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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

TEMA: a importância da contabilidade no processo de tomada de decisão nas empresas


Nome da docente: Eunice Isabel Gove

Nome do estudante: Nelson Pedro Tomas, 708216968

Curso: Licenciatura em Administração Pública

Disciplina: Contabilidade Geral


Ano de frequência: 2˚ Ano

Chimoio, Agosto de 2022


Folha de feedback

Classificação
Categorias Indicadores
Padrões Pontuação Nota
do Subtotal
máxima
tutor
Capa 0.5
Índice 0.5

Aspectos Introdução 0.5


Estrutura
organizacionais Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução
Descrição dos objectivos 1.0

Metodologia adequada ao
2.0
objecto do trabalho

Articulação e domínio do
discurso académico
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência / 2.0

Análise e coesão textual)

discussão Revisão bibliográfica


nacional e internacionais
2.
relevantes na área de
estudo
Exploração dos dados 2.0

Conclusão Contributos teóricos práticos 2.0

ii
Paginação, tipo e tamanho
Aspectos
Formatação de letra, paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre linhas

Normas APA 6ª
Referências edição em Rigor e coerência das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas

I.

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Recomendações de melhoria:
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Índice
I. INTRODUÇÃO............................................................................................................................1

1.1. Introdução.............................................................................................................................1

1.2. Metodologia..........................................................................................................................1

1.3. Estrutura do Trabalho...........................................................................................................1

II. REVISÃO DA LITERATURA..................................................................................................2

2.1. Conceitos..............................................................................................................................2

2.2. Objecto e objectivo da contabilidade....................................................................................2

2.4. Informação contabilística......................................................................................................7

2.5. A importância da utilização da contabilidade no processo de tomada de decisões..............8

2.3. As demonstrações financeiras...............................................................................................9

2.5. Conjunto completo de demonstrações financeiras.............................................................12

III. CONCLUSÃO.........................................................................................................................14

BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................................15

v
I. INTRODUÇÃO

1.1. Introdução
O presente trabalho versa sobre a importância da contabilidade no processo de tomada de decisão
nas empresas e visa fazer uma análise geral da contabilidade nesse processo descrevendo a sua
importância crucial para o desenvolvimento dessas empresas. A importância da tomada de
decisão nas entidades é muito clara e é perceptível com facilidade pois pode-se verificar os
diferentes rumos que cada entidade toma, o que elas produzem, as políticas adoptadas, os
diferentes problemas e a forma como cada uma delas os ultrapassa, ou seja, todo o andamento
das entidades é determinado por uma decisão. Porém, as entidades devem sempre decidir sobre
alguma coisa, muitas vezes errarão mas também na maioria das vezes tomarão óptimas decisões.
Como é lugar-comum observar-se: mais vale uma decisão mal tomada do que uma decisão não
tomada.

1.2. Metodologia
Para a realização da pesquisa usou-se o seguinte procedimento pesquisa bibliográfica

Para GIL (2002), pesquisa bibliográfica é aquela que utiliza material já publicado, constituído
basicamente de livros, artigos de periódicos. Sua principal vantagem é possibilitar ao
investigador a cobertura de uma gama de acontecimentos muito mais ampla do que aquela que
poderia pesquisar directamente. Para o presente trabalho, este procedimento foi desenvolvido
através de leitura de obras referentes á temática escolhida como: livros, manuais e outros trabalhos
que investigaram sobre o assunto.

1.3. Estrutura do Trabalho


I. Introdução
II. Revisão Bibliográfica
III. Conclusão
IV. Referências Bibliográficas

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II. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Conceitos

Para Joel J. Santos (2017), “A contabilidade é um sistema de contas por normas, regras, e
princípios para a acumulação, geração e análise de dados para atender a necessidade interna e
externa de uma empresa”.

De acordo com Marion (2006), a Contabilidade é um sistema de informação e avaliação que


regista os eventos que alteram o património de uma entidade, destinado a prover seus usuários
com demonstrações e análises de natureza patrimonial, económica e financeira.

