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Introdução ao comentário de Jean Hyppolite 371

concomitância que alia a esta, com efeito, os progressos


Introdução ao comentário da teoria,
.o uso apatetado dos conceitos analíticos, únicã coisa capaz de
de Jean HYPPolite .iustificar a técnica que lhes é própria.
Quando se procura examinar um pouco mais de perto o que
sobre a "Verrteinung" de Freud rcpresenta no uso dominante a análise das resistênóias,
fica_se
hastante decepcionado. pois o que primeiro impressiona,
a teitura
tlc doutrinações, é que o manejo dialético de qualquer
idéia lhes
SeirlmÁnro DE TÉCNICA FREUDIANA c tão_impensável, que eles nem sequer saUeilam reconhecê_lo
"*ii
ro DE FEvEREIRo DE 19s4r tluando nele são precipitados, do mesmo modo que o
sr. Jourdain
lirzia prosa sem saber, por uma prâtica à qual a dialética
é de
l'ato imanente. Por conseguinte, não conseguem deter
nisso sua
rcllexão sem.se agaffaÍ, em pânico, às objetivações mais
sim_
plistas, ou até às mais grosseiramente imajantes.
se revela nosso método Assim, a resistência acaba sendo mais imaginada do que
Vocês puderam avaliar quão fecundo.
recoÍrer aos textos d"^É;;á!ara
st'bmet:t concebida por eles, segundo o que ela conota em seu
i
técnica
"T "il1::* emprego
o uso atual dos conceitos fundamentais da sornântico médio,2 ou seja, se eiaminarmos bem

-'
ã, à- da noção de resistência' numa acepção :transitiva indefinida. Graças a isso, "r.",.o
"-pr"g"o,
suieito
".p".ial, -1 -,-,+:*^
última noção ast rcsiste" é entendido como ..ele resiste a...,, _ A quê: "Sem
,
por esta
êã*tr"l o, a adultáração sofrida
per a in dic aç ã9^ qY' rlúvida, às tendências na conduta que impõe a si mesmo
'",;;ã;ã ^:?:: "*J':.
11"*técnica' ;,?I
à anáriso como
;:Í"ftffi':; i"'.ã;;**acnôia' .na
pretendeu dar
su.jeito neurótico, à confissão delás nas justificativas
que ele
,"rirtên"iut. Pois, se côm isso Freud :T11 1l^lpõe de sua conduta ao analista. Mas, como as tendências
só.haver confusão e contra-senso na mal
;;;i;;,
-o*o "remos
voltam à carga, e como a técnica desta feita está ali,
supõe_se
autorizam (luc essa resistência seja seriamente posta
atguns se ry'^lfli-"'-1"rT
til,écnica que deiconhece nada menos do
que *"":::'Htilyl rrrantê-la, é preciso que ele contribua
à prova: portanto, para
õiL "o-àlgo
dã seu unt"*
a que se aplica' tncsmo que tenhamos tempo de nos voltar, ",
' Tii";il"e*à ."rtiao que convém -^^a.:+,.i. o^"
---z* restituir aos nrer:eifr
preceitos eis_nos deslizando
l)irra o ramerrão da idéia obtusa de que o doente.,se defende,,.
reduzid::,1fó:::H,li
técnica, que, por terem sido logo l'ois o absurdo só se ratifica em definitivo por sua junção
poderiam conservar com
;.;;;;*^ a virtude indicativa que só da rrrrtro abuso da linguagem: aquele qte faz com que
o termo
ffiõ,,ã;;,ê;,i"" da
.verdade, :,.f::';1"H:
quanto a( rlcl'csa se beneficie da carta brànca que lhe conferá
seu uso na
ü;T.;à;;;"onár,i'' Freud, naturalmente' tanto
õ; il;i; .ou ou'u, tu*poo"o,rylTi não :":i,;n"*-111
é o forte dos
:Ií5'ilá.'ffi;**ão*piouu'' iiso
r

com mais al*: .' Ilste, diga-se de passagem, certamente comporta oscilações
;;;; ;úúiiru, "nt'i'"heiram-.se fi
dúvida para se protegerem da
nada desprezíveis
rrrrlto à acentuação de sua transitividade, conforme o tiio de alteridade
il;ffi;;?"iiá- '",n rr' rrplique. Diz-se to resist the eviàence [resistir às provasl
a que
e to resist the
rntlnrity of the Court [opor-se à autoridade da Corte], mas, inversamente,
diz_se
nhlrt der Versuchung widerstehen [não resistir à tentação].
Note_se a gama de
,*rnces que podem distribuir-se com muito mais facilidade na
um dos colóquios do seminário diversúade do
1. Fomecemos aqui o texto colhido de rnnirntema em alemão: widerstehen
hospital Sainte-Anne' d"d1ft:*:T: [resistir, repugnaÍ af, _ Widerstreben
na clínica da Faculdade, no : a que concernomi
iã-i?lã"t técnicos de Freud e à atualidade
frcsistêncial,
- sich straüben gegen lopor_se utrir * em nãoJ, andauern
f lrr'sistir eml, fortbestehen [continuar, perdurari,
"*.itos mediante o qae wi^derstehen
il;"*pl.d.comaleumasremis:111*ll"'.'""i",#T[:?ii'::::*T lrxlt: ser intencionalmente mais adequado ao sentido que destacaremos como
:#l"fiffi ;"";;il;;ilp"ssívelelirninara-dif i^culdadedeacosto l.rrrkr o sentido propriamente analítico da resistência.
qualquer fragmento escolhido de um
ensrno'
u toaô
"

310
3't2 Escritos

é melhor tull
medicina, sem que nos apercebamos - pois não se
as contas
médico por ser mau psicanalista - de que aí também
correto
foram mal dadas quanto à sua noção, se é a seu sentido
em fisiopatologia que se pretende fazer eco' e de que não
pois não se é mais instruído em psicanálise
deixamoi de tràir
por ser ignorante
- em medicina a aplicação perfeitamente
-
àUutiruau-que Freud fez dela em seus primeiros textos
sobre a
patogenia das neuroses.
^ M-as haverá quem nos diga: se vocês centrarem o enfoque de
uma idéia confusa r"o porto mais baixo de desagregação,
"-
acaso vocês não caem no -do que é
propriamente chamado
"tto
ã;* processo tendencioso? É qué, ainda poruma cima' responde-
técnica assim
."*or, nada detém nessa caída os usuários de
que eles adornam sua confusãtl
equipada, pois os preceitos com
origit at em nada iemediam as suas conseqüências' Assim' pro-
senão de seu eu
i#-;" que o sujeito nada pode nos comunicar
por."u o olúar de desafio do bom senso tornandtr
"u ditu, as"o-áíestá
ordens; que é preciso, para chegar a alguma-coisa'
visar a reforçar o eu ou, pelo menos, faz-se essa correção' sua
que' no uso
parte sadia -- e tiram os chapéus ante-essa asneira;
ào material analítico, devemôs proceder por camadas esstl(
no bolso -
a plantit
das quais, certamente, trazemos
gãrutttiJc que àssim iremos do superficial para o profundo -
"u*uOua
caáoça adiante dos bois; que, para tanto' o segredo
clos
ild"de que malc
mestres é anaiisar a agressividade - nada de caÍroça
da angústia e os arcanos de sutt
ãs bois; enfim, eis a ãinâmica
que ninguém toque, se nãô for engenheiro hidráulico
""o.ro*iu - not pãtenciais desse mana sublime' Todos esscti
especializado,
convém ãir"r, seus adereços-teóricos serão abandrt-
;;;;ilt, " são simplesmente macarrônictlr'
nados por nossa atenção, porque
Com efeito, a resistêácia só pode ser desconhecida em sttu
dimensõos tltt
essência, caso não seja compre"naiOu a partir das
encontrír-lnr,
discurso em que se manifesia na análise. E fomos
de imediato, na metáfora com que Freud ilustrou sua prirnelrá
Refiro-me àquela qué comentamos em sua épocttt ê
definição.

z. Cf. GW, l, p.290-3U, no capítulo "Zur Psychoth"tup]:. d".t Hyrleilê"|


errr lÊ911
l.zii-ztz,á" uuto.iu de Freud, noi Studi'n über Hysterie' publicados
on Hysteria [e uma hnrrllelflr
com Breuer. Existe uma edição inglesa dos Studies
Estudos sobre a histeria, Rio de Janeiro, Imago, 2a ed' rev', l()llfrl'
f'}f, n
Introdução ao comentário
de Jean Hyppolite 373
que evoca as pautl: em que o sujeito desenrola ..longitudinal_
mente", para empregar o "de
terÍno Freud, as cadeias de seu
discurso, r"gordl,j-Ta,partitura
parogênico" Na reitura t"i,_rnotiv é o .,núcleo
' "r;o
dássa partituii]u.".irtercia t3721
"radialmente,,, termo oposto manifesta_se
ào precedente, e com um
proporcional à proximiduO" aumento
uliit,u processo de deci_
tração e aquela que a fornec.,"rt.à ",a
rsso a ral ponto "on"fuinao melodia central. E
9u.!.ess9 aumento,
tomado como a medida ."urirnu Ér"ü j.ãT,;".
a"r.u
f.o*imauo".
Foi nessa ."r{::i^t" ririlí"iJorerenderam encontrar a
indicação da tendencra
mecanicista de r estaria carregado o
pensamento de Freud. para captar
u ir".q'"
restriçãodámostÀs,uastanosTeãril;?ffJ.Tf
passo a passo, nos sucessivo, ,-r1",Í:F;H:::
à noção de resisrênciu, "."tur""i_'"ntos trazidos por Freud
e orde ele apresenta sua "rf""iJ;;;;
" fármuru texto em que estamos
Àui.l'l"rr.
eue nos diz Freud uri, a" iuioi riãlrãJo"ru"nda
estruturante de quarquer.evetaçao um fenômeno
àa u'".aua" no diálogo.
a dificuldade fundamertal.que Existe
L- rr:"U. encontra naquilo
tem a dizer; a mais comum que
é á que pi"irãã
espécie de di;c,o;âffi
:Li?1 lr.a
srgnltlcante que é determinada por
§ff T,lü,ffi;:,T.;
toaa cánsura de origem
A verdade pode sempre ser comunicuOà,-n".." social.
linhas. Ou seia, quem quer caso, nas entre_
dá_la an,"nJà. sempre
indicadà p.ru ia*tiaà" pode recorrer
:.:Í"li:
que a revelam, isto é,
ãrrr" ,".oade e os símbotos
"
atingir ."r, fi-^ ii,roduzindo
detiberadamente,disco^rdân"cirr;;"';;;;.pora"*criprograf num texto,
mente às impostas peta censura. ica_
0 sujeito verdadeiro, isto. é, o sujeito
procede de ouho modo do inconsciente, não
na. finguag-"í-ãã *"r.
menos decifrada pelo analist"A;; sinromas, que é
maneira cada vez mais. consistente,, i-em airigir_se a ele de
para satisfação sempre
novada de nossa experiência. re_
reconheceu no fenômeno
F.i ilil,;"m efeiro, o que esta
da transferãrilã.
o que diz o suieiro que fala, p;;-;;i. vazio que seja
discurso a princípió,
,"u .r"íã'ar'ãp-ximação que seu
O, fala em que lly ele converte.ia pienamente ali se
11"^r-y
expressa a verdade
por seus sintomas. Oeixemos
fórrnula é de um alcance ciaro Oesde já que essa
mais genéric;,;;. veremos
que o fenômeno do recarque hoje, do
pfi;;;i;ãtu_o, de inrroduzi_la.
Introdução ao comentário de Jean Hyppolite 375
3'14 Escritos

