aproximadamente 10% das doenças
cardiovasculares, além de ser fator de risco para doenças transmissíveis, como a tuberculose.

Transtornos devido ao uso do fumo – uso nocivo para a


F17.1
saúde

Transtornos mentais e comportamentos devido ao uso de


F17.2
fumo – síndrome de dependência

Transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de


F17.3
fumo – síndrome (estado) de abstinência

T65.2 Efeito tóxico do tabaco e da nicotina

Z72.0 Uso de tabaco 2


3
TIPOS DE TABAGISMO E
FORMAS DE CONSUMO

4
EPIDEMIOLOGIA

5
6
7
8
PORÉM, O QUE TEM SIDO
PREOCUPANTE
ATUALMENTE...

9
10
11
DIAGNÓSTICO
 São considerados como dependentes os indivíduos que tenham apresentado pelo menos 3 dos
critérios a seguir:

Desejo forte e Dificuldade para Estado de abstinência,


compulsivo para controlar o uso (início, caracterizado por Evidência de
consumir a substância término e níveis de síndrome de abstinência tolerância
(fissura ou craving) consumo) (reforço negativo);

Aumento do tempo Persistência no uso apesar das


Abandono progressivo
para conseguir ou evidentes consequências, como
de outros prazeres em
consumir a substância câncer pelo uso do tabaco, humor
detrimentos do uso de
ou recuperar- se de deprimido ou perturbações das
substâncias psicoativas
seus efeitos funções cognitivas

12
COMO AVALIAR A
DEPENDÊNCIA À NICOTINA

13
NEUROFARMACOLOGIA

 Nicotina (componente psicoativo)


 Tempo de ação: 15s
 Meia vida: 2h

Prazer Abuso Dependência

DEPENDÊNCIA FÍSICA
DEPENDÊNCIA PSICOLÓGICA

14
DEPENDÊNCIA COMPORTAMENTAL
EFEITOS DO TABAGISMO NA
CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA
ATACA A MEMBRANA
CELULAR QUE É
FORMADA POR
COLESTEROL PEROXIDAÇÃO
LIPÍDICA
NICOTINA
(ALCALOIDE)
Subst oxidativa
Qual é o
problema?

Essa membrana celular possui


cofatores fundamentais para
manter a homeostasia celular ATEROSCLEROSE
(P, Mg, B1, B2, B3, B5)
15
 Formação de trombos
 Aumento do risco de AVC e IAM

16
17
18
AUMENTO DA
FREQUÊNCIA REDUÇÃO DA
CARDÍACA OFERTA DE
OXIGÊNIO

TABACO NA CORRENTE
SANGUÍNEA
VASOCONSTRIÇÃO
AUMENTO DA
PRESSÃO
ARTERIAL

AUMENTO DO ATIVAÇÃO DO
FORMAÇÃO
TRABALHO DO SISTEMA NERVOSO
DE ATEROMA
CORAÇÃO SIMPÁTICO

19
MANIFETAÇÕES
PULMONARES NO
TABAGISMO
20
ALTERAÇÕES
FISIOPATOLÓGICAS Processo inflamatório
 Frequência respiratória
agudo de
 Pico de fluxo (PFE) broncoconstrição

Tosse, pigarro, acúmulo de secreção, falta de ar

 Capacidade aeróbica

concentração de
monóxido de carbono
21
ALCATRÃO
Surgimento de célula cancerígena

22
MONÓXIDO DE CARBONO
 Dificulta a oxigenação - HB

23
NICOTINA
 Ligação aos receptores colinérgicos nicotínicos no cérebro, com liberação subjacente de
dopamina, levando a uma sensação de prazer e de calma – DEPENDÊNCIA

24
ALDEÍDOS
 Induz estresse oxidativo endógeno e inflamação

 Remodelamento epitelial com aumento do número de células caliciformes e hipertrofia das


células mucosas

SECREÇÕES 25
COTIDINA
 Reduz batimento ciliar de células epiteliais + diminui a resposta de aumento de batimento
ciliar frente a uma estimulação

