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Olá Pessoal!
Neste conteúdo, vamos abordar outros direitos legais e sociais para o bem-estar dos trabalhadores perante
a si e a sociedade, previsto na Constituição Federal de 1988, sendo eles o direito as férias e ao 13º salário.
com o objetivo de gerar qualidade de vida, lazer, festividade, descanso, alegrias e, ainda uma melhor
Benefícios Legais:
Férias
13º Salário
FÉRIAS
Quando se fala em férias, vem várias ideias no pensamento do trabalhador, entre eles: o descanso merecido
sem a obrigação de trabalhar, o passeio fora do cotidiano, aquela viagem para um lugar badalado, lindo e
muitas vezes desconhecido. Esses pensamentos fazem surgir a vontade de conhecer lugares novos em
outras cidades, estados ou até outros países. Além disso, as férias trazem pensamentos em visitar várias
pessoas como familiares, parentes e amigos que muitas das vezes estão muitos distantes ou podem estar
perto, mas que há muito tempo não se via, devido a correria do dia a dia das pessoas. Esses pensamentos
que acabam se transformando em ações traz uma série de benefícios para o trabalhador, pois dá energia,
trabalho. Dias que se destinam ao descanso dos estudantes. Interrupção das atividades de uma empresa,
instituição etc.” (Dicionário Online de Português, 2017)
Como já mencionado no início deste conteúdo, as férias é um direito social, constante no Artigo 7º, inciso
XVII da Constituição Federal, que diz: “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social: gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a
mais do que o salário normal”. (BRASIL, 1988).
Neste momento, a Constituição Federal esclarece que o empregado tem o direito a gozar as férias
anualmente, ser remunerado com base no seu salário normal e ainda receber mais um terço.
Além da Constituição Federal, o direito a férias está previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Dentro desta lei existe até um capítulo para tratar especialmente desse assunto. O artigo 129 da CLT reforça
e menciona: “Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da
remuneração.” (BRASIL, 1943). Continuando a analisar a quantidade de dias a serem gozadas nas férias, a
CLT no seu artigo 130 afirma que além da proporcionalidade existem outras garantias, transcritas abaixo:
“Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a
férias, na seguinte proporção:
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes;
Il - 24 (vinte e quatro) dias corridos quando houver tido 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas;
III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas;
IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas.
§ 1º É vedado descontar, do período de férias, as faltas do empregado ao serviço.
§ 2º O período das férias será computado, para todos os efeitos, como tempo de serviço.” (BRASIL, 1943)
Observa-se que as faltas reduzem o número de dias de direito a férias, no entanto a CLT preocupada com
isso, descreveu os casos no qual o trabalhador apesar de estar ausente do trabalho, não deve ser
considerado como falta. Essa relação de ausência protegida pela CLT consta no seu artigo 131, descrito em
detalhes e na íntegra:
“Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do artigo anterior, a ausência do empregado:
I - nos casos referidos no art. 473.
II - durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de maternidade ou aborto não
criminoso, observados os requisitos para percepção do salário-maternidade custeado pela Previdência
Social;
III - por motivo de acidente do trabalho ou de incapacidade que propicie concessão de auxílio-doença pela
Previdência Social, excetuada a hipótese do inciso IV do art. 133 (que esclarece: tiver percebido da
Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses,
embora descontínuos.);
IV - justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver determinado o desconto do
correspondente salário;
V - durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de prisão preventiva,
quando for impronunciado ou absolvido; e
VI - nos dias em que não tenha havido serviço, salvo na hipótese do inciso III do art. 133 (que esclarece:
deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias em virtude de paralisação parcial
ou total dos serviços da empresa)” (BRASIL, 1943).
Para uma melhor compreensão, apresentarei a seguir os itens presentes no Artigo 473 da CLT:
“I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou
pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência
econômica;
II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento;
III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana;
IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue
devidamente comprovada;
V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva.
VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar referidas na Lei do
Serviço Militar.
VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em
estabelecimento de ensino superior.
VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo.
IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver
participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro.
X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o período de
gravidez de sua esposa ou companheira;
XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta médica.” (BRASIL, 1943)
Comprova-se que todo profissional da área trabalhista, neste caso, especialmente com foco em férias
precisa conhecer todos esses detalhes, evitando dessa forma quaisquer tipos de reclamações por parte dos
empregados.
