Você está na página 1de 99

1

Sumario

UNIDADE 1........................................................................................................03
HISTORIA DA EDUCAÇÃO FISICA..................................................................................................04
CONCEITO E ABRANGÊNCIA DO TERMO SAÚDE.........................................................................15
HANDEBOL......................................................................................................................24
UNIDADE 2........................................................................................................33
Anatomia........................................................................................................................34
Fisiologia do coração......................................................................................................35
Sistema ósseo.................................................................................................................38
Sistema muscular............................................................................................................41

UNIDADE 3........................................................................................................47
Basquete......................................................................................................................................48
Corpo e Mídia..............................................................................................................................57
Postura........................................................................................................................................63

UNIDADE 4........................................................................................................69
VOLEI...........................................................................................................................................70
INTRDUÇÃO AOS PRIMEIROS SOCORROS....................................................................................80
LUTAS..........................................................................................................................................91
3

HISTORIA DA EDUCAÇÃO FISICA

CONCEITOS DE ATIVIDADE FÍSICA, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA


NA PERSPECTIVA DA APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE.

HANDEBOL
4

HISTORIA DA EDUCAÇÃO FISICA

INTRODUÇÃO

A História da Educação Física relaciona-se com todas as ciências que estudam o passado e
o presente das atividades humanas e a sua evolução. O homem, condicionado à situações de ser
pensante, desempenhou, em todas as etapas da vida, um papel importante na história da
educação física, a qual se propõe a investigar a origem e o desenvolvimento progressivo de suas
atividades físicas, através do tempo: sua importância, as causas de seu apogeu e da sua
decadência.

PERÍODO PRÉ-HISTÓRICO

Estuda a origem e a prática da educação física desde o aparecimento do homem sobre


a terra, ao início da antiguidade oriental. Nessa época os homens praticavam uma educação
física natural com o intuito de sobrevivência, para manter o sustento da tribo precisavam caçar
animais de grande porte, o que exigia deles um bom preparo físico para correr atrás da fera e
matá-la. Também percorriam longas distâncias devido a sua característica nômade, além de
sobrepujar o mais fraco pela força.

 Período Paleolítico (± 500.000 a.C. a ±


10.000 a.C.) - primeiro período da idade da pedra ou
período da pedra lascada. Viviam da caça, da pesca e
da colheita de frutos e raízes; fabricavam
instrumentos de ossos, madeiras ou pedra lascada e
abrigavam-se em cavernas ou choças.
 Controle do fogo e aparecimentos do
Homo Sapiens.
 As atividades humanas eram
dependentes do ato físico para sobrevivência. O
homem pré-histórico, tinha duas grandes
preocupações: atacar e defender-se. Era mais
músculo do que cérebro. Sua prática de atividade física era espontânea e ocasional.
Dependiam de sua força, velocidade e resistência.

 O homem pré-histórico tinha uma característica nômade durante a maior parte da sua
existência.
5

 Supremacia ao reino animal – capacidade motora e intelectual. Desenvolveu a


habilidade de lançar.
 Domínio das técnicas rudimentares de agricultura e domesticação – Início do processo
de sedentarizarão.
 Início da luta pela posse de terras.
 Nômades devido ao maior vigor físico venciam os sedentários, surgindo a necessidade
de aprimoramento das habilidades motoras para otimização de gestos e construção de
ferramentas.
 Período Neolítico (± 10.000 a.C. a ± 5.000 a.C) – segundo período da idade da pedra ou
período da pedra polida.

 Sedentarização definitiva – atividades agrícolas e


pastoris, aumenta a ociosidade, surgindo uma
concepção esportiva para as atividades que eram
praticadas por razões utilitárias, guerreiras e ritualísticas.
 As atividades físicas na pré-história tinham
características:

 Natural – atividade física instintiva como meio de
sobrevivência.

 Utilitária – percebeu a necessidade de” treinar” um
determinado gesto para aumentar o êxito no lançar. A
atividade física passa a ser intencional para
aprimoramento da técnica.
 Guerreira – atividade física como preparação para aumentar a segurança. Povos
nômades atacam os povos sedentários com a intenção de apossar-se dos seus estoques
de comida.

 Recreativa – muito utilizada durante os momentos ociosos.

 Religiosa ou ritualística – como o homem pré-histórico não articulava palavras, eles
expressavam seus sentimentos através da dança. Dançavam para agradecer a boa
colheita, dramatizavam a morte. Percebiam que o exercício corporal produzia uma
excitação interior, acreditando estarem entrando em contato com os deuses.

Idade Antiga: Civilizações Orientais

 Poucos povos primitivos conseguiram atingir um estágio civilizatório. Os pioneiros (5000


aC) ainda mantiveram muitas características dos primitivos. Mas, evoluíram o suficiente para
iniciar-se um novo período da História.
 ANTIGÜIDADE ou IDADE ANTIGA - Surgimento da grandes Civilizações – viver em
cidades; divisão da sociedade em hierarquias de governantes e subordinados.
 Idade dos Metais – aparecimento da metalurgia - (fundição do cobre, fabricação do
bronze e uso de ferro)
 Invenção da roda, arado e do barco a vela.
 Sistema de escrita, contagem e medida.
 Além das características naturais, utilitárias, guerreiras, religiosas e recreativas, a
atividade física ganha forte caráter EDUCACIONAL e TERAPÊUTICO .
 Extremo Oriente:
6

 Chineses – racionalizaram o movimento humano + medicina. KONG-FOU 3000 aC -


ginástica terapêutica (a arte do homem). Utilizada curar doenças e cuidar da alma. Praticavam
as artes marciais, natação, esgrima, hipismo e tsu-chu (futebol)
 Índia – nação que consegui atingir o
maior grau de elevação espiritual de toda a
humanidade. YOGA – “uma doutrina que busca
não só a purificação do corpo como também,
através da meditação, facilitar a identificação do
homem com sua essência divina”. Integra o físico,
o intelectual e emocional.
 Oriente próximo:
 Egito – formação guerreira,
desenvolveram o uso do arco e flecha e da
equitação. Atividade física era utilizada para treinamento rigoroso dos soldados. A natação, o
remo e a navegação eram muito utilizadas, devido ao clima quente e as constantes cheias do
rio Nilo.

Idade Antiga: Civilizações Ocidentais


 Aproximadamente 1500 aC. , surge um novo mundo civilizado, o Ocidental.

 Grécia – PAIDÉIA – cultura grega formada pela arte da ginástica (exercícios físicos e
esportes) e da música (cultura espiritual – poesia, drama, história, oratória e ciência).
 A valorização do homem e da sua individualidade data o início autêntico da história da
Educação Física. “o homem é somente humano quando completo” (físico, intelectual e
espiritual)
 800/500 a.C. – formação de cidades-estados – Esparta e Atenas
 A educação Ateniense (descendentes dos Jônios, povos amantes da cultura) não tinha
um caráter basicamente militar como de Esparta. A prática esportiva de Atenas tinha objetivo
de formar o homem total.
 Jogos gregos – participavam toda a comunidade grega – homenagem a Zeus. Era uma
festa popular e religiosa (Provas atléticas, literárias e artísticas). Em 776 a.C.Origem dos Jogos
Olímpicos (primeiro registro de vencedores). O fogo sagrado, ascendido no templo de Hera,
era mantido, durante os jogos, no altar de Zeus. Durante os Jogos Olímpicos toda e Grécia se
reunia, cessando-se as guerras internas.

 Os exercícios físicos visavam basicamente a estética e a energia espiritual. Tinham


caráter natural (correr, saltar, lançar) e eram realizados
completamente nu.

 Surgiram grandes Filósofos: Sócrates “ na


música a simplicidade torna a alma sábia; na
 ginástica da saúde ao corpo”; e Platão
“equilíbrio entre corpo e alma”.
 O Discóbulo (de Míron) é um exemplo
magnífico do padrão de beleza grega.

 Grécia torna-se decadente no século V, devido as lutas


internas. São dominados pelos macedônios (338 a.C.) e
em seguida pelos Romanos (146 a.C.). Este último
capítulo da história grega é chamado de helenístico.
7

 Roma vence militarmente Grécia e domina sua cultura, mas aos poucos a prática das
atividades físicas vai perdendo a sua característica humanística (comunhão entre corpo
e espírito).
 Valorização do intelecto e desvalorização do físico e do estético.
 Após a invasão Romana, a Olimpíada foi perdendo sua característica espiritual e de
pureza moral. Surge o profissionalismo, a corrupção e as apostas.
 Os jogos Olímpicos foram extintos em 394 d.C. por Teodósio. Foram celebradas 293
olimpíadas ao longo de quase 1200 anos. Estes vão ressurgir somente em 1896 graças
ao Barão de Coubertin, o qual defendia o lema: “o importante não é vencer, é competir”.

A exercitação do corpo constituía meio para


formação do espírito e da moral. O ideal da beleza
humana para o Ocidente nasceu nos locais
desportivos da Grécia, onde a prática dos exercícios
físicos e as manifestações artísticas eram
consideradas irmãs. Os gregos foram responsáveis
pela criação dos Jogos Olímpicos que inicialmente
era uma forma de homenagem a Zeus, rei dos
deuses.

O exercício físico estava integrado na cultura


grega. Eram praticados por ambos os sexos
durante toda a sua vida, produzindo mulheres
esbeltas e homens vigorosos, possuidores de
força, resistência e agilidade.

Como prova disso transcrevemos um poema de


Platão que ressalta a importância do exercício
físico para a vida do homem grego:

“O corpo humano, que encerra nossa alma, é um


templo em que se aloja uma centelha da
divindade. Deve-se embelezar esse templo por meio da ginástica e dos esportes, para
que Deus se encontre bem nele. Assim habitá-lo-á muito tempo e nossa vida
transcorrerá harmoniosamente”.

ROMA

Roma – A atividade física tinha característica


militar. “Doce e belo é morrer pela pátria”.
Romanos de todas as idades praticavam
diariamente atividades no campo de Marte. Eles
corriam, nadavam, saltavam, transportavam
pesos, arremessavam a lança, lutavam, esgrimiam
e praticavam equitação. Não praticavam ginástica
por considerar imoral o nú dos ginastas gregos e
por não ver nela uma preparação para guerra.
8

 A ginástica perde o sentido do belo, formando apenas um protótipo de virilidade. É de


Juvenal a célebre frase: “ Mens sana in corpore sano”.
 A característica humanística do esporte grego jamais contagiou Roma. Apreciavam
grandes espetáculos públicos onde houvesse perigo de vida e corresse sangue.
 Construção de grandes anfiteatros (Coliseu) e circos (Máximus) onde realizavam-se lutas
de gladiadores (escravos lutando por dinheiro ou liberdade), veação (combate entre feras e
homens ou feras contra feras); condenação às feras (homens cristãos eram devorados por
animais, sob o deboche e o gargalhar da multidão); naumarquia (luta entre barcos cheios de
escravos armados, ao final o barco com o maior número de homens vivos era o vencedor e
ganhavam a liberdade) e corridas de carros.
 Política do “pão e circo”. Decadência moral e física de Roma.
 Aparecimento de Termas – vestiários, salas de ar quente ou morno, seco ou úmido,
piscinas quentes e frias, salas de refeição, de leitura, de jogos e de massagem.
 Em 394 d. C., o imperador romano Teodósio põe fim aos jogos olímpicos, os quais foram
praticados 293 vezes durante 12 séculos (776 a. C. – 393 d. C.), devido a queda do espírito grego.

Da Grécia herdou Roma sua cultura, mas sua civilização se caracterizou pelo seu espírito
prático, utilitário e o exercício físico, de influência etrusca, visava somente à preparação militar.
De começo, era o soldado empregado na defesa de Roma; mais tarde na conquista interna. Uma
prática esportiva muito comum eram as lutas, famosas em Roma, como: jogos de gladiadores.

IDADE MÉDIA

 De 395 à 1453. Tem início com a morte


do imperador romano e divisão do império
romano (395). Foi dividida em dois períodos
chamados alta idade média (até séc. X) e
baixa idade média (séc. XI – XV). A Alta idade
média ou Idade das trevas foi marcada por um
grande obscurantismo cultural, fruto da
decadência romana e invasões bárbara; e na
Baixa idade média surgiram grandes
personalidades como São Tomás de Aquino o
qual contribuiu para a criação das universidades no séc. XIII, o que consequentemente
mais tarde introduziu o Renascimento.
 Com a quebra do poder real de Roma surge o feudalismo.
 Ascensão ao Cristianismo – muitos cristãos foram sacrificados nos espetáculos
sanguinários de Roma. Mas, como o cristianismo dominava o mundo, os romanos foram
exterminados acabando com suas manifestações. Considerou pecado o culto ao corpo,
dedicando-se exclusivamente para o espiritual.
 A educação física deixa de evoluir como ciência (estagnação), mas, a pratica de atividade
física continua: caça, pesca, jogos, danças, lutas, arremessos, “soule” (semelhante ao
futebol). A nobreza praticava Justas (cavaleiros com armaduras e munidos de lança
tentam derrubar o adversário), jogo de “paume” (jogo da palma, antepassado do tênis)
e os Torneios (justas disputadas por 2 equipes).
 O cavaleiro tinha como ideal defender à igreja, à pátria, as mulheres os fracos e
oprimidos. Valorização pela Cavalaria (apoiada pela igreja). O jovem desde pequeno
recebe um preparo físico (luta, natação, arremessos, levantamento de peso) , moral
(boas maneiras, conhecimentos de leis) e espiritual (práticas religiosas) para se tornar
um cavalheiro.
 A cavalaria modificou a atitude da igreja em relação a Educação Física.
9

Com a queda do império romano iniciou-se o período medieval, conhecido na


historiografia oficial como a “idade das trevas”, de certa forma para a educação física
realmente foi, principalmente porque agora a Igreja Católica que assumira o comando no
lugar do antigo império, deu um basta na idolatria ao corpo, o homem devia concentrar suas
forças nas orações, os pobres camponeses deveriam apenas gastar suas energias para
trabalhar na terra e enriquecer os seus senhores, principalmente a igreja.

Claro que todas essas restrições eram direcionadas aos pobres camponeses, os nobres
também deveriam zelar pela espiritualidade, mas tinham eles o privilégio do lazer, sendo
assim, alguns jogos eram praticados por eles na idade média.

Torneio

Era uma guerra em escala reduzida das guerras medievais de verdade.

As justas eram disputas entre dois cavaleiros, convenientemente revestidos com pesadas
armaduras e protegidos com escudos especiais.