26
OUTROS EFEITOS NO
EPITÉLIO DO TRS
 Redução da viabilidade celular e indução de apoptose em células ciliadas respiratórias

+
 Efeitos opostos mitogênicos ou pró-apoptóticos

+
 Prejuízo na regeneração epitelial frente a injúrias

27
EPITELIOGÊNESE DOSE-
DEPENDENTE

 Epiteliogenese dose-dependente

28
RINOSSINUSITE CRÔNICA
 Estase de secreções nasossinusais secundária à diminuição do transporte mucociliar

Favorecimento de infecções bacterianas sobre o epitélio respiratório Aumento da reação


inflamatória
+
Bacilos Gram – (maior resistência das bactérias Gram negativas à fumaça de cigarro em relação (Dose dependente)
aos Gram positivos) Biofilmes
+ bacterianos

Capacidade de adesão de bactérias a células epiteliais

29
DPOC

30
31
32
PERDA PONDERAL

33
DISFUNÇÃO MUSCULAR

34
CA DE PULMÃO
 Das neoplasias pulmonares, mais de 90% dos casos são carcinomas originados por lesão no
epitélio das vias aéreas, provavelmente a partir das células secretoras

FORTE RELAÇÃO COM O TABACO

35
TABAGISMO E OUTROS TIPOS
DE CÂNCERES
Contribui para o desenvolvimento:

 Câncer de cavidade oral (sinergismo com uso de álcool)


 Câncer de esôfago
 Câncer de Pâncreas e bexiga

36
TABAGISMO E GRAVIDEZ

 Retarda o crescimento intrauterino;


 Aumenta a incidência de RN com baixo peso;
 Aumenta a incidência de hipertensão pulmonar resistente.

37
BENEFÍCIOS DA
INTERRUPÇÃO
 AUMENTA A SOBREVIDA;
 DIMINUI OS RISCOS DE
DOENÇA PULMONAR CRÔNICA;
 DIMINUI OS RISCOS DE
CÂNCERES;
No entanto
 DIMINUI OS RISCOS DE IAM E
DOENÇAS O que dizer na AB?
CEREBROVASCULARES;
 DIMINUI RISCO DE CIUR E
BAIXO PESO DO RN DE
GESTANTE
 O CONTRÁRIO DE TUDO QUE
FALAMOS

38
CESSAÇÃO É BENÉFICA A QUALQUER TEMPO E IDADE!
MANEJO DA
CESSAÇÃO DO
TABAGISMO39
ANTES DE TUDO
 APRENDER A RECONHECER O ESTÁGIO MOTIVACIONAL DO PACIENTE

40
41
ABORDAGENS NA ATENÇÃO
BÁSICA
1. Abordagem mínima (até 3 min)

P erguntar A valiar A conselhar


P reparar

42
Qual estágio Marcelo se encontra? 43
Qual estágio Marcelo se encontra?

44
2. Abordagem básica (3-10 minutos)

P erguntar A valiar A conselhar


P reparar

A companhar

45
46
 3. Abordagem intensiva (> 10 minutos)

 Aplicação do PAAPA
 Paciente já está em estágio de preparação / ação / manutenção / recaída
 Tem o desejo de interromper o uso

BASE DO TRATAMENTO: TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

47
PARA ONDE
REFERENCIAR?

48
49
> OU = 1 – TERAPIA
> OU = 1 – TCC ADICIONAL

50
51
52
CARACTERÍSTICAS DE CADA
MEDICAÇÃO
Evitar crises
de Ação prolongada
abstinência
Curta ação

