Você está na página 1de 107

Manual do Curso de Licenciatura em Educação Física e Desporto

Estudos Práticos I e II - Atletismo


Universidade Católica de Moçambique
Centro de Ensino à Distância
Estudos Práticos I e II - Atletismo i

Direitos de autor
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino à Distância
(CED) e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste manual, no
seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia ou outros) sem permissão expressa da entidade editora (Universidade Católica de
Moçambique-Centro de Ensino à Distância). O não cumprimento desta advertência é passível a
processos judiciais.

Docente: dr.Victor Picial e Mestre Bridgette Simone Bruce

Colaborador e Docente da Univesidade Católica de Moçambique – Centro de Ensino à Distância

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino à Distância
82-5018440
23-311718
82-4382930
Moçambique

Fax:
E-mail: eddistsofala@teledata.mz
Website: www. ucm.mz
Estudos Práticos I e II - Atletismo ii

Agradecimentos
Agradeço a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual:

Universidade Católica de Moçambique Pelo meu envolvimento nas equipas do CED


Centro de Ensino à Distância.. como Colaborador, na área de Desenho.
À Coordenação do de Educação Física e Pela contribuição e enriquecimentos ao
Desporto. conteúdo
Pela facilitação, orientação e prontidão
Ao coordenador: Mestre Brigette Bruce
durante a concepção do presente manual.
Estudos Práticos I e II - Atletismo iii

Visão geral 5
Bem vindo ao Ensino de Atletismo 2º e 3 Ano ................................................................ 5
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................... 5
Como está estruturado este módulo .................................................................................. 6
Ícones de actividade .......................................................................................................... 6
Habilidades de estudo ....................................................................................................... 7
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 7
Tarefas (avaliação e auto-avaliação)................................................................................. 7
Avaliação .......................................................................................................................... 8

Unidade nº 1 9
História do Atletismo ........................................................................................................ 9
Sumário ........................................................................................................................... 18
Exercícios 1..................................................................................................................... 19

Unidade nº 2 20
A Marcha Desportiva ...................................................................................................... 20
Sumário ........................................................................................................................... 29
Exercício 2 ...................................................................................................................... 29

Unidade nº 3 30
Corridas de Meio-fundo e Fundo .................................................................................... 30
Sumário ........................................................................................................................... 33
Exercício 3 ...................................................................................................................... 34

Unidade nº 4 35
Velocidade ...................................................................................................................... 35
Sumário ........................................................................................................................... 39
Exercício 4 ...................................................................................................................... 39

Unidade nº 5 40
Estafetas .......................................................................................................................... 40
Sumário ........................................................................................................................... 45
Exercício 5 ...................................................................................................................... 45

Unidade nº 6 46
Corridas de Barreiras ...................................................................................................... 46
Sumário ........................................................................................................................... 50
Exercício 6 ...................................................................................................................... 50

Unidade nº 7 51
Saltos ............................................................................................................................... 51
Sumário ........................................................................................................................... 56
Estudos Práticos I e II - Atletismo iv

Exercício 7 ...................................................................................................................... 56

Unidade nº 8 57
Triplo Salto ..................................................................................................................... 57
Sumário ........................................................................................................................... 65
Exercício 8 ...................................................................................................................... 65

Unidade nº 9 66
Salto em altura ................................................................................................................ 66
Sumário ........................................................................................................................... 78
Exercício 9 ...................................................................................................................... 78

Unidade nº 10 79
Lançamento e provas ...................................................................................................... 79
Sumário ......................................................................................................................... 104
Exercício 10 .................................................................................................................. 105
Estudos Práticos I e II - Atletismo 5

Visão geral
A Cadeira de Atletismo I e II foi introduzida para os Formandos, que, na sua
maioria, são já Professores do EP e/ou do ESG. Começa nestas Presenciais, para,
segundo o seu propósito, desenvolver uma forma inovadora de estar e ser,
conhecer e aplicar a mesma. Nesta cadeira iremos abordar da história de
atletismo, origem, evolução e suas fases, factores de evolução, as corridas de
meio-fundo e fundo, de velocidade, estafetas, barreiras, obstaculos, salto,
triplosalto, saltos em altura, salto a vara, marcha desportiva e lançamentos.

Bem vindo ao Ensino de


Atletismo 2º e 3 Ano
Pretendemos que este módulo seja um contributo para que os
aprendentes adquiram um conhecimento aprofundado da Atletismo

Quando terminares o estudo Estudos práticos 1 e 2 na cadeira de


Atletismo no 2º e 3 Ano, o formando será capaz de:

 Ter conhecimento da origem e evolução de Atletismo;


 Conhecer as fases da evolução de Atletismo;
 O estudante deve adquirir, aperfeiçoar e dominar a execução técnica
para que este assuma uma imagem correcta ao nível da demonstração
Objectivos das técnicas das diferentes disciplinas;
 O estudante deve ser capaz de promover e sensibilizar os alunos para
a prática das diferentes disciplinas do Atletismo, assim como ser
capaz de promover a massificação da prática da modalidade, e sua
importância como meio de desenvolvimento do jovem.

Estudar as diferentes fases, idades e os processos de desenvolvimento


da modalidade em diferentes regiões ou paises e suas praticas como
actividade educativa e desportiva.

Quem deveria estudar este


módulo
Este Módulo foi concebido para os estudantes do 2º ano do curso
de Licenciatura em Desenho.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 6

Como está estruturado este


módulo
Todos os módulos dos cursos produzidos por CED - UCM encontram-
se estruturados da seguinte maneira:
Páginas introdutórias
 Um índice completo.
 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os
aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de
começar o seu estudo.

Conteúdo do curso / módulo


O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma
introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo
actividades de aprendizagem, e uma ou mais actividades para auto-
avaliação.

Outros recursos
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma
lista de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem
incluir livros, artigos ou sites na internet.

Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação


Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada
unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes
elementos encontram-se no final do modulo.

Comentários e sugestões
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários
sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários
serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / módulo.

Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens
das folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do
processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de
texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 7

Habilidades de estudo
Caro Estudante, antes de mais o ensino à distância requer
de ti uma grande responsabilidade, ou seja, é necessário que
tenhas interesse em estudar, porque o teu estudo é ‘auto-
didáctico’. Entretanto, vezes há em que te acharás possuidor de
muito tempo, enquanto, na verdade, é preciso saber gerí-lo por
forma a que tenhas em tempo útil as fichas informativas lidas e
os exercícios do módulo resolvidos, evitando que os entregues
fora de tempo exigido.

Precisa de apoio?

Há exercícios que o caro estudante não poderá resolver sozinho, neste


caso contacte o tutor, via telefone, escreva uma carta participando a
situação e se estiver próximo do tutor, contacte-o pessoalmente.
Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o
estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor,
usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.
Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interação, em caso de
problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa
fase posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for de
natureza geral, contacte a direcção do CED, pelo número 825018440.
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante,
tem a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste
período pode apresentar dúvidas, tratar questões administrativas, entre
outras.
O estudo em grupo, com os colegas é uma forma a ter em conta,
busque apoio com os colegas, discutam juntos, apoiem-me
mutuamnte, reflictam sobre estratégias de superação, mas produza de
forma independente o seu próprio saber e desenvolva suas
competências

Tarefas (avaliação e auto-


avaliação)
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e
auto-avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues antes
do período presencial.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 8

As trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser


dirigidos aos tutores/docentes da cadeira em questão.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo
os mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os
direitos do autor.
O plágio deve ser evitado. A avaliação da cadeira será controlada da
seguinte maneira:

Avaliação
Os exames são realizados no final da cadeira e os trabalhos marcados
em cada sessão têm peso de uma avaliação, o que adicionado os dois
pode-se determinar a nota final com a qual o estudante conclui a
cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar: 3 (três) trabalhos; 2 (dois)
testes e 1 (exame).
Estudos Práticos I e II - Atletismo 9

Unidade nº 1
História do Atletismo

Atletismo é parte integrante do bloco de Estudos Práticos I e II ,


como tal, é regida pelo regulamento, normas, e objectivos deste bloco
com uma carga previamente estabelecida. De acordo com os
objectivos gerais da cadeira, o bloco de estudos práticos de Atletismo
procura potenciar aos estudantes com conhecimentos básicos e
específicos do Atletismo, considerado imprescindível ao
entendimento, concepção e operacionalização de procedimentos
pedagógicos inerentes às actividades de sensibilização e ensino das
diferentes disciplinas do Atletismo. Pretende-se apetrechar o estudante
das técnicas próprias de cada uma das disciplinas do Atletismo.
Pretende-se que o estudante se aperceba das dificuldades tanto dos
colegas como das suas e tentar por um lado, através da observação e
por outro pelo seu próprio domínio segmentar, corrigir e corrigir-se
ora enquanto observador ou executante

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Conhecer importância História ;


 Conhecer o conteúdo de Atletismo .

Objectivos

A terminologia que vai usar nesta unidade é a seguinte:


• Estado Unidos de America (E.U.A)
• International Amateur Athletic Federation (IAAF)
Terminologia
• Atletas Amadores da América (NAAAA)
• Amateur Athletic Club (AAC)
• Amateur Athletic Association (AAA).
Estudos Práticos I e II - Atletismo 10

Jesse Owens: quatro medalhas de ouro nas Olimpíadas de Berlim (1936)

A história do atletismo pode ser dividida em três períodos: o primeiro,


de suas origens nas civilizações primitivas, à extinção dos antigos
jogos olímpicos, pelo imperador romano Teodósio, no ano de 393
d.C.; o segundo, da Idade Média, a época de actividade descontínua ou
mesmo de decadência para as competições de pista e campo, ao século
passado, quando educadores vitorianos introduziram os desportos nas
escolas inglesas, definindo-os, codificando-os e mais tarde difundindo-
os pela Europa; e o terceiro, do renascimento dos jogos olímpicos, em
1896, com o barão francês Pierre de Coubertin, ao atletismo dos dias
actuais.
O mais antigo registo de competições de atletismo data de 776 a.C.,
mas é certo que os desportos organizados, incluindo provas de pista e
campo foram praticados muitos séculos antes. Já nas primitivas
civilizações, o homem cultivava o gosto de competir, medindo sua
força, rapidez e habilidade. Os exercícios eram destinados a aprimorar
ou a manter a saúde do corpo, decorriam da própria luta pela
sobrevivência, obrigado a enfrentar de início, inúmeros obstáculos
naturais e, mais tarde o seu semelhante, o homem apurou seus
instintos de correr, saltar, lançar etc.
Com as guerras criaram-se os exércitos. O uso de paus e pedras, como
armas, deu lugar ao de lançar, dardos e espadas.
Em 2500 a.C., os egípcios já se ocupavam de provas de luta livre e
combates com paus. Dez séculos depois, os cretenses dedicavam-se à
dança, ao pugilato e à corrida a pé, como forma de recreação. Vários
achados arqueológicos confirmam que os antigos habitantes da China,
Índia e Mesopotâmia também conheciam pela mesma época, as
corridas e os lançamentos de peso.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 11

O berço do desporto organizado situa-se, porém, na Grécia. Segundo


Filóstrato, em 1225 a.C. foi disputado o primeiro pentatlo, (série de
cinco provas: corrida, salto em distância, luta, lançamento de disco e
dardo), pelo mesmo atleta. No canto XXIII da Ilíada, Homero narra os
funerais de Pátroclo, junto aos muros de Tróia, e as provas atléticas
que Aquiles fez celebrar em honra do morto. Entre essas provas,
estavam a corrida ("... o filho de Oileu [i.é, Ájax] tomou a dianteira,
sobre seus passos lançou-se o divino Ulisses..."), o lançamento de um
bloco de ferro maciço e o lançamento do dardo. Para honrar os deuses
ou homenagear os visitantes, os gregos costumavam organizar
programas desportivos, perto de Olímpia, tradição que foi mantida
pelo menos até a segunda metade do século X a.C.
Coube a Ífito, rei da Élida, por sugestão da Pítia, sacerdotisa que
interpretava os oráculos de Delfos, reviver a tradição, em 884 a.C.,
certo de que, com isso, os deuses interviriam em seu favor e
colocariam fim à peste que assolava o Peloponeso. Mas os jogos
olímpicos, recriados por Ífito, só começaram a ser contados de 776
a.C. em diante, quando os nomes dos campeões passaram a ser
inscritos nos registros públicos. O primeiro foi Corebo (grego
Kóroibos, latim Coroebus), da Élida, vencedor da única prova do
programa; a corrida do estádio grego (stádion, latim stadium). O
estádio tinha a forma de letra U, com 211 por 23m. A corrida, ou
dromo (grego drómos, latim drõmos), era disputada num percurso de
192,27 m, distância que os gregos diziam equivaler a 600 pés de
Hércules, herói mitológico cujas façanhas, segundo a lenda, estariam
ligadas à própria origem dos jogos. A corrida do estádio em 724 a.C.,
passou a ser disputada em duas voltas completas pela pista,
denominando-se diaulo (grego díaulos, latim diaulos). Quatro anos
depois, realizou-se a primeira carreira de fundo, ou dólico (grego
dólikhos), que consistia em 12 voltas completas pela pista, ou pouco
menos de 4.700m. O programa olímpico, depois disso, só foi alterado
em 708 a.C., quando, além das corridas a pé e de carros, se efectuou o
pentatlo com as mesmas cinco provas descritas por Filóstrato. Seu
primeiro vencedor chamava-se Lâmpis (grego Lámpis, latim Lampis)
e nascera na Lacónia. Graças aos registos públicos e às narrativas
homéricas, pós-homéricas e de outros poetas e prosadores, conhecem-
se hoje alguns dos princípios que regiam as provas daquele tempo. Nas
corridas, os atletas dispunham-se à boca de um túnel, localizado a
oeste do bosque sagrado, numa linha de saída denominada áfese
(grego áphesis). Um toque de trompa ou trombeta, em forma de cone
(grego sálpiks, latim sapinx), precisava para o instante da partida, que
também podia se anunciada pelo juiz, a viva voz.
Nos saltos, era permitido ao atleta impulsionar o corpo, desde que seus
pés não ultrapassem uma linha-limite riscada no solo. O vencedor era
o que atingisse a maior distância, na soma de três saltos. O disco
(grego dískos, latim discus), antes de pedra, passou a ser de bronze, ao
tempo de Ífito. Era mais grosso ao centro, fino nos bordos, media de
20 a 36cm e pesava 5kg. O discóbolo (grego diskóbolos, latim
discõbulus) situava-se num trampolim ou barreira de terra batida, e ai
reproduzia o gesto imortalizado por Mílon ou Milão de Crotona, atleta
cujo lançamento de disco é, até hoje, um dos símbolos dos jogos
olímpicos.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 12

O dardo (grego ksystón), aproximadamente com 1,80m de


comprimento, tinha uma extremidade de ferro pontiaguda que
possibilitava ao atleta, com o lançamento, fincá-lo no solo. Sua
propulsão fazia-se com o auxílio de uma correia de 40cm, enrolada um
pouco atrás do centro de gravidade do dardo. Essa correia, accionada
com força no momento do lançamento, impunha um movimento
rotativo ao dardo, levando-o a grandes distâncias.
O programa dos jogos olímpicos manteve-se praticamente o mesmo
por toda a Antiguidade. No século VII a.C., em Esparta, houve
modificações, para que as mulheres também pudessem competir.
Coube a Licurgo a decisão de que "...as mulheres, como os homens,
devem medir entre si a força e rapidez, pois a missão das mulheres
livres é engendrar filhos vigorosos". Nos jogos realizados em Delos,
elas participavam de corridas a pé, por categorias segundo a idade,
cumprindo um percurso equivalente a 160m.
Os romanos, assimilarem a cultura grega, já no século I d.C.,
prosseguiram com a tradição dos jogos olímpicos, embora com
espírito mais recreativo do que competitivo, até que, em 393, o
imperador Teodósio - responsável pela matança de dez mil gregos em
Tessalonica - se converteu ao cristianismo, após curar-se de grave
enfermidade: para ganhar o perdão de Ambrósio, bispo de Milão,
concordou em suprimir todas as festividades pagãs, inclusive os jogos
olímpicos.

