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EXAMES LABORATORIAIS Prof.

José Aroldo Filho


goncalvesfilho@nutmed.com.br

AVALIAÇÃO HEMATOLÓGICA DO SANGUE LEUCOMETRIA GLOBAL (céls/mm3).


Valores aumentados (leucocitose): processos
4.500.000 — 6.000.000 inflamatórios, infecciosos e leucemias.
HEMGRAMA — Principal ferramenta diagnóstica em
2
hematologia, constituído por:
4.000.000 — 5.500.000
Recém-nascidos 4.000.000 — 6.000.000 Valores diminuídos (leucopenia): redução da produção de
- contagem total de hemácias
- hemoglobina leucócitos, destruição celular, febre tifoide, dengue,
- hematócrito rubéola e caxumba.
- Índices hematiméticos: VCM, HCM, CHCM, distribuição LEUCOMETRIA DIFERENCIAL
do tamanho das hemácias
- contagem global de leucócitos
- contagem diferencial de leucócitos
- exame microscópico do esfregaço corado
- plaquetas (opcional)

CONTAGEM TOTAL DE HEMÁCIAS céls/mm3 .

1
Valores aumentados: diarreias, queimaduras, policitemima vera,
desidratação, cardiopatia crõnica, intoxicações
por álcool etílico ou fármacos, võmitos e acidose Valores diminuídos: anemias,
metabólica. leucemias, após
hemorragias graves e infecções graves. intensos. Pode ser indicativo de
Valores aumentados: hemoconcentração, macrocitose.
desidratação, queimaduras, diarreia e vômitos
Valores diminuídos: redução do número de
hemácias. Pode ser indicativo de microcitose.
Neutrofilia - infecções bacterianas, inflamação.
leucemias,
Eosinofilia Parasitoses e alergias. Basofilia leucemia mieloide crônica
e processos
alérgicos.
Monocitose Infecções. Linfocitose 4 infecções virais
agudas e bacterianas c rõ ni cas,
l eu ce mi a lin foc ític a c rõ ni ca e pr oc ess os Valores aumentados: anemia
ganglionares. hemolítica, hiperplasia m e d u l a r ,

RETICULÓCITOS — hemácias imaturas (com


Adult 0,5 —
Recém- até
doença hemolítica do recém-nascido e Valores diminuídos: anemias
hemorragias pós-cirúrgicas. carenciais, aplasias
medulares e anemias não-hemolíticas. C
O
A
G
ULOGRAM
A
Adultos 0,28 — 0,89mmol/L
Composto principal de armazenamento de ferro. Ferritina
ÁCIDO LÍRICO (mg/dL) —jejum inferior a 12ng/mL pode confirmar o diagnóstico de
3,5 — deficiência de ferro.
2,6 —
FERRO (mcg/mL) — jejum
Valores aumentados: dietas de alto teor de purinas, Adult 30 -
medicamentos e doença tipo gota.
Valores aumentados estão associados a hemocromatose
ADIPONECTINA (mcg/mL) — jejum hereditária.
- 0,8 —
2- 3,7 — FOSFATASE ALCALINA (Ul/L) — jejum
j
Secretado pelos adiopócitos, com efeitos
antiaterogênicos e anti-inflamatório. Valores aumentados estão associados a distúrbios do
trato b i l i a r , hepatites, doença de Paget,
APOLIPOPROTEÍNA A-I (mg/dL) — jejum neoplasias, hiperparatireoidismo, osteomalácia e
115 -
115 — FRUTOSAMINA — jejum
Adult Variável, de acordo com
Valores aumentados: dislipidemia familiar, exercício o teor de albumina
vigoroso e uso moderado de álcool. Está associada ao n a amostra
HDL.
Corresponde ao conjunto das proteínas glicosadas, das
Valores menores estão associados a risco de quais a maior parte se deve à albumina. É útil na
avaliação da eficácia de uma mudança terapêutica,
APOLIPOPROTEÍNA B (mg/dL) — jejum 12h. Deve ser sendo mais precocemente afetada que a
suspenso qualquer medicamento à base de andrógenos, hemoglobina glicada. Utilizada no monitoramento do
diuréticos e corticoides.
70 — GAMA GLUTAMILTRANSFERASE / GGT (UI/L) —
60 — jejum
c <
Está associada ao LDL. Valores altos estão associados a <
risco de DCV.
Valores aumentados: doenças hepáticas, alcoolismo
COLESTEROL TOTAL E FRA ÕES nn /dL — e um crõnico e icterícia obstrutiva.
Adultos Pediatria Categoria
(2 — 19 anos) GLICOSE m /dL — ieium 8 a
COL <200 <150 Ótimo Não DM 60 — 99
200 — 239 150- 169 Limitrofe Pré-DM 100 — 126
k240 k170 Alto DM >126
HDL <40 - Baixo
>60 - Alto HEMOGLOBINA GLICADA (%) — ieium não
>45 Desejável Não DM <6%
LDL <100 - Ótimo DM controlados 6 — 8%
100 — 129 <100 Desejável DM descompensados >8%
130 — 159 100 — 129 Limitrofe
160 — 189 k130 Alto Associada ao controle glicêmico de pacientes
_k190 - Muito alto
TG <150 <100 Ótimo INSULINA (mcUl/mL) — jejum
150- 199 100 — 129 Limitrofe Adult 2,5 -
200 — 499 k130 Alto
k500 - Muito alto Para avaliação da resistência à insulina, utiliza-se o
método HOMA, onde:
CREATININA (mg/dL)
c-3' 0,7 — 1,6 HOMA = [glicose de jejum x insulina de jejum] /
?
0,6 — 1,1
LEPTINA n /mL — ieium
Marcadora de função renal, em razão da creatinina 70 — 160
endógena ser proporcional à massa muscular, a produção Y 60 — 150
varia com a idade e gênero. Prioriza-se o Clearence de
creatinina. Exercícios severos e ingestão de altas Peptídeo sintetizado pelos adipócitos, desempenha
quantidades de carne podem causar aumentos função na regulação da ingestão alimentar e no aumento do
significativos na excreção de creatinina, enquanto a gasto energético.
diminuição da massa muscular nos idosos provoca
diminuição. PROTEÍNA C-REATIVA (PC-R m /dL — ieium
Risco de DCV
FERRITINA (ng/mL) — jejum 12h. Tabagismo e dieta -baixo <1
rica -moderado 1—3
em CHO alteram o resultado do exame. - alto >3
10 — Prova inflamatória Normal <0,5