em que o sujeito chega ao


limite l'r7 rl sujeito a oportunidade de se descarregar é, propriamente falando,
Seja como for, é na medida a fala imbecil.
u *"o ài'"o'so efetuar com
do que o momento pl'mit" o ponto A resistência, diziaFreud antes da elaboração da nova tópica, 13741
o r"'^o*"no no qual F :y9 "ot mostra
;"";;;;r, e a dialética analítica' Pois
esse é essencialmente um fenômeno do eu. Entendamos o que isso
de articulação entre " '"*itiê'"i" fora do quer dizer. Isso nos permitirá, mais tarde, compreender o que
momento e esse limite equilibram-se na. emergência'
pgdl dirigir-se mais n'a{ct1; se entende da resistência, quando ela é relacionada às outras
discurso do sujeito, à;;;;;'" E essa conjuntura instâncias do sujeito.
larmente a vocês *'" "t" "tia dizendo'
sua fala' Para tornaÍ O fenômeno aqui em questão mostra uma das formas mais
'uqoi'odÊ pontuação
e pã-á*uu a' ro"çáo .de.
da imagem de que a fala puras em que o eu pode manifestar sua função na dinâmica da
,nreensível
"rr" "'"'iã,;Ji'""-;às análise. Com o que é preciso apreender qu,e o eu, tal como opera
ã'".::l#tffi;'õ u f'"'"nçu do. ouvinte'a
a telaçáo mais pura de
que o sujeito é na experiência analítica, nada tem a ver com a suposta unidade
Essa presença, que é da realidade do sujeito que a chamada psicologia geral abstrai
é tão-mais vivamente sentida
capaz paÍacom um-seÍ' t
qo"
é esse ser para ele' essa como instituída em suas "funções sintéticas". O eu de que
como tal quanto rn"rt"t'qrráifi"uOo estamos falando é absolutamente impossível de distinguir das
presenç4, momentaneam""t"
lib"ttu na extremidade dos véus
em captações imaginárias que o constituem dos pés à cabeça, tanto
no discurso comum' na medida
que a recobrem.e a Joa"m precisamente paril em sua gênese como em seu status, em sua função como em
que ele se constrtul Oit""tso do se [an]
por unlil sua atualidade, por um outro e para um outro. Em outras palavras,
esse fim, p'"to'ça é assinalada.' no discurso'
"átt'o
,,.]T":|]^l: a dialética que sustenta nossa experiência, situando-se no nível
".au conotada p9t lT
escansão ro'p""'iuul'ããúo" da minha expenenclil' mais envolvente da efrcâcia do sujeito, obriga-nos a compreender
num exemplo
angústia, como lhesãosfiei Freud a partir (lll o eu, de ponta a ponta, no movimento de alienação progressiva
que nos deu
Daí a importância da indicação em sctl em que se constitui a consciência de si na fenomenologia de
quandá o suleito se interrompe
dele, ou seja, a d" ô; tomado por tllll Hegel.
certeza d" qu" está
discurso, ,o"c' podãã ier O que quer dizer que, se vocês lidam, no momento que estamos
com o analista'
iL"*-""," relaiionado confirmada' na maioria tlttr
estudando, com o ego do sujeito, é porque são, nesse momento,
Essa indicaçã", ;;;;t u '"'ão o suporte de seu alter ego.
vezes,ao formular"; ;
suj eito u.p"tso"l1,.
::T.,::"" l:::,:;flX
o ce rcs Lembrei-lhes que um de nossos colegas, desde então curado
com aquilo que aqui
;:í:Lâ: ffi; *;e, retãcionado o es111-o.,1;^E mais' a satislilçnll
do prurido do pensamento que ainda o atormentava numa época
e, mais exatamente, """itr" o'" mitis ttu em que ele cogitava sobre as indicações da análise, tomou-se de
íntima que vocês poderão
extiair ao ouvir comentários uma desconfiança por essa verdade; aliás, o milagre da inteli-
geral e seu humor tl. 1116'
menos indelicados ,J;;;;;;ência ou a mllndlfq
gência, iluminando seu rosto, fez com que seu discurso sobre
a"'Àiu a escolha de sua mobflia as referidas indicações culminasse no anúncio da novidade de
sobre o gosto que
não basta para justificar
sutt ittit'lF=
como vocês se enfatiotaram' que a análise deveria ficar subordinada à condição primordial
o que espeÍam dessas obscrvttçÕeli
tiva, se vocês não souberem de o sujeito ter o sentimento do outro como existente.
agressivitrr*ra tkr
por ,,i,i'.*, ;"'q"" ias dão à
e a idéia, aceita É exatamente aqui que começa a questão: qual é o tipo de
alteridade pelo qual o sujeito se interessa nessa existência? Pois
é dessa mesma alteridade que o eu do sujeito participa, a tal
nos pritltrrtrllrlr * ponto que, se há um conhecimento propriamente classificatório
." nu o" ,econhecer a fórmula pela qual.introduzimos' -,
n
nosso ensino, aqui I o de o'J J'";;;il: ó,':":':,iÍ1T,1'Lill1'l['
l, ;lf ffi ,para o analista, e de natureza a satisfazer essa exigência de
;;r""d; ;; ;i-..; t :: ::i;";:il[:':11*::5ffi ,. orientação prévia que a nova técnica proclama, num tom ainda
puder falar de si com voce
--,
Introdução ao comentário de Jean Hyppolite
376 Escritos 377

Vocês são de uma qeração que pôde provar


mais fanfarrão por lhe desconhecer até mesmo o princípio' desconhecicta petos ãemàgogôr,
que essa arte é
,*-r" daquele que define em cada estrutura neurótica o setor t3751
desprender das abstrações quãnto
ô* ,í" 1a" incapazes de se
ü, pri.unutirá;ã.Àii,. Ê;;;
acessível aos álibis do ego. isso que as próprias gueÍras que elei vencem
Em suma, o qu" da resposta do sujeito ao lhe fazer só fazem gerar
contradições em que mal se tem a oportunidade
a pergunta estóreotiiada, que freqüentemente o libertará do
"rp".ámos
seus efeitos prometidos.
a" ,""onri""",
*ifôrJi" que assinalâ a vocês esse momento privilegiado da
resistênciâ, é que ele lhes mostre quem estár falando' e
com quemi . Por conseguinte, eles.se lançam impetuosamente à empreitada
de humanizar o adversário quL ,nes caiu-soU
o que constitui tão somente uma única e mesma questão'
derrota
,. gu,,urã-ruã
chegando até a peàiruo.o..o uolri.uríi.tu
'IrrÍas,
fica a critério de vocês fazê-lo entender isso' interpe- - no restabelecimento aas huÃin
colaborasse
p;;;;;;
se dará r"totiorr,' àà iiá
lando-o no lugar imaginário em que ele se situa: isso este, do jeito que anda conduzindo as
coisas, não hesita em se
ao ponto de
conforme ,o"ó. po.ru* ou não ligar o gracejo dele extraviar.
seu discurso em que sua fala houver topado' Nada disso parece_ descabido ao nos depararmos,
, nesse cami_
Assim, vocês liomologarão esse ponto como uma pontuação nho, com a nora de Freud na qualjá me àãtive
,";;;;; ;;;;;,
que
correta. E é aíque se conjuga harmoniosamente a oposição' e talvez isso esclareça com uma nova luz o que
ele pretende
da
seria desastroso sustentar e* t"t'not formais, entre a análise dizer-nos com a obsêrvação de que ,ao"r"
Oêr" irf"ii.,'íliã
resistência e a análise do material. Técnica na
qual vocês se batalh_a que às vezes se encarniçá durante
meses em torno de
uma fazenda isolada, que esta representa
formam, na prática, no chamado seminiário de supervisão' o santuário nacional
outril' de um dos combatentei, ou qu" áUrigu ,ma
Para aqueies, no entanto, que houverem aprendido uma de suas indústrias
algunt de guerra. Em outros termos, o sentião de
cuja sistemática conheço muito bem, e qu9 ainda lhe
dão uma ação defensiva
ou ofensiva não deve ser buscado no oUSetá
observarei que, certamente, não deixarão de obter umtt lue ela aparentemente
disputa com o adversário, mas, antes, ío deiignio
resposta atual ao régistrarem a agressividade do sujeito
"rÉdito, cttt
perspicácia ittr pr1" que define o adversário por sua estritégia.d" d;;il;;;
relàção a vocês, e até ao mostrarem uma certa "
O humor obsidional que se'deixa t ui. ,, morosidade
,""onh""", nela, de um modo contrastante, a "necessidadc tlc análise das defesas dariá, portanto, com-.certeza da
si o
amor". Após o que a arte de vocês verá abrir-se diante de encorajadores para os que nela se fiam,
frutos mais
não sabetnrtr se ao menos eles a
aot *ur"pt da defesa. Grande coisa! Acaso pusessem na escola da luta real.mÍnima,
"u-po confins onde a fala se demite começa o âmbi«r tla que lhes .;ri;;i;;r;
à;";". a resposta mais eficaz a uma defesa nio e tarer_lhe
uma de_
JiofO""iu, e que ela já reina ali, mesmo sem que a provoquettttlr'l monstração de força.
Logo, se vàcês levarem para aí a guena, conheçam pelo mctttn .
Neles_, com efeito, apenas, na impossibilidade de se
-{r1t.a;se
seus firincípios, e saibam- que seus limites são desconhccitlttl adstringirem às vias dialéricas ô* qrr." ãlàborou árári*,"ã
eotlltt
quunáo ela nao é compreendida, seguindo um Clausewitz' na falta de ralenro oara voltar uo u*o pu.à-"
.i-pr". ià" ,-;Ã;á";
úm particular do comércio humano' de. recorrer u ,.u to.-a pedante a"*tu
,ittima, em favor de um
"ato
Sabemàs que foi ao reconhecer, sob o nome de
guerru lttl§lr que permeiá a cultura. ô";; que
que ela exige rÉf
P:I:1?gir-o
oferecer a seus conlemporâneo, o
não deixam de
sua dialéticainterna, que este veio a formular á" p"r*u* dJH;
considerada como o piolongamento dos meios da
polítictt'^
I:r:-ljfloas qe pala suâ profissã" "rp"1á""ú
p";;;;;;oisa senão ficarem
Isso permitiu a piaticantes mais avançados na,expc,r'iêrtel! rer sempre a úttima puiu*u, que, por encon_
::r11q:": " que em ourras
moderná da guerra social, que ele prenunciou' dedrreirsm É ;T^,L:,u,,:l p.,or"g mais- de dificuldade do
corolário de que a primeira i"gtu u ôb.servar seria.nf,o tlt]l=
ditas liberais, exibem a figura ,iai*ü-ã"-errgàn.;
escapaÍ o momento em que o adversário.torna-se diÍ'crcttiê
á;;;;" - o que indicaria proceder rapidamente à diui:li:.
áUi"tlro, em jogo que funàa as bases de uma paz cqtlltelll&
Purgon, personagem de O doente imaginário,de
Moliêre, é o típico médico
Introdução ao comentário de Jean
378 Escritos Hyppolite 37g

