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Cláusula de Reserva de Plenário

A Constituição Federal da República Federativa do Brasil (1988) é norma jurídica


suprema do Estado brasileiro, e todos os entes federativos (União, Estados,
Distrito Federal e Municípios) devem observar as suas determinações.

Desta forma, nenhuma lei ou ato normativo editado pelo poder público pode
contrariar a Constituição Federal. Para garantir a supremacia da Constituição,
adota-se o sistema de controle de constitucionalidade judicial misto, que é
exercido pelo Poder Judiciário tato pela via concentrada como pela via difusa. A
via concentrada é exercida pelo STF- Supremo Tribunal Federal, a partir de
ações como a ADI (Ação Direta de inconstitucionalidade).

A declaração de inconstitucionalidade em uma ADI possui efeitos vinculantes e


contra todos. Ou seja, todo os demais órgãos do Poder Judiciário e do Executivo
devem observar o mesmo entendimento do STF deixando de aplicar a lei
declarada nula.

No controle concentrado, a principal discussão é sobre a constitucionalidade da


lei. Já no difuso a inconstitucionalidade é o fundamento do pedido da parte, por
exemplo, um indivíduo diz que não deve pagar um determinado imposto porque
a lei que instituiu o imposto é inconstitucional. Para decidir se este indivíduo deve
pagar o imposto, ou não, o juiz ou o tribunal deve analisar primeiro se alei é
inconstitucional, ou não, através do controle difuso. É nessa modalidade de
controle de constitucionalidade que se insere a Cláusula de Reserva de Plenário.
Ela determina que a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder
público só pode ser declarada por meio dos votos da maioria absoluta dos
membros do tribunal ou de seu órgão especial. Isto porque é comum que os
tribunais se organizem internamente em órgãos fracionários menores, como
câmaras, turmas ou seções especializadas.

Contudo, esses órgãos fracionários não podem declarar a inconstitucionalidade


de lei. Essa função cabe somente ao plenário, que é composto por todos os
membros do tribunal, ou ao órgão especial, que exerce por delegação as
atribuições do plenário.
É importante ressaltar que a decisão de órgão fracionário de tribunal que afasta
ou deixa de aplicar a lei ou ato normativo no caso concreto também viola a
Cláusula de Reserva de Plenário, mesmo que não declare expressamente a
inconstitucionalidade da lei ou do ato.

Vale ainda mencionar que a Cláusula de Reserva de Plenário não se aplica


quando o tribunal julgar o ato normativo válido e constitucional, quando já houver
manifestação do plenário ou órgão especial do próprio tribunal ou manifestação
do STF sobre a matéria.

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