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UNIVESP | PEDAGOGIA (TURMA 2020) Bianca S. Lima 2023.

Organização do Trabalho Pedagógico.

Semana 1 - História, Limites e Perspectivas.

Videoaula | Apresentação da disciplina.


https://www.youtube.com/watch?v=jC9byLaV1EM

Videoaula | História da educação no Brasil | Aula 2 - A escola ontem e hoje.


https://www.youtube.com/watch?v=BERZeV49VGc

➔ A estrutura escolar que temos hoje foi estabelecida a partir das Leis de Diretrizes e Bases (LDB
1996-2006) .

Ensino primário: primeiro nível de ensino estabelecido pelo Estado, com a Primeira Lei Geral, de 15 de
outubro de 1827 (Escola de Primeiras Letras para meninos/meninas) - Brasil Império. Neste momento,
não havia uma estruturação do tempo, duração ou etapas.

Ato adicional de 1834: atribui às províncias o cuidado e organização do ensino primário, bem como a
formação dos seus professores que deveria ser feita nas escolas normais.
Apesar do Ato atribuir a responsabilidade do ensino secundário também às províncias, houve uma
pseudodescentralização. Com a fundação do Colégio D. Pedro II, em 1837, sob a jurisdição da Corte, que
determina que os demais colégios das províncias precisariam adequar seus programas aos do colégio
padrão, contrariando, assim, a autonomia dada às províncias pelo Ato Adicional.
O Ato determina também que o ensino superior e da Corte seriam de responsabilidade da União

Grupos escolares: 1893 (Escola Graduada). São Paulo é pioneiro, o 1º estado que adota o sistema.
Após concluir o ensino primário, haveria a possibilidade de continuar os estudos no ensino secundário;
Mas não era acessível para todos por ser bastante seletivo, com a realização de exames de admissão.
A estrutura e o nível de exigência eram bastante altos, a reprovação era também bastante elevada.
Ensino médio dividido em ramos: formação profissional e secundário (que permitia o acesso ao ensino
superior).
• 1931 – reforma Francisco Campos: Ampla reforma do ensino secundário brasileiro; reorganiza o
ensino secundário. Estabelecendo o registro dos professores junto ao ministério da educação.
Tentativa de imprimir um caráter nacional, transformando o ensino secundário um curso educativo:
•1942 – reorganização do ensino em dois ciclos:
1º Ciclo: 04 anos ginasiais
2º Ciclo: 03 anos

➔ Entre as décadas de 1940/1950: Expansão do ensino secundário, com uma maior procura e
mais significação.
➔ Disseminação, menos elitista, maior aumento de instituições públicas particulares, mas ainda
não era acessível a todos.

• 1961: 1ª Lei de Diretrizes e Bases (LDB) estabeleceu um núcleo de disciplinas comuns a todos
os ramos. O ginásio se disseminou.
• 1971: LDB estabelece a escolaridade obrigatória de 08 anos. Institui a denominação 1º e 2º grau;
imprime caráter técnico ao segundo grau.
➔ • 1996: Altera a denominação de 1º grau para Ensino Fundamental e 2º grau para ensino médio.
➔ Ensino fundamental e o ensino médio como etapas da educação básica, incluindo a educação
infantil. Até então a Educação Infantil não tinha caráter obrigatório.

Educação Infantil: No início da república, Jardim de infância, anexo à escola normal Caetano de
Campos, a única instituição do estado voltada especificamente para a educação infantil.

➔ Década de 1930: o escritor Mário de Andrade criou os parques infantis na cidade de S. Paulo.
➔ Década de 1970: expansão de creches e escolas de Educação Infantil (pré-escola)

Semana 2 - Organização do trabalho pedagógico: Fundamentos legais.

Videoaula - Educação básica (parte 1 )


https://www.youtube.com/watch?time_continue=5&v=hNZe6cC3K7E&embeds_euri=https%3A%2F%2Fava.univ
esp.br%2F&feature=emb_logo

➔ A organização do trabalho pedagógico tem heranças e vem se constituindo para tentar garantir a
universalização do ensino.
➔ A Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional nº 9394|96 se estabelece como a ordenação dos
sistemas de ensino.

Reportagem sobre a organização da Educação Básica atual.

➔ Anteriormente a LDB também se educava, mas não com uma prática pedagógica que ocorreu após
a LDB.
➔ A concepção de educação básica abrange desde os primeiros meses de idade da criança até quase
o final da adolescência.
➔ Quanto mais tempo de permanência na escola e com boa qualidade de ensino mais se aprenderá,
mais socializará e menos se submeterão a determinadas “tentações” fora dos muros da escola.

A Lei de Diretrizes e Bases de 1996 Organizou a Educação em 3 etapas.

Educação
Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio 0 a 5 Anos. 6 a 14 Anos. 15 a 17 Anos.

A Educação Infantil que antes da nova LDB era vista como uma fase pré-escolar passou a fazer parte da
Educação Básica.
Seção II - Da Educação Infantil.
Art. 29 - A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança até cinco anos de idade, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

Art. 30 - A educação infantil será oferecida em:


I - Creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de
idade; II - Pré-escolas, para crianças de quatro a seis anos de idade.

➔ A creche (CEI - Centro de Ed Infantil) tem objetivos muito claros, que são fazer as crianças
desenvolverem autonomia, desenvolverem a identidade e assim com uma possibilidade maior de
conhecimento de mundo.
➔ A Educação Infantil vai possibilitar oportunidades para que as crianças consigam adquirir um vasto
repertório da linguagem, através de rodas de conversas, contação de histórias, a professora
preparada ela pode instigar a criança a contar histórias, a se colocar como personagem e
fomentar a socialização que é primordial para a ed. infantil, as crianças estarem juntas e trocando,
conversando e experienciando são atividades que acrescentam muito para o desenvolvimento
infantil.
➔ O trabalho na ed. infantil é alicerçado para as crianças se desenvolverem.