De acordo com o Pêgas (2006), contabilidade é uma ciência social que tem por finalidade
registar, controlar e interpretar os eventos que alteram o património de uma entidade, com o
objectivo de fornecer informações aos seus usuários.

A Contabilidade possui metodologia especialmente concebida para captar, registar, acumular,


resumir e interpretar situações que alteram o património de entidades. Há muito, já deixou de ser
uma ferramenta para apenas atender às exigências do fisco, constituindo-se de uma ferramenta
indispensável na tomada de decisões pelos seus usuários diversos. De forma simplificada a
contabilidade é uma ciência social que estuda o património da entidade na intenção de ampará-la
nas suas actividades com controlo, planeamento e gestão com ou sem finalidades lucrativas.
Hoje ela se faz necessária em todas as empresas de pequeno à grande porte por ser de extrema
importância em sua estrutura.

2.2. Objecto e objectivo da contabilidade


A Contabilidade provém da necessidade de o homem ter conhecimentos a respeito dos seus
negócios, controlando e criando procedimentos para determinar as suas posses e avaliar as
mesmas.

A busca contínua por esse conhecimento transformou a Contabilidade em uma ciência que
estuda a riqueza patrimonial, gerando informações e explicações dos fenómenos patrimoniais, ou
seja, controla a saúde da empresa, para que os usuários possam tomar suas decisões e por meio
de seus actos ofertarem maiores benefícios às organizações.

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Essa transformação da Contabilidade em ciência é explicada por Sá (2002), para um determinado
conhecimento ser considerado uma ciência é preciso que ele atenda a requisitos: possuir objecto
específico de estudo, métodos de análises, teorias próprias e enunciar verdades de valor
universal. Segundo o mesmo autor (2002), a Contabilidade actua sobre o património das células
sociais, e estas estão inseridas no todo social, concluindo que seja ela uma ciência social.

De acordo com o próprio Lopes de Sá (2002, p. 143), célula social ou azienda é um agregado de
pessoas e de coisas impessoais, com actividade permanente ou duradoura e que visa suprir
objectivos traçados pelo homem.

Podemos argumentar dizendo que a ciência contabilística tem por missão informar de forma
íntegra, com clareza e confiabilidade aos seus usuários a situação patrimonial das células sociais.

Contemporaneamente, a Contabilidade tem se apresentado como uma ciência gestora de


património, que visa primeiramente compreender as mutações da riqueza patrimonial, tendo
como o património seu objecto de estudo. O património no ponto de vista contabilístico agrupa
elementos positivos e negativos, sendo os bens e direitos representantes do aspecto positivo
patrimonial, enquanto que as obrigações, o aspecto negativo. E aqui cabe um esclarecimento,
ainda que as dívidas superem os direitos e os bens, o património existe, sendo assim podemos
dizer que Património Líquido = Bens + Direitos (-) Obrigações.

Para Martins e Campos (2000), património pode ser conceituado como o conjunto de bens,
valores, direitos e obrigações de uma pessoa física ou jurídica que possa ser avaliado
pecuniariamente e que seja utilizado na consecução de seus objectivos sociais. De outra forma,
Ferreira (2002) conceitua património como o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma
pessoa física, ou jurídica, que possam ser avaliados em dinheiro. Também, conforme Sá (2002)
património, essencialmente, é um conjunto impessoal de meios e recursos materiais e imateriais,
existente em determinado momento, visando a satisfação das necessidades da actividade de uma
célula social.

Pode-se compreender que património é tudo aquilo que a organização possui, ou seja, seus bens,
seus direitos e também as suas obrigações. A Contabilidade, aplicando todas as suas técnicas e
procedimentos, estabelece o controlo desse património. Porém, é válido ressaltar que no ponto de

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vista contabilístico não é considerado os bens, direitos e obrigações que não tenham valor
económico, ou seja, que não possam ser expressados em moeda.