O atletismo dos romanos já apresentou uma fase de decadência em


relação as dos gregos, não só por menos competitivo e sem fim
educativo, mas também porque o atleta em geral escravo ou
prisioneiro de guerra, estava muito longe de gozar do prestígio social
dos antigos competidores gregos. Como o gladiador, ele era treinado
para divertir, no circo ou no anfiteatro. Os jovens romanos de boa
posição preferiam as carreiras de bigas e quadrigas, ou mesmo os
banhos nas termas, às corridas, saltos e lançamentos que os gregos
quase cultuava
Os séculos que separam Teodósio do ano de 1154 - quando se vai
encontrar o primeiro registo de provas de atletismo na Idade Média –
foram de total abandono das competições de pista e campo. A não ser
pelos jogos de alguns povos da América pré-colombiana e uma ou
outra actividade isolada em poucos países do Oriente, quase sempre
ligada às corridas a pé, não houve atletismo organizado nesse período
e mesmo depois.
As provas que realizam em Londres e outras cidades inglesas, em
1154, não passaram de um recomeço discreto. Eram corridas e saltos
em distância e altura, lançamentos de peso e outros jogos de campo,
praticados sem regras fixas. A Europa medieval, então, interessava-se
Estudos Práticos I e II - Atletismo 13

mais pela cavalaria, pelos exercícios militares que aperfeiçoavam o


manejo de espadas, lanças, arco e flecha, mais úteis numa época de
guerras quase permanentes. Alguns reis, como Eduardo III, chegaram
a proibir a prática de qualquer desporto que não estivesse associado ao
treinamento dos soldados, incluindo o atletismo. Embora outros
soberanos se tenham mostrados mais tolerantes, como Henrique VIII,
que participou de vários torneios de lançamento do martelo, o
atletismo não era considerado desporto nobre.
Essa condição (à qual se adiciona o ascetismo cristão da Idade Média,
segundo o qual os cuidados com o corpo deveriam dar lugar à
purificação da alma) explica seu esquecimento até o século XIX.
Coube exactamente aos ingleses reviver, de forma definitiva, as
competições clássicas de pista e campo. Os povos das ilhas Britânicas
sempre apreciaram os desportos. Mesmo durante a proibição reais,
eles os desportos reais, eles os praticavam, ou clandestinamente ou
pelos favores de autoridades benevolentes. O gosto pela recreação ao
ar livre levou-os a criar ou a adaptar uma variedade de jogos, muitos
dos quais têm popularidade em todo o mundo, nos dias de hoje. No
início do século passado, com reforma que os educadores vitorianos
introduziram nas escolas públicas, foram aproveitados os princípios
defendidos por Thomas Arnold, na Rugby School.
Thomas Arnold, educador inlgês nasceu em East Cowes, ilha de
Wight, a 13 de junho de 1795, e morreu em Rugby a 12 de Junho de
1842. Educado em Winchester e Oxford, apresentou-se como
candidato a chefe da escola de Rugby em 1827, e disposto a
transformar o sistema educacional público não apenas naquela
instituição, mas em toda a Grã-Bretanha. Lembrado principalmente
por seus sermões na capela escolar, Arnold teve o mérito de conseguir
mais do que até então o sistema de prefeitos nas escolas públicas
produzida. Após sua morte, a maioria das escolas secundárias inglesas
tomaram a Rugby como modelo. Admirador da civilização grega,
Arnold reviveu o princípio de uma união fértil entre o esforço físico e
o mental.
De acordo com Arnold, o desporto sistematizado era de grande
importância na educação do jovem, disciplinando-o aprimorando-lhe
as qualidades morais, e sobretudo, levando a descarregar nos campos
de jogo um potencial de energia que, de outra forma poderia ser
utilizado em práticas condenáveis. Entre essas práticas, os educadores
ingleses incluíram ideias reformistas dos jovens da classe média, em
oposição ao tradicionalismo vitoriano. Em 1825, corridas a pé eram
disputadas regularmente em Uxbridge. Em 1838 os alunos de Eton
praticavam as primeiras provas com barreiras, numa distância de 110
jardas. Seis anos depois , a primeira corrida de fundo, também com
barreiras, chamada steeplechase (do inglês literalmente "busca ou caça
da torre", meta que devia ser atingida vencendo quaisquer obstáculos;
o vocábulo documenta-se em inglês já em 1805), ampliava o programa
de provas atléticas.
Na metade do século, com a adesão de escolas como Winchester,
Charterhouse, Shrewsbury, Westminster e Harrow, o atletismo estava
oficializado na Inglaterra, de onde passou para a Escócia; Irlanda e
país de Gales, chegando finalmente a outros pontos da Europa. Os
alemães e os escandinavos, que já se dedicavam à ginástica e outras
Estudos Práticos I e II - Atletismo 14

formas de educação física, foram os primeiros a adotar o atletismo


inglês.
As provas regulamentadas pelos educadores vitorianos e que serviram
de ponto de partida para o moderno programa de competições atléticas
compreendiam as quatro modalidades clássicas dos gregos (corrida,
salto em distância, lançamentos de dardo e disco) e muitas variantes
por eles criadas ou adaptadas. As corridas eram disputadas em várias
distâncias, a menor de 110 jardas; os maiores de 3 a 4 milhas. Além de
salto em distância, havia o de altura, o triplo (que se inspirava nos três
saltos isolados) e o com vara, cuja origem se situa nos antigos métodos
ingleses de pular sobre valas, riachos e canais, com o auxílio de varas.
Aos lançamentos de dardo e disco, acrescentaram-se os de peso e
martelo, este de origem celta e muito popular, havia séculos na
Escócia e na Irlanda. Havia ainda, uma forma rudimentar de relevo
(corridas entre equipes, com passagem de bastão de um corredor para
outro) e provas combinadas nos moldes de pentatlo.

Em 1892, numa sessão solene realizada na Sorbonne, em Paris, Pierre


de Fredi, barão de Coubertin, apresentou um projecto para que fossem
recriados os jogos olímpicos extintos por Teodósio. Seu objectivo era
um movimento internacional, o olimpismo, que visava a promover o
estreitamento de ralações entre os povos através do desporto. A
posição tinha também, fins pedagógicos: "... Formar o carácter dos
jovens pela prática desportiva, despertando-lhes o senso de disciplina,
o domínio de si mesmo, o espírito de equipe e a disposição de
competir".
Mas a ideia só se concretizou em 1894, a partir de um congresso
realizado também na Sorbonne, dessa vez com a participação de
representantes de 14 países. Foi criado o Comité Olímpico
Internacional, com sede em Lausanne na Suíça, e estabeleceram-se as
normas para a realização dos primeiros jogos em 1896, na Grécia
O primeiro programa olímpico de atletismo compreendia corridas de
100, 400, 800 e 1.500m, e mais a de 110m com barreiras, saltos em
distância, altura, triplo e com vara, lançamentos de peso e disco. Uma
prova especial a maratona, foi organizada para os corredores de fundo,
por sugestões do linguista e helenista francês Michel Bréal. Pretendia-
se com ela, recordar a façanha de Fidípdes (gr. Pheidippídes), soldado
ateniense que correu da cidade de Maratona, perto de Ática, até
Atenas, para anunciar aos gregos a vitória de Milcíades sobre os persas
em 490 a.C. A maratona olímpica - que acabou convertendo-se numa
das provas clássicas dos jogos olímpicos modernos-foi corrida num
percurso de 42Km, aproximadamente a mesma distância cumprida por
Fidípedes. Seu primeiro vencedor foi o grego Louís Spýros, modesto
fabricante que vivia em Marusi.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 15

O programa original do atletismo olímpico, aberto apenas a


competidores do sexo masculino, foi sendo sucessivamente
modificado. Em 1900, introduziram-se as provas de 400m com
barreiras, de 2.500m de steeplechase e de lançamento do martelo. Das
modalidades clássicas, as últimas a figurarem nos modernos jogos
olímpicos foram o lançamento do dardo, só disputado oficialmente em
1908, e pentatlo, em 1912. Neste ano realizaram-se também, o
primeiro decatlo (dez provas por um mesmo atleta) e os relevos de
4x100 e 4x400 metros.
As mulheres só começaram a participar regularmente dos jogos
olímpicos em 1928, cumprindo um programa de 100, 800 e 4x100
metros, o salto em altura e o lançamento do disco. Até 1948, outros
acréscimos e supressões foram feitos tanto no programa masculino
como no feminino. De 1948, quando o número de provas para
mulheres aumentou consideravelmente, a 1956, ano em que disputou a
primeira marcha de 20km (a de 50km já fora introduzida em 1932) o
programa oficial sofreu suas últimas alterações.
Os jogos olímpicos ajudaram a popularizar o atletismo,
universalizando-o cada vez mais. No século passado, já existiam
alguns órgãos dedicados à regulamentação e promoção de torneios
atléticos, entre os quais o London Athletic Club e o Amateur Athletic
Club, ambos na Inglaterra, a Association of Amateur Athletes of
América e o New York Athletic Club, estes nos E.U.A., além de
clubes, associações e escolas de educação física na Alemanha, Suécia,
Finlândia, Dinamarca, Noruega e França. O intercâmbio entre esses
países fez-se gradativamente. Os ingleses sistematizaram o atletismo e
difundiram-no pela Europa e E.U.A.
Os mesmos ingleses, os alemães e os norte americanos introduziram-
no em toda a América Latina. Mas foram os jogos olímpicos no século
XX, que transformaram as provas de pista e campo num desporto
universal, base de todos os outros.

Origem e desenvolvimento inicial


As civilizações egípcia e asiática são conhecidos por terem
incentivado o atletismo muitos séculos antes da era cristã. Talvez tão
cedo quanto 1829 aC, Irlanda foi o palco de jogos do festival
Lugnasad do Tailteann, envolvendo diversas formas de atletismo.
O Jogos Olímpicos de Grécia , tradicionalmente datada de 776 a.C.,
desenvolveram-se durante 11 séculos antes de terminar sobre o ano
393 a.C. Estes Jogos Olímpicos antigos eram assuntos estritamente
masculinos, facto que se extendia aos participantes e espectadores. As
mulheres gregas foram a fama de ter formado sua própria Heraea
Estudos Práticos I e II - Atletismo 16

Jogos, que, como os Jogos Olímpicos, foram realizados a cada quatro


anos
Atletismo praticada hoje nasceu e cresceu para a maturidade em
Inglaterra. A primeira menção do desporto na Inglaterra foi gravado
em 1154, quando os campos de prática foram estabelecidas pela
primeira vez em Londres. O desporto foi proibido pelo rei Eduardo III
em 1300, mas reviveu um século mais tarde, por Henry VIII , a fama
de ser um lançador de martelo realizado.

Desenvolvimento moderno
O desenvolvimento do desporto moderno, no entanto, veio somente a
partir do início do século 19 onde foram realizadas na Inglaterra, já
em 1825, mas foi a partir de 1860 que o atletismo teve seu maior
aumento para essa data. Em 1861 o Ocidente Rowing Club de
Londres organizou a primeira reunião aberta a todos os amadores, e
em 1866 o Amateur Athletic Club (AAC) foi fundada e realizou o
primeiro Inglês campeonatos. A ênfase em todos atende a esses estava
em competição para amadores "senhores" que não receberam
compensação financeira. Em 1880, a AAC deu poder de governo para
o Amateur Athletic Association (AAA).
O primeiro encontro na América do Norte foi realizada perto de
Toronto em 1839, mas foi o New York Athletic Club, formado na
década de 1860, que colocou o desporto em uma base sólida nos
Estados Unidos promete. O clube realizou indoor do mundo o
primeiro encontro e ajudou a promover a formação em 1879 do
Associação Nacional dos Atletas Amadores da América (NAAAA)
para realizar campeonatos nacionais. Nove anos mais tarde, o
Amateur Athletic Union (AAU) assumiu como organismo nacional de
governo, em meio a relatos de que o NAAAA foi negligente na
aplicação de amadorismo.
Atletismo foi bem estabelecida em muitos países pelo final dos anos
1800, mas não até que o renascimento dos Jogos Olímpicos em 1896
que o desporto tornar-se verdadeiramente internacional. Embora
começou modestamente, os Jogos Olímpicos desde a influência e
inspiração padronização e se espalhou interesse no atletismo mundial.
Em 1912, a International Amateur Athletic Federation (IAAF) foi
fundada, e pelo tempo que a organização celebrou o seu 75 º
aniversário em 1987, teve mais de 170 membros nacionais. Suas
regras aplicadas apenas à concorrência dos homens até 1936, quando a
IAAF também se tornou o corpo dirigente do atletismo das mulheres.
Principais competições internacionais antes da Segunda Guerra
Mundial incluiu os Jogos Olímpicos, os Jogos do Império Britânico , e
do Campeonato Europeu, mas depois da guerra atletismo
experimentou sua maior período de crescimento, tendo raiz, em
particular nos países em desenvolvimento . Na década de 1950 atletas
de classe mundial de nações africanas, asiáticas e latino-americanos
estavam desfrutando de grande sucesso a nível internacional se reúne.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 17

O atletismo na actualidade
Na actualidade, observando o atletismo mundial, constata-se um fato
relevante: os atletas da raça negra se sobressaem mais
significativamente em relação aos atletas brancos na grande maioria
das provas de pista e de rua. Três grandes contextos são discutidos:
histórico-sociocultural, biológico e ecológico.

Abordagem histórico-sociocultural
A África é historicamente falando, povoada por tribos nómadas. Essas
tribos sobrevivem da colecta de alimentos do próprio meio ambiente e,
com isso, usam seu corpo directamente em contacto com a natureza e
a actividade física. Por exemplo, a tarefa da condução de animais de
uma pastagem para a outra a quilómetros de distância, realizada a pé,
tanto por adultos quanto crianças. Devido ao baixo poder aquisitivo da
maioria da população, muitas vezes os meios de transporte são
deixados em segundo plano, sendo realizados determinados percursos
a pé ou correndo.
Portanto, desde pequenas as crianças se acostumam a cumprir longos
trajectos de suas aldeias até as escolas. Um fato da história do nosso
país que marcou os africanos e que, em parte, comprova nossa tese é a
colonização do Brasil após o Descobrimento. Os colonizadores,
inicialmente, utilizaram-se dos índios como escravos que, devido às
dificuldades de controlo, adestramento e capacidade de suportar
cargas, foram trocados pela mão-de-obra escrava negra, importada da
África. Empiricamente, já naquela época, os colonizadores
evidenciavam a supremacia da raça negra no que se refere a esforços
físicos sobre-humanos. Além disso, a maioria dos talentos africanos é
de origem humilde, que busca inspiração em seus ídolos, fazendo com
que sua força de vontade, sacrifício e determinação sejam mais
solicitadas.

O atletismo é um conjunto de desportos constituído por três


modalidades: corrida, lançamentos e saltos. De modo geral, o
atletismo é praticado em estádios, com excepção de algumas corridas
de longa distância, praticadas em vias públicas ou no campo, como a
maratona.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 18

A corrida
100 metros rasos: é a prova mais nobre do atletismo, que premia o
vencedor como o homem e a mulher mais rápidos do mundo. Nela,
oito competidores correm 100 m em linha recta e vence quem chegar
primeiro.
Quando uma pessoa está andando ela mantém um dos pés no chão e o
outro no ar a todo momento. Porém, na corrida, de tempos em tempos,
os dois pés do atleta ficam no ar. A corrida é, na verdade, uma
sucessão de pequenos saltos. Ao correr, a pessoa deve elevar os
joelhos ao mesmo tempo em que movimenta os braços. Desta forma,
obterá uma rápida deslocação do seu corpo.
Nas corridas de velocidade (50m, 100m, 200m e 400m) os atletas
usam o bloco de saída, no qual os pés são apoiados um à frente do
outro. O juiz da prova pronuncia as vozes de comando: aos seus
lugares e prontos. Na sequência executa um disparo momento em que
os atletas partem para ganhar aceleração, manter a velocidade
imprimida e chegar ao final da distância da prova.
Quando um atleta queima a largada (realiza um movimento ou mesmo
um som antes do tiro) todos os atletas recebem uma advertência, isto é,
o juiz mostra aos atletas um cartão verde. Esta advertência significa
que na próxima queima de largada (independente do atleta que realize,
sendo o atleta que queimou a primeira vez ou não) o atleta será
eliminado.

A pista
Há duas opções indicadas para a construção de uma pista de atletismo:
sistema em poliuretano ou em mantas de borracha natural. Ambas
estão disponíveis no país. Isso possibilita que atletas brasileiros
tenham contacto com pistas de qualidade internacional.
Uma pista oficial de atletismo é constituída de duas rectas e duas
curvas, possuindo raias concêntricas; tem o comprimento de 400
metros na raia interna (mais próxima ao centro). A raia mais externa é
mais longa, possuindo 449 metros.
Nas corridas de curta distância, os atletas devem permanecer nas raias
a partir das quais largaram. Nas corridas de média e longa distância, os
atletas não precisam correr nas raias, e geralmente se encaminham
para a raia mais interior, evitando percorrer distâncias maiores.

Sumário
O atletismo é a modalidade mais antiga; registo de competições de
atletismo data de 776 a.C., mas é certo que os desportos organizados,
incluindo provas de pista e campo foram praticados muitos séculos
antes
Estudos Práticos I e II - Atletismo 19

Exercícios 1
1. Defina o atletismo por suas palavras.
2. Aponte dois elementos que contribuíram para o desenvolvimento do
atletismo.
3. Quem são os precursores do atletismo no mundo.
4. Indique quatro características básicas de atletismo.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 20

Unidade nº 2
A Marcha Desportiva
A unidade começa situando a marcha desportiva e as principais
características.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Conhecer a técnica de marcha desportiva


 Conhecer a metodologia do ensino da marcha desportiva

Objectivos

A marcha desportiva é uma das várias modalidades de atletismo. As


principais características são: o fato de que o atleta tem que, ao
caminhar durante toda a prova, manter um dos pés no chão, e mais: ao
dar cada passo, a perna que avança deve estar reta. Para que esse
movimento em progressão seja possível, há necessidade de rodar o
quadril, o que causa um “requebrar” como consequência.
Geralmente as provas são disputadas nas ruas. As distâncias das
provas de marcha desportiva são:
• Feminino – 20 km
• Masculino – 20 km ou 50 km

O atleta que prática o desporto é chamado de marchador. A atenção,


concentração, ritmo, coordenação, boa resistência e treino extensivo
são essenciais.
A marcha desportiva tem origem nas competições de caminhada que
datam dos séculos XVII a XIX. Em 1908 passou para a condição de
desporto olímpico, porém as distâncias eram outras (1500 m e 3000
m). Muito criticada, não foi disputada nas competições seguintes,
voltando a ser um desporto olímpico em 1928. Somente em 1956, a
prova passou a ter as actuais distâncias.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 21

A modalidade foi trazida para Moçambique pelo colonialismo


português, que assistiram à marcha nos Jogos Olímpicos de Berlim.
Durante o percurso, os atletas são fiscalizados por juízes, que são
incumbidos de avisar aos atletas quando estes estiverem marchando de
forma errada. Para isso utilizam discos amarelos, que sinalizam uma
possível infracção. Caso o atleta persista no erro, lhe é mostrado um
cartão vermelho. Se três juízes diferentes mostrarem o cartão vermelho
ao mesmo atleta, esse é desclassificado.
O mais famoso marchador, que obteve as mais importantes vitórias foi
Robert Korzeniowski. Entre os anos de 1996 e 2004, o polonês foi
tetracampeão olímpico e tricampeão mundial.
Jefferson Pérez (Equador) é o actual recordista mundial na categoria
20 km, e Denis Nizhegorodov (Russo) é o actual recordista na
categoria 50 km.

Para obter resultados satisfatórios, é necessário dominar


completamente a técnica da marcha. Por isso se tem de dar a devida
importância ao treino das aptidões técnicas, visto que deficiências
neste assunto podem mais tarde impedir que faça progressos num
atleta bem preparado noutros aspectos. O ritmo deve ser trabalhado o
quanto antes para que não se acostume a erros que ficarão difíceis de
corrigir com o tempo.
Pernas: Um passo longo e económico é conseguido por meio de
acentuada impulsão com a perna traseira. É preciso dar atenção, desde
o início, à correcta impulsão. O impulso é obtido com o
desenrolamento do pé da planta aos dedos. Um instante antes do pé
Estudos Práticos I e II - Atletismo 22

abandonar o solo, deve dar-se o contacto do calcanhar do outro pé com


o solo, a chamada de duplo apoio.
O assentamento do pé deve ser suave e tem de verificar-se antes da
completa extensão de joelhos, que evita um efeito de travagem que
prejudicaria o impulso de avanço.
Após o contacto do pé dianteiro com o solo, a perna traseira é suave e
descontraidamente puxada à frente, sem descrever um arco de curva, e
sem virar, portanto, o pé nem o joelho para fora. A fim de conseguir
um passo "rasante", deve-se evitar uma exagerada elevação dos
quadris. O avanço de pé, se for demasiado alto ou amplo, pode
provocar uma marcha "saltada".
Em conjunto, o bom marchador caracteriza-se por uma acção de
pernas comedida e "rasante".
É importante observar que o praticante deve aumentar o comprimento
dos passos quando se aumenta o ritmo e não o contrário.