que não compreenda q": a sugestão, que explicava tudo, se furtasse,


obcecados com a "defesa"_de qualquer um 3" por sua vez,
à explicação. Eu ficava repetindo
;;; qr. sua filha é muda'6 a seu respeito a velha brinca_
'-Nl.*, porém, eles só fazem reingressar na dialética do
eu e deira:
do outro que produz o impasse do neurótico : q:"i"1ii,:11
má vontade' E por lsso Cristóvão cctrregava Cristo,
situação sotiAaria ao pÍeconceito de sua
existe na alálise outra resistência
í"" à" ocoÍre dizer que não preconceito só pode ceder-diante
C_risto carreg(wo o mundo inteiro,
Diga-me, então: onde é que Cristóvão
senão a do analista. Pàis esse
de uma verdadeira conversão dialéti"u, ainda que ela tenha que podia firmar os pés?,'
contínuo' E nrsso que
ser fomentada no sujeito poÍ um exercício
da formação do psi- E, se Freud continua deplorando que
se Íesumem realmente tàas as condições o conceito de sugestão
tenha descambado para uma concepçào
canalista. cada vez mais relaxada, t37gl
o precon- que tão cedo não lhe permitiriu pi"u".
Fora dessa formação, continuará sempre dominante o esclarecimento do
mais estável na concepção drl fenômeno, o que ele não teria dità
ceito que encontÍou sua fórmula do usà atuat da noção de
quero apenas inferir resistência, e quanto não teria no
pitiatismo. Mas outras a haviam precedido' e mínimo incentivado nosso
seus senti- esforço de restringir tecnicamenr" ,J;d;;go?
ã-qu" n."oa haveria de pensaidisso' relembrando maneira de reintegrá-la no conjunto
De resto, nossa
na época de sua
*"n,o, diante da mais recententemente surgida grantlc
do -ouirn"nto dialético da
análise talvez seja o que nos permitirá,
do capítulo IV de seu um
iuuentrd". Extraio esse testemunho
das massas e análise do eu' Ele llll
fOglta da sugestão à prova dôs critérios da dia, fornecer uma
experiência.
escrito sobre a Psicologia T.ul é o desígnio que nos guia quando
que foi testemunha junltr
dos espantosos esforçoJ de sugestão de ^
tência no momento de transparência em que
esclarecemos a resis_
a Bernheim em 1899. eta se apresenta,
já nessa éprrtt' segundo a feliz expressão do sr. Mannoni,
"Lembro-me" , dizele, "da revolta surda que' rencial.
peta ponta transfe_
sugestão' quando s-e grititvn
eu experimentava contra a tirania da
E é por isso que a esclarecemos através
'Qu'csl re
a um^doente que não se mostrasse muito flexível: (et,tt pode ver em jogo a mesma síncope
de exemplos onde se
contre-suggestionnez'!' dialética.
oue vous faitis donc? Vous vous
ffi;"ê.-;J r;;"t.t Dizia comigo mesmo que essa.era a tttttir . Assim é que fizemos caso daquele casos com que Freud ilustra
de maneira quase acrob ática o qu"
e violênóias, que o doente tinha tothr tt Aesejo do sonho.
;;ü;" das injustiçascontra-sugestão' quando estavam totttrttttltt "ni"rá.-por
Pois, se ele o expõe paÍa cortar pela raiza àU;eçao da alteração
direito de recorrer à que o sonho sofreria por sua rememoração
lolllull
*rúgal. por artifícios de sugestão' Minha resistência
contra rr l'pltt claramente que a eraboração do sonho
no relato, evidencia_se

.-'rJg"iAu o sentido mais exãto de me insurgir só rhe interessa na medida


em que se realiza no próprio relato,
isto é, que o sonho só tem
valor para ere como vetor da fala. Tanto
que todos os fenômenos
gue ele indica, de esquecimento e
às mais insigttilit'6tl!É até melmo de dúvida, que
ignorante e formalista que atribui enorÍne importância üêm entravar o relato, devem ser interprltuào,
significantes
e que. mesmo que só persista de "o,no
:tugaz
lt, quanto a lembrança um sonho um resíduo
flutuante do gato que se subtrai

GW, il-il1,_p.522, n.l. S4 V, p.517, n.2; Science des rêves, p.427


rção dos sonhos, ãSB, IV-V, Rio de Janeiro, l*"gã, 2a ed,. rev., l,A
61. 19g7,
nando!" (N.E.)
Escritos IntroduÇão a.o comentário de Jean Hyppolite 3gl

inquietantemente diante dos olhos de Alice, isso serve apenas e podemos também confirmar, pela atualidade de suas circuns_
paia tornar mais evidente que se trata, nesse caso' do fragmento tâncias, a importância do que quÀro fazê_los entender
na fórmula:
partiAo daquilo que constitui no sonho sua ponta transferencial' o inconsciente é o discurso dó Oufo.
àu, noutras palávras, daquilo que, no dito sonho' dirige-se Pois o homem que, no ato da fala, reparte com seu
semelhante
diretamente ao analista. No caso, por intermédio do termo o pão da verdade, partilha a mentira.
"canal", único vestígio subsistente do sonho, isto é' por um Mas, basta dizer isso? E poderia a fala aí retraída não
se
sorriso, mas um sorriso impertinente de mulher, com
o qual extinguir diante do ser-para-a_morte, depois de se haver
dele
aquela a quem Freud se dera o trabalho de Íazer saborear sua aproximado num nível em que somente o chiste ainda
é viavet
teària do Witz açolhe sua homenagem, e que se ttadtz na frase sendo que as aparências de seriedade para responder
à sua
qu" a história divertida que, a convite de Freud' ela gravidade já não funcionavam senão como hipocrisia?
"n""rru
associa ao termo 'ocanal": "Do sublime ao ridículo
há apenas Assim, a morte nos traz a questão daquilo que nega
o discurso,
um passo." bem como de saber se é ela que introduz neste a negação. pois
Do rn"r*o modo, no exemplo de esquecimento de um nomc a negatividade do discurso, na medida em que
fu, o qr"
que antes tomamos literalmente como o primeiro a surgire nit não está ali, remete-nos à questão de saber o que "iirti.
o não_ser, que t3801
isicopatologia da vida cotidianc, pudemos apreender quc it se manifesta na ordem simbólica, deve à realidade
Aa morte.
lttr
impossibilidãde de Freud de evocar o nome de Signorelli' Assim é que o eixo dos pólos em que se orientava u_ p.lrrrài.o
diáiogo mantido com o colega que era então seu companhcirtr da fala, cuja imagem primordial é o material dâ téssera
:am-po
de vúgem, correspondeu ao fato de que, ao censurar em stlll (onde encontramos a etimologla do símbolo),
é aqui atravessado
anterior com esse homem tudo o que os ditos delc lltc por uma dimensão secundária não recalcadu, rnã, necessaria_
"onr".iu tanto por seu conteúdo quanto pelas lembrattçttr
sugeriam
- Tlente um engodo. Ora, é dela que surge, com o não_ser, a
quã lh" vinham em cortejo sobre a relação do homem c tkt definição da realidade.
-
médicocomamorte,ouseja,comomestresenhorabstllttltt. Desse modo, já vemos saltar o cimento com que
a chamada
H"rr, sigror, Freud literalmente abandonara em seu parcclt'u' nova técnica costuma tapar suas fissuras, qual seja,
u* r""urao,
ntirtcriÊl
afastara áe si, portanto, a metade partida (no sentido mais desprovido de qualquer crttica, à relação óom o real.
do termo, entenda-se) da espada da fala, e por algum tcllllxlr Pareceu-me impossível fazer melhor, para que
vocês soubes_
exatamente aquele em que continuou a se dirigir ao dittl llitl(ciftt. sem que essa crítica é absolutamente consubsiancial
ao pensa_
não mais pudãra dispor desse termo como material signil'icrtnlêr mento de Freud, do que confiar a demonstração disso uo
,i. J"u,
po. ligado à significação recalcada ainda rrruir tl§ que não apenas irustra este seminiário com o
- lYnnolite, interesse
fl:: u"* lhe
"ontinuu,
o tema da obra cu3o autoi se traiava de encontrar em Sigrr,t'ellli trazer, mas que, por sua presença, é para vocês
ou seja, o afresco do Anticristo em orvieto, só faziit lrirlrrl* lo-g!9 um garante de que eu não me perca em minhà dialética.
sob forma das mais manifestas, embora apocalíptica'
csst'tkt6p Pedi-lhe que comentasse de Freud um texto muito curto,
mas
nio, mestria da morte. , por se situar em 1925, isto é, bem mais adiante no desen_
Ídt:ll
Mas será possível nos contentamos aqui em falar
(lLr rimento do pensamento de Freud, já que é posterior
aos
prcscttle'
Sem dúvida, podemos garantir-nos que ele está textos sobre a nova tópica,10 leva_nós uo airr" da
nova
simples sobreàeterminações que Freud nos fornecc tkr Ie t levantada por nosso exame da resistência. Refiro_me
ao
sobre a denegação.