★ Relato da professora Claúdia quando ingressou no ensino infantil como pajem onde era um
trabalho essencialmente voltado para o cuidar das crianças.
★ Houve um investimento na formação do professor, os professores tiveram que ir à luta,
tiveram que estudar, tiveram que prestar concurso novamente.
➔ Com a formação completa em pedagogia e com a LDB de 96 muda-se o olhar da ed. infantil com
foco voltado para a educação e desenvolvimento integral da criança, priorizando o aprendizado, a
convivência, a integração social.
➔ Muitas professoras começaram como pajens, iniciaram com a prática para depois buscarem a
teoria.
➔ As mães procuravam e lutavam pelas creches porque queriam que os filhos fossem cuidados em
algum lugar seguro.
➔ O Cuidar e o educar na Educação Infantil são indissociáveis.

★ Para a professora Claudia se uma criança não passar pelo CEI a criança sai sem bagagem para as
próximas etapas da ed. básica.

➔ Levar uma bagagem para as próximas etapas de ensino, faz parte do conceito trazido pela LDB de
integração entre os níveis da ed. básica. A LDB é constituída de 3 etapas sequenciais e
articuladas entre si.

➔ Mais do que mudança de denominação é a questão do conceito do que é básico, e o que é básico
deve haver para todos.
➔ A Ed. básica é um dos avanços da lei.
★ Jamil Cury - Chegamos a isso pela confluência de duas vertentes, a primeira é trazida pelo
rápido processo de urbanização pelo qual o Brasil passou, então não se pode pensar mais
em qualquer acolhimento da criança depois dos 4 meses de idade.
★ A partir dos 4 meses como a força de trabalho passou a ser constituída pelo braço feminino,
não existia mais aquele espaço familiar tradicional.
★ A urbanização dentro do atual capitalismo exige das pessoas o desenvolvimento de
conhecimentos, capacidades, habilidades e só o ensino fundamental obrigatório não dá
conta, tendo assim a necessidade do ensino médio.
Seção I - Das Disposições gerais.
Art. 22 - A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhes a
formação indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes meios para progredir no trabalho
e em estudos posteriores.

Videoaula - Educação básica (parte 2 )


https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=RfOMFAl2vz4&embeds_euri=https%3A%2F%2Fava.univ
esp.br%2F&feature=emb_logo

➔ Desde que foi criada em 1996 até 2008 a lei de diretrizes e bases da educação nacional LDB passou por
24 alterações. O poder executivo sobretudo começou então a provocar alterações Na LDB de modo a
fazer alterações aditivas, por exemplo quando uma criança estiver aproximando de 50% de faltas é
permitido por lei avisar o conselho tutelar, isso não precisava ser objeto de artigo de lei, no entanto,
assim foi feito a constituição já falava da necessidade de incorporar os aspectos importantes que os
gregos trouxeram que os indígenas trouxeram que os europeus trouxeram, já está na constituição e na
LDB.
➔ Há realmente aspectos que precisavam ter um esclarecimento, quando há vácuos e uma lei nunca é
perfeita, é preciso preencher esses vácuos e os decretos têm essa finalidade, muita das alterações
vieram de decretos que complementam a atual existência de vácuos e há outras legislações também
que alteraram a LDB em função de realidades novas, como é o caso por exemplo dos 9 anos no Ensino
Fundamental.

Seção III - Do ensino fundamental.

Art. 32 - O ensino fundamental obrigatório com duração de 9 anos gratuito na escola pública iniciando-se
aos 6 anos de idade terá por objetivo a formação básica do cidadão.
I - O desenvolvimento da capacidade de aprender tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura da
escrita e do cálculo.

➔ É muito importante a permanência das crianças no âmbito escolar, quanto mais tempo se permanece na
escola de boa qualidade mais se aprende, mais a criança se socializa.
➔ O Brasil foi um dos últimos países a incorporar o ENSINO obrigatório às crianças de 6 anos. ➔
Desde a década de 80 no governo Montoro a educação pré escolar havia sido municipalizada no estado de
São Paulo. Então os municípios foram desenvolvendo a educação pré escolar.
➔ Os 6 anos é um momento da vida em que o lúdico e o estético ainda são muito importantes, não que o
lúdico e o estético não será importante depois, mas depois eles terão uma outra fonte de abastecimento. ➔
No início da implementação do ensino fundamental de 9 anos gerou insegurança.

★ Ex.: uma EMEF em que o 1° ano é uma transição do ensino infantil para o ensino fundamental. As
crianças precisam de um momento lúdico de brincar com orientação da professora seguindo os limites e
espaços da escola.
➔ A escola pautou na LDB uma mudança muito grande no que diz respeito à gestão democrática.
Semana 3 - Instâncias e dimensões do planejamento educacional.

Videoaula - Instâncias e dimensões do planejamento educacional.


https://www.youtube.com/watch?v=tGzJAXkGoEo

➢ O Brasil, que conta com uma rede de educação básica com cerca de 200 mil escolas, com 5.570
municípios, 26 estados, um distrito federal e um governo federal, cada um com autonomia relativa
em relação aos demais entes federativos. O planejamento e a organização do sistema de ensino
ocorrem necessariamente em diversas instâncias e dimensões que impactam e determinam a
organização do trabalho pedagógico.

Organização Política e Administrativa.