Tronco: O tronco deve ficar inclinado para frente ligeiramente ou se


manter erecto. A inclinação excessiva, provoca a corrida, enquanto a
inclinação para trás denuncia mau desenvolvimento dos músculos
abdominais e dorsais e envolve risco de perder o necessário contacto
com o solo.

Membros Superiores: Os braços, auxiliam com movimentos


ritmados, a manter o ritmo da passada. Quanto mais rápida for a
marcha, mais os braços se flexionam, apesar de variar de acordo com o
praticante. Os movimentos dos braços devem reforçar o impulso de
avanço dado ao corpo pela acção da perna traseira. Nesses
movimentos, devem participar os ombros que têm de ser contrários
aos movimentos dos quadris e exercem assim um efeito benéfico sobre
o comprimento do passo.
A melhor forma de movimentação dos braços é um balanço,
naturalmente executado, quase até ao meio do tórax. Deve evitar
encolher os ombros, pois, provoca um deslocamento desfavorável do
centro de gravidade e tende a desligar o atleta do solo. A mão vai no
máximo até a altura dos ombros.
Aos principiantes de passo curto e irregular, que tendem a "saltar" é
aconselhável que mantenham os braços mais baixos e menos flectidos,
visto que poderão com isso contrariar tais deficiências.

Quadris: Uma boa flexibilidade nas articulações dos quadris é


decisiva para a suavidade e regularidade do ritmo da marcha
desportiva. O atleta deve procurar colocar o pé em frente ao outro,
quase no prolongamento. Para isso, necessita de aprender a marchar
com um movimento de rotação das articulações dos quadris.
A cada passo, quando a perna de trás avança, o quadril tem de
executar um movimento de desvio para o outro lado. Além da torção
do corpo, há na marcha também um deslocamento horizontal dos eixos
Estudos Práticos I e II - Atletismo 23

do quadril e do ombro. Deve-se evitar o exagero no desvio lateral dos


quadris, pois, dificulta o avanço.

Diferença da Caminhada para a Marcha desportiva


• A marcha desportiva sempre tem 1 pé no chão e outro em
suspensão, ao passo que a caminhada pode ter um ou os 2
no chão sem exigências.Na marcha desportiva conseguimos
cerca de 2,5 vezes a velocidade da caminhada comum.
• Proibido levantar os dois pés do chão ao mesmo tempo
• A técnica consiste na acção das nádegas
• Apoio do pé faz-se sempre com o calcanhar. O impulso?
Com a ponta
• Os braços deverão estar relaxados, para marcarem o ritmo

Aviso! Os atletas deverão ser informados quando estiverem, no que se


refere à forma de andar, a cometer um erro. Mas, quais são os erros
mais habituais? Vejamos:
• Deslocar-se com grandes oscilações,
• Perda de inércia,
• Muito movimento de ombros em relação às ancas,
• Cansaço abdominal,
• Ombros demasiado elevados,
• Andar com movimentos circulares de pernas,
• Descida brusca do pé ao colocá-lo no chão,
• Flexão da perna de apoio.

A marcha desportiva abrange os seguintes elementos técnicos:


1. Trabalho das pernas;
2. Emprego da bacia;
3. Trabalho da cintura escapular e dos braços

O trabalho das pernas pode ser dividido em cinco fases de acordo


com a evolução cíclica do movimento:
1. Fase de apoio anterior
2. Fase de apoio posterior
3. Fase de duplo apoio
4. Fase de balanço posterior
5. Fase de balanço anterior
Estudos Práticos I e II - Atletismo 24

A fase de apoio anterior inicia-se com o apoio do calcanhar da perna


que oscila para a frente e acaba quando a perna de apoio se encontra
sob o centro de gravidade do corpo.Para evitar uma acção de
travagem, a perna não deve ser apoiada esticada.Como perna de apoio
recebe, um pouco flectida no joelho, o peso do corpo.A perna
encontra-se esticada na articulação do joelho até ao apoio vertical.
A fase de apoio posterior inicia-se quando a perna de apoio fica à
vertical do centro de gravidade do corpo e termina com o afastamento
do pé do solo.De acordo com os regulamentos, a perna, antes da
elevação, deve encontrar-se completamente esticada.Esta fase ganha
um significado especial através de um forte impulso exercido pela
perna de trás,que determina fundamentalmente a amplitude da passada
e a velocidade.Isto sucede através de um movimento de rolamento do
pé do calcanhar até às pontas dos dedos, garantindo assim um contacto
com o chão durante mais tempo.
A fase de duplo apoio dá-se por pouco tempo, ou seja no momento
em que a perna de balanço se apoia com o calcanhar e a perna de trás
ainda se encontra em contacto com o solo através das pontas dos
dedos.Esta fase dá um indício de uma técnica de marcha correcta
segundo as regras.
A fase de balanço posterior inicia-se quando os dedos abandonam o
solo e acaba logo que a perna de impulsão tenha alcançado a altura da
perna de apoio, a qual se encontra na vertical.A tarefa desta fase
consiste na recuperação e descontracção da perna. Esta deve balançar
em direcção ao solo, ligeiramente flectida e relaxada.
A fase de balanço anterior inicia-se da posição vertical da perna de
impulsão à altura da perna de apoio e vai até ao apoio do calcanhar. A
coxa deve ser elevada de forma que a perna possa pender em direcção
ao solo, para a frente. A perna antes do apoio com o calcanhar não se
encontra completamente esticada ( ver fase de apoio anterior ). Esta
fase tem igualmente influência na amplitude da passada. O
pedestrianista não a deve alargar, visto que uma passada
demasiadamente grande leva a um abaixamento dispendioso do centro
de gravidade do corpo, pois verifica-se uma travagem, que, por sua
vez, provoca um desgaste elevado de energia.

O emprego da bacia
Conduz a um movimento de subir e descer da bacia, semelhante a um
movimento ondulatório. A bacia encontra-se na sua posição mais
baixa quando a perna da frente toca o solo com o calcanhar; a posição
mais elevada é alcançada no apoio vertical. Este alongamento vertical
em conjunto com o movimento propulsor leva a uma rotação da bacia,
exceptuando-se um movimento (ver figura 1).
Estudos Práticos I e II - Atletismo 25

Como o pedestrianista apoia rectilineamente as pernas umas atrás da


outra, a bacia é deslocada adicionalmente como movimento de
equilíbrio para o lado da perna da frente. O emprego da bacia auxilia a
trazer a perna à frente e contribui assim para o alongamento da
passada.

O trabalho da cintura escapular e dos braços


Este dá-se simultaneamente com o das pernas e o da bacia. Quando o
calcanhar toca o solo, no início da fase de apoio anterior, o ombro
oposto à perna apoiada é levado bem para a frente como movimento
de equilíbrio Assim a cintura escapular mostra a sua torção mais forte
em relação ao eixo da bacia durante o movimento de marcha total. Os
braços, juntamente com os ombros, são levados para a frente,
acompanhando as mãos esse movimento para cima até a meio do
peito.O ângulo formado pelo braço e pelo antebraço aumenta no
balanço para a frente, até um ângulo obtuso, e diminui com a oscilação
para trás, até cerca de 90 graus. A mão não deve ser levada para trás
do tronco.

Treino da técnica
• Ela é o fundamento do rendimento e do sucesso.
• Uma má técnica impede o desenvolvimento posterior.
• Para o principiante, a dificuldade reside mais na aprendizagem
da técnica do que na condição física. Ele deve executar os
movimentos sem se contrair.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 26

Objectivos da aprendizagem
Principiantes:
• Domínio dos movimentos técnicos sem contracções, mesmo a
velocidades elevadas.
• Encontrar a amplitude económica e o número ideal de
passadas por unidade de tempo.
• Manter sempre o contacto com o solo de acordo com as
normas.
• Obter maior flexibilidade através da ginástica.
• Fortalecimento.

Atletas com experiência:


• Treino especial do trabalho das pernas.
• Treino especial do emprego da bacia.
• Treino especial do trabalho de cintura escapular e dos braços.

Treino da velocidade
A velocidade deve ser alcançada apenas através de uma boa técnica
conjugada com a condição física. A velocidade máxima é treinada
através da marcha sobre 100 e 200 metros. Para marchas ritmadas de
400 a 600 metros, a velocidade deve ser maior do que o ritmo médio
das distâncias de competição. O perigo do treino de velocidade
encontra-se na perda de contacto com o solo através de uma
velocidade demasiadamente elevada. Assim que se verifica uma fase
de voo o ritmo deve ser reduzido.

Treino da resistência
Para as distâncias mais longas do pedestrianista, a resistência é a
condição mais importante para um bom rendimento.Em primeiro
lugar,o principiante deve ter de adquirir uma resistência geral,
enquanto que o atleta mais experiente escolhe principalmente as
formas de treino de resistência especial. O treino de resistência leva a:
• Aumento da capacidade aeróbica
• Melhoramento dos processos metabólicos
• Habituação da musculatura a trabalhos de resistência de longa
duração
• Elevação da capacidade de resistência do sistema nervoso para
esforços de longa duração
• Formação de um estereotipo económico de movimento
Estudos Práticos I e II - Atletismo 27

Exercícios Preparatórios Especiais para a Marcha desportiva


Devem ser executados exercícios que reforcem os músculos das
costas, abdómen e membros inferiores. Os programas de treino, devem
incluir ainda exercícios de flexibilidade dos músculos e articulações
dos quadris, ombros e tornozelos. Claro que a Marcha em si é a
melhor maneira de preparação. O técnico também poderá tirar proveito
da corrida para o treinamento mas terá que observar certos princípios.
Se o corredor quiser dedicar-se a Marcha desportiva, terá que treinar
muito a fim de automatizar bem os movimentos da Marcha.
Em todos os exercícios preparatórios, a maior atenção deve ser voltada
para aqueles que só fortalecem os membros inferiores e superiores,
mas, que também aumentem a mobilidade e amplitude desses
músculos.

Exemplo:
• Marchar normalmente mas acelerado;
• Marchar ao longo de uma linha recta em quadra de desportos a
fim de aprender a manter os pés paralelos e movê-los na
direcção da marcha;
• Mudança alternada e descontraída no mesmo local, do peso do
corpo de um pé para outro, a fim de assimilar as noções de
extensão dos joelhos e rotação de quadris;
• O mesmo exercício mas com grandes passadas;
• Todos os tipos de jogos que melhorem a descontracção e
flexibilidade, bem como ginásticas para melhorar a força e
flexibilidade de membros inferiores.

Exercícios Técnicos de Base

Marcha
Objectivo: aprender os elementos fundamentais da técnica da marcha
• passos descontraídos com o corpo erecto.

Marchar a ritmos mais intensos


Objectivo: uma velocidade maior exige acção de braços mais
vigorosos e correspondente impulsão com o pé atrás - Os cotovelos
devem flectir em ângulo recto, os passos devem ser mais longos e o
desenrolamento dos pés deve ser mais acentuado.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 28

Marchar a ritmo médio e rápido


Objectivo: aplicar e coordenar com suavidade todas as características
da técnica de marcha - Contacto ininterrupto com o solo e sequência
de movimentos executados economicamente.

Marchar com mudanças de ritmo


Objectivo: consolidação e aperfeiçoamento das aptidões técnicas,
Manter contacto ininterrupto com o solo; ao acelerar, evitar encurtar o
passo; marchar em descontracção.

Erros Comuns
1. Se o atleta cometer erros contra regras competitivas ou contra
a sequência económica dos movimentos é indispensável a
correcção de tais erros. Mas se tratar apenas de aspectos de
estilo, não será necessário prestar-lhes muita atenção.
2. Quebra de contacto com o solo: O ritmo pode não estar de
acordo com as aptidões do atleta, que não domina a correcta
sequência de movimentos, Reduzir o ritmo e melhorar o estilo.
3. Excessiva Inclinação para trás: Fadiga, músculos dorsais e
abdominais mal desenvolvidos - Aplicar exercícios de
fortalecimento para tais regiões.
4. Elevação do Corpo (saltar): Extensão da perna traseira antes
de estar concluído o desenrolamento calcanhar-planta-dedos.
O impulso é por isso orientado para cima em vez de o ser para
a frente. Prestar mais atenção ao correcto desenrolamento
calcanhar-planta-dedos. Manter a perna atrás o mais possível,
manter os braços baixos. Melhorar a flexibilidade das
articulações dos tornozelos.
5. Pernas muito afastadas lateralmente ou pés virados para fora:
tendência natural do atleta ou mau movimentos de braços -
Exercícios de marcha na linha recta traçada na pista com
especial atenção ao paralelismo dos movimentos de braços.
6. Flexão persistente de joelhos da perna de apoio: O ritmo
escolhido está além das capacidades do atleta, os músculos das
pernas estão mal desenvolvidos e portanto surge a fadiga -
Prestar especial atenção à completa extensão de joelhos,
reduzindo o ritmo se for necessário e fortalecer a musculatura
geral de membros inferiores.
7. Dureza no assentar do pé, com efeitos sobre o calcanhar:
Acção do desenrolamento incorrecto do pé de trás. A perna da
frente é estendida demasiado cedo, antes do contacto com o
solo, e assim o atleta "trota na passada" ao invés de deslizar -
Prestar atenção à suavidade dos movimentos. Assentar o
bordo do pé, manter a perna de trás no solo tanto quanto
possível e completar os desenrolamento do pé.
8. Passos muito curtos: Falta de força específica para a marcha,
má acção dos braços e fadiga - Alongar gradualmente o passo,
Estudos Práticos I e II - Atletismo 29

tentar dar passos largos e se necessário, aperfeiçoar os


movimentos de braços.

Sumário
A marcha desportiva é uma modalidade de atletismo onde se executa
uma progressão de passos de maneira que o atleta sempre mantenha
contacto com o solo com, pelo menos, um dos pés. A perna que
avança tem que estar recta, (ou seja, não flectida) desde o momento do
primeiro contacto com o solo até que se encontre em posição vertical.

Exercício 2
1. Defina Marcha.
2. Quais são as principais características da Marcha.
3. Aponte as fases da marcha.
4. Aponte os erros mais frequentes na marcha.
5. Fale da diferença entre Educação, Instrução e Ensino.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 30

Unidade nº 3
Corridas de Meio-fundo
e Fundo

Nesta unidade,temática vamos tratar da corridas de meio –fundo e


Fundoapresentamos a tecnica das corridas de meio-fundo e fundo.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Executar correctamente a técnica do meio-fundo;


 Identificar exercicos para melhora a tecnica do meio –fundo

Objectivos

Consideram-se corridas de meio-fundo as compreendidas entre os 800


e os 3000 metros. As corridas de fundo são as de maior distância,
como as de 5000, 10000 e a maratona (42,195m).
Nas corridas de meio-fundo e fundo, as partidas são efectuadas de pé e
existem apenas duas ordens. “aos seus lugares” e o respectivo sinal de
partida.

Corrida – É uma sucessão de saltos com progressão horizontal.


Possui uma fase aérea maior ou menor dependendo da velocidade de
progressão.
Os sucessivos impulsos fazem com que qualquer elemento ao
progredir horizontalmente observe seu contacto com o solo, ou seja,
Estudos Práticos I e II - Atletismo 31

quanto maior a velocidade menor será o contacto do calcanhar com o


solo.
Partindo da posição estática, com pés unidos poderemos avaliar toda a
performance técnica de um indivíduo.
Ao caminhar observamos que em primeiro lugar realizamos o
deslocamento do centro de gravidade provocado por vários grupos
musculares.
Este sistema provoca sucessivos apoios dos pés sobre o solo de
maneira alternada, porém em nenhum momento ocorre a perda do
contacto com o mesmo.
O ciclo de deslocamento na caminhada é realizado por calcanhar,
planta do pé e ponta dos pés. A medida em que se aumenta a
velocidade desta caminhada aumenta-se também o ciclo de contactos
com o solo.
Quanto mais rápida a caminhada mais rapidamente se passará à fase
da corrida. A acentuada posição do calcanhar, na caminhada, passa na
corrida lenta a ter menor projecção.
Ao realizarmos uma corrida lenta ocorre o contacto de todo o pé com
o solo (pé chapado). À medida que aumentamos a velocidade desta
corrida perdemos gradativamente o contacto do calcanhar com o solo.
O ciclo da fase aérea entra em acção, provocado pela série de
impulsos gerados pela ponta do pé.
Nas provas de velocidade, por exemplo, a utilização da ponta dos pés
é grande. A frequência das passadas deverá ser intensa.

ÂNGULO DO CORPO – O ângulo em que o corpo se coloca


durante a corrida é ma característica natural porque à medida que o
corredor acelera a passada, corpo começa a se inclinar à frente, em
uma tomada natural de equilíbrio. Para encontrar o ponto ideal da
inclinação do corpo, deve-se mantê-lo no conjunto em uma linha
recta, formada pela que está atrás (perna de apoio posterior), o tronco
e a cabeça.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 32

MOVIMENTO DOS BRAÇOS – Os braços devem movimentar-se


lateralmente em relação ao tronco. Sua acção consiste em
balanceamento rítmico, partindo da articulação do ombro e
flexionando-se em um ângulo de mais ou menos 90º.
A acção dos braços é de muita importância, a ponto de alguns
corredores declararem, em certas situações (falta de condições ideais
nas pernas), que finalizaram determinadas provas correndo com os
braços.
Durante a movimentação dos braços, as mãos devem estar totalmente
descontraídas e voltadas para baixo. Os braços são os maiores
equilibradores do corpo e também responsáveis pela coordenação.

COLOCAÇÃO DOS PÉS – A colocação do pé no solo, ao realizar


os apoios nas passadas, depende muito do estilo próprio do corredor.
Nas corridas de meio-fundo, por exemplo, o pé deverá apoiar-se
primeiramente sobre o metatarso. (a) Já nas provas mais longas
coloca-se primeiro a parte anterior do pé e depois a parte lateral
externa (b), sendo que o calcanhar aproxima-se mais do solo em
comparação com as corridas de velocidade, onde o calcanhar fica mais
elevado (predomina a ponta do pé), (c), porque a inclinação do corpo é
mais acentuada para aumentar o impulso de deslocamento. Em todos
os casos, os pés devem ser colocados paralelamente um ao outro,
apontados para frente.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 33

MOVIMENTAÇÃO DAS PERNAS – Ao realizar a passada, o pé


responsável pelo apoio posterior só deixa o solo após a extensão total
da perna. Nas provas mais longas, as pernas executam um movimento
pendular, com elevação não muito acentuada do calcanhar da perna de
trás. Já nas provas de velocidade o movimento é circular, havendo
uma flexão mais acentuada da perna traseira que provoca uma
aproximação maior do calcanhar junto à parte posterior da coxa e,
consequentemente, faz com que o joelho se eleve mais para cima e
para frente, no momento em que essa perna vai à frente para realizar o
apoio seguinte.

