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SUMÁRIO
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ............................................................................................................ 2
CONTROLE CONCENTRADO ........................................................................................................................... 2
CONCEITO E ORIGEM................................................................................................................................. 2
OBJETIVO ................................................................................................................................................... 2
OBJETO ...................................................................................................................................................... 2
COMPETÊNCIA ........................................................................................................................................... 2
ESPÉCIES DE AÇÃO DE CONTROLE ............................................................................................................. 2
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - ADI ....................................................................................... 3
NOÇÕES GERAIS......................................................................................................................................... 3
COMPETÊNCIA ........................................................................................................................................... 3
LEGITIMIDADE ATIVA................................................................................................................................. 3
PERTINÊNCIA TEMÁTICA............................................................................................................................ 4
PARÂMETRO DE CONTROLE ...................................................................................................................... 6
PRINCÍPIO DO PEDIDO ............................................................................................................................... 6
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE ................................................................................................ 7
PETIÇÃO INICIAL ........................................................................................................................................ 7
NATUREZA AMBIVALENTE OU NATUREZA DÚPLICE.................................................................................. 7
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS – AMICUS CURIAE ...................................................................................... 8
PEDIDO DE INFORMAÇÕES ........................................................................................................................ 9
AGU E PGR ................................................................................................................................................. 9
DECISÃO DE MÉRITO ................................................................................................................................... 10
DELIBERAÇÃO .......................................................................................................................................... 10
EFEITOS DA DECISÃO ............................................................................................................................... 11
MODULAÇÃO DE EFEITOS........................................................................................................................ 11
INÍCIO DA PRODUÇÃO DE EFEITOS .......................................................................................................... 12
IRRECORRIBILIDADE................................................................................................................................. 12
LIMITES DA EFICÁCIA RETROATIVA ......................................................................................................... 12
TRANSCENDÊNCIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES .............................................................................. 12
MEDIDA CAUTELAR.................................................................................................................................. 13
EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................................... 15
GABARITO .................................................................................................................................................... 17

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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
CONTROLE CONCENTRADO
CONCEITO E ORIGEM
O controle de constitucionalidade concentrado, que é feito de forma abstrata, tem
origem na Europa, especificamente com a Constituição Austríaca (Hans Kelsen), por isso é
chamado de sistema europeu continental.

OBJETIVO
➢ Declaração de inconstitucionalidade de lei e não a solução do litígio.
➢ É instrumento de defesa do ordenamento jurídico, e não de defesa de direitos
subjetivos;
➢ Não há caso concreto.

OBJETO
➢ Devem possuir generalidade e abstração (lei em sentido amplo ou atos normativos
de caráter abstrato).
➢ Se o ato normativo for de efeito concreto (ato administrativo material) – com
objeto determinado e objeto certo, não cabe ADI, mas cabe o Mandado de
segurança.

COMPETÊNCIA
A competência para o controle concentrado é originária:
➢ do STF: quando visa analisar a constitucionalidade de leis em face da Constituição
Federal;
➢ do Tribunal de Justiça: quando visar analisar a constitucionalidade de leis locais
em face da Constituição Estadual.

ESPÉCIES DE AÇÃO DE CONTROLE


São ações de controle concentrado:
➢ Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI (genérica).
➢ Ação Declaratória de Constitucionalidade – ADC.
➢ Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF.
➢ Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão – ADO.
➢ Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva – ADI interventiva, que é uma
ação no modelo de sistema concentrado, pois é de competência originária do STF,
mas excepcionalmente não se dá para controle abstrato, e sim em um caso
concreto.

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AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - ADI


NOÇÕES GERAIS
A Ação Direta de Inconstitucionalidade é uma ação existente no modelo de controle
abstrato e tem por objetivo afastar normas que violem a Constituição Federal, exercendo o
controle em tese, ou seja, sem que haja análise de um caso concreto.

COMPETÊNCIA

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a


guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal
ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato
normativo federal.

