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QUALIDADE E

AUDITORIA EM SAÚDE

AUDITORIA DOS
SISTEMAS E SERVIÇOS
DE SAÚDE
Prof. Me. Maurício Reggiori
The Joint Commission (TJC), antes
designada como Joint Commission on
Accreditation of Healthcare
Organizations (JCAHO), também conhecida
como Joint Commission International (JCI),
é um organismo de acreditação de unidades
de saúde baseada nos EUA. É uma instituição
sem fins lucrativos que tem acreditadas mais
de 19 000 organizações e programas de
saúde nos Estados Unidos, onde a maioria
dos governos estaduais exige a acreditação
da TJC para licenciamento e reembolsos
do Medicaid.
As auditorias (inspeções) relacionadas com as
acreditações normalmente seguem um ciclo
trianual, sendo as conclusões disponibilizadas
pela publicação do relatório de qualidade da
acreditação no sítio web de verificação de
qualidade (quality check).
Acreditação Hospitalar

A acreditação hospitalar é constituída de um sistema de


avaliação e certificação de qualidade de serviços de saúde
através de um processo voluntário, periódico e reservado.
Trata-se de um processo de avaliação de instituições
prestadoras de serviços na área de saúde para verificação do
cumprimento de requisitos criados para aperfeiçoar a
segurança e qualidade no cuidado.
Esse processo busca estimular uma melhoria contínua e
sustentada dos processos nas instituições de saúde, através
do emprego de padrões e de metas nacionais e
internacionais de segurança do paciente.
Acreditação Hospitalar
Os princípios da acreditação hospitalar são pautados num caráter
eminentemente educativo, métodos e técnicas que possam promover
melhoria contínua dos processos. Desta forma, a qualidade passa a ser
integrada a cultura da instituição, com vista à promoção das boas
práticas nos processos do hospital, trazendo como principais
benefícios:

• Segurança para os pacientes e profissionais


• Qualidade da assistência
• Promoção do trabalho em equipe
• Melhora do clima organizacional
• Monitoramento dos processos e resultados
• Melhora do desempenho institucional
• Caminho para a melhoria contínua
Monitoramento de Serviços
O que é Monitoramento?
RECURSOS DO MONITORAMENTO
• Índices de Valor de Sentimento : comparação ao longo do
tempo com concorrentes e medida de valor de
empreendimento.
[Mp + (Mn/2)] – Mr
Mt
Mp = menções positivas
Mn = menções neutras
Mr = menções negativas
Mt = menções totais
AUDITORIA CONTÁBIL FINANCEIRA E
CONTROLADORIA → A PORTA PARA A
ACREDITAÇÃO
A informação contábil
O objetivo da informação contábil é ajudar as
pessoas, dentro e fora das organizações, a tomar
decisões.

Trata-se de um processo de identificar, medir, acumular, analisar, preparar,


interpretar e comunicar informações que ajude os gerentes a cumprir os
objetivos organizacionais.

Cada vez mais as organizações dependem da informação para a


tomada de decisão eficaz. Entretanto, diferente das demais áreas, boa
parte das empresas não instituiu um sistema integrado de
informações.
Dados e informações
Dados são fatos em sua forma primária.
Dados Informação são dados organizados de
Dados acordo com as necessidades dos vários
usuários.
Precisam ser:
Dados
Confiáveis

Comparativas

Periódicas
Informação
Econômicas

Detalhadas
Auditoria
Área de atuação
• Operações globais da empresa, provendo as informações
a partir da análise de dados obtidos das demais áreas.

Função
• Manter todo o sistema operacional alinhado com a
política traçada pela alta administração.

Missão
• Criar os padrões de comportamento a serem seguidos e
que conduzirão à eficácia.
Estratégia
Posicionamento da empresa de forma a criar valor para os
clientes.
Especifica como a empresa vai combinar recursos para
atingir seus objetivos.
A estratégia é formulada pelos administradores a partir de
informações recebidas dos auditores e controladores.
Gestão dos ativos:
Circulantes: Níveis de manutenção de disponibilidades,
estoques, vendas a prazo;
Permanentes: Investimentos no imobilizado, garantindo a
atualização tecnológica.
Controle
• Avaliar as ações implementadas, fornecendo
Definição o feedback para as futuras decisões.