Sumário
As corridas de meio fundo, são as provas entre 800 a 300 metros;
onde elas pode caracterizar-se por velocidade, manutenção e
velocidade: a primeira pela procura de posicionamento e a seguir
controlo do adversário e por fim fuga ou ataque a meta.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 34

Exercício 3
1. Fale das características gerais da prova de 1500 metros.
2. Onde e como é feita as provas de meio fundo.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 35

Unidade nº 4
Velocidade
Esta unidade aborda, em especial, corridas de velocidade no
atletismo.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Executar a técnica da corrida de velocidade


 Conhecer a metodologia do ensino da velocidade

Objectivos

As provas de velocidade caracterizam-se por serem provas de curta


distância e têm por objectivo, percorrer essa distância no menor
tempo possível.
Nas corridas até 400 m inclusive, cada atleta terá de ter uma pista
individual, com uma largura de 1,22 m, limitada por linhas com 5 cm
de largura.
Em todas as provas de velocidade, corridas até 400 metros e o
primeiro percurso dos 4x200 m e 4x400 m, os blocos de partida terão
de ser usados. Quando colocado na pista, nenhuma parte do bloco de
partida poderá situar-se sobre a linha de partida ou prolongar-se para
outra pista individual.

Regulamento específico
• Os atletas têm que correr a totalidade da prova dentro dos
limites da pista que lhes foi atribuída.
• Um atleta é desclassificado se ultrapassar as linhas da sua
pista, tirando alguma vantagem para a sua corrida ou
prejudicando outro atleta.
• Na posição de partida (“aos seus lugares”) os atletas não
podem pisar ou ultrapassar a linha de partida.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 36

Situações de falsa partida:


• Se o atleta, depois de assumir a sua posição completa e
final de partida, iniciar o seu movimento de partida antes
do tiro de partida ou disparo do aparelho de partida
aprovado;
• Se o atleta não cumprir as ordens de "Aos seus lugares"
ou "Prontos", após um período de tempo razoável;
• Se o atleta, depois da ordem "Aos seus lugares",
perturbar os outros atletas em prova através de sons ou
outros métodos.
• O atleta que faça uma falsa partida será advertido; apenas
será permitida uma falsa partida por prova sem
desclassificação do ou dos atletas que a provocaram; a
partir da advertência, todos os atletas que façam falsas
partidas nessa prova serão desclassificados da mesma.
• Os atletas serão classificados pela ordem por que
qualquer parte do seu corpo, isto é o tronco, atinja o
plano vertical da linha de chegada.

Velocidade, variação da posição de um corpo por unidade de tempo.


É um vector, ou seja, tem módulo (grandeza), direcção e sentido. A
velocidade, também conhecida como rapidez ou celeridade, é expressa
como distância por unidade de tempo. A velocidade é definida como a
rapidez de percorrer uma distância em pouco tempo ou num intervalo
de tempo.

Na corrida de velocidade podemos distinguir três fases importantes:


• A partida;
• O desenvolvimento da corrida;
• Achegada.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 37

Na fase da corrida propriamente dita, ainda podemos distinguir três


fases distintas: a fase de aceleração, a de manutenção da velocidade
máxima e a fase de desaceleração.

Partida
Em situação de competição a partida é indicada por um juiz através
das seguintes vozes de comando:

“Aos seus lugares” – o atleta deve:


• Colocar-se nos blocos numa posição de cinco apoios no solo
(mãos, pés e joelho);
• Colocar os pés nos blocos, normalmente com o MI mais forte
no bloco da frente;
• Ter o joelho apoiado no solo do membro de impulsão (MI)
que apoia o bloco de trás;
• Ter os MS apoiados o solo em extensão e as mãos
ligeiramente mais afastadas que a largura dos ombros;
• Ter os dedos polegar e indicador afastados e apoiados
imediatamente atrás da linha de partida;
• Colocar a cabeça no prolongamento do corpo, com o olhar
fixo para a frente da linha de partida.

“Prontos” – o atleta deve:


• Colocar-se na posição de quatro apoios, elevando o joelho do
MI de trás;
• Elevar a bacia e avançar ligeiramente os ombros para a
frente;
• Apoiar fortemente os pés nos blocos;
• manter os MS em extensão e as mãos apoiadas no solo.

“Sinal de partida” – o atleta deve:


• Retirar as mãos do solo;
• Realizar uma extensão rápida dos MI;
• Avançar rapidamente o joelho do MI que está atrás (1ºpasso);
• Coordenar o movimento dos MS com o dos MI;
• -manter o olhar dirigido para a frente.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 38

Fase de aceleração
Fase durante a qual se pretende atingir a velocidade máxima
num período de tempo mais curto possível. Nesta fase é importante:
• Primeiras passadas muito rápidas e curtas, com um
movimento do pé rasante ao solo;
• Redução gradual da inclinação do corpo à frente até atingir a
vertical;
• Aumento gradual da amplitude da passada para permitir um
rápido aumento da velocidade.

Corrida maxima ou fase da manutenção da velocidade


• O período durante a qual o atleta consegue manter a sua
velocidade máxima. Nesta fase é importante:
• Manter elevada frequência da passada;
• Realizar o contacto dos pés com o solo pela parte anterior
(parte da frente do pé);
• Passar o calcanhar do MI livre junto da nádega, no balanço
atrás;
• Elevar a coxa à horizontal, no balanço à frente;
• Braços com movimentos enérgicos e descontraídos,
deslocando-se com um ângulo braço/antebraço próximo dos
90°;
• Manter o olhar dirigido para a frente.

Fase de Desaceleração
Ela pode ocorrer nos últimos metros da corrida e deve-se
principalmente à fadiga acumulada pelo atleta. Esta fase varia com a
distância da corrida (correr 60 m é diferente de 400m, sendo ambas
provas de velocidade) e o nível do atleta.
As componentes críticas são as mesmas da velocidade máxima, no
entanto deverá existir um aumento da amplitude da passada para
compensar a perda de frequência.

Chegada
A chegada à meta é a última fase de uma corrida, sendo também
importante pois dela pode depender a vitória numa prova.
A chegada pode ser feita com a inclinação do tronco à frente ou
avançando o ombro oposto à perna da frente e oscilando os braços
para trás. É importante não diminuir a velocidade.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 39

Sumário
As provas de velocidade são as mais técnicas dentro de atletismo
e elas obedecem o seguinte: partida, aceleração e manutenção da
corrida máxima.

Exercício 4
1. Fale da importância da aceleração numa corrida de velocidade.
2. Caracteriza cada uma das fases da corrida de velocidade.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 40

Unidade nº 5
Estafetas
Prezado estudante, seja ben-vendo a unidade de estafetas.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Conhecer os elementos tecnica da estafeta


 Executar correctamente a tecnica da estafeta

Objectivos

A largada é dada no mesmo local dos 400 m rasos. Cada equipe possui
4 atletas, dispostos nos 4 pontos distantes da posta. O 1º atleta de cada
equipe, colocando no local de largada, em bloco de partida, com um
bastão numa das mãos. Ao tiro de largada deverá correr e entregar ao
2º atleta de sua equipe (entrega somente dentro da zona de passagem).
O 2º atleta de posse do bastão entregará ao 3º de sua equipe e este ao
4º último atleta da equipe.
A zona de passagem do bastão tem 20 metros, sendo desclassificada a
equipe que realizar uma passagem de bastão fora da zona. Não deverá
haver invasão de raia por qualquer equipe, e nem prejudicar equipes
adversárias durante a passagem de bastão.
A corrida de relevo consiste em percorrer uma certa distância por
etapas, sendo cada etapa percorrida por um corredor.
Cada equipe é composta por quatro corredores, sendo que cada um
deles percorre uma distância semelhante (100 ou 400 metros),
conduzindo um bastão. Esse bastão é conduzido de mão em mão entre
todos os componentes da equipe.
Daí a denominação de corrida de relevo, devido a troca realizada entre
os corredores, a qual é feita dentro da zona de passagem, constituída
de um espaço de 20m situado dentro da raia.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 41

No caso do relevo 4x100m, em que cada corredor corre a distância de


100m, a zona de passagem é marcada 10m antes e 10m depois de cada
100m que constituem cada uma das etapas da prova. Portanto, a
primeira zona tem seu início aos 90m e o final nos 110m. A segunda
se inicia ao 190m e finaliza nos 210m e a terceira com início nos 290m
e final nos 310m, formando, desta maneira, o conjunto de três zonas
de passagem, sendo que o quarto corredor da equipe apenas recebe o
bastão e o conduz até o final.
Como é necessário que as trocas sejam efectuadas em velocidade
(4x100), existe um espaço de 10m antes do início da zona de
passagem, denominado zona opcional, onde o corredor que recebe o
bastão se coloca em posição de espera do companheiro que traz o
bastão.
Essa zona tem por objectivo permitir ao corretor receptor do bastão
iniciar a sua corrida com antecedência, a fim de entrar na zona de
passagem em alta velocidade, para igualar à velocidade do
companheiro que está chegando.
Antes da zona opcional (10 a 15 pés), faz-se uma marca na pista, que
serve como ponto de partida para o receptor do bastão iniciar sua
corrida e não olha mais para trás, porque, a partir desse instante, toda a
acção realizada pelos dois corredores é automática, obtida através de
treinamento, até que o bastão seja passado de um corredor para outro.

X Zona opcional Zona de passagem

O corredor que vai receber o bastão deve se colocar no começo da


zona opcional, numa posição favorável para executar sua acção. Para
isso, existem duas maneiras de posicionamento:

Saída alta: O corredor se coloca em pé, ligeiramente inclinado para


frente, com as pernas afastadas, tendo o peso do corpo sobre a perna
da frente. A cabeça deve estar voltada para trás, com o olhar dirigido
ao companheiro que vem ao seu encontro.

Saída Semi-agachada: É a posição de espera em que o


corredor, postado no início da zona opcional, se coloca na posição de
três apoios, com as pernas em afastamento e a mão contrária ao pé da
frente apoiada no chão. O olhar deve estar voltado para trás, do lado
oposto à mão que está apoiada, observando o companheiro que se
aproxima. O braço livre é colocado atrás, em posição normal de
corrida.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 42

Passagem não visual ou às cegas:


A passagem não visual é empregada nos relevos de velocidade intensa
(4x100), e (4x200) e nela o receptor, após iniciar a corrida, não olha
para o bastão, a fim de não perder velocidade com o movimento de
cabeça, sendo assim, a maior responsabilidade da passagem está com o
entregador.

Passagem visual
A passagem visual é empregada nos relevos de 4x400m e maiores, em
virtude de o atleta que vai entregar o bastão já vir cansado e ter o
recebedor de olhar o entregador e arrancar o bastão de sua mão.
Nesse caso, a maior responsabilidade da passagem está com o
receptor, pois este se encontra descansado, ao passo que o entregador
chegará esgotado.

Corrida de estafetas
• Uma equipa é constituída por quatro elementos;
• O testemunha consiste num tubo liso de secção circular feito
de madeira ou outro material rígido com comprimento entre
28 e 30 cm nao devendo pesar menos de 50gr;
Estudos Práticos I e II - Atletismo 43

• O testemunho tem de percorrer todo o percurso da prova;


• Sempre que o testemunho cai, tem que ser recuperado pelo
Último atletaque o transportava, podendoeste abandonar a sua
pista, se deste forma não prejudicar ninguém;
• Para as restantes situações, os atletas devem manter-se nos
seus corredores durante a corrida e até que todas as
transmissõesse efectem , de modo a não prejudicar os outros
participantes
• Em todos as corridas de estafetas, o testemunho tem de ser
transmitido dentro dentro de zona de transmissão de 20m de
comprimento;
• Nas corridas de estafetas até aos 4x100m, é permitido aos
concorrentes, com, excepção do primeiro, utilizar uma zona de
balanço (aceleração) até ao máximo de 10m.

A técnica de estafeta

Tipos ou Estilos de Passagem de Bastão

Francês ou Descendente:

Neste estilo o corredor que vai receber o bastão, ao ouvir o sinal do


companheiro que está de posse do bastão, estende para trás um dos
braços, previamente determinado, colocando a palma da mão voltada
para cima e com os dedos unidos, à excepção do polegar, que se afasta
dos demais, colocando-se em posição de recepção. Nesse momento, o
corredor que conduz o bastão coloca-o, através de um movimento de
cima para baixo, e pela extremidade livre do mesmo, na mão do
receptor, que o agarra rapidamente, coloca o braço em posição de
corrida, dando prosseguimento à corrida.
A vantagem deste estilo está no fato de que a maneira como o bastão é
colocado sobre a mão do companheiro possibilita um espaço livre
maior, o que facilita a entrega seguinte.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 44

b) Alemão ou Ascendente: Para receber o bastão, o corredor coloca o


braço de acção semiflexionado para trás, com a palma da mão voltada
para o companheiro que se aproxima, tendo os dedos unidos, com
excepção do polegar, que deve estar voltado para baixo, em direcção
ao solo. Dessa forma, o bastão é colocado em sua mão através de um
movimento de baixo para cima, executado pelo companheiro que faz a
passagem. Daí a denominação de passagem ascendente, devido à
trajectória de elevação do bastão para ser colocado na mão do corredor
receptor. O inconveniente deste estilo reside no perigo de o bastão cair
da mão, uma vez que a mão receptora deve se unir ou ficar muito
próxima à mão do companheiro que faz a entrega, a fim de não faltar
espaço no bastão nas passagens seguintes, isto é, a metade anterior do
bastão precisa ficar livre.

Métodos Para o Desenvolvimento do Relevo


Além dos estilos e tipos de passagem do bastão, um outro
procedimento a ser levado em consideração, visando o melhor
rendimento na corrida, diz respeito aos métodos empregados para o
desenvolvimento de todo o conjunto dos relevos a serem efectuados no
transcorrer da prova. Esses métodos, que completam o mecanismo das
corridas de relevo, dizem respeito à maneira pela qual o bastão deve
ser conduzido durante a trajectória da corrida, ou seja, a mão na qual o
bastão deve ser transportado. Para isso, são utilizados dois métodos, o
uniforme e o alternado.

Método Uniforme
Caracterizado pela troca de mãos, porque o corredor recebe o bastão
em uma das mãos e imediatamente passa-o para a outra. Ex.: o
primeiro corredor parte com o bastão na mão direita e entrega-o ao
segundo em sua mão esquerda; este, imediatamente, troca o bastão de
mão, passando-o à direita, para prosseguir a corrida; e assim
sucessivamente, de forma que os quatro corredores realizam suas
Estudos Práticos I e II - Atletismo 45

etapas da corrida conduzindo o bastão na mão direita, realizando,


portanto, uma acção uniforme.
Considerando que existe uma pequena perda de tempo e uma ligeira
influência negativa na acção da corrida, esse método já não é o mais
indicado.

Método Alternado
Neste método não existe a troca de mãos; o bastão é transportado na
mesma mão que o recebeu e, por este motivo, torna-se necessário
adoptar algumas medidas para a disposição de cada um dos
componentes da equipe dentro da pista.
Assim, o corredor que transporta o bastão na mão direita corre pelo
lado interno da sua baliza e o que recebe já está postado no lado
externo da baliza, por onde fará a sua corrida, uma vez que o bastão
será depositado em sua mão esquerda.
No conjunto todo, pela ordem, o primeiro corredor leva e passa o
bastão com a sua mão direita, correndo pelo lado interno da pista; o
segundo corredor recebe, leva e passa o bastão com sua mão esquerda,
correndo pelo lado externo da baliza; o terceiro recebe, transporta e
passa o bastão com a sua mão direita, correndo pelo lado interno e,
finalmente, o quarto e último componente da equipe recebe o bastão
em sua mão esquerda e o mantém na mesma durante toda a corrida, até
ultrapassar a linha de chegada, fechando, assim, o relevo.
Disso se conclui que os relevos foram realizados alternadamente –
direita, esquerda, direita, esquerda, razão pela qual esse método se
denomina alternado.

Sumário
A estafeta é uma das disciplinas de concurso onde os pais se for
selecções ou a equipa põe a disposição dos seus melhores atletas
numa prova muito técnica que recorre uma boa combinação dos
envolvidos

Exercício 5
1. Identifica as fases de transmissão de testemunho
2. Expique a corrida das estafetas
Estudos Práticos I e II - Atletismo 46

Unidade nº 6
Corridas de Barreiras

As corridas de barreiras são provas de velocidade cujo objectivo é


coordenar, com a máxima rapidez, a corrida e a passagem das
barreiras.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Executar correctamenta a tecnica da corrida de barreira;


 Conhecer a metodologia de ensino da corrida de barreira

Objectivos

A corrida com barreiras consiste em cobrir um determinado percurso,


passando sobre barreiras colocadas na pista. A característica principal
do barreirista é a velocidade completada pela perfeita transposição das
barreiras. Outra qualidade importante é a flexibilidade dos quadris, o
que permitirá maior facilidade na ultrapassagem das barreiras.
Para facilitar o estudo da técnica da corrida, podemos dividir a corrida
nas seguintes fases:

Partida
A corrida com barreira exige grande velocidade. A partida usada será a
baixa (com blocos de partida). Os autênticos barreiristas devem
trabalhar a distância até a primeira barreira tão a fundo que possam
passa-la de olhos vendados, se necessário. No momento do tiro, deve
colocar-se em posição normal mais rapidamente que o velocista.
O tronco deve estar na posição mais erecta aos 8 ou 10 metros da
saída. Nos 110 metros com barreiras, da partida até atingir a primeira
barreira serão dadas 7 ou 8 passadas.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 47

Cada atleta tem mais facilidade em elevar, em primeiro lugar,


determinada perna, para ultrapassar a barreira. Chamamos esta perna
que se eleva primeiro de “perna de abordagem”, e a outra de “perna de
impulsão”. O ideal é sete passadas até o momento para elevar a perna
de abordagem. Muitas vezes a posição dos blocos de partida não
permite que o atleta atinja a primeira barreira com a perna que tem
mais facilidade para aborda-la. Nesse caso, é mais aconselhável que se
mude a posição das pernas nos blocos de partida do que mudar a perna
de abordagem.