2
Principal proteína de fase aguda dos processos Provas de função hepática, valor no diagnóstico de
inflamatórios. Pode estar elevada nos processos hepatites virais, tóxicas e doenças necróticas do fígado.
infecciosos, inflamatórios e neoplasias.
PROTEÍNAS TOTAIS E FRA ÕES (a/dL) — ieium 4h. TRANSFERRINA (mg/dL) —iejum 8h.
Proteínas totais 5,5 — 8 Adultos 230 — 390
Albumina 3,5 — 5,5
Principal proteína de transporte de ferro. Em situações
Globulinas 2 — 3,5
carenciais de ferro sua produção é aumentada. Utilizada
Rel Albumina/ lobulina >1,0 no diagnóstico diferencial de anemias e no monitoramento
do tratamento.
U t i l iz a d a s c o m o a p o i o a o d i a g n ó s t i c o n u t r i c i o n a l .
Resultados baixos da relação albumina/globulina ocorrem URÉIA (mg/dL) — jejum 8h.
nos casos de cirrose, glomerulopatias, mieloma, Adultos 10 — 40
sarcoidose, doenças granulomatosas, colagenoses,
infecções agudas, caquexia, queimaduras e doenças Principal produto nitrogenado do metabolismo de proteínas
inflamatórias intestinais. e aminoácidos. Sofre influência de problemas renais,
desidratação, excessiva quantidade de proteína da dieta e
AST <35 catabolismo proteico aumentado.
ALT <35
Transforma-se a ureia urinária em nitrogênio, dividindo-se
a ureia por 2,14.

