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FACULDADE DE JUAZEIRO DO NORTE - FJN

ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL

REGYNA KELMA DUARTE DE AQUINO

O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A


IMPORTÂNCIA DESSA PRÁTICA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DO
ALUNO.

JUAZEIRO DO NORTE – CEARÁ


2020
REGYNA KELMA DUARTE DE AQUINO

O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A


IMPORTÂNCIA DESSA PRÁTICA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DO
ALUNO.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade de Juazeiro do Norte – FJN como parte
dos requisitos para obtenção do título de especialista
em Educação Infantil e Ensino Fundamental.

Orientador: Maria Socorro Oliveira Cavalachy

JUAZEIRO DO NORTE – CEARÁ


2020
REGYNA KELMA DUARTE DE AQUINO

O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A


IMPORTÂNCIA DESSA PRÁTICA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DO
ALUNO.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade de Juazeiro do Norte – FJN como parte
dos requisitos para obtenção do título de especialista
em Educação Infantil e Ensino Fundamental.

Orientador: Maria Socorro Oliveira Cavalachy

JUAZEIRO DO NORTE – CEARÁ


2020
RESUMO

O brincar pode influenciar significativamente na aprendizagem da criança, pois quando brinca


ela descobre, cria, inventa e reorganiza o que já sabe de forma espontânea e imaginativa,
produzindo novos conhecimentos ou assimilando à sua maneira o que acontece no dia a dia,
ou seja, através do brincar a criança tem uma aprendizagem facilitada e prazerosa. Quando a
criança brinca, ela se apropria do mundo de forma simples, alegre e descontraída,
possibilitando interação e comunicação com outras pessoas, ela entra em um mundo de
fantasia onde tudo é possível, cria, produz, sonha e reitera a cada brincadeira, recomeçando
sempre, porque o tempo da criança é sem medida, capaz de ser sempre reiniciado. Nesse
sentido, o presente artigo mostrará uma breve discussão sobre a importância do brincar na
educação infantil, período acadêmico de fundamental importância para a criança no que diz
respeito ao seu processo de desenvolvimento e aprendizagem. Para tanto, o presente estudo se
fundamentará com base numa pesquisa bibliográfica e de estudo de caso, tendo como
instrumento para coleta de dados a observação e como forma de abordagem a mesma é
classificada como qualitativa.

Palavras-chaves: brincar, aprendizagem, criança, educação infantil.

ABSTRACT

Playing can significantly influence the child's learning, because when they play they discover,
create, invent and reorganize what they already know spontaneously and imaginatively,
producing new knowledge or assimilating in their own way what happens in everyday life,
that is, Through play the child has an easy and enjoyable learning. When the child plays, she
appropriates the world in a simple, happy and relaxed way, allowing interaction and
communication with other people, she enters a fantasy world where everything is possible,
creates, produces, dreams and reiterates with each play, starting over always, because the
child's time is unmeasured, able to always be restarted. In this sense, the present article will
show a brief discussion about the importance of playing in early childhood education, an
academic period of fundamental importance for the child regarding its development and
learning process. To this end, the present study will be based on a bibliographic research and
case study, having as instrument for data collection the observation and its approach is
classified as qualitative.

Keywords: play, learning, child, upbringing.