Abordagem
Quando o atleta não tem ideia de qual é sua perna de abordagem e
visamos prepara-lo para uma corrida de 400m (em que há passagem
nas curvas), devemos treina-lo para que faça a abordagem com a perna
esquerda, pois nas curvas o corpo estará inclinado para a esquerda, e a
perna direita, que passa flexionada sobre a barreira, irá fazê-lo com
mais facilidade.
A perna de abordagem, no entanto, deverá sempre ser a que o atleta
tiver mais facilidade de elevar em primeiro lugar para ultrapassar a
barreira.
O atleta deve procurar dar a impulsão sempre de uma mesma distância
da barreira. Esta varia para cada atleta, mas podemos dizer que uma
distância média de 2 metros é a recomendável. A perna de abordagem
deve elevar-se semiflexionada, com a ponta do pé para cima.

Erros
• Elevar a perna descrevendo um arco lateral, ocasionando
desequilíbrio e perda da velocidade.
• Elevação da perna totalmente estendida, com o pé em
extensão, pois isto resultará num choque violento, quando o pé
tocar o solo.
• A perna de impulsão só deixará o solo depois de totalmente
estendida. Isto evita que o atleta de um salto, ocasionando
perda de velocidade. A barreira deve ser passada e não saltada.

Passagem sobre a barreira


A perna de abordagem deve iniciar o movimento descendente a uns
vinte centímetros antes da barreira, somente assim o pé de abordagem
poderá apoiar-se no solo próximo à barreira, permitindo que o entro de
gravidade do atleta fique à frente desse pé, o que possibilitará a corrida
sem perda da velocidade. A parte inferior da coxa da perna de
abordagem deverá passar o mais próximo possível da barreira.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 48

A perna de impulsão, após deixar o solo, deverá ser flexionada. Depois


de passar sobre a barreira, a perna de impulsão deverá ser puxada
rapidamente para frente até o pé tocar o solo.
O tronco deverá ser flexionado para passar sobre a barreira. Isto por
dois motivos: (1) imprimir maior velocidade ao corpo durante a
passagem e (2) facilitar a passagem da perna de impulsão, pois o
tronco flexionado, a perna se eleva com mais facilidade.

Apoio após a passagem


O pé da perna de abordagem deverá tocar o solo próximo à barreira,
após a sua ultrapassagem. Essa distância é de aproximadamente
1,50m. O pé deve tocar o solo pela planta, perna semiflexionada e o
centro de gravidade deverá estar à frente do pé da perna de
abordagem.
Após o apoio no solo, o braço não deverá ser puxado rapidamente para
trás, a fim de não desequilibrar o atleta, deverá continuar no
movimento natural de corrida.

Corrida entre as barreiras


A corrida entre as barreiras deve ser feita com passadas largas, porém
não exageradas, para não ocorrer a perda do equilíbrio. Nas corridas
de 100 e 110m deverão ser dadas três passadas entre as barreiras, e nas
corridas de 400m, quinze. O movimento de braços é normal, igual o
das corridas de velocidade, sendo aconselhável amplia-lo um pouco
mais.

Corrida final
A primeira passada após a última barreira deve ser executada como foi
para as anteriores. Depois disso, o atleta reunirá todas as forças a fim
de passar pela linha de chegada, com o máximo de velocidade
possível.

Provas com barreiras


1. 110 m com barreiras (prova masculina) – Consiste em
passar sobre 10 barreiras dispostas em cada raia ao longo de
110 m. As barreiras devem ter 1,067 m de altura. A distância
da linha de saída até a primeira barreira será de 13,72 m, a
distância entre as barreiras será de 9,14 m e a distância da
última barreira à linha de chegada será de 14,02 m.
2. 100 m com barreiras (prova feminina) – Consiste em passar
sobre 10 barreiras dispostas em cada raia ao longo de 100 m.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 49

As barreiras devem ter 0,838 m de altura. A distância da linha


de saída até a primeira barreira será de 13 m, a distância entre
as barreiras será de 9,5 m e a distância da última barreira à
linha de chegada será de 10,5m.
3. 400 m com barreiras (prova masculina e feminina) –
Consiste em passar 10 barreiras dispostas em cada raia ao
longo de 400 m. As barreiras devem ter 0,914 m de altura
(masculino) e 0,762 m de altura (feminino). Para ambas as
provas, a distância da linha de saída à primeira barreira será de
45 m. A distância entre as barreiras será de 35 m e a distância
da última barreira à linha de chegada será de 40 m.

Nas provas com barreiras se um competidor passar seu pé ou perna


abaixo do plano horizontal da parte superior de alguma barreira, no
momento da passagem, ou ultrapassar uma barreira fora de sua raia, ou
se na opinião do Árbitro Geral derruba-a deliberadamente com o pé ou
mão será desclassificado.

As distâncias padrão serão 2.000 m e 3.000 m. Haverá 28 saltos sobre


obstáculos e 7 sobre o fosso de água na prova de 3.000 m e 18 saltos
sobre obstáculos e 5 sobre o fosso de água na prova de 2.000 m. Na
prova de 3.000 m haverá 5 saltos por volta completa, sendo a
passagem do fosso o quarto dos mesmos
Os obstáculos estarão distribuídos de forma regular, quer dizer, a
distância entre elas será aproximadamente a quinta parte do
comprimento normal de uma volta (80m). Na corrida de 3.000 m com
obstáculos, a distância da saída ao começo da primeira volta não deve
incluir nenhum salto, devendo ser removidos os obstáculos até que os
competidores tenham iniciado a primeira volta. Os obstáculos devem
ter 0,914 m de altura e pelo menos 3,96 m de largura. Para as provas
femininas, os obstáculos terão 0,762 m de altura e 3,96 m de largura.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 50

Sumário
A corrida de barreiras é uma prova técnica e a característica principal
do barreirita é a velocidade completada pela perfeita transposição das
barreiras

Exercício 6
1. Diferencie a corrida de barreira e a de obstáculo
2. Mencione os erros comuns das barreiritas assim como os de
obstáculo.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 51

Unidade nº 7
Saltos
Neste unidade vamos falar dos saltos no atletismo. Todos os saltos
consistem num movimento cíclico (a corrida) e num movimento
acíclico (o salto propriamente dito); e distinguem-se essencialmente
pelas características da trajetória aérea. Desta forma os saltos visam
alcançar uma altura, ou cair a uma máxima distância.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Identificar os tipos de saltos no atletismo;


 Explicar as tecnicas correctamente

Objectivos

O salto em comprimento é uma disciplina do atletismo cujo objectivo


é atingir a maior distância possível entre a zona de chamada e a zona
de recepção. Os saltos são realizados num espaço onde existe pista de
balanço, zona de chamada e zona de queda.
A pista de balanço deverá ter um mínimo de 40 metros de
comprimento e entre 1,22m a 1,25m de largura.
A zona de chamada é marcada por uma tábua que deverá ter um
comprimento igual ao da largura da pista de balanço e 20cm de
largura. Deverá estar colocada entre 1 e 3 metros da área de queda.
Na zona de chamada é também marcada uma linha de chamada que o
atleta não pode pisar para realizar o salto e a partir da qual é medida a
distância do salto.
A zona de queda deverá ser uma caixa de areia, ao mesmo nível da
pista, e medir entre os 2,75 e 3 metros de largura um mínimo de 10
metros de comprimento.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 52

1 23 4

1 - Pista de balanço
2 - Tábua de chamada
3 - Linha de chamada
4 – Zona de queda (caixa areia)

Regulamento específico
• Os atletas têm direito a três saltos, sendo apurados os 8 atletas
que tenham obtido os melhores saltos válidos, para
realizarem 3 saltos suplementares.
• Para classificação conta o melhor salto de cada atleta, em
caso de empate conta o segundo melhor salto.
• O atleta tem 2 minutos para iniciar o seu salto.
• A medição do salto faz-se desde a marca mais próxima, feita
por qualquer parte do corpo ou membros do atleta na caixa de
areia, até à linha de chamada.

Será considerado um salto nulo se o atleta:


• Iniciar o seu salto para além do tempo disponível (1min 30s);
• Realizar a impulsão ou tocar para além da linha de chamada;
• Fazer a chamada exteriormente à da tábua de chamada ou
pista de balanço;
• Na recepção, tocar o solo fora da zona de recepção, mais
perto da zona de chamada do que a marca deixada na zona de
recepção;
• Após ter saltado o atleta recuar através do zona de recepção;
• Utilizar qualquer forma de salto mortal.

Determinantes técnicas no salto em comprimento


Na realização do salto em comprimento podemos distinguir quatro
fases: corrida de balanço, chamada (impulsão), vôo e queda
(recepção). Existem diferentes técnicas de execução do salto em
comprimento: salto na passada, salto de tesoura e salto em extensão.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 53

O que as distingue são as técnicas utilizadas na fase de voo, que pode


ser: na passada, de tesoura ou em extensão.

Corrida de Balanço
• Realizar a corrida com aceleração progressiva até atingir a
máxima velocidade;
• Manter o tronco direito (descontraído) e a bacia elevada;
• Olhar dirigido para a frente;
• Realizar um número de passadas determinadas (varia de
atleta para atleta).

Chamada (Impulsão)
• Apoiar energicamente o MI de impulsão na tábua de
chamada;
• Manter o tronco na vertical;
• Elevar para cima e para frente o joelho do MI livre (lado
contrário ao de impulsão);
• Simultaneamente coordenar com o movimento dos MS para
preparar a fase de voo.

Voo (técnica na passada)


• Projectar o corpo bem para cima;
• Lançar o MI livre para a frente e para cima até á altura da
bacia;
• No ponto mais alto do salto, juntar os MI e projectar o corpo
para a frente;
• Puxar os MS em extensão para a frente e iniciar a flexão do
tronco á frente;
Estudos Práticos I e II - Atletismo 54

Queda (Recepção)
• Puxar os MI para a frente com fecho do tronco sobre estes
(engrupar);
• Fazer a recepção sobre os 2 pés, flectindo os MI para
amortecer a queda;
• Equilibrar o corpo ou projectá-lo para a frente.

Os erros mais comuns no salto em comprimento ( técnica de


suspensão na passada)
Estudos Práticos I e II - Atletismo 55

CORRIDA DE CHAMADA / DURANTE O VOO


BALANÇO IMPULSÃO

ERRO: Abrandamento da ERRO: Passo ERRO: O saltador perde o


velocidade nas últimas demasiado comprido equilíbrio
passadas da corrida. com assentamento
sobre o calcanhar. CAUSA : Falhas na
CAUSA: A aproximação é chamada, pouca agilidade
demasiado longa, ou CAUSA: O atleta tenta
alcança demasiado cedo saltar muito alto CORRECÇÃO: Treino
uma grande velocidade específico da chamada,
CORRECÇÃO: Fazer a aperfeiçoar a agilidade,
CORRECÇÃO: Corridas corrida de usando trampolim ou
de aceleração sem aproximação sobre a caixa de saltos profunda
saltar, para o atleta polpa plantar. Treinar ERRO : Saltador não
melhorar o sentido da o ritmo dos últimos levanta as pernas na
velocidade do ritmo. passos. Saltar queda
Encurtar a aproximação repetidamente com
e melhorar a técnica da aproximações a toda CAUSA : Falta de
chamada a velocidade a velocidade. Atender inclinação para trás na
gradualmente maiores à colocação do pé - primeira parte do voo ou
chamadas com falta de abdominais
aproximações curtas.
Saltar sobre CORRECÇÃO: Treinar o
contacto com o solo
ERRO: Inclinação do saltando sobre um
tronco para a frente aparelho em posição
sentada, correcção
CAUSA: Não há postural e trabalho
modificação do ritmo abdominal
da passada no final da
aproximação. Má CONTACTO COM O SOLO
compreensão da
chamada e fase do ERRO: Contacto
voo. Má atitude da prematuro, sem completa
cabeça, atleta olha utilização da extensão do
para a tábua voo

CORRECÇÃO: Explicar CAUSA : Atleta tem medo


o erro, modificar o de cair para trás. Má
ritmo da passada nos preparação do contacto
últimos apoios. Olhar com o solo
sempre em frente
mesmo com saltos de CORRECÇÃO : Saltos sem
corrida curta. corrida de aproximação,
pode-se utilizar obstáculos
ERRO: Insuficiência rasteiros perto daqueda
nos movimentos de
balanço: ERRO: Ao contactar o solo,
o atleta cai de costas
CAUSA : Atleta
preocupa-se em CAUSA: Rigidez das
demasia com os articulações dos joelhos no
movimentos que vai momento do contacto.
executar durante o Falta de acção positiva de
voo “ patada “ dos pés
Estudos Práticos I e II - Atletismo 56

CORRECÇÃO: Saltos CORRECÇÃO: Treinar com


com aproximação monte de areia a acção de
curta. contacto com o solo
Tocar com joelho da
perna livre num
objecto

ERRO: Má extensão
das ancas

CAUSA: Último passo


lento e falta de força
Explosiva

CORRECÇÃO: Treinar
os aspectos rítmicos e
fazer exercícios
especiais de força

Sumário
O salto em comprimento é uma disciplina do atletismo cujo
objectivo é atingir a maior distância possível entre a zona de
chamada e a zona de recepção.

Exercício 7
1. Mencione as fases de salto em comprimento.
2. Caracterize as técnicas do salto em comprimento.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 57

Unidade nº 8
Triplo Salto
Esta unidade está programada para o estudo sobre Triplo Salto.O
Triplo Salto é um salto horizontal muito complicado e exigente. As
suas origens remontam aos antigos Jogos Olímpicos dos Gregos,
quando não existiam regras e os atletas podiam dar dois pulos e um
salto, ou três passos e um salto.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Executar correctamento o triplo saltos ;


 Conhecer as caractéristicas do triplo salto .

Objectivos

Triplo salto
O Triplo Salto é um dos tipos de salto mais complicados e exigentes.
As suas origens remontam tão longe quanto os antigos Jogos
Olímpicos dos Gregos, quando não existiam quaisquer regras e os
atletas podiam dar dois pulos e um salto, ou três passos e um salto.
Ainda nos primeiros Jogos Modernos, James Conolly, o vencedor,
ganhou com dois pulos e um salto. Hoje as regras obrigam os atletas a
“um pulo, um passo e um salto”, enquanto tentam cobrir a maior
distância possível. Para esta modalidade os atletas precisam de ser
ágeis e ter pernas muito fortes.
O ritmo também é importante, já que necessitaram de tornar os voos
de cada fase tão iguais quanto possível e devem ter noção da
sincronização ao aterrarem.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 58

Pulo, passo e salto


1- O atleta esforça-se por ganhar velocidade na corrida de balanço, por
causa da rapidez e da distância que irão perder cada vez que fizerem a
chamada.
2- O pulo de chamada deve ser rápido e enérgico. Batem na tábua de
chamada com o pé todo e avançam com essa perna, atirando-a para
cima, de forma a que a sua coxa fique paralela à pista.
3- Arremessam a perna esquerda para uma posição horizontal, de
maneira a ficar paralela ao chão e lhes impulsionar o joelho direito
para trás. Nesta fase de contacto intermédio tentam “cravar” o pé
esquerdo no chão, da frente para trás, atirando, assim, o corpo para a
frente.
4- Ao caírem, os seus pés devem estar um pouco à frente dos joelhos e
das ancas. Serão impulsionados para a frente pelo pé em que caem,
“cravado” no chão, bem como pela oscilação do joelho direito.
5- Aproveitando ainda o movimento oscilatório de um só braço,
entram na fase do passo. O voo é semelhante ao do pulo. Com as
pernas bem afastadas, levantam a perna direita e arremessam-na para a
frente.
6- Este passo de contacto intermédio é o mais difícil do triplo salto
porque é executado com a perna mais fraca e porque já terão perdido
imensa velocidade e ímpeto nas duas chamadas anteriores. Quando,
caírem, lançam os braços para a frente preparando, assim, a sua
próxima chamada.
7- Partem imediatamente com a perna do contacto intermédio. A
chamada do salto é mais elevada do que a do pulo e do passo, e faz um
ângulo de 20-24º.
8- Quando levarem o joelho direito ao encontro do esquerdo,
pareceram suspensos no ar, por instantes, até dobrarem o corpo para a
frente, pronto a aterrar. A este movimento chama-se “salto pairante”.
9- Quando tocarem na areia, projectam os braços para a frente e
deixam que os joelhos se dobrem um pouco - impedindo que o corpo
caia para trás ao aterrarem.

As medidas de distância do triplo salto, bem como do salto em


comprimento, são medidas a partir da tábua de chamada até à marca
mais próxima que existir na areia. Por conseguinte, devem sempre
tentar cair para a frente, na aterragem e afastarem-se pela frente do
buraco. Se caírem ou andarem para trás, os seus saltos serão medidos a
partir da distância mais curta.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 59

O triplo salto é o mais completo dos quatro saltos de atletismo, já que


requer uma grande coordenação e técnica para sincronizar os saltos. O
primeiro é o mais importante e é efectuado ao pé-coxinho; o segundo,
mais curto, envolve uma mudança de perna; e o último salto, o mais
completo, é a queda no fosso.
A tábua de impulso está a 13 metros do início do fosso nas provas
masculinas e a 11 metros nas femininas
Salto triplo em seus princípios básicos assemelha-se ao salto em
distância, porém bem mais complexo e difícil de ser treinado que este.
Este salto se compõe de três partes bem definidas com características
próprias. Consiste em executar, após uma corrida de impulsão de 35 a
42 metros parecida com a do salto em distância, três saltos sucessivos
impulsionando-se nos dois primeiros com a mesma perna e no terceiro
com a outra perna. Assim pode ser: Esquerda, esquerda e direita ou
direita, direita e esquerda. Em todos eles a velocidade e a impulsão
estão relacionados entre si. A queda do primeiro é parte integrante da
impulsão do terceiro. Isto é muito importante pois não se pode nunca
executar um primeiro salto ou segundo sem pedir as conseqüências
desta execução no salto seguinte.
O saltador triplo procura evitar perder o mínimo a velocidade entre um
salto e outro, o que ocorre com certeza.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 60

A execução dos saltos pode, de modo geral, ser caracterizada da


seguinte forma:
1. Primeiro salto: predomínio da velocidade.
2. Segundo salto: Equilíbrio entre velocidade e impulsão (ambas
abaixo do máximo).
3. Terceiro salto: Predomínio da força de impulsão.

O atleta ideal deve possuir velocidade, força, potência, habilidade e ser


robusto. Uma boa estatura (1.85m) facilita o salto. O poder de salto
deve ser desenvolvido em ambas as pernas.
A técnica do salto triplo se sujeita à velocidade e à potência.
Para estudar o salto triplo dividiremos em fases, sendo:
1. A corrida;
2. Os saltos: primeiro, segundo e terceiro;
3. A queda.