FILME INDICADO: CORAÇÃO DE CAVALEIRO – EE

Idade Moderna

 Séc. XIV ao XVI – Renascença: movimento intelectual, estético e social que representou
uma reação à decadente estrutura feudal. Representou uma nova concepção do mundo
e do homem, havendo um redescobrimento da individualidade, do espírito crítico e da
liberdade do ser humano. Período de liberdade da ciência e das artes ressurgindo a
cultura física.
 Nasce o Humanismo, o qual reconcilia a educação intelectual, moral e física. Ele significa
a cultura voltada para o homem, segundo a sabedoria grega.
 A Educação Física passa a ser assunto dos intelectuais, numa tentativa de reintegração
do físico e do estético e da educação.
 Destacam-se homens como:
 Vitorino Feltre (1378 – 1446) – fundou em 1423 a escola La Giocosa, a qual incluía
exercícios físicos no seu programa escolar.
 Maffeu Veggio (1407 – 1458) – pedagogo, publicou “Educação da Criança”, onde dizia:
- “A Criança deve exercitar-se para desenvolver a agilidade e a atividade, a ginástica não
deve ser violenta, mas deve afugentar a preguiça do corpo”.
10

 Leonardo Da Vinci (1452 – 1519) – escreveu “Estudo dos movimentos dos músculos e
articulações”, um dos primeiros tratados de biomecânica. Criou desenhos perfeitos
sobre proporções do corpo humano, como Vitruvius.

VITRIVIUS

 François Rabelais (1453 – 1553) – Defendia a educação integral para a vida física, social,
moral e intelectual. Importância da harmonia do homem e da natureza, defendia as atividades
naturais.
 Michelangelo (1475-1564) – esculpiu Davi.
 Andréa Vesalius (1514 – 1564) – deu início ao estudo científico da anatomia, através de
estudos de dissecação de cadáveres humanos. “De Humani Corporis Fabrica” – primeiro livro
de anatomia.
 Richard Mulcaster (1530 – 1611) – “os exercícios apropriados oferecem grandes
benefícios: derrota enfermidades, amplia a inteligência, prolonga a vida e retarda a morte”.
Defendia o futebol desde que se evitassem os abusos da época (batalha corpo a corpo), deve
ser saudável, social e educativo.
 Durante os Séculos XVII – XIX, destacam-se homens responsáveis em defender os
exercícios físicos na educação infantil.
 François Fénélon (1651-1715) – escreveu “a Educação das jovens” Exercício físico para
aperfeiçoar corpo e espírito.
 Friedrich Hoffmann (1660 – 1742) – grande ginasiarca, dedicou a sua vida ao
desenvolvimento da educação física, publicou várias obras, uma delas conhecida como “As 7
regras da saúde”.
 Jean Jacques Rousseau (1712 – 1778) – filósofo francês dizia: - “cultivai a inteligência
de vossos alunos, mas cultivai, antes de tudo, seu físico; fazei primeiramente vosso aluno são
e forte para poder vê-lo inteligente e sábio”. Defendia um currículo onde a ginástica e as outras
disciplinas intelectuais tinham o mesmo peso.
 Jean Henri Pestalozzi (1746 – 1827) – fundador da escola primária popular. O primeiro
a chamar a atenção para os elementos principais na execução dos exercícios: Posição e
execução perfeita. Correção de postura
11

 A idade moderna foi responsável pelo renascimento do interesse pela atividade física e
pela fundamentação da Educação Física.

Idade Contemporânea

 Séculos XIX e XX.


 Ainda no fim da Idade Moderna e no início da Contemporânea tivemos a influência de
renascentistas na sistematização da Educação Física:
 Basedow (1723-1790) , influenciado pelas idéias de Rosseau, fundo na Alemanha (1774),
a primeira escola que tinha no currículo a ginástica com o mesmo peso das disciplinas teóricas.
 Século XIX – o crescimento das cidades e a conseqüente diminuição dos espaços livres
limitavam as possibilidades de locais apropriados aos exercícios físicos.
 Revolução Industrial – especialização profissional - trabalhadores numa mesma posição
durante horas – aumento de problemas posturais. O mesmo aconteceu para os jovens devido
a disciplina severa impondo aumento das horas de estudo.
 Aumenta-se o interesse pela Educação Física, sendo moldada para atender os interesses
de cada país ou região, surgindo na Europa 4 correntes doutrinárias responsáveis pela
sistematização da Educação Física: Escola Alemã, Escola Nórdica ou Sueca, Escola Francesa e
Escola Inglesa
 Escola Alemã
 Influenciada pelas idéias de Rousseau e Pestalozzi, os exercícios físicos tinham um
caráter pedagógico.
 O alemão Basedow (1723-1790) fundo em 1774, a primeira escola que tinha no currículo
a ginástica com o mesmo peso das disciplinas teóricas, chamada Philantropinum.
 Outro alemão Guts Muths (1759 – 1839), considerado o pai da ginástica pedagógica
moderna, consolidou a idéia de Basedow.
 Mas, com a derrota dos alemães para Napoleão, o sentimento nacionalista alemão faz
surgir um novo modelo ginástico de conteúdo patriótico e social (TURNKUNST), criado por
Friederick Ludwing Jahn (1778 – 1825) onde o importante era formar o forte. Foram criados
aparelhos como barra fixa e barras paralelas, sendo os alemães os percussores da ginástica
olímpica.
 Adolph Spiess (1810 – 1858), seguidor de Muths, introduz definitivamente a Educação
Física nas escolas, combateu o método de Jahn, pois não atendia às crianças e incentivou a
ginástica feminina.

 Escola Nórdica (Sueca)


 Influenciada pelas idéias de Guts Muths, Franz Nachtegall (1777/1847) funda um
Instituto militar e civil de Ginástica (1799) na Dinamarca. Este último para formação de
professores de Educação Física. Também tem como preocupação a ginástica feminina. A
ginástica nas escolas passa a ser obrigatória na Dinamarca.
 Per Henrik Ling (1776 – 1839) – sueco, praticava esgrima com mestres franceses e sente
os efeitos benéficos do exercício físico sobre o organismo. Professor universitário de esgrima,
consegue a autorização para incluir a ginástica como base de todo o trabalho físico. Passa a
conhecer a fundo as idéias e as atividades físicas de todos os povos, mesmo os mais antigos,
criando a ginástica sueca. Em 1807 o governo determina que todas as escolas tenham locais
para os exercícios físicos e que seja designado um profissional para estas atividades.
 Em 1813 cria-se o Instituto Real e Central de ginástica, para formação científica de
professores de ginástica sueca para o mundo.
 Publicou “Gymnastikens Allmana Gunder”, onde estão contidos os fundamentos da
ginástica sueca, dividida em 4 grupos: pedagógica, médica, militar e estética.
 Pedagógica – manutenção e prevenção da saúde e boa postura
12

 Militar – Baseada na pedagógica, incluindo exercícios de característica militar.


 Médica – Baseada na pedagógica, visava através de exercícios especiais, eliminar
defeitos posturas e curar doenças.
 Estética – Inspirou-se na ginástica grega (CALISTENIA), utilizou movimentos da
pedagógica para desenvolver o corpo harmonicamente, através de movimentos suaves e de
dança.
 Escola Francesa
 Preocupação pedagógica de caráter ginástico-militar e também utilitário.
 Francisco Amoros Y Ondeano (1770 – 1848) abandona a política para dedicar-se
exclusivamente a Educação Física, sendo considerado o pai da ginástica francesa (utilitária –
Rebelais; pedagógica – Guts Muths; acrobática - Jahn e corretiva - Pestalozzi).
 Outra contribuição foi de G. Dêmey (1850 – 1917), professor de fisiologia e organizador
de um laboratório de pesquisa, favorecendo o desenvolvimento científico da Educação Física.
 Georges Hébert (1875 – 1957) – valorizava os exercícios naturais para conseguir um
desenvolvimento físico integral.
 Philipe Tissié (1852 – 1935) – valorizou a necessidade de elevar o nível científico dos
professores.
 Phoktion Heinrich Clias (1782 – 1854) – fundou o ginásio mais completo da Europa. Criou
a Calistenia (1829) como ginástica feminina.
 A Educação Física foi introduzidas nas escolas, sendo ministradas por suboficiais do
Exercito sem cultura geral nem pedagógica. Foi a escola que mais influenciou o nosso país.
 Escola Inglesa – era baseada nos jogos e nos esportes, única com orientação não
ginástica. Incorporou o esporte com uma verdadeira conotação educativa.

BRASIL
Brasil – Colônia (1500 – 1822) – fim da idade média (1453) ao fim da idade moderna (1789)

• A história da Educação Física no Brasil começa com os primeiros habitantes de nossa


terra: os indígenas. Praticavam: canoagem, lançamentos, mergulhos, natação, danças,
corridas, lutas e jogos (jogo de peteca).
• Com a chegada dos portugueses chegam também ao Brasil os negros africanos devido
a necessidade de mão de obra. Estes dão origem a CAPOEIRA, praticada até os dias de
hoje.
Brasil – Império (1822 – 1890) - início da idade contemporânea (1789)

• Em 1823, surge o primeiro livro brasileiro de Educação Física “Tratado de Educação


Física-moral dos meninos” escrito por Joaquim Jerônimo Serpa, onde dizia que “a
educação engloba a saúde do corpo e a cultura do espírito”.
• Surge o Ginásio Nacional em 1837 (ex-Colégio D. Pedro II), o qual preconiza a prática
de exercícios físicos.
• 1851 – legislação referente a Educação Física obrigando a prática da ginástica nas
escolas primárias do município do RJ.
• Em 1867 surge uma outra obra importante “Estatutos Higiênicos sobre Educação Física,
Intelectual e Moral do Soldado” do Dr. Eduardo Pereira de Abreu, onde mostra a
importância da E.F. para o soldado, aborda aspectos fisiológicos do exercício e mostra a
relação sobre a moral da tropo.
• O parecer de Rui Barbosa sobre o projeto 224 – “Reforma do Ensino Primário” emitido
na sessão da Câmera dos Deputados a 12 de setembro de 1882, foi de grande
importância para E.F. 1) Instituição de uma secção especial de ginástica em cada escola
normal; 2) Extensão obrigatória da ginástica a ambos os sexos; 3) Inserção da ginástica
nos programas escolares como matéria de estudo, em horas distintas das do recreio e
13

depois das aulas; 4) Equiparação, em categoria e autoridade, dos professores de


ginástica aos de todas as outras disciplinas.
• No plano desportivo, começaram a ser introduzidos outros esportes no final do século
XIX: natação (1896), basquete e tênis (1898), futebol (1894) e remo (1930).
Brasil República (1889 até os nossos dias)

• Em 1891 é fundada o ACM (Associação Cristã dos Moços), a qual ofereceu uma
excelente contribuição à ginástica e aos desportos devido ao intercâmbio entre países.
• Em 1922 é criado o Centro Militar de Educação Física, embrião da Escola de Educação
Física do Exército. Início da aplicação do Método Francês nos quartéis brasileiros.
• Em 1926 a Liga de Esportes da Marinha inicia o seu primeiro curso de formação de
monitores de Educação Física (2 anos).
• Em 1931 a E.F. passa a ser obrigatória no ensino secundário.
• Em 1933 surge a Escola de Educação Física do Exército e em 1935 é realizada a I
Olimpíada Universitária Brasileira (Jogos Universitários Brasileiros) e no mesmo ano
ocorre o VII Congresso Nacional de Educação, todo dedicado á Educação Física.
• Em 1937 é criada a Divisão de Educação Física no Ministério da Educação, surgindo a
Escola Nacional de Educação Física e Desportos, integrada à Universidade do Brasil
(atual UFRJ).
• 1943 realiza-se o primeiro Congresso Pan-americano de E. F. onde são apresentados 78
trabalhos (44 brasileiros).
• Perde a característica militar (método francês). Surgindo novas tendências.

• Tendências da Educação Física Brasileira segundo Paulo Ghiraldelli


Junior

Como podemos constatar, a Educação Física evolui à medida que se processa a evolução cultural
dos povos. Assim, a sua orientação no tempo e no espaço está em sintonia com os sistemas
políticos, sociais, econômicos e científicos vigentes nas sociedades humanas. No Brasil não podia
ser diferente, a Educação Física também sofreu diversas influências e passou por algumas fases,
as principais são:

– 1930

Foi a fase inicial da Ed. Física em nosso país. Essa tendência veio trazida da Europa e tinha como
principal característica despertar a consciência dos alunos com relação à saúde e higiene do
corpo. Os médicos eram os profissionais responsáveis por ministrar essas aulas, que podiam ser
resumidas em ensinar hábitos saudáveis (escovar os dentes antes e após as refeições, antes de
dormir e ao acordar; tomar banho com sabão ou sabonete após as práticas esportivas, no caso
da época, a ginástica; etc.) e estas eram completamente preconceituosas e exclusivas, pois
somente os alunos (homens), brancos, de famílias ricas e fisicamente saudáveis tinham a
oportunidade de participar dessas aulas.

– 1945

Período em que as aulas de Ed. Física eram ministradas por militares (sargentos, tenentes e
capitães) e visavam à preparação dos jovens com relação ao patriotismo, disciplina, respeito e
aptidão física para que, quando ingressassem nas forças armadas (serviço militar), estivessem
realmente preparados para lutarem na guerra. Eram aulas onde somente os alunos mais fortes
14

participavam e os demais (as meninas, os alunos mais franzinos, os gordinhos, etc.) eram
excluídos.

– década de 70

Neste período os governantes estavam bastante empolgados com o terceiro título mundial de
futebol conquistado pela seleção brasileira e resolveram “impor”, nas aulas de Ed. Física, uma
espécie de preparação esportiva, visando desenvolver o lado técnico dos alunos e,
consequentemente, descobrir novos talentos. As aulas passaram a ter, como prioridade, treinos
exaustivos e repetitivos de futebol, futsal, voleibol e outros esportes, ministrados por ex-atletas
(atletas aposentados), que não tinham a menor preparação acadêmica e sequer preocupavam-
se com a metodologia e a didática ao ministrarem suas aulas nas escolas.

– décadas de 80 e 90

Período em que os professores polivalentes (professores responsáveis por lecionar todas as


disciplinas) passaram a ministrar as aulas de Ed. Física, uma espécie de recreação. Esta
tendência, como o próprio nome já diz, passou a se preocupar com a “construção”, formação e
educação dos alunos. Pela primeira vez em décadas, as aulas deixaram de ser exclusivas e
passaram a ser inclusivas, ou seja, visava à inclusão de todos os alunos e alunas, independente
do biótipo (alto, baixo, gordo, magro, etc.) ou preparo físico (forte, fraco, rápido, lento, etc.).

– atualmente

É a tendência atualmente utilizada nas aulas de Ed. Físicas pelos professores da disciplina.
Disciplina esta, que passou a ser considerada componente obrigatório nas escolas de ensino
fundamental e médio desde 1996, quando foi aprovada a Lei de Diretrizes e Bases. Os
professores devem possuir nível superior (formados em Educação Física), devem trabalhar em
sala diversos assuntos (conteúdos da disciplina), baseando-se nos parâmetros curriculares
nacionais (PCN’s) e devem utilizar uma didática e metodologia adequada à faixa etária e à
individualidade de cada um.

Bibliografia

• Betti, M. Educação Física e Sociedade. São Paulo: Movimento. 1991.

• Brasil. Decreto-lei 705/ 69, de 25 de julho de 1969 . Altera a redação do artigo 22 da Lei nº
4.024 de 20 de dezembro de 1961. D.O.U. de 28.7.1969, 1969.

• Brasil. P a r â m e t r o s c u r ric ula r e s n a cio n ais : E d u c a ç ã o físic a S e c r e t a ria d e E


d u c a ç ã o Fundamental. Brasília: MEC/SEF 1997..