g.Esseexemplorealmenteinauguraolivro,GW,IV'p5-12'/'rt'r'ltr{*tft
de la vie quoiidirnnr, p.l-8 $ãbre a psicopatologia-tlu viltt r'rilhll#li consagrar o ano que se seguiu ao texto intitulado para_além do
J(:*..
VI, Rio de Janeiro, lmago,2a ed. rev', 1987 ' p'19-241 lcípio do prazer.
O sr. Jean Hyppolite, ao se encÍIlregar desse texto, desobri- Resposta ao comentário t3811
ga-me de um exercício em que minha competência está longe
ãe alcançar a sua. Agradeço-lhe por haver aceito meu pedido e
de Jean Hyppolite
lhe passo a palavra sobre a Verneinung." sobre a "Verneinung,' de Freud

Espero que a gratidãoque todos experimentamos


pela gentileza
que nos fez sr. Jean Hyppolite, com
sua lumino's; ;ff;r-içã"
possajustificar aos olhos de vocês,
não menos do que aos dele,
espero, a insistência que empenhei
em lhe rogar que a fizesse.
Não estará demonstrado a?, mais u^i
i"r,que, ao propor ao
espírito menos prevenido, ainda que
a"""rtà não o menos tarim_
bado, o rexto de Freud que eu diria
;;;;
na aparência, nele encontramos essa riqueza
inreresse
mais local,
inesgotável de
significações que o oferece po. a"rtiruçàã
à disciplina doco_
mentiírio? Não um desses textos bidimensionais,
infinitamente
ítd;;t à ; ;;
planos, como dizem
;íH.,.ff .ff§ilil:: L*T-'1T"ffi:hf fJ
uma fala, na medida em que ela constitui
uma nova emergência
da verdade.
Se convém aplicar a esse tipo de
texto todos os recursos de
apenas,."oTo vocês rêm aqui o
[:::ij::i^'_"i:i:,-.
interrogá-lo sobre suas r.elações """*nü
crítica histórica ou liteirária "o-
r .de
uqr"i" ffi;;;";'rd;
cujo vàlor de ..resistência,,
ve saltar aos olhos de um psicanalista
formado, mas, antes,
ra fazê-lo responder às perguntas que
ele formula a nós
, pata tÍatá-lo como uma fala verdadeira, diríamos, se
ssemos nossos próprios termos,
em seu varor de trans-
Isso, é claro, supõe que o interpretemos.
Haverá, com efeito,
rlhor método crítico áo qu" ,qu"l"
que aplica à compreensão
rma mensagem os princípios mesmos
de compreensãã de que
se faz veículo? Esse é ô modo ,nul,
.u"iorul de comprovar
autenticidade.
fala plena, com efeito, define-se por
sua identidade com
l de que fala. E esse texto de Freud
11. Leremos o discurso do sr. Hyppolite como apêndice deste vrtltttnc, Ril ro, fo_""" um luminoso
Resposta ao comenttirio de Jean
Hyppolite 3g5

exemplo disso, confirmando nossa tese do caráter transpsicoló-


t3tt2l Ora, não nodem3l deixar de-nos
gi"o ào campo psicanalítico, como o sr' Jean Hyppolite acaba transparece constantemente,
impressionar com o
pr"ra,
que t3831
na obra de de uma proximi_
áe lhes dizer em termos apropriados' dade desses problemas, a qual permite pensar que as repetidas
Eis por que os textos de Freud revelam ter, no final das
contas' referências às doutrinas pré_socráticas
psicanalista' ao habituá-lo' não fazem o simples
u* r"rdudóiro valor formativo para o testemunho de um uso discreto
de notas de leitura (que aliás
nós o ensinamos expressamente a9 seria contrário à reserva quase
como ele deve estar
- experiência não
-'
é mais mistificante que Freud observa
exercício de um registro fora do qual sua na manifestação de sua imensa
cultura), .u, à"
nada. propriamente metafísica de problema. ,_" ;O;;;;;
po. atualizados.
Pois não se trata de nada menos do que sua adequação
ao
O que Freud designa aqui por afetià, "t"
pense o que pensar porranto, não tem, se
nível do homem no qual ele se apreende, - e- é que voltar a isso ápre"i*o, nuoul-r"i'"o.
ao qual ele é chamaào a responder, queira o que quiser - desse termo os defensores da
o uso que fazem
nova psicanálise, ao se servirem
páf" q""f assume, haja o qo" hoo'"t, a responsabilidade' Isso é dele como de uma qualitas orrulto'frilãtogi"u
àir". qu" ele não está livre para se furtar a tal por um recurso essa vivência, cujo ouro sutil,
para designar
tipo".itu à sua qualificação médica e uma referência indetermi- a lhôs darmos ouvidos, seria
fornecido apenas pela decantaçáo
nada aos fundamentos da clínica. Arurnu ufquimia superior, mas
cuja busca, quando os vemos ofegar
É que o new deal psicanalítico mostra mais de uma cara;
na diante de suas formas mais
de modo quc' tolas, evoca somente a suspeita
OIe uma liga pouco nobre.
uerdaàe, ele a modifiôa segundo os interlocuiores,
O afetivo, nesse texto de Freud,
passado algum tempo, ele tem tantas que lhe sucede ser apanhacltr é coicebido como aquilo
que, de uma simborização primordáI,
à. r"r, próprios álibis, fiar-se ele mesmo neles, ou encontrar-se mesmo na estruturacão discursiva.
c;;;erva seus efeitos até
neles por engano. Essa estruturação, dita ainda
quanto uJ qo" acabamos de ouvir, quero apenas indicar-lhctl intelectual, é próprià para tradazir
sob a forma de desconheci_
concrclllx' mento o que essa primeira simborização
hoje-as vias que isso abre para nossas investigações mais deveà morte.
b .t. Hyppolite, por sua análise, fez-nos transpor a esptície Somos assim levados a uma espécie
de interseção do simbólico
de nível no sujeito' tln e do real, que podemos.dizer imediata,
de desfiladeiro, marcado pela diferença na meOiaa em que ela
simbólica da negação em relação à Beiahung' lirle opera sem intermediário imaginário,
_uÁ qo" se mediatiza, ainda
".iuçao do símbolo, ressaltou ele, deve ser'concebida colll(' tllll ig.ry qr" ."- ,Lr"ga, PEru
criaçao
*orn"nto mítico, mais do que como um momento genétictl' l'rllr
:5,9:j'::T_*"^,'-:b.
pxcluído no primeiro T,
tempo aa si_uoriruçà;.'""''
pero que rol
foi
nãopodemossequerrelaci.oná-lacomaconstituiçãodclrtlt|eltl1
tt tÉÍ1 #'f:,::T:*lp:1" acessíveis, *rúua" sua aridez, por
uma vez que ela concerne a uma relação do sujeito colll ) o que condensam do uso, no qual
vocés têm a gentileza de
e não do sujeito com o mundo. seguir,,das categorias do simbóiico,
ao i*àginario e do real.
Assim, Freud, nesse curto texto, como na totalidatlc rle l€l Quero dar-lhes uma idéia aos lugares f;;, cuja chave é o
rle erl*
obra, mostra-se muito à frente de sua época e bem longe há pouco de desfiladeirã qr"
da reflexão I'ilorôfl§& ?,^.-lT"i
em falta com os aspectos mais recentes Para tanto, extrairei de dois "frr'A"finem.
dois exemplos
Nao qu" ele se anteiipe em nada ao _moderno desenvolvimeü§ "u*por-ã1f".ã,es
do. que
do pensamento sobreã existência. Mas o citado ponrlilltrcôfti
:L.,":::i:T::'^: l:.Tiro, psicàpatolOgi"*
:er sobre as estruturas ^",
".*,-ro.*uras podem
ao
up"nu. o aparato que detecta em alguns, e recobrc, ettt rül# fazer compreender nu roÀogrriiu, mesmo
o ,ãgunoã, do que elas
ãi mais ou menos bem compreenditkrn dê n compreender da clínica psicóterápic,
"on,tugãlpes ãá.riJ;;;,
meditação sobre o ser que vem contestar toda a tradiçi1o tle recem quanto à teoria da técnica. ","r"
I

p"nru."r,o como saídà de uma confusão primor4i.l rl' r€f oa. arucinação. Seguramente,
ente. ,T#:[:j11,::T:.,1r^1':i:
mpossível superestimar a amplitude
arã".rJ"""_à"a
1384]
ür?
Resposta ao comentário de Jean
Hyppolite 3g7