LEGITIMIDADE ATIVA

➢ o Presidente da República;
➢ o Procurador-Geral da República;
➢ a Mesa do Senado Federal;
➢ a Mesa da Câmara dos Deputados;
➢ o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
LEGITIMADOS ➢ partido político com representação no Congresso Nacional;
➢ o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
➢ a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do
Distrito Federal;
➢ a Confederação Sindical;
➢ a entidade de classe de âmbito nacional.

Apenas os partidos políticos com representação no Congresso Nacional e a


Confederação Sindical ou entidade de classe de âmbito nacional precisam de
advogado para propor a ADI.

• Cumpre frisar que partido político com representação no Congresso Nacional


é aquele que tem pelo menos um representante eleito na Câmara ou no Senado.
Ademais, se o partido, no decorrer da ação, perder essa legitimidade, o processo
deverá ter continuidade, uma vez que a aferição da legitimidade deve ser feita
no momento da propositura da ação.

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• Para caracterizar uma entidade de classe com caráter nacional, deve-se


comprovar, além da previsão estatutária de defesa dos interesses da categoria
em todo território nacional, que a entidade tenha associados ou membros em
pelo menos nove estados da Federação.

• É pertinente observar que apenas as Confederações Sindicais podem propor


ADI, não sendo legitimados os sindicatos, as federações e as centrais sindicais.

Entendeu o STF que Associações formadas apenas por pessoas jurídicas


(associações de associações) também têm legitimidade para interpor ADI, mesmo
não mencionadas no Art. 103.

PERTINÊNCIA TEMÁTICA
Alguns legitimados têm que demonstrar a “pertinência temática”, ou seja, algumas
pessoas só podem propor ADI se demonstrarem que possuem algum interesse na matéria
que está sendo impugnada, comprovem interesse de agir.
Então vamos dividir os legitimados em duas categorias: legitimados universais – que
não precisam demonstrar pertinência temática e os legitimados especiais – que precisam
demonstrar pertinência temática.

➢ o Presidente da República;
➢ o Procurador-Geral da República;
Legitimados universais ➢ a Mesa do Senado Federal;
➢ a Mesa da Câmara dos Deputados;
➢ o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
➢ o partido político com representação no Congresso Nacional.

Podem impugnar qualquer matéria,


independentemente de comprovação de interesse

➢ o Governador de Estado ou do Distrito Federal;


Legitimados ➢ a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do
especiais Distrito Federal;
➢ a Confederação Sindical;
➢ a entidade de classe de âmbito nacional.

Só podem impugnar a matéria em relação à qual


comprovem interesse

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A ADI serve para analisar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, editado APÓS
a CF/88:
➢ Federal;
➢ Estadual;
➢ Leis do Distrito Federal, quando editadas no exercício de competência estadual;
➢ Leis orçamentárias independem de serem leis de efeito concreto (se é lei formal,
cabe ADI).

Não se admite ADI no STF para discutir a constitucionalidade de normas


municipais (mas cabe ADPF).

Vale lembrar que essas leis e atos normativos, para ser objeto de ADI, devem atender aos
seguintes requisitos:
➢ Devem ter sido editados na vigência da CF.
➢ O ato deve ter abstrato, genérico e possuir normatividade. Não cabe ADI de atos de
efeitos concretos. É ato de efeito concreto, por exemplo, um decreto de nomeação
de servidor. Dessa forma, esse ato não pode ser objeto de ADI por ter efeitos
concretos.
Essa restrição não se aplica se o ato de efeito concreto tiver a forma de lei
formal (aprovada pelo Legislativo), por exemplo, a LOA (Lei Orçamentária Anual);
LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).

➢ Devem ser atos autônomos. Por isso só se submetem à ADI os atos normativos
primários; atos meramente regulamentares não são objetos de ADI.
➢ A norma impugnada deve estar vigente. Não são objetos de ADI atos normativos
revogados ou com eficácia exaurida.