Controle de • Estratégia, plano operacional, execução e


Gestão controle.

Controle de • Controle contábil, de custos, fiscal, dos


Informações ativos etc.

Controle de • Normativos, auditoria (garantir a integridade


Procedimentos das informações).
Padrões éticos
• Desenvolvimento contínuo
Competência • Atender a legislação
• Preparar demonstrações claras

• Abster-se de revelar informações


Sigilo • Manter subordinados informados da necessidade de guardar
sigilo

• Evitar conflitos de interesse


Integridade • Recusar presentes, favores etc.
• Comunicar informações desfavoráveis.

• Comunicar informações de forma justa e objetiva


Objetividade • Revelar informações que podem influenciar a compreensão das
demonstrações apresentadas.
Sistemas contábeis
Foco no cliente • Geração de valor para o cliente

Cadeia de valor e • Aumento da utilidade para o cliente


suprimentos • Fluxo do fornecedor até a entrega ao cliente

Fatores críticos de • Custo e eficiência, qualidade e tempo para


sucesso desenvolver o produto

Melhoria contínua • Melhorar as operações e comparar-se com


e benchmarking os melhores indicadores do mercado.
A empresa como um sistema
Ambiente externo
• Incerteza e turbulência
• Requer permanente atenção

Ambiente interno
• Pessoas e seus próprios objetivos
• Diferentes áreas e suas demandas
Sistema organizacional
Acionistas Concorrentes Fornecedores

Entradas Processamento Saídas

Feedback

Governo Sindicatos Comunidades


Visão sistêmica nas empresas
Conceito
• Mecanismos necessários à manutenção da
rota planejada para o negócio, mesmo frente
às instabilidades ambientais

Papel da Controladoria
• Promover a integração entre as áreas, através
do suprimento de informações que permitam
a gestão otimizada e eficaz dos recursos
Organizações
Pessoas
• São o cerne das organizações
• São elas que atuam para atingir os objetivos

Imobilizado
• Prédios, máquinas, equipamentos, veículos etc.
• São apenas recursos.

Posicionamento
• Análise situacional para vislumbrar um ponto no mercado
• Auditoria mede diretrizes e planos (modelo de gestão)
Ambiente
AGENTES INTERESSES
Retorno dos investimentos. A remuneração deve cobrir os custos
Investidores de oportunidades dos investidores.
Realização pessoal e profissional. A satisfação das necessidades
Colaboradores mais prementes se dá pelo salário.
Necessidades atendidas por meio do consumo de bens e serviços
Clientes na melhor relação custo x benefício.

Buscam maior participação no mercado. Podem conseguir


Concorrentes vencendo a competição ou buscando alianças.

Interesses próprios na rentabilidade dos seus negócios. As metas


Fornecedores são atingidas pelas boas vendas realizadas.

O governo tem interesse em arrecadar tributos, assim como os


Governo, sindicados e sindicatos e demais grupos.
outros grupos
Interessa-se pela responsabilidade social em relação ao meio
Sociedade ambiente à comunidade à sua volta.
Modelo de decisão
Produzir ou terceirizar?

Nossos preços eram fixados com base na concorrência. Agora


nossos concorrentes estão no mercado. Como devemos proceder?

Se eu decidir lançar o novo produto em saúde, incorremos em custos


que reduzirão nossos resultados neste ano. Os resultados só
melhorarão no próximo ano.
Devo ou não devo lançar o produto?

Como resolver esses problemas?


Problemas que afetam a decisão
Sistema de decisão
• Falta desenvoltura para formar equipes
• Incapacidade de decidir, avaliar e ponderar.