pela abordagem dita Poi*-.u configuração estrutural,


se produziu na formulação desse problema -- nesse artigo, tal como o
Hyppolite acaba de expricitá-ra âiuri" sr.
fenomenológica
-- de seus dados' de vocês, reva_nos de
for o progresso aqui efetuado' o problema da imediato, se soubermos.ouvi_lo,
úur, seja"qual pu.u_uú. da conversão que
dr;i;;;t" n"* pot issó acha-se menos centrado nos atributos evocamos como necessária.
E é com essa conversão que tentarei
teoria do pensa- acostumá-los ao analisar um
da conüiência dó que antes. Estorvo para uma exemplo ord" qr"ro qr"-"à"C-,
sua certeza e' sintam a promessa de uma r""on.-ri',úàá
mento que buscava na consciência a garantia de rearmente científica
da
como tál, situada na origem da hipótese dessa contrafação
dos dados do problema. da qual
o nome de
;;ú;;;õ;os juntos os arrífices,
consciência que a gente entende como pode sob
desde que encontremos para
apreendê_lo c
até hoje
epifenômeno, e ,orum"nte e mais do que nunca
a título
ser submetida
de se furtaram a ,riàir"tiuu ;"iíil;;;r,âff:"'que
Nãg preciso, para enconfar esse
fànômeno da consciência que a alucinação vem a , exempro, ir arém da retomada
ver seu sentido ren- daquele que se ofereceu a nós
a i"àuçao fenomenológica: no que cremos na tt
momento significativo.da análise
i^i
i"r,para interrogar um
á".-r" ã t ituraçao das-formas Componentes de sua intenciona- do ..Hoàem dos Lobos,,.2
Acho que ainda está presente
lidade. * ,uá"*".ória a alucinação
Não há exemplo mais espantoso de tal método do
que as cujo.vestrgio o sujeito encontra
nit
u l"*Urunçu. Ela surgiu
erraticamente em seu quinto "orn
páginas dedicadas à alucinação por Maurice Merleau-Ponty uno a, uiau, ã..i_ como na ilusão,
p"rrupçdo' úut ot limites da autonomia tlit cuja falsidade seria demonstrada,
Fíno*nnotogia"queda de játé-ia contaao a Freud. o
cãnsciência etã apràenae tão admiravelmente no próprirr exame desse fenômeno se tornará
pãra nós mais leve pelo que
o caminho conhecemos de seu contexto. pois
f"nôm"no são por demàis sutis de manejar para barrar não é de fatos acumulados
em que câclll que pode surgir uma luz,
da simplificuçào g.os.eira da noese alucinatória mas a" ,.n futo bem relatado,
com
as noçõer todas as suas correlacões, isto
os psióanali.iu, utuul-ente, utilizando às avessas é, u;;;as que, na impossi_
do prâztrr bitidade,de compreera.r'. iá,ã, "o;
i."uaiuttut para motivar numa irrupção do princípio
tl
salvo pela inrcrvencão do gênio
ü;;## o esquecemos _
consciênciá alucinada.
1

que o noertltt rlâ *TJl" q*;;enos justamente, já


Seria fácil demais, no entanto, objetar a isso suas
seu conletitltl' , Esse ::_1'S1,.:^"y 1" o"g1,""",,;;;;",
contexto, vocês já soruções.
alucinação, aquilo a que se chamaria vulgarmente têm nos o;;"rd.lr::1J""""t;."
de fato mostra apenas a mais contingente relação
colll tllllt Ipresentou à análise, Freud pareceprogredir de
a prcpltrll§âtf resa êm
iu",,rêeâ srrr6í^^^ pois
-:,r?r,quais
satisfação qualquêr do sujeito' Por conseguinte' em surpresa. é claro que ele nãà tinha à
on"isciência
que elit ir1 tl*l ,"lTrl"-1,:,:,..
i"ro*ànorOglca ao problãma permite entrever neo-prarican1". o fUn".iu*"nro do
tem valor, a[ui, senaà para enunciar os termos
de uma vcnlnrlelül ) corno princípio da análise. Aliás, ""1""r.
é *^.a.obs"iu"çã;
conversão dã questao, ou seja, saber se a noese
do l'crr(1tttcfrÉ d;
r. yr,o1"'"o,i,a.io, ou sej a, o
que preferiria renunciar uo "
,Xt:'*:r::,T"T:::T: :"1n"
-- alguma relação necessária com seu noema' do tlitt t
tem
: desconhecer as mais ínfimâs
irt"i.o"#'í"
B áã"i que o artigo de Freud posto na ordem "qultrurió
o pell§nl ú,i";hrá;des de "".:rft:
um caso
seu lugar áe apontar à nossa atenção o quanto
arcontestasse. O que equivale
a dizer Que, se a soma da t3861
nas icléittri nt
freudialno é mais estruturalista do que se admite destacm urgrrur' formas gerais,
Pois s" falseia o sentido do princípio do prazer ao tlest't
::fi:l ::.1í-,1:, f"rmire
análise só progride do parricular
p".iã'piri;;ffi: étrrars'

que, na teoria, ele nunca é formulado sozinho' u"i,--.Ãã u. .,,p,e.us


i, ""i.JT::"^l
por menos *^o_T::*;
que vocês se "u.o.
lembrem não
de
apenas do que veio

1. Como exemplo desse simplismo, podemos indicar


tt lcllllrlll{r lk
o uso quc trle lrtr lli' ;ããl
§uorror" no Congresso de Psiquiatria de 1950 e [História de uma neurose infantit, ESB,
XVII, Rio de
frun"u,o"'te no'ut a emoção aluoinatltl
ãs fins, desta rofão
Resposta ao comenÍário de Jean Hyppotite 3g9
388 Escritos

a esse respeito
fiz sobre sua existência, mas foi exatamente como se ela nunca
comentário que
à luz da última vez, mas do plenamente em houvesse existido."T
;;*"tt" ano de meu seminário'3 situam-se
do processo .Algumas páginas antes, ou seja, logo depois de haver deter_
,ãtã" q""t*" de hoje' Á saber' a " intelectualizaçáo" a mi.nldo a situação histórica desse processo na biologia
do recalque' malgrado de seu
analítico, de um lado, e u ãu'"t"t'ção sujeito, Freud concruíra distinguindà-o expressamente
do recar-
de outro'
conscientização do recalcado' experiência' que, nos seguintes termos: Eine Verdrtingung ist
etwas anderes
É assim qo"r,"ooili' "lu lnn"*i'el inflexão àem seu com- als eine Verwerfung.t O ql", na traduçãó frãr""ru, e_ro,
que, embora o sujeito tenha manifestado
up.L_
genital' sentado nestes termos: ..Um recalque é algo diferente
realidade de'um
portamento u. u"""ol ;"ião-s;
"oÃo,u audácia' à
juízo que rejeita e escolhe.,, Deixô a critéiio de
morta pafa Seu inconsciente, onde vocês jrfÀ*
esta peÍmaneceu como letra que tipo de malefício é preciso admitir no destino
dadã ãos
;;"';;õ; a "teoÍia sexua,l" da fase anal' textos de Freud em francês, se nos recusarmos a crer que
Desse fenômeno, Freud discerne
a tazáo no fato de que a os
tradutores combinaram entre si torná_los incompreensíveii,
posição feminina f"to 'oj"ito' na captação imaginária falar do que acrescenta a esse efeito a compieta extinção
sem
"tt;;;á;
do ffauma pri*o'o'ai 1^oíse'!a'
aquele cuja historicidade dá
à
vivacidade de seu estilo.
da

.àm,nicuçaãoo"u,J'Ji!ffi
aceitar a realidade genital sem
"*:l:"1J.'J:ili;"'fr:fi
fa ameaça' o il:l O processo de que se trata aqui sob o nome de Verwerfung,
e que não tenho notícia de que algum dia tenha sido objeio já
para ele, da castração' um comentário um pouquinho consistente na literatura
do fenômeno é muito mais aiarítica,
Porém o que ele ái' au naítreza situa-se muito precisamente num dos tempos que sr.
Hyppolite
de um- recalque (Verdrtingung)'
notável. Não se trata, diz-nos' acaba de destacar para vocês na dialética da verneinurgi
t àtu-r"
pois o recalque õ;;;t distinguido do retorno do recalcad«r exatamente do que se opõe à Bejahung primária e consãtui
"ãt nao pode falar' ele o grita por como
pelo qual aquilo d" q;; t sujeito tal.aquilo-que é expulso. Como vocês càmprovarão por um
sinal
todos os Poros de seu ser' cuja evidência os surpreenderá. pois é uquiqo" nos encontramos
esse sujeito nada queria sahtr
Da castração, diz-nos Freud' no ponto em que os deixei da última vez, e que nos
será muito
i-hr.nichts wissen wolte irrt
no sentid'o ao - "'' uo'
"'oúu" E' para designar esse processo' elc
mais fácil de transpor depois do que acabamoi de aprender
o discurso do sr. Hyppolite.
com
Sinne der V"'a'aniuns'a
o.q'ut propôremos' pensantltt
emprega o termo vi*ii'f""i'iutu - Irei adiante, portanto, sem que os mais apaixonados pela idéia
bem, o te.mo "s"pre'"eo* l'à'onchement)'s quando Freud tlilr
de desenvolvimento, se ainda há algum deles aqui, porruÀ
simbólica- Pois' -me a data tardia do fenômeno, uma vez que o
Seu efeito e u*u-uUotiçãà sr.
(acrescentando: "ltrtrl :ite lhes mostrou de maneira admirável que é miticamente
"Er verwadsie. ele suprimiu a,castração"
btieb auf ar* sto"'ii""it des
Verkeirs im \fter' e permancccü Freud o descreve como primordial.
ele continua: "Não se pode
rlireÍ AVerwerfung, portanto, corta pela raiz qualquer manifestação
no statu quo do*itã ""ãr;í'
formulado nenhunr 'ittíLtl ordem simbólica, isto é, daBejahung quàFràd enuncia
por isso que tenha sia" pt"ó'i"Àente como
processo primário em que o juízo atributivo
se enraíza, e que
[o é outra coisa senão a condição primordial para que,
do real, t3881
ma coisa venha se oferecer à revelação to a"., ou, para
:. Ou seja' em 1951-52'
p'389 [ESB' XVU' regar a linguagem de Heidegger, seja deixado_ser. pois
4. GW,XII, p.l17; Cinqpsychanalyses' é
termo' traduzilo por "foraclusno" ltlÉr}
s. Sabe-se que, pesando *;il;;; inl"iut u que Lacan se relctc c r"'#
leceu, por intervenção *t;;:'iô
;'t"
retiratla' rrrhtrr;§
chement:supressão, fo" p'*" de um todo)' Idem.
"li*;;à:;;;"
diminuição. (N.E.)l XVII]'
6. GW,XII, p.117; Cinqpsychanalyses'p'389 [ESB'
390 Escritos Resposta ao comentá.rio de Jean Hyppolite 3g1