Da mesma forma que o empregado tem dias que não pode ser considerado como falta, existe período que é
possível perder as férias. Este item está previsto no seu artigo 133 da própria CLT, que diz:
“Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo:
I - deixar o emprego e não for readmitido dentro dos 60 (sessenta) dias subseqüentes à sua saída;
II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (trinta) dias;
III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias em virtude de paralisação
parcial ou total dos serviços da empresa; e
IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais
de 6 (seis) meses, embora descontínuos.
§ 1º A interrupção da prestação de serviços deverá ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência
Social.
§ 2º Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o empregado, após o implemento de qualquer
das condições previstas neste artigo, retornar ao serviço.” (BRASIL, 1943)
A partir do momento que o empregado tem o direito a férias, decorrência de um trabalho por 12 meses, é o
empregador que determina quando o empregado deve gozar as férias, previsto na CLT, artigo 134: “As férias
serão concedidas por ato do empregador, em um só período nos 12 (doze) meses subsequentes à data em
que o empregado tiver adquirido o direito.” (BRASIL, 1943)
E ainda deve-se obedecer aos dois parágrafos, constante do mesmo artigo 134:
“§ 1º Somente em casos excepcionais serão as férias concedidas em dois períodos, um dos quais não
poderá ser inferior a 10 (dez) dias corridos.
§ 2º Aos menores de 18 (dezoito) anos e aos maiores de 50 (cinqüenta) anos de idade, as férias serão
sempre concedidas de uma só vez.” (BRASIL, 1943)
Dentro dos procedimentos legais e administrativos, o empregador deve notificar ao empregado a concessão
de férias, por escrito, com no mínimo 10 (dez) antes do início da concessão das férias. Esse período de
concessão de férias deve ser anotada na carteira de trabalho da previdência social (CTPS) do empregado e
concedido no período das férias escolares (BRASIL, 1943 - Artigo 136 ; § 1º e § 2º da CLT).
O artigo 137 da CLT, prevê uma penalidade para o empregador em benefício do empregado, caso venha
extrapolar o prazo de concessão de férias. OLIVEIRA complementa e esclarece este artigo: “o empregador
tem um limite de 12 meses subsequentes à aquisição do direito pelo empregado para marcar as férias,
ultrapassando esse período, o empregador deverá pagá-las em dobro”. (OLIVEIRA, 2016. Pg 95).
As férias ainda podem ser concedidas individualmente ou coletivas. As férias de caráter coletiva precisa ser
comunicada ao órgão do Ministério do Trabalho por meio de um procedimento específico e também
comunicado ao sindicato que o empregado faz parte. (BRASIL, 1943 - Artigo 139, § 1º e 2º da CLT).
Como já havia dito inicialmente, o empregado tem direito ao período de férias, sendo remunerado com o
seu salário normal, contando ainda com um terço do seu salário. Essa determinação está prevista no artigo
7º, inciso XVII dessa forma: “gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que
o salário normal.” (BRASIL, 1943)
Hipoteticamente, por exemplo, Marcelo Reis trabalha num escritório de contabilidade e ingressou na
empresa no dia 01 de abril de 2015. Isto quer dizer que no dia 31 de março de 2016, ele fez um ano na
empresa. O seu empregador comunicou antecipadamente que a sua concessão de gozo se daria no período
de 01 de junho de 2016 a 30 de junho de 2016. Sabendo-se que o empregado recebe um salário mensal de R$
3.900,00 e teve 2 faltas e as mesmas foram abonadas, qual foi o valor bruto de férias que Marcelo Reis
recebeu?
30 dias de férias = salário mensal = R$ 3.900,00
Até R$ 1.693,72 8%
Até 1.903,98 - -
dois antes do início das férias, conforme previsto no artigo 145 da CLT (OLIVEIRA, 2016. Pg.111).
Ainda existe a possibilidade de converter 1/3 das férias como abono pecuniário, isto é, dos 30 dias que o
empregado tem direito de gozar de férias, ele pode trabalhar 10 dias recebendo em dinheiro e gozar os 20
dias.
Seguindo primeiro entendimento constante na Instrução Normativa nº 1 (item 3) que preceitua: “o abono
pecuniário, previsto no art. 143 da CLT, será calculado sobre a remuneração das férias, já acrescida de um
terço, referido no citado art. 7º, inciso XVII, da Constituição Federal”. (OLIVEIRA, 2016. Pg. 148).