➢ Emenda Constitucional;
➢ Constituição Estadual;
➢ Tratados e convenções internacionais;
➢ Leis complementares, ordinárias ou delegadas;
➢ Resoluções/ decretos legislativos;
➢ Medidas provisórias;
➢ Decreto autônomo;
➢ Regimentos internos dos Tribunais; como são normas elaboradas com fundamento
na própria Constituição, podem ser objeto de ADI (Art. 96, I, a, CF/88);
➢ Resoluções e decisões administrativas de Tribunais;
➢ Atos normativos de pessoas jurídicas de direito público (autarquias/fundações
públicas).

Súmulas não podem ser objeto de ADI.

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➢ Norma constitucional originária


➢ Ato normativo anterior a CF/88
➢ Lei ou ato Municipal que contrarie a CF
➢ Lei do DF com conteúdo municipal
➢ Acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho
➢ Sentenças normativas
➢ Atos normativos secundários
➢ Súmulas
➢ Atos administrativos
➢ Projeto de lei
➢ Proposta de emenda
➢ Leis que não tenham dotação orçamentária
➢ Ato normativo já revogado ou de eficácia exaurida
➢ Lei revogada
➢ Divergência entre a ementa da lei e seu conteúdo

PARÂMETRO DE CONTROLE
O parâmetro do controle na ADI é:
➢ Constituição Federal em vigor, inclusive as emendas;
➢ ADCT;
➢ Tratados Internacionais de Direitos Humanos – aprovados com status de emenda
constitucional.

PRINCÍPIO DO PEDIDO
No controle concentrado de constitucionalidade, o Poder Judiciário só poderá exercer
esse controle se for provocado, e não de ofício. Ademais, a atuação do Judiciário fica limitada à
análise dos dispositivos que foram questionados; é o que se chama de princípio do pedido, de
adstrição ao pedido, ou princípio da congruência.
O Judiciário não é obrigado a decidir conforme os fundamentos jurídicos do
pedido, ou seja, à causa de pedir.

➢ Causa de pedir aberta = O STF não precisa adotar a tese do autor da ação, mas
tem que se ater ao pedido (pode declarar a inconstitucionalidade usando outra
tese/outro artigo da CF como parâmetro).
Apesar de o Judiciário estar adstrito ao reconhecimento da inconstitucionalidade,
apenas da norma mencionada no pedido, muitas vezes o Judiciário, ao reconhecer a
inconstitucionalidade de determinada norma, pode tornar sem efeito uma outra que seja
dependente da primeira. Nesse caso, teremos a chamada inconstitucionalidade por
arrastamento ou consequencial.

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AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE


PETIÇÃO INICIAL
A Lei 9.868/99 regulamenta a ADI e, nos artigos 3o e 4o, ela estabelece como a petição
inicial deve ser elaborada. Resumidamente, a petição inicial deverá indicar:
➢ qual o ato normativo impugnado;
➢ fundamentos jurídicos da sua inconstitucionalidade.

Lembrando que o STF fica vinculado ao pedido (princípio do pedido), e não à


causa de pedir (causa de pedir aberta).

Deverá ainda ser apresentada em duas vias, com cópia da norma impugnada dos
documentos necessários à comprovação da inconstitucionalidade. Deve ainda ser
acompanhada de procuração, mas apenas para aqueles legitimados que dependam de
representação por intermédio de advogado, que são: os partidos políticos com representação
no Congresso Nacional e as confederações sindicais e entidades de classe no âmbito nacional.

Se a petição inicial não cumprir com os requisitos previstos em lei, ela poderá ser
indeferida de forma limitar pelo Relator, cabendo agravo da decisão.

NATUREZA AMBIVALENTE OU NATUREZA DÚPLICE


Diz-se que a ADI é dotada de natureza dúplice ou ambivalente. A decisão de mérito em
ADI produz eficácia jurídica em um ou em outro sentido.

Procedente = a lei é inconstitucional


Declarar a ADI
ADI = ADC com o
Improcedente = a lei é constitucional
sinal trocado

Procedente = a lei é constitucional

Declara a ADC

Improcedente = a lei é inconstitucional


- Prescrição e decadência (os atos inconstitucionais não se convalidam no
tempo)
- Intervenção de terceiros
- Assistência jurídica das partes (não há partes)
Não cabe em ADI
- Desistência
- Recurso, salvo embargos declaratórios
- Ação rescisória
- Suspeição (cabe impedimento)

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O impedimento decorre de situações objetivas em decorrência das quais o


juiz não poderá julgar; já a suspeição decorre de questões subjetivas que
possam comprometer a imparcialidade da decisão.