Neste contexto, conforme Franco (1997), a Contabilidade é a ciência que estuda os fenómenos
ocorridos no património das entidades, mediante o registo, a classificação, a demonstração
expositiva, a análise e a interpretação desses fatos, com o fim de proporcionar informações e
orientação necessárias à tomada de decisões sobre a composição do património, suas variações e
o resultado económico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.

Segundo ludícibus (1997), Contabilidade é a forma de identificar, mensurar e comunicar


informação económica, financeira, física e social, a fim de permitir decisões e julgamentos
adequados por parte dos usuários da informação.

Através do estudo do património, e por consequência seu controlo, a Contabilidade disponibiliza


informações aos seus usuários, tal conhecimento serve para mensurar a situação patrimonial e o
desempenho da organização. É neste foco que desde os tempos antigos até os dias de hoje a
Contabilidade tem como objectivo principal munir seus diversos usuários de informações,
contribuindo no processo de gestão das empresas.

Segundo Hendriksen (1999), durante o período que se estende até o século XVI, o principal
objectivo da Contabilidade era produzir informação para o proprietário geralmente proprietário
único. Define Kroetz (2000), que a Contabilidade é uma ciência social que estuda a riqueza
patrimonial individualizada, sob os aspectos quantitativos e qualitativos, tendo como objectivos a
geração de informação e a explicação dos fenómenos patrimoniais, proporcionando o controlo, a
análise, a avaliação, o planeamento e a tomada de decisão, no enfoque passado/presente/futuro.

No mesmo contexto de fundamentação, ludícibus (1997), cita que o objectivo da Contabilidade


pode ser resumido no fornecimento de informações económicas para os vários usuários, de forma
que propiciem decisões racionais. Também, como bem descreve ludícibus e Marion (2002), os
princípios contabilísticos podem ser assim definidos como conceitos básicos que constituem o
núcleo essencial que deve guiar a profissão contabilística aos objectivos da Contabilidade, que
consistem em apresentar informação estruturada para os usuários.

Cabe lembrar que no primeiro momento da história contabilística as atenções eram voltadas
basicamente para com às informações que prestassem atendimento as necessidades fiscais e

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legais. Sobretudo com o surgimento do mercado globalizado, que acirrou a concorrência, a
informação contabilística passou a ser de extrema relevância na gestão dos recursos das
entidades para a criação de vantagem competitiva. Essa evolução, evidencia que o objectivo
primordial da Contabilidade continua sendo o de fornecer informações para todos seus usuários,
porém nessa nova realidade concorrencial, a Contabilidade evoluiu e seus objectivos também, e
inserida dentro dessa nova realidade temos como objectivo organizacional a maximização da
riqueza dos accionistas.

Segundo Araúio e Assaf Neto (2003), os métodos utilizados pelos gestores para a sua gestão
financeira da empresa sofreram mudanças, pois está sendo adoptado como objectivo
organizacional a maximização da riqueza dos accionistas. Assim, os gestores necessitam de
informações que possibilitam aos accionistas verificar se os seus fins estão sendo alcançados e,
para isso, cabe à Contabilidade apresentar tais subsídios. E complementarmente argumentam que
a finalidade primordial da Contabilidade é actuar como instrumento de administração.
Especificamente, é dar suporte ao planeamento da entidade quando da identificação e
determinação dos objectivos, bem como na análise de alternativas e projecção futura.

Nesse contexto, podemos argumentar que a Contabilidade tem funções económicas, sociais e
administrativas. A função económica representada pelo fato da apresentação de lucro ou prejuízo
pela movimentação dos componentes patrimoniais, a função administrativa que se apresenta
como controle e planeamento das acções executadas pelos gestores da entidade e por fim a
função social, porém não menos importante, que podem ter nas políticas de responsabilidade de
cada empresa acções significativas de transformações importantes na sociedade actual,
contribuindo para o progresso do país, influindo nos níveis de qualidade de vida da comunidade.