➔ Essa é a organização política e administrativa do Brasil com 5.570 Municípios, 26 Estados e 1 Governo
Federal e nos dá um desenho de uma República Federativa em que os Municípios têm uma relativa
autonomia em relação aos Estados e os Estados uma relativa autonomia em relação ao Governo
Federal.
Mas, a arquitetura institucional criada para ofertar a Educação enquanto política pública do estado
brasileiro obedece basicamente a mesma estruturação.
➔ Nos Municípios tem o Conselho Municipal de Educação enquanto órgão deliberativo e
fiscalizador da política pública de educação a Secretaria Municipal de educação enquanto órgão
executor da política e dependendo do tamanho do Município essa Secretaria de Ed. se divide em
Regionais e em Diretorias ou Coordenadorias de ensino ao qual estão vinculadas um
determinado número de escolas.
➔ Nos Estados existe o Conselho Estadual enquanto órgão deliberativo e fiscalizador da política, a
Secretaria Estadual enquanto órgão executor da política, os Estados se dividem em Regionais,
Diretorias e Coordenadorias cada uma delas responsáveis por um determinado número de
escolas.
➔ No âmbito Federal o Conselho Nacional de educação é o órgão deliberativo e fiscalizador da
Educação, o Ministério da Ed. o órgão executivo da política educacional, as suas Secretarias que
dão assistências aos Estados e Municípios nos níveis e modalidades específicas considerando que
no âmbito Federal a política pública de educação é executada pelas instituições federais de Ensino
Superior, as Universidades, os Institutos Federais de Ciências e Tecnologias. ➔ Isso nos chamamos
de Instâncias de Planejamento Educacional.
Órgãos Deliberativos da Organização e do Planejamento
Educacional.
➔ Quando tratamos dos órgãos deliberativos da Educação e do Planejamento Educacional todos eles do
sistema federativo precisam obedecer uma mesma lógica, para a Ed. se tornar uma política pública é
preciso haver previsão constitucional que está no Art. 206 da Constituição, se criar leis, decretos,
normas de regulamento específicos para Ed. e cada Estado e Município vai elaborar a sua legislação
obedecendo esse princípio da autonomia que eles têm em relação a Educação, é preciso constituir os
órgãos de controle e fiscalização que são os conselhos, é preciso definir o orçamento que no Brasil é o
FUNDEB que financia a educação, definir o órgão executor que são o Ministério da Educação e as
Secretarias Estaduais e Municipais, constituir a infraestrutura escolar que são as unidades escolares e
os Institutos e Universidades Federais de subsidiar toda a política educacional e também se ter diversos
sistemas de avaliação para os respectivos níveis e modalidades da Educação.
➔ A partir daí assumir preponderância no nível Federal, o Congresso Nacional que precisa aprovar
a Constituição e as Leis, a Assembleia Legislativa que nos Estados aprovam as leis, decretos,
normas e regulamentos e a Câmara Municipal no âmbito Municipal.
➔ Em cada esfera, em cada instância se tem alguns Conselhos Nacional, Estadual e Municipal de
Educação, eles são responsáveis por elaborar e aprovar os planos Nacionais, Estaduais e Municipais de
Ed. em cada uma dessas instâncias a carreira do magistério é organizada por forma de leis, decretos e
regulamentos e se tem então o Sistema Federal de Ensino, o Sistema Estadual e o Sistema Municipal de
Ensino.
➔ Cada um com as suas prerrogativas fazendo o âmbito de extensão Federal responsável
primordialmente pela regulamentação da Educação, pelo Ensino Superior e pelos Institutos
Tecnológicos, Escolas Federais e Militares.
➔ No âmbito Estadual a prevalência do Estado é sobre o Ensino Médio e a Educação
Técnico-profissional, opcionalmente o Estado pode ajudar o Município na oferta do Ensino
Fundamental e da educação de Jovens e Adultos.
➔ O Município também assume todas essas atribuições sendo a sua prioridade a Educação Infantil
e as séries iniciais do Ensino Fundamental.
Quando queremos saber quais são as perspectivas ou instâncias do trabalho profissional do docente, seja ele
licenciado ou pedagogo ele tem na verdade três espaços privilegiados de Educação. 1. No setor público
principalmente quando se refere a Ed básica, a instância Estadual ou Municipal. 2. O setor privado tem duas
configurações, o setor Laico que é o privado estrito que são das empresas educacionais e o setor
confessional dito também filantrópico.
3. O terceiro setor que é o espaço das organizações sociais, os institutos e fundações que
preferencialmente oferecem cursinhos populares, mas também a Educação de Jovens e Adultos, há
parcerias com setor público principalmente na oferta de Ed. Infantil e Ensino Fundamental e Ed.
Técnica-Profissional.
➔ Tanto o público quanto privado atuam mais ou menos nas mesmas modalidades de ensino,
todos podem assumir atribuições na Educação Infantil, Ensino Fundamental I e II e no
Ensino Médio, e na Ed. Técnico-Profissional, sendo que a Educação Especial e a
Educação de Jovens e Adultos é transversal a todas as modalidades de ensino, então
tanto setor público , privado e o terceiro setor podem atuar nestas dimensões.

Esferas e Modalidades do Trabalho Pedagógico.


➔ Aprofundando algumas questões, a diferença entre o público e privado é que no setor privado a
Educação é entendida enquanto um serviço a ser prestado às famílias que podem pagar por esse
serviço.
➔ No setor público a Educação é entendida como um dever do Estado e um direito do cidadão,
portanto na forma da organização da escola na instância pública Estadual ou Municipal se adota
o modelo da Gestão democrática da escola para configurar esta gestão democrática da escola pública
a lei cria as chamadas Instituições auxiliares da Educação que são: Grêmio - Associação de pais
e mestres - Conselho de escola.
➔ Então o setor público se orienta pelo princípio da Gestão Democrática da Educação, o setor privado se
orienta pela lógica da Gestão Empresarial, o que faz uma diferença significativa quanto à organização do
trabalho docente, a forma de participação de atribuições que são delegadas aos professores que atuam
seja na instância pública ou privada.

