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Relatório de Atendimento e Taxa de Ocupação

Ambulatório de Alto Risco

1. Introdução

Em outubro de 2020, teve inicio no centro de reabilitação do Hospital de Amor


o serviço de atendimento ambulatorial aos recém-nascidos pré-termo nascidos na
cidade de Barretos e na região. A partir desta data foram atendidos os bebês nascidos
antes de 37 semanas de gestação, podendo ser considerados pré-termo extremo,
muito pré-termo, pré-termo moderado e pré-termo tardio.

A prematuridade é considerada a principal causa de morte em crianças nos


primeiros cinco anos de vida no Brasil. Nas crianças que sobrevivem, a prematuridade
aumenta o risco de condições crônicas, como alterações nos padrões de crescimento,
atrasos no desenvolvimento motor, sensorial e cognitivo, além de problemas
emocionais. Essas crianças também apresentam risco aumentado de evoluírem com
condições crônicas, tais como, diabetes tipo II e doenças cardiovasculares. Em relação
ao cenário mundial, o Brasil, ocupa o nono lugar em número absoluto de partos
prematuros, aumentando portanto, a importância da atuação precocemente e
multiprofissional nesta área.

A OMS recomenda a nomenclatura de pré-termos para crianças que nascem


com idade gestacional menor que 37 semanas. Portanto, o nascimento prematuro é
definido como todo nascimento que ocorre antes de 37 semanas de idade gestacional
ou menos de 259 dias, contados a partir do primeiro dia do último período menstrual
da mulher.

A idade gestacional ao nascer determina a base das subcategorias do RN


prematuro:

 Pré-termo extremo (<28 semanas)


 Muito pré-termo (28 a <32 semanas)
 Pré-termo moderado (32 a <37 semanas)*
 Pré-termo tardio (34 a <37 semanas)
*O RN pré-termo moderado pode ser sub-categorizado em RN pré-termo tardio (34 a
<37 semanas completas).

2. Atendimento fisioterapêutico realizado no Ambulatório – HA

No período de Outubro/2020 a Maio/2021 foram realizados 726 agendamentos


de recém-nascidos para atendimento no ambulatório de alto risco. Inicialmente os
agendamentos eram realizados em três dias na semana (segunda, quarta ou sexta),
aumentando para quatro dias (segunda, terça, quarta e quinta), e recentemente todos
os dias úteis possuem agendamento do ambulatório de alto risco para fisioterapia. A
demanda se mostrou tão alta, que atualmente dois fisioterapeutas foram direcionados
ao ambulatório de alto risco.

2.1 Distribuição mensal da taxa de ocupação

De acordo com a taxa de ocupação de vagas no ambulatório de alto risco, é


possível notar número crescente a cada mês, sugerindo que o atendimento de bebês
de alto risco era uma demanda reprimida em Barretos e região. Houve uma queda no
mês de abril, devido a ausência do terapeuta no setor, que foi deslocado para atender
paciente em outro serviço por um período de uma semana.

Os dados mostram que no mês de Outubro/2020 foram agendados 36


pacientes, no mês de novembro/2020 foram agendados 63 pacientes e no mês de
Dezembro/2020 o número de agendamentos totalizou 72 pacientes. Isso mostra que o
número de pacientes dobrou depois de 90 dias a partir do início do serviço, quando
comparado o primeiro e o terceiro mês.

A partir de 2021, o número de pacientes agendados continuou a subir, com 80,


111 e 123 agendamentos em janeiro, fevereiro e março. Em Abril houve uma queda
devido a ausência do fisioterapeuta no setor, com um total de 99 pacientes
agendados. No mês de maio houve um total de 142 agendamentos.
Taxa de ocupação mensal
160
140
120
100
80
60
40
20
0
Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

Figura 1 - Gráfico da taxa de ocupação de outubro de 2020 até maio de 2021, totalizando 726
agendamentos realizados neste período.

3. Identificação precoce de condições patológicas

Durante os atendimentos no ambulatório de alto risco foi possível observar que


algumas crianças, além da prematuridade, apresentavam condições patológicas que
foram identificadas precocemente e desta maneira, foi possível intervir de maneira a
iniciar o tratamento específico àquela condição mesmo a criança tendo alguns meses
de vida. A identificação de condições patológicas é importante, pois desta maneira é
possível oferecer à criança um acompanhamento específico de maneira precoce,
quando, em muitas vezes, o quadro clínico ainda é leve.

Além de oferecer intervenção precoce à estes pacientes, é possível trabalhar os


casos com a família, que já se apresentam sensibilizadas devido ao parto prematuro. A
família, portanto, acompanha cada etapa do desenvolvimento, cada dificuldade da
criança e as especificidades do diagnóstico clínico. Orientar os familiares em relação às
condições patológicas se mostra efetivo, tornando a família o centro da terapia, com
responsabilidades e empoderada nos cuidados.

No ambulatório de alto risco, já foram tratadas crianças de diversas idades e


diagnósticos, como:

 Paralisia cerebral (encefalopatia crônica não-progressiva da infância)


 Síndrome de Down (T21)
 Suspeita de Fibrose Cística
 Síndrome genética não-especificada (deformidades de membros inferiores e
superiores)

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Dr. Everton Horiquini Barbosa
Fisioterapeuta
Crefito 223534-F

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