• Castellani Filho, L. Política educacional e educação física . Campinas Autores Associados. 1998.

• Darido, S. C. e Rangel, I. C. A. Educação física na escola: implicações para a prática pedagógica.


Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2005.

• Gutierrez, W. História da Educação Física . 1972.

• Ramos, J. J. Os exercícios físicos na história e na arte. São Paulo: Ibrasa. 1982.


15

CONCEITOS DE ATIVIDADE FÍSICA, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NA PERSPECTIVA DA


APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE.

CONCEITO E ABRANGÊNCIA DO TERMO SAÚDE

Desde o início da nossa história


que buscamos saúde, esta busca
sofreu influência de vários fatores
que deslocam o indivíduo de um
polo positivo a um polo negativo.
Mas, afinal, o que são estes polos? O
que influencia este deslocamento?
Qual o papel da atividade física na
melhoria da qualidade de vida?

É comum escutarmos que esta ou aquela pessoa tem boa ou má aptidão física.
Mas, afinal, o que é aptidão física? Quais as variáveis envolvidas? Qual a sua
relação com a saúde e com o desempenho atlético?

Responda a estas questões e estaremos iniciado muito bem o nosso estudo. E,


então, vamos em frente?

Os principais fatores influenciadores da saúde são: ambientais, sociais, biológicos


e comportamentais.

Os fatores ambientais, também conhecidos como meio ambiente, estão ligados


a um grande grupo de variáveis, como por exemplo: sazonal, poluição, moradia e
infraestrutura urbana. Os fatores sociais dizem respeito a garantia à educação, ao
transporte, à segurança e à saúde, além dos fatores ambientais favoráveis.

Os fatores biológicos estão ligados à idade, ao gênero, à etnia e à predisposição


genética. Os fatores comportamentais, por sua vez, estão ligados ao estilo de vida,
podendo ser ativo ou sedentário, positivo ou negativo, configurando-se como
principal foco de estudo da nossa disciplina.

Você pode perceber que a saúde, além de multifatorial na sua definição, impõe um olhar
multiprofissional sobre si mesma.

Outro ponto que merece destaque ao estudarmos a saúde são os seus indicadores clássicos:

• A vitalidade e o estado funcional da pessoa avaliada;

• Sua condição epidemiológica;


16

• E sua qualidade de vida.

O estado funcional de uma pessoa recebe influência de vários aspectos, como por exemplo:
idade, estado nutricional, histórico de doença e nível de aptidão física, este último sofre
influência direta do nível de atividade física diária da pessoa.

A condição epidemiológica diz respeito às condições gerais


de saúde.

Neste contexto, admitimos que as doenças são indicadores


de eventuais desequilíbrios entre o homem, seu estilo de vida e
o meio ambiente, e que a saúde deverá ser alcançada mediante
a interação de ações que possam envolver o próprio homem
através de suas atitudes frente às exigências ambientais e
comportamentais representadas, por exemplo, pela
alimentação, estresse, lazer, aspectos ambientais, financeiros e
prática de atividade física, entre outros. (PITANGA, 2004)

CONCEITO E ABRANGÊNCIA DO TERMO ATIVIDADE FÍSICA

Encontramos na literatura várias definições sobre atividade


física. Em linhas gerais, atividade física pode ser definida como qualquer movimento produzido
pela musculatura esquelética, que resulte em gasto energético maior que o gasto de repouso.

No âmbito das atividades físicas observamos algumas variações que são determinadas pela
intensidade, duração e frequência com que nos submetemos a elas. Além destas variações,
temos também algumas características, como por
exemplo: as atividades habituais ou da vida
diária, verificadas nas tarefas domésticas, no
deslocamento para o trabalho ou no próprio
trabalho; as atividades de lazer ou de cunho
recreativo que são voltadas para a melhoria da
saúde e da imagem corporal; ou ainda, as
atividades esportivas. Estas últimas caracterizam-
se por terem regras preestabelecidas e podem ser recreativas ou de rendimento, seus
praticantes podem ser amadores ou profissionais.

CONCEITO E ABRANGÊNCIA DO TERMO QUALIDADE DE VIDA RELACIONADO AO ESTILO DE


VIDA ATIVO.

O termo qualidade de vida está em


evidência na sociedade contemporânea,
escutamos sempre frases do tipo: temos que
melhorar a qualidade de vida das pessoas,
fulano tem uma má, ou uma boa qualidade
de vida! Mas afinal, o que é então qualidade
de vida?

Este é um termo muito dinâmico e um


tanto polissêmico, leva em consideração
vários aspectos do cotidiano, como por exemplo: acesso a saúde, educação, alimentação, lazer,
segurança, moradia, equipamentos e utensílios eletroeletrônicos, trabalho e participação
17

política nas questões que dizem respeito a si e à sociedade, entre outros. Quanto mais efetivo
for o acesso aos aspectos aqui destacados, mais qualidade de vida a pessoa tem (GONSALVES &
VILARTA, 2004).

Todos estes aspectos da qualidade de vida vêm influenciando as pessoas


na adoção de um determinado estilo de vida. É bom lembrá-lo que o nosso
foco é o estilo de vida ativo, saudável, positivo, pois há vários estudos que
comprovam que a adoção deste estilo de vida influencia positivamente na melhoria da saúde
e da qualidade de vida.

A estreita relação entre qualidade de vida e estilo de vida tem levado as pessoas a utilizarem
estes dois termos como sinônimos, tamanha a interface que há através do fomento à adoção de
um estilo de vida positivo incluindo em seu cotidiano atividades físicas e boa alimentação,
afastando-os de atitudes negativas para a saúde como tabagismo, alcoolismo, depressão e
sedentarismo, buscando melhorar sua aptidão física relacionada à saúde.

Pesquisas no mundo inteiro, inclusive no Brasil, têm mostrado que o estilo de vida, mais do
que nunca, passou a ser um dos mais importantes determinantes da saúde das pessoas.
18

Papel da atividade física e do exercício na prevenção de doenças e na reabilitação


(HEYWARD, 2004. p. 20 ).

Após analisar cada um desses conceitos e abrangência, você já pode ter uma ideia da
responsabilidade do profissional de Educação Física na condução de atividades físicas
objetivando a melhoria da saúde e da qualidade de vida, através do incentivo ao estilo de vida
ativo.

Até agora, você estudou os conceitos, as diferenças e as relações entre saúde, atividade física
e qualidade de vida. Na sequência, você estudará a aptidão física relacionada à saúde.

VARIÁVEIS DA APTIDÃO FÍSICA RELACIONADAS À SAÚDE

Já ouvimos falar muitas vezes que alguém tem boa ou má aptidão física, mas agora
precisamos entender melhor este problema, pois, afinal, estaremos sempre nos deparando com
estes conceitos em nosso cotidiano acadêmico e profissional. Então vamos continuar nosso
caminho.

De acordo com a Conferência Internacional de Toronto, realizada em 1992, a aptidão física


associada à saúde ficou entendida como a capacidade para realizarmos com vigor as tarefas do
cotidiano, além da demonstração de traços e capacidades que estão associados a um menor
risco de desenvolvimento de doenças crônicas. Expressa ainda, um conjunto de qualidades que
encontramos em cada pessoa; estas qualidades recebem influência de um grande número de
fatores endógenos e exógenos. O modelo descritivo a seguir explica melhor esta complexa
relação.
19

Tradicionalmente, os testes de aptidão física enfatizavam medidas relacionadas


com a habilidade, a agilidade e o equilíbrio. Recentemente, estes testes
enfatizaram também medidas relacionadas à saúde.

Com base na literatura especializada, criamos o seguinte esquema para facilitar


seu entendimento quanto aos componentes mais comumente avaliados em testes
de aptidão física, tanto os relacionados ao desempenho atlético quanto os
relacionados à saúde:

Nesta ótica, a aptidão física relacionada ao desempenho atlético deve levar em


consideração a especificidade de cada especialidade esportiva, ao passo que a
aptidão relacionada à saúde envolve, especialmente, aqueles componentes que,
em questões motoras, podem influenciar positivamente no combate às doenças
do tipo degenerativas não-transmissíveis (GUEDES e GUEDES, 2006).

CONHECENDO ALGUMAS CAPACIDADES!!!

Vamos começar pela resistência cardiorrespiratória,


também conhecida como capacidade aeróbia.

A capacidade aeróbia de uma pessoa é definida através de


um fenômeno complexo (mas vamos tratá-lo de forma superficial). Podemos dizer que esta
capacidade tem relação direta com o quanto uma pessoa é capaz de absorver oxigênio (O2) para
os pulmões, transportá-lo pela corrente sanguínea até os músculos esqueléticos que estiverem
trabalhando em esforços vigorosos ou prolongados, contando ainda com a eficiência do coração
(SHARKEY, 1998).
20

Assim, do ponto de vista individual, a capacidade aeróbia configura-se como


o melhor indicador da aptidão física, pois além de refletir a capacidade de
suportar esforços físicos por um longo período, também favorece,
indiretamente, os outros componentes da aptidão física, por isso, se tivermos
como avaliar a condição de aptidão aeróbia de uma pessoa, poderemos
estimar o quanto ela é ou não ativa.

Encontramos vários testes e protocolos na literatura para avaliar a aptidão


aeróbia, de forma direta ou indireta, em condições de esforço máximo ou
submáximo. Como exemplo, podemos citar o famoso teste de 12 minutos de
Cooper encontrado em vários livros de avaliação física e fisiologia do
exercício. Neste teste, os avaliados correm ou caminham (de preferência em
uma pista de atletismo) durante os 12 minutos, pela maior distância possível,
assim quanto maior a distância
percorrida maior a resistência aeróbia. Este teste
inclusive estima-se, de forma indireta, o VO2max do
avaliado e facilita a comparação do avaliado com o
grupo ao qual ele pertence (por idade, gênero e
condicionamento físico) e do avaliado com ele
mesmo em um reteste, através de tabelas de
referência encontradas na literatura especializada.
Mesmo sendo de fácil aplicação, requer a presença
de um profissional que deverá conhecer o avaliado
para evitar riscos com a saúde, pois é um teste de esforço máximo.

A capacidade aeróbia é influenciada diretamente pela hereditariedade e pelo


treinamento, além ainda de outros fatores, tais como: idade, gênero, etnia,
maturação biológica e a gordura corporal.

Então é bom sabermos que a atuação consciente e capacitada de um bom


profissional de Educação Física pode melhorar muito a saúde e a qualidade de
vida da pessoa por ele assistida, através de programas de condicionamento
aeróbios individualizados.

Vamos estudar agora a Força e a Resistência Muscular.

São vários os conceitos para definir


força e resistência muscular. Howley e
Franks (2000) definem força muscular
como a capacidade que os músculos
têm para exercerem força contrátil
máxima contra uma carga, geralmente
em uma só repetição. Por exemplo, o
teste de uma repetição máxima (1RM),
muito utilizado pelos instrutores de musculação para definir a carga máxima de
trabalho de um determinado grupo muscular/ exercício. Neste teste o avaliado
tenta realizar mais de uma repetição com uma carga de peso subjetivamente
definida. O ideal é que se acerte no mínimo de tentativas para que a estimativa seja o mais
confiável possível. De posse do resultado, estimasse, em percentual da carga, a intensidade do
esforço.
21

Já a resistência muscular é a capacidade desses


mesmos músculos realizarem contrações
repetitivas por um período de tempo com várias
repetições. Por exemplo, o teste de máxima
repetição em um minuto de exercícios abdominais.
Neste teste estima-se o nível de resistência
muscular localizada de abdômen, muito
importante para a saúde e para a performance
esportiva.

Desta forma, podemos perceber que pela proximidade entre estas duas qualidades motoras,
tanto as estratégias de avaliação quanto as de treinamento podem ser similares, mas com
ênfase diferente principalmente quando consideramos os objetivos de tais procedimentos.

A força e a resistência muscular também são essenciais para


permitirem que os indivíduos realizem atividades cotidianas com conforto
e segurança e podem ser trabalhadas através de vários equipamentos, ou
ainda, através de exercícios em que o peso corporal é a própria carga de
trabalho, portanto, tem forte relação com a saúde.

Vamos estudar agora a flexibilidade

A necessidade de movimentar-se nas diversas atividades do cotidiano faz da flexibilidade um


componente fundamental para facilitar os movimentos, principalmente quando estes requerem
uma amplitude maior. O estilo de vida pouco ativo e a falta de exercícios específicos de
alongamento vem diminuindo drasticamente os níveis de flexibilidade das pessoas
principalmente com o passar dos anos (ACHOUR JÚNIOR, 1999).

Portanto, a flexibilidade representa um importante componente da aptidão física, sendo


fundamental para a eficiência dos movimentos simples e complexos tanto no desempenho
esportivo quanto na preservação da saúde.

A flexibilidade é entendida como a qualidade física responsável pela execução voluntária de


um movimento de amplitude angular máxima, executado por uma ou mais articulações dentro
dos limites morfológicos, evitando-se o risco de provocar lesão (DANTAS, 1998).

Muitas vezes a flexibilidade foi subestimada nos programas de


condicionamento físico especialmente quando o objetivo era o rendimento
esportivo, pois para muitos “profissionais” as sessões de alongamento
configuravam-se como perda de tempo, com exceção das modalidades esportivas
em que esta componente relaciona-se ao rendimento. Por exemplo: ginástica artística, ginástica
rítmica, dança competitiva, etc.

Hoje, porém, os exercícios específicos de flexibilidade tornam-se importantes nos programas


relacionados à saúde, sendo necessários pelo menos de 10 a 15 minutos de prática, durante a
fase inicial das sessões de Educação Física nas escolas ou nos clubes de iniciação esportiva ou
ainda em sessões de treinamento com adultos, em que o tempo deve ser maior.
22

O gênero feminino apresenta, em média, melhor pré-disposição para a flexibilidade. Outro fator
importante para a flexibilidade é a idade, pois a medida que envelhecemos perdemos

mobilidade articular. O que nos tranquiliza é que a flexibilidade é uma componente que sofre
excelente influência do treinamento, mas é bom não deixar para começar muito tarde, pois o
tempo de vida sedentário é sempre inversamente proporcional aos bons níveis de flexibilidade.

Do ponto de vista da saúde os baixos níveis de flexibilidade podem trazer riscos para lesões
articulares e musculares. Mas, o principal problema é a íntima relação dos baixos níveis de
flexibilidade da porção posterior das pernas, quadris e coluna lombar com as dores lombares
muito comuns em mulheres e homens adultos. Este problema pode ser minimizado com a
inclusão de exercícios de fortalecimento da região abdominal e de flexibilidade da região
afetada. Mas, não se esqueça que o melhor remédio ainda é a prevenção através dos exercícios
regulares.

Destacamos que, segundo a literatura especializada, todos nós estamos sujeitos a termos pelo
menos uma crise de lombalgia na vida, e que esta poderá tornar-se crônica se não
combatermos ou nos previnirmos com eficiência.

Precisamos, entre outras medidas, acompanhar os níveis de flexibilidade da porção posterior


das pernas, quadris e coluna lombar, além, é claro, do fortalecimento da região abdominal.