Sendo assim, as funções estão entrelaçadas com os objectivos da Contabilidade que por sua vez
devem estar alinhadas aos objectivos de cada entidade. Tais objectivos podem ser variados,
dependendo da necessidade das organizações, como, por exemplo, apresentar a posição da
empresa em dado momento; demonstrar a situação económica, financeira e patrimonial da
entidade; permitir que os fatos ocorridos sejam correctamente interpretados, tenham eles
afectado qualitativa ou quantitativamente o património; transformar os dados (os registos
efectuados) em informações que se apresentem como poderoso instrumento para a tomada de
decisões. Assim, pode-se concluir que independente do objectivo da empresa, o objectivo da

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Contabilidade é sempre gerar informações confiáveis aos seus usuários, de acordo com a
necessidade da organização.

2.3. Sistemas de Informação de Apoio à Decisão


Há sistemas próprios, formulados para auxiliar directamente os gestores em suas decisões. Isto
representa refinamento dos sistemas de apoio à gestão. São denominados de sistema de suporte à
decisão e de sistema de informações executivas. Utilizam-se dos dados de sistemas operacionais
e dos de apoio à gestão. Seu foco é promover alterações de informações não estruturadas para
tomada de decisão. (PADOVEZE).

Para Figueiredo (1997), o sistema de informação é o propósito básico da informação e habilitar a


organização seus objectivos pelo uso eficiente dos recursos disponíveis nos quais se inserem:
pessoas, materiais, equipamentos, tecnologias, dinheiro, além da própria informação. A
informação tem como objectivo principal à adequação do sistema de informação ao processo
decisório, fornecendo informação cujas tendências sejam levar as decisões óptimas com relação ao
resultado económico, fazendo com os gestores, entre as várias alternativas, seleccionem aquela que
aperfeiçoará o resultado: reduzindo custos aumentando receitas, aumentando lucro, aumentando
eficiência, aumentando eficácia.

Padoveze (2004), cita três características fundamentais para que um sistema de informação
contabilístico tenha validade dentro de uma empresa independente do porte. Essas características são
relacionadas a seguir:
 Operacionalidade: as informações devem ser colectadas, armazenadas e processadas de
forma operacional. São características básicas de operacionalidade de relatórios concisos,
elaborados de acordo com as necessidades dos usuários, colectados de informações
objectivas e de imediato entendimento pelo usuário que não permitam uma única duvidam
sequer, com apresentação visual e manipulação adequada.
 Integração e navegabilidade dos dados: considera-se um sistema de informação
contabilístico como integrado quando todas as áreas necessárias para a gestão de informações
contabilísticas estão abrangidas por um único sistema de informação contabilístico. Todos
devem utilizar-se de um mesmo sistema de informação.
 Custo da informação: o sistema de informação contabilístico deve apresentar uma situação
de custo abaixo dos benefícios que proporciona à empresa. Com a incorporação definitiva

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dos recursos computacionais, de macro e microinformática na administração das empresas,
entende-se que qualquer empresa, da microempresa às grandes corporações, tem condições
de manter um sistema de informação contabilístico que lhe seja adequado.
Ou seja, um bom sistema informação pode contribuir para evolução da empresa, além de resolver
problemas que poderiam ocorrer dentro da entidade. Oferecendo ao gestor como melhorar a
performance da empresa, no nível de gestão operacional, patrimonial e administrativo, buscando o
monitoramento de todas as operações realizadas na empresa.

2.4. Informação contabilística


As informações sempre existiram e actualmente adquiriram maior volume e passaram a ser
apresentadas com intensa velocidade, tornando-se necessária a utilização de ferramentas ainda
mais inovadoras para adaptar-se a esta nova realidade. Nesse novo cenário vivenciado é possível
dizer que o êxito económico-financeiro das instituições pode depender em parte da gestão da
informação.