justamente a esse ponto recuado que Freud nos leva' uma vez wie man sieht, wieder eine Frage des
Aussen und Innen.,.Trata_se
que é só depois dele que se poderá encontrar o que quer
que novamente, como se vê, de uma questão
do fora Oo O"nià.,;
Em que momento, de fato, ,rrg" "
seja como ente. irasef _ primeiro houve
Tal é a afirmação inaugural, que já não pode ser renovada a expulsão primária, isto é, õ rear"rrocomo
externo ao sujeito.
pois é Depois, no interior da. representaçao
senão através das formas veladal da fala inconsciente' çiorstellung), constituída
permite pela reprodução (imagin átria) d.apàr""pçào
somente pela negação da negação que o discurso humano primiária, a discrimi_
nação da realidade como aquilo qu",
voltar a ela. áo objeto ;;;;;;;r."ü;
Mas, com o que não foi deixado ser nessa Beiahung'
o qto.e pnmána-, não apenas é instauradà
.*r.r"nte pelo sujeito,
que o sujeito assim mas pode ser reencontrado (wiedergefunden)
"orno
então advém? Frãud nos disse inicialmente: o no lug.ar
suprimiu (verworfen) da abertura para o ser, dizíamos' não será pode apoderar-se dele_ É somente
,lrr" q* a operação, "nd;;;;
por mais
desenc.adeada que seja pelo princípio
reãncontrado em sua história, se designarmos por esse
nome o ào-prrr"r, escapa
domínio. Mas, nessa .eàiaud" qrá á a seu
lugar onde o recalcado vem a teapaÍecer' É que peço-lhes ,ri"ito tem qr"-;".;;;
- não ter a
por segundo a gama bem temperada de
qu'e notem como é impressionante essa fórmula' seus objetos, o'."uf,-"ãto
suprimido da simbolizaçãô primordial, já
à"no. ambigüidade o sujeito não quererá " saber nada dissrt está presente. pode_
-
no sentido io recalque". Pois, com efeito, para que ele
tivesse ríamosaté dizer que falasozinho. f
o *ui"ito pode vê_lo emergir
dela sob a forma de uma coisu qo"
que conhecê-lo nesse sentido, seria preciso que isso' de
algum de ser um objeto
que o satisfaça, e que só da maneira "rta't,onge
modo, tivesse vindo à luz pela simbolização primordial' Mais mais incongruente concerne
vocês
à sua intencionalidade atual:^é u ufo"iruçao,
uma vez, porém, que aconteie com isso? O que acontece' como algo que se
diferencia radicalmente do fenôm"no
podem uir, o qu" não veio à luz d'o simbólico aparece no reul ' i-n',"rpr"tativo. Coisa da
qual vemos aqui, sob a pena de Freud,
itrl; o testemunho transcrito
Porque é assim que se deve compreender a Einbeziehung tal,como ditado pelo sujeito.
Ich, aintrodução no sujeito, e a Austossung aus dem lch' tt
O sujeito lhe conta, com efeito, ..quando
rcitl' tinha cinco
expulsão p*u io.u do sujeito' É esta última que constitui,o
QUê,
anos, estava brincando no jardim ao
lado dà sua auAa iàÃá
na medida em que ele é o domínio do que subsiste fora
tltt
entalhes na casca de uma dás nogueira, "
1"u.;o papel conhecemos
simbolização. E é por isso que a castração, aqui suprimida
pcht
.::^'T::l rte, obseivou, "urn
*o3"ito dos próprios limites ào possível, ma's igualmente
subtrttÍ :T ?::"f
vel, qu.e havia cortado seu dedo .iri_ã
terror inexprimí_

da, por issà, áas possibilidadãs da fala, vai aparecer no rr':tll'


"orn
;ffi#:;
G;';a"á
r1be), e que esse dedo estava preso apenas
erraiicamente, isto ê, em relações de resistência sem
transferêttclE #1"*1];,:t"_f"
pele. Ele não sentiu nenhuma dor, porJm
uma grande
diríamos, para retomar a metáfora de que nos servimtls
há Íade. Não reve coragem de dizer
-pouco, como uma pontuação sem texto'
.
que esmva apenas a alguns passos " d;;;;, que fosse à
Oetel Aeiiou_se cair
Pois o real não espera e não espera nomeadamente
o su'ieilo' banco e_assim permanecét, inàapaz
a" ürç* outro olhar
já que nada espera Oa fata. Mas està ali, idêntico à sua existÔttt:lEt o dedo. No fim, acalmou_se, olhãu bem para
o dedo e _
*fào ora" tuáo se pode ouvir, e prestes a submergir colll i'eul m. só! ele eshva perfeitamente intacto.í
- Frgud a preocupação
nelg
àstrondos o que o'princípio de rãalidade" constrói 1rh,1 ?:t-:r.1 de nos confirmar, com seu
juízo de exislêtttlll :nipulo habitual, através de iodas
nome de mundo extãrno. I.to porque, se o u, ,"r*rár"ias temáticas e
funciona mesmo como o entãndémos no mito freutlittttri, Ü
t3901
correlações biográficas.que exffai
do sujeito por meio da
justamente às custas de um mundo do qual a astúcia tlrr ttt/E ciação,-toda aiqaeza simbórica ao
.ot"#o ulucinado. Mas,
retirou duas vezes sua Parte' Ento a nós, não nos deixemos fascinar por
ela.
Nãoháoutrovalorud*,"o-efeito,àreiteraçãotl[tlivlr*i As correlações do fenômeno nos
l'jt ítâ mais, quanto ao
entre o fora e o dentro articulada pela frase de Freutl: "nsirãiil
nos interessa, do que o relato que o subm;"; ;;i;#
Resposta ao comentário de Jean Hyppolite

A própria maneira como Freud chega a explicar essa ilusão


se dobre a
discurso' Que seu conteúdo da lembrança, ou seja, pelo fato de o sujeito haver contado em
de transmissibilidade do os temas
ut9 u *. confundir com
q* -á"ã"*o.1"'u1:1,::a várias ocasiões o episódio da compra feita por um tio, a seu
este tão facilmente, "tt"g"" questão' que se
;;',"i;"^;;-ãu po"'iu' pedido, de um canivete de bolso, enquanto sua irmã ganhara um
num
qu" talvez'exija ser reformulada
formula prontamente' ãu' saída' que livro, só reterá nossa atenção pelo que implica da função da
d;;;j".pàt tuuqmos' logo de lembrança encobridora.
sesundo tempo,
'"-
u ítiuçao simples não é
suficiente aqur' Outro aspecto do movimento da rememoração parece-nos
;;ú ô e11ódio um fato que de
Na verdade, u*'"**"ã'" pelo contrário:
convergir para a idéia que iremos enunciar. É a correção que o
à sua compreellão' antes sujeito faz secundariamente, ou seja, a de que a nogueira de que
modo algum é necessário
é a impossibilidade "üilil-;
*.f*"* falar dele naquele
re- se trata no relato, e que não nos é menos familiar do que a ele
uma inversão da dificuldade
momento. Há nisso, oU'á*"-t"' que analisamos
quando ele evoca sua presença no sonho de angústia
-
que é,
oexmnome de certa maneira, a peça mestra do material desse caso
lacionadaco*o "u" áã "1q'i""i*"nto é

há pouco. Lá, o sujeitã


Oãiã. O" dispor-do sisnificantel aqui' pára sem dúvida trazida para este de outro lugar, isto é, de uma -,
outra
e itto' íponto de não Poder
diante da estranhez" ilti;;if*"ào' mesmo sob a forma
lembrança de alucinação em que é da própria árvore que ele faz
q:'í" brotar sangue.
comunicar o tentim"'iá "*p"'i*enta'-T)m mais apropriada
a seu alcance a pessoa Não nos indica esse conjunto, num caúúer como que extra-
de um apelo, embo'ui""t'u
pru oorito: sua amada Nania' do termo
temporal da rememoração, alguma coisa como o selo de origem
Longe disso, se ";ãt ;"-p"rmitem a familiaridade do que é rememorado?
ele dá um pio; o que
da gíria,por seu 'não E acaso não encontramos nesse caráter algo, não idêntico,
';ü"*tãtsivo' a idéia de que "u" Í:l-",11:
descreve sobre sua;;"ã;"ü;re mas que poderíamos dizer complementar ao que se produz no
se afunda' mas numa especre
numa posição o" i*ãüliúde"que ter poáido contar as voltas
famoso sentimento do déjà vu, qu,e, desde que passou a constituir
de funil temporal A" ánã" '"tot'u '"'n superfícic a cruz dos psicólogos, nem por isso foi esclarecido, apesar do
e sem-que seu retorno à
de sua descida e sua subida' em nada a seu esforço'
número de explicações que recebeu, e as quais não é por acaso
do tempo comum t"'ittã"ã'i*pondiào de manetritre'encontra-se
nem por gosto pela erudição que Freud relembra no artigo de
o traço a" *otit'àã ãt"ttoii'uoo neste' e relatado p.r que falávamos há pouco?
notável num ouúJ #"';"^;;" ""r9"q9 ocasional'e Poderíamos dizer que o sentimento do déjàvuvemao encontro
Freud a propósito d;;; "ã*"tpona"nte. de mostrar correlaçircr da alucinação enática, que é o eco imaginário que surge como
a"*ará
o traço ao uti"'fftJôãtJ "ã" resposta a um ponto da realidade que pertence ao limite onde
sisnificativas' r^--^- atuais cryr quc
o+rrqic em orJc sr
se ele foi suprimido do simbólico.
"'"ü;;;; Jn*to,'t'a-tu'' com efeito' nas
formas
Isso quer dizer que o sentimento de irrealidade é exatamente
no momcrrlrr
produz u r"*"*o'uiãã' Vo"ct sabem que o sujeito'
o mesmo fenômeno que o sentimento de realidade, se designar-
ô,1" .;a o havia ":1t1,1:':"'
13921
de iniciar ."u ,",u,ã]iopã- úi.*ir" §fl mos por esse termo o "clique" que assinala o ressurgimento,
pargc.eu a Freud que mereclit
que esse aspecto ao f""ôrn"rto
obj:lo de um dos textos tlttr raro de obter, de uma lembrança esquecida. O que faz com que
considerado t p"t'"""t"1;;;-à o segundo seja sentido como tal é que ele se produz no interior
programa'
constituem este ano nosso do texto simbólico que constitui o registro da rememoração, ao
passo que o primeiro corresponde às formas imemoriais que
-...-..-..-..--.-cr.*Ü*t'u'sse
wâhrend der psyclt, ntte' apaÍecem no palimpsesto do imaginário, quando o texto, ao se
n reconnaissance ("déjà raconté") ingrcs., ( i rrr
o"át o ft:rl.
p.rzz. Trad. lnterromper, desnuda o suporte da reminiscência.
rvrischen Arbeit., . "it*io,' no trulrtrrr0rrhr Só é preciso, para compreender isso na teoria freudiana,
";:I.i.
r"'connai'san'e 1iéià racontéy
íoprrr,Í1.334-414.üói";'';;;" Janeiro' Imago' 13 ed'l'
psicanalítico", rsr' iiir' nio
de o[tendê-la até o fim, pois, se nela toda representação vale apenas
to. É o artigo citado há Pouco'
Resposta ao comentário de Jean Hyppolite
394 Escritos 395

