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Departamento de Educação Especial 1

- Taxonomia de Bloom -
Analisar, Avaliar e Criar
Sala de Recursos Multifuncional (SRM)
Departamento de Educação Especial 2

A taxonomia de Bloom, embora formulada na


década de 50, tem sido revisitada por
pesquisadores que reconhecem nela mais do
que uma ferramenta para a avaliação do
processo ensino-aprendizagem, mas uma
ferramenta útil e eficaz no planejamento e
implementação de aulas; na organização e
criação de estratégias de ensino. De acordo com
Almerico (2004), ao utilizar a taxonomia de Bloom
o formador planeja a aula com viés centrado no
aluno, e reflete sobre o que se deseja no final do
processo.

ALMÉRICO, G. M., BAKER, R. K., “Bloom’s Taxonomy Illustrative Verbs:


Developing a Comprehensive List for Educator Use”Florida Association of
Teacher Educators Journal Volume 1 Number 4, 2004 1-10. Recuperado
em fevereiro de 2013 de http://www.fate1.org/journals/2004/almerico1.pdf
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Todo desenvolvimento cognitivo deve seguir uma
estrutura hierárquica para que, no momento
oportuno, os estudantes com deficiência sejam
capazes de aplicar e transferir, de forma
multidisciplinar, um conhecimento adquirido.

Criar

Avaliar

Analisar
Aplicar

Entender

Lembrar competências
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Vamos retomar o que já abordamos nas webs anteriores, para que


possamos dar continuidade a linha de pensamento a respeito da
Taxonomia de Bloom.
LEMBRAR / ENTENDER / APLICAR
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LEMBRAR ENTENDER APLICAR


NÍVEL DE COMPLEXIDADE CRESCENTE

Lembrar” é definido por Segundo Forehand (2009), Scott (2003) diz que na
Thompson et al (2008) como a categoria “Entender” taxonomia original os
“recuperar conhecimento caracteriza-se pela verbos: “aplicar,
relevante da memória de “construção de computar, demonstrar,
longo termo”. ou significados através de manipular, modificar,
reconhecer informações, linguagem oral, escrita ou produzir e resolver” estão
ideias e princípios de gráfica, usando para isto a associados à categoria
maneira aproximada ao que interpretação, “Aplicação”, renomeada
foi aprendido. exemplificação, para “Aplicar” na
classificação, taxonomia revisada.

THOMPSON, Erool et al. “Bloom’s


sumarização, inferência e SCOTT, T. “Bloom's taxonomy applied to testing
in computer science classes”, In: Journal of
taxonomy for CS assessment”, In: X explicação” Computing Sciences in College, USA , 2003, v.
19, n. 1, p. 267-274.
Australasian Computing Education
Conference - ACE, Australian Computer FOREHAND, M. “Bloom's taxonomy: Original and
Society, 2008, p. 155-161. revised. In M. Orey (Ed.), Emerging perspectives
on learning, teaching, and technology”. 2005.
Recuperado em November 2012, de
http://projects.coe.uga.edu/epltt/
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Agora que retomamos, iremos dar continuidade a linha de pensamento a


respeito da Taxonomia de Bloom.
ANALISAR / AVALIAR / CRIAR
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ANALISAR AVALIAR CRIAR


Nível de complexidade crescente

Na categoria Analisar Thompson et al (2008) dizem O ato de juntar


espera-se que os alunos não que a categoria “Avaliação” elementos para formar
só lembrem e reconheçam pode ser definida como a um todo coerente e
os conceitos, mas saibam realização de julgamentos funcional, integrando e
diferenciar suas aplicações. baseados em critérios e combinando ideias
Trata-se da “decomposição padrões. Os mesmos autores num produto, plano ou
de um problema em suas definem a criação como o ato proposta nova.
partes constituintes e de juntar elementos para
determinação das relações formar um todo coerente e
entre as partes e o todo”. funcional.
THOMPSON, Erool et al. “Bloom’s taxonomy for CS
assessment”, In: X Australasian Computing Education
Conference - ACE, Australian Computer Society, 2008,
p. 155-161.
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4° Degrau Relacionado a dividir a informação em partes


Nível ANALISAR relevantes e irrelevantes, importantes e menos
importantes e entender a inter-relação existente
entre as partes.
Fonte: Ferraz e Belhot (2010, p. 429).

Relacionado a habilidade ANALISAR:


VERBOS relacionados a esta habilidade e que estão
presentes no Currículo Priorizado :
- Diferenciar
- Organizar
- Atribuir
- Concluir entre outros.
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SE o estudante LEMBRA,
ENTENDE e APLICA o
conhecimento matemático
ANALISAR diante da raiz quadrada ela
será capaz de DETERMINAR
E DECOMPOR.

DETERMINE a raiz quadrada do número 1024.


Aplicar
√1024
Entender Para determinar a raiz de 1024, vamos fazer
Lembrar O estudante a decomposição em primos:
O estudante consegue
1024 = 22 . 22 . 22 . 22 . 22
entende e resolver
O estudante consegue exercícios de Então, Neste nível o
lembra do explicar com raiz estudante com
conteúdo suas palavras o quadrada? deficiência possui
RAIZ QUADRADA? que se espera este
dele diante conhecimento
destes prévio.
exercícios?
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Mas o estudante não consegue resolver exercícios relacionados a este


conteúdo?

Muitas vezes a percepção do Professor SRM


diante das atividades encaminhadas ao
estudante, identificam que a flexibilização
Usei diferentes estratégias deverá ser ajustada ao que esta declarado
no Plano de Atendimento Educacional
para sua compreensão
Especializado.
mas o estudante com
deficiência atendido na
SRM, não possui o
Certifique-se de que esta
conhecimento prévio para
informação foi compartilhada
aplicar este conceito nas com o professor da disciplina.
atividades.

