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A DIDÁTICA COMO INSTRUMENTO DE REFLEXÃO E

MEDIAÇÃO: ILUSÃO OU REALIDADE?


Ailton Bueno Scorsoline1
Marcilene Rosa Leandro Moura2
Ricardo José Orsi de Sanctis3
Universidade de Sorocaba - UNISO

1. INTRODUÇÃO
O vocábulo didática deriva da expressão grega Τεχνή διδακτική
(techné didaktiké), que se traduz por arte ou técnica de ensinar.

É, entretanto, com Comenius através de sua Didáctica Magna, escrita no


século XVII, e considerada marco significativo no processo de sistematização
da Didática, que esta se populariza na literatura pedagógica.

Editada pela primeira vez, em Amsterdã, 1657, Comenius decidiu pela


versão latina em razão do papel mais amplo que ela assumiria, alterou várias
de suas partes, exageradamente ligadas à situação política contingente, e
deixou de oferecê-la à nação boêmia, passando a dedicá-la a “todos os que
presidem os destinos humanos, aos ministros de Estado, aos pastores das
Igrejas, aos diretores das escolas, aos pais e aos preceptores dos jovens”
(COMENIUS, 1997).

Para Comenius, dentre as obras criadas por Deus, o ser humano é a


mais perfeita. Ele acreditava que o fim último do homem é a felicidade eterna e
que a educação é capaz de atingir essa finalidade transcendente e cósmica,
desenvolvendo o domínio de si mesmo, através do conhecimento de si próprio
e de todas as coisas. (2003, HAIDT)

Muitos dos pressupostos da prática docente já eram proclamados por


Comenius em pleno século XVII, tais como apresentar o objeto e idéias de
forma concreta, mostrar a utilidade específica do conhecimento transmitido e
sua aplicação, passar para o tópico seguinte de um conteúdo apenas após o
aluno ter compreendido o anterior etc. (2003, HAIDT)
1
Professor de Língua Portuguesa - FADITU; Mestrando em Educação na Universidade de Sorocaba;
2
Professora de Educação Física; Mestranda em Educação na Universidade de Sorocaba;
3
Professor de Língua Portuguesa – Universidade Paulista; Mestrando em Educação na Universidade de
Sorocaba.
2

De acordo com Luzuriana (apud Covello, 1991, p.9) (cit. in Walker,


2001):

“Comenius foi o fundador da didática e,


em parte, da pedagogia moderna. Mas foi, ainda,
um pensador, um místico, um reformador social,
personalidade extraordinária, em suma. Seu nome
figura ao nível dos de Rousseau, Pestalozzi e
Froebel, isto é, dos maiores da educação e da
pedagogia”.

Sua obra não foi, todavia acolhida de forma unânime. O historiador


Joachim Hübner, em um parecer técnico sobre a publicação, manifesta-se da
seguinte forma:
“A obra, da forma como está, nem mesmo
está pronta para ser publicada.(...) Com referência
ao mérito da própria obra, considero que a maioria
das pessoas ficará irritada com a discrepância entre
o título, demasiado penhorante, e todo o restante da
obra. De fato, está tão distante de ensinar a arte de
ensinar a todos que até o momento sequer me
pareceu estar definido o que significa realmente
ensinar, e no que o ensino difere das outras ações
que, sobretudo por meio da palavra, são exercidas
em proveito do homem pelo homem. Muito menos
foi mostrado de que modo alguém pode ensinar da
melhor maneira possível algo a alguém. Como se
toda a arte de ensinar estivesse restrita apenas às
escolas, como se fora delas essa arte não tivesse
nenhuma outra utilidade na vida humana; como se o
pregador no templo, o senador na cúria etc., não
ensinassem a seus ouvintes tanto quanto o
pedagogo na escola“. (WALKER, 2001)
3

De fato, a preocupação e as críticas quanto a ensinar de forma


convincente tem sido através dos tempos objeto de várias especulações.
João Lourenço Rodrigues (1930, p.) em seu livro intitulado Um
Retrocesso, ao descrever sua primeira aula relata:
“- Está aqui sua primeira lição que tem de
aprender: é o A B C. Segure o papel com este pega-
mão para não sujar. E agora preste atenção e repita
comigo. E apontando com o lápis para as letras foi
dizendo-lhe os nomes vagarosamente.” (p.49)

Como percebemos, a explicação é mecânica e nem tampouco se diz a


utilidade específica do conhecimento transmitido e sua aplicação.