São vários os testes para medirmos a flexibilidade para a região acima destacada. Temos o teste
do Sit and Reach conhecido por nós como Sentar se Alcançar, configura-se como a técnica mais
frequentemente descrita na literatura e mais empregada em estudos populacionais (POLLOCK
& WILMORE, 1993).

Neste teste, o avaliado senta-se de frente para uma caixa de madeira, especialmente construída
para este teste, com as pernas estendidas e desliza as mãos sobrepostas no máximo que ele
possa alcançar através da flexão do tronco à frente.

Veja quanta relação as componentes da


aptidão física aqui abordadas têm com a
saúde. Então, vamos estudar agora a
última componente: a composição
corporal. Esta componente, inclusive,
será bastante abordada em nosso curso,
portanto, a trataremos de forma bem
superficial.
23

A preocupação em estudarmos e determinarmos a composição corporal surgiu da necessidade


de melhor entendermos a distribuição e a quantificação dos principais componentes estruturais
do corpo, a exemplo dos músculos, ossos e massa corporal gorda. Esta última componente tem-
nos preocupado bastante pela sua forte relação com o surgimento de doenças crônicas, mas é
bom lembrarmos também que a sua escassez pode levar a profundos comprometimentos do
organismo e até a morte.

Então é preciso destacar que quando nos referimos a composição corporal, estamos falando
principalmente da relação entre a massa corporal magra, formada pelos músculos, e massa
corporal gorda, formada pelo tecido adiposo.

Desde o inicio do século XX as espessuras do tecido adiposo subcutâneo têm sido mensuradas
para efeito de predição da gordura corporal total. Quando associado a massa corporal total,
podemos também prever a massa magra do avaliado. O método e suas equações evoluíram,
tornando-se hoje o mais usual principalmente em pesquisa epidemiológicas (WILMORE &
COSTIL, 2001).
24
25
26
27
28
29
30
31
32

RESUMO DA UNIDADE 1

__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
33

Anatomia
Fisiologia do coração
Sistema ósseo
Sistema muscular
34

Anatomia:

A anatomia humana é o campo da Biologia responsável por estudar a forma e a estrutura


do organismo humano, bem como as suas partes. O nome anatomia origina-se do
grego ana, que significa parte, e tomnei, que significa cortar, ou seja, é a parte da Biologia que
se preocupa com o isolamento de estruturas e seu estudo. A anatomia utiliza principalmente a
técnica conhecida como dissecação, que se baseia na realização de cortes que permitem uma
melhor visualização das estruturas do organismo. Essa prática é muito realizada atualmente nos
cursos da área da saúde, tais como medicina, odontologia e fisioterapia.

A história da Anatomia Humana

Acredita-se que as primeiras dissecações em seres humanos tenham acontecido no século II


a.C. por intermédio de Herófilo e Erasístrato em Alexandria. Posteriormente, a área ficou
praticamente estagnada, principalmente em decorrência da pressão da Igreja, que não aceitava
esse tipo de pesquisa. Os estudos na área retornaram com maior força durante o período do
Renascimento, destacando-se as obras de Leonardo da Vinci e Andreas Vesalius. Leonardo da
Vinci destacou-se na anatomia por seus espetaculares desenhos a respeito do corpo humano,
os quais preparou por cerca de 15 anos. Para a realização de desenhos, esse importante artista
fez vários estudos, participando, inclusive, de dissecações.

O primeiro livro de atlas de anatomia, o “De Humani Corporis Fabrica”, foi produzido em
1543 por Vesalius, atualmente considerado o pai da anatomia moderna. Seu livro quebrou
falsos conceitos e contribuiu para um aprofundamento maior na área, marcando, assim, a fase
de estudos modernos sobre a anatomia.

Divisões da Anatomia

Essa área foi e é, sem dúvidas, extremamente importante para a compreensão do


funcionamento do corpo humano. Atualmente, podemos dividi-la em várias partes, mas duas
merecem destaque:

→ Anatomia Sistêmica: Essa parte da anatomia estuda os sistemas do corpo humano, tais
como o sistema digestório e o circulatório. Ela não se preocupa com o todo, realizando uma
descrição mais aprofundada das partes que compõem um sistema.
→ Anatomia Regional ou Topográfica: Essa parte da anatomia estuda o corpo humano por
regiões, e não por sistemas. Esse estudo facilita a orientação correta ao analisar um corpo.

→ Principais sistemas estudados em Anatomia Humana

Normalmente, ao estudar anatomia humana no Ensino Fundamental e Médio, o foco maior


é dado à anatomia sistêmica. Os sistemas estudados normalmente são o tegumentar,
esquelético, muscular, nervoso, cardiovascular, respiratório, digestório, urinário, endócrino e
reprodutor. Veja um pouco mais sobre eles a seguir:

→ Sistema tegumentar: É formado pela pele, que é responsável por isolar nosso corpo,
protegê-lo contra a entrada de patógenos e regular a temperatura;
→ Sistema esquelético: Formado por ossos e cartilagens, esse sistema fornece sustentação
e garante movimento ao nosso corpo;
35

→ Sistema muscular: Formado pelos músculos estriados cardíacos, estriados esqueléticos e


não estriados, esse sistema atua, por exemplo, na locomoção, nos movimentos do coração e no
transporte de alimento por meio do tubo digestório;
→ Sistema nervoso: Formado por encéfalo, medula espinhal e nervos, esse sistema ajuda na
percepção de mudanças no meio externo e interno do nosso corpo;
→ Sistema cardiovascular: Formado pelo coração e vasos sanguíneos, esse sistema atua na
distribuição de substâncias para todas as células do corpo;
→ Sistema respiratório: Formado pelo nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios,
bronquíolos, alvéolos e pulmões, esse sistema garante a entrada do oxigênio no nosso corpo e
a eliminação de gás carbônico;
→ Sistema digestório: Formado pela boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado,
intestino grosso e glândulas acessórias, a principal função do sistema digestório é retirar e
absorver os nutrientes dos alimentos que ingerimos;
→ Sistema urinário: Formado pelos rins, ureteres, bexiga e uretra, esse sistema é
responsável por eliminar substâncias tóxicas ao corpo;
→ Sistema endócrino: É formado por todas as glândulas endócrinas do corpo e está
envolvido com a produção de hormônios, que regulam as mais variadas funções do nosso
organismo.
→ Sistema reprodutor: Na mulher, é formado por ovários, tuba uterina, útero, vagina e
vulva; no homem, é formado por testículo, epidídimo, ductos deferentes, uretra, pênis e
algumas glândulas. A função desse sistema é garantir a reprodução da espécie.

FISIOLOGIA DO CORAÇÃO

O coração é composto por três tipos principais de músculos:


→ Musculo atrial: Contração semelhante ao músculo esquelético, porém com duração maior.
→ Músculo ventricular: Mesmas propriedades do atrial.
→ Fibras especializadas excitatórias e condutoras: Apresentam contração fraca e descargas
elétricas rítmicas automáticas, na forma de potenciais de ação, fazendo a condução desses
potenciais pelo coração (controle dos batimentos rítmicos)

Anatomia fisiológica do músculo cardíaco


36

Diástole e sístole

Diástole → Relaxamento → Coração se enche de sangue


Sístole → Contração → Ejeção
As três curvas superiores mostram as variações da pressão na aorta no ventrículo esquerdo e
no átrio esquerdo respectivamente. A quarta curva representa as variações do volume
ventricular esquerdo. A quinta representa o eletrocardiograma e a sexta o fonocardiograma,
que é o registro dos sons produzidos pelo coração. é

Função dos átrios como bombas de escova

80% do sangue flui “naturalmente” para o ventrículo, sendo o átrio responsável por enviar os
20% adicionais para preencher o ventrículo. Os átrios funcionam simplesmente como bombas
de escova (primer pump). Na maioria das circunstâncias, o coração pode continuar operando
quando os átrios deixam de funcionar, apenas manifestando sinais de insuficiência cardíaca na
prática de exercícios.

– ondas a,c e v
- Onda A → Causada pela contração atrial (pressão atrial direita ↑ por 4 a 6 mmHg e pressão
atrial esquerda ↑ 7 a 8 mmHg)
- Onda C → quando os ventrículos começam a se contrair. Causada pelo ligeiro refluxo de sangue
para os átrios e pelo abaulamento para trás das válvulas A-V.
- Onda V → Perto do final da contração ventricular. Resulta do lento fluxo de sangue das veias
para os átrios, enquanto as valvas A-V estão fechadas durante a contração dos ventrículos.
Quando essa contração acaba, as valvas A-V se abrem e a onda v desaparece.

Função dos ventrículos como bomba


Durante a diástole ventricular há acumulo de sangue nos átrios, tendo em vista que as valvas A-
V estão fechadas.

PEQUENA E GRANDE CIRCULAÇÃO


37
38

Sistemas Ósseo e Muscular


39
40
41
42

CONTROLADO PELO SISTEMA NERVOSO.


43
44

Conceito de Músculos:

São estruturas individualizadas que cruzam uma ou


mais articulações e pela sua contração são capazes de
transmitir-lhes movimento. Este é efetuado por células
especializadas denominadas fibras musculares, cuja
energia latente é ou pode ser controlada pelo sistema
nervoso. Os músculos são capazes de transformar
energia química em energia mecânica. O músculo vivo
é de cor vermelha. Essa coloração denota a existência de
pigmentos e de grande quantidade de sangue nas fibras
musculares.

Os músculos representam 40-50% do peso corporal


total.

Funções dos Músculos:

a) Produção dos movimentos corporais:


Movimentos globais do corpo, como andar e correr.

b) Estabilização das Posições Corporais: A contração dos músculos esqueléticos estabilizam


as articulações e participam da manutenção das posições corporais, como a de ficar em pé ou
sentar.

c) Regulação do Volume dos Órgãos: A contração sustentada das faixas anelares dos
músculos lisos (esfíncteres) pode impedir a saída do conteúdo de um órgão oco.

d) Movimento de Substâncias dentro do Corpo: As contrações dos músculos lisos das


paredes vasos sanguíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos também podem
mover alimentos, urina e gametas do sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem
o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração.

e) Produção de Calor: Quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande parte
desse calor liberado pelo músculo é usado na manutenção da temperatura corporal.
Quanto à Forma:

a) Longos: São encontrados especialmente nos membros. Os mais


superficiais são os mais longos, podendo passar duas ou mais articulações.

b) Curtos: Encontram-se nas articulações cujos


movimentos tem pouca amplitude, o que não exclui força
nem especialização.
45

RESUMO DA UNIDADE
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
46

_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
47

Basquete
Corpo e Mídia
Postura
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57

MIDIA E SUAS INFLUENCIAS

CORPOREIDADE

A corporeidade constitui-se das dimensões: Física (estrutura física


biofísico-motora organizadora de todas as dimensões humanas);
Emocional (instinto, afeto); Mental espiritual (cognição, razão,
pensamento, idéia, consciência); Sócio-histórico-cultural (valores,
hábitos).

Sendo assim, corporeidade é a maneira pela qual o cérebro


reconhece e utiliza o corpo como instrumento relacional com o
mundo. O corpo é movido por intenções provenientes da mente.
As intenções manifestam-se através do corpo, que interage com o
mundo, que dá uma resposta para o corpo, que informa a mente
através de seus órgãos sensoriais, que, analisando as respostas obtidas do ambiente, muda ou
reafirma suas intenções, utilizando o corpo para novas manifestações, enfim, é sentir e utilizar
o corpo como ferramenta de manifestação e interação com o mundo. Corporeidade é o seu
modo de ser e estar no mundo com e através do corpo. É uma expressão própria dos seres
humanos. É o jeito de o ser humano se expressar e comunicar. Ignorando essa forma única de
ser, a sociedade impõe padrões estéticos corporais a serem seguidos, tendo os jovens como alvo
predileto.

O apelo para que se transforme o corpo e o adapte a um padrão corporal imposto pela cultura
movimenta o mercado de consumo. Este vende dietas, vitaminas, suplementos alimentares,
moda esportiva, bebidas isotônicas, ginástica e exercícios. Publicações especializadas na
“venda” do corpo são comuns em bancas. A indústria de cosméticos, produtos estéticos, cirurgia
plástica e programas de TV completam o quadro. O propósito é ser padrão, não há respeito à
corporeidade e sim a imposição da busca do corpo dito aceitável socialmente. Diante de um
apelo diário pela busca da estética corporal ideal, o corpo vem sendo padronizado. Na
sociedade, os indivíduos se encontram reféns de modelos que, estampados nas mais diversas
formas de venda de sua imagem, “estão prontos” a influenciar o corpo do outro a se
transformar. Vivenciando, identificando e brincando com o corpo, a escola possibilita discussões
sobre os estereótipos e estigmas corporais, e a dualidade mente/corpo.

CONCEPÇÕES DE CORPO

A sociedade do culto ao corpo perfeito

Intensificação do culto à estética ao longo dos séculos pode ter colaborado para a transformação
do indivíduo em objeto. Produtos de beleza cada vez mais sofisticados, revistas que dão dicas
para manter a boa forma, clínicas de estética e de cirurgia plástica, salões de cabeleireiros e
academias de ginástica. Hoje o mundo está cercado por serviços à disposição de quem deseja
cuidar da aparência ou moldá-la.

A preocupação do homem com o corpo, no entanto, não é recente. A origem do culto ao corpo
remonta à Antiguidade. Os gregos acreditavam, há cerca de 2.500 anos a.C., que a estética e o
físico eram tão importantes quanto o intelecto na busca pela perfeição – pensamento traduzido
na frase “mens sana in corpore sano” (mente saudável em corpo são) e na própria história das
Olimpíadas. Após a Era Clássica, na Idade Média, as questões estéticas e o físico ficaram
relegados ao segundo plano. Durante essa época, o corpo foi tratado pela sociedade de forma
discreta, com todo o decoro exigido pelas crenças religiosas, e de acordo com as leis divinas.
58

Apenas no século 18, nos anos que se seguiram às Revoluções Francesa e Industrial, o corpo
voltou a ter destaque no cotidiano do homem ocidental. De acordo com o psicólogo Fernando
de Almeida Silveira, doutor em Filosofia e professor da Universidade Federal de São Paulo, com
a queda da aristocracia européia, a burguesia foi se auto afirmando por meio de uma nova
relação corpo essência. "Se os nobres tinham suas origens genealógicas como diferencial, a
burguesia passou a desenvolver a noção de um corpo disciplinado, saudável e longevo para se
destacar tanto da aristocracia decadente quanto do proletariado promíscuo e desregrado".
Além disso, a partir desse período, o corpo que tinha condições de fornecer uma maior
produtividade passou a ser mais valorizado devido à ascensão do Capitalismo Industrial. "Pouco
tempo depois da primeira Revolução Industrial, no fim do século 19, o mundo assistiu ao
chamado 'movimento ginástico europeu', que buscava 'construir' homens ideais para esse novo
modelo de sistema, mais fortes e saudáveis, por meio da difusão de métodos de ginástica",
ressalta o professor de Educação Física da Universidade Metodista de São Paulo, Wilson Alviano.