Segundo Beuren (2002), as informações devem ser tratadas como um recurso valioso, de forma a
assegurar a continuidade e o cumprimento da missão das organizações. Um fluxo constante de
informações é necessário para que os gestores tomem decisões correctas em todas as fases do
processo de gestão. As empresas que utilizam a informação com eficácia podem ter vantagens
em determinadas oportunidades e, dessa forma, ganhar espaço em relação a seus concorrentes.

A Contabilidade, como sistema de informações. é parte fundamental para assegurar o processo


decisório por parte dos gestores nas organizações. As informações contabilísticas caracterizam-
se por registar todas as transacções ocorridas nas organizações, constituindo-se num grande
"banco de dados". Seus dados são úteis à administração, além de representarem um instrumento
de gestão eficaz para o processo decisório.

A diferenciação entre o que são dados e o que são informações é explicitada por Matarazzo
(1998), o qual define dados como números ou descrições de objectos ou eventos que,
isoladamente, não provocam nenhuma reacção no leitor. Informações representam. para quem as
recebe, uma comunicação que pode produzir reacção ou decisão, frequentemente acompanhada
de um efeito surpresa.

As informações provenientes da Contabilidade no passado eram baseadas em registos manuais e


tinham por objectivo informar ao dono qual foi o lucro obtido num exercício comercial. Hoje,

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essas informações passaram pelo estágio da informatização e devem estar online de forma que
sirvam de verdadeiros suportes para a tomada de decisão com vistas à optimização dos resultados
da empresa.

2.5. A importância da utilização da contabilidade no processo de tomada de decisões


O presente cenário organizacional, caracterizado pela globalização, induz a gestão das empresas.
Tal realidade proporciona um senso de direcção voltado para o futuro, alterando o presente
cenário e contribuindo para que as organizações possam solucionar problemas e identificar
possíveis oportunidades.

Nos últimos anos, o que se vê é uma economia cada vez mais globalizada, tanto progresso fez
com que a Contabilidade também evoluísse de forma a acompanhar este processo. Segundo
Oliveira (2003), a globalização teve impacto nos negócios e na forma de realizá-los. Métodos
mais modernos combinados com a informação têm feito o mundo transformar-se num único
mercado.

Conforme ludícibus (2002), o grau de avanço da Contabilidade está directamente associado ao


grau de progresso económico, social e institucional de cada sociedade. Tal progresso vem
acompanhado de melhores resultados, que por sua vez trazem novos ideais.

Para Kaplan e Norton (1997) melhorias de desempenho necessitam de grandes mudanças, e isso
inclui mudanças nos sistemas de medição e gestão utilizados pelas empresas. Será impossível
navegar rumo a um futuro mais competitivo, tecnológico e centrado nas competências
monitorizando e controlando apenas as medidas financeiras do desempenho passado.

Nesse mesmo contexto, Leite (2002), afirma que o processo de gestão empresarial passa por
novos desafios e os gestores passam a trabalhar com novos modelos de decisão, e passa-se a
tomar a Contabilidade como a principal ferramenta de gestão empresarial. Hoje, o mundo dos
negócios está sendo regido pela globalização da economia e a Contabilidade se tornou um
mecanismo essencial para ele.

A harmonização desse processo de melhorias de desempenho cria uma nova postura dentro das
organizações, e como protagonistas dela temos a tomada de decisões e os usuários das
informações contabilísticas, que de maneira directa ou indirecta, encontram nos relatórios da

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Contabilidade respostas para assegurar o controlo do património administrativo e a optimização
de seus processos decisórios.

Na mesma linha do processo decisório, podemos entender como decisão segundo Chiavenato
(1998), o processo de análise e escolha, entre várias alternativas disponíveis, do curso de acção
que a pessoa deverá seguir. Para Schmidt (2000), a Contabilidade vem evoluindo ao longo dos
anos em função de diversos estudos que possibilitam o surgimento de novas e melhores maneiras
de controlar o património através de um sistema de informações que possibilita a tomada de
decisões no intuito de garantir a continuidade e o sucesso das organizações. A contabilidade
assume relevância ao proporcionar através de suas técnicas inseridas no processo de gestão,
subsídio seguro ao usuário, pessoa física, na tomada de decisão quanto ao seu património da
Contabilidade na gestão do património das pessoas físicas.

