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STJ: Termo inicial do prazo prescricional, nas ações de revisão de contrato

bancário, é a data da assinatura do contrato.

Trata-se de agravo interno nos embargos de declaração em recurso especial, o


qual foi negado provimento ao recurso, por unanimidade, pela Quarta Turma do
Superior Tribunal de Justiça (STJ), nos termos do voto do sr. Ministro relator Raul
Araújo.

Conforme entendimento do STJ, o prazo de prescrição nas ações de revisão de


contrato em que se discute a legalidade das cláusulas pactuadas é a data da assinatura do
contrato.

No julgado inicial, o tribunal de origem afastou a ocorrência da prescrição, pois


não havia transcorrido 10 (dez) anos entre o vencimento do contrato e o ajuizamento da
ação, diferindo assim do entendimento jurisprudencial do STJ.

Contra esta decisão a Fundação Corsan,, ingressou com recurso especial junto ao
STJ, visto que pelo entendimento da corte o prazo de prescrição nas ações de revisão de
contrato em que se discute a legalidade das cláusulas pactuadas seria a data da
assinatura do contrato. O recurso foi provido pela corte.

No agravo interno interposto por Jane Maria da Rosa da Silva, ante decisão
proferida via recurso especial a recorrente contesta a fixação do termo inicial, definido
como sendo a assinatura do contrato, para a contagem do prazo prescricional,  sob
argumento que reconhece a nulidade da cláusula, que seria simplesmente declaratória
e, portanto, não seria a prescrição que se aplicaria a esta, mas sim a decadência.

A requerente alegou que "se se está a tratar da incidência de prazo prescricional,


necessariamente, a discussão envolve o direito subjetivo à compensação/repetição do
indébito, pois este é o provimento de natureza condenatória postulado", requerendo
assim a reconsideração da decisão agravada ou sua reforma pela Turma Julgadora.

Em seu voto, o sr. Ministro Raul Araújo (relator), argumentou que as razões
presentes no agravo não eram suficientes para modificar o entendimento daquela corte,
visto que há o entendimento pacificado acerca do prazo prescricional, bem como do
termo inicial aplicável quando o que se discute é a validade da cláusula contratual.

Destarte, o STJ negou o provimento ao agravo, ratificando que nos contratos


regidos pelo atual Código Civil a pretensão de revisão das cláusulas contratuais
prescreve em 10 (dez) anos contados da assinatura do contrato e não do vencimento do
ajuste como havia julgado o Tribunal original.

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