No século 21, com a pressão dos ideais de beleza impostos pela indústria da moda e alimentados
pela mídia, a valorização do corpo perfeito tornou-se uma obsessão global. Hoje cada vez mais
pessoas buscam formas de transformar o físico, em busca da perfeição de acordo com os
padrões. Segundo Alviano, essa intensificação do culto à estética já traz danos notórios para a
sociedade. "Doenças como anorexia, bulimia e vigorexia [transtorno caracterizado pela prática
de exercícios físicos em excesso] tomaram um vulto assustador. Muitos colocam suas vidas em
risco, consumindo remédios para emagrecer e anabolizantes ou até mesmo fazendo cirurgias
desnecessárias."
Para o psicólogo Fernando de Almeida Silveira, o maior prejuízo da valorização exagerada da
boa aparência é o fortalecimento da concepção de corpo-objeto. "As pessoas passaram a
enxergar o corpo hoje como uma coisa moldável, conforme certos padrões estéticos,
fomentados por uma pressão social de classe. Nesse sentido, o físico, os sentidos e a alma são
massificados por conta dessa ditadura de idealização da beleza". Alviano completa: "Com essa
transformação do corpo em coisa, o próprio indivíduo se reduziu a um objeto, que só possui
valor como ostentação dentro dos padrões preestabelecidos".

Corpo, consumo e mídia

O fim do século passado e o início deste configuram um novo estágio do capitalismo,


denominado por muitos, globalização, ou ainda, ocidentalização do mundo.

Nessa fase, a comunicação, o desenvolvimento tecnológico e a economia vêm trazendo uma


acelerada transformação nas sociedades e, ao mesmo tempo, profundas mudanças no nosso
modo de ser, viver, aprender, sentir, pensar e agir. Vivemos em um sistema capitalista, somos
impulsionados a produzir e consumir produtos. Por isso, passamos a maior parte do tempo
envolvidos com o trabalho, dimensão da vida humana que nos permite atender a toda ordem
de necessidades - as essenciais para nossa sobrevivência e as criadas pelo próprio sistema. O -
deus mercado_, muitas vezes, interfere também em nossas opções de lazer com a família e
amigos, principalmente, sobre a influência da indústria cultural.

É nesta lógica que nosso corpo está inserido: por meio dele estamos neste mundo. A partir de
suas interações com outros corpos, espaços e culturas, construímos nossas identidades e
subjetividades, pensamentos e valores. Então, vamos focar nosso olhar sobre a corporeidade
(ou as questões relativas ao corpo) no mundo contemporâneo. Você deve ter observado que os
corpos presentes na telinha (principalmente nas propagandas e novelas) são, em sua maioria,
corpos bonitos, sarados, brancos, louros, jovens, viris, belos, bem cuidados, ágeis e felizes.
59

Corpos gordos, velhos, flácidos, não são reproduzidos, mas escondidos, disfarçados e
dissimulados.

Quase sempre, apenas nos telejornais, é comum aparecerem os corpos do cotidiano, de gente
simples, ligados muitas vezes à pobreza, violência, tragédia e assim por diante. Isto nos faz
pensar que existe um modelo de corpo desejado e suscitado pela mídia, que o transforma em
objeto a ser conquistado e comprado.

Torna-se algo idealizado e, na atualidade, é sinônimo de saudável, belo, atlético, como se esse
modelo de corpo fosse a única possibilidade de ser. Vivemos uma verdadeira tirania da
aparência em que o corpo tem sido mais valorizado por suas próteses, enfeites, vestuário, enfim,
pelo que tem e não pelo que é.

Assim, o corpo se torna uma mercadoria como qualquer outra. Compram-se seios, nádegas,
narizes, orelhas. Eliminam-se os sinais de envelhecimento mudando a cor dos cabelos, injetando
produtos para minimizar as rugas, etc. O corpo é o principal estímulo da indústria da beleza
associada à imagem de juventude que esbanja saúde, alegria. Em nome da beleza (veja bem, da
beleza e não da saúde e da qualidade de vida) consomem-se roupas, alimentos, adereços,
aparelhos, suplementos, silicones, imagens e exercícios físicos. Essa mercantilização dos corpos
tem estimulado o comércio e o consumo de produtos. O próprio corpo tornou-se veículo
utilizado para vender os mais variados tipos de produtos.

Nesse mercado do corpo, aqueles que não têm acesso aos produtos de consumo tornam-se,
muitas vezes, mercadorias baratas. Num país marcado pela desigualdade social, e também
racial, como é o nosso, os representantes de etnias negras e indígenas são os mais atingidos.
Leia a poesia do poeta mineiro Carlos Drumond de Andrade, escrita no início da década de 40,
no século XX, período em que o Brasil estava vivendo o início de seu processo de
industrialização: Sensível às mudanças que vinham ocorrendo em nossa sociedade naquela
época, o poeta antecipa seu olhar sobre suas implicações para os corpos.

EU, ETIQUETA
60
61
62
63

POSTURA CORPORAL – COLUNA VERTEBRAL

A inteligência e a capacidade de deslocamento e movimentação, executando tarefas com


precisão, entre outros aspectos, é o que diferencia o ser humano de outros seres vivos. Com
exceção da visão, nem mesmo os outros sentidos como o olfato e a audição são tão importantes
para uma vida saudável como a motricidade da coluna e membros.

A coluna vertebral suporta o peso do corpo, contém e protege a medula espinhal que conduz
todos os estímulos nervosos do cérebro para os membros superiores, tronco e membros
inferiores, permitindo e controlando todas as funções musculoesqueléticas, viscerais do
abdômen e estrutural do tórax (pulmão e coração). Qualquer doença que comprometa a coluna
vertebral pode colocar em risco todas as estruturas e funções descritas. Na prática, os principais
problemas da coluna vertebral são os degenerativos (desgastes) dos discos e articulações da
coluna. Com o passar dos anos, o efeito da má postura, ganho de peso corporal, levantar e
carregar pesos e a falta de condicionamento físico podem desencadear problemas na coluna.

O conhecimento da anatomia da coluna, como ela funciona, a importância de uma postura


correta e de técnicas adequadas para a realização de esforços ou de levantar pesos, pode
prevenir e proteger a coluna de lesões. O reforço muscular, através de exercícios adequados e
condicionamento físico, também são úteis na prevenção de desgastes e lesões tanto no trabalho
quanto fora dele. A coluna vertebral é parte subcranial do esqueleto axial. De forma muito
simplificada, é uma haste firme e flexível, constituída de elementos individuais unidos entre si
por articulações, conectados por fortes ligamentos e suportados dinamicamente por uma
poderosa massa musculotendinosa.
64

ASPECTOS GERAIS ARRANJO ANATÔMICO GERAL DE COLUNA VERTEBRAL

A coluna vertebral é uma série de ossos individuais – as vértebras – que ao


serem articulados constituem o eixo central esquelético do corpo. A coluna
vertebral é flexível porque as vértebras são móveis, mas a sua estabilidade
depende principalmente dos músculos e ligamentos. Embora seja uma
entidade puramente esquelética, do ponto de vista prático, quando nos
referimos à “coluna vertebral”, na verdade estamos também nos referindo ao
seu conteúdo e aos seus anexos, que são os músculos, nervos e vasos com ela
relacionados. Seu comprimento é de aproximadamente dois quintos da altura
total do corpo.

A coluna vertebral, sob o ponto de vista de engenharia, é de uma constituição


perfeita. Imaginem a coluna de um prédio que tivesse que suportar toda a estrutura e ao mesmo
tempo tivesse que movimentar esse prédio. Seria "impossível". Mas a espinha faz isso.

Constituição óssea - A coluna é formada de 33 ossos que são chamados vértebras e está dividida
em 4 regiões: a região cervical (pescoço), com 7 vértebras; a torácica ou dorsal, com 12; a
lombar, com 5; a região sacra, com 5 vértebras que se fundiram num só osso chamado sacro, e
a região do cóccix, com 3 ou 4 vértebras, que também se fundiram em um só osso, o cóccix. É a
região sacrococcigeana. As vértebras tornam-se progressivamente maiores na direção inferior
até o sacro, tornando-se a partir daí sucessivamente menores.

REGIÕES DA COLUNA VERTEBRAL

A coluna vertebral do adulto apresenta quatro curvaturas: cervical, torácica, lombar e sacral.
Essas curvaturas ajudam a centralizar a cabeça sobre o corpo, proporcionando um equilíbrio
para andar na posição ereta. É também a responsável pela proteção da Medula Espinhal. Esta
estrutura (medula) é de vital importância no organismo humano, pois todo o comando do
Sistema Nervoso depende da integridade medular, que está contido dentro do canal vertebral.
65

Como já vimos, a coluna é um eixo central do corpo humano, portanto ela apresenta
uma série de curvaturas conforme a nossa postura, por isso, quanto mais errado a
postura, mais deformidades ocorrerão na coluna, podendo ocasionar serias lesões,
como a hérnia de disco, osteófitos (bico de papagaio), escoliose, lordose, cifose,
gibosidade (corcunda), etc.

A maioria destes desvios da coluna causa pinçamento de nervos que partem de dentro
da coluna. O mais famoso deles é o nervo ciático (popularmente chamada de dor
ciática). Diversos fatores podem interferir para o desenvolvimento destas lombalgias,
tais como: dormir em posição errada, carregar objetos de forma incorreta, posturas
inadequadas, movimentos bruscos, entre outros.

PRINCIPAIS PROBLEMAS POSTU RAIS

A coluna vertebral possui 3 tipos de curvas: a lordose, a cifose e


a escoliose . A lordose é presente na coluna cervical e na coluna
lombar e a cifose é presente na coluna torácica. A presença
dessas duas curvas é NORMAL nesses níveis ao lado, fazendo
parte das curvaturas normais da coluna. Apenas em casos em que
a lordose e a cifose aparecem em grau aumentado é que são
consideradas anormais e devem ser investigadas.

O aumento acentuado (anormal) do grau da cifose e da lordose


são denominados de:

• Hipercifose;
• Hiperlordose.
• A Escoliose é sempre uma curva anormal.

ESCOLIOSE
Definição

A escoliose é uma ou mais curvaturas laterais anormal, que atinge geralmente as vértebras
torácicas. Ela pode ser do tipo funcional (ou fisiológica) e estrutural (patológica). No caso da
escoliose funcional a coluna curva-se lateralmente devido à diferença de peso nas duas metades
do corpo em conseqüência:

• Da poliomielite;
• Da diferença de comprimento dos membros
inferiores, devido às fraturas mal reduzidas, a
uma prótese mal adaptada ou a um joelho
valgo unilateral;
• De uma má postura.

A escoliose estrutural, geralmente aparece na


infância e é progressiva. A causa é o
crescimento desigual das vértebras.
Dependendo da gravidade da curvatura, esta
pode comprimir órgãos abdominais e também
prejudicar a respiração.
66

HIPERCIFOSE
Definição

A cifose é uma acentuada curvatura torácica, deixando


a pessoa com aspecto de corcunda. As causas mais
importantes dessa deformidade são a má postura e o
condicionamento físico insuficiente.

HIPERLORDOSE
Definição

A Lordose é um aumento exagerado nas curvaturas


cervical e/ou lombar. Pode ser uma compensação de
uma cifose ou à flacidez muscular com um ou sem
aumento de peso anterior à coluna – como na
obesidade e na gravidez.

DICAS PARA UMA POSTURA SAUDÁVEL

POSTURA AO ANDAR

A má postura ao andar é a causa de muitas dores. Procure andar o


mais ereto possível, sempre olhando acima da linha do horizonte.
Um bom treino é andar em casa com um livro sobre a cabeça.

POSTURA AO LEVANTAR
PESOS

A maneira correta para levantar pesos e volumes exige a flexão


dos joelhos e aproximação do objeto junto ao corpo,
agachando-se sem inclinar o corpo para frente. Contraindo a
musculatura abdominal, com a coluna ereta force os músculos
das coxas e pernas para elevar o peso. Utilizando as articulações
dos quadris, joelhos e tornozelos, pode-se atenuar a pressão e
esforços sobre as delicadas articulações da coluna vertebral. Se
o objeto é muito pesado para ser elevado com segurança ou se
você não consegue se posicionar corretamente, solicite auxílio
de outra pessoa.
67

POSTURA SENTADO

Quando sentado, procure manter sua coluna bem


posicionada utilizando uma cadeira que ofereça suporte
à sua curvatura lombar (lordose).

POSTURA DEITADO

Sua coluna também necessita de suporte quando você está


deitado. Procure utilizar colchão firme e manter os joelhos
dobrados (fletidos) para preservação do balanço e equilíbrio da
coluna. Um colchão muito macio permite o corpo afundar
causando torções à coluna. Quando se está deitado de barriga
para cima, o posicionamento de uma almofada ou travesseiro
sob os joelhos também é útil para a manutenção do
posicionamento correto e relaxamento da musculatura das
costas.

No transporte das mochilas no ombro, tome cuidado para não


compensar o peso da mochila com a inclinação do tronco para
frente. Os alunos que transportam a mochila através de alças e
rodinhas devem variar o lado que carregam as mochilas, ora no
lado direito ora no lado esquerdo. Isso ajuda a evitar um “vício”
postural inadequado.

No caso de sacola cheia, tentar dividir o peso em duas sacolas e


levar uma em cada lado, distribuindo melhor o peso.
Compreender que o nosso corpo e a nossa mente recebem
influências no nosso dia-a-dia é de fundamental importância
para entendermos os cuidados que devemos ter com eles.

Um aspecto bem interessante é analisarmos nossa postura e


nosso comportamento durante o dia, e verificar se estamos sentando corretamente e alinhados,
se ao ficar muito tempo em pé numa fila estamos nos apoiando o tempo inteiro apenas numa
das pernas, pois estes fatos podem nos ajudar a identificar compensações estabelecidas ao
nosso corpo que interferem na postura corporal, e consequentemente em nossa saúde. Ao ficar
sentado em frente ao computador procure manter o corpo ereto e os pés apoiados no chão,
evite ficar com as pernas cruzadas e os joelhos muito flexionados. Observe se você não está
projetando para frente a cabeça e mantenha-a alinhada com seu tronco.
68

RESUMO DA UNIDADE

_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
69

VOLEI
INTRDUÇÃO AOS PRIMEIROS SOCORROS

LUTAS
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80

INTRODUÇÃO AOS PRIMEIROS SOCORROS

O corpo de bombeiros define socorros de urgência, ou primeiros


socorros, como as medidas inicialmente tomadas por alguém que
esteja qualificado para prestar o socorro, a fim de manter os sinais
vitais e evitar o agravamento de lesões já existentes em uma pessoa
que esteja fora do ambiente hospitalar.

Já segundo a Cruz Vermelha Americana, socorros de urgência são os


cuidados imediatamente prestados a quem esteja lesionado ou
subitamente adoecido. Quem presta os socorros de urgência precisa saber também que
encorajar aquele que recebe os socorros, com palavras tranquilizadoras e motivadoras, que
demonstrem sua competência para socorrer. Assim, quem presta socorros deve saber o que
fazer e o que não fazer, evitando os erros frequentemente cometidos por quem não está
preparado para lidar com situações de urgência. A diferença entre a vida e a morte (em casos
mais extremos) ou entre uma rápida recuperação ou um longo período de hospitalização e
tratamento pode depender da qualidade dos conhecimentos sobre socorros de urgência
daquele que presta esse atendimento.