INTRODUÇÃO

O brincar pode influenciar significativamente na aprendizagem da criança, pois


quando brinca ela descobre, cria, inventa e reorganiza o que já sabe de forma espontânea e
imaginativa, produzindo novos conhecimentos ou assimilando à sua maneira o que acontece
no dia a dia, ou seja, através do brincar a criança tem uma aprendizagem facilitada e
prazerosa. Logo, o aspecto lúdico torna-se um importante instrumento na mediação do
processo de aprendizagem das crianças, pois elas vivem num universo de encantamento,
fantasia e sonhos onde o faz de conta e realidade se misturam a cada instante, favorecendo
assim o uso do pensamento, a concentração, o desenvolvimento social, pessoal e cultural e
afetivo. Portanto, podemos afirmar que quando atividades lúdicas são inseridas na sala de
aula, as crianças conseguem assimilar melhor o conteúdo trabalhado, pois sem dúvidas viajam
através da imaginação uma vez que tais atividades possibilitam o desenvolvimento
psicológico e cognitivo das mesmas constituindo-se assim como um instrumento didático
importante para o professor.
Quando a criança brinca, ela se apropria do mundo de forma simples, alegre e
descontraída, possibilitando interação e comunicação com outras pessoas, ela entra em um
mundo de fantasia onde tudo é possível, cria, produz, sonha e reitera a cada brincadeira,
recomeçando sempre, porque o tempo da criança é sem medida, capaz de ser sempre
reiniciado. Ao brincar, a criança tem a capacidade não só de mediar à sua relação com o
mundo, mas também de modificar a percepção e compreensão deste. Neste contexto, o brincar
na educação infantil proporciona a criança estabelecer regras constituídas por si e em grupo,
contribuindo para a integração do indivíduo na sociedade. Deste modo, a criança estará
resolvendo conflitos e hipóteses de conhecimento e, ao mesmo tempo, desenvolvendo a
capacidade de compreender pontos de vista diferentes, de fazer-se entender e de demonstrar
sua opinião em relação aos outros, a si própria e ao mundo, e ainda é nesse ato que podemos
diagnosticar e prevenir futuros problemas de aprendizagem infantil.
Partindo do pressuposto de que o brincar auxilia na aprendizagem, é necessário a
conscientização dos pais, professores e sociedade em geral sobre a importância deste ato na
sala de aula, ou seja, de que o brincar faz parte de uma aprendizagem prazerosa não sendo
somente lazer, mas sim, um ato de aprendizagem, do contrário a escolarização infantil perderá
a sua principal característica. Através do brincar, o professor obtém informações valiosíssimas
sobre seus alunos além de estimulá-los na criatividade, autonomia, interação com seus pares,
na construção do raciocínio lógico matemático, nas representações de mundo e de emoções.
Contudo, as atividades lúdicas não ocupam ainda um lugar de destaque nas salas de aulas,
mas é um importante meio de aprendizagem, uma vez que renomados autores, entre eles
Vigotsky e Piaget, comprovam que atividades as mesmas podem ser utilizadas como
estratégia positiva para a aprendizagem infantil. Portanto, o brincar enquanto recurso
pedagógico na aprendizagem deve ser visto de forma séria, competente e responsável. Usado
de maneira correta, oportuniza ao educador e ao educando aprendizagens em múltiplos
aspectos, favorecendo o desenvolvimento das potencialidades das crianças, cabe então ao
educador, intervir de forma adequada, sem prejudicar a desenvolvimento do aluno.
Baseado neste contexto, o presente artigo mostrará uma breve discussão sobre a
importância do brincar na educação infantil, período acadêmico de fundamental importância
para a criança no que diz respeito ao seu processo de desenvolvimento e aprendizagem. Para
tanto, o presente estudo se fundamentará com base numa pesquisa bibliográfica de caráter
qualitativo em literaturas especializadas sobre o assunto, com o intuito de desenvolver uma
análise mais abrangente a respeito da temática. O presente trabalho busca ainda conscientizar
educadores de que é possível usar a ludicidade, o brincar como prática educativa, de modo
que os mesmos consigam superar as práticas assistencialistas relacionadas à criança e,
alternativas para inovar e reconfigurar suas práxis e sua postura de professor.
O presente trabalho está estruturado em três capítulos, no primeiro é feito uma
abordagem sobre o brincar no universo infantil, no segundo é explanada a metodologia
utilizada para execução do mesmo, já no terceiro e último capitulo é feita a apresentação e
discussão dos dados obtidos durante a pesquisa. O presente trabalho busca enfatizar a
relevância do brincar e o quanto é importante trabalhar com brincadeiras na educação infantil,
pois é nesse período que a criança poderá adquirir o gosto e a vontade de descobrir novas
aventuras através do lúdico.