TESTE DO ESTADO DE MICRONUTRIENTES


TRANSAMINASES
Teste HEPÁTICAS (UI/L) — jejum 8h. Interpretação Valores de referência
Tiamina (B1) Medida pela quantidade de tiamina pirofosfato necessária para ativar a O — 2mcg/dL
transcetolase. Deficiência grave pode desencadear beribéri e síndrome
de Wernicke.
Riboflavina (B2) É avaliada medindo-se a quantidade de FAD necessária para ativar a 4 — 24mcg/dL
e n z i m a g l u t a t i o n a p e r o x i d a s e .
Niacina (B3) A fração de niacina no sangue como NAD é um teste potencialmente Não há teste bioquímico para
útil pelo fato de se tratar de uma vitamina precursora de derivados que avaliar B3.
desempenham papel no metabolismo celular e na reparação do DNA.
Vitamina B6 A piridoxal fosfato é a principal forma de transporte de B6. Seus níveis 0,5 — 3mcg/dL
no soro refletem os depósitos no corpo.
Folato A deficiência leva a aumento de VCM. Seu estado funcional é feito pelo 3,1 — 17,5 ng/mL
ácido fornniminoglutâmico (FIGLU) na urina de 24 horas ou após carga
oral de histidina.
Cobalamina (B12) A deficiência conduz ao aumento no VCM. Níveis <15Ong/dL indicam Normal: 200— 1.000ng/dL
deficiência.
Acido ascórbico Medido no plasma ou nos leucócitos. O plasma é preferido para Plasma: 0,4 — 1mg/dL
pacientes doentes agudos.
Retinóis Níveis de retinol <100mcg/dL indicam deficiência grave de vitamina A; 20 — 100mcg/dL
ésteres do retinol >5% do total indicam hipervitaminose.
Tocoferóis Tocoferóis alfa e beta apresentam funções antioxidantes. Valores mais 0,5 — 1,8mg/dL
baixos são encontrados em lactentes.
Colecalciferol (D3) A atividade de fosfatase alcalina reflete o nível de atividade óssea e Vitamina D3: 10 — 68ng/mL
e calciferol (D2) indiretamente o estado de vitamina D. Para avaliar a biodisponibilidade
de vitamina D, calcidiol e ercalcidiol podem ser dosados juntamente. A
concentração de calcitriol é usada para verificar se o metabolismo de
vitamina D está ocorrendo naturalmente.
Filoquinona (K1) e Em deficiência de vitamina K, o tempo de protrombina aumenta 0,13 — 1,19ng/mL
menadiona (K2) proporcionalmente com os fatores anormais de coagulação.
Sódio (Na+) Aumento de Na+ sérico observado em perda hídrica. Decréscimo visto 135 — 145mEq/L
em várias condições.
Potássio (K+) Aumento do K+ sérico é visto em doenças renais e decréscimo de Na+ 3,5 — 5,1mEq/L
e K+ indicam decréscimo na ingestão ou aumento da captação celular.
Cloreto (Cl-) Os níveis de Cl- mudam com alterações catiônicas e osmóticas no 100-110mEq/L
organismo.
Fósforo (P) Nível de P anormal está mais intimamente associado a distúrbio de 2,7 — 4,5mg/dL
ingestão, distribuição ou função renal.
Magnésio (Mg+2) Em casos de tétano, convulsão e alterações em ECG são afetadas 1,8 — 3mEq/L
quando os níveis de magnésio caem <1mEq/L.
Zinco (Zn) Níveis séricos afetados pela dieta e resposta inflamatória. A deficiência 0,7 — 1,5mg/L
de zinco está associada a diversas doenças e traumas.
Cobre (Cu) A deficiência de cobre está associada a neutropenia e anemia. á 70 — 140mcg/dL
2 80 — 155mcg/dL

3
AVALIAÇÃO LABORATORIAL DE URINA ho rm ôn io s, c rist ais e cél ul as an or ma is e verificações
de características da amostra (pH, aspecto, cor, odor,
ANÁLISE DA URINA DE 24 HORAS - A principal análise é densidade, transparência e volume).
a microalbuminúria, sendo normal entre 30 — 300mg.
Valores elevados estão associados a lesão glomerular, O exame microscópico pode relevar a presença de
principalmente entre hipertensos e DM. eritrócitos (0 — 2/campo), leucócitos (0 — 5), bactérias
(ausentes e raras) e cristais (ausentes).
ELEMENTOS ANORMAIS DO SEDIMENTO — EAS. Refere-
se à pesquisa qualitativa de vários elementos na urina —
proteínas, açúcares, corpos cetônicos, pigmentos bi li ar es ,

Bilirtubina I Não detectado Averiguação do nivel de bilirrubina não


conjugada; níveis elevados em cerras doenças
hepáticas (p. ex., cálculos binares)
Qtonas Negativo Presente nos enfermos com diabetes mento
não controlado, ou em casos de febre, anorexia.
alguns distúrbios do trato gastrintestinal, vómito
persistente, caquexia ou inanição
1)ensidade 1.01 a 1.025mg/ Aprecia e monitora a concentração e a
especifica rnt. capacidade diluente dos rins
'éstearase Negativo Teste para detecção de leucócitos, avaliando
leucocitária indiretamente a presença de bacteriUria; o
ensaio pode dar resultado falso-negativo nas
circunstancias em que a urna se encontra
muito concentrada ou quando contém glicose,
sais biliares, medicamentos corno rifampicina
ou grande quantidade de vitamina C
,
Slicose Não detectada Presente em indivíduos com diabetes melito
(2 a 10g/dl.), sendo rara em condições benigna
Nitrito Negatrvo (adice de bacteriúria