Quando estamos em uma atividade corporal, seja em uma aula de educação física na escola,
seja uma atividade esportiva ou recreativa, o risco de ocorrer uma lesão ou um acidente está
sempre presente. Em tais situações, precisamos saber como fazer para prestar socorro a quem
está lesionado, acidentado ou subitamente se sente mal. Toda pessoa que for realizar o
atendimento pré hospitalar (APH), mais conhecido como primeiros socorros, deve antes de
tudo, atentar para a sua própria segurança. O impulso de ajudar a outras pessoas, não justifica
a tomada de atitudes inconsequentes, que acabem transformando-o em mais uma vítima.
A seriedade e o respeito são premissas básicas para um bom atendimento de APH (primeiros
socorros). Para tanto, evite que a vítima seja exposta desnecessariamente e mantenha o devido
sigilo sobre as informações pessoais que ela lhe revele durante o atendimento. Quando se está
lidando com vidas, o tempo é um fator que não deve ser desprezado em hipótese alguma. A
demora na prestação do atendimento pode definir a vida ou a morte da vítima, assim como
procedimentos inadequados.
Importante lembrar que um ser humano pode passar até três semanas sem comida, uma
semana sem água, porém, pouco provável, que sobreviva mais que cinco minutos sem oxigênio.

2.1 ALGUNS CONCEITOS APLICADOS AOS PRIMEIROS SOCORROS

Primeiros Socorros: São os cuidados imediatos prestados a uma pessoa, fora do ambiente
hospitalar, cujo estado físico, psíquico e ou emocional coloquem em perigo sua vida ou sua
saúde, com o objetivo de manter suas funções vitais e evitar o agravamento de suas condições
(estabilização), até que receba assistência médica especializada.

Prestador de socorro: Pessoa leiga, mas com o mínimo de conhecimento capaz de prestar
atendimento à uma vítima até a chegada do socorro especializado.

Socorrista: É a pessoa tecnicamente capacitada para, com segurança, avaliar e identificar


problemas que comprometam a vida. Cabe ao socorrista prestar o adequado socorro pré-
hospitalar e o transporte do paciente sem agravar as lesões já existentes.
81

Manutenção da Vida: Ações desenvolvidas com o objetivo de garantir a vida da vítima,


sobrepondo à "qualidade de vida".

Qualidade de Vida: Ações desenvolvidas para reduzir as seqüelas que possam surgir durante e
após o atendimento.

Urgência: Estado grave, que necessita atendimento médico, embora não seja necessariamente
uma emergência. Ex: contusões leves, entorses, luxações.

Emergência: Estado que necessita de encaminhamento rápido ao hospital. O tempo gasto entre
o momento em que a vítima é encontrada e o seu encaminhamento deve ser o mais curto
possível. Ex: Parada Cardiorrespiratória e hemorragias graves.

Acidente: Fato do qual resultam pessoas feridas e/ou mortas que necessitam de atendimento.
Incidente: Fato ou evento desastroso do qual não resulta pessoas mortas ou feridas, mas que
pode risco futuro.

Sinal: É a informação obtida a partir da observação da vítima.


Sintoma: É informação a partir de um relato da vítima.

Acidentes ocorrem a qualquer hora, em qualquer lugar e com qualquer pessoa. Devemos estar
preparados para enfrentá-los, e da melhor maneira possível.

OBJETIVOS DOS PRIMEIROS SOCORROS:

Preservar a vida;
Reduzir o sofrimento;
Prevenir complicações;
Proporcionar transporte adequado, possibilitando melhores condições para receber o
tratamento definitivo.

ATITUDES BÁSICAS
Para que se possa realizar o primeiro atendimento a uma vítima, é necessário algumas atitudes,
como:

Seriedade, compreensão e confiança;


Manter a calma de si mesmo e das outras pessoas;
Agilidade;
Bom senso;
Conhecimento técnico e científico;
Agir com segurança para não se tornar outra vítima;
Improviso;
Jamais ultrapassar os limites de atuação;
Não levar a mão à boca e olhos sem antes lavar com água e sabão;
Utilizar luvas de borracha no atendimento;
82

OS 10 MANDAMENTOS DO SOCORRISTA

1º - Mantenha a calma;
2º - Tenha em mente a seguinte ordem de segurança quando você estiver prestando socorro:
primeiro eu (o socorrista), depois minha equipe (incluindo os transeuntes) e por ultimo a vítima.
Isso parece ser contraditório à primeira vista, mas tem o intuito básico de não gerar novas
vítimas;
3º - Ao prestar socorro, é fundamental ligar para o atendimento pré-hospitalar assim que chegar
ao local do acidente. Podemos, por exemplo, discar 193 (número do corpo de bombeiros);
4º - sempre verificar se há riscos no local, para você e sua equipe, antes de agir no acidente;
5º - Mantenha sempre o bom-senso;
6º - Mantenha o espírito de liderança, pedindo ajuda e afastando os curiosos;
7º - Distribua tarefas, assim, os transeuntes que lhe atrapalhariam o ajudará e se sentirão mais
úteis;
8º - Evite manobras intempestivas (realizar de forma imprudente, com pressa);
9º - Em caso de múltiplas vítimas, dê preferência aquelas que correm maior risco de vida como,
por exemplo, vítimas em parada cardiorrespiratória ou que estejam sangrando muito;
10º - Seja socorrista e não um herói (lembre-se do 2º mandamento).

ATENDIMENTO ÀS VÍTIMAS

Enquanto o socorro especializado não chegar, devemos tomar algumas precauções básicas.
Antes de qualquer procedimento, avaliar a cena do acidente e observar se ela pode oferecer
riscos, para o acidentado e para você. EM HIPÓTESE NENHUMA PONHA SUA PRÓPRIA VIDA EM
RISCO. Existem critérios internacionalmente aceitos, no que se refere a abordagem
(atendimento) da vítima. As etapas principais são as seguintes:

PRINCIPAIS ETAPAS
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA

Consiste na primeira avaliação feita ao chegar ao local do acidente, antes de se iniciar o socorro:

1º Avaliar o Local

É importante observar rapidamente se existem perigos para o


acidentado e para quem estiver prestando o socorro nas
proximidades da ocorrência. Por exemplo:

Fios elétricos soltos e desencapados; tráfego de veículos;


andaimes; vazamento de gás; máquinas funcionando; risco de
desmoronamento, explosão, queda de objetos, etc.;

Assumir o controle da situação;

Evitar o pânico e afastar os curiosos.


2º Avaliar a Vítima - o estado que ela se encontra:
Neste momento deverá ser feito um rápido exame da vítima, obedecendo a uma sequência
padronizada e corrigindo imediatamente os problemas encontrados.
O exame deverá ser feito rigorosamente nessa sequência: O “ABCDE” da vida.
A - Abertura das vias aéreas com controle cervical - Estão desobstruídas? Existe lesão da
cervical?
B - Boa ventilação, respiração - Está adequada?
83

C - Circulação, hemorragia e controle do choque - Existe pulso palpável? Há hemorragias graves?


D - Distúrbio neurológico, nível de consciência;
E - Exposição e proteção da vítima

AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA

É realizado após a estabilização dos sinais vitais da vítima. Consiste em uma avaliação minuciosa,
a qual se inicia na cabeça e vai até os pés, na parte anterior (frente) e posterior (costas),
identificando lesões que apesar de sua gravidade não colocam a vítima em risco iminente de
morte.

CLASSIFICAÇÃO DA VÍTIMA

Pelo histórico do acidente deve-se observar indícios que possam ajudar ao prestador de socorro
classificar a vítima como clínica ou traumática.

Vítima Clínica: apresenta sinais e sintomas de disfunções com natureza fisiológica, como
doenças, etc.
Vítima de Trauma: apresenta sinais e sintomas de natureza traumática, como possíveis fraturas.
Devemos nesses casos atentar para a imobilização e estabilização da região suspeita de lesão.

SINAIS VITAIS - FORMAS DE CHECAGEM: "VER / OUVIR / SENTIR"

Sinais vitais são aqueles que indicam a existência de vida. São reflexos ou indícios que permitem
concluir sobre o estado geral de uma pessoa. Os sinais sobre o funcionamento do corpo humano
que devem ser compreendidos e conhecidos são:

Temperatura (precisa de instrumental específico)

Pulso - braquial e carotídeo


Respiração - geralmente usa-se o dorso da mão para sentir
Pressão arterial (precisa de instrumental específico)

Parâmetros considerados normais para sinais vitais.


Temperatura: 36.5º C;
Pulso: 60 a 100 bpm;
FR: 12 a 20 ipm;
P.A: 120 x 80 mmHg.

Os sinais vitais são sinais que podem ser facilmente percebidos, deduzindo-se assim, que na
ausência deles, existem alterações nas funções vitais do corpo.

TEMPERATURA CORPORAL

A temperatura resulta do equilíbrio térmico mantido entre o ganho e a


perda de calor pelo organismo. A temperatura é um importante indicador
da atividade metabólica, já que o calor obtido nas reações metabólicas se
propaga pelos tecidos e pelo sangue circulante.

A temperatura do corpo humano está sujeita a variações individuais e a


flutuações devido a fatores fisiológicos como: exercícios, digestão,
84

temperatura ambiente e estado emocional. A avaliação diária da temperatura de uma pessoa


em perfeito estado de saúde nunca é maior que um grau Celsius, sendo mais baixa pela manhã
e um pouco elevada no final da tarde. Existe pequena elevação de temperatura nas mulheres
após a ovulação, no período menstrual e no primeiro trimestre da gravidez.

Nosso corpo tem uma temperatura média normal que varia de 36 a 37ºC. A avaliação da
temperatura é uma das maneiras de identificar o estado de uma pessoa, pois em algumas
emergências a temperatura muda muito. O sistema termorregulador trabalha estimulando a
perda de calor em ambientes de calor excessivo e acelerando os fenômenos metabólicos no frio
para compensar a perda de calor. Graças a isto, o homem é um ser homeotérmico que, ao
contrário de outros animais, mantêm a temperatura do corpo constante a despeito de fatores
externos.

Perda de Calor
O corpo humano perde calor através de vários processos que podem ser classificados da
seguinte maneira:

Eliminação - fezes, urina, saliva, respiração.


Evaporação - a evaporação pela pele (perda passiva) associada à eliminação permitirá a perda
de calor em elevadas temperaturas.
Condução - é a troca de calor entre o sangue e o ambiente. Quanto maior é a quantidade de
sangue que circula sob a pele maior é a troca de calor com o meio. O aumento da circulação
explica o avermelhamento da pele (hipermia) quando estamos com febre.

Verificação da Temperatura
Oral ou bucal - Temperatura média varia de 36,2 a 37ºC. O termômetro deve ficar por cerca de
três minutos, sob a língua, com o paciente sentado, semi-sentado (reclinado) ou deitado.
Não se verifica a temperatura de vítimas inconscientes, crianças depois de ingerirem líquidos
(frios ou quentes) após a extração dentária ou inflamação na cavidade oral.
Axilar - Temperatura média varia de 36 a 36,8ºC. A via axilar é a mais sujeita a fatores externos.
O termômetro deve ser mantido sob a axila seca, por 3 a 5 minutos, com o acidentado sentado,
reclinado ou deitado.
Não se verifica temperatura em vítimas de queimaduras no tórax, processos inflamatórios na
axila ou fratura dos membros superiores.
Retal - Temperatura média varia de 36,4 a 37ºC. O termômetro deverá ser lavado, seco e
lubrificado com vaselina e mantido dentro do reto por 3 minutos com o acidentado em decúbito
lateral, com a flexão de um membro inferior sobre o outro.
Não se verifica a temperatura retal em vítimas que tenham tido intervenção cirúrgica no reto,
com abscesso retal ou perineorrafia.

A verificação da temperatura retal é a mais precisa, pois é a que menos sofre influência de
fatores externos. O instrumento padrão para a medida da temperatura corpórea é o
85

termômetro clínico de vidro com mercúrio. Em nosso meio, o método mais aceito é a
temperatura axilar o que satisfaz plenamente aos propósitos clínicos. Vários instrumentos
podem ser usados para a avaliação da temperatura da pele. A literatura internacional adota a
medida da temperatura retal ou oral.

PULSO
O pulso é a onda de distensão de uma artéria transmitida pela pressão que o coração exerce
sobre o sangue. Esta onda é perceptível pela palpação de uma artéria e se repete com
regularidade, segundo as batidas do coração. Existe uma relação direta entre a temperatura do
corpo e a freqüência do pulso. Em geral, exceto em algumas febres, para cada grau de aumento
de temperatura existe um aumento no número de pulsações por minuto (cerca de 10 pulsações).
O pulso pode ser apresentado variando de acordo com sua freqüência, regularidade, tensão e
volume.
a) Regularidade (alteração de ritmo)
Pulso rítmico: normal
Pulso arrítmico: anormal
b) Tensão
c) Frequência - Existe uma variação média de acordo com a idade como pode ser visto no Quadro
abaixo.

d) Volume - Pulso cheio: normal Pulso filiforme (fraco): anormal A alteração na frequência do
pulso denuncia alteração na quantidade de fluxo sanguíneo.
As causas fisiológicas que aumentam os batimentos do pulso são: digestão, exercícios físicos,
banho frio, estado de excitação emocional e qualquer estado de reatividade do organismo.
No desmaio / síncope as pulsações diminuem.

Através do pulso ou das pulsações do sangue dentro do corpo, é possível avaliar se a circulação
e o funcionamento do coração estão normais ou não. Pode-se sentir o pulso com facilidade:

Procurar acomodar o braço do acidentado em posição relaxada.


Usar o dedo indicador, médio e anular sobre a artéria escolhida para sentir o pulso, fazendo uma
leve pressão sobre qualquer um dos pontos onde se pode verificar mais facilmente o pulso de
uma pessoa. Não usar o polegar para não correr o risco de sentir suas próprias pulsações.
Contar no relógio as pulsações num período de 60 segundos. Neste período deve-se procurar
observar a regularidade, a tensão, o volume e a frequência do pulso.

Existem no corpo vários locais onde se podem sentir os pulsos da corrente sanguínea.

Recomenda-se não fazer pressão forte sobre a artéria, pois isto pode impedir que se percebam
os batimentos.
86

O pulso radial pode ser sentido na parte da frente do punho. Usar


as pontas de 2 a 3 dedos levemente sobre o pulso da pessoa do
lado correspondente ao polegar, conforme a figura abaixo.

