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2022

AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
DICAS DO PORTAL

Seguem algumas dicas importantes antes de ler o


conteúdo da apostila:
• Nessa apostila apresentamos as questões comentadas dos últimos anos das
provas do TEA e TSA.

• Importante que todos os testes de múltipla escolha sejam respondidos e que


através essa prática você melhore sua capacidade de compreensão e de resposta.

• Indicamos que sempre que você olhe o gabarito para saber se teve êxito, que
você leia o comentário referente a questão. Muitas vezes é através dessa
ferramenta que conseguimos fixar alguns conceitos fundamentais.

• Por último, lembre-se que sempre é póssível que algumas questões caiam
novamente nas provas.

• Bons estudos e conte com a equipe para o que precisar.

Aproveite e boa prática


AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA

PRÉ-OPERATÓRIA
PERGUNTAS
1. Um homem de 42 anos está agendado para uma apendicectomia para apendicite agu-
da. Quatro anos antes, ele teve um infarto do miocárdio e foi tratado com a inserção de
stents intracoronários. Ele passou por uma reabilitação cardíaca bem-sucedida e, atual-
mente, joga tênis regularmente sem angina ou falta de ar. Ele seria classificado com Esta-
do Físico ASA:
A) I
B) II
C) III
D) IIIE
E) IV

2. Uma criança de 5 anos se apresenta para anestesia geral para fechamento de uma lace-
ração importante no couro cabeludo. Ela comeu um sanduíche 2 horas antes do acidente.
Ela deve:
A) Ser submetida a uma indução com sequência rápida com propofol e succinilcolina
B) Ter passada uma sonda nasogástrica para remover os conteúdos gástricos antes da in-
dução
C) Não ser operada por 6 horas
D) Ter o vômito induzido
E) Ser acordada com a sonda endotaqueal colocada ao final do procedimento

3. Fator que mais indica a necessidade de testes adicionais na avaliação cardíaca pré-
-operatória de paciente coronariopata a ser submetido à cirurgia não-cardíaca:
A) História clínica estável
B) Diabetes mellitus associado
C) Procedimento cirúrgico de baixo risco
D) Revascularização do miocárdio há 2 anos
E) Boa capacidade funcional (acima de 7 METs)

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4. Paciente do sexo masculino, 39 anos, com hernia inguinal, estrangulada, hipertenso
em uso de atenolol. Cirurgia de revascularização miocárdica há 4 anos. Assintomático do
ponto de vista cardiovascular, realizando inclusive exercícios físicos (caminhadas diárias,
com duração de 1 hora). Exame físico sem alterações (RCR 2T, frequência cardíaca: 60
bpm, pressão arterial 130 X 80 mmHg). No preparo pré-anestésico deste paciente, é cor-
reto afirmar que:
A) Nenhuma avaliação cardiológica complementar é necessária
B) ECG de repouso e teste ergométrico
C) ECG de repouso normal já seria suficiente
D) Avaliação cardiológica incluindo estudos invasivos como a cineangiocoronariografia
E) Avaliação cardiológica, incluindo ECG de repouso, teste ergométrico e ecocardiograma
para análise da função ventricular

5. Na avaliação pré-operatória do cardiopata, as variáveis com maior pontuação, segun-


do classificação de Goldman, são:
A) Infarto do miocárdio há menos de 6 meses e ritmo de galope
B) Baixa capacidade funcional e cirurgia intratorácica
C) Distensão venosa jugular e ritmo não sinusal
D) Idade > 70 anos e cirurgia de emergência
E) Cirurgia aórtica e mal estado geral

6. Período pré-operatório em que o parar de fumar está associado a maior incidência de


morbidade
A) Durante 24 h
B) Entre 6 e 8 semanas
C) Entre 24 h e 6 semanas
D) Entre 8 e 10 semanas
E) Maior que 20 semanas

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7. Paciente masculino, 49 anos, índice de massa corporal (IMC) 46, deverá submeter-se
à cirurgia bariátrica via laparoscópica. Durante a visita pré-anestésica, encontra-se muito
ansioso. Na entrevista, relata apnéia obstrutiva do sono, tratada com CPAP nasal. Refere
ainda hipertensão arterial sistêmica controlada com beta bloqueador e diurético. Dentre
as opções abaixo, assinale a correta:
A) Pode-se prescrever medicação pré-anestésica, desde que o CPAP nasal tenha sido insta-
lado
B) A medicação anti-hipertensiva deve ser trocada para inibidores de enzima conversora
C) Está contraindicada a prescrição de medicação sedativa pré-anestésica
D) O paciente deve apresentar baixo hematócrito e hemoglobina
E) Deve-se apenas suspender o beta-bloqueador

8. Paciente de 44 anos, feminina, portadora de lúpus eritematoso sistêmico, diabetes


melito, hipertensão arterial e insuficiência renal crônica. Peso = 70 kg e altura = 1,50 m.
Em uso de corticosteróide há 10 anos, metformina e clonidina. Infarto agudo do miocár-
dio aos 39 anos. Pressão arterial 152 x 97 mmHg, frequência cardíaca = 88 batimentos
por minuto. Eletrocardiograma mostrou 6 extrassístoles ventriculares por minuto. Uréia
= 76,0 mg.dL-1, creatinina = 3,5 mg.dL-1 ,potássio = 4,1 mEq.L-1, hematócrito = 29,4% e
hemoglobina = 8,7 g.dL-1. Realiza tarefas domésticas leves (lavar pratos), sem se cansar.
Será submetida a angioplastia de artéria renal esquerda. Sua única diversão é jogar cartas
com amigas todas às tardes, durante duas horas. Classifique-a, quanto ao estado físico -
ASA (P), número de MET (Equivalente Metabólico) e índice de massa corporal (IMC):

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9. De acordo com as orientações da American Society of Anesthesiologists (ASA), 1999,
para reduzir o risco de aspiração pulmonar, em adulto sadio a ser submetido à anestesia
geral para cirurgia eletiva, após refeição de uma torrada e um copo pequeno de suco de
laranja sem polpa, o jejum, em horas, deverá ser de:
A) 2
B) 4
C) 6
D) 8
E) 10