Esse fluxograma da organização escolar é um diagrama importante para se entender as diversas


etapas, fases, espaços e tempos da organização do trabalho pedagógico.
➔ Este diagrama serve para entendermos a relação idade-série que é a correspondência da matrícula aos
6 anos de idade no 1º ano, 7 anos no 2º ano, 8 no 3º e assim por diante, culminando aqui com a
formação no 3º ano do Ensino Médio que como regra poderia se dar aos 17 anos se a linearidade e a
sequenciação for cumpridas sem retenção, sem reprovação.
➔ Então no nível da instância Municipal para planejamento a dificuldade que é dimensionar quantas
escolas, quantas salas de aula, quantos professores, quanto de alimentação, de transporte, de
material didático é preciso para abrir uma sala do 1º ano do ensino fundamental I para atender
crianças que
naquele ano escolar completam seis anos de idade, isso exige conhecimento, exige dados, informações
de demografia, de taxa de natalidade do município para poder dimensionar qual o tamanho da demanda
e da oferta de 1º ano do ensino fundamental no município, se as crianças matriculadas no 1º ano do
Fundamental prosperam e progridem regularmente para o 2º ano, 3º, 4º …na idade correspondente
significa que esse fluxo escolar se dá de uma forma linear e sequencial sem interrupções de fluxos,
quando há interrupções de fluxo elas são causadas pelo abandono, evasão, repetência, ou pela
retenção escolar e isso cria problemas no fluxo desta linearidade e sequenciação porque normalmente
precisa haver uma redundância, uma replicação da infraestrutura escolar para atender alunos
repetentes.

➔ Há alguns determinantes do trabalho docente que ajuda os professores a pensar como vai se organizar e
planejar ao longo do semestre e do ano letivo e isso tem relação com número de salas de aulas que
será aberta a cada ano, tem haver com total de aulas que os professores irão assumir em cada ano ou
semestre e para cumprir esse propósito da seriação, no critério da enturmação significa definir quantas
turmas o professor terá, quantas disciplinas e isso é importante para organização do trabalho
pedagógico, porque é com essas definições que se fazem as atribuições de aulas, que é a designação
que cada professor vai lecionar e todas essas convergências, todas essas determinantes estão no plano
do projeto pedagógico da escola que é um instrumento que define a forma de organização dos espaços,
dos tempos e das atividades curriculares.
➔ Há alguns instrumentos adicionais que são o plano curricular, plano de ensino, plano de aulas e
inevitavelmente o plano de recuperação paralela dos alunos com deficiência no rendimento escolar.
➔ Ainda como determinantes do trabalho pedagógico está no âmbito tanto das escolas como dos sistemas
de ensino pensar a formação continuada dos professores, o período para realização das reuniões
pedagógicas que é um princípio de valorização da carreira docente.
➔ A categoria do magistério tem a ver com as condições objetivas do trabalho docente, a relação
professor-aluno, a remuneração, piso salarial, carga horária que cada professor assume, a
dedicação exclusiva ou não a somente uma escola, a gestão do tempo, saber dividir e organizar o
tempo de estudos, tempo de trabalho, tempo de planejamento, de avaliação, são questões
importantes para o professor, todas essas determinantes são estabelecidas em leis por isso os
professores segundo esteja atuando na insistência Municipal ou Estadual precisa conhecer o
ordenamento jurídico que determina essas condições em cada instância.

Semana 4 - A autonomia da escola.

A Autonomia da Escola.

Texto base: O Projeto Pedagógico e Autonomia da Escola - Vivian Batista da Silva e Rita de Cassia
Gallego.

Tema 1: A Escola e sua autonomia: Caminhos, desafios e perspectivas do projeto pedagógico.

Tópico 1 - Concepção do módulo

• Potencializar discussões sobre projeto pedagógico e autonomia;

• Trazer elementos de documentos legais e fundamentos teóricos;

• Aprimorar as práticas da equipe escolar e o trabalho da gestão;

• Consideração de que cada escola e equipe gestora sabe suas prioridades;


• Projeto pedagógico: Como lidar com essa exigência à escola? Como “dar vida” ao documento nas relações
intraescolares?

• Autonomia da escola e suas complexidades: Qual a interferência no trabalho da escola?

Tópico 2 - A escola em tempos de mudança: entrelaçamentos da autonomia e do projeto pedagógico.

• Fortalecer a escola significa torná-la um espaço de decisões: instituição autônoma e responsável;

• A elaboração do projeto pedagógico é uma expressão da autonomia da escola;

• A partir dos anos 1990, propostas educacionais ao redor do mundo associam autonomia e projeto
pedagógico;

• No Brasil, é representativa a LDB, de 1996, que vincula legalmente autonomia e projeto pedagógico:

- Exigência de elaboração do projeto pedagógico;

-A autonomia deve se desdobrar no projeto pedagógico e fortalecer princípios democráticos;

AUTONOMIA ≠ ANOMIA (ausência de normas).

• Mesmo havendo regimento próprio das escolas, existem diretrizes e normas externas a serem seguidas;

• Órgãos externos de organização, administração e controle da rede escolar são condições para sua
efetivação;

• Essa situação somente é negativa quando há padronização das normas ( as situações no interior das
escolas são diferentes entre si);

• As particularidades devem ser respeitadas, assim como as diretrizes externas;

Como conciliar todos os interesses na construção do projeto pedagógico?

• A escola é um espaço social que envolve:

- internamente: funcionários, alunos, professores, gestores, divisão de tarefas, atividades;

- externamente: pais, comunidade, governantes, normas, grupos de pressão (associações de pais e religiosas,
pesquisadores acadêmicos;

● É importante buscar entender as demandas de cada um, respeitar diretrizes e fortalecer as relações
internas;
● Demandas externas não devem fragilizar a equipe;
O que significa autonomia para os educadores hoje em dia?

• LDB/96:Autonomia está no regimento das unidades escolares;

• Mas a autonomia não se restringe a um regimento:

- é uma condição administrativa;

- que prevê liberdade de escolha para a equipe escolar (seus atores não são “cumpridores de ordem”);

Os professores exercem sua autonomia?

