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É necessário que o terapeuta faça esta ava- Na primeira sessão, o terapeuta faz
liação através da escala de 0 a 100 ou da uma pequena exposição do modelo, utili-
escala categórica em todas as sessões, zando um exemplo do cliente. Eu gostaria
mesmo que utilize o BDI. Esta informação que você me contasse uma situação recen-
é importante para acompanhar sistemati- te em que você se sentiu particularmente
camente a evolução do caso. desconfortável (ou triste, aborrecido, ansi-
oso, etc.)? Nesta fala do cliente, o terapeuta
Educação do cliente sobre o modelo procura identificar os seguintes itens: a
cognitivo: situação (ex: Foi na escola, durante a
Ao longo do processo terapêutico, o aula de estatística, o professor perguntou
terapeuta vai ensinando paulatinamente ao qual resposta eu dei ao exercício e a mi-
cliente como funciona o modelo cognitivo: nha resposta estava errada), o(s) pen-
são os nossos pensamentos que provocam samento(s) (Eu sou incompetente, isso é
nossas emoções e determinam os nosso difícil demais para a minha cabeça, eu
comportamentos. não tenho capacidade para o estudo), os
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A estrutura das sessões em Terapia Cognitiva
afetos (Fiquei nervosa e triste comigo gui mais acompanhar a aula). Veja o or-
mesma) e o(s) comportamento(s) do ganograma abaixo:
cliente (Eu abaixei a cabeça e não conse-
PENSAMENTO EMOÇÃO
Eu sou incompetente, Nervosismo e tristeza.
SITUAÇÃO Isto é muito difícil para
Resposta errada mim,
na aula de esta- Não tenho capacidade COMPORTAMENTO
tística. para o estudo. Abaixar a cabeça e não acompa-
nhar mais a aula.
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A estrutura das sessões em Terapia Cognitiva
tarefas de casa, resumo da sessão e feed- zar com o resumo e o feedback desta ses-
back. são.
Inclusão de novos itens comple-
Rapport: mentares da agenda, que serão abordados
O rapport deve ser breve e continu- antes da educação do cliente sobre o mode-
ar o processo de vinculação iniciado na lo cognitivo e sobre seu problema. Há al-
primeira sessão. gum assunto que você gostaria de incluir
na agenda? Eu (o terapeuta) gostaria de
Ponte com a sessão anterior: que você me falasse um pouco sobre um
No início da sessão, retomar com o assunto importante (por exemplo: sua vida
cliente os principais pontos abordados na escolar, namoro, atividades de lazer, famí-
sessão anterior. Sobre o que falamos na lia, emprego, etc.).
sessão anterior? O que foi importante para
você? O que você aprendeu sobre si mesmo Verificação do humor:
na sessão passada? Fazer a avaliação do estado afetivo
do cliente, utilizando as escalas de 0 a 100
ou as escalas categóricas.
Revisão das tarefas de casa da sessão No caso de depressão, incluir nesta
anterior: sessão a avaliação através do inventário de
Recorde com o cliente as tarefas de Beck, o BDI.
casa passadas na sessão anterior, uma a
uma. Questione o cliente: Que tarefa de Itens complementares da agenda:
casa você fez? Houve alguma que você Abordar com o cliente cada um dos
não fez? Por quê? Como se sentiu ao reali- temas incluídos na agenda pelo próprio
zar a tarefa? O que você pensou sobre a terapeuta ou por solicitação do cliente.
tarefa? Como você acha que se saiu em
relação às tarefas? O que você aprendeu Educação do cliente sobre o modelo
com as tarefas de casa? cognitivo:
Caso identifique alguma dificuldade Aprofundar o entendimento sobre o
em relação às tarefas da sessão anterior, o modelo cognitivo.
terapeuta pode incluir este item na agenda Nesta e nas próximas sessões, o
desta sessão. modelo será ampliado, com a inclusão da
distinção entre os pensamentos da crença
central (Ninguém me ama) e dos pensa-
Atualização do estado do cliente: mentos automáticos (Meus pais gostam
O objetivo é obter uma compreen- mais do meu irmão do que de mim, eu não
são do sujeito que abranja o período entre tenho amigos, eu não consigo arranjar
esta e a sessão anterior. Como foi a sua namorado), que sevem de base para a
semana? Houve algo que lhe incomodou crença central.