10. Analisando-se apenas o estado físico, paciente classificado como ASA IV correspon-
de a uma incidência de mortalidade (%) em torno de:
A) 10
B) 20
C) 30
D) 40
E) 50

11. Quanto à avaliação e medicação pré-anestésicas, é correto afirmar que:


A) A medicação pré-anestésica, no paciente ansioso, está sempre indicada
B) A amnésia é mais frequente após o uso de diazepam, comparado ao midazolam
C) A incidência de dor pós-operatória independe da ansiedade pré-operatória
D) O midazolam, na dose de 3 mg.kg-1 por via oral, tem sido utilizado com sucesso no
pré-operatório de pacientes pediátricos
E) O midazolam apresenta ação hipnótica mais acentuada que a do diazepam em doses
equipotentes

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12. Nos cuidados pré-operatórios com o paciente em uso de amtriptilina, é correto afir-
mar que:
A) A resposta pressórica aos vasopressores de ação indireta, como a efedrina, será menor
B) A suspensão prévia é necessária por período mínimo de 4 semanas
C) A utilização de anticolinérgicos é segura
D) O uso da cetamina é recomendada
E) o pancurônio deve ser evitado

13. Tempo de jejum recomendado para lactentes a serem operados, em regime ambula-
torial:
A) Não há restrições quanto a líquidos sem resíduos
B) É de 2 horas após ingestão de leite materno
C) É de 5 horas após de ingestão de fórmulas alimentares infantis
D) É 6 horas após ingestão de leite não humano
E) É de 6 horas após ingestão de chá com torradas

14. Homem, 45 anos, com diagnóstico de espondilite anquilosante, será submetido a


colecistectomia videolaparoscópica eletiva. Relata histórico de hipertensão arterial, disli-
pidemia e infarto agudo do miocárdio há 9 meses, quando foi implantado stent farmaco-
lógico na artéria coronária descendente anterior. Faz uso regular de aspirina, clopidogrel,
atorvastatina, atenolol e infliximab (anti-TNFalfa). É correto afirmar que:
A) A aspirina e o clopidogrel devem ser suspensos 7 a 10 dias antes da cirurgia.
B) A atorvastatina e o infliximab devem ser suspensos no período perioperatório.
C) A cirurgia deve ser adiada até que se complete um ano de terapia antiplaquetária com-
binada.
D) O atenolol deve ser interrompido no período perioperatório, por aumentar o risco de
bradicardia e hipotensão.
E) Complicações cardiovasculares isquêmicas são manifestações extra-articulares frequen-
tes da espondilite anquilosante.

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15. O midazolam pode ser utilizado como medicação pré-anestésica em crianças, por
via nasal, na dose de:
A) 0,01 a 0,015 mg.kg-1.
B) 0,02 a 0,05 mg.kg-1.
C) 0,20 a 0,30 mg.kg-1.
D) 0,60 a 0,75 mg.kg-1.
E) 0,75 a 1,00 mg.kg-1.

16. Ao ser chamado para anestesiar paciente de 42 anos, em jejum há 12 horas, com
fibrilação atrial crônica que será submetido à cardioversão, o anestesiologista solicita o
resultado de um exame antes de anestesiar o paciente. Assinale o exame necessário, den-
tre as opções a seguir:
A) Gasometria arterial;
B) Eletrocardiograma;
C) Ecocardiograma;
D) Glicemia
E) NDA.

17. De acordo com os preditores de dificuldade de ventilação sob máscara, listados a


seguir, assinale a alternativa que representa a sequência crescente de dificuldade:
A - Falta de dentes;
B - IMC > 26 kg.m-2;
C – Presença de barba;
D - Idade > 55 anos;
E - História de ronco.

A) D-E-B-A-C;
B) E-D-C-B-A;
C) E-D-A-B-C;
D) D-B-E-A-C.
E) NDA

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18. Paciente de 74 anos, obeso, tabagista, hipertenso, diabético, dislipidêmico e com
angina estável, será submetido à endarterectomia de carótida. Já foi submetido à angio-
plastia coronária, há 4 anos, devido a infarto agudo do miocárdio em parede inferior. Faz
uso de enalapril, hidroclorotiazida, sinvastatina e insulina NPH. Ao exame físico, apre-
senta varizes em membros inferiores e auscultas cardíaca e pulmonar normais. PA 170 x
100 mmHg e FC 87 bpm. Dosagem de creatinina 1,8 mg.dL-1. Teste cardíaco de estresse
positivo para isquemia. Com relação à avaliação do risco peroperatório, é verdadeiro
afirmar que:
A) Os níveis pressóricos indicam o adiamento da cirurgia;
B) A terapia betabloqueadora perioperatória reduz o risco cardíaco;
C) A ocorrência de evento cardíaco adverso grave é estimada em 5%;
D) O paciente se beneficiará de nova angioplastia coronariana antes da cirurgia.
E) NDA

19. Paciente de 69 anos, saudável e sem história médica pregressa significativa, está
agendado para herniorrafia inguinal. Refere boa tolerância ao exercício, mas o eletrocar-
diograma pré-operatório mostrou bloqueio divisional de ramo direito. A avaliação cardí-
aca adicional indicada é:
A) Nenhuma
B) Teste ergométrico
C) Cateterismo cardíaco
D) Ecocardiografia transtorácica
E) NDA

20. De acordo com as diretrizes da American Heart Association e do American Colle-


ge of Cardiology para avaliação cardiovascular perioperatória do paciente submetido a
cirurgias não cardíacas, é considerada cirurgia de risco cardíaco elevado:
A) Duodenopancreatectomia
B) Enxerto ilíaco-femoral esquerdo
C) Lobectomia pulmonar superior direita
D) Artroplastia total do quadril esquerdo
E) NDA

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21. Mulher de 72 anos faz uso de aspirina e clopidogrel devido a inserção recente de
stent coronário farmacológico. Será submetida a correção cirúrgica de hérnia ventral
redutível. O cirurgião quer que o clopidogrel seja interrompido uma semana antes da
cirurgia. Por quanto tempo deve ser adiado o reparo eletivo da hérnia após a colocação
do stent?
A) 1 semana
B) 4 semanas
C) 6 meses
D) 12 meses
E) NDA