Partindo do consenso de gerar informações qualificadas e que as mesmas devem ser analisadas e
filtradas, as empresas buscam na Contabilidade informações para o auxílio no processo de
tomada de decisões. Sustentando tais argumentos, Franco (1997), define a finalidade da
Contabilidade como assegurar o controlo do património administrativo, através do fornecimento
de informações e orientações necessárias à tomada de decisões sobre a composição e as
variações patrimoniais, bem como sobre o resultado das actividades económicas desenvolvidas
pela entidade para alcançar seus fins, que podem ser lucrativos ou meramente ideais.

Para o processo decisório dentro das organizações faz-se necessária a utilização da


Contabilidade, onde existe uma real necessidade por parte dos administradores de informações
de qualidade e oportunas para subsidiar a tomada de decisão nas organizações, assim podemos
dizer que essa necessidade pode ser saturada através do enfoque da Contabilidade e da auditoria,
em que ambas podem contribuir no enriquecimento e optimização das decisões no processo
administrativo.

2.3. As demonstrações financeiras


As demonstrações financeiras constituem um importante instrumento de apoio à tomada de
decisão nas organizações, permitindo o conhecimento da situação financeira e económica.
Talvez por essa razão, as demonstrações financeiras divulgadas pelas entidades têm sido objecto
de diversos estudos.

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Silva e Souza (2011), afirmam que: “as demonstrações financeiras também são chamadas de
relatórios contabilísticos e são a fonte de informações para análise, servindo de base, inclusive
para avaliar possíveis investimentos”. Para Ribeiro (2003), as demonstrações financeiras são
relatórios ou quadros técnicos que contêm dados extraídos dos livros, registos e documentos que
compõem o sistema contabilístico de uma entidade.

A Norma Contabilística e de Relato Financeiro 1 (NCRF 1) contêm a estrutura e o conteúdo das


demonstrações financeiras. Esta norma, nos parágrafos 6 a 8, relata a forma como as
demonstrações financeiras devem ser identificadas no momento da sua elaboração: “as
demonstrações financeiras devem ser identificadas claramente e distinguidas de outra informação
no mesmo documento publicada. É importante que os utilizadores consigam distinguir
informação que seja preparada a partir das NCRF de outra informação que possa ser útil aos
utentes mas não seja objecto desses requisitos”

De acordo com a NCRF 1, os elementos que se seguem, devem ser sempre referenciados de
forma relevante e “repetida”, para facilitar a compreensão da informação apresentada:
a) O nome da entidade que relata ou outros meios de identificação, e qualquer alteração
nessa informação desde a data do balanço anterior;
b) Se as demonstrações financeiras abrangem a entidade individual ou um grupo de
entidades;
c) A data do balanço ou o período abrangido pelas demonstrações financeiras, conforme o
que for apropriado para esse componente das demonstrações financeiras;
d) A moeda de apresentação, por regra o Metical; e
e) O nível de arredondamento, que não pode exceder o milhar de unidades da moeda
referida em d) usado na apresentação de quantias nas demonstrações financeiras.

De acordo com PGC existem dois pressupostos subjacentes à elaboração das demonstrações
financeiras, que são:
 Regime do acréscimo (periodização económica): “os efeitos das transacções e de outros
acontecimentos são reconhecidos quando eles ocorram e não quando caixa ou
equivalentes de caixa sejam recebidos ou pagos, isto é, os registos são efectuados não
com base no caixa mas sim com base na ocorrência das transacções. Sendo assim,
informa-se aos utentes não apenas as transacções passadas envolvendo o pagamento e o

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recebimento de caixa mas também das obrigações de pagamento no futuro e de recursos
que representem caixa a ser recebida no futuro que seja mais útil aos utilizadores na
tomada de decisões económicas.
 Continuidade: “as demonstrações financeiras são normalmente preparadas no pressuposto
de que uma entidade é uma entidade em continuidade e de que continuará a operar no
futuro previsível. Daqui que seja assumido que a entidade não tem nem a intenção nem a
necessidade de liquidar ou de reduzir drasticamente o nível das suas operações.