durante a semana? Como esteve o seu hu- Ensinar o cliente a preencher o Diá-
mor nos últimos dias comparando com rio de Pensamentos Disfuncionais, que
outras semanas? consiste em uma ficha que o terapeuta en-
trega ao cliente para que este preencha
Estabelecimento de uma agenda pa- com detalhes a respeito do seu problema,
ra a sessão: informando a data e a hora em que ocorreu
Estabelecer um roteiro com o clien- tal situação, o(s) pensamento(s) automáti-
te para a sessão. Hoje nossa sessão será co(s), a(s) emoção(ões) desencadeada(s) e
bastante variada. Vamos fazer a verifica- a sua resposta(s) comportamental(is), con-
ção do seu humor, como na semana pas- forme o modelo abaixo:
sada. Vamos conversar sobre o modelo
cognitivo, sobre o seu problema, uso de
técnicas e estratégias cognitivo-
comportamentais, estabelecer as tarefas
de casa para a próxima semana e finali-
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A estrutura das sessões em Terapia Cognitiva
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A estrutura das sessões em Terapia Cognitiva
Situação: Comportamento:
Crença central:
Conversa entre Permanecer calada
Eu sou inadequada
colegas de clas- durante a conversa
se
PA 3: eu não sei
PA 1: Eu só
me expressar bem
falo besteira
verbalmente
PA 2: Eles acham
que sou tola
.
Para isto, o terapeuta deve preparar
um material bibliográfico (folhetos explica-
tivos) sobre o problema do seu paciente.
Educação do cliente sobre o seu pro- Este texto, formulado com base na literatu-
blema: ra científica da área (CID-10, DSM IV-R,
Logo no início do tratamento, o entre outros) e escrito em linguagem ade-
cliente é informado de que a terapia tem quada ao nível de compreensão do cliente,
uma função pedagógica destinada a ensi- será entregue a ele para que este o leia
ná-lo a detectar e a reduzir os seus sinto- (como tarefa de casa) e o discuta nas ses-
mas. Neste sentido, é função do terapeuta sões. A fim de identificar transtornos men-
informar ao cliente sobre o seu problema, tais, pode-se consultar o quadro a seguir:
ajudando-o a conhecer-se melhor.
Uso de técnicas e estratégias cogni- seja produtiva. Deve-se buscar estas técni-
tvo-comportamentais: cas e estratégias em manuais de terapia.
As técnicas empregadas na Terapia Entre as técnicas especificamente
Cognitiva são muito diversificadas e reque- cognitivas, destacam-se o diário de pen-
rem um estudo especial para que a escolha samentos disfuncionais para identificação
da técnica e a sua execução com o cliente e registro de auto-observação, técnica de
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A estrutura das sessões em Terapia Cognitiva
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Estas são algumas orientações que
vão ajudar o terapeuta, principalmente o
iniciante, a atuar de maneira mais segura
na condução do processo terapêutico se-
guindo um modelo cognitivista.
Como sugestão, é importante que o
clínico procure complementar as informa-
ções aqui expostas com uma sólida forma-
ção em psicopatologia, um aprofundamen-
to na compreensão dos conteúdos cogniti-
vos, em especial, a identificação das cren-
ças, e, por fim, ampliar o seu domínio no
uso das técnicas e estratégias de interven-
ção.
REFERÊNCIAS:
ABREU, C. N. & ROSO, M. (Orgs.) Psicoterapias Cognitiva
e construtivista. Porto alegre: Artes Médicas, 2003.
BECK, A. et. al. Terapia cognitiva da depressão. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1997.
BECK, J. Terapia cognitiva: Teoria e prática. Porto Ale-
gre: Artes Médicas, 1997.
BECK, A. et. al. Terapia cognitiva dos transtornos da
personalidade. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
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A estrutura das sessões em Terapia Cognitiva
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A estrutura das sessões em Terapia Cognitiva
acreditar no pensamento automático? Qual poderia ser o efeito de eu mudar o meu pensamento? 5) O que eu deveria fazer em
relação a isso? 6) Se _______ (nome do(a) amigo(a)) estivesse na situação e tivesse esse pensamento , o que eu diria a ele(a)?
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