CAPITULO 1 – O BRINCAR NO UNIVERSO INFANTIL


1.2 Reflexões sobre o brincar

É na infância que a criança desenvolve suas especificidades afetivas, emocionais,


sociais e cognitivas, na qual o brincar representa uma forma particular de expressão,
pensamento, interação e comunicação. Dessa forma, o brincar apresenta-se como uma das
maneiras mais naturais e divertidas de formar o conhecimento da criança.
Antes de evidenciarmos o brincar, é interessante fazermos a distinção entre o brincar e
o jogar, que muitas vezes são compreendidos como um único sentido. Segundo Dantas (2013,
p. 111), o “brincar é anterior a jogar, conduta social que supõe regras. Brincar é forma mais
livre e individual, que designa as formas mais primitivas de exercício funcional, como a
lalação”. Todavia, Dantas (2013) ressalta que o lúdico abrange os dois termos brincar/jogar,
ou seja, atividade individual/livre e atividade coletiva/regrada. Portanto, o termo ludicidade
engloba os dois conceitos: brincar e jogar como uma ação prazerosa presente nas duas
situações, mas, pode-se dizer que a brincadeira relacionam-se diretamente com a criança e não
se confunde com o jogo, sendo assim a brincadeira é o lúdico em ação.
Conforme Sebastiani (2003, p. 119), a brincadeira “é para a criança um espaço de
investigação e construção de conhecimento sobre si mesma e sobre o mundo”. Neste sentido,
fica evidente que a brincadeira não se caracteriza apenas como um momento para diversão,
através dela, as crianças desenvolvem habilidades como a atenção, a memória, a imaginação,
a criatividade e também a socialização. É brincando que elas descobrem o mundo, trocam
experiências e culturas de forma espontânea.
Portanto, o lúdico é essencial na infância, assim como em outras etapas da vida, não se
caracterizando apenas como um momento para diversão, através desta ação, os sujeitos,
principalmente as crianças desenvolvem habilidades como a atenção, a memória, a
imaginação, a criatividade e também a socialização. É brincando que elas descobrem o
mundo, trocam experiências e culturas de forma espontânea.
Segundo RCNEI, Brasil (1998), brincar é umas das atividades fundamentais para o
desenvolvimento da identidade e da autonomia. Ao brincar a criança, pensa e analisa sobre
sua realidade, cultura e o meio em que está inserida, discutindo sobre regras e papéis sociais.
Ao brincar a criança aprende a conhecer, a fazer, a conviver e a ser, favorecendo o
desenvolvimento da autoconfiança, curiosidade, autonomia, linguagem e pensamento.
O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de
gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz
com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem
desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a
imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas
capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e
experimentação de regras e papéis sociais (BRASIL, 1998, p. 22).
Fica claro então, que o brincar para a criança não é apenas uma questão de diversão,
mas também de desenvolvimento de suas potencialidades.

1.3 As contribuições do brincar para o desenvolvimento da criança


O brincar está intimamente relacionado à vida da criança, sendo considerado
fundamental para o seu desenvolvimento por trazer vantagens sociais, cognitivas, afetivas e
motoras. Dessa forma, quanto mais oportunidade a criança tiver de brincar mais fácil será o
seu desenvolvimento. Carderelli (2007, p. 14) aponta que:
[...] brincando, jogando, a criança experimenta, descobre, inventa, aprende,
confere e desenvolve habilidades. Além de estimular a curiosidade, a
autoconfiança e a autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem,
do pensamento, da concentração e atenção (CARDERELLI, 2007, p. 14).

Portanto, é por meio da brincadeira ou do jogo, da ludicidade que a criança se


desenvolve cognitivamente, brincando ela aprende melhor a aceitar a existência do outro, e a
organizar suas relações emocionais e sociais, adaptando-se melhor ao ambiente onde estejam
inseridas. Heinkel (2000) explana que o brincar contribui, ainda, para a formação da
personalidade da criança.