5 a 8' pndcrdo: presente em casos de dieta rica em


proteína ou acidose (p. ex., diabetes melito não
controlado e inanção).
pH bdsrco: presente em casos de dieta rica em
vegetais Ou em laticínios e naqueles pacientes
com infecção no trato urinário ou com cákulos
renais de fosfato e carbonato de cálcio
Proteína 2 a 8mg/dL Proteinúrio teve-. descrita em algumas moléstias
renais ou nos distúrbios do trato urinário
inferior.
Prozeinúria moderado: presente em muitas
enfermidades renais, na pré•eclampsia ou nos
processos inflamatórios do trato urinário.
Prateenúria-eJevada: ocorre na síndrome
nefrotica e na glornerulonefrite grave
Sangue Negativo Presença de entrOcitos integras - hematuna -
ou hemoglobina livre hemoglobinúria --;
-

pode ser indicativo de infecção no trato urinário,


de neoplasia ou de trauma: geralmente é
também positivo em casos de lesão muscular
traumática ou de anemia hemolítica

Urobílinogénio 0,1 a lUlidl. Níveis elevados em condições hemolíticas

4
AVALIAÇÃO LABORATORIAL DE FEZES nas fezes. Não existe um método capaz de investigar
todos os agentes infecciosos nas fezes.
INVESTIGAÇÃO DE PROCESSOS INFECCIOSOS A detecção de antígenos específicos de Entamoeba e
Giardia tem apresentado resultados satisfatórios, podendo
A investigação dos processo infecciosos em amostras ser útil para a investigação daqueles enfermos que
f ec ai s c o m p r e en d e , e s p ec i a l m e nt e, o s ex am es apresentam sinais e sintomas das doenças e que tenha
parasitológicos de fezes, a detecção de antígenos e a exames persistentemente negativos.
coprocultura.
A coprocultura é o exame bacteriológico do material fecal.
O exame parasitológico de fezes é um procedimento de Na coprocultura, as fezes devem ser examinadas o mais
rotina quando há suspeita de infecções causadas por precoce possível.
protistas e metazoários, os quais podem ser encontrados

Micro-organismos envolvidos em diarreias, fonte provável de infecção, período de incubação:


Micro-organismo Fonte de infecção ou Período de incubação
condição predisponente
Aeromonas spp. Água Desconhecido
Bacilus cereus Carnes, vegetais 6 a 24 horas
Campylobacterjejuni Água, leite, carnes 3 a 11 dias
Clostridium difficile Terapia antimicrobiana 4 a 9 dias
Clostridium perfringens Carnes 8 a 16 horas
Escherichia coli Alimentos em geral, água 4 a 24 horas
enterotioxinogênica
Escherichia coli enteroinvasiva Alimentos em geral 8 a 24 horas
Escherichia coli Carnes, leite 3 a 5 dias
enterohemorragica
Plesiomonas shigelloides Água, pescados 1 a 2 dias
Salmonella spp Alimentos em geral 8 a 72horas
Shigella dysenteriae Água 3 a 5 dias
Outras Shigella Água, alimentos em geral 8 a 72 horas
Staphylococcus aureus Carnes, laticínios 1 a 6 horas
Vibrio cholerae Água, pescados 1 a 5 dias
Vibrio parahaemolyticus Pescados 15 a 24 horas
Yersínia enterocolitica Água, alimentos em geral 16 a 48 horas