Mais adiante o autor nos revela sua reação à prática docente que lhe
fora aplicada:
“... as letras dançavam-me agora diante dos
olhos. Senti-me por incoercível torpor e tive um
longo bocejo, seguido logo de outros. A escola
começou a parecer-me terrivelmente enfadonha.
Por fim não me contive e, num movimento
impulsivo, levantei-me e arrojei-me porta afora,
numa corrida desabalada.” (p.51)

Entre os anos 20 e 50, a Didática segue os postulados da Escola Nova,


que busca superar os da Escola Tradicional, reformando internamente a
escola.

Num relatório do diretor da escola Normal de São Paulo, Caetano de


Campos, em 1899, transcrito pelo professor João Lourenço Rodrigues (1930,
p.244-245), percebe-se início da preocupação escolanovista:

“Dantes enchia-se a cabeça do aluno com uma


série interminável de definições por meio de uma
instrução imbuída da memória a forma de
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repetições, tantas vezes quantas eram necessárias


para que o fato aí permanecesse. (...)
Modernamente o pedagogo atua de outro modo.
Coleciona previamente os fatos que devem ser
explicados; coordena-os tacitamente em seu
gabinete, numa sucessão lógica que é muitas vezes
o segredo de todo o sucesso do ensino, apresenta-o
depois à apreciação do aluno, -atendendo sempre á
sua capacidade atual, à sua idade, à sua grandeza
de espírito e outras condições psicológicas que ele,
professor, estuda em cada aluno.”

A Escola Nova afirma a necessidade de partir dos interesses


espontâneos e naturais das crianças: a proposta didática segue os princípios
de atividade, individualização e liberdade. A criança é vista como um adulto em
miniatura, ou seja, a criança é um ser dotado de capacidade de adaptar-se a
cada uma das fases de sua evolução.

O aluno antes passivo, agora aprende fazendo. Dá-se maior valor aos
processos mentais e habilidades cognitivas do que aos conteúdos organizados
racionalmente. Surgem a atenção às diferenças e a utilização de jogos
educativos. (LIBÂNEO, 1999. p. 23-32)

Posteriormente, entre os anos os anos 60 e 80, a didática valoriza a


dimensão técnica que enfoca o processo ensino-aprendizagem como uma
ação intencional, sistêmica, que procura organizar as condições que melhor
facilitem o processo de aprendizagem. Centram-se em objetivos instrucionais,
na seleção de conteúdos, nas estratégias de ensino, destacando-se palavras
como produtividade, eficiência, racionalização, operatividade e controle.

Para Libâneo (1999, p.32), o conteúdo de ensino tecnicista:

“...são informações, princípios científicos, leis


etc., estabelecidos e ordenados numa seqüência
lógica e psicológica por especialistas (...). O
5

material instrucional encontra-se sistematizados


nos manuais, nos livros didáticos, nos módulos de
ensino, nos dispositivos audiovisuais etc.”

A indústria invade a escola e a didática é vista como uma estratégia para


alcançar os produtos previstos para o processo de ensino-aprendizagem.

Ao que nos parece, o referencial central da educação passa a ser a


fábrica e sobre ela se constroem todas as ações na escola determinando a
forma de vida dos educandos. Como diz Ponce (2005, p.164) “... na base da
nova técnica do trabalho, está Ford e não Comenius”.

O resultado dessa didática descontextualizada dos problemas da situação


da sala de aula não proporciona elementos significativos para a análise da
prática pedagógica real, produzindo uma separação entre teoria e prática.

A partir dos anos 70 se acentuam as críticas a estas perspectivas


didáticas. Seu efeito positivo foi a denúncia da falsa neutralidade pretendida
pelo modelo tecnicista, revelando seus componentes político-sociais e
econômicos.

A denominada pedagogia crítico-social propõe como método de ensino o


trabalho docente que relaciona a prática vivida pelos alunos com os conteúdos
propostos pelo professor. Estes conteúdos são realidades exteriores aos
alunos, porém, ambos estão ligados à mesma realidade social. (LIBÂNEO,
1999. p. 23-32)

Para Saviani (1989, p.31-32), tanto as pedagogias tradicionais como a


escola nova e a pedagogia tecnicista são, portanto, não-críticas, no sentido de
não perceberem o comprometimento político e ideológico que a escola sempre
teve com a classe dominante.
Atualmente, segundo Masetto (1997, p. 13), a perspectiva fundamental
da didática é refletir sistematicamente sobre o que acontece na escola e na
aula. Desta forma assume o processo de ensino-aprendizagem que se
desenvolve em três dimensões: humana, político-social e técnica no centro
configurador de sua temática.
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Já, segundo Haidt (2003, p.13) “... a pedagogia é o estudo e a reflexão


sobre a teoria da educação, a Didática é uma área específica da Pedagogia e
se refere à teoria e a prática da instrução e do ensino”.