O pulso carotídeo é o pulso sentido na artéria


carótida que se localiza de cada lado do pescoço.
Posicionam-se os dedos sem pressionar muito para não comprimir a artéria
e impedir a percepção do pulso.
Do ponto de vista prático, a artéria radial e carótida são mais fáceis para a
localização do pulso, mas há outros pontos que não devem ser descartados.
RESPIRAÇÃO

A respiração é uma das funções essenciais à


vida. É através dela que o corpo promove
permanentemente o suprimento de oxigênio necessário ao
organismo, vital para a manutenção da vida. A respiração é
comandada pelo Sistema Nervoso Central. Seu funcionamento
processa-se de maneira involuntária e automática. É a
respiração que permite a ventilação e a oxigenação do
organismo e isto só ocorre através das vias aéreas
desimpedidas.

A observação e identificação do estado da respiração de um acidentado de qualquer tipo de


afecção é conduta básica no atendimento de primeiros socorros. Muitas doenças, problemas
clínicos e acidentes de maior ou menor proporção alteram parcialmente ou completamente o
processo respiratório. Fatores diversos como secreções, vômito, corpo estranho, edema e até
mesmo a própria língua podem ocasionar a obstrução das vias aéreas. A obstrução produz asfixia
que, se prolongada, resulta em parada cardiorrespiratória.

O processo respiratório manifesta-se fisicamente através dos movimentos ritmados de


inspiração e expiração. Na inspiração existe a contração dos músculos que participam do
processo respiratório, e na expiração estes músculos relaxam-se espontaneamente.
Quimicamente existe uma troca de gazes entre os meios externos e internos do corpo. O
organismo recebe oxigênio atmosférico e elimina dióxido de carbono. Esta troca é a hematose,
que é a transformação, no pulmão, do sangue venoso em sangue arterial.

Deve-se saber identificar se a pessoa está respirando e como está respirando. A respiração pode
ser basicamente classificada por tipo e frequência

A frequência da respiração é contada pela quantidade de


vezes que uma pessoa realiza os movimentos combinados
de inspiração e expiração em um minuto. Para se verificar
a frequência da respiração, conta-se o número de vezes
que uma pessoa realiza os movimentos respiratórios: 01
inspiração + 01 expiração = 01 movimento respiratório. A
contagem pode ser feita observando-se a elevação do
tórax se o acidentado for mulher ou do abdome se for
homem ou criança. Pode ser feita ainda contando-se as
saídas de ar quente pelas narinas. A frequência média por
87

minuto dos movimentos respiratórios varia com a idade. Por exemplo: um adulto possui um
valor médio respiratório de 12 - 20 respirações por minuto..

TIPOS DE RESPIRAÇÃO

Eupnéia - Respiração que se processa por movimentos regulares, sem dificuldades, na


frequência média.
Apnéia - É a ausência dos movimentos respiratórios, equivale à parada respiratória.
Dispnéia - Dificuldade na execução dos movimentos respiratórios.
Bradpnéia - Diminuição na frequência média dos movimentos respiratórios.
Taquipnéia - Aceleração dos movimentos respiratórios.
Ortopnéia - O acidentado só respira sentado.
Hiperpnéia ou hiperventilação - É quando ocorre o aumento da frequência e da profundidade
dos movimentos respiratórios. Fatores fisiopatológicos podem alterar a necessidade de oxigênio
ou a concentração de gás carbônico no sangue. Isto contribui para a diminuição ou o aumento
da frequência dos movimentos respiratórios.
A nível fisiológico os exercícios físicos, as emoções fortes e banhos frios tendem a aumentar a
frequência respiratória. Em contra partida o banho quente e o sono a diminuem.

PRESSÃO ARTERIAL

A pressão arterial é a pressão do sangue, que depende da força de


contração do coração, do grau de distensibilidade do sistema arterial, da
quantidade de sangue e sua viscosidade. Uma pessoa com hipertensão
deverá ser mantida com a cabeça elevada; deve ser acalmada; reduzir a
ingestão de líquidos e sal e ficar sob observação permanente até a chegada
do médico. No caso do hipotenso, deve-se promover a ingestão de líquidos
com pitadas de sal, deitá-lo e chamar um médico.

É importante perguntar à vítima sua pressão arterial e passar essa informação ao profissional
que for prestar o socorro especializado.
88

SINAIS DE APOIO

Além dos sinais vitais do funcionamento do corpo humano, existem outros que devem ser
observados para obtenção de mais informações sobre o estado de saúde de uma pessoa. São os
sinais de apoio; sinais que o corpo emite em função do estado de funcionamento dos órgãos
vitais. Os sinais de apoio podem ser alterados em casos de hemorragia, parada cardíaca ou uma
forte batida na cabeça, por exemplo. Os sinais de apoio tornam-se cada vez mais evidentes com
o agravamento do estado do acidentado. Os principais sinais de apoio são:

Dilatação e reatividade das pupilas


Cor e umidade da pele
Estado de consciência
Motilidade e sensibilidade do corpo

DILATAÇÃO E REATIVIDADE DAS PUPILAS

A pupila é uma abertura no centro da íris - a parte colorida do olho - e sua função principal é
controlar a entrada de luz no olho para a formação das imagens que vemos. A pupila exposta à
luz se contrai. Quando há pouca ou quase nenhuma luz a pupila se dilata, fica aberta. Quando a
pupila está totalmente dilatada, é sinal de que o cérebro não está recebendo oxigênio, exceto
no uso de colírios midriáticos ou certos envenenamentos.

A dilatação e reatividade das pupilas são um sinal de apoio importante. Muitas alterações do
organismo provocam reações nas pupilas. Certas condições de "stress", tensão, medo e estados
de préchoque também provocam consideráveis alterações nas pupilas. Devemos observar as
pupilas de uma pessoa contra a luz de uma fonte lateral, de preferência com o ambiente
escurecido. Se não for possível deve-se olhar as pupilas contra a luz ambiente.

MIOSE – Pupilas contraídas, sem reação a luz Lesões no sistema


nervoso central. Abuso de drogas

ANISOCORICA – Pupilas assimétricas (uma dilatada e outra


contraída) Acidente vascular cerebral - AVC, Traumatismo crânio
encefálico - TCE.

MIDRIASE – Pupilas dilatadas


Ambiente com pouca luz, anóxia ou hipóxia severa, inconsciência,
estado de choque, parada cardíaca, hemorragia, TCE.
89

COR E UMIDADE DA PELE

A cor e a umidade da pele são também sinais de apoio muito útil no reconhecimento do estado
geral de um acidentado. Uma pessoa pode apresentar a pele pálida, cianosada ou hiperemiada
(avermelhada e quente).

A cor e a umidade da pele devem ser observadas na face e nas extremidades dos membros,
onde as alterações se manifestam primeiro. A pele pode também ficar úmida e pegajosa. Pode-
se observar
estas alterações melhor no antebraço e na barriga.

Estado de Consciência

Este é outro sinal de apoio importante. A consciência plena é o estado em que uma pessoa
mantém o nível de lucidez que lhe permite perceber normalmente o ambiente que a cerca, com
todos os sentidos saudáveis respondendo aos estímulos sensoriais.

Quando se encontra um acidentado capaz de informar com clareza sobre o seu estado físico,
pode-se dizer que esta pessoa está perfeitamente consciente. Há, no entanto, situações em que
uma pessoa pode apresentar sinais de apreensão excessiva, olhar assustado, face contraída e
medo. Esta pessoa certamente não estará em seu pleno estado de consciência.

Uma pessoa pode estar inconsciente por desmaio, estado de choque, estado de coma,
convulsão, parada cardíaca, parada respiratória, alcoolismo, intoxicação por drogas e uma série
de outras circunstâncias de saúde e lesão. No desmaio há uma súbita e breve perda de
consciência e diminuição do tônus muscular. Já o estado de coma é caracterizado por uma perda
de consciência mais prolongada e profunda, podendo o acidentado deixar de apresentar
gradativamente reação aos estímulos dolorosos e perda dos reflexos.

Motilidade e Sensibilidade do Corpo

Qualquer pessoa consciente que apresente dificuldade ou incapacidade de sentir ou


movimentar determinadas partes do corpo está obviamente fora de seu estado normal de
saúde. A capacidade de mover e sentir partes do corpo são um sinal que pode nos dar muitas
informações.
90

Quando há incapacidade de uma pessoa consciente realizar certos movimentos, pode-se


suspeitar de uma paralisia da área que deveria ser movimentada. A incapacidade de mover o
membro superior depois de um acidente pode indicar lesão do nervo do membro. A
incapacidade de movimento nos membros inferiores pode indicar uma lesão da medula
espinhal.

O desvio da comissura labial (canto da boca) pode estar a indicar lesão cerebral ou de nervo
periférico (facial). Pede-se à vítima que sorria. Sua boca sorrirá torta, só de um lado. Pedir à
vítima de acidente traumático que movimente os dedos de cada mão, a mão e os membros
superiores, os dedos de cada pé, o pé e os membros inferiores Quando um acidentado perde o
movimento voluntário de alguma parte do corpo, geralmente ela também perde a sensibilidade
no local.

Muitas vezes, porém, o movimento existe, mas o acidentado reclama de dormência e


formigamento nas extremidades. É muito importante o reconhecimento destas duas situações,
como um indício de que há lesão na medula espinhal. É importante, também, nestes casos tomar
muito cuidado com o manuseio e transporte do acidentado para evitar o agravamento da lesão.
Convém ainda lembrar que o acidentado de histeria, alcoolismo agudo ou intoxicação por
drogas, mesmo que sofra acidente traumático, pode não sentir dor por várias horas.

A verificação rápida e precisa dos sinais vitais e dos sinais de apoio é uma chave importante
para o desempenho de primeiros socorros. O reconhecimento destes sinais dá suporte,
rapidez e agilidade no atendimento e salvamento de vidas.

DICAS IMPORTANTES!!!

Toda vítima de trauma possui lesão cervical até provar o contrário!


O estado de uma vítima é inversamente proporcional ao número de informações obtidas pelo
socorrista.
Não se administra nada via oral para vítimas inconscientes!

Atividade:
1. Uma das ações do socorrista para manter a vítima viva é a estabilização dos seus sinais vitais.
Cite
quais são esses sinais:
_____________________________________________________________________________
__
_____________________________________________________________________________
_

2. Antes de proceder à avaliação secundária, o socorrista deverá realizar:


a) O transporte, não se preocupando com qualquer análise.
b) A avaliação secundária.
c) A pesquisa do ambiente onde ocorreu o acidente, relacionando-o com os problemas da
vítima.
d) A avaliação primária, afastando todos os perigos que ameaçam a vida

3. Dentre os objetivos dos primeiros socorros estão:


a) Preservar a vida.
b) Manter a vítima sofrendo.
c) Prevenir complicações.
d) Proporcionar transporte adequado
91

e) Os itens a, c e d estão corretas.

4. Midríase é o estado em que as pupilas encontram-se:


a) Contraídas.
b) Normais.
c) Dilatadas.
d) Assimétricas.

5. Existem no corpo vários locais onde se podem sentir os pulsos da corrente sanguínea, cite os
dois principais.
1 _____________________________________ 2 ____________________________________

6. Ao observar uma pessoa que acaba de acidentar-se o socorrista percebe que a vítima
encontra-se em apnéia respiratória, isso significa que:
a) A respiração apresenta movimentos regulares, sem dificuldades, na frequência média.
b) Há uma ausência dos movimentos respiratórios.
c) Há uma diminuição na frequência média dos movimentos respiratórios.
d) Há uma dificuldade na execução dos movimentos respiratórios.

MUAYTHAI

INTRODUÇÃO

Muay thai ou boxe tailandês: é uma luta originária da Tailândia,


país do qual é o esporte nacional. Esta arte marcial é conhecida
como “a arte das oito armas ” , pois se caracteriza pelo uso
combinado de punhos, cotovelos, joelhos, canelas e pés, e está
associada a uma boa preparação física que a torna uma luta de
contato total muito eficiente.

O Muay Thai foi desenvolvido há mais de mil anos, e é hoje


considerada uma das mais poderosas lutas de contato do
mundo. Uma luta que além de praticar elaboradas técnicas de
punhos e pernas também é considerada uma das artes marciais de contato mais eficazes do
mundo. O Muay Thai desenvolve um ótimo condicionamento físico, concentração e
autoconfiança ao praticante. A maioria das Associações e Confederações mundiais não aprova
o uso das cotoveladas em lutas oficiais mantendo assim a integridade física dos atletas, sendo
estas técnicas consideradas somente nas regras asiáticas. Embora ultimamente essas regras
estejam cada vez mais em evidência. Hoje em dia o Muay Thai é um símbolo nacional do reino
da Tailândia, sendo o desporto nacional mais praticado no país. As suas raízes encontram-se no
Muay Boran, uma arte ancestral que foi desenvolvida a partir de uma forma de luta designada
de "Chupasart". Esta arte deu origem ao atual Muay Thai e Krabi Krabong.

História

O Muay Thai , o qual também é conhecido como Thai Boxing em alguns países como E.U.A e
Inglaterra, é também frequentemente denominado de Boxe Tailandês . Sendo uma arte marcial
Tailandesa com mais de 2.200 anos de idade, a origem do Muay Thai confunde-se com a origem
do povo Tailandês. Existem várias versões sobre a origem do Muay Thai, contudo a teoria
considerada a mais aceita pela maioria dos mestres de Muay Thai assim com por vários
92

historiadores Tailandeses fundamenta que a origem do seu povo encontra-se na província de


Yunnan, nas margens do Rio Yangtzé na China Central. Há várias gerações atrás, eles migraram
da China para o local onde atualmente é a Tailândia em busca de liberdade e de terras férteis
para agricultura. Do seu local de origem até o seu destino, os Tailandeses foram constantemente
hostilizados e sofreram vários ataques de bandidos, de Senhores Feudais Chineses, de animais,
sendo que também foram cometidos de inúmeras doenças. Para se protegerem os siameses
criaram um método de luta chamado " Chupasart ", apartir da sintetização de várias técnicas
de combate das tribos que comunham o povo tailandês. Este método de luta e auto-defesa fazia
uso de diversas armas como por exemplo: espadas, facas, lanças, bastões, escudos, machados,
arco e flecha, etc. O antigo Muay Thai utilizava-se de golpes com as palmas das mãos, ataques
com as pontas dos dedos, imobilizações e mãos em garras para segurar o oponente. Com o
tempo, foi-se modificando e transformou-se no estilo de luta que é hoje. O Muay Thai era
bastante popular entre os tailandeses, principalmente no período do rei Pra Chao Sua mais
conhecido por " Rei Tigre ". O rei teria sido um dos maiores lutadores de Muay Thai de toda a
história. Durante o seu reinado o Muay Thai fazia parte da preparação militar e era ensinado em
todas as escolas. Outro grande lutador de Muay Thai foi o Nhai Khon Tom . Segundo a lenda ele
foi capturado pelos Birmaneses durante um dos inúmeros conflitos entre os Birmaneses e os
Tailandeses.

As lutas não eram divididas por pesos


assim como também não existiam
intervalos durante as lutas, os
lutadores lutavam até que um fosse
nocauteado, sofresse uma grave lesão
ou até a morte. As velhas regras do
Muay Thai consistiam simplesmente
na proibição de bater na virilha,
arrancar os olhos, bater no oponente
caído e puxar os cabelos. Categorias
por peso não existiam assim como os
ringues como conhecemos hoje. Mais
tarde, foram aplicado rounds nos
combates, que consistiam no uso de
uma metade da casca de um coco,
com um furo..