• Historicamente, não: serviam a autoridades mais altas, seu espaço de autonomia e ação era a sala de aula;

• Hoje em dia, o projeto pedagógico propõe que os docentes discutam os saberes e práticas de ensino:

- modelo educativo descentralizador

“O projeto de uma autonomia profissional, exigente e responsável, pode recriar a profissão de professor e
preparar para um novo ciclo na história das escolas e dos seus atores.” (Nóvoa, 1999, p. 31, apud Silva &
Gallego, s.d., p. 14)

Tópico 3 - Potencialidades e desafios dos projetos pedagógicos

DESAFIOS...

1) Escrita do projeto

não há modelo pronto;

deve-se partir da história da escola e dos problemas para pensar como resolver;

levantamento de propostas feito pela equipe escolar;

caminho sempre aberto para reelaboração;

2) Desenvolvimento do plano

o projeto deve ser escrito e vivenciado;

é importante reinventar a lógica tradicional de centralização de decisões;

diferentes atores devem participar das decisões e do desenvolvimento de ações;

experiências devem ser realizadas, registradas, comentadas e avaliadas;


3) Mensuração dos resultados

a equipe escolar é o melhor time para avaliar;

a escola é lugar de concepção, realização e avaliação do projeto;

é uma tarefa complexa, que não se limita a desempenho em avaliações externas, por exemplo;

POTENCIALIDADES

Materializar intenções, para que objetivos não se dissipem;

Reunir de esforços da equipe escolar;

Explorar a diversidade de formações, concepções, modos de trabalhar e lidar com situações;

Zelar pelo que é mais importante na instituição escola: a aprendizagem dos alunos;

Tema 2 - Da Autonomia Decretada à Autonomia Construída.

Tópico 1 – Autonomía construída a partir da autonomía decretada

O projeto pedagógico é fundamentado

- em nível nacional: na LDB/96

- em nível local: na organização das unidades escolares;

● A elaboração do projeto pedagógico é um exercício de autonomia, mas as leis são apenas o primeiro
passo.
● A autonomia é construída social e politicamente pela interação dos membros da escola entre si e com o
meio, o que se expressa na estruturação das ações;
● Na construção da autonomia, a escola expressa especificidades, expectativas, desafios e princípios de
ação;

Desafios da autonomia para a gestão:

Articulação e equilíbrio de forças que cada um representa;

Colocar a autonomia de cada indivíduo a serviço dos objetivos organizacionais;


Diante disso, Barroso (1996) sugere:

• Fomentar cultura de colaboração e participação;

• Desenvolver formas diversificadas de liderança;

• Aumentar o conhecimento dos membros sobre regras e estrutura da escola;

A autonomia é decretada a partir de leis, mas se concretiza em processo de construção permanente.

A autonomia denota uma mudança na cultura tradicional da escola;

A transferência dos poderes nacionais e regionais ao nível local garantirão às unidades escolares cada vez mais
poder de decisão, no âmbito da gestão e da ordem pedagógica;

Tópico 2 – Buscando eficácia e qualidade: a escola como uma empresa?!

QUALIDADE?

termo polissêmico, muito presente nas atuais discussões sobre educação.

No caso brasileiro:

- a escola foi pensada a partir do século XIX, com a demanda de ampliar o acesso à educação, tendo como
referência o Estado centralizado;

- na Constituição Federal de 1988, há garantia do direito à educação;

- Hoje em dia, a ênfase está na busca qualidade de educação, pela aprendizagem dos alunos.

Desde o início do século XX, há a divisão de tarefas e racionalização das atividades da escola;

School based manegement: descentralização da gestão, qualidade articulada a leis do mercado;

Em relação à gestão, a qualidade e eficiência muitas vezes remete à lógica empresarial, que reduz os problemas
ao ponto de vista técnico;

Mas, para a escola ser de fato eficaz, é preciso olhar para outros aspectos: liderança, organização, avaliação,
aprendizagem;

Na articulação entre autonomia e projeto pedagógico, a qualidade também se refere à participação da equipe
escolar na construção de propostas pedagógicas, com atenção para as melhorias possíveis no processo de
aprendizagem.
Semana 5 - Trabalho, experiência e formação na escola.

Trabalho, experiência e formação na escola.

Texto base: O Projeto Pedagógico e Autonomia da Escola - Vivian Batista da Silva e Rita de Cassia
Gallego.

Mudanças da escola

● Processo de descentralização educacional: aspectos centrais da autoridade devem ficar retidos no nível
regional; a gestão empresarial é apropriada pela escola (problemáticas apontada pelas autoras);
● Regime de progressão continuada;
● Ensino fundamental de 9 anos;
● Entrada de crianças de 6 anos de idade no ensino fundamental;
● Estabelecimento de tempo integral para algumas escolas;
● Propostas de avaliação qualitativa.

Cultura escolar

Augustín Escolamo (1999) identificou 3 tipos:

- cultura empírica (prática ou material);

-cultura científica ou pedagógica;


- cultura política ou normativa.

O projeto pedagógico e a cultura escolar

O projeto pedagógico é a expressão de uma dinâmica de combinação de fatores que interferem na cultura
escolar. Hoje se intenta que o projeto dê voz aos professores, direção, coordenação, funcionários e pais (p.
54).

Apesar de obrigatório, não tem de ser aprovado por ninguém, a não ser por seus próprios autores (p. 54).

Papel do diretor

● Papel de apoio e liderança, tendo três atribuições fundamentais:

-acompanhar os professores;

-garantir que as mudanças sejam mantidas com o tempo;

-contribuir para que as experiências de sucesso possam ser vivenciadas por outras escolas (p. 36).

● Nas escolas onde a direção não apoia os professores o sucesso do ensino é pequeno, inexistente ou
efêmero (p. 35).
● O objetivo do trabalho da direção é que a escola avance nos níveis de aproveitamento dos alunos (p. 39).