A criança que brinca está desenvolvendo-se e, nesse processo de construção


e reconstrução, as especificidades e singularidades de cada um estão
presentes. É brincando que revela seus medos, alegrias, angustias, conflitos,
busca entender-se e ao mesmo tempo entender a realidade social e cultural.
Expressa no brincar aquilo que tem dificuldades de colocar em palavras. Na
ação a criança investe sua história pessoal de vida até então construída
(HEINKEL, 2000, p. 66).
Dessa forma, podemos dizer que a brincadeira é uma linguagem natural da criança
devendo estar presente em seu ambiente e principalmente na escola, uma vez que ao ingressar
na pré-escola, a criança se descobre em um ambiente novo e desconhecido, durante este
período ela encontrará algumas dificuldades no seu processo de adaptação e socialização, para
reverter esse quadro é necessário que o docente lhe apresente atividades lúdicas que motivem
ela e os demais. Nesse contexto, ao ingressar no ambiente escolar a criança precisa explorar o
jogo e a brincadeira em contato com outras crianças.
Segundo o psicólogo Vigotsky (1984, p. 117), “é na brincadeira que a criança se
comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário.
A criança vivencia uma experiência no brinquedo como se ela fosse maior do que é na
realidade”. É, portanto, no brincar que as crianças se desafiam, levantando hipóteses na
tentativa de compreender os problemas que lhes são propostos pelas pessoas e pela realidade
com a qual interagem. Quando brincam, ao mesmo tempo em que desenvolvem sua
imaginação, as crianças podem construir relações reais entre elas e elaborar regras de
organização e convivência.
É por essa razão que Vigotsky considera que a brincadeira cria para as crianças uma
“zona de desenvolvimento proximal”, Vigotsky acredita que a brincadeira é crucial para o
desenvolvimento cognitivo, pois o processo de criar situações imaginárias leva ao
desenvolvimento do pensamento abstrato, ou seja, durante o brincar ocorre a relação entre os
significados, objetos e ações. É nas brincadeiras que as crianças traduzem/expressam o que
vivem e sentem. Portanto o brincar deve ser considerado como ação primordial para o
desenvolvimento infantil, sendo uma das formas da criança colocar para fora medos,
problemas e angústias que já enfrentou ou enfrenta.

CAPITULO 2 – METODOLOGIA
2.1 Procedimentos metodológicos

Os procedimentos metodológicos utilizados para executar este trabalho consistiram de


uma pesquisa bibliográfica e de estudo de caso, tendo como instrumento para coleta de dados
a observação e como forma de abordagem a mesma é classificada como qualitativa.
Conforme Gil (2008, p. 50) “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”.
A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao
investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do
que aquela que poderia pesquisar diretamente. Esta vantagem se torna
particularmente importante quando o problema de pesquisa requer dados
muito dispersos pelo espaço (GIL, 2008, p. 50).
Já a pesquisa de campo de acordo com Fonseca (2002) se dá através de investigações,
em que se realiza a coleta de dados junto a pessoas do objeto de estudo.
Dentre os tipos de pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso, Triviños (2009, p. 132)
destaca a do tipo observacional, onde a técnica de coleta de dados mais importante é a
observação participante, ou seja, observar é:
destacar de um conjunto algo especificamente, prestando, por exemplo,
atenção em suas características. Observar um fenômeno social significa, em
primeiro lugar, que determinado evento social, simples ou complexo, tenha
sido abstratamente separado de seu contexto para que, em sua dimensão
singular, seja estudado em seus atos, atividades, significados e relações
(TRIVIÑOS, 2009, p.153).
Para Minayo (2001), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados,
motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais
profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à
operacionalização de variáveis. Na pesquisa qualitativa, não há preocupação com números,
mas sim com a compreensão de um grupo social, de uma entidade, ou organização. Quando se
escolhe a pesquisa qualitativa, buscamos explicar o porquê de uma determinada coisa.
Em conjunto esses procedimentos tentaram responder a seguinte pergunta: Como o
brincar está sendo trabalhado na Escola O Semeador em Juazeiro do Norte – CE?