COPROLOGIA FUNCIONAL - o enfermo não deve usar laxantes e


antiácidos nos três dias anteriores e durante a
É denominado prova de digestibilidade. Compreende o coleta;
estudo das funções digestivas do TGI e das glândulas - deve evitar o uso de bebidas gasosas e
anexas, permitindo diagnosticar as diferentes síndromes alcoólicas durante os três dias que antecedem a
corpológicas, como: coleta;
- insuficiência gástrica, pancreática e biliar; - crianças até 12 anos devem consultar o médico para
- hipersecreção biliar; avaliar a necessidade de alterar a dieta;
- desvios de microbiota bacteriana; - P ar a enf er m os m ai or e s de 1 2 an os e a dul t os ,
Síndrome ileal e cecal; recomenda-se que nas 72h que antecedem o exame
- constipação; sejam consumidos — no desjejum e no lanche — alimentos
- colites; e com manteiga, leite e queijos. No almoço e jantar — arroz,
- outras alterações do trânsito intestinal. ba t a t a c o z i da , f ei j ã o, c ar n e s e, d e s o br em e s a ,
preferencialmente banana.
Dieta e coleta: - No quarto dia deve coletar todo o material fecal da
primeira evacuação (o volume mínimo necessário para o
Algumas precauções devem ser tomadas na realização da exame é de 20g);
coprologia funcional: - coletar em recipientes limpos e secos;
- Entregar ao laboratório em no máximo 2h após coleta ou,
mantê-la refrigerada em 2 — 8°C.

5
Análise macroscópica da coprologia funcional
Análise Significado
Areia Raramente observada, representa pequenas formações de cálcio ou fosfato de magnésio e
cálcio, associadas, invariavelmente, às células vegetais.
Cálculos Sua presença nas fezes é extremamente rara.
Corpos estranhos Podem estar presentes, sendo de natureza extremamente variada (botões, moedas, por
exemplo), não sofrendo, via de regra, ação enzimática.
Detritos vegetais A presença de fragmentos de alimentos é descrita em casos de insuficiência pancreática ou de
trânsito intestinal acelerado.
Fibras musculares Fragmentos de carne, de coloração parda, aparecem a olho nu em determinadas condições
mórbidas, com destaque para insuficiência pancreática ou de trânsito intestinal acelerado.
Gordura Pode ser identificada a olho nu ou nos casos de insuficiência pancreática, ingestão excessiva de
alimentos gordurosos, trânsito intestinal acelerado ou má-absorção.
Tecido conjuntivo Compões feixes filamentosos esbranquiçados e muito flexíveis, após ingestão de carne crua,
sua presença no material fecal denota insuficiência gástrica ou esvaziamento gástrico acelerado.
Tabela 4.4 Análise química para coprologia funcional

'Albumina dissolvida A albumina solúvel nas fezes - detectada pela reação de


Schmidt-Triboulet - é sempre considerada patológica,
correspondendo às proteínas desintegradas, denotando a
existência de processo inflamatório ou destrutivo na parede
intestinal p. colite, enterite, neoptasias ou úlceras
T▪ ,1rduras A pesquisa - por meio do teste de Sudam III - é bastante útil
para diagnosticar a esteatorrera, a qual acarreta a perda fecal dr
gordura acima do nível considerado normal (7g/dia)
Mucina e muco O epitélio colónko e retal é recoberto e protegido por muco,
constituído, majoritariamente, jx), mucinas (glicoproteinas):
distúrbios na estrutura e distribuição das rnucinas na célula
epitelial são causas de progressão de tumor

O material fecal é geralmente neutro ou ligeiramente alcalino (pH


6,7 a 7,2); nos contextos em que se observa reação ácida, deve-se
pensar nas possibilidades de dispepsia de fermentaçac ou em
espru; na insuficiência gástrica descompensada, as
dejeções costumam ser mais akalinas
(?igmentos biliares A averiguação coprológica desses pigmentos deve ser
procedida pela reação de Schmidt-Trilxmlet (sul >limar k) •
acético), destacando-se as seguintes tx-issibilidades.
Sublimado de cor rosa: exame normal
Sublimado de cor verde: muito provavelmente, trânsito
 IA1%1( II)

Sublimado de cor branca inexistèr )(ia de pigmentos bilrares na lu/ intestinal


(p. r.x., nas situações de icterícia obstrutiva)
Substáncias A presença de carboidratos - corno a sacarose e a glicose na
redutoras (açúcares) amostra fecal é útil para o diagnóstico das deficiências de
-