A corrida
É muito parecida com a corrida do salto em extensão. A diferença
principal está na execução dos passos, que se caracteriza pelo menor
tamanho do penúltimo passo comparando como salto em extensão.
Isto evita perda de velocidade durante a impulsão. O salto em distância
necessita desta velocidade mas ela pode ser obtida durante o último
passo, o que não seria indicado no salto triplo (preocupação do
equilíbrio após o primeiro salto).

A impulsão
Esta fase é muito parecida com a do salto em distância. A diferença
está na posição do corpo, mais erguida. A inclinação do corpo para
trás no momento de apoiar o pé de impulsão não é tão acentuada, pois
o atleta não visa saltar muito no 1º salto.

O primeiro salto
É o mais baixo dos três, com ângulo de saída aproximado de 16º. No
final da impulsão o tronco está um pouco mais inclinado para a frente
do que no salto em extensão. Durante esta fase o atleta prepara a queda
sobre a mesma queda de impulsão. Para isso ele fará uma “tesoura”
muito rápida.
Este movimento deve demorar um pouco já que a execução prematura
provoca um desequilíbrio natural. A queda deve ser suave.

A movimentação:
Estudos Práticos I e II - Atletismo 61

• A perna livre vai para cima e logo após para baixo e atrás com
a finalidade de participar da impulsão do salto seguinte.
• A perna de impulsão se flexiona com o calcanhar junto com as
nádegas, em seguida é levada à frente e se estende para tomar
contato com o solo.
• O tronco permanece na vertical, com os braços fazendo
movimento de equilíbrio.
• O pé toca o solo de “chapa” e a perna se flexiona para
amortecer o impacto.

O segundo salto
O que especificamos para o primeiro salto, serve também basicamente
para o segundo. É o mais curto, dos três realizados, sob condições de
maiores dificuldades, já que uma mesma perna tem que absorver o
impacto do peso do atleta e lhe imprimir uma nova aceleração (a
pressão em saltos de mais de 16 metros é seis vezes superior ao peso
do atleta).
Em linhas gerais é uma grande passada este segundo salto. O atleta dá
impulso com uma perna e cai sobre a outra. O joelho da perna livre
exerce a ação ativa, sendo elevado para frente e para cima. Durante o
tempo em que se eleva, o atleta permanece nesta posição e somente
nos últimos instantes é que levará a perna livre para a frente,
procurando o solo. O pé tocará o solo de “chapa”
Existem várias opiniões quanto ao movimento dos braços nesta fase.
Alguns treinadores acham que o movimento deve ser natural,
sincronizado com a movimentação das pernas, outros acham que o
atleta deve levar ambos os braços atrás e depois simultaneamente para
frente e para cima, voltando para baixo no momento de tocar o solo. O
tronco mantém-se ereto e a cabeça levantada.

O terceiro salto
É um verdadeiro salto em extensão. A movimentação é parecida com a
de um salto em extensão, geralmente grupado.
A execução deste salto é feita em condições muito precárias, pois a
velocidade foi em muito anulada devido aos saltos anteriores. O
ângulo de impulsão é muito elevado já que o atleta utiliza neste salto
quase que exclusivamente a sua potência.
Normalmente, o terceiro salto é o segundo em tamanho, o menor é
sempre o segundo salto. Quanto ao ângulo de saída, existe uma
progressividade. É de vital importância a repartição do esforço na
execução dos saltos.
Um primeiro salto visando um máximo de resultado não facilita a
execução do segundo e assim por diante. O resultado geral pode ficar
seriamente comprometido. Para os iniciantes, há quem sugira como
relação de máxima economia, a seguinte proporção: 35% - 30% -
35%.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 62

Com o aumento das aptidões e a melhoria da forma física, a relação


poderá ficar assim: 37% - 28% - 35%, uma vez que não exige um
padrão geral para esta relação.

O objectivo deste tipo de salto é atingir a maior distância possível


entre a chamada e a queda, devendo o atleta realizar um salto a pé
coxinho (hop), uma passada saltada (step) e um salto final (jump). A
tábua de chamada, está a 13 metros da areia para os homens e a 11
metros para as senhoras. O comprimento do salto é medido a partir da
tábua de chamada até onde aterra o salto.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 63

• Os saltos são realizados num espaço com pista de balanço,


zona de chamada e área de queda, aplicando-se as regras
gerais do salto em comprimento.
• O primeiro salto deve ser efectuado com o pé de chamada, a
passada saltada com outro pé e, por fim, a recepção a dois pés.

Componentes do salto

1. Salto (hop):

1. Efectuado com a perna mais forte;


2. Tempo de contacto com o solo menor que no salto em
comprimento;
3. Menor diminuição velocidade horizontal;
4. Grande importância do equilíbrio e da coordenação de
movimentos, o que determina os próximos saltos;
5. Menor rebaixe do centro de gravidade;
6. Troca de pernas em fase de voo (início de movimento de
tesoura);

2. Salto Step ou Parada:


Estudos Práticos I e II - Atletismo 64

• Inicia-se com o contacto da perna de impulsão em cheio com


o solo (maior sua absorção de impacto);
• Pequena flexão de perna de impulsão (maior tensão elástica);
• Perna de impulsão sofre grande pressão (até 6 vezes o peso do
atleta)
• A chamada é realizada com um movimento de "patada"onde o
saltador faça um movimento brusco com a perna para trás e
para cima, tentando assim reduzir a perda de velocidade
horizontal;
• Fase de voo, correcção do equilíbrio através da rotação
horizontal dos braços, colocando o centro de gravidade no
lugar.

3. Salto Jump:

• é aquele realizado com a perna de elevação (perna mais


fraca)
• toque sobre a planta do pé (maior absorção de impacto);
• movimento de "patada" activa na chamada para reduzir a
perda de velocidade horizontal;
• maior tempo de contacto com o solo;
• fase de voo próximo do salto em comprimento. a
correcção do equilíbrio é feita através da rotação
horizontal de braços, na fase de voo.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 65

Limitações

• O segundo salto deve ser dado com a mesma perna que o


primeiro.
• O terceiro salto deve ser dado com a perna contrária ao do
primeiro e segundo salto.
• O pé inactivo não pode tocar o solo;
• Não se pode, ao saltar, cair fora da pista ou da caixa de
areia.
• O salto é considerado nulo se na chamada, o atleta pisar
uma linha marcada com plasticina na tábua de chamada,
se ultrapassar a tábua, ou uma parte do pé passar o limite
da tábua de chamada

Sumário
O Triplo Salto é um dos tipos de salto mais complicados e exigentes,
onde o atleta deve dispor de algumas características específicas dada a
exigência da disciplina.

Exercício 8
1. Elaborar 10 exercicios para melhorar o tripo salto.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 66

Unidade nº 9
Salto em altura
Este novo estilo passou a ser conhecido por "Flop" e hoje tem a
preferência da maioria dos saltadores, de todos os níveis.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Explicar correctamente a tecnica do salto em altura


 Conhecer a metodologia do ensino do salto em altura

Objectivos

A terminologia que vai usar nesta unidade é a seguinte:


Federação Internacional de Atletismo Amador – FIAA,

Terminologia

Salto em altura
O salto em altura é uma disciplina do atletismo cujo objectivo é saltar
a maior altura possível sobre uma fasquia sem a derrubar. Os saltos
são realizados num espaço onde existe zona de balanço e uma zona de
queda.
A zona de balanço deverá ter um mínimo de 15 metros de
comprimento. A fasquia deve ter um comprimento de 4 metros, e ser
apoiada em dois postes com altura suficiente.
A zona de queda deverá ser um colchão com pelo menos 5 metros de
comprimento e 3 de largura, colocado junto aos postes.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 67

3 2
4

1 - Zona de balanço
2 - Postes
3 - Fasquia
4 – Zona de queda/recepção (colchão)

Regulamento específico

• A chamada tem de ser realizada a um só pé;

• O atleta tem 2 minutos para iniciar o seu salto;

• O salto é válido quando o atleta ultrapassa a fasquia sem a


derrubar, mesmo que lhe toque;

• O atleta pode decidir a que altura inicia a sua prova, e pode


optar por saltar ou prescindir das tentativas às diferentes
alturas;

• A altura a que a fasquia é colocada deverá ser pelo menos


2cm superior à anteriormente ultrapassada;

• Os atletas têm direito a três tentativas, para cada altura que


tentam ultrapassar; no entanto ao 3º salto nulo consecutivo,
mesmo que seja a diferentes alturas, o atleta é eliminado;

• A classificação final é obtida pelo melhor salto de cada atleta;

• A medição do salto faz-se desde o solo até ao bordo superior


da fasquia;.

Será considerado um salto nulo se o atleta:


• Iniciar o seu salto para além do tempo disponível (2 min);
• A fasquia cai dos suportes devido ao toque do atleta durante o
salto;
• O atleta tocar no solo ou na zona de queda para além dos
postes antes de ultrapassar a fasquia.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 68

Determinantes técnicas no salto em altura - Fosbury Flop


Na execução do salto em altura podemos distinguir quatro fases:
corrida de balanço, chamada (impulsão), transposição e queda
(recepção).

Corrida de Balanço

• Realizar a corrida com aceleração progressiva até à chamada;

• Manter o tronco direito (na vertical), inclinando ligeiramente


para trás nas últimas 3 passadas;

• Realizar um número de passadas determinadas (varia de


atleta para atleta), normalmente 8 a 12 passadas;
• As últimas 3 a 5 passadas devem ser realizadas em curva.

Chamada (Impulsão)

• Fazer a chamada com o MI mais afastado do colchão,


ligeiramente à frente do 1º poste;

• Colocar o pé de chamada ligeiramente afastado e voltado para


o lado oposto da fasquia;

• Realizar o movimento de extensão do MI que faz a impulsão;

• Elevar o MI livre (lado contrário ao de impulsão) com o


joelho flectido;
• Simultaneamente elevar os membros

Transposição (Fosbury flop)

• Projectar o corpo bem para cima de costas para a fasquia;

• Em primeiro lugar ultrapassar a fasquia com o MS do lado da


perna livre;

• Elevar as ancas durante a transposição de modo a arquear o


tronco;

• Estender os MI para a sua transposição;


Estudos Práticos I e II - Atletismo 69

Queda (Recepção)

• Fazer a recepção sobre os ombros e zona dorsal e com os MS


afastados;
• Os joelhos devem estar afastados na queda

Aproximação
Nas últimas 3 passadas diminui-se progressivamente avelocidade e o
comprimento. O atleta chega a esta fase com uma inclinação de 45-
50.

Impulso
Uma das fases más importantes é desportista deve saltar com as pernas
livres.

Vôo
O saltador roda na ascensão e alcança a barra com a cabeça para a
frente para a transpor de costas.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 70

Transposição
Vai-se transpondo a fasquia por esta ordem: braço contrário ao pé de
impulso, cabeça, tronco, o outro braço, ancas, pernas.

Queda
Descida realiza-se com as pernas rectas e separadas e as costas
direitas.

SALTO À VARA
Velocidade, força nos braços e músculos do torso e capacidade de
concentração são alguns dos requisitos que possuem os atletas que
competem no salto à vara. Um estilo que consiste em saltar por cima
de uma fasquia apoiada em duas barras horizontais com a ajuda de
uma vara.
Quanto tempo tem o atleta? Apenas 2 minutos por tentativa. Depois de
3 tentativas falhadas na mesma altura é eliminado.

As 3 fases
1ª Fase: Corrida – Transporte
A distância a percorrer é de 40-50 metros com a vara na mão. Joelhos
altos e braço flectido.

2ª Fase: Impulso
Nos últimos metros a vara crava-se no ponto de encaixe. Aproveitando
a energia da corrida, a vara dobra-se e o atleta levanta voo.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 71

Vôo
A seguir, um forte impulso de braços fará com que saia disparado para
cima e consiga transpor a fasquia.

A TÉCNICA DO SALTO EM ALTURA


São características básicas dos bons saltadores em altura a aptidão para
o salto, agilidade e da força de impulsão.
Vários são os estilos utilizados ou já utilizados para a execução do
salto em altura, entretanto, dois deles são os responsáveis pelas
melhores marcas mundiais. São eles:
• O estilo Rolo Ventral
• O estilo Flop

O estilo rolo ventral


Caracteriza-se pela ultrapassagem do sarrafo (barra transversal que
delimita a altura a ultrapassar) na posição de decúbito ventral.
Podemos observar neste estilo as seguintes fases técnicas: posição de
partida, corrida, impulsão, ultrapassagem e queda.

1 - Posição de partida: O atleta se coloca no ponto inicial de corrida,


geralmente com os dois pés unidos, braços caídos ao longo do corpo,
olhando à frente observando o sarrafo. Desta forma,
descontraidamente, está se concentrando para o salto.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 72

2 - Corrida: A corrida de impulsão, que geralmente pode ter um total


de 7 a 9 passadas, é considerada de grande importância, pois se não for
bem executada, prejudicará totalmente as demais fases. A velocidade
do atleta no final da corrida, tem de ser controlada, para lhe permitir a
conversão do movimento do plano horizontal, para outro quase
vertical. É uma corrida em progressão retilínea, feita do lado da perna
de impulsão e que forma, em relação ao sarrafo, um ângulo de
aproximadamente 30º, podendo no entanto, no caso do iniciante,
chegar aos 45º.
Na corrida podemos observar duas partes: a inicial, com velocidade
progressiva, com bastante soltura e exagerando um pouco do impulso
das passadas. Aí, o objetivo principal é a aquisição de velocidade
ótima. A outra parte é a final, constando dos três últimos passos que
são a preparação para a impulsão. Estes três últimos passos da corrida
devem ser suaves, mais rápidos e amplos (o penúltimo passo deve ser
cerca de um pé mais longo que o último, que se funde com a impulsão
propriamente dita). Com isso há uma ligeira inclinação do corpo para
trás, com as pernas fletidas, fazendo com que o centro de gravidade se
aproxime do chão e o pé de impulsão faça apoio à frente do corpo,
com a perna já estendida primeiramente pelo calcanhar. Neste caso,
esta perna de impulsão assenta-se à cerca de um braço (70 cm do
sarrafo).

3-Impulsão:A correta impulsão implica no total aproveitamento de


velocidade de corrida, aproveitamento máximo da capacidade da perna
de impulsão e da ação da perna livre para cima do sarrafo. A falta da
execução ou uma execução incorreta de qualquer uma destas três
ações tira todas as possibilidades de um bom salto.
No momento do impulso, na realidade são realizados dois impulsos
distintos e seguidos um do outro.
O primeiro é a acção da perna livre, para frente e para cima (estendida
ou não), o que aliviará um pouco o peso do corpo.O segundo é a ação
energética da perna de impulsão, que aproveitará a ação anterior e
forçará, com toda potência, o corpo para cima. A ação da perna de
impulso deve ser feita imediatamente antes do final da ação da perna
livre (fig. de 6 a 10). Quanto aos braços, no movimento anterior ao
impulso, os mesmo devem ser levados para trás. Quando se eleva a
perna livre para a frente e para cima, estes virão juntos (esta é a
chamada técnica paralela ou simétrica, uma vez que existe ainda a
movimentação alternada normal)

(fig. de 4 a 9)
Estudos Práticos I e II - Atletismo 73

Nota:
Para o atleta saltador em altura é importante, primeiro, a força de
impulsão e a flexibilidade, bem como a capacidade de aprender uma
das técnicas modernas. A força de impulsão ( absoluta ) é, pois,
condição prévia para aprendizagem do rolamento ventral e do « Flop
», as técnicas do salto em altura mais utilizadas. As descrições que se
referem, limitam-se, por isso, a estas duas técnicas, nas quais devem
ser empregues os principais aspectos biomecânicos do salto em altura.
A marca do salto em altura é formada pelo resultado de três
componentes: A1+A2+A3 = Altura do salto (ver figura 2).
Estudos Práticos I e II - Atletismo 74

(ver figura 2).

4 - Ultrapassagem do sarrafo: Já sobre o sarrafo, o tórax do atleta se


encontra paralelo a este, quase na vertical. A cabeça se situa num
plano mais baixo, perna de ataque estendida e a de impulsão
flexionada, encontrando-se o sarrafo entre elas. Estando nessa posição,
resta "envolver" o sarrafo, provocando um giro do corpo sobre seu
eixo longitudinal, fazendo-o rolar sobre o outro lado do mesmo. Já
tendo transposto o sarrafo, o atleta eleva o joelho da perna de impulso
para não tocar no sarrafo. (fig. de 16 a 18)

5 - A queda: Visa permitir que o atleta caia da melhor maneira


possível sem sofrerm qualquer tipo

5 - A queda: Visa permitir que o atleta caia da melhor maneira


possível sem sofrer qualquer tipo de acidente. Geralmente faz um
rolamento lateral sobre os ombros. Atualmente, os colchões de espuma
favorecem muito uma queda, sem maiores riscos.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 75

Estilo flop
A característica principal deste estilo é a ultrapassagem do sarrafo de
costas. Algumas pesquisas tem mostrado que, do ponto de vista
biomecânico, a ultrapassagem do sarrafo de costas é mais eficiente,
uma vez que possibilita ao máximo o aproveitamento da altura em que
se elevou o centro de gravidade.
As fases técnicas que podemos observar são as mesmas descritas no
Rolo Ventral, ou seja: posição de partida, corrida, impulsão,
ultrapassagem e queda. Segundo Szmushowski,as mais importantes
fases são corrida e impulsão. Ultrapassagem e queda são
conseqüências diretas destas fases anteriores.

1 - Posição de partida: Uma vez que não existe um padrão específico,


assemelhase ao estilo Rolo Ventral.

2 - A corrida: O saltador que se vale da técnica Flop deve realizar a


corrida em um primeiro momento sobre uma linha reta (fase de
aceleração), na direção do sarrafo, sob um ângulo que pode variar de
60º a 90º. Passa depois por uma curva (preparação de impulsão) nas
últimas passadas (pelo menos 3 a 5). O total desta corrida, em linhas
gerais, é de 9 a 11 passadas e o ponto de partida está de 15 a 20 metros
do sarrafo. Para determinar o local da saída e a linha reta, utilizado na
primeira parte da corrida, a mesma é traçada na perpendicular de 3 a 5
metros além do poste mais próximo (esta variação de distância se
justifica pelo fato de o atleta iniciar a corrida no ângulo de 60º ou
mais).
Estudos Práticos I e II - Atletismo 76

Nas últimas passadas (em curva), que é a preparação para a impulsão,


modifica-se a posição do corpo, acentuando-se uma inclinação para o
centro do círculo (para compensar a ação da força centrífuga). Porém,
ao começar o último passo o tronco do saltador começa a endireitar-se.