Atue de forma colaborativa! Auxilie,


exemplifique e compartilhe quais seriam
flexibilizações possíveis e coerentes ao
processo de aprendizagem do estudante.
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5° Degrau Os estudantes são capazes de justificar uma posição


Nível AVALIAR ou decisão, criticar pontos de vistas distintos e
avaliar o valor das ideias que apoiam determinado
ponto de vista.
.

Para colocar pontos de vista é preciso, lembrar do assunto,


entender seu significado, ter aplicado, analisado e somente
após a aplicação AVALIAR?
Ou seja, sem antes ter passado por estas etapas diante do
conhecimento é impossível realizar uma análise a respeito
em âmbitos conceituais.

Mas e a avaliação no ensino regular?


Existe relação com a taxonomia de Bloom?
Não é através da avaliação formal que verificamos
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o que cada estudante adquiriu conceitualmente a 12
respeito da temática ou de uma
sequência didática de aulas?
Diante da AVALIAÇÃO
ESCOLAR, este
pensamento na
elaboração de
atividades avaliativas
como as provas, faz
E diante da avaliação formal para o
sentido?
estudante com deficiência?
Os critérios de elaboração e
sequência dos exercícios devem ser
os mesmos?
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Quando solicitamos que o estudante com deficiência


CONCLUA, DEFENDA,DISCRIMINE,JUSTIFIQUE, RELATE
entre outros verbos relacionados a esta ação, estamos solicitando
que utilize habilidades cognitivas relacionadas ao nível AVALIAR da
taxonomia de Bloom.
Para que possa com autonomia e independência corresponder a
atividades neste nível conceitual, ele utilizará os conhecimentos e
habilidades desenvolvidas nos degraus que antecedem esta
habilidade.

Tendo isso claro, o nível AVALIAR ( relacionado as habilidades e ou


conhecimentos do estudante com deficiência) relaciona-se
diretamente com a forma de avaliação no contexto escolar!
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6° Degrau Significa colocar elementos junto com o objetivo de criar


Nível CRIAR uma nova visão, uma nova solução, estrutura ou modelo
utilizando conhecimentos e habilidades previamente
adquiridos. Envolve o desenvolvimento de ideias novas e
originais, produtos e métodos por meio da percepção da
interdisciplinaridade e da interdependência de conceitos.

Alguns verbos encontrado no currículo priorizado:


categorizar, combinar, compilar, compor, conceber,
construir, criar, desenhar, elaborar, estabelecer,
explicar, formular, generalizar, inventar...entre outros.
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É capaz de criar mapas Cria novas possibilidades de
mentais em execução de aplicar todos os conhecimentos
projetos e ideias com aprendidos criando algo novo.
Quando o estudante facilidade.
esta neste nível de
habilidade é possível
pular degraus diante
de uma atividade.

Criar

Avaliar

Analisar

Aplicar

Entender

Lembrar
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DUAS das inúmeras vantagens da utilização da
taxonomia de Bloom no contexto educacional

Oferecer a base para Estimular os professores a


o desenvolvimento de auxiliarem seus estudantes com
instrumentos de deficiência, de forma
planejamento, estruturada e consciente, a
avaliação e utilização adquirirem competências
de estratégias específicas a partir da
diferenciadas para percepção da necessidade de
facilitar, avaliar e dominar habilidades mais
estimular o simples (fatos) para,
desempenho dos posteriormente, dominar as mais
alunos em diferentes complexas (conceitos).
níveis de aquisição de
conhecimento;
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Auxilia no planejamento e na
organização do Plano de Atendimento
Educacional Especializado

Auxilia diante da adequação da


atividade

TAXONOMIA DE BLOOM Auxiliar a identificação de


habilidades e conceitos do
(revisada) estudante com deficiência

Auxilia no trabalho e ação


colaborativa na escola

Auxilia na identificação do
processo de aprendizagem do
estudante, relatado no relatórios
de rendimento educacional
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Aguardamos vocês, em nosso próximo


encontro!

Relatório de Rendimento
Escolar

Até lá...
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Referências:

ANDERSON, L. W. Rethinking Bloom's Taxonomy: implication for testing and assessment. Columbia:
University of South Carolina, 1999. (Report n. MF01/PC01). [ Links ]
ANDERSON, L. W. et. al. A taxonomy for learning, teaching and assessing: a revison of Bloom's Taxonomy
of Educational Objectives. Nova York: Addison Wesley Longman, 2001. 336 p. [ Links ]
BELHOT, R. V.; FREITAS, A. A.; VASCONCELLOS D. D. Requisitos profissionais do estudante de engenharia de
produção: uma visão através dos estilos de aprendizagem. Revista Gestão da Produção e Sistemas, v. 1, n.
2, p. 125-135, 2006. [ Links ]
BLOOM, B. S. Some major problems in educational measurement. Journal or Educational Research, v. 38, n.
1, p. 139-142, 1944. [ Links ]
BLOOM, B. S. et al. Taxonomy of educational objectives. New York: David Mckay, 1956. 262 p. (v. 1)
[ Links ]BLOOM, B. S.; HASTINGS, J. T.; MADAUS, G. F. Handbook on formative and sommative
evaluation of student learning. New York: McGraw- Hill, 1971. 923 p. [ Links ]
BLOOM, B. S. Innocence in education. The School Review, v. 80, n. 3, p. 333-352, 1972. [ Links ]
BLOOM, B. S. What we are learning about teaching and learning: a summary of recent research. Principal,
v. 66, n. 2, p. 6-10, 1986. [ Links ]

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