Decisões apressadas
• Despertam oposição, conflito, confusão ou dúvida
• Evitar entropia (desgaste natural do sistema).

Avaliação do problema
• Nem todas a situações estão nas normas
• Usar o bom senso na avaliação do problema.
Tipos de decisões
• Repetitivas, previsíveis
Estruturadas • Pagamento de um
procedimento

• Sistematizadas até certo ponto


Semi- • Decisão entre dois modelos de
estruturadas equipamento
Sistema de informações
A gestão da informação é a principal ferramenta para o controle
de todos os recursos que entram, são transformados e saem da
organização.

Para gerir esse elemento, é preciso definir um modelo que


dissemine a forma como dados devem ser obtidos,
armazenados, transformados e levados aos usuários, de forma
tempestiva e útil.

É importante definir o envolvimento dos elementos de forma a facilitar o


processo de coleta, armazenagem, geração, comunicação da informação e
tomada da decisão.
Governança corporativa
São os mecanismos ou princípios que governam o
processo decisório dentro de uma empresa.

Conjunto de mecanismos em que os fornecedores


de capitais asseguram-se da obtenção de um
retorno adequado para os seus investimentos.

Sócios-proprietários monitoram a diretoria


executiva por meio do conselho de administração,
conselho fiscal e auditoria independente.
Princípios de controle interno

Princípios
Operacionais

Manual de
Mecanismos de Sistemática de Manual de
rotinas e
monitoramento revisão conduta
procedimentos
Plano estratégico
Variáveis ambientais
• Geram benefícios e dificuldades
Econômica • PIB, inflação, câmbio, taxa de juros etc.

• Afetam a população
Social • Mudanças de hábitos, escolaridade, idade média etc.

• Dificuldades do poder público em relação ao mercado


Política • Política energética, regime de governo, planos etc.

Legal
• Legislação e as regras de convivência entre as pessoas
• Leis em todas as esferas, regulamentos, normas etc.

Tecnológica
• Novas abordagens para a produção de bens e serviços
• Idem, para administração e processamento de dados.
Acreditação JCI

• Estabelece critérios e métodos através do Manual de Padrões de Acreditação


da Joint Commission International para Hospitais, através da Seção I que
apresenta padrões com foco no paciente e Seção II com padrões de
administração de instituições de saúde.

• A Seção I contempla as exigências para participação na acreditação


• Requisitos para participação na acreditação

• A Seção II contempla os seguintes capítulos


• Acesso ao cuidado e continuidade do cuidado
• Direitos dos pacientes e familiares
• Avaliação dos pacientes
• Cuidado aos pacientes
• Anestesia e cirurgia
• Gerenciamento e uso de medicamentos
• Educação de pacientes e familiares
Acreditação JCI
A Seção III compreende
• Melhoria da qualidade e segurança do paciente
• Prevenção e controle de infecções
• Governo, liderança e direção
• Gerenciamento e segurança das instalações
• Educação e qualificação dos profissionais
• Gerenciamento da comunicação e da informação

A Seção IV compreende os padrões de Hospital de Centro Médico


Acadêmico
• Educação do profissional médico
• Programa de pesquisa envolvendo seres humanos
ONA – Organização Nacional de
Acreditação
• A Organização Nacional de Acreditação (ONA) é
responsável pelo desenvolvimento e gestão dos padrões
brasileiros de qualidade e segurança em saúde.
• Desde 1999, a ONA trabalha para que as instituições de
saúde no Brasil adotem práticas de gestão e assistenciais
que levem à melhoria do cuidado para o paciente.
• Hoje mais de 80% das instituições acreditadas no país
adotam os padrões ONA.
ONA
A cada dia, mais organizações estão se unindo por uma saúde
dentro dos padrões. Confira alguns números:
• Crescimento médio de15%de instituições certificadas ao
ano.
• Mais de2.500certificações homologadas desde a fundação
da ONA.
• Mais de10.000exemplares vendidos do Manual de
Organizações Prestadoras de Serviços de Saúde.
• Mais de800profissionais cadastrados no sistema ONA
Integrare aptos na metodologia ONA.
→dados atualizados em janeiro de 2019
Tabela CBHPM
A Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos
Médicos (CBHPM) é o ordenamento dos métodos e
procedimentos existentes tanto no campo terapêutico quanto no
diagnóstico.