recorrência não Detenho-me nestâs indicações, que retomaremos


pelo que reproduz da percepção- primeira' tal num trabalho
observação já clínico, para dar um segundã exemplo que pOe
pode deter-se nesta ,"nao u iitutô mitico' Essa colocações de hoje.
à prova nossas
dias' o
i"ÀL Platão à idéia eterna; e preside' em nossos
".u
renascimento do arquétipo' Quanto a nós' contentaÍ-nos-emos
simbólicas que a Esse exemplo concerne a um outro modo
à- ob.".uu, que é ápenàs pelas articulaçõesadquire seu caráter
de interferência
o simbólico e o real, não, desta vez, sofrido pd" entre
enredam a um mundointeiro que a percepção por ele atuado. Trata-se do modo de reação ú";;;,-;;;
de realidade qu" ," ,í"rigrr-rã
menos convln- técnica pelo nome de acting ouÍ, nem
Mas o sujeito não experimenta um sentimento r"àp." bem delimitando
seu sentido; e veremos que nossas consideraçõ".
cente ao esbarrar no símbolo que originalmente suprimiu de sua
propícias
d" h.f;;
símbolo entra no imaginário' a renovar sua noção.
Bejahung.Pois nem por isso ãsse O acting out que
existe propriamente; _ por ser aparentemente de
Ele constitui, diz-nos Freud, aquilo que não tão.pouca conseqüência"*amin*"*os,
ptr1 o sujeitá quanto â alucinação que
tal que ek-siste, pois nada existe senão sobre um
acaba de nos reter, nem por isso é"meno,
"-à "o*o
suposto fundo dã ausência' Nada existe
senão na medida em quc
deverá permitir-nos ir tào longe, O poryue
d"rnor.trutivo. se não
o autor de quem o
não existe. tomamos emprestado não_exibe o poAôr
exemplo' o de investigaçà" ; ;
Do mesmo modo, é isso que aparece em nosso penetração divinatória de Freud, pórqr",
conteúdo da alucinação, tão maciçamente
simbólico' deve sett "
instrução, logo nos faltará material. ' -' paratirar ãele maior
)

fato de não existir para o sujeito' Cotrt


;;;;;t-"*o ,o ,"u1 ao este continuou fixado' em seu incotls
Com efeito, ele é relatado por Ernst Kris,
autor cuja impor_
i'"iro, tudo indica que tância no entanto reside iur", part" ao triunvirato que se
ciente, numa posição feminina imaginária
que tira todo o sentitkr encÍrrregou de dar ao.new"deal da piicologia
do ego *", ,iu,u.
de sua mutilação alucinatória' de algum modo oficial, e até *"r-o purru.?o*o
qualll(l sendo a cabeça
Na ordem simbólica, os vazios são tão significativos pensante desta.
Freud hoje' que é a hiâncirt Nem por isso ele nos
os cheios; realmente parece, ao ouvir dá uma fórmula mais segura, e os
passo de todo o setl
de um vazio que cãnstitui o primeiro preceito.s técnicos que esse exemplo
pretensamente ilustra, no
movimento dialético. Fig. _.P9" psychology ana intórpretation in pry"t o*uíyti"
É justamente isso que explica, ao
qu: parece' a insistêncil rlrl therapy" ,12 desembocam, em seu vaivém _ onde se distinguem
vão, já que, parit elé' do analisra de velha cepa _, em noções prero_e_
esquizofrênico em.eiterar "rr" pu..o. Em fl^i::,ilg.r:s
branco cujô exame adiaremos pr.u d"iái., ;"*r;;;".;#r*
todo o simbólico ércaL
quem mostranl('§.eÍí ,aliás, da vinda do simplório qu", àrfi-
E bem diferente, nisso, do paranóico' de calibrando em sua I3e4l
preponderantes' islo tl' I ao *urirtu rl.Àuriruaor, lhe desfira,
nossa tese as estruturas imaginárias
que-torna tão difícil a anlllllllé§
|1*::i*: ::ii t1"ry"ç;o
em que ninguém tenha que se intrometer, o golpe definitivo.
retro-ação para um tempo cíclico, , Consideremos, por ora, o caso que ele
que sãtt) ill)êntl nos apresenta, para
de seus distúrbios, de fenômenos elementares com que, poà"-o, dizer, eteo a".íuào,r,
organização disctttrlYl Y::!::elegância
pré-significantes, e que só depois de uma rtsso em razáo de princípios dos
essc ttttivêftã quais sua interyenção decisiva
longa e penosa ostra a aplicação magistral: entenda_se, o
"or."go"- "itub"l"""t'constituir'
."ropr" parcial a que-se chama um delírio'11
apelo ao di
,i"i1g, u abo.rdagem..pila superfície,,, a-reierência "go
à realidade
lutti quanti.
rapports avec la perxtttrrtrlttd" ffi
uu" or*rose paranoiaque dans ses

Le François, 1932lDa psicosi paranóica


em suas relações con u Ptl\ttnilll#*i
-ro
janeiro, Publicado em The psychoanalytic
Rio de Forense Universitária' 19871' euarterly, v.XX, nal, janeiro.
Escritos Resposta ao comentário
de Jean Hyppolite 3g7

Eis, portanto, um sujeito que ele recebeu em posição de poderia ler uma pitada
de don_quixotismo inadvertido
segundo analista. Esse sujeito está gravemente bloqueado em decisões em matéria tao na maneira
sua profissão, profissão intelectual que parece não muito distante il#,"";""'" aàiicaoa qrrri" ã^iJ" ã"
da nossa. Isso é o que se tradtz ao nos ser dito que, embora A inversão Ae int119io cuja lição hoje tivemos
ocupando uma posição acadêmica respeitada, ele não conseguia F.:rq que reaprender
I".u.,
avançaÍ para um posto mais elevado, pela impossibilidade de
1 alguma
:i seja à objetividade.ltu"oi.u,
que
."_ àJuiau, mas não esrá dito
,"rouá", JJpà.",,o, ter certeza
publicar suas pesquisas. O entrave é a compulsão mediante a que não será sem proveito
qu" r".g**"Ãà, u bela
de
qual ele se sente impelido a pegar as idéias dos outros. Obsessão revotta contra a desordem alma de sua
á" _;r-_,;;;; pô_ta de sobreaviso
com o plágio, portanto, ou com o plagiar. No ponto em que se quanto ao papel que desempenha
nele, oiru".ro não é verdadeiro.
encontra, depois de haver obtido uma melhora pragmática de e não deve bastar-nos queirguém
."';;;
sua primeira análise, sua vida gravita em torno de um scholar
brilhante, no tormento incessantemente alimentado de evitar
'*il;;ffi rH[:i:,ffi .""':#""ff
para que lhe assesure de uma má inrencão

roubar as idéias dele. De qualquer modo, um trabalho está prestes dar conra de que,,à-ta,uoã;11d#;:conceito l,T]T3T:::1;*x."1
a ser publicado. psicanalista deveria se do quar o
desvencilhar pelã- psicanálise,
E um belo dia, eis que ele chega à sessão com um ar de triunfo' propriedade intelectual. é o d,a
t.ro ,._- tiríàa'rcriu facilitado,
Está feita a prova: ele acaba de pôr as mãos num livro, na biblioteca, aqui seguimos, reenconrrar_se para
que contém todas as idéias do seu. Pode-se dizer que não conhecia ::::]: ry
propflo paciente o ouvia. na maneira como seu
ó üvro, já que apenas passara os olhos nele, não fazia muito tempo' E, já que se salta a-barreira
de uma interdição, aliás
Não obstante, ei-lo plagiador, a despeito de si mesmo. A analista imaginána do oue real,
para p"*ri-tii ao anatista mais
(uma mulher) que fizera seu primeiro período de análise (tranchc, poi qr?113 um juízo
*:y"1,:oo, ng*gtiliq'r"'à pl.run"""r no abstraro
como se diz em nossa slang) tinha mesmo razão quando lhe diziir nao examinar o conteúdo.próprio
au. iAeiu'.
---^-" uqui em litígio, posto
algo como " quem roubou, roubarí', já que, também na puberdadc. que. ele não poderia
se, indiieren;"t
era comum ele sumrpiar livros e doces. ã"-,,iuiça", em
É aí que Ernst Kris, por sua ciência e sua audácia, intervéttt, ."* $:'*",:if";,""":1":, suma, @tvez não
não sem a consciência de nos fazer aquilatá-las, sentimento clll fi". i;;;,';;;.r#''" Jl::x seus efei tos p ro-
que talvez o deixemos a meio caminho. Ele pede'para ver csíd tiva c.urturàr,nà,"
ffi }i:i:l: iil 1i-
na perspec-
6i'**;r::ortantes
livro. Ele o lê. Descobre que nada justifica o que o suicitrt rors, se pude notar
"rp""iri"uàá
uma cefta reserva na exposição
acredita ler nele. Somente ele é que atribui ao autor ter dito tttrltl pnncípios de inrerpretaçao
,uurcaào, ;;;;;" psicanátise
dos
o que ele pretende dizer. vante voltada para u psychobsy, rão ,o. poupam,
dora_
A partir de então, diz-nos Kris, a questão muda de l'igttrá' ,"g?
contrário, no comentário
;;;--
do caso, d"-";;;, ao
Logo transpira que o colega eminente se apoderara reitcrtlrlár Recolfortando_se, a" prrrrg".,
veies das idéias do sujeito, arranjara-as a seu gosto e sittt;ller-
_
parece dos mais ferizls com as t3e6l
mente as copiara, sem fazer menção a ele. E era isso rltte o
fármuras à";â;â"""1:::
o sr. Kris nos expõe seu método: .,frutu_r" ,tt rI:
de determin*, nrÃ
sujeito temia tirar-lhe, sem reconhecer ali seu patrimônio, período prepararório (src),
os orrr"à1'Ià",
Anuncia-se uma nova era de compreensão. Se eu disscsne quE ,'§€ntes e passados
o grande coração de Kris the havia aberto as portas, decct'kr llãtl
dosujeito e.
o*';;il;fffi?T""[:"H:;
obteria seu assentimento. Ele me diria, com a seriedaclc l)l'tlvéfE
primeiro, suas arirudeJ a"
ídéias do s ou rro
àiiiil, ; ffiif _