Para Candau (1983, p. 12), a didática pode ser entendida como


“reflexão sistemática e busca de alternativas para os professores da prática
pedagógica”.

Podemos notar que a reflexão é o caminho mais prescrito por nossos


escritores que de certa forma, seguem com algumas ressalvas, para que não
se instale um anacronismo nas discussões, a proposta inicial de Comenius (cit.
in Masetto, 1997, p. 17):

“A proa e a popa de nossa didática será


investigar e descobrir o método segundo o qual os
professores ensinem menos e os estudantes
aprendam mais; nas escolas haja menos barulho,
menos enfado, menos trabalho inútil e, ao
contrario, haja mais recolhimento, mais atrativo e
mais sólido progresso”.

A preocupação da didática para Cipriano Luckesi (1997) não poderá


reduzir-se e dedicar-se somente ao ensino de meios e mecanismos pelos quais
desenvolver um processo de ensino-aprendizagem, e sim, deverá ser um modo
crítico de desenvolver uma prática educativa forjadora de um projeto histórico,
que não será feito tão somente pelo educador, mas, por ele conjuntamente
com o educando e outros membros dos diversos setores da sociedade.

A MEDIAÇÃO COMO INSTRUMENTO DA DIDÁTICA

É inegável que a reflexão sistemática na busca de novas alternativas nos


procedimentos pedagógicos tem que ser uma constante, visto que
transformação social está sempre presente, e, a manutenção do mesmo
procedimento de geração para geração seria anacrônica e ineficaz.
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Porém, algo que deve estar sempre presente em qualquer que seja o
método de ensino, é a mediação, interação aluno-professor.

Quando a Professora Candau (1983) conceitua Didática também diz que


ela é um conhecimento de mediação, devendo fornecer sustentação filosófico-
política, técnica e humanista à ação do docente visto, então, como sujeito
político.

Na realidade, o ser humano, devido o seu caráter histórico-cultural, não


aprende sozinho, sempre se relaciona com o mundo através de sistemas
simbólicos que aos poucos interioriza.

O funcionamento psicológico fundamenta-se nas relações sociais entre


indivíduo e o mundo exterior, as quais se desenvolvem num processo histórico.
(OLIVEIRA, 2003)

O termo mediação provém do radical grego mésos e também, do latim


mediato. Para os gregos o significado é aquilo que está colocado no meio. Já
no latim é intercessão ou intermédio.

A definição de mediação segundo o Dicionário do Pensamento Marxista


(2001, p.263) é:

“uma categoria central da DIALÈTICA. Em


sentido literal, refere-se ao estabelecimento de
conexões por meio de um intermediário. Como tal
figura em destaque na epistemologia e na lógica
em geral, dando conta dos problemas de
conhecimento imediato/mediato, de um lado, e dos
problemas do silogismo-ou “inferência mediata de
outro”.

Para Vygotski (cit in OLIVEIRA, 2003, p.23), o homem não se preocupou


com a transformação do homem apenas biologicamente como até então faziam
alguns pesquisadores com análises que partiam de princípios botânicos ou
zoológicos. O desenvolvimento das funções psicológicas superiores, não se dá
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de forma estanque, mas contextualizada. O homem se transforma


biologicamente num processo sócio-histórico.

Segundo a teoria Sócio-histórica, os fenômenos do mundo psíquico não


são naturais do mundo psíquico, mas fenômenos que vão se construindo
conforme o homem atua no mundo e se relaciona com outros homens.

Assim, a mediação, em termos genéricos “é o processo de intervenção de


um elemento intermediário numa relação; a relação deixa, então, de ser direta
e passa a ser mediada por esse elemento.” (OLIVEIRA, 2003, p.24)

Quando Vigotskii (1988, p.99) comenta do desenvolvimento da escrita, fica-


nos clara a importância da mediação, do uso funcional de instrumentos e
signos para a criança. Assim, “podemos observa crianças cuja maneira de lidar
com certos problemas é claramente primitiva e sem mediação, crianças para
quem o uso funcional de um signo é ainda um estágio fora de seu alcance”.

