Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Então, empresas que não queiram ver suas opera ções comprometidas devem contar
com mais de um fornecedor para cada componente de que precisem. Agindo assim,
"não colocariam todos os ovos num mesmo cesto". Se um fornecedor falhar, o
abastecimento não ficaria comprometido. Além do mais, a cada compra seria poss ível
cotar pre ços para depois decidir de quem comprar. Certo? Errado. Principalmente
quando se pretende operar um sistema enxuto.
Será que para todo e qualquer tipo de insumo seria necessária uma parceria nesses
moldes? É claro que não. Em alguns casos é possível proceder da maneira tradicional
de se comprar, desde que as ofertas dos diferentes fornecedores sejam
satisfatoriamente substituíveis entre si e que haja tempo para realizar a cotação,
analisar preços e prazos para só então fechar negócio. É o caso de suprimentos de
importância secundária, que, se vierem a faltar, não colocarão em risco as operações
que criam valor para a empresa e para os clientes.
Por exemplo, uma indústria de móveis que operasse de forma enxuta haveria de
estabelecer uma parceria estratégica com seu fornecedor de materiais de escritório? É
óbvio que não. Mas estaria correndo sérios riscos se não se aproximasse de quem lhe
fornecesse madeira. A diferença que existe entre o grau de importância que cada
insumo tem para o fluxo de valor de determinada empresa deve ser o fator central para
se definir se deve ou não haver um relacionamento diferenciado entre ela e o fornecedor
em questão.
Sistemas Lean têm como pilar fundamental a busca contínua pela redu ção do lead time
total demandado para a conclusão do produto/serviço. Em outras palavras, o que se
procura é reduzir o tempo compreendido entre a entrada dos insumos por uma porta e a
saída de produtos/serviços acabados por outra. Para tanto, faz-se necessária a
http://www.lean.org.br/pg1e%20a7.htm 24/12/2004
Lean Institute Brasil Página 2 de 2
Não é por outro motivo que se procura reduzir os níveis de recursos empregados no
sistema. Deixa-se de produzir em grandes lotes, seguindo uma programação baseada
em previs ões, e se passa a fazer em lotes reduzidos (idealmente unit ários) seguindo o
ritmo de consumo real, que "puxa" as operações precedentes.
Outra dimensão importante diz respeito ao tempo despendido por processos de compra
tradicionais. Detecta-se a necessidade interna, encaminha-se o pedido para o
departamento de compras, cota-se os preços, analisa-se, negocia -se, decide-se e só
então se compra. É tempo demais! Quando se tem uma relação mais próxima com
fornecedores-chave, todo esse desperdício é eliminado. Precisa de determinado item,
apenas envie um sinal a seu fornecedor informando a quantidade. Saberá de antemão o
tempo que ele leva para receber. Estará ciente da qualidade dos produtos que receberá .
A consolidação dessa rela ção não é algo que acontece de uma hora para outra. São
necessários esforços de ambas as partes. Para tanto, há de se agir de forma
parcimoniosa na busca desses parceiros. Faz-se necessário assumir compromissos de
longo prazo, onde o princípio de cooperarão mútua seja evidente. Dificuldades surgirão
e só serão transpostas se houver engajamento de ambas as partes na resolução de
problemas que aparentemente se mostrarão estar fora dos limites físicos de suas
instala ções. Os benefícios auferidos residirão nas possibilidade a serem abertas para a
redução cont ínua de custos, para o aperfeiçoamento da qualidade dos produtos e para o
aumento da efic ácia dos processos.
http://www.lean.org.br/pg1e%20a7.htm 24/12/2004