22. Homem de 63 anos será submetido a prostatectomia radical transvesical sob aneste-
sia geral. É hipertenso, diabético e apresentou infarto do miocárdio há 4 semanas quando
colocou 3 stents farmacológicos. Está em uso de valsartana, glibenclamida, metformina,
atorvastatina, AAS e clopidogrel. Como deverá ser o manejo das medicações antiplaque-
tárias antes da cirurgia?
A) Mantém AAS e clopidogrel até a cirurgia
B) Suspende AAS e clopidogrel 7 dias antes da cirurgia
C) Mantém AAS e suspende clopidogrel 7 dias antes da cirurgia
D) Mantém AAS e substitui clopidogrel por eptifibatide 7 dias antes da cirurgia
E) NDA

23. É fator de risco para complicações respiratórias no pós-operatório:


A) PaO2 < 70 mmHg
B) PaCO2 > 50 mmHg
C) VEF1 < 50% do previsto
D) Albumina sérica < 3,5 g.dL-1
E) NDA

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24. Paciente de 68 anos, hipertensa, IMC > 30kg/m2, sedentária, com história de insu-
ficiência cardíaca crônica é candidata à cirurgia para correção de fratura da cabeça do
fêmur. Fazia uso de betabloqueador, verapamil e inibidor da ECA. O estudo ecocardio-
gráfico prévio mostrou fração de ejeção > 50%. Sem alterações pulmonares. No planeja-
mento da técnica anestésica, o anestesiologista deve:
A) Programar reposição volêmica abundante
B) Contra-indicar bloqueios espinhais, pelo risco de hipotensão arterial
C) Suspender o betabloqueador na véspera da cirurgia, para evitar hipotensão
D) Substituir o verapamil por antagonista de cálcio do tipo dihidroperidínico
E) Manter o tratamento com o inibidor da ECA

25. Paciente com doença de Parkinson vai ser submetido à colecistectomia laparoscópi-
ca eletiva. Faz uso regular de anticolinérgico L-dopa (levodopa) e inibidor da monoami-
nooxidase (IMAO). A conduta pré-operatória mais adequada é manter:
A) As medicações até a véspera da cirurgia
B) As medicações até o dia da cirurgia
C) Apenas a levodopa até o dia da cirurgia
D) A levodopa até 24 h antes da cirurgia
E) As medicações até 48 h antes da cirurgia

26. Paciente de 59 anos, com histórico de infarto agudo do miocárdio, será submetido
à colecistectomia videolaparoscópica. Relata duas síncopes nos últimos 4 meses. Eletro-
cardiograma (ECG) realizado há um ano mostra zona inativa em parede inferior. Novo
ECG é solicitado e demonstra bloqueio atrioventricular (BAV) de 2º grau tipo Mobitz II.
Identifique a opção que aponta o local do defeito de condução; a complicação potencial
associada e o cuidado pré-operatório essencial que deve ser tomado:

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27. O teste de função pulmonar que indica risco aumentado de insuficiência respirató-
ria no período pós-operatório é:
A) Ventilação voluntária máxima igual a 60 L.min-1
B) Capacidade vital forçada igual a 60% do previsto
C) Volume residual / capacidade pulmonar total igual a 40%
D) Capacidade de difusão de monóxido de carbono igual a 40% do previsto

28. Mulher de 83 anos, 80 kg e 1,53 m é admitida no hospital por fratura transtrocan-


térica de fêmur. Apresenta hipertensão, diabetes mellitus tipo 2 e fibrilação atrial e faz
uso regular de losartana, furosemida, metformina, vildagliptina, AAS e dabigatrana. Por
conta do anticoagulante, a cirurgia foi adiada por 2 dias. Dentre os exames pré-operató-
rios realizados na admissão, qual poderá postergar ainda mais a realização da cirurgia
caso esteja alterado?
A) Albumina plasmática
B) Tempo de protrombina
C) Clearance de creatinina
D) Tempo de tromboplastina parcial ativada
E) NDA

29. Mulher de 56 anos, 70 kg e 1,73 m, está no ambulatório de anestesia e será submeti-


da a ritidoplastia. Fez uso de terapia de reposição hormonal pós-menopausa até 30 dias
atrás. O exame físico encontra-se normal, embora a paciente relate sentir-se mais cansa-
da do que o habitual durante caminhadas nos últimos 15 dias. A opção que melhor justi-
fica esta queixa é:
A) Diminuição do inotropismo
B) hiperreatividade brônquica
C) Comprometimento da função diastólica
D) Aumento da resistência vascular pulmonar
E) NDA

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30. Homem de 70 anos, 1,68 m e 70 Kg será submetido à prostatectomia radical. Apre-
senta depressão, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo 1 e miocardiopatia
isquêmica com implante de stent farmacológico há 2 anos. Em uso de atenolol, atorvas-
tatina, ácido acetilsalicílico, selegilina e insulina NPH. Qual orientação você daria para
este paciente quanto ao uso das medicações habituais antes do procedimento proposto?
A) Suspender o AAS 7 dias antes
B) Suspender o atenolol no dia anterior
C) Suspender a selegilina no dia anterior
D) Reduzir a insulina NPH a 1/3 da dose no dia da cirurgia
E) NDA

31. Mulher de 52 anos, 147 Kg e 1,62 m será submetida a cardioplastia videolaparos-


cópica. Refere HAS, DM tipo 2 e dislipidemia controladas com medicações específicas.
Com base no quadro clínico e evidências de literatura, qual é a melhor orientação quanto
ao jejum e preparo pré-operatório?
A) Uso de pró-cinéticos por conta do refluxo.
B) Jejum de sólidos e líquidos de 8 horas por conta da obesidade.
C) Uso de goma de mascar para acelerar o esvaziamento gástrico.
D) Ingesta de 200 mL de maltodextrina até 2 horas antes da cirurgia.
E) NDA

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AVALIAÇÃO
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RESPOSTAS
Questão 1:
Resposta D
A maioria dos clínicos classificaria um paciente com um histórico de infarto do miocárdio
como, no mínimo, estado físico ASA III, independente do grau de recuperação do IAM.
Nesse caso, “E” é adicionado ao estado físico por ser um procedimento de urgência e não
agendado.
Referência:
Longnecker DE, et al., eds. Anesthesiology, 2nd ed. New York: McGraw-Hill, 2012. 54.