O mecanismo de estímulo e reposta, analisado por Pavlov, na visão de


Vigotskii é substituído por um ato complexo, mediado.

Como afirmou Haidt (2003, p.57):

“No processo de construção do


conhecimento, o valor pedagógico da interação
humana é ainda mais evidente, pois é por
intermédio da relação professor – aluno e da
relação aluno-aluno que o conhecimento vai sendo
coletivamente construído”.

A criança que chega á escola, não está vazia, ou, parafraseando o


próprio Vigotskii (1988, p.101) “ela não é uma tabula rasa”. Traz consigo todas
as técnicas que já havia desenvolvido para lidar com os problemas do mundo
que vivia.

Porém algo que devemos observar são os dois níveis de


desenvolvimento da criança: uma a que damos o nome de desenvolvimento
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real, que compreende as tarefas que a criança pode realizar sozinhas; e, o


desenvolvimento potencial, que compreende as tarefas que as crianças podem
fazer com o auxílio dos mais experientes.

Para Vigotiskii (1988, p114), “Um ensino orientado até uma etapa de
desenvolvimento já realizado é ineficaz do ponto de vista do desenvolvimento
geral da criança, não é capaz de dirigir o processo de desenvolvimento, mas
vai atrás dele”.

Destarte, destacamos a importância da intervenção do professor no


processo de aprendizagem, pois, “O que a criança pode fazer hoje com o
auxílio dos adultos poderá fazê-lo amanha por si só”. (VIGOTSKII, 1988, p.114)

Muito embora o conceito de mediação desenvolvido por Vigotskii seja


posterior ao conceito de Didática, primeiramente consagrado por Comenius, é
flagrante que mediação é inerente à Didática, pois os métodos escolhidos,
usados pelos professores, vão certamente interferir na relação que o aluno tem
com o objeto de estudo.

Quando Hegel (cit. in GARAUD, 1983. p 109) se refere à mediação,


afirma o seguinte a respeito da relação entre o imediato e o mediato:

“Todo conhecimento real deve passar por três


momentos: o do imediato ou do universal abstrato,
depois o de sua negação, que é reflexão, mediação
e o da totalidade concreta, do universal concreto,
isto é, do resultado que conserva e contém nele o
momento da negação, da reflexão, da mediação”.

Para que ocorra a mediação que promova o desenvolvimento da


aprendizagem na escola, é necessário que se parta das funções
psicointelectuais que a criança já conseguiu em processos de desenvolvimento
realizados, para aquelas que estão em seu potencial e devem ser
desenvolvidas com o auxílio de outrem. O professor através de sua mediação
didática será a mola propulsora na relação do aluno com seu objeto de
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conhecimento, promovendo primeiramente a negação do imediato, a reflexão e


a mediação.

Maheu (s.d., p.5-6) ao explicar a idéia de mediação didática recorre


a Lenoir:

“... o sujeito não apreende ou constrói o


conhecimento numa relação imediata com os
objetos de conhecimento; esta relação é mediada
pelos aspectos sociocultural e semiótico – que
inclui a linguagem – e por aspectos psicogenéticos
que estão na base de interpretação do real –
processo este chamado, primeiramente por
Vygotsky, de mediação cognitiva. O professor
precisa entender esse processo, pois só quem
sabe como se aprende pode saber como se
ensina. Nesse ponto se imiscui, para Lenoir, a
idéia de mediação didática, segundo a qual o
professor é o sujeito que deve ser capaz de
favorecer o processo de aprendizagem, garantindo
condições ideais para que esta ocorra. A
aprendizagem, no contexto formal de educação, é
mediada e nascida a partir do desejo do outro (do
professor) como agente que deve fomentar,
despertar o desejo de aprender dos seus alunos –
‘senão fazer nascer, ao menos entreter e
desenvolver o desejo de saber’ “.

A didática será sempre o fulcro da reflexão onde o professor deverá


pensar seus saberes, atitudes, estratégias, métodos que resultem em uma
mediação promotora da aprendizagem.