Existe ainda uma inclinação para trás (embora menor que no estilo
Rolo Ventral). Assim, abaixa-se o centro de gravidade e é prolongado
o percurso da impulsão.

Este último passo será muito mais veloz (semelhante ao salto em


distância). O pé de impulsão é assentado aproximadamente a um
Estudos Práticos I e II - Atletismo 77

metro do sarrafo (para saltos em torno de 2 metros), primeiro pelo


calcanhar, na direção da corrida.
Neste estilo não há muita necessidade de flexionar a perna de
impulsão intensamente (pelo menos, não tanto como no estilo do Rolo
Ventral).

3 - A impulsão: Após a corrida, na posição acima descrita, tem início


a impulsão. A mesma é semelhante à do estilo tesoura, começando
com a perna mais afastada do sarrafo. Simultaneamente ao
endireitamento do corpo, na vertical, há a elevação da perna livre e dos
braços, instantaneamente, existe a extensão violenta da perna de
impulso. O impulso deve ser somente para cima. É um erro grave
provocar a parábola durante a impulsão, pois ela é determinada
quando do endireitamento do tronco (saída da posição inclinada para
dentro da curva). (Fig. de 3 a 6)

A elevação da perna livre se faz para cima, com o joelho flexionado e


para o centro da curva. Isto provoca uma rotação do corpo sobre o eixo
longitudinal (fig. de 4 a 6). Posteriormente, deverá haver uma rotação
da cabeça para o lado da perna livre (Fig. 6). Isto possibilitará a parada
do giro do corpo, e portanto deve ser executada no momento correto,
de forma que as costas se voltem para o sarrafo. Permite ainda, além
do movimento compensatório, ao atleta manter o olhar fixo no sarrafo,
enquanto executa este movimento.

4 - Ultrapassagem: A primeira ação para a ultrapassagem (assim que


os ombros transponham o sarrafo) é a de voltar bruscamente a cabeça
para trás (o que elevará o quadril). Isto possibilitará colocar o corpo de
forma arqueada sobre o sarrafo (fig. de 8 a 10). Conforme a técnica do
atleta, os braços se colocam estendidos ao longo do corpo. Há também
aquelas que assimilam melhor, jogando o braço do mesmo lado da
perna livre para cima como se ele fosse o condutor do resto do corpo
na transposição. O outro braço fica pendido ao longo do corpo. Após
passar o quadril, o atleta tem de realizar o movimento compensatório
de flexão. Esse movimento é ainda provocado claramente pela cabeça
Estudos Práticos I e II - Atletismo 78

que se inclina fortemente para diante, tocando o queixo no peito (fig.


11 e 1212). Assim há o “desarmamento” do corpo, com elevação das
pernas livrando-se do sarrafo.

5 - A queda: Na queda, o corpo do atleta toma uma posição em “L”,


mantida por meio da contração muscular. Os braços afastados tendem
a tocar primeiro a superfície do colchão de espuma, absorvendo o
choque e preparando a correta posição do resto do corpo, para um
posterior rolamento para trás (fig. 13). Apenas para citar, sem no
entanto entrar em maiores detalhes técnicos, faremos um breve
comentário sobre a Técnica da Tesoura. Já considerada ultrapassada
em termos de grande resultados, vale a pena citá-la devido a
simplicidade dos seus movimentos, que podem ser facilmente
assimilados por qualquer escola, com um mínimo de agilidade. Recebe
este nome em função dos movimentos das pernas na ultrapassagem do
sarrafo. A corrida é feita em um ângulo de aproximadamente 45º em
relação ao sarrafo e o seu lado depende da impulsão do praticante.
Para esta técnica, o saltador com impulsão na perna esquerda coloca-
se no lado direito e a impulsão da perna direita coloca-se à esquerda.
Daremos mais ênfase a esta técnica nas nossas aulas práticas. O
motivo maior da citação deste salto é que a sua execução presta-se
como um educativo auxiliar, principalmente para o Flop.

Sumário
O salto em altura é uma disciplina do atletismo cujo objectivo é saltar
a maior altura possível sobre uma fasquia sem a derrubar.

Exercício 9
1. Mencione e caracterize as fases de salto em altura.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 79

Unidade nº 10
Lançamento e provas
Antes de mais nada, é bom salientar sobre a problemática de
terminologia que gera em torno das palavras de lançar e lançar. Em
português, de acordo com o dicionário de Aurélio Buarque de
Holanda, a palavra lançar significa ato ou efeito de lançar. Lançar vale
como atirar ou lançar com força para longe. Lançamento é o ato de
lançar e, finalmente, lançar é igual a atirar com força ou lançar. Para o
regulamento oficial, é utilizada a palavra lançamento para o dardo,
disco e martelo e lançamento para peso cuja diferenciação é
encontrada também nos livros alemães e ingleses. Isto se deve ao fato
de existir uma pequena diferença que caracteriza a maneira do atleta
soltar o implemento no ar, onde observamos que o peso é empurrado e
os demais são projetados com características diferentes.Com tudo isto,
podemos concluir que tanto lançamento como lançamento tem o
mesmo significado e as diferenças são apenas na questão de
colocação.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Conhecer as caractérisitcas de lançamento


 Executar correctamente o lancamento

Objectivos

LANÇAMENTO DE PESO
De todas as especialidades dentro do atletismo, o lançamento de peso
é, sem dúvida, a mais praticada. A razão de tal popularidade deve-se
ao facto de que é fácil empurrar um implemento esférico, de peso
sustentável, proporcional à força, dentro de suas faixas etárias.
Qualquer elemento que se disponha a praticar o lançamento de peso
vai em busca de marcas que possam se aproximar dos grandes
campeões. Para isto, se entregam a rígidos treinamentos, aprimorando
cada vez mais uma técnica apurada, sem que haja qualquer desperdício
de força energética.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 80

Os especialistas desta prova são caracterizados por serem de estrutura


elevada, chegando a 1,95m de altura, com envergadura acentuada. São
rápidos e fortes.
Quanto à velocidade dos lançadores, nota-se que estes têm, em média,
nos 100m rasos de 11,7s e 11,9s. Possuem coordenação motora
acentuada que lhes permite assimilar rapidamente as instruções a que
lhes forem transmitidas. As valências físicas mais acentuadas dos
lançadores são: VELOCIDADE, FORÇA, COORDENAÇÃO.
Na história dos lançamentos, sabe-se que em 1883, LAMBRECHT, da
Grã-bretanha, lançamentou o peso a uma distância de 13,10m. Os
lançadores são altos e fortes, surgia então o primeiro gigante, era
RALPH ROSE (recorde mundial em 1909, com marca de 15,54m)
tendo a estatura de 2,06m e 125kg de peso. Os atletas recordistas eram
geralmente pesados (acima de 100kg), sendo que os Estados Unidos se
caracterizaram por grande número de recordistas mundiais. Prova
disto é que surgia um grande atleta de nome PERRY O´BRIEN. Já aos
18 anos, O´BRIEN despertava a atenção dos técnicos. Treinava com o
técnico JESSE MORTENSEN, de manhã e tarde, utilizando a
musculação como princípio básico de suas marcas excepcionais.
Antes de Perry O´brien, o grande lançador era JAMES FUCHS, que
utilizava uma técnica ortodoxa (com deslocamento lateral sem cruzada
de pernas). Fuchs quebrou, durante um ano, quatro vezes o recorde
mundial. O´brien, já na época de Fuchs, se destacava como júnior.
De 1953 a 1956 O´Brien venceu todas as competições em que
participava. Em 1959 surgia DALLAS LONG nesta disputa, igualando
o recorde de O´Brien (com a marca de 19,25m). O´Brien não deixava
por menos e quebraria novamente o recorde mundial com a marca de
19,30m para, em 1960, Dallas Long supera-lo na disputa com a marca
de 19,38m.
A verdade era o seguinte: até 1950, os arremessa dores se utilizavam
do “estilo ortodoxo”, tendo Fuchs como recordista mundial de 1949 a
1952. Em 1953, O´Brien tirava de Fuchs o recorde mundial detendo-o
até 1959, quando Long quebrou a hegemonia. Nesta época Long já
utilizava a técnica de O´Brien. Porém, este ano de 1959, novamente
quebrava o recorde, passando O´Brien para a história, como o lançador
de todos os tempos que quebraria maior número de recordes mundiais.
O primeiro atleta a superar a marca de 20m foi BILL NIEDER, dos
EUA, com marca de 20,06m em 1960.
Na década de 80 surgia mais um estilo: ESPANHOL, que tinha a
característica do giro do lançamento de disco. Este estilo é aplicado
justamente pelos arremessa dores de disco por questões de adaptações
à especialidade
Estudos Práticos I e II - Atletismo 81

Estilos dos Lançamentos


• Ortodoxo – com deslocamento lateral
• Perry O´Brien – com deslocamento de costas
• Espanhol – com giro do lançamento de disco

Pesos
• Masculino – 7,260kg
• Feminino – 4kg

Quando se iniciar os ensinamentos do lançamento de peso, deve-se


levar em consideração a utilização deste implemento com os pesos de
2kg, 3kg ou 4kg, pois com pesos leves o aprendizado é de fácil
assimilação.
Deve-se, também, utilizar o estilo ORTODOXO nesta fase inicial
para, posteriormente, ensinar o estilo PERRY O´BRIEN.

O peso se agarra de distintas maneiras, segundo cada atleta, pois


depende do tamanho da mão e da força da mão e dedos.
O mais correcto é segura-lo com os dedos afastados, colocando-o na
base dos mesmos, sem que toque a palma da mão. Observar que o
punho deve estar flexionado para trás.
A mão que tem o implemento deve estar junto à clavícula ou queixo.
O cotovelo alto ou baixo.
A força final do punho, mão e dedos na função reversível é por demais
importante para a execução de um bom lançamento.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 82

Técnica “Perry O´brien”

Início
De costas para o sector, de pé, o peso do corpo no pé direito, pé
esquerdo mais atrás (fig. 1). Peso posicionado abaixo do maxilar,
muito próximo ou até encostado no pescoço, cotovelo do membro
lançador bem aberto. Inicia-se o troco enquanto ergue-se o membro
inferior esquerdo para fins de equilíbrio - posição de balança (fig. 2).
Após, há uma flexão do joelho direito e do quadril e joelho esquerdo,
aproximando os dois joelhos – posição agrupada (fig. 3/4)

Deslocamento
O deslocamento é iniciado pelo desequilíbrio inicial do corpo para
trás (fig. 4/5); a seguir, há uma acção de extensão do joelho e quadril
esquerdos (que “puxará” o corpo), simultânea à extensão do joelho
direito. O deslocamento deve ser junto ao solo (por isso o termo mais
adequado seria deslizamento) e a perna esquerda não deve ser lançada
para cima e sim para trás, rasante.

Duplo apoio
O pé direito vai assentar no centro do círculo, pela planta e em um
ângulo de cerca de 90 a 120 graus com o sentido do lançamento. O pé
esquerdo, quase que simultaneamente, deve chegar ao solo, pela parte
anterior, junto ao anteparo, ligeiramente à esquerda da linha central do
círculo. O tronco continua virado para a parte posterior do círculo
(olhar para um ponto situado a alguns metros atrás do mesmo) e está
em flexão e torção.
Ao final do deslocamento o peso do corpo está sobre a perna direita, se
o peso chegasse a cair, deveria atingir o solo a uma certa distância do
pé direito.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 83

Fase Final
Esta fase inicia-se pela acção do membro inferior direito (o
lançamento inicia-se com a flexão plantar do tornozelo direito)
combinado com uma rotação da pélvis e do tronco.
O lado direito do corpo, em consequência destes movimentos, roda
para frente e para cima, na direcção do lançamento. O membro inferior
esquerdo deve efectuar uma acção de contenção e alavanca.
Ao final, há uma completa extensão dos membros inferiores, com os
pés ficando apontados para a direcção do lançamento.
A acção do membro superior direito consiste em uma abdução
horizontal da articulação do ombro, seguida de uma extensão de
cotovelo e uma vigorosa acção final de flexão da articulação do punho
(quebra de punho) e da flexão das articulações dos dedos (a palma da
mão deve estar virada para o lado ao final do lançamento.
Durante todo o lançamento, o cotovelo do membro arremessa dor deve
estar aberto (apontando para o lado), deve vir atrás do peso e a mão
deve estar com o polegar apontando para baixo. O membro superior
esquerdo, flexionado no cotovelo, contribui para efectuar a rotação do
tronco mas cessa seu movimento abruptamente, quando o peito do
atleta já está voltado frontalmente para a frente do sector,
contribuindo, assim, para incrementar a velocidade de saída do
implemento.

Reversão
Para evitar-se a saída do círculo, efectua-se uma movimentação de
pernas, que consiste em a perna esquerda dirigir-se para trás, com a
perna direita colocando-se à frente, o que leva a uma fase aérea e uma
subsequente flexão do joelho direito e abaixamento do tronco, o que
contribui para um abaixamento do centro de gravidade, evitando o
desequilíbrio para fora do círculo.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 84

Lançamento de Dardo
O lançamento de dardo é, sem dúvida, a mais bonita das provas
existentes no atletismo moderno. Desde os tempos dos “homens das
cavernas”, este implemento, hoje sofisticado, era utilizado para a caça
de animais. Na medida em que o tempo passava, o implemento era
utilizado para vários fins, entre eles o da procura da caça para
sobrevivência, como também como arma nas grandes guerras entre os
povos nórdicos. Índios também passaram a utilizar este implemento na
pesca.
A maneira como era utilizado o dardo não diferiu muito da actual. A
técnica empregada para se lançar tal implemento foi aperfeiçoada de
tal maneira, a fim de que se pudesse utilizar o maior aproveitamento
possível da força energética num movimento rectilíneo no plano
vertical e parabólico no plano horizontal.
A acção de lançar ou lançar algum implemento nos lembra a forma de
como atiramos pedra. É um movimento que parece ser natural ainda
que adaptado às características do instrumento utilizado. Sem dúvida
nenhuma, poderemos notar que o ato de lançar este implemento nos
coloca mais perto de nossos antepassados.
Como lançador de dardo, é preciso ter velocidade, coordenação,
agilidade e força.
Não há necessidade específica de serem muito altos. Notadamente é
uma especialidade onde atletas são bastante diferentes de outros
lançadores (peso, disco e martelo).
Durante muito tempo esta especialidade foi praticada pelos nórdicos;
os nomes de Myrra, Pentilla, Jarvinen e Nikinnen figuravam sempre
entre os melhores do mundo e candidatos ao título olímpico.
Com a evolução das marcas, acima de 100m, a Federação
Internacional de Atletismo Amador – FIAA, em assembleia de seus
filiados, resolveu, através de nova regra, modificar a estrutura deste
implemento, deslocando o centro de gravidade para mais a frente da
corda envolvida no dardo, fazendo com que o mesmo, em sua
trajectória rectilínea (vertical) alterasse a trajectória parabólica
(horizontal), pois quando atingisse a maior amplitude de seu percurso,
descesse mais rapidamente, voltando, com isto, ao visual antigo, ou
seja, o de “cravar no solo”.

Forma correcta de lançar o dardo


Qualquer que seja o estilo utilizado, deverá permitir que os dedos da
mão e o punho actuem descontraidamente sobre a corda envolvida no
dardo; o domínio do dardo em seu plano de voo, tanto vertical como
horizontal deverá oferecer à mão uma posição que permita utilizar
uma concentração de forças para lançar o projéctil. Existem vários
métodos para esta finalidade e vamos descrever aqueles mais
comummente mais utilizados.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 85

Método finlandês
É considerado o método mais forte. Consiste em segurar o dardo, de
forma que o dedo indicador se coloque estendido na parte de trás do
encordoamento, com uma pequena flexão da falange distal para a
lateral, em contacto com a haste do dardo ou em torno dela. Os dedos
polegares e médio são colocados no início da corda envolvida no
dardo, contornando a mesma, tendo as extremidades quase unidas.
Esses dois dedos são praticamente os responsáveis pela transmissão da
força ao dardo: são eles que empurram o dardo no lançamento. Os
demais dedos, anular e mínimo, são colocados normalmente sobre a
corda (figura abaixo).

Notamos que a principal característica deste método de empunhar o


dardo está exactamente relacionada com a posição do dedo indicador,
que tem por objectivo melhorar a trajectória do lançamento,
proporcionando também maior rotação ao dardo quando está no ar.

Método normal ou americano


É o mais utilizado por ser de mais fácil adaptação. Aqui, o dardo é
pressionado pelos dedos indicador e polegar no início da corda
envolvida no dardo, e os demais dedos se colocam bem firmes, porém
descontraidamente sobre a corda, como vemos na figura abaixo.

a) A corrida preparatória
A corrida é dividida em duas partes. A primeira começa na posição de
partida e vai até a marca intermediária. Nesta fase, o dardo é
conduzido sobre o ombro, mais ou menos na altura da cabeça e
Estudos Práticos I e II - Atletismo 86

paralelo ao solo. O objectivo desta fase é dar ao atleta a velocidade


ideal, que será transportada para o dardo no momento em que ele for
arremessado.
A segunda parte é aquela que caracteriza o estilo utilizado pelo atleta –
finlandês, Bud Held, americano com salto, etc -, cujo número de
passadas depende do estilo praticado (cinco, no finlandês). Esta parte
da corrida é muito importante, porque é dela que depende o maior ou
menor sucesso do lançamento, no aspecto técnico.

b) Extensão da corrida: Deve ser suficiente para se conseguir com ela


o impulso necessário para um bom lançamento. O excesso de
velocidade tem que ser freado/reduzida lentamente, tornando-se inútil,
porque dele nada se aproveita e pode colocar muito a perder.

c) O lançamento propriamente dito: Esta fase está interligada com as


anteriores e seu sucesso depende totalmente da boa realização das
precedentes. Assim, se a mão direita for levada correctamente para trás
e o pé esquerdo colocado devidamente, o dardo poderá ser levado sem
esforço à linha de acção, por cima do ombro. Com isso, se impõe ao
cotovelo um mínimo de tensão, reduzindo consideravelmente as
possibilidades de uma contusão. Além disso, essa posição do braço
amplia a sua alavanca, aumentando a força do lançamento.

c) Acção final e troca de pés ou reversão: Como foi visto, na fase do


lançamento propriamente dito o peso do corpo passa para a perna da
frente no momento em que o dardo é arremessado, em consequência
do bloqueio da velocidade da corrida, devido ao passo cruzado. Esta
acção resulta em um desequilíbrio do corpo para frente próximo ao
anteparo final do corredor de lançamentos, que não pode ser tocado e
nem ultrapassado pelo atleta, que será punido com uma falta que anula
a tentativa.

