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 Princípios do Treinamento
Eduardo Kramm
O Treinamento Desportivo é uma composição de diversos
fatores que precisam abranger o ser humano como um todo e por
isso este segue uma série de princípios, denominados Princípios
do Treinamento, que quando atrelados a uma periodização,
formam um bloco de conhecimentos teórico práticos levados em
consideração quanto a prescrição do treinamento. Ademais,
enseja em quatro pilares principais que se fazem de fundamental
importância para a compreensão destes princípios, são eles:
desenvolvimento, constância, consistência e metas. Dentro do
pilar de desenvolvimento, está englobado não somente o
desenvolvimento esportivo, mas pessoal, profissional e social
também, além da relação intra e interpessoal; dentro do pilar da
constância, a regularidade/frequência e o compromisso são
fundamentais para diferenciar o indivíduo que busca o
treinamento esportivo daquele que almeja somente o lazer;
dentro do pilar da consistência, a determinação, a superação de
limites e o foco se tornam essenciais para o alcance de um
objetivo; por último, dentro do pilar de metas, a quantificação, o

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 planejamento e a execução são peças chaves para o
desenvolvimento da periodização e aplicabilidade do treinamento
correto.

Exemplificando alguns modelos de periodização, temos

periodizações simples, dupla, ondulatória, tetra, ATR, linear,
linear reversa, clássica, entre outras, todavia, periodizações
simples e duplas se fazem mais comuns, contando com
macrociclo(s) com período(s) preparatório(s), competitivo(s) e
transitório(s), além de seus subgrupos de meso e microciclos.
Dentro destes modelos de periodizações, microciclos tem duração
média de 2 à 4 semanas, mesosciclos, 4 à 6 semanas, macrociclos,
2 à 4 meses e o ciclo olímpico com duração de 4 anos, podendo
variar de acordo com a literatura utilizada.

Os Princípios básicos do treinamento são fatores que visam

filtrar as mais variadas formas de aplicações práticas dentro do
que o treinamento desportivo necessita para trabalhar junto a
prescrição de blocos periodizados de treinamento, não existindo
uma forma de iniciar um trabalho sem associar um ao outro. Para
prescrever treinamentos de qualidade e aplicá-los através de uma
periodização, você precisa dominar os conceitos destes princípios
e assim utilizá-los como ferramentas para manipular a

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 periodização. Quando bem aplicados, buscam trabalhar o
desenvolvimento das capacidades físicas como força, resistência,
potência, velocidade, flexibilidade, coordenação, agilidade e
equilíbrio. Finalmente, como Princípios do Treinamento
determinamos:

Individualidade: o organismo humano é único, por isto, deve

ser avaliado através de uma anamnese que traga suas
características e particularidades físicas e mentais, sendo
imprescindível para um treinamento eficiente e seguro.

Adaptabilidade: devido à homeostase corporal, o organismo

humano buscará mecanismos adaptativos a todo momento e
estes serão diretamente relacionados aos estímulos gerados em
decorrência ao treinamento, sejam eles fisiológicos, metabólicos,
neurais, hormonais e/ou mecânicos.

Variabilidade: variar estímulos é de suma importância para

evitar a estagnação, todavia variar demais não trará as adaptações
necessárias, já que serão muitos estímulos diferentes ao mesmo
tendo e o organismo não terá tempo de se adaptar, por isto é
necessário buscar o equilíbrio entre a variação de estímulos
gerados e a falta destes.

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 Continuidade: ter constância e promover repetições no
treinamento são pontos fundamentais para alcançar metas e
serão determinantes para o objetivo final. Iniciar tarefas e não as
terminar é o primeiro passo para o fracasso.

Especificidade: cada modalidade possui necessidades

diferentes de acordo com suas demandas técnicas, práticas,
mecânicas e fisiológicas, além de regras competitivas, entre
outros, por isto a adequação dos blocos periodizados a este
princípio se faz essencial, principalmente em períodos pré
competitivos e competitivos.

Progressão: a progressão deve ser avaliada de tempos em

tempos de acordo com as metas e objetivos estabelecidos.
Ferramentas como o Duplo Produto (FC X PAS) avaliam o trabalho
cardíaco durante a prática de exercícios físicos enquanto o teste
de 1RM avalia a força máxima/absoluta de um indivíduo em
determinado gesto esportivo, sendo ambos extremamente úteis
para avaliarmos a progressão de nossos atletas.

Sobrecarga: gerar intensidade através da carga é de suma

importância para estimular as mais variadas contrações
musculares, sejam elas dinâmicas/isotônicas concêntricas,
excêntricas, contração isométrica e isocinética.

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 Interdependência volume X intensidade: volume e
intensidade são variáveis manipuláveis completamente
diferentes, mas altamente dependentes uma da outra, sendo
intensidade o tempo de intervalo, a velocidade de execução de
gestos, a sobrecarga, a combinação de exercícios etc., enquanto o
volume será a tonelagem, a quantidade de exercícios, o número
de séries, repetições e sessões de treinamento por dia ou semana.

Reversibilidade: sendo também conhecido como princípio

do destreinamento, é fundamental para a supercompensação,
recuperação do tecido muscular, ósseo, ligamentar, tendíneo,
perfil psicológico, quadrante e marcadores bioquímicos alterados
em detrimento das rotinas de treinamento e se define como a
necessidade de descanso para que o organismo retorno cada vez
melhor e mais confiante ao treinamento.

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