Questão 2:
Resposta E
A criança deve ter uma indução que seja mais apropriada para a sua condição clínica. Se
houve uma grande quantidade de perda de sangue, uma indução em sequência rápida com
propofol e succinilcolina pode não ser apropriada. A passagem de um tubo nasogástrico
pode não remover todos os conteúdos estomacais. O procedimento não deve ser adiado
para permitir que o estômago esvazie. Depois que a lesão ocorreu, o esvaziamento do es-
tômago provavelmente se interrompe, e os conteúdos ainda estarão lá 6 horas depois. A
acriança deve ser acordada com tubo endotraqueal posicionado e ser extubada depois que
os reflexos protetores estiverem intactos.
Referência:
Coté CJ, Lerman J, Todres ID, eds. A Practice of Anesthesia for Infants and Children, 4th
ed. Philadelphia: W.B. Saunder Co, 2008. 768-9.

Questão 3:
Resposta B
A avaliação pré-operatória de um paciente com doença cardiovascular a ser submetido à
cirurgia não-cardíaca pode influenciar a morbidade pós-operatória. Cuidados história clí-
nica e exame físico, procurando avaliar a capacidade funcional destes pacientes, devem ser
o ponto de partida. Pacientes com sintomas estáveis, bem como com tratamentos adequa-
dos, não necessitam de testes adicionais, especialmente se esta avaliação ocorreu há menos
de dois anos. Procedimentos cirúrgicos que produzem maior estresse fisiológico, em razão
do aumento das catecolaminas circulantes, incorrem em maior risco de complicações car-

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díacas perioperatórias. Estes pacientes serão submetidos a testes mais invasivos. A revascu-
larização do miocárdio prévia, na ausência de novos sinais, pode ser considerada adequada
para procedimento de baixo risco. Qualquer doença coexistente que influencie na confiabi-
lidade dos sintomas ou na capacidade funcional sugere necessidade de melhor investigação.
Referências
Fleisher L - Preoperative Evaluation, em: Barash PG, Cullen BF,
Fleisher L - Risk of Anesthesia, em: Miller RD, Cucchiara RF, Miller ED

Questão 4:
Resposta A
Segundo o algorítimo proposto pela força-tarefa da American Heart Association e Ame-
rican College of Cardiology, em 1996, atualizado em 2001, o paciente que já sofreu uma
revascularização miocárdica há menos de 5 anos e se encontra assintomático, pode ser
encaminhado à cirurgia sem necessidade de testes suplementares.
Referências:
Fleisher LA. Preoperative Evaluation. em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK Clinical
Anesthesia, 4th edition, 2001. Philadephia, Lippincott.Moraes JMS, Monteiro GA - Anes-
tesia no Cardiopata em: Manica J e colaboradores - Anestesiologia Princípios e Técnicas,
Porto Alegre, 3a. Ed. Artmed 2004; 1044 1045.

Questão 5:
Resposta A
Na classificação de Goldman, o infarto do miocárdio, há menos de 6 meses, tem uma pon-
tuação igual a 10, e o ritmo de galope ou distensão venosa jugular é igual a 11. Ritmo não
sinusal, idade maior que 70 anos, cirurgia de emergência, cirurgia aórtica ou intratorácica e
mal estado geral recebem 7, 5, 4, 3 e 3 pontos, respectivamente.
Referências:
Moraes JMS, Monteiro GA - Anestesia no Cardiopata, em:Manica J - Anestesiologia: Prin-
cípios e Técnicas, 3a Ed, Porto Alegre, Artmed,2004;1041-1042
Roizen MF, Fleisher LA Anesthetic Implications of Concurrent Diseases, em: Miller RD -
Miller s Anesthesia, 6th Ed, Philadelphia, Elsevier Churchill Livingstone, 2005;1068

Questão 6:
Resposta C
A parada aguda do fumo durante 24 h reduz a quantidade de metemoglobina e pode me-

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lhorar a oxigenação. Entretanto, a parada entre 24 horas e 6 semanas associa-se a maior in-
cidência de morbidade, presumivelmente secundária à menor remoção mucociliar. Parada
maior que 6 semanas retorna a oxigenação e a remoção mucociliar a níveis basais.
Referências:
Fleisher LA - Avaliação pré-operatória, em:Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK Clinical
Anesthesia. 4th Ed, Philadelphia, Lippincott Willians & Wilkins, 2001; 479
Penna AMB Avaliação pré-anestésica, em:Manica J - Anestesiologia: Princípios e Técnicas,
3a Ed Porto Alegre, Artmed, 2004; 324

Questão 7:
Resposta A
A síndrome de apneia obstrutiva do sono, em seus casos mais graves, pode vir a ser con-
trolada com a utilização cotidiana de CPAP, sob máscara nasal. Os parâmetros do CPAP
devem ser determinados após a realização de polissonografia. Pacientes acometidos da
síndrome devem manter o uso do CPAP durante a internação, permitindo, desse modo,
a administração segura da medicação pré-anestésica. A utilização de beta bloqueadores é
rotineira, no controle da hipertensão arterial sistêmica, e deve ser mantida até o momento
cirúrgico.
Referências:
Stanicia S Anestesia no Obeso, em: Manica J - Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3a Ed,
Porto Alegre, Artmed, 2004;1088-1089
Romanek RM, Lopes Jr C, Miranda MM - Anestesia e Analgesia Pós-operatória para Cirur-
gia Bariátrica, em:Atual Anestesiol, 2004;12:1405

Questão 8:
Resposta B
Segundo a ASA, atualmente o estado físico (P) é classificado em seis categorias, com acrés-
cimo ou não da referência E (cirurgia de emergência): P1 - paciente saudável. Não apre-
senta distúrbio orgânico, psicológico, bioquímico ou psiquiátrico. O problema cirúrgico é
localizado e não origina distúrbio sistêmico; P2 - portador de doença sistêmica leve e con-
trolada. Aqui se incluem pacientes com extremos de idade, mesmo sem doença detectável,
e pacientes com obesidade mórbida; P3 - Paciente com doença sistêmica grave ou doença
de qualquer etiologia que limita sua capacidade, mas não o incapacita; P4 - paciente com
doença sistêmica grave incapacitante e que apresenta risco de morte, nem sempre corrigível
pela cirurgia; P5 - paciente moribundo, com pouca ou nenhuma chance de sobreviver; será
submetido à cirurgia como último recurso; e P6 - paciente com morte cerebral e doador de
órgãos. A capacidade funcional ou estado funcional de um paciente pode ser medida em