CAPITULO 3 – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS


3.1 Dados da escola

A Escola O Semeador, entidade filantrópica pertencente a Associação Instrutora da


Juventude Feminina foi fundada em 16 de março de 1995, encontra-se localizada na rua Dona
Leopoldina, Nº 345, bairro Aeroporto, da cidade de Juazeiro do Norte – CE, a mesma possui
como atividade primaria a Educação Infantil e a Pré-Escola, estas compostas por crianças da
classe social baixa da comunidade local, grande parte são pessoas que trabalham e precisam
que seus filhos estejam na escola ou de pais que se encontram desempregados. A faixa etária
dos alunos atendidos na Educação infantil e Pré-Escola é de 02 a 06 anos.
Quanto a estrutura física a escola é composta por: 7 salas de aulas, sala de diretoria,
sala de professores, sala de leitura, sala de secretaria, laboratório de informática, biblioteca,
parque infantil, banheiro dentro do prédio, banheiro adequado à educação infantil, cozinha,
despensa, almoxarifado, pátio coberto e área verde. A escola conta com 33 funcionários.

3.2 Analise das atividades observadas

Na observação é preciso ter presente dois aspectos de natureza metodológica que são
muito importantes. Um deles relacionado com a amostragem de tempo, que é o processo de
escolha dos dias e jornadas de trabalho a ser observada. O outro aspecto é as denominadas
anotações de campo, as quais podem ser de natureza descritiva ou reflexiva.
Os sujeitos que abrangem este trabalho foram meus alunos no ano de 2019 e
compreendem a faixa etária dos 6 anos de idade, logo estão iniciando o processo de
alfabetização. Essa turma compreende 24 alunos, onde 4 são meninas e 7 são meninos. Foi
por meio dessa amostra que a pesquisa realizou-se. Segundo Levin (1985, p. 19):
[...] posto que o pesquisador trabalha com tempo, energia e recursos
econômicos limitados, raras vezes ele estuda individualmente todos os
sujeitos da população na qual está interessado. Em lugar disso, o pesquisador
estuda apenas uma amostra – que se constitui de um número menor de
sujeitos tirados de uma determinada população. Através do processo de
amostragem, o pesquisador busca generalizar (conclusões) de sua amostra
para a população toda, da qual essa amostra foi extraída (LEVIN, 1985, p.
19).
A turma analisada possuía poucos problemas em relação à escrita e a leitura, a fim de
alavancar o processo de ensino e aprendizagem resolvi elaborar com eles jogos pedagógicos
que enfatizassem os conteúdos a serem ministrados, para que os mesmos pudessem descobrir
e aprender de modo prazeroso.
A maioria dos jogos realizados em sala de aula teve a função de identificação
gramatical das letras e palavras, como exemplo, o jogo da memória. A confecção desse jogo
foi elaborada pelos próprios alunos. Cada um ficou responsável por reproduzir no papel as
palavras e os desenhos correspondentes. Além do Português, nesse momento também pude
trabalhar noções de quantidades com eles, estimulando ainda mais o seu raciocínio. Essas
atividades de acordo com Machado (1990) apud Alves (2006, p.26) são motivadoras,
impulsionam naturalmente o gosto e o prazer pelo estudo, propiciam mais alegria aos alunos,
conduzem a investigação de novas técnicas de soluções de problemas envolvidos nos jogos,
dão a oportunidade de o aluno tornar-se um sujeito ativo e participante do processo de
aprendizagem, ou simplesmente trazem prazer pelo lazer da recreação.
Para a ampliação da capacidade lógica do aluno também foram realizados jogos
relacionados à matemática. A apresentação dos números, a construção do conceito de somar e
subtrair, do maior e menor, das formas geométricas, do pesado e do cheio foram alguns dos
conteúdos que puderam ser aplicados durante esse período.
Diante disso, apresento abaixo algumas brincadeiras que fizeram parte constante desse
processo pedagógico. Logo foram elaborados com objetivo, método, conteúdo e avaliação,
auxiliando assim no desenvolvimento da aprendizagem do aluno.
1. Corrida das cores:
Objetivo geral: Desenvolver na criança a percepção visual e tátil, coordenação
motora e a aprendizagem de forma lúdica através do jogo.
Objetivos específicos: identificar as cores, desenvolver o raciocínio lógico-
matemático através da classificação e aprimorar a coordenação motora ampla e fina.
Material: Um dado grande e com faces coloridas de diferentes cores, seis bolas de
plástico de cores diferentes e que sejam correspondentes às seis cores das faces do dado e
duas cestas para depositar as bolas. 
Espaços: A atividade pode ser feita no pátio da escola, na sala das crianças ou em
qualquer espaço onde seja possível organizar-se em duas filas.
Método: O professor organizará duas filhas, em seguida jogará o dado que é composto
pelas mesmas cores das bolas de plástico. A criança deve correr até o cesto e depositar a
bolinha da cor sorteada no dado. A criança que depositar primeiro ganha a corrida das cores.
A brincadeira termina quando todas as crianças participarem. A imagem 1, ilustra essa
atividade.
Imagem 1: Atividade lúdica: Corrida das Imagem 2: Atividade lúdica: Corrida das
cores. cores.