O Mongkon é uma faixa que é colocada na cabeça dos lutadores para protegê-los antes da
luta sendo retirada posteriormente ao ritual do Wai Kru . A "Praciat" é uma corda trançada
que é colocada num ou nos dois braços do oponente também com o objetivo de protejer e não
como graduação como é frequentemente considerado. As suas cores estão relacionadas com
as preferências do lutador ou do treinador e não com a graduação do atleta. A "Praciat" não é
retirada após o Wai Kru, como o "Mongkon", ela permanece com o lutador durante toda a
luta. Na Tailândia a rotina de treino num campo (=ginásio) é muito diferente da do ocidente.

Quando o lutador vai lutar, geralmente uma vez por mês, ele concorre a um prêmio em
dinheiro. Este prémio é dividido entre o lutador e o seu treinador, pois a maior parte da
quantia vai para o treinador. Em toda a Tailândia existem milhares de campos de treino, cada
campo é dirigido por um treinador principal, que conta com a ajuda dos seus auxiliares e com
o gerenciamento de um promotor, o qual promove os lutadores deste campo. Contudo, são
frequentes os casos em que o treinador é o promotor do próprio ginásio.
93

Técnicas de defesa

A posição básica do Muay Thai é conseguida com o braço e a perna esquerda à frente, para
quem é destro. A técnica de defesa é, portanto, fundamentada nesta posição base para a
proteção dos golpes do adversário. No entanto outros movimentos devem ser utilizados
nomeadamente as esquivas dos respetivos golpes, ou o ato de desviar os golpes da direção
inicialmente intencionada. Quando é desferido um low kick , uma das formas de protejer é
flexionar na articulação do joelho e elevar a perna ao encontro do cotovelo do lado
correspondente. Esta é uma das várias técnicas das quais o Muay Thai encontra a sua
particularidade, embora muitas outras Artes marciais tenham empregue algumas destas como
método de defesa. Algumas denominações de técnicas de defesa como os bloqueios, desvios,
paradas com desvio, deslocações, projeções são regularmente utilizados em treino e combate.

Técnicas de pernas

Uma das principais armas do Muay Thai são os seus poderosos jogos de pernas. Estes golpes são
patenteados de um modo superficialmente diferente das demais artes marciais. Aliás, grande
parte de outras artes marciais atualmente exequíveis basearam-
se em algumas das técnicas do Muay Thai. No Muay Thai existe
vários tipos de golpes de pernas que são utilizados, com são
exemplo os seguintes:

(Pontapé Descendente "Interior" ou "Exterior") (Axe Kick); Como


nos socos, antes da adoção das regras internacionais de boxe no
Muay Thai, existiam outros tipos de chutes no Muay Thai, dos
quais podem ser verificados nas raízes desta Arte marcial, como é
exemplo o Muay Boran. Após a adoção das regras internacionais,
o Muay Thai aprimorou as técnicas e por conseguinte os golpes
de pernas.

O pontapé circular usa um movimento rotatório do corpo inteiro. Os lutadores de Muay Thai
são treinados para bater sempre com a canela. A canela é a parte mais forte da perna do lutador.
O pé contem muitos ossos finos e é muito mais propenso a lesões. Um lutador pode se ferir
quando usa somente o pé como área de impacto. Os lutadores de Muay Thai condicionam
cuidadosamente suas canelas em treinos no saco pesado e em sparring também, para melhor a
resistência e força na hora da luta, os lutadores praticam suas caneladas em superfícies duras.

Técnica de braços

Esse é um dos temas mais polémicos do Muay Thai. Existe pequenos pormenores que ditam
diferenças nos socos do Muay Thai em relação ao Kickboxing. A flexão dos braços emprega a
pronação dos antebraços, ou seja, a rotação medial dos mesmos. Isto vai interferir na forma de
golpear pois no Boxe, assim como no Kickboxing, é feita a supinação do antebraço, seja pois a
rotação lateral deste, a partir da posição pronada, de modo que a palma da mão esteja
voltada anteriormente. O método de treino dos socos e também uma diferença que se vai
pronunciar igualmente no modo de desferi-los e aplicá-los em luta. Para um leigo, parece tudo
igual, mas para quem realmente entende Muay Thai é fácil distinguir a forma como são
desferidos os socos. São pequenos detalhes que na maioria das vezes não são perceptiveis.
Existe várias formas de desferir um soco no Muay Thai:
Uppercut
;
94

; Essa é uma das técnicas mais bonitas do Muay-Thai com o movimento de uma cobra, ao
receber um pontapé alto o lutador desvia-se para trás e volta golpeando o adversário com o
direto.

O clinch

O Clinch ou Plam como se diz na Tailândia é uma forma de livrar-se de uma eventual sequência
de ataques desferidos pelo oponente, imobilizando os braços do mesmo. No Muay Thai é
comum o adversário ser agarrado ou puxado pelo membro superior (cabeça), para que lhe
sejam desferidas joelhadas tanto no toráx quanto na cabeça, assim como cotoveladas. É
normal os lutadores permanecerem um tempo relativamente superior às outras formas de
luta, visto ser considerado também com um ataque ao oponente. O clinch pode durar entre 3
a 10 segundos. Este tempo é apenas considerado se os lutadores estiverem parados sem
desenvolverem a ação pretendida. O Plam pode ser um ponto inicial para a projeção do
adversário ao chão. Esta forma de ataque é frequentemente utilizada num combate de Muay
Thai.

Nocaute

O Nocaute, ou knockout (KO) na língua inglesa, ocorre quando um dos lutadores aplica um
golpe que derruba o seu adversário no chão, incapacitando-o de terminar o combate. Caso o
lutador esteja visivelmente atordoado pelos golpes do adversário, mas ainda permaneça de
pé, o arbitro pode interromper a luta, o que configura um nocaute técnico , onde a vítima é
eliminada. Num combate com a ocorrência de 3 Knock Downs de um atleta, o arbitro encerra-
o seguidamente.

Duração do combate

No Muay Thai, cada combate tem a duração de 5 rounds e cada round dura três minutos.
Qualquer período de paragem não é contabilizado como tempo de combate e no final de cada
round, existe um período de descanso de dois minutos que serve para os lutadores limparem as
suas feridas e recuperarem as suas forças.

TRADIÇÕES DO MUAY THAI YOK KRU

- Ritual de aceitação de um novo aluno pelo professor Na Tailândia de hoje, muitos


acampamentos profissionais já não aderem a esta tradição, mas em escolas das provinciais ele
ainda é uma parte essencial e usada até hoje. A cerimônia envolve o aluno que pretende entrar
na escola de Muay Thai, primeiro ele aprende um Wai Kru especial e deve executar para o
professor. Desta maneira mostra sua dedicação ao acampamento e seu respeito. Ele vai
aprender o Wai Kru, passando o tempo que estuda para aperfeiçoar a dança (Wai Kru), e
garantindo que fará um grande oferecimento ao professor. Este oferecimento acontece em três
momentos, chamado de JOSS, na primeira parte com um pequeno pano branco, na segunda
com uma flor branca, e na terceira com uma vela e seis ou nove moedas. E com estes objetos
ele realiza o Joss oferecendo a seu professor e a escola. Após ter feito o oferecimento o
estudante fará uma garantia ao professor, que nunca vai pensar ou falar mal sobre o professor
ou a escola, ou fazer alguma observação que poderá danificar a reputação dos estudantes, do
professor ou da escola.
95

O professor aceitará então o estudante como parte da família da


escola, depois colocará um Mongkon na cabeça do aluno, um
amuleto sagrado e amarrará o Pra Jer (Prajied), um outro amuleto
sagrado, em torno de seu bíceps esquerdo. O professor
conferenciará então uma bênção ao atleta, dizendo que nenhum
dano lhe será causado, que nunca ficará com fome ou sedento de
ensinamentos. O Mongkon permanece com o professor, quanto o
Pra Jer será dado ao atleta. A próxima vez que o estudante usará o
Mongkon será em sua primeira luta. Uma tradição ainda mantida é
o uso do Wai Kru. O qual é uma dança ritual que serve para
homenagear o treinador, seus pais, sua escola de MuayThai, os
antigos lutadores de seu ginásio, seus professores na escola, etc. O
"Mongkon" é uma faixa a qual é colocada na cabeça dos lutadores para protegê-los antes da
luta e que é retirada após o Rammuay. A "Kruang" é uma corda trançada que é colocada em
um ou nos dois braços do oponente também com o objetivo de proteção, suas cores estão
relacionadas com as preferências de cores do lutador, no Brasil é usado como graduação. A
"Kruang" não é retirada após o Rammuay, como o "Mongkon", ela permanece com o lutador
por toda a luta.

ALGUMAS TRADIÇÕES E SIGNIFICADOS

MONGKON”: É uma corda trançada em forma de coroa com uma ponta que é usada e
colocada na cabeça dos lutadores, na qual pertence ao seu treinador. É retirado pelo
treinador antes de se iniciar o combate e simboliza toda a energia, gratidão e dedicação
daquela escola com o passar dos anos, ou seja, o Mongkon é o símbolo material da
perseverança e honra de seus ancestrais.

RAM MUAY: É uma dança e o ritmo musical tocado,


um ritual que antecede um combate.

O MuayThai tradicional segue uma doutrina budista


em suas saudações e costumes. Seu ritmo lento cujos
movimentos servem de concentração para ambos os
lutadores, sendo acompanhado por uma musica típica
tailandesa após o WAI KRU, o boxeador ajoelha-se
com a face voltada em direção à sua escola, cobre os
olhos com as luvas e recita curtas orações (cada escola
tem sua forma de apresentação, executando movimentos diferentes).

WAI KRU é uma demonstração de respeito e de gratidão dos seguidores ao seu professor
(WAI Significa respeito e KRU Significa Professor) na submissão ao treinamento ensinado,
é um ritual característico do MuayThai, que resume
claramente a essência espiritual e cultural dos ancestrais
guerreiros tailandeses. O Wai Kru é realizado sempre
antes do inicio das lutas e é acompanhado pela musica
tradicional tailandesa que possui um ritmo lento e
marcado, é uma forma de homenagear o Mestre. "Wai"
significa prestar respeito, homenagear, unindo ambas as
mãos na frente do tórax, o Wai Kru implica não somente
96

demonstrar respeito, homenagear, o professor atual, mas inclui também o respeito a todos
os professores/mestres da disciplina.

O Wai Kru e o Ram Muay são importantes, o lutador é incentivado a homenagear seu
professor e o sente que não está sozinho: tem seu professor e os outros professores com ele.
O processo de Wai Kru dar-lhe-á também um momento de
concentrar e revisar o que aprendeu de bom, mostra a
natureza de sua armas e o grau elevado de sua habilidade. As
etapas, o movimento e o uso de suas armas são projetados
para aquecer os músculos do corpo, examinar o campo do
jogo (ring) sem mostrar propriamente seus golpes e técnicas
de luta.
KRUANG ou PRAJIED: É uma corda trançada que é usada
em 01 (normalmente no braço esquerdo), ou nos 02 braços (bíceps) do atleta. Na qual, aqui
no acidente, tem a finalidade de mostrar o nível de graduação do atleta. Na Tailândia, tem
uma proposta diferente, após benzê-lo e fazer alguns banhos com ervas sagradas, tem a
finalidade de proteger o lutador. Na Tailândia o Prajied é usado como proteção. Aqui no
Brasil, a finalidade principal é demonstrar a graduação do atleta.

SISTEMA DE GRADUAÇÃO

Esta graduação é padronizada internacionalmente pela IFMA, WMC, que são as entidades
máximas do MuayThai em todo mundo, reconhecidas pelo
governo Tailandês.
A BLACKBELT TEAM segue fielmente este quadro de
graduações, em respeito à prática com o MuayThai da forma
como ele é praticado na Tailândia. Infelizmente no Brasil até
pouco tempo usava-se a palavra KRUANG para definir o
nome da corda que simbolizava as graduações.
Na realidade o nome correto é PRAJIED, pois este é termo
utilizado na Tailândia.
No MuayThai, o exame segue um padrão de avaliação
técnica e física, podendo o atleta ser questionado sobre a
parte teórica constante neste material, a qualquer
momento. Dependendo do nível de graduação, o avaliado
também será submetido a uma avaliação teórica acerca da Arte Marcial praticada.
Consideramos uma FALTA DE RESPEITO o atleta que não se interessa em conhecer a história
e requisitos básicos da arte marcial que pratica.
97

A SAUDAÇÃO DO MUAYTHAI

A verdadeira saudação tailandesa é SAWADEE. SAWADEE KRAP (para os homens) -


SAWADEE KHA (para as mulheres). Todos os praticantes da BLACKBELT TEAM no
Brasil devem utilizar o sistema tailandês de saudação, ao entrar e sair do local sagrado de
treino, assim como, ao ver o treinador e colegas de treino, o aluno saúda a todos com a
expressão SAWADEE.
O atleta deve saudar todos os demais atletas ao chegar em seu local de treino, começando
pelo seu instrutor, professor ou Mestre e
seguindo para os demais presentes.
PRINCIPAIS GOLPES DO MUAYTHAI
A guarda do MuayThai é considerada uma
das melhores entre todas as artes marciais de
luta em pé. As mãos do lutador ficam
fechadas ou semi-abertas. Os cotovelos
também são usados na guarda, mas ao mesmo
tempo em que defendem, podem atacar o
98

adversário. Durante a guarda, as pernas devem ficar flexionadas e os pés não devem, em
hipótese alguma, estar em linha reta. A abertura entre os pés deve ser a mesma da largura
dos ombros. O lutador deve ainda proteger o seu queixo, mantendo-o o mais próximo
possível do peito.

COTOVELADAS

SOCOS
Os socos do Muay Thai são semelhantes com os socos do boxe. Os mais comuns são:
-se com a mão que está mais à frente, buscando o queixo do
adversário;
-se com a mão de trás, também buscando o queixo do
adversário;
arda do
adversário;

queixo do adversário.

JOELHADAS
O Muay Thai é a arte marcial que melhor aplica a joelhada. Veja as mais usadas:
99

CHUTES

CHUTE CIRCULAR É uma técnica em que o chute vem de forma


circular usando a canela para atingir o alvo. A perna sai de forma
curvada em direção ao oponente e é desdobrada usando todo o
seu impacto ao atingir o alvo.
LOW KICK (Tei Tat) É considerado um dos chutes mais potentes
em todas as artes marciais. É a mesma técnica utilizada para o
chute circular, entretanto, o golpe vem de forma mais rápida,
usando a canela para atingir as pernas do adversário. A perna sai de forma curvada, em
grande velocidade, em direção ao oponente e é desdobrada usando todo o seu impacto ao
atingir as pernas do adversário.

CHUTE FRONTAL (Tei-trong) É um chute que visa manter a


distância do oponente ou ainda acertar o seu queixo. Se for
realizado de forma rápida e com a força necessária pode levar
o oponente a nocaute. Pode ser usado quando se quer
distanciar do oponente, quando este vem para cima.
GRADUAÇÃO NO BRASIL:

Você também pode gostar