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equivalentes metabólicos. 1 MET corresponde a 3,5 ml.kg-1.min-1 que é o consumo de oxi-
gênio de um homem de 70 kg, com 40 anos, em repouso. Múltiplos e submúltiplos de MET
podem ser usados para definir demandas aeróbicas. A energia estimada para a realização de
várias atividades do dia-a-dia e o consumo medido em MET. Pontuação - 1-3 MET - usar
banheiro, caminhar dentro de casa, atividades como jogar cartas, exercer atividades como
garçonete, motorista ou porteiro; 4-7 MET - caminhar com velocidade de 6,4 - 8 km.h-1,
correr pequenas distâncias, subir escadas devagar. Exercer atividades como a dança e tênis
em dupla e profissões como lixeiro e carpinteiro; > 7 MET - subir escada rápido, jogar fute-
bol, pedalar 19 km.h-1;. > 10 MET’s -natação, tênis individual e basquete. O índice de massa
corporal é obtido a partir da relação do peso em quilogramas divididos pelo quadrado da
altura em centímetros.
Referências:
Lorenzini C - O Risco e o Prognóstico em Anestesiologia, em: Manica J - Anestesiologia:
Princípios e Técnicas. 3a Ed, Porto Alegre, Artmed, 2004;351-353.
Hata TM, Moyers JR - Preoperative Evaluation and Management, em: Barash PG, Cullen
BF, Stöelting RK Clinical Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins,
2006;481.

Questões 9:
Resposta C
De acordo com as orientações sobre jejum, para reduzir o risco de aspiração pulmonar
(ASA- 1999), o tempo de jejum para líquidos sem resíduos (água, suco de frutas sem polpa,
refrigerantes carbonatados, chá claro e café preto, excluindo álcool) é de duas horas; para
leite materno, é de quatro horas; leite não humano e sólidos, é de seis horas, assim como,
para refeições leves (torrada e líquidos transparentes). Essas orientações são para pacientes
sadios que se submeterão a procedimentos eletivos sob anestesia geral, regional ou sedação.
Refeição incluindo alimentos fritos, gordurosos ou carne pode prolongar o tempo de esva-
ziamento gástrico.
Referências:
Ortenzi AV Avaliação e Medicação Pré-Anestésicas, em: Yamashita AM, Takaoka F, Auler
Jr JOC et al -Anestesiologia SAESP, 5a Ed, São Paulo, Atheneu, 2001;489.
Warner MA, Caplan RA, Epstein BS et al - Practice guidelines for preoperative fasting and
the use of pharmacologic agents to reduce the risk of pulmonary aspiration: application to
healthy patients undergoing elective procedures: a report by the American Society of Anes-
thesiologists Task Force on Preoperative Fasting. Anesthesiology, 1999;90:899.

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Questão 10:
Resposta A
Pacientes ASA I e II apresentam taxas de mortalidade que variam entre 0,08 e 0,27%. Pa-
cientes ASA III têm taxas de 1,8% e o paciente ASA IV, em torno de 10%.
Referências:
Lorenzini Ca – O Risco e o Prognóstico em Anestesiologia, em: Manica J - Anestesiologia:
Princípios e Técnicas, 3 Ed, Porto Alegre, Art Med, 2004;346-357.
Vacanti CJ, VanHouten RJ, Hill RC - A statistical analisys of the relationship of physical
status to postoperative mortality in 68,388 cases. Anesth Analg, 1970;49: 564-566.

Questão 11:
Resposta E
A medicação pré-anestésica não tem sido considerada como primeira opção e nem mesmo
é necessária de forma rotineira no paciente ansioso. Avaliação e visita pré-anestésica ade-
quadas, explicando-se ao paciente os aspectos relativos ao procedimento, em diversas situ-
ações, é suficiente e mais efetivo que a medicação. Amnésia é um efeito mais pronunciado
após a utilização de midazolam, quando comparado ao diazepam. Da mesma forma, a ação
hipnótica do midazolam é mais acentuada do que a do diazepam. Ansiedade pré-operatória
é fator de risco para aumento da incidência de dor pós-operatória. A dose de midazolam
por via oral, em pediatria, é de 0,2-0,7mg.kg-1.
Referências:
Ortenzi AV – Medicação Pré-anestésica, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al -
Tratado de Anestesiologia SAESP, 6a Ed, São Paulo, Atheneu, 2006;1041-1046.
Miyake RS, Reis AG, Grisi S – Sedação e analgesia em crianças. Rev Assoc Med Bras, 1998;
44:56-64.

Questão 12:
Resposta E
Os antidepressivos tricíclicos bloqueiam a recaptação de noradrenalina. Por isso, os vaso-
pressores de ação indireta, como a efedrina, apresentam uma resposta aumentada. Os an-
ticolinérgicos também apresentam ação aumentada. A cetamina e o pancurônio devem ser
evitados, devido ao aumento, das ações simpaticomiméticas na presença de antidepressivo
tricíclico. Não há necessidade de suspensão dos antidepressivos tricíclicos no pré-operató-
rio.

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Anestesia
Referências:
Ortenzi AV – Avaliação Pré-Anestésica, em: Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al,
Anestesiologia – SAESP, 6a Ed, São Paulo, Atheneu, 2006; 1015-1033
Cullen BF - Drug Interactions for the Anesthesiologist, em: American Society of Anesthe-
siologists - 50a Annual Meeting Refresher Course Lectures, 1999;431.