Utilizando o mesmo exemplo anterior, onde tínhamos os seguintes valores:
1.733,33.
Então o abono pecuniário = R$ 1.733,33
Atualizando os valores com o abono pecuniário, as férias ficariam assim:
Remuneração das Férias (20 dias) R$ 2.600,00 (R$ 3.900,00 / 30 * 20)
será:
Remuneração das Férias (20 dias) R$ 2.600,00 (R$ 3.900,00 / 30 * 20)
(+) Acréscimo 1/3 de Férias R$ 1.300,00 (esse é o entendimento compactuado)
Total da remuneração R$ 3.900,00
Segundo OLIVEIRA, o abono pecuniário não sofre a incidência do INSS, FGTS e IRRF, baseados na lei nº
8212/91, lei nº 9711/98, CLT, art.144 e Ato declaratório Interpretativo nº 28, de 16-1-2009. (OLIVEIRA,
2016).
Em virtude da conversão de 10 (dez) dias de férias em trabalho, este valor será recebido na folha de
pagamento, por ocasião do retorno das férias. Continuando o mesmo exemplo, o valor bruto será de R$
13º Salário
O termo Décimo terceiro salário leva a ideia inicial de um salário adicional no final do ano, onde o
Esse termo popularmente é conhecido como gratificação natalina. Está previsto na Constituição Federal, no
seu artigo 7º, inciso VIII, dessa forma: “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social: décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no
valor da aposentadoria” (BRASIL, 1988).
Seguindo essa regra, todo o trabalhador tem o direito a receber uma remuneração com base no seu salário
atual. Um dos primeiros procedimentos do 13º salário é o adiantamento. Ele é concedido por meio da
primeira parcela correspondente a 50% (cinquenta por cento) do salário bruto em vigor, de fevereiro até o
O trabalhador ainda pode solicitar este adiantamento em virtude das suas férias, efetuando essa solicitação
no mês de janeiro do respectivo ano (OLIVEIRA, 2016).
Se o empregado ainda não trabalhou um ano para a empresa, a regra é com base na proporcionalidade de
meses durante aquele ano. OLIVEIRA complementa: “Seu valor corresponderá a 1/12 da remuneração
devida em dezembro, por mês de serviço, do ano correspondente, sendo que a fração igual ou superior a 15
dias de trabalho será havida como mês integral. (OLIVEIRA, 2016. Pg. 523)
Utilizando um exemplo, Jota Ribeiro foi admitido em um escritório de engenharia, no dia 18 de janeiro de
2016 pelo salário mensal de R$ 2.856,00. Com essas informações, é possível dizer que ele recebeu de
R$ 238,00 x 11 meses = R$ 2.618,00 (janeiro não foi considerado, pois o período é menor que 15 trabalhado)
R$ 2.618,00 / 2 = R$ 1.309,00 (corresponde a 50% do 13º salário)
Em um segundo momento, o empregador precisa pagar a segunda parcela do décimo terceiro salário para o
empregado. E neste momento são efetuados os descontos de INSS e IRRF se houver, a ser pago até o dia 20
houver.
O procedimento é somar o valor total do 13º salário e verificar as tabelas de retenções:
Até R$ 1.693,72 8%
Até 1.903,98 - -
ATIVIDADE FINAL
abaixo:
apresentados, qual o será o valor bruto das férias dos dois empregados?
A. R$ 7.000,00
B. R$ 7,200,00
C. R$ 6.800,00
D. R$ 6.825,00
A. R$ 1.078,00
B. R$ 1.232,00
C. R$ 1.309,00
D. R$ 1.496,00
A. R$ 2.415,00
B. R$ 2.100,00
C. R$ 2.052,75
D. R$ 2.360,66
REFERÊNCIA
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm) acesso em 28 Jun. 2017
contribuicao-mensal/ (http://www.previdencia.gov.br/servicos-ao-cidadao/todos-os-servicos/gps/tabela-
fisica#calculo_mensal_IRPF (https://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/tributos/irpf-imposto-de-
renda-pessoa-fisica#calculo_mensal_IRPF) acesso em: 29 Jun. 2017.
OLIVEIRA, de A. Cálculos Trabalhistas . 28. ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2016. 670 p.