Projeto pedagógico, deve conter:

- História da escola;
- Princípios: ancorado nos objetivos;
- Organização das ações da escola (formalização do currículo escolar);
- Orientação da sua prática pedagógica (construção de projetos e de outras ações);
- Responsabilidades de cada membro da equipe;
- Formas de atualização de seus princípios e planos de ação (p. 55 e 56).

Projeto político pedagógico e a formação docente:

● Na elaboração do projeto, é preciso mobilizar uma série de saberes próprios da docência.


● O projeto ajuda a delimitar e explicitar o espaço de atuação dos professores, garantindo-lhes
autonomia e responsabilidade para decidirem e responderem pelo seu trabalho (p. 62).
● Ao construir seu projeto, a escola tem mais autonomia (p. 68).
● Cabe aos diretores o empenho na aventura de elaborar um projeto coletivo (p. 70).

Semana 6 - A organização do tempo e do espaço na escola.


A Organização do Tempo e Espaço na Escola.

Texto-base: A gestão do tempo e do espaço na escola.

Tema 1 – OS TEMPOS E OS ESPAÇOS ESCOLARES EDUCAM

Tópico 1 - Apresentação: por que estudar tempo e espaço escolar?

➔ Vale destacar que o tempo e o espaço são estruturantes da cultura escolar, ou seja, todas as ações
no interior da escola ocorrem num espaço (sala de aula, recreio, quadra, laboratório, biblioteca, sala dos
professores etc.) e num tempo (ano letivo, dia letivo, uma semana, uma aula de 50 minutos, uma
atividade de 20 minutos etc.). Além disso, a dimensão do tempo, assim como a do espaço, não é uma
propriedade natural dos indivíduos, mas sim uma ordem a ser aprendida.

Não poderíamos deixar de assinalar também que a arquitetura espaço-temporal, particularmente, é


condicionada e condiciona a dinâmica social e cultural. Os tempos e espaços não são neutros,
sendo assim, eles educam! Portanto, pensar sobre as marcas temporais e espaciais das escolas onde
atuamos é fundamental para compreender os possíveis efeitos delas na formação dos alunos e no
trabalho dos professores. Trata-se de pensar sobre os usos desses tempos e dos espaços que cada
instituição dispõe e organiza no trabalho junto aos estudantes, docentes, pais e funcionários.

Transformações bastante expressivas no que diz respeito aos modos de organizar a escola e o
ensino podem ser notadas na década de 1990 e o início do ano 2000, quando se acentuam as
demandas de transformações na cultura escolar, sendo essas preconizadas nos documentos
legais e nas produções teóricas educacionais.

➔ Destaca-se a Progressão Continuada, cujo regime exige reconfigurações temporais


na cultura escolar. Na lógica da progressão, o ano não corresponde mais a uma
série, como tradicionalmente se fez na escola. Obviamente, isso impõe
modificações nos modos de organizar o tempo de ensinar e aprender.
➔ Considerando-se os dias que compõem o ano letivo e as horas destinadas às aulas
diárias. Isso impõe mudanças na gestão do tempo dos dias letivos, das aulas e das
avaliações, principalmente quando se leva em conta que alguns estudantes
necessitam de mais tempo do que outros.
➔ A concepção de avaliação também deve ser revista com a Progressão
Continuada. A ampliação do tempo escolar pressupõe uma maior valorização das
aprendizagens e, por isso, as provas não são aplicadas apenas para conferir notas
ao desempenho dos alunos. Se o foco de nossas preocupações são as
aprendizagens, precisamos de um outro tipo de avaliação, mais qualitativa, mais
formativa e processual, no sentido de indicar não só os conceitos finais, mas
sobretudo no sentido de indicar avanços e dificuldades dos alunos, buscando-se
caminhos de superação e alternativas de aprendizagens.

Outra mudança significativa foi a extensão do Ensino Fundamental para nove anos de duração, pois o
aumento de um ano no percurso dos alunos alterou a organização da Educação Infantil, assim como tem exigido
dos atores escolares, em especial dos gestores, a reordenação da divisão entre os saberes a serem
contemplados das várias disciplinas em nove anos e não mais em oito.
Algumas escolas passaram a funcionar no regime de “tempo integral”. Essa extensão do número de horas
de permanência na escola impõe aos gestores, especialmente, a (re)organização das atividades no turno
contrário ao oferecimento das disciplinas regulares, havendo a necessidade de rever espaços e tempos, uma
vez que se instalam outras lógicas de funcionamento devido à natureza das atividades oferecidas, dos
profissionais envolvidos etc.

As diversas Avaliações Externas, previstas nos âmbitos estadual, nacional e internacional e presentes em
nosso cotidiano escolar com cada vez mais força. Essas avaliações são realizadas em datas definidas pelas
suas instâncias organizadoras, para um amplo conjunto de escolas, que devem reservar em seus calendários os
dias destinados à realização das provas. Cada instituição deve estruturar suas atividades levando em conta a
ocorrência de uma ou mais avaliações externas no ano letivo. Portanto, afora os efeitos pedagógicos dessas
avaliações, há aqueles relacionados à administração escolar.

Tópico 2 - Como foram configurados um tempo e um espaço propriamente escolares?

➔ O tempo escolar pode ser entendido como um sistema de referências que organiza as práticas de
professores e alunos. O tempo estrutura a vida social, as instituições e a identidade dos indivíduos e
também pode ser tomado como uma categoria social de pensamento. O tempo consiste, dessa maneira,
num produto de cada sociedade. O tempo escolar, mais especificamente, designa aqui o conjunto de
medidas e discussões administrativo-organizacionais referentes ao calendário (dias letivos ou não,
interrupções das aulas, feriados, férias, matrícula, exames).
➔ O tempo escolar designa medidas pedagógicas, voltadas à definição e ordenação dos conteúdos a
serem desenvolvidos junto às crianças e os modos de fazê-lo.
➔ O tempo escolar é uma temporalidade social e uma categoria ampla em relação à instituição escolar
que é composta de diversas temporalidades.
➔ Ao discutir a complexidade do tempo escolar, Compère (1997) aponta alguns fatores que interferem
na análise do tempo: a questão do gênero, a idade dos alunos, as estações, as tradições e as iniciativas
regionais, a religião e a condição social.