Questão 13:
Resposta D
Lactentes e crianças menores têm pouca reserva de glicogênio hepático, um fator de risco
para hipoglicemia. Assim, a American Academy of Pediatrics e a ASA recomendam jejum
menos prolongado do que para os adultos e diferenciado de acordo com o tipo de alimento:

Referências:
Tonelli D, Santos ETM, Araújo JHL - Anestesia Ambulatorial em Pediatria, em: Bagatini A,
Carraretto AR, Vianna PT - Curso de Educação à Distância em Anestesiologia. São Paulo,
Segmento Farma, 2007;41-61.
Cravero JP, Rice LJ - Pediatric Anesthesia, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK - Clini-
cal Anesthesia, 4th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001;1195-1204

Questão 14:
Resposta C
Na terapia antiplaquetária, em pacientes com stents coronários, o clopidogrel é comumen-
te associado à aspirina e deve ser mantido até que o stent esteja totalmente endotelizado, o
que ocorre em 3 meses, em stents metálicos, e em até um ano, em stents farmacológicos. O
American College of Cardiology e a American Heart Association (ACC/AHA) recomen-

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dam um período de 12 meses de terapia antiplaquetária combinada após o implante de
stents farmacológicos e adiamento de toda cirurgia eletiva durante esse período. Pacientes
que já usam estatinas devem manter sua administração no período perioperatório e reto-
mar seu uso o mais brevemente possível após a cirurgia. Nas recomendações de ACC/AHA,
a administração de betabloqueadores deve ser mantida no intraoperatório, e pós-opera-
tório, em pacientes que serão submetidos a cirurgias e já estão recebendo essa medicação
para o tratamento de angina, arritmias sintomáticas ou hipertensão. Entre as manifestações
extra-articulares da espondilite anquilosante, as complicações cardiovasculares são infre-
quentes e se relacionam à proliferação fibrosa da íntima da aorta com insuficiência aórti-
ca, envolvimento das fibras de Purkinje com defeitos no sistema de condução e há risco
aumentado de infarto do miocárdio. Agentes anti-TNFalfa, como o infliximab, usados no
tratamento da espondilite anquilosante, devem ser suspensos, por se associarem a maior
ocorrência de complicações infecciosas.
Referências:
Fleisher LA, Beckman JA, Brown KA et al - ACC/AHA 2007 guidelines on perioperative
cardiovascular evaluation and care for noncardiac surgery: a report of the American Colle-
ge of Cardiology/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. Circula-
tion, 2007; 116: e418-e499
Woodward LJ, Kam PCA - Ankylosing spondylitis: recent developments and anaesthetic
implications. Anaesthesia 2009; 64: 540–548

Questão 15:
Resposta C
O midazolam pode ser utilizado como medicação pré-anestésica em crianças, por via oral e
retal, na dose de 0,50 a 0,75 mg.kg-1; por via muscular, na dose de 0,10 a 0,15 mg.kg-1 e por
via nasal, na dose de 0,20 a 0,30 mg.kg-1.
Referências:
Coté CJ – Pediatric Anesthesia, em: Miller RD – Miller’s Anesthesia, 6th Ed, Philadelphia,
Elsevier, 2005; 2367-2408
Everett LL – Anesthesia for Children, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF et al –
Anesthesiology, 1st Ed, New York, McGraw Hill, 2008;1520-1540

Questão 16:
Resposta C
Cardioversão eletiva é desconfortável, e anestesia geral é, normalmente, solicitada. Em caso
de fibrilação atrial crônica, é mandatória a realização de ecocardiograma antes da cardio-
versão, para excluir a presença de trombo em átrio esquerdo, o que poderia causar acidente
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Anestesia
cerebral isquêmico.
Referência:
Stensrud PE – Anesthesia at Remote Locations em: Miller RD Eriksson LI, Fleisher
LA, Wiener-Kronish JP, Young WL – Miller’s Anesthesia 7th Ed, Philadelphia, Elsevier,
2010;2461-2484

Questão 17:
Resposta C
Os preditores de dificuldade de ventilação difícil sob máscara seguem a seguinte or-
dem crescente: história de ronco (OR:1,84); idade > 55 anos (OR:2,26); falta de dentes
(OR:2,28); IMC > 26 (OR:2,75); presença de barba (OR: 3,18).
Referência:
Rosenblatt WH and Surhupragarn W - Airway Management em: Barash PG, Cullen
BF, Stoelting RK et al. Clinical Anesthesia, 6th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams &
Wilkins, 2009; 751-792.

Questão 18:
Resposta B
Adiamento da cirurgia eletiva é recomendado no caso de hipertensão grave (PA sistólica >
200 mmHg ou diastólica > 115 mmHg) até que a pressão seja controlada abaixo de 180 x
110 mmHg. A orientação atual da ACC/AHA (American College of Cardiology/American
Heart Association) advoga que a terapia betabloqueadora perioperatória é indicação Classe
I em pacientes que usavam previamente betabloqueadores e naqueles com teste cardíaco de
estresse positivo submetidos à cirurgia vascular. Todavia, deve haver cuidado com a terapia
aguda sem titulação da dose, por poder se associar a risco. Segundo o Índice de Risco Car-
díaco (critérios de Lee), usado no algoritmo da ACC/AHA, em pacientes que apresentam
nenhum, 1, 2 ou 3 fatores de risco clínicos, o risco de eventos cardíacos graves é de 0,4%,
0,9%, 7% e 11%, respectivamente. O benefício e a redução do risco cardíaco, com a revas-
cularização coronária (bypass coronário ou angioplastia) antes de cirurgia não cardíaca,
não estão bem estabelecidos (Classe IIb) em pacientes de alto risco para isquemia e não é
recomendada (Classe III) como medida profilática em pacientes com coronariopatia está-
vel.
Referência:
Fischer SP, Bader AM, Sweitzer BJ – Preoperative Evaluation em: Miller RD Eriksson LI,
Fleisher LA, Wiener- Kronish JP, Young WL – Miller’s Anesthesia 7th Ed, Philadelphia,
Elsevier, 2010;1001-1066.

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Questão 19:
Resposta A
O achado de bloqueio de ramo direito no paciente idoso assintomático não parece estar as-
sociado à incidência aumentada de cardiopatia. Avaliação cardíaca adicional está indicada
no caso de achado de ondas Q ou evidência de infarto antigo do miocárdio, hemibloqueio
anterior esquerdo, distúrbio de condução atrioventricular e flutter ou fibrilação atrial.
Referência:
Hillel Z, Landesberg G. Electrocardiography, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al.
Miller’s Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone, 2010;1357-86.
Fischer SP, Bader AM, Sweitzer BJ. Preoperative Evaluation, em: Miller RD, Eriksson
LI, Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7th Ed. Philadelphia. Churchill Livingstone,
2010;1001-66.