Estabelece portes de acordo com a complexidade, tecnologia e


técnicas envolvidas em cada ato. É uma Tabela de Conversão.

A Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos


Médicos (CBHPM) é utilizada como parâmetro para cálculo de
honorários médicos com o objetivo de garantir uma remuneração
adequada para os serviços prestados — tanto no campo
terapêutico, quando no diagnóstico.
Classificação Brasileira Hierarquizada de
Procedimentos Médicos (CBHPM)
• A Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos
Médicos (CBHPM) é utilizada como parâmetro para cálculo
de honorários médicos com o objetivo de garantir uma
remuneração adequada para os serviços prestados — tanto
no campo terapêutico, quando no diagnóstico.

• Como forma de possibilitar uma remuneração digna e


equilibrada para os serviços médicos prestados e um
atendimento de qualidade para com os pacientes, a CBHPM
possui uma série de peculiaridades que devem ser
compreendidas por profissionais das áreas relacionadas à
saúde, para a correta cobrança dos procedimentos
realizados.
Elaboração da CBHPM
A CBHPM é elaborada pela Associação Médica Brasileira (AMB) e as
sociedades de especialidades médicas, com auxílio da Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) e o apoio de todas as
entidades médicas nacionais:
• Associação Médica Brasileira (AMB);
• Federação Nacional dos Médicos (FENAM);
• Conselho Federal de Medicina (CFM).

Por que é importante para a população?


• Para a população, a classificação hierarquizada permite a
identificação de procedimentos médicos cientificamente
comprovados e torna ainda mais transparente a conduta dos
profissionais da área médica, aumentando a satisfação do
paciente.
Qual sua importância para os profissionais da saúde?

• “A aplicação do referencial da CBHPM é exclusivamente para profissionais


médicos, ou seja, direcionado para aqueles que atuam na área médica,
abrangendo, ainda, laboratórios e exames de imagem, com foco total nas
condutas éticas”, lembra o coordenador e ministrante do curso de extensão
em CBHPM.

• Para tal, a classificação é de significativa importância por permitir que seja


realizada uma remuneração justa, sugerida pela própria classe médica. É
essencial ressaltar que com a classificação todos têm uma ideia clara dos
seus custos — desde o médico que presta o serviço, quanto a operadora de
saúde que vai realizar o pagamento.

• Sendo assim, há um valor mais unificado para os procedimentos, sem


tantas diferenças entre um profissional para outro.
COMO CALCULAR O VALOR DOS
PROCEDIMENTOS NA CBHPM
A Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos estabelece faixas
de valorização dos atos médicos, a partir de seus portes. Na lista não estão indicados
valores monetários, mas sim a identificação dos procedimentos.

A hierarquização da CBHPM é feita a partir da divisão dos procedimentos em 14


portes, que são agrupados em três subportes (A, B, C).

Essa divisão obedece aos seguintes parâmetros:


• complexidade técnica;
• tempo de execução;
• atenção requerida;
• grau de treinamento necessário para capacitação do profissional responsável
pela realização.

Além disso, no decorrer de toda a tabela existem regras para cada situação, em que
com a leitura mais apurada, — e um conhecimento mais aprofundado — é possível
realizar o cálculo com propriedade.
BENEFÍCIOS DA CLASSIFICAÇÃO HIERARQUIZADA

1. Transparência na conduta dos profissionais da área


médica;
2. Preservação da qualidade do atendimento médico;
3. Padronização das cobranças;
4. Remuneração justa para os procedimentos;
5. Valor unificado nas cobranças.
Como calcular valor do procedimento CBHPM?