2. UM MOMENTO PEDAGÓGICO PARA REFLEXÃO DIDÁTICA.


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O momento pedagógico que descrevemos a seguir em reunião com os


professores que fazem parte do Projeto de Recuperação e Reforço,
pertencentes a uma das Diretorias de Ensino do Estado de São Paulo.
O projeto de Recuperação e Reforço tem os seguintes objetivos
descritos pela Resolução SE 15/2005:
“Artigo 1º - A recuperação da
aprendizagem constitui mecanismo colocado à
disposição da escola e dos professores para
garantir a superação de dificuldades específicas
encontradas pelo aluno durante o seu percurso
escolar e ocorre de forma contínua e paralela, ao
longo do ano letivo, e ao final do ciclo I e ciclo II do
ensino fundamental.
Artigo 2º - A recuperação contínua está
inserida no trabalho pedagógico realizado no dia a
dia da sala de aula e decorre da avaliação
diagnóstica do desempenho do aluno, constituindo
intervenções imediatas, dirigidas às dificuldades
específicas, assim que estas forem constatadas”.

Os mestrandos alocados na Diretoria de Ensino por conta do programa


Bolsa Mestrado do Governo do Estado de São Paulo, têm dentre suas funções
a incumbência de cuidar de forma privilegiada do referido projeto como
menciona a Resolução SE 105/2004:
“Artigo 6º - O profissional designado na
Diretoria de Ensino atuará junto à Oficina
Pedagógica ou no Núcleo Regional de Tecnologia
Educacional, para exercer as seguintes atividades:
1. desenvolvimento e acompanhamento de projetos
de reforço e recuperação da aprendizagem nas
unidades escolares;
2. apoio às atividades realizadas no Horário de
Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC);
3. apoio às atividades do Professor Coordenador
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Pedagógico nas unidades escolares;


4. desenvolvimento de ações de formação
continuada;
5. apoio aos projetos de integração com pais e
comunidade.
Parágrafo único -No desenvolvimento das atividades
de que trata este artigo deverão ser priorizadas as
referentes ao reforço e recuperação da
aprendizagem”.

As reuniões ocorrem a cada mês, sob o nome de Orientação Técnica,


com a finalidade de promover a reflexão da prática didática dos professores
pertencentes ao projeto. A que vamos narrar e analisar foi a primeira reunião
realizada na data de 20 de março de 2006, com professores que trabalharão
trabalhar com alunos com dificuldades em língua portuguesa que envolvem
interpretação textual e produção de texto. O encontro teve um caráter
diagnóstico, onde se procurou conhecer os professores do projeto através de
questões que revelassem suas concepções com relação à didática, bem como
a prática que estão acostumados a realizar em sala de aula.
A reunião começou com um jogo cooperativo, no qual todos deveriam
ajudar a recontar o conto de Chapeuzinho Vermelho, iniciando e
complementando a partir do ponto em que outro participante narrou a história,
com o objetivo de estabelecer os primeiros laços entre os participantes.
Inicialmente, todos os professores tiveram que responder em grupos a
um questionário cujas respostas seriam posteriormente discutidas com os
demais grupos do encontro. As questões se resumiam nas seguintes:

RECUPERAÇÃO E REFORÇO: AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA

O que você entende por didática?

Como se dá o HTPC (Horário de trabalho Pedagógico Coletivo) em


sua escola?
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Após a realização do questionário, seguimos com a discussão sobre as


respostas obtidas com eles. Com a coleta dessas informações diagnosticamos
o seguinte:
De forma unânime todos os grupos se colocaram no conceito de
Didática, como sendo parte dele. Nenhum dos grupos conceituou a Didática
como um instrumento isolado, pois a maioria definiu como sendo um
instrumento pelo qual o professor aprende novas maneiras de lecionar, torna a
aula mais dinâmica e atinge o objetivo de ensinar, ou então a parte da
pedagogia que se preocupa com os meios que podem ajudar o professor a
ensinar o aluno de forma lúdica.
As respostas dos professores nos dão nitidamente conceitos, onde o
professor é um instrumento de mediação privilegiado que vai conduzir o aluno
ao conhecimento. Para eles não pode haver Didática sem o professor e ao
mesmo tempo ela tem um papel redentor.
De certa forma, estão preocupados com suas performances em sala de
aula, como vão ensinar, que caminho devem tomar e por vezes usam a palavra
facilitador.
Isso se assemelha muito com o que prescreveu Masetto (1997, p.),
quando diz que a mediação pedagógica á a atitude, o comportamento do
professor que se coloca como facilitador, incentivador, e, motivador da
aprendizagem, que se mostra como uma ponte rolante e não estática entre o
aprendiz e a aprendizagem, destacando o diálogo, a troca de experiências, o
debate e a proposição de situações problemas com suas características.
Porém podemos observar que em momento algum ela é vista como um
meio de reflexão, e sim como algo que nos traz tudo pronto talqualmente um
livro de receitas o que contraria conceitos consagrados por alguns autores.
Para Masetto (1997, p.13):
“Compreendemos Didática como Candau a
conceitua. Didática para nós é uma reflexão
sistemática sobre o processo de ensino –
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aprendizagem que acontece na escola e na aula,


buscando alternativas para os problemas da
prática pedagógica”.