Questão 20:
Resposta B
De acordo com os guidelines da American Heart Association e do American College of
Cardiology para avaliação cardiovascular perioperatória em cirurgias não cardíacas, são
consideradas cirurgias de risco cardíaco elevado (mortalidade maior que 5%) as cirurgias
de aorta e as cirurgias vasculares maiores e periféricas. As cirurgias de risco intermediário
(mortalidade entre 1-5%) são as intraperitoneais, intratorácicas, endarterectomia de caró-
tida, cabeça e pescoço, ortopédicas e de próstata. As cirurgias de baixo risco (mortalidade
menor que 1%) são os procedimentos endoscópicos, de superfície, catarata, mama e cirur-
gias ambulatoriais.
Referência:
Olson RP, Rawlings R. Evaluation of the Patient with Cardiovascular Disease, em: Longne-
cker DE, Brown DL, Newman MF, et al. Anesthesiology. 2nd Ed. New York. McGraw Hill
Medical, 2012;95-118.

Questão 21:
Resposta D
A terapia antiplaquetária é mais importante do que o tempo entre a colocação do stent e a
cirurgia na redução da trombose do stent. Entretanto, medicação antiplaquetária dupla por
12 meses é obrigatória devido ao alto risco de trombose coronariana.
Referência:
Olson RP, Rawlings R. Evaluation of the Patient with Cardiovascular Disease, em: Longne-

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cker DE, Brown DL, Newman MF, et al. Anesthesiology. 2nd Ed, New York, McGraw-Hill
Medical, 2012;95-118.

Questão 22:
Resposta D
No caso descrito, a cirurgia apresenta risco elevado de sangramento. Ao mesmo tempo, o
risco de trombose do stent e consequente evento cardíaco (morte cardíaca, IAM, angina
instável, elevação de troponina, etc.) é altíssimo. O stent farmacológico requer, pelo menos,
12 meses de terapia antiplaquetária dupla para prevenir a reestenose ou trombose dado
o tempo prolongado necessário para a reendotelização da superfície do stent. A cirurgia
quando ocorre pouco tempo após a colocação do stent apresenta elevadas taxas de morbi-
dade e mortalidade cardíaca. Aspirina pode ser continuada de forma segura em cirurgias
de grande porte e fornece proteção coronária. Intervenções com alto risco para sangramen-
to requerem a interrupção da terapia antiplaquetária dupla com a retirada do clopidogrel 5
dias antes da cirurgia a fim de reduzir o sangramento perioperatório. Todavia, a desconti-
nuação prematura da terapia antiplaquetária dupla pode causar a trombose do stent, IAM e
morte. Como a terapia dupla com AAS e clopidogrel não pode ser usada, é adotada terapia
de ponte com tirofiban ou eptifibatide – inibidor venoso de ação curta da glicoproteína
IIb-IIIa – para fornecer proteção antitrombótica do stent e de eventos isquêmicos e com
segurança em termos de sangramento.
Referência:
Roizen MF, Fleisher LA. Anesthetic Implications of Concurrent Diseases, em: Miller RD,
Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7th Ed, Philadelphia, Churchill Livin-
gstone, 2010;1067- 149.

Questão 23:
Resposta D
As complicações pulmonares pós-operatórias ocorrem em 5 a 10% dos pacientes submeti-
dos a cirurgias não-torácicas e em 22% dos pacientes de alto risco. Os fatores de risco são:
tabagismo (> 40 maços.ano-1); estado físico > P2; idade > 70 anos; DPOC; cirurgias do pes-
coço, tórax, abdome superior, aórticas ou neurológicas; cirurgias com duração prevista > 2
horas; anestesia geral com intubação traqueal; albumina sérica < 3,5 g.dL-1; incapacidade de
andar dois quarteirões ou subir um lance de escada; IMC > 30 kg.m-2.
Referência:
Wijeysundera DN, Sweitzer B-J. Preoperative Evaluation, em: Miller RD, Cohen NH, Eriks-
son LI, et al. Miller’s Anesthesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier Saunders, 2015; 1085-1155.

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Questão 24:
Resposta E
A história de insuficiência cardíaca com preservação da fração de ejeção > 40%-50% é su-
gestiva de disfunção diastólica, podendo prescindir de estudo com Doppler-ecocardiografia
para diagnosticar o defeito diastólico. São fatores de risco: idade avançada, sexo feminino,
IMC >30kg/m2, hipertensão arterial. Não há evidências que levem à contra-indicação de
bloqueios espinhais, e assim como, não há evidências de vantagens da anestesia geral sobre
os bloqueios. O betabloqueador deve ser mantido, pelo risco de crises hipertensivas e ta-
quicardia de rebote. O verapamil é útil porque melhora o relaxamento diastólico e aumenta
a tolerância aos exercícios, mas os antagonistas do tipo dihidroperidínico, especialmente
a nifedipina, não estão indicados, pelo risco de taquicardia. Os inibidores da ECA podem
estar relacionados à hipotensão arterial durante anestesias, mas podem ser mantidos, em
função do papel bastante promissor na insuficiência diastólica.
Referências:
Cruvinel MGC, Castro CHV - Disfunção diastólica: sua importância para o anestesiologis-
ta. Rev Bras Anestesiol, 2003;53:237-247.
Anguita Sanchez M, Ojeda Pineda S – Diagnostico y tratamiento de la insuficiencia cardia-
ca diastolica. Rev Esp Cardiol. 2004; 57:570-575.