dissacaridases primárias ou secundárias

PESQUISA DE GORDURA FECAL


Crianças abaixo de 1 ano não necessitam de gordura
A deficiência de lipases intestinais na doença do pâncreas adicional. Crianças de 1 a 2 anos devem acrescentar
aumenta o teor de gorduras neutras e proteínas não creme de leite, requeijão ou queijo prato ás refeições.
digeridas, pela falta concomitante de proteases
pancreáticas. As doenças do fígado e do trato biliar OBSERVAÇÕES:
c ap az es d e pr od uz ir est ea to rr éi a ge ra lm en te sã o - Consultar o médico assistente quanto ao uso
acompanhadas de icterícia e outras alterações de outros medicamentos;
bioquímicas do sangue anteriores ao quadro típico. - Não usar purgativos, laxantes, antiácidos
e talco. Em caso de constipação intestinal, pode
AMOSTRA: Com o paciente sob dieta adequada, as fezes ser administrado supositório de glicerina;
são recolhidas em 72 horas e mantidas na geladeira com - Não colher as fezes no período menstrual;
indicação de data e hora de coleta (vasilhame plástico, lata - Evitar a contaminação com urina, água
ou vidro de boca larga). ou outros elementos;
- Em caso de crianças pequenas, recolher
VOLUME NECESSÁRIO: Todo o volume de fezes colhidas as fezes da fralda, logo após a evacuação;
nas evacuações do quarto, quinto e sexto dias (mantendo- - Para esse exame, é contra-indicado o uso
se a dieta). de óleos minerais, óleo de rícino e enemas (bário).

Consideram-se patológicas as fezes que contêm alto teor PESQUISA DE SANGUE OCULTO NAS FEZES
de gordura acima de 25%.
Permite diagnosticar ulceração no trato digestivo. As
Dieta: no mínimo 1 g/kg de gordura além da dieta habitual, causas mais comuns de sangramento gastrointestinal
mantida por 6 dias. Adultos devem aumentar (além do superior são úlcera péptica, varizes esofagianas, gastrite e
habitual) 3 colheres de sopa (CS) de azeite de oliva, 2 CS câncer gástrico.
creme de leite, 1 CS manteiga e duas fatias de queijo.

6
N o i nt e s t i n o b a i x o, a s c a u s a s m a i s f r e q u e n t e s d e DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO PROTÉICA -

sangramento são colite, carcinoma de cólon e diverticulite.


ALBUMINA SÉRICA m /dL
Medicamentos como aspirina, salicilatos, esteróides,
derivados de rauwolfia, indometacina e colchicina também Nutrido >3,5
são responsáveis por sangramentos gastrointestinais. Leve 3 — 3,5
Devem ser evitados por 3 dias antes do exame. Moderada 2,4 — 2,9
Grave <2,4
Quando houver esse tipo de suspeita, pelo menos três
amostras de fezes devem ser examinadas. Meia-vida 20 dias.

Reduzida na desnutrição, doenças hepáticas, ICC,


Medicamentos à base de ferro podem levar a resultados doenças hepáticas, inflamação e infecções.
falso-positivos.

AMOSTRA: Fezes recentemente colhidas (frasco plástico) TRANSFERRINA SÉRICA (mg/dL


após dieta adequada. Leve 150 — 200
1 Moderada 100 — 150
VOLUME NECESSÁRIO: 5g (1/3 do recipiente coletor) Grave <100
para fezes moldadas ou líquidas.
Meia-vida 8 dias.
ORIENTAÇÕES: Dieta mantida por dois dias consecutivos. PREALBUMINA SÉRICA m /dL
Devem ser evitados: Nutrido 15,1 — 42
- Alimentos ricos em ferro: Carnes vermelhas e/ou Leve 10 — 15
sanguinolentas, ovos, broto de feijão e feijão preto; Moderada 5 — 9,9
- Vegetais verdes e com grande quantidade de peroxidase: Grave <5,0
brócolis, couve-flor, espinafre, nabo e rabanete. Meia-vida 2 a 3 dias.
— Alimentos ricos em vitamina C;
— Bebidas alcoólicas.
PROTEÍNA LIGADA AO RETINOL SÉRICA (mEq/dL) —
COLETA: Ao final do segundo ou terceiro dia pela manhã, m a i s s e n s í v e l
mantendo a dieta, coletar uma amostra de fezes e enviar N u t r i d o 3 — 5
ao laboratório. Meia-vida 10 — 12h. Mais sensível ás alterações
nutricionais.
OBSERVAÇÕES:
— Não usar purgativos. Em caso de Reduzida na carência de vitamina A e zinco, doenças
constipação intestinal, pode ser administrado hepáticas e infecções graves.
supositório de glicerina;
— Não colher fezes durante a menstruação ÍNDICE CREATININA-ALTURA (ICA) - Durante a
ou quando houver sangramento local; desnutrição e patologias hipercatabólicas, a degradação
— Consultar o médico assistente quanto ao uso intensa do músculo-esquelético pode ser aferida a partir da
de outros medicamentos; dosagem da creatinina urinária utilizando o ICA.
— Evitar a contaminação com urina, água
ou outros elementos; Re pr es en ta um b om in di ca do r de re se rv a p ro té ic a
— Em caso de crianças pequenas, recolher muscular. Depende da coleta adequada de urina de 24h
as fezes da fralda logo após a evacuação; ou oligúria.
— Para esse exame é contraindicado o uso
de óleos minerais e enemas (bário); ICA = creatinina urinária 24h x 100 / excreção ideal por
— A dieta poderá ser dispensada por sexo
solicitação médica, o que deve ser informado no
recebimento da amostra.