Fonte: acervo da autora (2019). Fonte: acervo da autora (2019).

2. Você consegue?
Objetivo: Estimular o aluno a realizar tarefas que estimulem o raciocínio, comparar
pesado e leve, verificar quantidades, narrar o que foi observado e perceber os diferentes tipos
de volumes.
Material: baldes iguais; garrafas pet de tamanhos diferentes; bacias com formatos
geométricos diferentes.
Espaços: A atividade pode ser feita no pátio da escola ou na sala das crianças.
Método: Para esse jogo, foram agrupados vários tipos de recipientes, com tamanhos e
formas diferentes. Esta atividade possuiu três fases. Na primeira fase, os alunos devem
descobrir qual balde possui maior peso, para isso cada aluno observa visualmente cada balde
levantando-os em seguida para observar o peso. Na segunda fase, os alunos devem encher
garrafas de diferentes tamanhos com o mesmo volume de água, observando sempre em quais
recipientes a água cabe e em quais trasbordará. Esta atividade proporciona ao aluno perceber
que o líquido não tem forma, já que os diferentes tipos de recipientes (quadrado, triângulo,
redondo) podem ser utilizados.

3. Projeto: O fantástico mundo dos dinossauros


O tema do projeto desperta o interesse natural das crianças desta faixa etária que, em
geral, contam com várias informações relativas a ele. O trabalho desenvolvido facilitará a
correlação entre os animais com seu ambiente que serão aprofundadas e ampliadas em vários
estudos e trabalhos relacionados ao tema. E com isso terão a oportunidade de conhecer esses
animais que viveram no nosso planeta a milhões de anos atrás.
Objetivo geral: Possibilitar através de pesquisas e atividades lúdicas a aquisição de
novos conhecimentos referentes aos dinossauros. Explorando sobre a extinção e a necessidade
da preservação das espécies existentes.
Objetivos Específicos: compreender o que é extinção, entender o modo de
sobrevivência dos dinossauros, aproximar as crianças à natureza, conhecer as diferentes
espécies de dinossauros e despertar a observação e a curiosidade na criança.
Espaços: A atividade pode ser feita no pátio da escola ou na sala das crianças.
Método: Pesquisas a respeito da história dos dinossauros, conhecimentos prévios
(habitat, moradia, alimento), atividades lúdicas, elaboração de cartazes relacionados ao tema,
leituras mostrando gravuras e bonecos de dinossauros, comparação dos tipos e tamanhos dos
dinossauros, confecção de dinossauro com material reciclado.
As imagens 2 e 3, ilustram o desenvolvimento do projeto “O fantástico mundo dos
dinossauros”.

Imagem 2: Confecção de quebra-cabeça Imagem 3: Confecção de painel com


com imagem de dinossauros. pinturas de dinossauros.