Ao contrário do que se pensa a Didática não será capaz de prever e


prescrever acontecimento dando a eles soluções que com certeza seriam
eficazes. Na realidade ela se alimenta de uma relação dialética entre a teoria e
a prática e usa de outras áreas de conhecimento tais como, Filosofia,
Sociologia, Psicologia, entre outras, para se constituir.
O exercício entre teoria e prática é muito importante para que haja uma
reflexão docente, pois:
“...a própria realidade questiona a teoria
exigindo novos aprofundamentos, pesquisas e
estudos. Ou seja, as teorias educacionais se
desenvolvem em confronto com a prática
pedagógica, e esta consegue resolver seus
problemas com as sugestões daquelas”.
(MASETTO, 1997, p.13)

Ao falarem a respeito das reuniões de HTPC que eram realizadas em


suas escolas, relataram que a maioria delas reduzia-se a assuntos
burocráticos, tais como instrução de preenchimento de fichas de
acompanhamento de alunos do projeto de Recuperação e Reforço, ou então
algo que deveriam executar na escola, como, por exemplo, os projetos da
Secretaria de Educação.
Nota-se aí que o momento que deveria na realidade privilegiar assuntos
de cunho pedagógico com preocupação direta no aluno, é desprezado.
Num segundo momento, propusemos que os professores utilizassem um
texto de nossa escolha para que elaborassem duas questões ou qualquer outra
atividade sem qualquer outro tipo de determinação. A seguir transcrevemos o
texto:
O REI E O SAPATEIRO

Um rei muito bom, dotado de excelente coração, costumava sair sozinho e


disfarçado, pelas ruas da cidade, a fim de poder bem apreciar as
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necessidades de seu povo.


Uma vez, ao passar por uma rua, ouviu alguém cantando:

Ribeiros correm pro rio,


Os rios correm pro mar.
Quem nasceu para ser pobre
Não lhe vale trabalhar.

O rei parou, observou a casa e indagou quem nela residia.


Era um pobre sapateiro, honesto e trabalhador, cheio de filhos, que vivia na
maior miséria possível.
Sua majestade tomou nota do número e da rua.
No dia seguinte, mandou preparar pelo seu cozinheiro, um saboroso bolo, que
encheu de moedas de ouro e fez levá-lo ao sapateiro.
Na outra tarde, passando pela mesma rua, escutou a mesma cantiga:

Ribeiros correm pro rio,


Os rios correm pro mar.
Quem nasceu para ser pobre
Não lhe vale trabalhar.

O rei entrou e fritou para o sapateiro:


- Esta cantiga é mentirosa, ou tu não dizes o que pensas! Onde está o bolo
que te mandei ontem cheio de moedas?
- Oh! Real Senhor, eu não sabia! Devendo muitos favores a um amigo, enviei-
lhe de presente.
Então o rei fê-lo acompanhar ao palácio.
Aí, mandou encher um saco com ouro e despedi-o.
O sapateiro voltava alegremente para a casa, quando, de súbito, caiu morto,
fulminado pela comoção.
Transportaram-no para o necrotério e acharam-lhe um papel na mão.
O delegado de polícia abriu-o e leu:

Eu para pobre o criei


Tu rico fazê-lo queres
Agora aí o tens morto
Dá-lha a vida se puderes.

(PIMENTEL, Figueiredo. Histórias da Baratinha. Rio de Janeiro, Livraria


Garnier, 1994).

Analisemos agora o resultado obtido de dois dos grupos.