O tempo escolar é produzido no cotidiano de modo particular pelos professores, que atuam numa dinâmica
de atestar seu compromisso com a norma e (re)inventar os tempos – da escola, dele e dos seus alunos –,
cumprindo um duplo papel: de incorporar as prescrições e representações de tempo intrínseca à escola moderna
e de serem propulsores das mudanças a serem empreendidas.

A configuração dos diversos aspectos que compõem o tempo escolar se faz por diferentes instâncias: aspectos
sociais, culturais e econômicos, normas, inspeção, discursos pedagógicos que vão ao encontro ou não das
representações sociais, dos professores e dos pais.

O modelo organizativo da escola, de repartição e de distribuição dos tempos e dos espaços converteu-se na
representação imperante dos modos de estruturação das aprendizagens e das aquisições dos saberes. O
percurso no qual a relação entre idade, domínios de determinados conhecimentos e número de anos a serem
percorridos marcam uma das características temporais do social que atuam na configuração dos tempos
individuais. Sendo assim, o tempo e o espaço, mais especificamente, os modos pelos quais esses estão
organizados, influenciam a atitude mental e o modo de vida das pessoas.

Tópico 3 - A nossa disciplina.


➔ Poderíamos comparar a escola a uma espécie de engrenagem, composta por diferentes elementos
que devem ser combinados de forma racional e articulada.
➔ Para David Hamilton (1999), a escola é uma máquina de ensinar e aprender (teaching and learning
machine), pois põe a funcionar uma lógica que nenhum outro lugar conhece.

Na escola é onde se criam os espaços, onde os horários e os materiais são previamente escolhidos. Os alunos
sabem quais matérias estudarão na segunda, terça, quarta, quinta e sexta-feiras.

Para a equipe diretiva das escolas, a gestão do tempo e do espaço é uma tarefa decisiva para o bom
funcionamento da máquina. Isso implica na necessidade de rever os modos como esses aspectos estão sendo
pensados: a organização dos tempos (do ano letivo, do dia, das atividades, para cada disciplina etc.) e dos
espaços (salas de aula, sala dos professores, quadras, pátio) tem favorecido as aprendizagens? Muitas vezes,
ocupar o tempo acaba tendo um fim em si mesmo. Os alunos não podem ficar ociosos, logo, tendo alguém para
ocupar o tempo e não deixá-los ociosos dá a impressão de missão cumprida. Porém, o número de horas
tomadas não sempre é sinônimo de uso qualitativo do tempo.

➔ Convém, então, refletir sobre as práticas de gestão do tempo e do espaço, compreendendo suas funções
e seus efeitos. Essa é a proposta da presente disciplina: descrever e analisar práticas muito conhecidas.
Isso permite desnaturalizá-las, ou seja, compreendê-las como produtos de escolhas e condições e não
como entidades a-históricas, frutos do acaso.
➔ Precisamos mobilizar discussões e inspirar a construção de alternativas que, na gestão do tempo e do
espaço, possam favorecer cada vez mais as aprendizagens de nossos estudantes.
Tema 2 - O TEMPO E O ESPAÇO PARA PLANEJAR

Tópico 1 – Por uma arquitetura dos tempos e espaços escolares

Objetivo:

1. Refletir sobre como organizar o tempo e o espaço da escola.

• Como organizar a escola para atender a todos os alunos, de idades e séries diferentes?

Turnos? Quantidade de alunos e professores? Materiais?

• São preocupações presentes até mesmo em instituições de ensino não-formais;


O planejamento é contínuo e complexo, integra o trabalho de toda equipe escolar, visa o sucesso nos
trabalhos pedagógicos (que os alunos aprendam).

Importante para diretores:

● Propostas mais amplas;


● Diversos recortes temporais;
● Liderança;
● Decisões administrativas, financeiras e pedagógicas.

Tempo e espaço educam - são pensados e utilizados de diferentes formas que produzem efeitos para
professores, alunos e para a dinâmica da Unidade Educacional.

Tempo e espaço - devem ser considerados importantes no projeto de escola a serviço das aprendizagens.

Para Perrenoud 1999, “Lentamente, a escola muda...”Mas mudar tempo e espaço requer mudar também sistema
didático e sistema escolar.

Tópico 2 – Alunos, professores, famílias, métodos de ensino: definindo a arquitetura dos tempos e dos
espaços escolares.

Planejamento interdependente ⇔ Para Perrenoud (1999), ações planejadas devem considerar todos os
aspectos da ação pedagógica:

● Relação entre família e escola;


● Organização das turmas;
● Métodos de ensino;
● Política institucional;
● Seleção e classificação dos alunos;
● Satisfações da equipe pedagógica;

Revisões nos métodos de ensino ⇔ Integração no planejamento:

● Organização de turmas;
● Salas;
● Horários;
● Conteúdos;
● Avaliação;

Mudanças na condução das atividades escolares podem transformar a cultura da escola.

• Desejável que aprender seja motivação para o estudo;

• Construção complexa (requer reflexão, formação).

Tópico 3 – Por uma arquitetura pedagógica das aprendizagens: entre tradições e inovações.

Arquitetura escolar considera a todas as dimensões da escola.

Na organização espaço-temporal da escola, todos os aspectos condicionam as decisões pedagógicas e


administrativas.

➔ A direção deve viabilizar a participação da equipe nas reflexões e decisões cotidianas.


Semana 7 - A organização de um tempo didático.
Texto base: A Gestão do Tempo e do Espaço da Escola.
Vivian Batista da Silva e Rita de Cassia Gallego.
Tema 4: O tempo e o espaço para avaliar.

