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Manual da liderança: o que não

fazer e como superar estes 8


erros típicos
Por Kiko Campos em dezembro 18, 2019
8 minutos para ler
Há uma questão pouco abordada em relação à liderança: o que não
fazer?

Muitas vezes, os líderes têm o preparo necessário e as competências


para guiar equipes, mas cometem erros básicos que poderiam ser
evitados.

Logo, é importante discutir essas falhas e ir além dos protocolos


tradicionais, pensando em como desenvolver a nova liderança, o que
não fazer e o que fazer para melhorar a gestão.

Neste artigo, trazemos os 8 erros mais comuns dos gestores para


contribuir com a sua evolução.

Siga a leitura e avance como líder.

Liderança: o que não fazer é a questão


Eis o novo paradigma da liderança: o que não fazer deve ser sua
primeira preocupação.

Afinal, a imagem clássica do líder corporativo como figura de


autoridade não reflete mais a realidade das empresas modernas,
que exigem outra abordagem de seus gestores.

Ao invés de centralizar responsabilidades e ter todas as certezas, os


novos líderes precisam abrir mão do poder e promover uma cultura
mais colaborativa entre as equipes, abrindo espaço para a
participação de todos.

Além disso, devem liderar pelo exemplo, assumindo uma posição de


referência e inspiração para os outros — e não de domínio.
Com essas mudanças profundas, CEOs do mundo todo estão focados
em preparar sua liderança para os novos desafios.

De acordo com o relatório Global Leadership Forecast


2018, publicado pelas consultorias DDI, The Conference Board e
EY, 64% dos CEOs afirmam que sua prioridade número um é
desenvolver a próxima geração de líderes da empresa.

No entanto, apenas 14% dizem possuir os talentos ideais em seu


plano sucessório, revelando a preocupação em desenvolver
lideranças prontas para o novo cenário.

Um dos grandes destaques do estudo é a alta performance da


nova liderança digital, que garante um desempenho financeiro 50%
maior para as empresas.

Para você entender melhor o conceito, estas são as competências-


chave de um líder digital identificadas no relatório:

• Domínio da tecnologia para modernizar e impulsionar


as estratégias de negócio
• Capacidade de navegar em um cenário complexo e lidar com
a disrupção da era digital, adaptando-se na mesma velocidade
das mudanças
• Habilidade de se conectar com pessoas e promover a
“hipercolaboração”, mesmo em ambientes dispersos e
sobrecarregados de informação
• Capacidade de se relacionar de forma
profundamente humana e integrar as pessoas à tecnologia,
combinando as habilidades técnicas com um forte senso de
empatia e inclusão
• Raciocínio analítico e holístico, capaz de buscar soluções
criativas e inovadoras
• Conhecimento para tomar decisões com base em dados e
análises preditivas
• Habilidade de manter a eficiência em um ambiente de
incertezas e imprevisibilidade
• Domínio dos métodos ágeis, cultura data-driven e
mindset experimental com foco no futuro.
Esse é um perfil muito diferente da liderança tradicional, concorda?

Por isso é tão importante saber o que fazer e o que não fazer na nova
posição de líder — começando por evitar os erros mais comuns.

8 erros mais comuns na liderança e


como superá-los
Agora você está pronto para uma lição fundamental da liderança: o
que não fazer e como evitar os principais erros dos nossos tempos.

Se você quer alcançar o perfil do líder digital e transformador, é


melhor prestar atenção nestes 8 pontos:

1. Não delegar tarefas


Saber delegar é uma arte e ciência da liderança, pois não basta
transmitir uma tarefa e esperar pelo resultado.

É preciso transferir a responsabilidade para os liderados deixando


claro o objetivo, expectativas e direcionamentos da função, além de
acompanhar de perto o desenvolvimento do trabalho.

Logo, um dos principais erros dos líderes — principalmente os recém-


promovidos —, é não delegar tarefas como deveriam ou delegar da
forma errada.

Muitos acabam tomando todas as tarefas para si, ou porque não


sabem transmiti-las, ou porque acham mais fácil fazê-las por contra
própria.

No entanto, esse é um comportamento perigoso, pois delegar é


justamente uma das competências centrais dos líderes —
indispensável para guiar a equipe e alcançar os resultados
esperados.

2. Não dar autonomia aos liderados


Os líderes que falham em delegar também costumam pecar
na distribuição de poder, pois têm o hábito de tomar todas as
decisões sozinhos.

