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Parte Autora:
WILLIAM BARBOSA ARAUJO
Parte ré:
ADMINISTRADORA DE CONSORCIO NACIONAL HONDA LTDA
SENTENÇA
Vistos etc.
Dessa forma, entendo que as alegações da parte Autora hão de ser tidas como
verossímeis, na medida em que não foram elididas por prova idônea. Ademais,
restou demonstrado que o serviço prestado pela Acionada não foi aquele contratado
pela Autora, principalmente no que tange às informações prestadas pela mesma.
A hipótese dos autos deve ser analisada sob a ótica do Código de Defesa do
Consumidor, vez que as partes subsumem-se nas figuras de consumidor e
fornecedor.
Compulsando os autos, tenho que razão assiste a parte autora. Trata-se de evidente
venda casada, porque não possibilita ao consumidor a adquirir tão somente o serviço
de natureza consorcial.
Nessa senda, configurada a prática abusiva pela Acionada, que violou direitos
básicos do consumidor, pelo que deve ser rechaçado. Assim, ainda que insista a
Acionada em afirmar que agiu de forma legítima a conduta mostrou-se inteiramente
irregular, pelos fundamentos já explicitados.
O que resta patente é que a Acionada incorreu em prática abusiva, nos termos do
art. 39, incisos III e IV do CDC, violando direitos do consumidor.
Outrossim, dúvidas não subsistem de que a demandada praticou ato ilícito e, por
este motivo, tem obrigação de indenizar, como preceitua o artigo 186 do Código Civil
e artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal de 1988 considerando que, por ação
voluntária negligente, violou direito e causou dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral.
De qualquer forma, verifica-se que existe uma relação de consumo e, por isso, resta
patente a incidência do Código de Defesa do Consumidor ,visto que o(a) autor(a) se
utilizaria de serviço prestado pela ré como destinatário final. Por seu turno, o artigo
3º, parágrafo segundo, afirma que fornecedor é toda pessoa que presta serviço
mediante remuneração.
indenizar. Desnecessário, por isso, que se prove qualquer outro fato, haja vista que
não se pode pretender que alguém prove a tristeza ou dor que passou.
Caracterizada, assim, a existência de dano moral e, consequentemente, a obrigação
de indenizar.
Registre-se que inexistem critérios legais para se fixar o valor da indenização pelos
danos morais. Portanto, e segundo entendimento doutrinário e jurisprudencial, deve
o magistrado considerar que a quantia a ser paga tem que representar, para quem a
recebe, uma compensação pelo vexame e humilhação sofridos. Ao mesmo tempo,
deve se constituir em uma sanção ao violador, desestimulando-o a repetir a conduta
ilícita. Não se pode olvidar, entretanto, as condições sociais das partes, nem
permitir-se que a indenização percebida se transforme em um enriquecimento ilícito.
P.R.I.
Juíza de Direito
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