; o. rài
r,_ u r"r
s
ü;; ;".;;;',,11:,;. :#J:f:â#:
bialmente atribuída ao papa, que havia seguido o princÍpio geill ilo paciente." Que ;:
de abordar os problemas pela superfície. E por que não tliríetttHi tssso. E que é preciso, 1"^;r;;;.Jü;,.
o rexro passo a
aqui, qo" ér" não-nos deixe
também que ele os toma pelo lado de fora, e até que h'ttl tl fúvida quanto uã p"r.u-"rto à" ."u nenhuma
uuioi. ..uma vez nesse
Escritos Resposta ao comentário de Jean Hyppolite
398 3gg

e a dos sua especialidade. Nesse ponto, háalgumas


ponto, a comparação entre a produtividade do paciente artimanhas a respeito
detalhe' Por último' do avô e dopai que não eà grande,ra ãs quais
outros deve ser examrnada com o máximo talvez houvé.r;;;;
próprias idéias poderá preferido algumas indicações sobre o papel
a áeturpaçao de imputar aos outros suas da morte em tÀãã
enfim ser-analisada, e o mecanismo do 'deve e haver" tornado esse.jogo. Que os p:i1"! grandes p"qu"no, das pescarias coÍn
o pai simbolizam aclássica .."o*pu*çáo,,
"
consciente." que, em nosso mundo
mental, assumiu o lugar ocupado noutios séôulos
Umdossaudososmestresdenossajuventude'aquemno po, ou,.u* Áui,
nos últimos galantes, não temos dúvidãl Mas nada
entanto não podemos dizer que tenhamos seguido disso, se
dizer, parece-me pescado pelo lado certo.
*" u,r"rol
circunlóquioi d" ,"u pensamento, já havia-designado o que-nos
ã a"."rità aqui pelo nome de "balancismo"'
ClaÍo' não se deve Não darei outra prova disso senão o corpo de
delito prometido
obsessivo' mas outra em meu exemplo, ou seja, justamente o que
desdenhar de tornar consciente um sintoma o sr. Kris nos
apresenta como o troféu de sua vitória. Ele
coisa muito diferente é fabricá-lo por inteiro' acredita ter atingido
Abstratamente formulada, essa análise, descritiva'
segundo o objetivo, e comunica isso a seu paciente:..Só
do
as idéias dos
muito diferenciada outros é que são interessantes, sãó as únicas
nos é esclarecido, não me parece todavia boas de p";;;,
que a prlmera
que nos é relatado sobre o modo de abordagem apossar-se delas é uma questão de saber
como procedsl,, _
de que se
ánalista teria seguido. Pois não nos fazem mistério assim traduz o o engineering, pois acho que
ele faz""o uo célebre
uma frase extraída
trata da sra. Melitta Schmideberg, citando-se how to norte-americano, vejamos se nãà é isto:
uma questão áe
publicar desse caso: "Um
de um comentário que eta terialeito planejamento.
furtos de vez em
puciente que, durante a puberdade, cometera "Nesse ponto de minha interpretação,',
diz_nos Kris, ..aguar_
certo pendor para
quando, (...) conservou, mais tarde, um -o dei a reação de meu paciente. ô paciente calou_se,
e a prãpria
;iágili..) Á partir daí, já que para-911 a atividade estava ligada duração desse silêncio,,, afirma ele, pois
científico ao plágio"' etc'"
vai medindo seus
ào ioubo,-o efeitos, "tem uma significação especial. Êntão,
"ifo.ço
Não pudemos verificar se essa frase esgota o papel exercid,tr por uma súbita luz, ele proferiu estas palavras: ,Ao
como que tomado
pq:^-tl:
na análise pela autora em questão, de vez que uma.
meio_dia,
quando saio da sessão antes do almoçà,
a ser de muito difícil e antes de voltar ao
tit"rutu.u analítica, infelizmente, passou escritório, sempre dou uma volta pela 'rua tal,,
acesso.ls
--
1u.,
ca-nos o autor, muito conhecida por seus restaurantes
*u,
"*pii_
úu. compreendemos melhor a ênfase do autor cujo "Agora
texttr
mas onde se é bem servido)..e espio os cardápios-atrás
pequeios,
temos em mãos quando ele alardeia sua conclusão: é
das
analítica'" vitrines da entrada. É num desses restaurantes que
possível compaÍar os dois tipos de abordagem costumo
' Ir.o porqrrã, à medida que ele vai precisando concretamcttlct encontrar meu prato predileto: miolos frescos.,,

qo" o seu, vemos o que quer dizer essa análisc tlor


, Essa é a palawa final de sua observação. Mas o vivíssimo
"* "on.iste
pattirrus do comportamento do sujeito: trata-se'
propriamettlc' interesse que tenho pelos casos da sugeridà geração
de ratos por
de inscrever esse comportamento nos padrões do analista' montanhasls há de retê-los por mais ti-
*o-"n,o, espero, se eu t3981
que não se r"-"*u em mais nada' E vemos desenhitr rc' Ihes pedir para examinar isio comigo.
Não é
muito-utritctller
com o pai e o avô, uma situação a três de aspecto
ainda mais que o primeiro parece não ter conseguido' t'rtltlo :,

um sábio emincttlo elll


acontece, manter-se no nível do segundo' Lacan usa aqui as expressões grand_pàre (avõ)
e pàre qui n,était pas grand.

ao ditado fr.ancês,,C,est la montagne qui accouche


;111,r,.. d,une souris,,
Horrrrrtuttl tlfli E-uma montanha parindo umrato,,), usada à guisa de troça quando
t:. Cf., se for possível: Melitta Schmideberg' "Intellektuelle lultados medíocres ou decepcionantes de um
se obtêm
Es-Stôrung", Atschr. f. psa. Piid', VIII, 1934' ã-:"to gruoOloso. (N.E.)
400 Escritos
Resposta ao comentário de Jean
Hyppolite 401

um exemplaÍ da.espécie haveria, no fundo, o mesmo


Trata-se, Sob todos oS aspectos, de mal_entendido? E esse acting-out,
como se diz, não seria igualmente
de pequeno porte' mas de muito alheiá
chamada acting out, semOriviaa ao sujeito?
dizer que, ao abordar a ,"sistêrrciu
boa constituição.
parteiro é que me espanta' co lr.::^t"l*
^^ suJelto, ao fazer a
do eu nas defesas
Só o prazer que parece trazeÍ aseu d""";;;;;p;;;,;.::[ül,X"rnT.f*ffi :,*,L;ltTjfr:
válido do id'rÓ que a
Achará ele que ,",'uãJ" u* produto gruentes, e cujo valor de realidade,
provocar?
excelência de sua arte teria conseguido não é o que se faz reconhecer
a título das pulsões
d;r;j;it",
qie o sujeito tem todo nos ,iriÃu.. E isso que nos
Que, certam"r,", u *'iissão
de!é-f1z
dúvida' embora o autor permite compreender melhor
o seu valor transferencial, disso 'ao na o
"rr." i"iiã p"ro sr. Hyppolite
sublinha' de nos poupar das teses rrazidas por Freud
i;;;;";;;.
Lnt á to*uOo a decisão deliberada' como "
e aqui eu mesm:
todos os detalhes concernentes à articulação -
ele acaba de
sublinho entre o, i'J"ot (cuja desmontagem
-
nos descrev et) e as resistências ilo
paciente na análise'
si, o que compreender dele' senão ver
Mas, quanto ao ato em
uLu de rlma relação oral primor-
nisso propriam"n,"
""'ergência dúvida explica o relativo
dialmente " suprimidJ;, o qí" sem
fracasso da Primeira análise?
a forma de um ato
Mas o fato de ela aparecer aqui sob
não nos parece' para
totalmente incompreendido pelo sujeito
que nos mostre, por outro
;", ,". de nenhum benefício, ainda que consiste em
lado, aonde leva umá análise das resiitências
(os patterns) sujeito paÍa remo-
se confrontar com o mundo -do
da análise das defesas'
á"rá-i" *À"noo o oo analista' em nome
bem' no fim das contas'
Não duvido que o paciente se sinta muito
de miolos frescos' Assim
em entrar por isso ;;;;" numa dieta
aquele
estará praticando um pattern a mais' ?'" "* -q1111:
número de teóricos em termos apropriados, ao pÍocesso
"orfe.", eu do analista' H' que
da análise, quut ,".1a a introjeção. do.
esperar, com efeito,io" átUZ*
ai se]1da parte sadia que eles
u'p"tto' us idéiut do sr' Kris sobre a
;ã;d; falar. E, üt'" parecem-nos garantias adequadas para
í.áJrii"ia"ae intelectual
a América. -t ^^*
ele se arranjará com ^õ
os
Parece supérfluo perguntar como
que se manda dourar na
miolos frescos, os miàtoí reais, aqueles
manteiga, sendo recomendável uma
retir;da prévia da pia-máter
Mas não se trata de uma pergunta
;; t;ãr; muito cuidado' rapazinh"-- q':
vã, pois ,oportu*ot qo" fo"".pelos :^"-1:'::-
requintes não menores: nao
brisse a mesma predileção, exigindo

16. Termo inglês aceito para o Es freudiano'

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