 Obs.: 1 cigarro = 1mg de nicotina


 ADESIVO TRANSDÉRMICO
 > = 20 CIGARROS/DIA OU FANGERSTROM 8 – 10

 10-20 CIGARROS/DIA OU FANGERSTROM 5 – 7


53
GOMA DE MASCAR
NICOTÍNICA
- RECOMENDAÇÕES:

 NÃO FUMAR

CARACT: ABSORÇÃO EM PICOS CONFORME A FORÇA DA MASTIGAÇÃO – 3 MIN ATÉ ATINGIR O SNC
- POSOLOGIA:

- EFEITOS COLATERAIS: “GOSTO RUIM”, VERTIGEM, CEFALEIA, NÁUSEAS, VÔMITOS, DESCONFORTO


GASTRINTESTINAL, SOLUÇOS, DOR DE GARGANTA, DOR BUCAL, AFTAS...

54
PASTILHA NICOTÍNICA
 RECOMENDAÇÕES

 POSOLOGIA:

 EFEITOS COLATERAIS
 VERTIGEM, CEFALEIA, NÁUSEAS, VÔMITOS, DESCONFORTO GASTRINTESTINAL,
SOLUÇOS, DOR DE GARGANTA, DOR BUCAL

55
BUPROPIONA
 POSOLOGIA

 INICIAR 7 DIAS ANTES DA DATA MARCADA PARA CESSAR O TABAGISMO


 EFEITOS COLATERAIS
 Boca seca, insônia (sono entrecortado), cefaleia, constipação intestinal, urticária...
 Risco de convulsão
 Perda de peso

 CONTRAINDICAÇÕES:

56
BUPROPIONA
BUPROPIONA

57
TRATAMENTO COMBINADO

58
TEMPO DE TRATAMENTO

LAPSOS E RECAÍDAS
 ACOLHER E ENCAMINHAR PARA O RETORNO DO TRATAMENTO

59
SITUAÇÕES ESPECIAIS
 AMBIVALÊNCIA
 “O QUE VC QUER MAIS? “

 GANHO DE PESO – TEMPORÁRIO – 12 MESES


 REDUÇÃO DE 16% DA TAXA METABÓLICA BASAL
+
 AUMENTO DO CONSUMO ALIMENTAR – SEMELHANÇA GESTUAL
+
 ANSIENDADE POR PARAR DE FUMAR
+
 RECOMPENSA PESSOAL POR PARAR DE FUMAR

60
SITUAÇÕES ESPECIAIS
 ABSTINÊNCIA – 75%
 CRONOLOGIA
 APARECE APÓS 8 HRS DE CESSAR
 INTENSIFICA COM 3 DIAS
 DESAPARECE COM 2 SEMANAS
 FISSURAS TENDEM A PERMANECER – COM PICOS DE 5 MIN

 ÁLCOOL
 ASSOCIADO? CAPS AD III
 TRATAR PARA NÃO SERVIR DE “GATILHO”

 FATORES DE RISCO PARA RECAÍDA:

61
SITUAÇÕES ESPECIAIS

62
63
64
REFERÊNCIAS
1-Controle do tabagismo na atenção básica [Recurso eletrônico]/Universidade Federal de Santa
Catarina. Organizadores: Ana Luiza Curi Hallal; Renata de Cerqueira Campos.- Florianópolis:
UFSC, 2016.
2- Protocolo clínico tabagismo diretrizes terapêuticas/Secretaria Municipal de Saúde.
Organizadores: Vanessa Rodrigues Demoti, etal. Belo Horizonte, 2021.
3-BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Organização Pan-Americana da
Saúde. Pesquisa especial de tabagismo – PETab: Relatório Brasil/Organização Pan-Americana
da Saúde. Rio de Janeiro: INCA, 2011.
4-
https://www.inca.gov.br/publicacoes/relatorios/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-do-tab
agismo

5- KUMAR, Vinay; ASTER, Jon C.; ABBAS, Abul K.. Robbins & Cotran Patologia: bases
patológicas das doenças. 9 Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021, 1421 p. 65

Você também pode gostar