INTERVENÇÃO DE TERCEIROS – AMICUS CURIAE


Não se admite na ADI o instituto processual da intervenção de terceiros, salvo a figura
do Amicus Curiae (“Amigo da Corte”).

Amicus Curiae é a pessoa ou entidade estranha à causa, que vem auxiliar o tribunal,
provocada ou voluntariamente, oferecendo esclarecimentos sobre questões essenciais ao
processo.

De acordo com o STF, só poderão ser admitidos terceiros estranhos à lide, ADI, na
qualidade de Amicus Curiae:
• pessoas jurídicas (órgãos ou entidades) – pessoa natural não terá legitimidade;
• a matéria em discussão deve ser relevante;
• terceiro deve ter representatividade.

Preenchidos esses requisitos, o órgão ou entidade interessada deverá formular pedido


para ingressar na ação na condição de Amicus Curiae. Tal pedido poderá ou não ser deferido
pelo relator. Se o relator DEFERIR, a decisão será irrecorrível, se INDEFERIR caberá agravo.

O Amicus Curiae somente pode demandar a sua intervenção até a data em


que o Relator liberar o processo para pauta. (ADI 4071)

Objetivo: auxiliar na instrução processual

Cabe amicus curiae

È um mero colaborador informal, portanto, não


pode recorrer das decisões

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Cumpre observar que o NCPC trata a respeito do tema, mas alguns


dispositivos não se aplicam no controle concentrado de constitucionalidade, como,
por exemplo, a possibilidade de recurso pelo Amicus Curiae.

Relevância da matéria

REQUISITOS
Representatividade do
Amicus curiae postulanti

Pessoa Jurídica

NÃO PODE INTERPOR RECURSO

PODE FAZER SUSTENTAÇÃO ORAL

PEDIDO DE INFORMAÇÕES
Após o recebimento da petição inicial, o Relator deverá solicitar informações para as
autoridades ou órgãos que expediram o ato normativo que se alega inconstitucional, as quais
devem ser prestadas no prazo de 30 dias.

AGU E PGR
Após o prazo das informações, devem ser ouvidos sucessivamente o Advogado-Geral da
União (AGU) e o Procurador-Geral da República (PGR), no prazo de 15 dias.
O AGU é o chefe da Advocacia Pública, entretanto na ADI não deverá atuar dentro das
suas funções institucionais (Art. 131 da CF/88). Isso porque a CF dá ao AGU a incumbência de
promover a defesa da constitucionalidade da norma impugnada, conforme dispõe o Art.
103, § 3º da CF/88.
Entretanto, o AGU tem plena autonomia para decidir como pretende se manifestar, se
pela constitucionalidade ou inconstitucionalidade da norma, de acordo com a orientação do
STF.

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- MANIFESTAÇÃO OBRIGATÓRIA
- PRAZO: 15 DIAS
AGU - O AGU PODE DEIXAR DE DEFENDER O ATO IMPUGNADO SE NÃO CONCORDAR
COM ELE (ADI 3916)

Relembra-se que o AGU não tem legitimidade para provocar o controle


abstrato e não deve se manifestar na ADC e na ADO somente se foi solicitada a sua
manifestação.

O PGR, chefe do Ministério Público da União, tem o dever de atuar como fiscal da
Constituição, devendo opinar de forma autônoma pela constitucionalidade ou
inconstitucionalidade da norma impugnada, inclusive quando ele mesmo promove a ADI.
Obviamente, o parecer do PGR não tem caráter vinculativo, mas meramente opinativo. O PGR
atua em todas as ações de controle abstrato, conforme determina o § 1o do Art. 103 da CF/88.