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Excreção de Creatinina Urinária por peso ideal (mg/dia) em homens

Idade (em anos)


Altura (cm) 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 80-89

146 1258 1169 1079 985 896 807 718

148 1284 1193 1102 1006 915 824 733

150 1308 1215 1123 1025 932 839 747

152 1334 1240 1145 1045 951 856 762

154 1358 1262 1166 1064 968 872 775

156 1390 1291 1193 1089 990 892 793

158 1423 1322 1222 1115 1014 913 812

160 1452 1349 1246 1137 1035 932 829

162 1481 1376 1271 1160 1055 950 845

164 1510 1403 1296 1183 1076 969 862

166 1536 1427 1318 1203 1094 986 877

168 1565 1454 1343 1226 1115 1004 893

170 1598 1485 1372 1252 1139 1026 912

172 1632 1516 1401 1278 1163 1047 932


174 1666 1548 1430 1305 1187 1069 951

176 1699 1579 1458 1331 1211 1090 970

178 1738 1615 1491 1361 1238 1115 992

180 1781 1655 1529 1395 1269 1143 1017

182 1819 1690 1561 1425 1296 1167 1038

184 1855 1724 1592 1453 1322 1190 1059

186 1894 1759 1625 1483 1349 1215 1081

188 1932 1795 1658 1513 1377 1240 1103

190 1968 1829 1681 1542 1402 1263 1123


FONTE: Walser IPEN 11 (5) suppl.1987. Apud Waitzberg LD. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica São Paulo: Atheneu, p. 282,2000.

8
Excrecão de Creatinina Urinária por peso ideal (mg/dia) em mulheres

Idade (em anos)


Altura (cm) 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 80-89

140 858 804 754 700 651 597 548

142 877 822 771 716 666 610 560

144 898 841 790 733 682 625 573

146 917 859 806 749 696 638 586

148 940 881 827 768 713 654 600

150 964 903 848 787 732 671 615

152 984 922 865 803 747 685 628

154 1003 940 882 819 761 698 640

156 1026 961 902 838 779 714 655

158 1049 983 922 856 796 730 670

160 1073 1006 644 877 815 747 686

162 1100 1031 968 899 835 766 703

164 1125 1054 990 919 854 783 719

166 1148 1076 1010 938 871 799 733

168 1173 1099 1032 958 890 817 749

170 1199 1124 1055 980 911 835 766

172 1224 1147 1077 1000 929 853 782

174 1253 1174 1102 1023 951 872 800

176 1280 1199 1126 1045 972 891 817

178 1304 1223 1147 1065 990 908 833

180 1331 1248 1171 1087 1011 927 850


FONTE: Walser IPEN 11 (5) supp1.1987. Apud Waitzberg LD. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica 53o Paulo: Atheneu, p. 282,2000.

ICA
Nutrido l
ei r
>80 ÍNDICE DE PROGNÓSTICO NUTRICIONAL (IPN) -
DEP Moderada 60 — 80 Foi desenvolvido por Buzby para pacientes
DEP Grave <60 cirúrgicos, na tentativa de prever o risco de
morbidade pós-cirúrgica. Este índice permite uma
intervenção nutricional objetivando melhorar o
3-METIL-HISTIDINA - Associada ao catabolismo protéico.
Parâmetro de seguimento nutricional, quadro clínico e nutricional antes do ato cirúrgico.
recuperação nutricional e catabolismo muscular.
IPN = 158 — (16,6 X ALB) — (0,78 x DCT) — (0,2 X — (5,8 X I-
BALANÇO NITROGENADO (BN) - Reflete a
dinâmica protéica. IC) Onde:

BN = (PTN ingerida)/6,25 — (uréia urinária)/2,14 + 4 ALB — albumina em g/dL


+ outras perdas DCT— valor absoluto em
mm T— transferrina em
O Equilíbrio
g/d1_
Anabolismo
Catabolismo HC— teste de hipersensibilidade cutânea
0 não reator
CONTAGEM TOTAL DE LINFÓCITOS (CTL) - Avalia 1 4 enduração < Smm
a competência imunológica. 2 -› enduração > 5mm

CTL = [% linfócitos x leucócitos]/100 Interpretação:


Alto risco = 50%
Depleção leve 1.200 — 2.000 céls/mm3 Risco intermediário = 40 a
Depleção moderada 800 — 1.199 céls/mm3 49% Baixo risco = 540%
Depleção grave <800 céls/mm3

9
ÍNDICE DE RISCO NUTRICIONAL (IRN) IPIN = alfa-l-GA (mg/L) + PCR (mg/L)
Alb (g/L) + TTR (mg/L)
Esse índice associa parâmetros empregados na avaliação Onde:
nutricional em fórmula específica que tem por objetivo
estabelecer associação entre o estado nutricional e a
ALB — albumina em g/dL
morbimortalidade, ou seja, visa determinar o risco que o
paciente apresenta submetido a um fator injúria qualquer, TTR—transtirretina
estando sob uma condição nutricional insatisfatória. Alfa-1-GA - alfa-1-glicoproteína ácida
IRN = (15,9 X ALB) + (0,417) X % peso usual
PCR— proteína C reativa

Interpretação:
Onde:
Risco de morte = 30
Alto risco de complicações = 21 a 31
ALB— albumina em g/dL Médio risco de complicações= 11 a 20
% peso usual— (Peso atual X 100)/Peso usual Baixo risco de complicações = 1 a 10
Paciente sem infecção ou inflamação = 5 1
Interpretação:
Adequado = 100% DIABETES (DM)
Desnutrição moderada = 97,5 — 99,9%
Desnutrição grave = 597,5%
DIAGNÓSTICO E ACOMPANHAMENTO LABORATORIAL
ÍNDICE PROGNÓSTICO NUTRICIONAL HOSPITALAR
(INH) - Glicemia

Foi desenvolvido por Harley et al (1981), sendo calculado Diagnóstico Glicemia (mg/dL )

a partir da seguinte fórmula: Jejum 2h após 75g Casual


de glicose
INH = (0,91 X ALB) - (1,0 X HC) —(1,44 X sepse) + (0,98 X diagnostico) Normal <100 <140
Pré-DM 100 e <126 140 e <200 -
Onde: DM 126 200 200
sintomas
ALB— albumina em g/dL
HC — teste cutâneo - Hemoglobina Glicada (%
O não reator Normal 5 — 5,5
1 enduração < 5mm
Maior risco de Pré-DM 5,5 — 6
2 —> enduração > Smm Pré-DM 5,7 — 6,4
Sepse— presente = 1; Ausente = 2 DM 6,5
Diagnostico clínico — câncer = 1; outras doenças = 2
DIABETES GESTACIONAL
Interpretação: Glicemia (mg/dL)
Sobrevida de 25% = 5 -1 Jejum 1h após 2h após 75g de
Sobrevida de 50% = zero 75g de glicose
Sobrevida de 90%= 2,5 glicose
SBD 2009 ADA 2011 ADA 2011 SBD 2009 ADA 2011
110 92 180 140 153
ÍNDICE PROGNÓSTICO INFLAMATÓRIO NUTRICIONAL
(IPIN)
SBD — Sociedade Brasileira de Diabetes
ADA — Associação Americana de Diabetes
O IPIN é calculado a partir dos valores de duas proteínas
positivas, proteína C reativa e alfa-1-glicoproteína ácida e
CONTROLE ADEQUADO DO DM
duas negativas, albumina e transtirretina.

Definido pelos seguintes critérios:


Este índice tem sido usado para caracterizar pacientes - Ausência de glicosúria;
críticos, tendo invariabilidade e precisão para prever o - Glicemia de jejum <110mg/dL;
risco de complicações e morte desses pacientes.
- Pós-prandias (2h após refeições) <140mg/dL; sendo
inaceitáveis <60 ou >240mg/dL;
- Hb1AC 7°/0.

INSULINA

É um peptídeo sintetizado pelas células beta das ilhotas de


Langerhans do pãncreas, e sua secreção é controlada
pelos níveis de glicemia, estímulos nervosos e hormonais.

Diversas formas de resistência à insulina, por diferentes


mecanismos, vêm sendo descritas.

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