Fonte: acervo da autora (2019). Fonte: acervo da autora (2019).

Todos esses jogos foram realizados mais de uma vez em sala de aula variando algumas
vezes no conteúdo e no método, já o projeto “O fantástico mundo dos dinossauros” foi
realizado durante o mês de setembro de 2019. Através dessas atividade lúdicas, percebemos
que a motivação e o interesse de cada aluno se desenvolvia a cada aula. O ambiente favorável
ao aprendizado foi essencial para o entusiasmo e consequentemente para o estímulo da
criatividade. Cada ato, observação e jogo, foram importantes e essenciais para o processo de
assimilação dos conteúdos.
Enfatiza-se que os alunos desta turma foram receptivos as atividades propostas,
participando ativamente das mesmas. Ao término do ano letivo percebeu-se um avanço em
relação ao aprendizado da turma. A curiosidade pelo novo, a cooperação entre os colegas, a
valorização da cultura e a criatividade em solucionar problemas, ligados ao jogo aumentaram
o interesse pelos conteúdos escolares.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É da natureza da criança brincar, e por meio das brincadeiras que elas percebem as
múltiplas formas de se ver e interpretar o mundo, o que contribui para o desenvolvimento e
aprendizagem, pois quando brinca a criança pensa e analisa sobre sua realidade, cultura e o
meio em que está inserida, criando forma, conceitos, ideias, percepções e se socializa através
de interações.
Por meio desta pesquisa, pudemos confirmar a importância em se utilizar, de maneira
adequada, os jogos como recurso pedagógico. A observação e a aplicação de jogos, em sala
de aula, foram fundamentais para a comprovação do aperfeiçoamento das habilidades
educacionais nos alunos. A atenção, o raciocínio- lógico, a percepção, e o sentimento foram
características marcantes nesse processo, enriquecendo ainda mais o trabalho. Durante todo o
processo da pesquisa, os alunos demonstraram bastante interesse em participar das atividades.
Constatamos que houve uma melhora significativa quanto à facilidade em aprender
determinado conteúdo nas aulas ministradas. Os jogos construídos com a ajuda dos próprios
alunos estimularam a criatividade e o raciocínio durante as aplicações dos jogos.
É importe ressaltarmos que, para que a aprendizagem ocorra por meio do brincar é de
fundamental importância que o professor favoreça e promova a interação, planeje e organize
ambientes para que o brincar possa acontecer, possibilitando assim uma aprendizagem
espontânea, ou seja, é importante ressaltarmos que o brincar como atividade lúdica deve ser
utilizadas dentro do planejamento, da organização do ambiente e da produção de material
pensando na função estimuladora e na contribuição para o desenvolvimento das crianças,
logo, as brincadeiras não devem ser aplicadas apenas como diversão, sua importância deve ter
relação com o processo de ensino e aprendizagem, devem ser utilizadas meramente com fim
pedagógico.
Portanto, ao refletirmos sobre a importância do brincar, podemos constatar que esta
ação pode ser considerada como instrumento mediador no processo didático-pedagógico, que
auxilia no desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo, psicológico e social da criança em
formação. Esperamos que este trabalho possa estimular o educador na utilização dos jogos
educativos como uma ferramenta de auxílio na elaboração de suas atividades. Deste modo é
importante que cada educador procure em outras pesquisas e livros, conteúdos que abordam o
tema, para que haja um melhor entendimento sobre a importância do lúdico na vida
educacional do aluno.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1998.

CARDERELLI, Fernanda Cristina. A contribuição do lúdico nas séries iniciais do Ensino


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DANTAS, Heloysa. Brincar e trabalhar. In: KISHIMOTO, Tizuko Morchida (org.). O


brincar e suas teorias. São Paulo: Cengage Learning, 2013.

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

HEINKEL, Dagma. O brincar e a aprendizagem na infância. Injuí. Editora UNIJUÍ, 2000.

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SEBASTIANI, Márcia Teixeira. Fundamentos Teóricos e metodológicos da Educação


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