2.4. Objectivos e importância das demonstrações financeiras


De acordo com Silva e Souza (2011), as demonstrações financeiras são utilizadas pela gestão da
entidade para prestar contas e levar informações sobre o aspecto económico-financeiro aos
accionistas, credores, governo e outros interessados e apresentam informações úteis que revelam
suas operações durante um determinado período de tempo, e quando analisadas facilitam a
detenção dos pontos fortes e fracos encontrados na realização da sua actividade quer operacional
ou não operacional.

Os autores (Silva e Souza, 2011), afirmam, ainda, que as demonstrações financeiras são os
instrumentos utilizados pela contabilidade para expor a situação económico-financeira da
empresa e prover aos diversos utentes internos e/ou externos as informações que servem de base
para a tomada de decisões.

No mesmo sentido, segundo Martins (2011), as demonstrações financeiras têm como finalidade:
Proporcionar informação útil aos utilizadores; Avaliar a capacidade da entidade gerar dinheiro e
equivalentes de dinheiro e da tempestividade e certeza da sua geração; Informar sobre os
recursos económicos controlados pela entidade, estrutura financeira, liquidez e solvência.

De acordo com o PGC o objectivo das demonstrações financeiras é proporcionar informação


acerca da posição e do desempenho financeiro e dos fluxos de caixa de uma empresa que seja
útil a uma vasta gama de utentes na tomada de decisão económica; mostram ainda os resultados
As demonstrações financeiras também mostram os resultados da condução, por parte do órgão de
gestão, dos recursos a ele confiados.
Para as demonstrações financeiras atingirem os seus objectivos devem fornecer as informações
relativas aos seguintes elementos: Activos, Passivos, e Capital Próprio (CP), Rendimentos

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(rendimentos e ganhos) e Gastos (gastos e perdas), Demonstração das Alterações no Capital
Próprio (DACP), Fluxos de Caixa.

De acordo com o PGC, um conjunto completo de demonstrações financeiras inclui: balanço;


demonstração dos resultados (DR); demonstração das alterações no capital próprio (DACP);
demonstração dos fluxos de caixa (DFC); e anexos. Todas estas demonstrações são retratadas na
NCRF 1, com excepção da DFC que é desenvolvida na NCRF 2.

2.5. Conjunto completo de demonstrações financeiras


O balanço: é um instrumento contabilístico que apresenta ou demonstra a posição financeira da
entidade num determinado período de tempo. O balanço para poder retratar a respectiva situação,
mostra de forma contabilística, os activos (bens e direitos, ou seja, aquilo que a organização
possui), os passivos (as suas dívidas) e evidencia a diferença entre ambos (Salas, 2005).
O balanço é como uma fotografia da entidade. A partir desta ferramenta os gestores podem
aceder a informações úteis à sua actividade e a partir daí passam a ter uma ideia mais ampla dos
meios monetários disponíveis, do estado das suas dívidas e das suas fontes de financiamento.

O balanço de uma entidade retrata três ideias cruciais: A comparação entre o activo e o passivo,
evidenciando o capital próprio; um conjunto de contas, com valores de sinal contrário, em
equilíbrio; e um mapa ou documento em que se representa aquela comparação e o equilíbrio de
contas.
Demonstração dos resultados: A demonstração dos resultados também pode ser chamada de
demonstração dos resultados do período. Segundo Gitman (2010), fornece um resumo financeiro
dos resultados operacionais da entidade durante um período específico de tempo, sendo mais
comum o período que vai até 31 de Dezembro de cada ano”. Portanto, com este documento
avalia-se a eficiência económica da entidade.