Na liderança atual, é preciso oferecer autonomia aos liderados e


deixar que tomem a iniciativa, contribuam com opiniões e se
responsabilizem por tarefas e projetos.

Afinal, a era digital favorece culturas mais horizontais, onde a rigidez


hierárquica só atrapalha o avanço da inovação e da criatividade na
solução de problemas.

Ao deixar que os liderados assumam uma responsabilidade maior,


sempre sob supervisão, você faz o papel de líder motivador e
impulsiona o crescimento dos profissionais — exatamente o que se
espera de um líder da era digital.

3. Falhar na comunicação
Uma das soft skills mais desejadas nos líderes é a habilidade
de comunicação, que é fundamental para manter relacionamentos e
influenciar pessoas.

Para se comunicar com efetividade, você precisa transmitir as


mensagens com clareza, empatia e consistência, adaptando a
linguagem e o tom de acordo com o perfil da equipe.

Por isso, os grandes líderes são excelentes comunicadores, capazes


de se conectar com as pessoas e se fazer entender com facilidade.

Por outro lado, um líder que falha na comunicação pode gerar mal-
entendidos e deixar os colaboradores confusos e apreensivos,
prejudicando todo o fluxo de trabalho.

4. Não buscar o desenvolvimento profissional


Um dos piores erros que o líder pode cometer é achar que sabe de
tudo, deixando de buscar conhecimento para crescer como
profissional.
Hoje, mais do que nunca, o líder deve se colocar na posição
de eterno aprendiz, disposto a se atualizar constantemente e
superar suas inseguranças em nome do avanço profissional.

O problema é que a figura tradicional do “chefe” dá a entender que o


gestor deve ter todas as respostas.

Muito pelo contrário: o verdadeiro líder é aquele que reconhece seus


pontos fracos e admite suas dúvidas, tendo humildade e nobreza
suficientes para se aperfeiçoar todos os dias.

5. Não dar o exemplo


Praticar o que prega é a regra básica do líder atual, que deve
influenciar seus liderados pelo exemplo.

Dessa forma, exigir que os outros façam algo que você mesmo não
pratica é um erro grave que atenta contra a essência da liderança —
e desqualifica sua reputação.

Por isso, ser o tipo de profissional que você quer na sua equipe é uma
prioridade.

Ao mostrar sua responsabilidade, propósito e integridade,


certamente você se tornará uma inspiração para todos ao redor.

6. Não dar feedback


A ausência de feedback é uma omissão gravíssima para um líder,
pois essa é uma das tarefas básicas da gestão de pessoas.

Não estamos falando daquele feedback feito uma vez no ano, como
uma avaliação de desempenho burocrática que só serve para causar
insegurança e apreensão nos colaboradores.

Trata-se de um feedback contínuo, construtivo e individualizado,


que ajuda o colaborador a melhorar seus pontos fracos, mas também
reconhece e estimula seus pontos fortes.
O importante, nesse caso, é dar o retorno com o timing correto e
escolher a melhor ocasião, além de usar a conversa para incentivar o
profissional — e não desmotivá-lo com críticas duras.

7. Não ouvir sua equipe


Nada é mais desmotivador para os colaboradores do que sentir que
seu gestor não dá ouvidos às opiniões e ideias da equipe.

Para o líder transformador, o foco é empoderar pessoas e dar voz a


todos, promovendo a inclusão e o pertencimento por meio de
diálogos abertos e sinceros.

O líder medíocre, por outro lado, não se importa com o que os outros
têm a dizer e perde a chance de obter contribuições valiosas dos
colaboradores.

Em um cenário de rápidas transformações e colaboração no centro


da cultura, é impossível liderar equipes sem ouvir e valorizar suas
ideias e feedbacks.

8. Ter medo de correr riscos


O medo de correr riscos é um grande inimigo dos líderes modernos,
pois o ambiente de incertezas exige coragem para inovar.

Consequentemente, o gestor que teme as mudanças transmite


sua insegurança aos liderados, criando uma cultura engessada e
avessa à experimentação.

Para evitar esse cenário, você deve enxergar os erros como parte
essencial da evolução, criando uma cultura de aprendizagem que
favorece a inovação e a criatividade.

Em uma realidade data-driven, é mais fácil tomar decisões


estratégicas e mitigar riscos, mas os erros fazem parte da jornada e
devem ser encarados com naturalidade.

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