Questão 25:
Resposta B
A doença de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, causada por
deficiência de produção de dopamina nos gânglios da base, por degeneração da substância
nigra e terminações nervosas dos núcleos caudado e putamen. O tratamento consiste em
anticolinérgicos centrais, levodopa, agonistas dopaminérgicos, inibidores da monoaminoo-
xidase (IMAO) e outros. O tratamento deve ser mantido até o dia da cirurgia e reiniciado
assim que houver condições no pós-operatório imediato, pois a sua suspensão pode levar à
piora considerável dos sintomas respiratórios.
Referências:
Morris J, Burkey D – Evaluation of the Patient with Neuropsychiatric Disease, em: Longne-
cker DE, Brown DL, Newman MF et al. – Anesthesiology. 1st Ed., New York, McGraw Hill,
2008; 145-155
Roizen MF, Fleisher LA - Anesthetic Implications of Concurrent Diseases, em: Miller, RD -
Miller’s Anesthesia. 8th Ed., Philadelphia, Elsevier, 2005; 1017-1150

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Questão 26:
Resposta C
O BAV de 2º grau Mobitz II resulta de bloqueio infranodal e pode progredir para bloqueio
cardíaco completo. Quando sintomático, é indicação (Classe I) de marca-passo. Habitual-
mente, a indicação de marca-passo é determinada pela combinação da presença de arritmia
sintomática e a localização da anormalidade de condução. Síncope associada à bradicardia
ou retardo na condução é, geralmente, indicação de instalação de marca-passo. Doenças
abaixo do nó AV, no sistema His-Purkinje, são mais graves, instáveis e se manifestam com
intervalo PR normal ou minimamente prolongado, BAV Mobitz tipo II e anormalidades do
QRS (bloqueio de ramo, bloqueio fascicular ou ambos).
Referência:
Fischer SP, Bader AM, Sweitzer BJ – Preoperative Evaluation em: Miller RD Eriksson LI,
Fleisher LA, Wiener- Kronish JP, Young WL – Miller’s Anesthesia 7th Ed, Philadelphia,
Elsevier, 2010;1001-1066

Questão 27:
Resposta D
Na avaliação da função pulmonar, são critérios que indicam risco aumentado de insuficiên-
cia respiratória no período pós-operatório:
Capacidade vital forçada < 50% do previsto;
Volume expiratório forçado em 1 segundo < 50% do previsto ou < 2,0 L;
Ventilação voluntária máxima < 50% do previsto ou < 50 L.min-1;
Capacidade de difusão de monóxido de carbono < 50% do previsto;
Razão volume residual / capacidade pulmonar total > 50%.
Referência:
Boysen PG. Evaluation of the Patient with Pulmonary Disease, em: Longnecker DE, Brown
DL, Newman MF et al. Anesthesiology. 1st Ed. New York. McGraw Hill, 2008;134-44.

Questão 28:
Resposta C
A dabigatrana é inibidor direto da trombina de uso oral com meia vida aproximada de 17
horas em pacientes com função renal normal (80% do fármaco eliminado na sua forma
inalterada por via renal). A descontinuação dessa medicação por um período superior a 5
meia vidas é recomendada para a realização de cirurgia sendo, portanto, necessário maior
tempo de interrupção nos pacientes com baixo clearance de creatinina. Ainda que inibido-

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res diretos da trombina possam prolongar o TTPa, o valor admissional desse exame reflete
o efeito da medicação no dia em questão e não o efeito futuro após 2 dias de interrupção da
mesma. O TTPa não prevê risco de sangramento em pacientes em uso de dabigatrana.
Referência:
Klick JC, Avery EG. Anesthetic Considerations for the Patient With Anemia and Coagu-
lation Disorders, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF, et al. Anesthesiology. 2nd
Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;196-216.

Questão 29:
Resposta A
A contratilidade cardíaca é mais intensa em mulheres na pré-menopausa do que em ho-
mens da mesma idade. A suspensão da terapia de reposição hormonal pós-menopausa
levou à diminuição da contratilidade miocárdica.
Referência:
Sun LS, Schwarzenberger J, DInavahi R. Cardiac Phisiology, em: Miller RD, Cohen NH,
Eriksson LI, et al. Miller’s Anesthesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier Saunders, 2015; 473-
91.

Questão 30:
Resposta D
Atualmente a maioria dos medicamentos acaba sendo mantida até o dia da cirurgia. O
AAS não deve ser suspenso, uma vez que os riscos isquêmicos são maiores que os riscos
de sangramento nesse paciente com história anterior de coronariopatia. Betabloqueadores
não podem ser suspensos abruptamente pelo risco de episódios de hipertensão e taquicar-
dia graves, eventos que podem ser fatais particularmente nesse paciente. A selegilina é um
inibidor da monoamina oxidase (IMAO), utilizada no tratamento da depressão, que era
habitualmente suspensa de 2 a 3 semanas antes da anestesia para evitar a interação com as
drogas anestésicas e vasopressores. A suspensão desses medicamentos proporcionou maio-
res episódios de surtos depressivos e suicídios que alterações durante a anestesia, quando
mantidos. Dessa forma, atualmente, não há indicação para a suspensão. A manutenção de
uma dose reduzida de insulina NPH previne o estado catabólico do paciente já no pré-ope-
ratório, diminui níveis glicêmicos no perioperatório, contribuindo com melhores resulta-
dos de recuperação, cicatrização e diminuição de infecção nos diabéticos.
Referência:
Wijeysundera DN, Sweitzer B-J. Preoperative Evaluation, em: Miller RD, Cohen NH, Eriks-
son LI, et al. Miller’s Anesthesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier Saunders, 2015; 1085-1155.

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Roizen MF, Fleisher LA - Anesthetic Implications of Concurrent Diseases, em: Miller, RD -
Miller’s Anesthesia. 8th Ed., Philadelphia, Elsevier, 2005; 1017-1150

Questão 31:
Resposta D
Novas condutas relacionadas ao jejum e possibilidade de aspiração do conteúdo gástrico
vêm sendo elaboradas nos últimos anos. A ideia que o obeso mórbido tem esvaziamento
gástrico diminuído é ultrapassada, o uso de pró cinéticos tem indicações precisas e a goma
de mascar não acelera o esvaziamento gástrico. Uso de soluções ricas em carboidratos antes
das cirurgias comprovou benefícios na recuperação do paciente cirúrgico sem afetar o esva-
ziamento gástrico.
Referência:
Wijeysundera DN, Sweitzer B-J. Preoperative Evaluation, em: Miller RD, Cohen NH, Eriks-
son LI, et al. Miller’s Anesthesia. 8th Ed, Philadelphia, Elsevier Saunders, 2015; 1085-1155.

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