O primeiro grupo quis saber para que sala teria que dar o texto (critério
que ficou de livre escolha inicialmente), pois julgavam-no muito pobre para ser
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trabalhado no Ensino Médio. A seguir disseram que fariam a leitura com a sala
e proporiam as seguintes questões:
1- Que características das personagens podem ser tiradas do texto?
2- Se você tivesse que reescrever o final do texto como faria?
Ao serem questionados por que motivos procederiam a essas perguntas
obtivemos a seguinte resposta: “Gostaríamos que os alunos interpretassem e
percebessem os personagens tipo do texto e que criassem novas histórias
através dele, a fim de usarem a criatividade e também praticar a escrita”.
Os professores relataram ainda que não tinham o costume de preparar
questões para os textos, pois os livros geralmente traziam uma “bateria de
exercícios” alguns que eram inclusive descartados por serem em suas opiniões
muito repetitivos.
Como vimos, o texto foi subestimado pelo grupo que disse jamais usá-lo
para o ensino médio. No entanto, as perguntas que fizeram com a finalidade de
interpretá-lo, nada mais resultariam senão em uma recuperação de
informações literais do texto. Em momento algum o aluno precisaria usar de
inferência, refletir ou fazer julgamentos sobre o texto para que pudesse
perceber a ideologia por ele trazida.
O que nos parece é que o livro didático utilizado pelo professor acaba
ofuscando a mediação que deveria ser feita por este que acaba sendo
conduzido por ele, tolhendo-se a criatividade, capacidade de contextualização,
adequação das atividades pedagógicas aos alunos, levando-os a analisar o
mundo com os próprios olhos críticos, segundo suas situações sócio-político-
econômicas.
O texto pode trazer uma ideologia a ser percebida pelo professor e pelo
aluno no trabalho de interpretação mediado em sala de aula, mas que tem que
ser lido com olhos desconfiados e questionadores.
Eco (1980, p.15) na introdução de sua obra já observa o seguinte:
“... a confiança que temos, instintivamente, no
livro de leitura não é devida aos méritos deste
último, mas às nossas fraquezas, que os livros de
leitura criaram e alimentaram (...) é preciso que
leiamos e releiamos uma página na qual estão
difundidas idéias que costumamos considerar
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‘normais’ e ‘boas’ e que nos perguntemos a nós


mesmos: Mas será mesmo assim? De tal forma
estamos condicionados pelos nossos antigos livros
de leitura, que ler os novos significa ter a
capacidade e a coragem de dizer: ‘O rei está nu’”.

Os livros didáticos trazem freqüentemente textos que a rigor deveriam


ser questionados pelo professor e aluno, sem a interferência das atividades
que já estão estabelecidas nos exercícios de compreensão textual. Ao
questionar a ideologia no livro didático Faria (1994, p. 71) afirma que:

“O livro didático não é desligado da realidade,


ele tem uma função a cumprir: reproduzir a
ideologia dominante. (...) o livro dissimula a
discriminação contra o pobre, valorizando-o pelo
trabalho e garantindo-lhe que, estudando ele será
alguém no futuro”.
Outro grupo que acabou se juntando a um terceiro, disse que faria as
seguintes questões:
1- Por que o pobre sapateiro cantava aquela cantiga?
2- O que em sua opinião pode engrandecer mais o homem: a riqueza, o
trabalho ou o estudo?
Embora a primeira pergunta se aproxime um pouco de uma recuperação
literal, a segunda já está pedindo uma avaliação do aluno sobre alguns
elementos que o texto apresenta, pois temos aqui: o sapateiro que é pobre, o
rei que é rico e bondoso, uma discussão a respeito de trabalho e estudo.
O grupo disse propor essa questão com a finalidade de discutir a
pobreza e o valor do estudo e trabalho. Tinham a intenção de fazer com que os
alunos valorizassem os dois últimos elementos, seja, trabalho e estudo.
Por questão cultural somos freqüentemente levados a incutir nos alunos
valores que na realidade queremos que estes tenham, por julgarmos certos e
seguros. Ao questionar trabalho e estudo esperando que os alunos
valorizassem e de certa forma, e, associassem os dois temas, poder-se-ia
correr o risco de sermos (com muita alegria) contrariados.
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O texto ao descrever o sapateiro diz o seguinte: “Era um pobre sapateiro,