Tópico 1 – Direcionando a avaliação em nome das aprendizagens.

AVALIAÇÃO ⇔ múltiplas dimensões


- desempenho de cada aluno;
- trabalho institucional;
- avaliações externas.

AVALIAÇÕES DO SISTEMA DE ENSINO ⇔ nacional / estadual / municipal.


• 1989: SAEB - Sistema de Avaliação da Educação Básica.
• 1996: SARESP - Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo.
• 2005: Prova Brasil.

Qual dinâmica e cultura de avaliação caracteriza a unidade escolar?

✓diversas fontes de dados sobre aprendizagem.


Como as avaliações impactam.
● a organização?
● a configuração das aulas?
● as atividades?
● os objetivos e metas no projeto pedagógico?

EQUIPE GESTORA lidera a construção de tempos e espaços de avaliação na escola.


- Organização curricular;
- Apropriação de propostas pela equipe pedagógica.

PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO Elementos importantes da cultura da instituição.

A solução para os problemas da escola não vem de fora.

✓ Exercício de autonomia
✓ Gestão e referências acadêmicas:
repertório analítico;
possibilidades de pensar melhorias;
rever tradicionais experiências;
→ objetivo: privilegiar a aprendizagem dos alunos

Tópico 2 – Na escola, quem avalia? O que se avalia? Para que se avalia? Quando se avalia?

Para além das provas, AVALIAÇÕES


✓parte do cotidiano da escola
✓ diferentes personagens são avaliados e avaliam
• Famílias, pais e responsáveis;
• Professores;
• Alunos;
• Funcionários;

Como os professores avaliam?


nível de dificuldade, correção, atividades...
são aspectos muito comentados

Reflexão dos professores.


Qual o estilo de ensinar?
Como seria possível aprimorar?

caminhos para que ALUNOS APRENDAM MELHOR ⇔ passam por ⇔ formas satisfatórias de
AVALIAÇÃO ⇔ que se beneficiam de ⇔ GESTÃO PARTICIPATIVA e AUTONOMIA DA ESCOLA.
GESTÃO PARTICIPATIVA e AUTONOMIA DA ESCOLA ⇔ exercício de
democracia.

✓ Parte da prática de liderança da gestão é estimular estes aspectos, por meio da representatividade:
Instâncias colegiadas:
• Conselho Escolar
• Grêmio Estudantil
• Associação de Pais e Mestres
• Conselho de Classe

Tópico 3 – Entre avaliações institucionais e externas: caminhos para melhorar a aprendizagem dos
alunos.

✓Avaliações aumentam em quantidade, variedade e complexidade;


✓Exige-se mais das escolas e dos diretores;

RESULTADOS das avaliações externas e internas → discutir constantemente a PROPOSTA PEDAGÓGICA.

Para Perrenoud (1999),mudar a avaliação significa mudar a escola.

Práticas avaliativas: centro do sistema didático e de ensino; (alterá-las requer questionar tradições que
parecem “naturais”).

Resultados de avaliações externas


➔ Não expressam o trabalho em sala, mas podem favorecer um olhar mais atento à turma e ao trabalho
pedagógico.
➔ Refletir sobre as condições e os resultados;
• Mobilização interna;
• Perceber os resultados em relação às habilidades:
- Perfil de desempenho
- Discussão de hipóteses
- Propostas de ações de melhoria dos resultados

➔ RESULTADOS ⇔ DIAGNÓSTICO da situação ⇔ METAS a curto, médio e longo prazo.

PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO devem ser coerentes a concepções da escola que se expressam no


PROJETO PEDAGÓGICO e norteiam o trabalho da equipe no processo educacional e de
aprendizagem.

Concepções da escola:
Conhecimento;
Aprendizagem;
Ensino;
Papel do aluno,
do professor
e da escola;

Arquiteturas de ensinar e aprender: entre o planejar - Professoras Rita de Cassia Gallego e


Vivian Batista da Silva.
https://www.youtube.com/watch?v=bE4RZrNjh7c
AVALIAÇÃO ponto de partida: desnaturalização da ideia de que avaliação é sinônimo de prova e nota.

Questionamentos:
O que é avaliar?
Pra que avaliar?
Quando?
Como?

AVALIAÇÃO-PROVA

“mapa” do que o aluno aprendeu

• momento fundamental;

• olha-se para o resultado de um trabalho,

• auxilia o processo de ensino;

MAS E A APRENDIZAGEM?

Existem formas de se avaliar capazes de


favorecer ainda mais a aprendizagem?

Para Perrenoud, mudar a avaliação significa mudar a escola.

• Rever práticas consolidadas;


• Rever o currículo;
• Entender e aplicar novas formas de se avaliar;
• Desconstruir a cultura de se estudar somente pela nota;
• Desconstruir a percepção da prova como símbolo de
poder em questões relacionadas à disciplina;

Perrenoud ⇔ AVALIAÇÃO FORMATIVA ⇔ Objetivo: melhorar a aprendizagem.


● Qualitativa;
● Diversidade de instrumentos e situações;
● Continuidade;
● Análise dos resultados;
● Orientação no planejamento didático;

Uma prova pode ser usada de modo Formativo?


Sim, se, por exemplo:
- O aluno pode refazer;
- Há retomada de exercícios;
- Há discussão sobre as questões

Qual o sentido desejável das transformações


nas formas de avaliar?

• Identificar dificuldades dos alunos e, assim, planejar ações didáticas ⇒ (Para favorecer as aprendizagens)
• Ideia de que os desafios e erros fazem parte do processo de aprendizagem;

MEDIDAS LEGAIS ⇒ LDB (no 9394/96):


• Critérios para avaliação do desempenho escolar;
• Prevalência do qualitativo em relação ao quantitativo;
Obrigatoriedade da recuperação;

Semana 8

Revisão Webconferência com a professora Vivian Batista.


https://www.youtube.com/watch?v=QCmWxYCo9dk

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