AULA DE DIREITO

DO TRABALHO II
DANO MORAL NA RELAÇÃO DE
TRABALHO E INDENIZAÇÕES
PROF. GERARDO ANDRADE
 DANO
• É o prejuízo causado à pessoas, ou seja, a lesão,
que pode ser de ordem material, moral ou estética.
 Dano Material
• Atinge diretamente o patrimônio do ofendido.
• Exemplo:
- Lesões decorrentes de um acidente de trabalho em
que o empregado perde o braço.
- O dano gera gastos com tratamento médico,
remédios e atingirá a capacidade de ganhos futuros
com a limitação deixada pelo acidente.
 Danos
emergentes
Reparação
Danos
cessantes
 Danos
Emergentes

O montante que o empregado

efetivamente perdeu

Gastos com remédios, internação,

psicólogo, etc.
 Lucros
Cessantes
Reflexo no futuro
Redução do potencial do
patrimônio do trabalhador

A perda do braço vai reduzir as chances

de encontrar um emprego com a
remuneração anterior
 Observação
• É necessário a comprovação por documentos e
recibos do que efetivamente perdeu e deixou de
ganhar, para fazer jus a reparação.
 Art. 402 do Código Civil
• Salvo as exceções expressamente previstas em lei,
as perdas e danos devidas ao credor abrangem,
além do que ele efetivamente perdeu, o que
razoavelmente deixou de lucrar.
 Art. 403 do Código Civil
• Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor,
as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e
os lucros cessantes por efeito dela direto e
imediato, sem prejuízo do disposto na lei
processual.
 Art. 944 do Código Civil
A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção
entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz
reduzir, equitativamente, a indenização.
 Dano Extrapatrimonial
• Toda lesão que atinge os bens imateriais da pessoa,
por exemplo, sua honra, seu nome, sua dignidade.
• Podem ser sujeitos passivos do dano moral, pessoa
física e pessoa jurídica.
 Art. 223-C da CLT
• A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de
ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer
e a integridade física são os bens juridicamente
tutelados inerentes à pessoa física.’
 Art. 223-D da CLT
• A imagem, a marca, o nome, o segredo empresarial
e o sigilo da correspondência são bens
juridicamente tutelados inerentes à pessoa
jurídica.’
• Cometido o ato ilícito apto a ocasionar dano à
dignidade da parte, e desde que comprovado o
nexo causal, nasce o dever de indenizar.
 Art. 186 do Código Civil
• Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
 Observação
• O dano moral na relação de trabalho pode decorrer
tanto de acidente de trabalho quanto de situações
de violação aos direitos da personalidade do
mesmo que não importem na redução de
capacidade de trabalho, como ofensas verbais,
humilhações, redução à condição análoga à
escravo, assédio moral, etc.
 Art. 5º, V e X da CF
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
agravo, além da indenização por dano material, moral ou
à imagem;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e
a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação;
 ATENÇÃO !!!
• O que regulamentado nos arts. 223 – A a 223 – G
da CLT deve ser aplicado na hipótese de
indenização por dano extrapatrimonial, quando
não houver normas mais favoráveis ao trabalhador.
• Havendo lacunas ou incompletudes, aplica-se os
demais dispositivos, especialmente o Código Civil.
Requisitos Dano Extrapatrimonial

EXTRAPATRIMONIAL

Moral Estético Existencial

Estético Moral
É de ordem
Alteração corporal interna psíquica,
ou externa que causa pertencente ao foro
desagrado à vítima como à íntimo da pessoa
pessoa que observa
Existencial

Violação de um direito
inviolável tutelado
constitucionalmente
Prejuízo vinculado à própria
existência humana
 Dano Existencial
a) Infração contratual
b) Requisitos de responsabilidade civil
c) Frustração de projeto de vida e da vida
existencial
O dano existencial é aquele que atinge a qualidade de
vida do indivíduo, causando dificuldades ou até
impossibilitando que ele desempenhe atividades
cotidianas nos âmbitos pessoal, social e profissional.

Exemplo:
- desrespeito aos intervalos intrajornada e
interjornada
- não concessão das férias no prazo estipulado pela
legislação trabalhista.
 Dano Imaterial
1) Trabalho degradante
2) Ausência de pagamento e salario
3) Assédio moral ou sexual
4) Acidente de trabalhado com redução da
capacidade laborativa
5) Revista íntima ou pessoal sem respeito ao
trabalhador
• A comprovação do dano imaterial se dá pelos fatos
que originaram o ato lesivo.
1) A ausência de salario que acarretou a inclusão no
Serasa e SPC
2) O rigor excessivo do empregador na aplicação de
penalidade e na exigência do cumprimento de
metas inatingíveis
3) A negligencia do empregador em não fornecer
equipamentos básicos de segurança
4) A revista que submete o empregado meios
vexatórios
5) Imputação da prática de ato de improbidade sem
comprovação.
 Ação ou Omissão e Nexo
Causal
• Para que haja direito à indenização, deve haver
relação entre a ação ou omissão do empregador ou
empregado e o resultado danoso causado ao
empregado ou empregador, respectivamente.
 NEXO CAUSAL
• É o vínculo existente entre o dano e o ato praticado
pelo empregador ou pela atividade de risco.
• Considera-se causa a ação ou a omissão sem o qual
o resultado não teria ocorrido (art. 13 do CP).
• Se a atividade é de risco, se o patrão pratica ato
ilícito ou abusivo, mas não causa dano algum ao
empregado, não haverá dever de indenizar.
 NEXO CONCAUSAL OU CONCAUSA

• O acidente de trabalho, as doenças profissionais e

as do trabalho (doenças ocupacionais) podem
derivar de mais de uma causa, relacionadas ou
relacionadas ou não com o trabalho, ofício ou
profissão.
• A concausa caracteriza-se pela concorrência de
diferentes causas que agravam ou atenuam o dano.
• A conduta principal do agressor (nexo causal)
• A conduta secundária (coadjuvante) é a concausa.
 CONCAUSA ANTECEDENTE
• É o caso do diabético ou hemofílico que se fere no
trabalho, vitimado em um acidente com grave
sangramento.
• Ocorre quando a circunstância ou fato é anterior ao
movimento que desencadeia o dano (nexo causal).
• As condições pessoais de saúde do agredido não
atenuam a responsabilidade do agressor, embora
aumentem o resultado do dano.
 A CONCAUSA SUPERVENIENTE
OU POSTERIOR
• é a circunstância que ocorre depois do
desencadeamento do nexo causal, agravando ou
atenuando o resultado do dano.
• O socorro imediato ou atrasado pode influir na
intensidade do dano causado à vítima, por
exemplo.
• Complicações pós-operatórias decorrentes de
bactérias e micróbios podem piorar o estado da
vítima e até levá-la à morte.
• Estas circunstâncias não alteram o valor da
indenização ou a responsabilidade do agressor,
apesar de agravar o dano.
• Todavia, a jurisprudência tem admitido a redução
do valor da indenização do dano moral decorrente
do infortúnio.
 CONCAUSAS CONCOMITANTES
OU SIMULTÂNEAS
• São as que coexistem ao sinistro, processando-se
ao mesmo tempo, como pode ocorrer no caso do
idoso portador de surdez parcial seja em
decorrência da idade avançada, seja em virtude do
ambiente de trabalho, local em que há excesso de
ruído, em níveis acima da tolerância legal
 Exclusão do Nexo Causal
a) Culpa exclusiva da vítima
b) Fato de terceiro
c) Caso fortuito e força maior