- PRAZO: 15 DIAS;
- ATUA EM TODAS AS AÇÕES DO CONTROLE ABSTRATO (EXERCE PAPEL DE
PGR FISCAL DA LEI);
- Mesmo que tenha sido ele a propor a ADI, o parecer pode ser favorável ou não;
- O PGR pode propor uma ADI e depois se manifestar contra ela (isso não
caracteriza desistência da ação).

DECISÃO DE MÉRITO
DELIBERAÇÃO
O quórum de instauração da sessão de julgamento de uma ADI é de pelo menos 8
Ministros, ou seja, 2/3 dos membros. Sem esse número mínimo de Ministros, a sessão não
será iniciada.

Uma vez presente esse número mínimo de Ministros, a decisão final só será proferida
pela decisão de pelo menos 6 Ministros (maioria absoluta) decidindo em um ou em outro
sentido, sendo esse o quórum de julgamento.

2/3 – 8 MINISTROS
INSTAURAÇÃO

QUÓRUM

DELIBERAÇÃO MAIORIA ABSOLUTA – 6


MINISTROS

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Se não se atingir o número mínimo de 6 Ministros, o julgamento deverá ser suspenso até
o comparecimento dos Ministros ausentes. Por exemplo: se em uma sessão estiverem
presentes 9 Ministros, teremos quórum para instauração da sessão, mas se 5 Ministros
votarem pela inconstitucionalidade e 4 votarem pela constitucionalidade da norma, não será
proferida decisão de mérito nessa sessão, pois é necessário pelo menos o voto de 6 Ministros
em um ou em outro sentido.

EFEITOS DA DECISÃO
A ADI produz os seguintes efeitos:
➢ erga omnes:
• regra eficácia contra todos;
• a decisão tem força geral alcançando todos os indivíduos que estariam sujeitos à
aplicação da lei ou ato impugnado;
• exceção: modulação dos efeitos (o STF pode restringir a eficácia em relação aos
atos já praticados ou em relação a certas situações).
➢ retroativos (ex tunc):
• a decisão alcança toda a existência da lei desde a sua origem;
• exceção: o STF pode dar efeitos ex nunc ou pro futuro (modulação dos efeitos).
➢ vinculante:
• vincula os demais órgãos do Judiciário e a Administração Pública direta e
indireta nas três esferas;
• Não vincula o Poder Legislativo no exercício de sua função legislativa. (O Poder
Legislativo pode legislar em sentido diverso da decisão do STF);
• cabe reclamação na hipótese de se verificar descumprimento da decisão
vinculante do STF, tanto pela Administração Pública quanto pelo Poder
Judiciário.
• Não alcança o próprio STF

➢ repristinatório:
• a declaração de inconstitucionalidade de uma norma implica a repristinação da
norma anterior, afastando os efeitos da norma inconstitucional desde o seu
nascimento. Ex.: a lei B revogou a lei A, e a lei B foi declarada inconstitucional.
Nesse caso, a lei A voltará a produzir os seus efeitos.

MODULAÇÃO DE EFEITOS
A decisão que declara a inconstitucionalidade produz efeitos:
➢ erga omnes
➢ vinculantes
➢ ex tunc
➢ repristinatórios

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Como já vimos o STF adota a tese de que uma norma inconstitucional é nula devendo ser
assim reconhecida desde o seu nascimento.
Entretanto, o Art. 27 da Lei 9.868/99 permite que o STF manipule os efeitos da decisão,
quando preenchidos os seguintes requisitos:
➢ Decisão por 2/3 dos membros do Tribunal (oito Ministros).
➢ Razões de segurança jurídica ou excepcional interesse social.

Dessa forma, poderá o STF de forma excepcional:


➢ Restringir a eficácia em relação:
• a certos atos já praticados;
• a certas situações.
➢ Pode dar efeito ex nunc ou pro futuro:
• segurança jurídica;
• excepcional interesse público.
➢ Afastar o efeito repristinatório indesejado e fixar outro momento para o início da
eficácia de sua decisão.