honesto e trabalhador, cheio de filhos, que vivia na maior miséria possível”.
Desta forma poderíamos suscitar uma idéia que não é difundida por textos
didáticos e chegar bem ao contrário do que pretendiam os professores: o
trabalho não é certeza de que a pessoa não será pobre. O sapateiro é
trabalhador e vive na miséria.
Faria (1994, p.68-69) diz que no livro didático:
“O trabalhador é um herói! (...) Os homens
são todos importantes, desde que desempenhem
suas funções solidariamente. Desta forma as
classes sociais são camufladas, a exploração do
trabalho é ocultada”.
Os professores procuram passar seus valores, mas não analisam,
interferem ou questionam o texto de forma convincente. Isso é um resultado da
leitura reiterada, sem reflexão de textos que reproduzem os mais repetidos
clichês sobre pobreza, trabalho da literatura popular do século passado. (ECO,
1980, p.11).
3. CONCLUSÃO:
Os professores do encontro de Recuperação e Reforço construíram seus
próprios conceitos de Didática, entendendo-a como algo que lhes fornecerá a
solução para os problemas em sala de aula, de forma redentora, e se
esquecem do elemento reflexão, tão utilizado por autores como Candau, Haidt,
Masetto dentre outros. Porém percebemos que a imagem do professor,
responsável pela mediação em sala de aula está presente nesse conceito por
eles construído. Ao elaborarem seus próprios conceitos de Didática, puseram a
figura do professor como facilitador. Nas opiniões colhidas na reunião, não se
vê a Didática pensada dialeticamente, num exercício de reflexão entre a teoria
e a prática. É dada a ela tão somente a função de ajudar o professor a exercer
sua profissão desprezando-se vértices como a Filosofia, Psicologia, Sociologia,
Antropologia.
Fica clara a idéia de que o mestre é como artífice, o sujeito que
encaminha o aprendiz para desenvolver sua educabilidade.
A reflexão é banalizada pelas reuniões entre os professores que em vez
de privilegiar o aluno, ficam atrelados ao controle burocrático e a submissão de
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um planejamento do sistema educacional, distanciando-se da realidade que


vivenciam.
Como conceitua Haidt (2003, p.95):
“O planejamento de um sistema educacional
é feito a nível sistêmico, isto é, a nível nacional,
estadual e municipal. Consiste no processo de
análise e reflexão das várias facetas de um
sistema educacional, para delimitar suas
dificuldades e prever alternativas de soluções. (...)
O planejamento de um sistema educacional reflete
a política de educação adotada”.

O excesso de atribuições aos professores e coordenadores implantadas


pelo sistema educacional acaba minimizando a reflexão dos professores sobre
suas práticas em sala de aula, ficando estes a mercê de uma produção
mecânica.
A falta de reflexão com relação a sua prática docente fica mais flagrante
quando, ao elaborarem as atividades propostas pelos pesquisadores, fizeram
perguntas sobre um texto, carregado de uma ideologia dominante, que não
envolveriam a inferência, reflexão, julgamento de seus alunos a respeito do
conteúdo que no texto se apresentava.
Lamentavelmente, relatam que não estão acostumados a questionar o
texto, pois os livros didáticos já trazem uma “bateria de exercícios“ para serem
feitos. Desta forma, sem reflexão a respeito da prática docente e com a
mediação inteiramente a cargo dos livros didáticos, que como já vimos podem
ser fruto apenas de ideologia dominante e preconceituosa, não há
transformação alguma na escola. O tão valoroso anseio de que têm os
professores de ensinar, mediar, não passe de uma cultura de reproduzir o que
estagnado está.
Para Nosella (1981, p.21):
“O Estado nada mais é que o conjunto dos
aparelhos do Estado. Ele tem como função
permitir às classes dominantes assegurar a
exploração da classe trabalhadora, que consiste
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da apropriação da mais-valia no sentido de


acumulação privada de capital e do impedimento
da oposição a essa exploração”.

Com esse tipo de prática pedagógica não somente é difícil levar o aluno a
um desenvolvimento potencial como também saber o que ele realmente sabe
ou é capaz de analisar através de sua história, convívio social e visão de
mundo.
As atividades que foram propostas não proporcionariam uma mediação
capaz de produzir conceitos, opiniões entre os alunos senão apenas recuperar
informações do próprio texto, sem sequer pensar a respeito delas.
Muito embora o projeto de recuperação e Reforço do sistema
educacional se mostre preocupado em sanar as dificuldades dos alunos que
apresentam dificuldades específicas, suas práticas conspiram para que o
oposto ocorra por não haver momentos de preparo e reflexão.
As contradições são ainda mais somatizadas ao encontrarmos
professores que se preocupam com suas práticas e se vêem como figuras
facilitadoras do saber, mas que, ao mesmo tempo, não promovem atividades
capazes de mudar o status quo em que se encontram os alunos arrebanhados
pelo referido projeto.
A Didática sempre estabelecerá uma relação entre o imediato e o
mediato, por isso a mediação é própria da Didática. Deveria sempre haver uma
tensão, conflito, entre o professor e o aluno, para que com isso pudéssemos
exercer realmente a mediação que está sendo exercida pela mídia, pelos
textos com conteúdos a-históricos e pelos comandos do sistema educacional.

4. Referências Bibliográficas:

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