• A fórmula para calcular honorários médicos


pela CBHPM é: porte + custo operacional
(quando houver previsão) = valor do
procedimento. Os valores dos portes e da
UCO têm reajuste conforme o INPC (Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo),
que é medido pelo IBGE para compensar as
defasagens resultantes da inflação.
• Ainda existem procedimentos das tabelas
AMB sem correspondência na CBHPM.
Como calcular o valor dos procedimentos
na CBHPM

Para o cálculo dos custos, adota-se a


Unidade de Custo Operacional (UCO), que
incorpora depreciação de equipamentos,
manutenção, mobiliário, imóvel, aluguéis,
folha de pagamento e outras despesas
relacionadas aos procedimentos.
UCO
A tabela abaixo é utilizada para aplicação dos valores dos portes
e UCO (Unidade de Custo Operacional). Você vai utilizá-la
bastante.
• Os cálculos dos honorários médicos e de exames são baseados na tabela CBHPM .
Confira:

• 1. Valoração dos atos cirúrgicos

• 1.1 Quando previamente planejada, ou quando se verificar, durante o ato


cirúrgico, a indicação de atuar em vários órgãos ou regiões ou em múltiplas
estruturas articulares a partir da mesma via de acesso, a quantificação do porte da
cirurgia será a que corresponder, por aquela via, ao procedimento de maior porte,
acrescido de 50% do previsto para cada um dos demais atos médicos praticados,
desde que não haja um código específico para o conjunto.

1.2 Quando ocorrer mais de uma intervenção por diferentes vias de acesso, deve
ser adicionado ao porte da cirurgia considerada principal o equivalente a 70% do
porte de cada um dos demais atos praticados.

1.3 Obedecem às normas acima as cirurgias bilaterais, realizadas por diferentes


incisões (70%), ou pela mesma incisão (50%).
Acompanhe o exemplo a seguir:

3.07.33.04-9 - Cirurgião (Via Principal)


Porte10C = R$ 1.283,57 (2xtabela) = R$ 2.567,14
UCO = 12,00 x 38,50 = 462,00 (1xtabela) = R$ 462,00
Total = R$ 3.029,14
Obs.: O valor constante no Saúde Connect refere-se a 1 x tabela (Porte +
1xUCO). O valor do custo operacional é somado somente para honorários
do cirurgião.
Como é feito o cálculo de exames?

4.08.04.06-2 - (Via Principal)


Porte 1B = R$ 29,76
UCO = 12,00 x 1,31 = R$15,72
Filme = 25,38 x 0,1872 = R$ 4,75
Total de R$ 50,23.
4.08.04.06-2 (diferentes vias de acesso)
Porte 1B = R$ 29,76
UCO = 12,00 x 1,31 = R$15,72 x 70% = R$
11,00
Filme = 25,38 x 0,1872 = R$ 4,75
Total de R$ 45,51.
Valor atual da UCO

Segundo comunicado oficial da AMB,


publicado em 18 de Outubro de 2019,
o valor vigente da UCO é R$21,07. Este
referencial é válido até o mês de Setembro
de 2020, quando deverá ser feito novo
comunicado com o reajuste.
Instrumentos de Credenciamento de
Serviços Terceirizados

“(...) somente pode haver contratação de serviços privados quando


forem insuficientes as estruturas do Poder Público. A simples menção a
uma participação complementar permite concluir que a Constituição
concedeu primazia à execução do serviço público de saúde por uma
rede própria dos entes federativos. Atendimento público através de
serviços privados deve consistir exceção, tolerável apenas se e
enquanto não disponibilizado diretamente pelo Poder Público”.

Weichert, Marlon Alberto “Saúde e Federação na Constituição Brasileira”. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004, p.199
Passos para o planejamento
das contratações:
TIPOS DE INSTRUMENTOS CONTRATUAIS UTILIZADOS
NO SUS
Convênio
Acordo, ajuste ou qualquer outro instrumento que discipline a transferência de recursos
financeiros de dotações consignadas nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União e
tenha como partícipe, de um lado, órgão ou entidade da administração pública federal, direta ou
indireta, e, de outro lado, órgão ou entidade da administração pública estadual, distrital ou
municipal, direta ou indireta, ou ainda, entidades privadas sem fins lucrativos, visando a execução
de programa de governo, envolvendo a realização de projeto, atividade, serviço, aquisição de
bens ou evento de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação.