Demonstração dos fluxos de caixa: é um balanço integrante do conjunto completo das


demonstrações financeiras, sendo desenvolvida exclusivamente na NCRF 2. Esta demonstração
“é um instrumento que permite ao gestor monitorar a evolução do equilíbrio ou desequilíbrio
entre a entrada e saída de dinheiro durante um determinado período, possibilitando a adopção
antecipada de medidas que venham assegurar a disponibilidade de recursos para o suprimento
das necessidades de caixa. Toda a actividade realizada por uma entidade resume-se na entrada e

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saída de dinheiro e é nesse jogo de entra e sai que o Fluxo de Caixa é importante, uma vez que
ajuda-nos a perceber antecipadamente quando vão faltar ou sobrar recursos.

De acordo a NCRF2 a demonstração dos fluxos de caixa tem como objectivo principal relatar os
fluxos de caixa do período, classificando-os quanto ao seu destino ou origem por tipo de
actividade, proporcionando deste modo informação que térmite determinar o impacto dessas
actividades na posição financeira da entidade.
A demonstração das alterações no capital próprio: evidencia as alterações no capital próprio
ocorrido no período. A NCRF 1 refere que: as alterações no capital próprio de uma entidade
entre duas datas do balanço reflectem o aumento ou a redução nos seus activos líquidos durante o
período.

Para Grenha et al. (2009) as variações no capital próprio têm três origens possíveis: as que
resultam das transacções com detentores de capital próprio, na sua figura e capacidade de
detentores; o resultado líquido que representa a diferença entre rendimentos e gastos em cada
período, ou seja, a gerada pelas actividades da entidade; Todas as alterações que são geradas
pelas actividades da entidade mas que não transitam pela demonstração dos resultados.

O anexo: é um documento que está fortemente ligado às demais demonstrações financeiras. Nele
é divulgada “informação acerca das bases de preparação das demonstrações financeiras e
políticas contabilísticas usadas, e outras divulgações exigidas pelas NCRF que não sejam
apresentadas noutras demonstrações financeiras. Serve, também para “proporcionar informação
adicional que não seja apresentada” noutras demonstrações financeiras “mas que seja relevante
para uma melhor compreensão de qualquer uma delas” (NCRF 1).

Ainda de acordo com a NCRF 1, as notas do anexo devem ser apresentadas pela seguinte ordem:
a) Identificação da entidade;
b) Referencial contabilístico de preparação das demonstrações financeiras;
c) Principais políticas contabilísticas;
d) Informação de suporte de itens apresentados na face as demonstrações financeiras;
e) Passivos contingentes e compromissos contratuais não reconhecidos;
f) Divulgações exigidas por diplomas legais;
g) Informações de carácter ambiental.

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III. CONCLUSÃO
Após a elaboração do presente trabalho concluiu-se que a contabilidade é um instrumento muito
importante no processo de tomada de decisão, isso porque ela serve como um sistema de
informação é na contabilidade que se produz as demonstrações financeiras que demonstram em
que ponto esta a empresa com base nos elementos citados no trabalho. O processo de tomada de
decisão em uma empresa e feito com base em muitos elementos a contabilidade e o principal no
meio dos demais. A contabilidade é uma ferramenta de trabalho muito extraordinária para o
gestor, por meio dela pode-se criar alvos, estabelecer directrizes, permitindo ao administrador
criar suas estratégias, ministrando conhecimentos e procedimentos da organização dentro do
mercado. Muitas empresas deixam a tomada de decisão no sector de controlo, investimento,
custos e planeamento da sua empresa.

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IV. BIBLIOGRAFIA

 CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Gerencial: teoria e prática. 4. ed. São


Paulo: Atlas, 2008.
 Gil, A. C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa. (4ª Ed). São Paulo: Atlas.
 Gitman, L. J. (2010). Princípios de Administração Financeira. (12ª ed). São Paulo:
Pearson Prentice Hall.
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