INÍCIO DA PRODUÇÃO DE EFEITOS


A decisão produz efeitos a partir da data da publicação da ata da sessão de julgamento
no Diário Oficial, ou seja, não é necessário aguardar o trânsito em julgado para a produção dos
efeitos da ADI.

IRRECORRIBILIDADE
A decisão na ADI e na ADC é irrecorrível, sendo cabíveis apenas Embargos de
Declaração, que servem tão somente para suprir eventual omissão, obscuridade ou
contradição da decisão.
Não cabe AÇÃO RESCISÓRIA.

LIMITES DA EFICÁCIA RETROATIVA


A decisão de inconstitucionalidade não tem o condão de reformar decisões judiciais que
aplicaram a norma inconstitucional, devendo a parte impetrar o devido recurso, ou se a
decisão já estiver transitada em julgado, poder-se-á impetrar Ação Rescisória.
Imaginemos, por exemplo, uma sentença transitada em julgado em 2019 que aplicou a
lei X, sendo que em 2020 a lei X foi declarada inconstitucional. Essa decisão não vai retroagir e
afastar automaticamente os efeitos da sentença anterior, para isso a parte deverá impetrar
Ação Rescisória.

TRANSCENDÊNCIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES


A decisão que declara a inconstitucionalidade produz efeitos vinculantes.
Qual parte da decisão produzem efeitos vinculantes?

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Duas correntes:
➢ Teoria restritiva: só o dispositivo produz efeito vinculante.
➢ Teoria da transcendência dos motivos determinantes: além do dispositivo, os
motivos invocados na decisão, ou seja, os fundamentos produzem efeitos
vinculantes.
O STF tem adotado a teoria restritiva.

MEDIDA CAUTELAR
A Lei 9.868/99 prevê a possibilidade de se apresentar pedido de medida cautelar em
sede de ADI, também de competência do STF para o seu julgamento, nos termos do Art. 102, I,
p, da CF/88.

A medida cautelar visa antecipar os efeitos da decisão final, suspendendo a eficácia e a


vigência da lei impugnada. Para a concessão da medida cautelar, é necessário que se verifique
a presença de dois requisitos:
➢ Fumus boni juris: fumaça do bom direito, ou seja, os pedidos devem ser plausíveis,
razoáveis.
➢ Periculum in mora: perigo da demora, nesse caso, a demora na prestação judicial
poderá gerar danos irreparáveis ou de difícil reparação.

O quórum de deliberação para concessão da medida liminar é de maioria


absoluta do Tribunal (seis votos), salvo no recesso que será concedida pelo
Presidente do Tribunal, sendo posteriormente referendada pelo pleno.

A medida cautelar passa a produzir efeitos a partir da sua publicação no Diário Oficial e,
se for julgada procedente, terá eficácia:
➢ ex nunc (o STF pode excepcionalmente atribuir efeitos ex tunc);
➢ erga omnes;
➢ vinculante (vincula os demais órgãos do Judiciário e a Administração Pública
direta e indireta nas três esferas). O caráter vinculante ainda determina que os
processos que estiverem em trâmite e que envolvam a aplicação da lei impugnada
deverão ficar suspensos, cabendo reclamação na hipótese de descumprimento da
suspensão;
➢ repristinatório: a suspensão dos efeitos da norma impugnada na medida cautelar
implica a repristinação provisória da norma anterior, caso existente, salvo se o STF
determinar de forma diferente.

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A medida cautelar não tem caráter ambivalente, ou seja, o eventual


indeferimento da medida em ação direta de inconstitucionalidade não acarreta a
declaração de constitucionalidade.