A Lei nº 8.666/93, no seu artigo 116, §1º, prevê que a entidade pública interessada em firmar
convênio apresente um plano de trabalho, que deverá conter, no mínimo, as seguintes
informações:
 identificação do objeto a ser executado
 metas a serem atingidas  etapas de execução  plano de aplicação dos recursos financeiros
CONVÊNIO CONTRATO ADMINISTRATIVO COMPLEMENTARES TERMO DE PARCERIA
CONTRATO DE GESTÃO PARCERIAS
 cronograma de desembolso
 previsão de início e fim da execução do objeto, assim como das etapas programadas
Contrato Administrativo
É todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades de Administração
pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a
formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for
a denominação utilizada.” (Lei nº 8.666/93, artigo 2º, parágrafo único)

Segundo nota do Tribunal de Contas da União, em seu Manual de


Licitação, “as disposições contratuais devem estar em harmonia com os
termos da proposta vencedora, com o ato convocatório da licitação ou
com a autorização para contratação direta por dispensa ou inexigibilidade
de licitação. Prevalece no contrato administrativo o interesse da
coletividade sobre o particular. Essa superioridade, no entanto, não
permite que a Administração ao impor vontade própria ignore direitos do
particular que com ela contrata.”
Diferenças entre os instrumentos
CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE

1. Licitação
A Licitação é uma exigência constitucional, prevista
no art. 37, XXI, da C.F. e na Lei nº. 8.666/93. Consiste
em procedimento administrativo formal, em que a
Administração Pública convoca, por meio de edital ou
aviso, interessados em apresentar propostas para
contratação de prestação de serviços de saúde, e se
sujeitem às condições fixadas no instrumento
convocatório. Não é sigilosa, é pública e acessível aos
cidadãos.
Sobre a Licitação

Com a apresentação de propostas, a Administração Pública tem a


possibilidade de escolher a mais vantajosa ao interesse público,
respeitando os princípios da livre concorrência e da igualdade. Nesse
contexto se desenrola uma sucessão de atos que buscam propiciar
igualdade a todos os licitantes, atuando como fator de eficiência e
moralidade nos negócios jurídicos.
Importante lembrar que o processo administrativo conterá a
autorização do Gestor para a contratação, a indicação sucinta do
objeto e a existência de recursos financeiros para efetivação da
despesa.
CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
2. Credenciamento

O Ministério da Saúde, com fundamento no inciso XIV do art.16 da Lei nº


8080/90, normatiza por Portaria a participação complementar da inciativa
privada na execução de serviços de saúde e o credenciamento de prestadores
de serviços de saúde no SUS.

Credenciamento é o procedimento administrativo pelo qual a Administração


convoca interessados para, segundo condições previamente definidas e
divulgadas, credenciarem-se como prestadores de serviços ou beneficiários de
um negócio futuro a ser ofertado, quando a pluralidade de serviços prestados
for indispensável à adequada satisfação do interesse coletivo ou, ainda,
quando a quantidade de potenciais interessados for superior à do objeto a ser
ofertado e por razões de interesse público a licitação não for recomendada.
Sobre o Credenciamento

O credenciamento de prestadores de serviços de saúde deverá


obedecer às seguintes etapas:

a. chamamento público com a publicação do regulamento (edital)


b. inscrição
c. cadastro (Certificado de Registro Cadastral - CRC) das
entidades privadas interessadas
d. habilitação  assinatura do termo contratual
e. publicação do extrato do contrato no Diário Oficial do ente
contratante ou jornal local de grande circulação.
Obrigado!

mauricioreggiori@gmail.com

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