- Fumus boni júris


- Periculum in mora
- Suspende o ato normativo até o julgamento do mérito
- Suspende o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei
questionada
Cautelar
- quórum de deliberação – maioria absoluta
- quórum de instalação – 8 Ministros
- ex nunc, erga omnes;
- vinculante
- repristinatório

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EXERCÍCIOS
1. A petição inicial da ação direta de inconstitucionalidade deve indicar o dispositivo da lei
ou do ato normativo questionado, os fundamentos jurídicos do pedido e a existência de
controvérsia judicial relevante acerca da aplicação da disposição objeto da ação.
Certo ( ) Errado ( )
Resposta – ERRADO
A Lei 9.868/99 regulamenta a ADI e, nos artigos 3 o e 4o, ela estabelece como
a petição inicial deve ser elaborada. Resumidamente, a petição inicial deverá
indicar: qual o ato normativo impugnado e os fundamentos jurídicos da sua
inconstitucionalidade.
Lembrando que o STF fica vinculado ao pedido (princípio do pedido), e não à
causa de pedir (causa de pedir aberta).
Deverá ainda ser apresentada em duas vias, com cópia da norma impugnada
dos documentos necessários à comprovação da inconstitucionalidade. Deve ainda
ser acompanhada de procuração, mas apenas para aqueles legitimados que
dependam de representação por intermédio de advogado, que são: os partidos
políticos com representação no Congresso Nacional e as confederações sindicais e
entidades de classe no âmbito nacional.
Se a petição inicial não cumprir com os requisitos previstos em lei, ela poderá
ser indeferida de forma limitar pelo Relator, cabendo agravo da decisão.

2. Conforme a Lei n. 9.868/1999: a) proposta a ação direta de inconstitucionalidade, não


se admitirá desistência; b) é irrecorrível a decisão que indeferir a petição inicial da ação
direta de inconstitucionalidade; c) não se admitirá intervenção de terceiros no processo
de ação direta de inconstitucionalidade.
Certo ( ) Errado ( )
Resposta – ERRADO
A Lei 9.868/99 regulamenta a ADI e, nos artigos 3 o e 4o, ela estabelece como
a petição inicial deve ser elaborada. Resumidamente, a petição inicial deverá
indicar: qual o ato normativo impugnado e os fundamentos jurídicos da sua
inconstitucionalidade.

Se a petição inicial não cumprir com os requisitos previstos em lei, ela poderá
ser indeferida de forma limitar pelo Relator, cabendo agravo da decisão (É
recorrível)

3. O STF admite a alegação de prescrição ou decadência para o ajuizamento de ação direta


de inconstitucionalidade em relação à lei ou ao ato normativo.
Certo ( ) Errado ( )

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Resposta – ERRADO

O STF admite a alegação de prescrição ou decadência para o ajuizamento de


ação direta de inconstitucionalidade em relação à lei ou ao ato normativo, pois o
vício de que sofre é congênito, não podendo ser convalidado.

4. No processo objetivo de controle de constitucionalidade, o Amicus Curiae tem


legitimidade para interpor recurso nas mesmas hipóteses facultadas ao titular da ação.
Certo ( ) Errado ( )
Resposta – ERRADO

Não se admite na ADI o instituto processual da intervenção de terceiros, salvo


a figura do Amicus Curiae (“Amigo da Corte”).
Amicus Curiae é a pessoa ou entidade estranha à causa, que vem auxiliar o
tribunal, provocada ou voluntariamente, oferecendo esclarecimentos sobre
questões essenciais ao processo.
Cumpre observar que o NCPC trata a respeito do tema, mas alguns
dispositivos não se aplicam no controle concentrado de constitucionalidade, como,
por exemplo, a possibilidade de recurso pelo Amicus Curiae.

5. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de


segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal
Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela
declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de
outro momento que venha a ser fixado.
Certo ( ) Errado ( )
Resposta – CERTO

O STF adota a tese de que uma norma inconstitucional é nula devendo ser
assim reconhecida desde o seu nascimento.
Entretanto, o Art. 27 da Lei 9.868/99 permite que o STF manipule os efeitos
da decisão (MODULAÇÃO DOS EFEITOS – ex nunc ou pro futuro), quando
preenchidos os seguintes requisitos: Decisão por 2/3 dos membros do Tribunal
(oito Ministros), Razões de segurança jurídica ou excepcional interesse social.

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GABARITO
1. ERRADO
2. ERRADO
3. ERRADO
4. ERRADO
5. CERTO

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