Para que isto não se verifique, o lançador deve realizar uma troca da
perna que está atrás pela frente e com muita rapidez, a fim de bloquear
esse movimento do corpo em desequilíbrio à frente, colocando-o em
uma posição parada e estável, para em seguida deixar o corredor pelo
espaço permitido. A esta acção nós chamamos reversão ou troca de
pés.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 87

Lançamento de Disco
O lançamento de disco é sem dúvida o mais clássico e antigo de todos
que figuram no atletismo. Desde a antiguidade, era costume lançar-se
escudos de guerra, gesto este que passou às Olimpíadas, substituindo-
se os escudos por discos de pedra de características desiguais em peso
e diâmetro. O gesto de lançar disco tem-se perpetuado através de
figuras ou até mesmo em estátuas.
Dentro da era moderna do atletismo, foi o primeiro lançamento que se
praticou, seguido mais tarde pelos outros três (peso, dardo e martelo).
A forma como se lançava este instrumento é diferente da actual.
Acontece que ao passar dos anos, a técnica de lançar o disco
apresentou avanços que pudessem tirar maior proveito dos
movimentos baseando-se nas leis da física.
A forma que hoje é utilizada, permite o aproveitamento da força
centrífuga horizontal aplicada, de dentro de um círculo, com
velocidade progressiva, obtendo-se maior possibilidade às grandes
distâncias. O aprimoramento da técnica com giros (rotações) faz com
que atletas tenham que se dedicar horas e horas diárias em seus
treinamentos, a fim de que movimentos circulares possam ser
realmente aproveitados no lançamento.
O recorde tem melhorado muito e hoje quase todos os lançadores
empregam a técnica americana adoptada pela primeira vez pelo norte-
americano FORTUNE GORDIEN. Pode-se dizer que os lançadores de
disco são menos rápidos que os lançadores de peso, pois tem a
necessidade de utilizar de movimentos circulares. (rítmicos).
Lançadores de disco devem dedicar-se única e exclusivamente para a
prova. Houve épocas que lançadores de peso lançavam discos, porém,
actualmente, são casos raros.
Existe uma grande preocupação para com os movimentos dos
membros inferiores, dentro do círculo, pois se não houver estabilidade
na base não haverá bom lançamento. Pelo simples fato de que os
movimentos circulares podem tirar o equilíbrio de um atleta, os
mesmos devem ser executados de forma progressiva.
É importante que um lançador de disco tenha as seguintes
características: Grande envergadura, ritmo, velocidade e força.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 88

Os membros longos permitem maior raio de giro, em consequência a


velocidade periférica gerada no giro tem que ser maior e portanto
aumentando a força centrífuga. É também muito importante que um
atleta tenha sua mão grande, pois com isto consegue controlar mais o
disco durante seus movimentos circulares. Um atleta com mão
pequena tem grandes dificuldades para controlar o disco, pois durante
os movimentos circulares, se preocupa mais com o disco do que a
base, que são os membros inferiores, em deslocamento.
De 24 ou 25 centímetros é a distância do dedo medial ao início do
punho, para que um lançador possa se destacar. Dedos robustos
contribuem para que um lançamento possa ser adequado devido à
finalização desta acção, que dá ao disco o equilíbrio necessário. A
média dos grandes lançadores ultrapassa aos 100kg e 1,90m de altura.
Com isto podem atingir facilmente os 56m.

Estilos (técnicas)
• Ortodoxo – lateral (de lado para o sector de queda do
implemento) com giro.
• Americano – de costas para o sector de queda do implemento
(com giro).

Pesagem:
• Masculino: 2kg
• Feminino: 1kg

Técnica
A técnica do lançamento do disco se baseia integralmente no
aproveitamento da força centrífuga que gera o atleta ao efectuar um
giro e meio (volta e meia) dentro de um círculo. Esta técnica, como se
tem dito, foi posta em prática com grande êxito pelo americano
GORDILN e a partir deste momento não tem cessado de ser corrigida
e aperfeiçoada.
O lançador inicia o movimento de costas para o sector de queda do
implemento, realizando um passo intermediário (salto rasante)
somando assim a força centrífuga gerada no giro, o impulso linear para
frente, seguindo o eixo do círculo.
O lançamento do disco, como todos do atletismo, é um movimento
continuado e sem pausas, com iniciação lenta, acelerando
progressivamente até atingir a acção final que é a explosão.

Posição Inicial
A posição inicial que um atleta adopta ao entrar no círculo é a
seguinte: pernas afastadas com distância igual ou maior do que a
largura dos ombros (de costas para o sector de queda do implemento) e
disco na mão de lançamento. Neste momento, o centro de gravidade
Estudos Práticos I e II - Atletismo 89

está no meio (entre as pernas) da posição inicial (perpendicular ao


solo).
Pode-se ou não iniciar alguns movimentos de preparação ao
lançamento. Estes movimentos, quando feitos ou executados são para
iniciar o geram no círculo o impulso inicial para a realização do giro.
Estes movimentos são denominados de balanceados.
As pernas flexionarão quando for realizado no balanceio a rotação do
tronco, como também o pé contrário a mão de lançamento terá
alteração no seu movimento (rotação sobre a ponta do pé). O braço de
lançamento vai para trás da linha dos ombros e o braço livre cruzará
ligeiramente a frente do corpo.

Execução da primeira fase – rotação do tronco:


Após ter o lançador executado alguns balanços, existe uma
transferência do centro de gravidade passando os apoios da perna
direita para a perna esquerda semi-flexionada. Quando a perna direita
se desprende do solo tendo terminado seu trabalho de impulsão,
passando o apoio do corpo para a perna esquerda, o braço de
lançamento deve continuar atrás da linha dos ombros. O giro deverá
ocorrer sobre o pé esquerdo.
No momento deste giro sobre o pé esquerdo, o corpo fica ligeiramente
inclinado para o centro do círculo ou o eixo de rotação.
A posição de queda do pé direito ao final do 1o giro deverá ser na
ponta do pé, pois a partir deste momento deverá ser também iniciado
outra rotação.
É fundamental que o atleta não esteja com as pernas estendidas
durante os giros. Os contactos para a finalização dos pés direito e
esquerdo deverão ter o menor espaço de tempo possível, no centro do
círculo.

Execução da segunda fase – fase de entrada de quadril para


lançamento:
A posição que um atleta deve estar é a mesma de como se estivesse
lançando sem deslocamento, ou seja, pé direito no centro do círculo,
perna ou pé esquerdo quase encostado no aro do lado esquerdo do
alinhamento de lançamento (fazer uma divisão do círculo com giz).
Braço de lançamento atrás da linha dos ombros. Braço livre flexionado
com a cabeça voltada para o punho ou cotovelo livre (toalha torcida).
Neste momento existe predominância de apoio sobre a perna de
impulso (no centro do círculo).
Observar atentamente que a cabeça é o eixo das rotações e é ela que
mantém o equilíbrio do corpo durante toda a execução do lançamento.
A perna direita executa o impulso (perna semi-flexionada) para a
entrada de quadris. Cabeça que anteriormente olhava para o punho
livre (mais ou menos para baixo) inicia sua elevação, realizando o
enquadramento dos quadris (adiantamento do Centro de Gravidade).
Estudos Práticos I e II - Atletismo 90

Quando o corpo está se voltando para frente ou para o sector de queda


do implemento, o braço livre flexionado entre mais rapidamente para
trás. O braço de lançamento também continua atrás da linha dos
ombros. Existe a transmissão de apoios.
Da perna direita para a esquerda, com entrada de quadris acentuada e
rosto com o olhar voltado para cima. Nesta finalização é necessário
maior velocidade no braço de lançamento, ou seja, execução de maior
velocidade no percurso do braço até a saída do disco da mão.
O braço de lançamento deve estar estendido. A acção dos dedos
polegar e indicador, principalmente, são fundamentais para um bom
lançamento. São eles que darão maior equilíbrio ao disco.
A busca da perna de lançamento para próximo à livre é fundamental
para todo enquadramento do corpo no lançamento.

Reversão
Nada mais é do que a troca de apoios, ou seja, da esquerda para a
direita em salto, ocorrendo também a inversão da posição da entrada
de quadris, ou seja, retardamento do centro de gravidade, a fim de que
um atleta possa controlar suas faltas nos lançamentos.

1 – Círculo de lançamento,
2 – Antepara, 2 1
3 – Linhas Brancas, 4

4 – Zona de queda do peso;


3

Regulamento específico
• O peso é lançado num círculo tendo na parte da frente uma
antepara curva;
• O atleta tem 1 minuto para iniciar o seu lançamento;
• O peso terá de ser lançado a partir do ombro apenas com uma
mão;
• É proibido o uso de luvas;
• O atleta terá de começar o lançamento de uma posição
estacionária.

Um ensaio será considerado nulo se um atleta, no decurso de um


lançamento:
• Largar incorrectamente o peso;
• Depois de ter entrado no círculo e iniciado o lançamento,
tocar, com qualquer parte do corpo, no solo fora do circulo,
ou na parte superior da antepara;
Estudos Práticos I e II - Atletismo 91

• Se o peso, no seu primeiro contacto com o solo, tocar na linha


delimitadora ou no terreno para além da zona de queda.
• Se atleta abandonar o círculo antes que o engenho tenha
tocado no terreno;
• Se o atleta sair do círculo pela sua metade anterior (parte da
frente);
• AS distâncias serão sempre registadas até ao centímetro (0,01
m) imediatamente inferior à distância medida, caso esta
distância não corresponda a um cm completo.
• A medição será feita desde a marca realizada pela queda do
Peso, que fica mais próxima do círculo até à margem interna
do aro do círculo, ao longo de uma linha que passe pelo seu
centro;
• Quando existam mais de 8 atletas, cada um deles terá direito
a três ensaios e os oito atletas que tenham obtido as melhores
marcas válidas terão direito a três ensaios suplementares.

Os lançamentos devem ser feitos sempre desde um lugar fixo


• O círculo de onde se realiza o lançamento do disco tem 2,5 m
de diâmetro
• Quando o disco atinge o solo, o atleta tem que sair do círculo
pela metade traseira

O verdadeiro protagonista: o disco!


O disco é um prato de bronze que pode ter diferentes pesos. Na
categoria absoluta: 2 kg, para homens, e 1 kg, para mulheres. E o
tamanho? 219- 221 mm, para a categoria masculina, e 180-182 mm,
para a categoria feminina.
O disco pesa menos para os juniores. Tens menos de 17 anos? Apanha
o disco de 1,5 kg. Se a tua idade é de entre 18-20 anos, apanha o de
1,75 kg. Vem! A apanhar o disco!

Por que te podem penalizar?


Apesar de ser um desporto bastante livre, deve-se levar em conta
algumas regras básicas:
• Não se pode tocar a parte superior da borda metálica nem ficar
fora do círculo
• Está proibido sair pela zona dianteira do círculo
• O apoio do pé faz-se sempre com o calcanhar. O impulso?
Com a ponta
• Deve-se sair do círculo antes que se produza a queda do disco
• Não se pode lançar o disco desde fora do círculo
Estudos Práticos I e II - Atletismo 92

• Nem demorar para lançar o disco


• Sair por um lado do círculo é causa de penalização

Acredita-se que…
• Antigamente a zona de lançamento não era circular
• A forma mais comum de lançamento fazia-se levantando
primeiro o disco para frente e logo erguendo o braço.

Lançamento do Martelo
O folclore irlandês, rico em citações épicas, conta-nos as proezas
extraordinárias de um tal Cuchulain (que significava herói em
gaélico), uma espécie de Hércules do mundo celta, que nos Jogos
Atléticos daquele povo, mais ou menos 2.000 anos a.C, realizava
prodígios de força e destreza.
Assim, em determinada celebração, lembram-se de fixar ao eixo de
união das rodas de uma carruagem uma “grossa pedra”, e com este
engenho o herói (mítico?) rodopiou sobre o próprio corpo e lançou-o
“a uma distância que nenhum homem podia lançar e igualar”ao herói
naquele tempo como retrata a história na Grécia antiga.
Tinha nascido o “roth-cl heas”, ou como nós conhecemos hoje: o
lançamento do martelo. Não admira, pois, que nos primórdios do
desporto codificado da nossa Era, os primeiros campeões tenham sido
os irlandeses.
Assim, o primeiro registo conhecido pertence a Michael Kennedy
(irlandês naturalmente), que em 1839 lançou 33,52m.
Os lançadores competem lançando à maior distância possível uma
bola pesada fixada a um arame metálico, com uma empunha dura na
extremidade.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 93

O lançamento de martelo não foge o princípio da rotação o vulgo


molinete, largada e a suspensão ou voo do engenho.

A TÉCNICA DO LANÇAMENTO DO MARTELO


O lançamento do martelo é sem dúvida uma das provas mais difíceis
do atletismo. É necessário um longo processo de exercitação e de
treino para poder se dominado completamente.
Nele podemos encontrar as seguintes fases técnicas:
• Empunhadura
• Posição de partida
• Balanceios para os molinetes
• Molinetes
• Giros
• Lançamento propriamente dito
• Reversão

a)EMPUNHADURA:
A anilha (manopla) é tomada primeiramente com a mão esquerda,
pelasflanges distais, que deve estar protegida por uma luva especial. A
mão direita se coloca sobre a esquerda, de tal modo que ambos os
polegares se cruzam. Esta empunhadura deve ser firme mas sem
contrações.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 94

b) POSIÇÃO DE PARTIDA:
O atleta se encontra na parte do círculo, de costas voltadas para a
direção do lançamento, em afastamento lateral das pernas de
aproximadamente da largura dos ombros. O eixo do círculo passa
entre as duas pernas, cujo peso do corpo se divide proporcionalmente
sobre elas.

c) BALANCEIOS PARA OS MOLINETES:


Existe dois tipos de balanceios para acelerar o martelo, preparando-o
para os molinetes, que são:
1 - O martelo é levado à direita e atrás, podendo ainda ser dentro ou
fora do círculo de lançamento. Desta forma, partindo de uma flexão
lateral do tronco, tem-se uma extensão, iniciando-se assim o molinete.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 95

2 - No outro tipo de balanceio antes dos molinetes, o martelo encontra-


se elevado à frente do atleta e oscila para trás, entre suas pernas.
Aproveitando o impulso adquirido, faz-se um novo balanceio para a
frente e para cima. À seguir, o martelo é dirigido para trás e a direita,
fazendo uma rotação do tronco para acompanhar o implemento (que
neste caso, fica elevado e não baixo como o outro tipo de balanceio) e
tem início os molinetes.

d) MOLINETES:
Após realizar os balanceios descritos acima, as pernas começam a se
estenderem parcialmente, dirigindo e girando o tronco para a esquerda,
momento em que o martelo é arrastado para cima e à esquerda. Desta
forma, o martelo começa a impulsionar-se através de dois ou três
giros. Para que o raio eficaz de rotação do martelo seja o maior
possível e o atleta tratará de manter os braços em extensão, durante
tanto tempo quanto puder. Para satisfazer esta exigência, todos os bons
especialistas abaixem um pouco o ombro esquerdo. Durante os
molinetes existe um arqueamento do corpo, com transferência do peso,
para o lado contrário à posição do martelo. Isto, para atuar contra a
força centrífuga. Assim, no momento em que o implemento se
encontra em seu ponto baixo (lado direito do lançador), o quadril se
desloca para a esquerda, com a perna deste lado semiflexionada, a
direita estendida e vice-versa, quando o martelo estiver na sua
trajetória alta.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 96

e) GIROS:

Uma aceleração inicial que é criada nos molinetes, em um sistema de


forma centrífuga, onde o lançador faz o papel de eixo fixo, tem nos
giros esta aceleração aumentada, onde ainda o atleta continua como o
eixo. No momento em que a cabeça do martelo se encontra na
diagonal, à direita do seu ponto mais baixo de trajetória, após o último
molinete, começa o primeiro giro de impulso. Partindo daí, o lançador
transfere o peso do corpo para a perna esquerda, que nunca abandona
o solo, passando a ser pivô de todos os giros (geralmente três), que são
executados para dar a impulsão necessária ao lançamento, momento
em que é produzido um desequilíbrio controlado para a em volta da
perna, buscando novo apoio no solo, colocando-se paralelamente ao
esquerdo,b propiciando outra vez o “duplo apoio”. Quanto mais rápido
se apoia o pé direito no solo tanto mais tempo pode-se levar o martelo
para baixo e tanto maior será a sua velocidade. Todos os giros são
semelhantes e a velocidade deve ser tecnicamente crescente para que o
lançador possa colocar seu peso cada vez com maior força contra a
força centrífuga do martelo, evitando assim ser arrastado ou
derrubado.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 97

É importante a extensão dos braços durante os giros, bem como não


projetar o peito à frente, nem estender as pernas, durante o apoio do
direito, após a fase do primeiro apoio Nunca se deve transportar o peso
do corpo para a perna direita ou cair sobre ela.
Com a rotação progressiva, com conseqüência da elevada velocidade
no segundo e terceiro giro, a colocação dos pés se torna cada vez mais
estreita, de rotação para rotação, de forma que a perna direita possa
percorrer um caminho mais curto e veloz.esquerda e atrás.
Os pés trabalham de forma que o esquerdo gire sobre o calcanhar e
parte externa, a seguir para a esquerda, em direção ao lançamento,
enquanto que o direito gira sobre a planta, dando assim meia volta. A
segunda meia volta do pé esquerdo se fará sobre o posterior do
mesmo, para terminar no plano do solo. O pé direito sai do chão
novamente, passando rapidamente e muito próximoem volta da perna,
buscando novo apoio no solo, colocando-se paralelamente ao
esquerdo, propiciando outra vez o “duplo apoio”. Quanto mais rápido
se apoia o pé direito no solo tanto mais tempo pode-se levar o martelo
para baixo e tanto maior será a sua velocidade. Todos os giros são
semelhantes e a velocidade deve ser tecnicamente crescente para que o
lançador possa colocar seu peso cada vez com maior força contra a
força centrífuga do martelo, evitando assim ser arrastado ou
derrubado.
É importante a extensão dos braços durante os giros, bem como não
projetar o peito à frente, nem estender as pernas, durante o apoio do
direito, após a fase do primeiro apoio. Nunca se deve transportar o
peso do corpo para a perna direita ou cair sobre ela.
Com a rotação progressiva, com conseqüência da elevada velocidade
no segundo e terceiro giro, a colocação dos pés se torna cada vez mais
estreita, de rotação para rotação, de forma que a perna direita possa
percorrer um caminho mais curto e veloz.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 98

f) LANÇAMENTO PROPRIAMENTE DITO:


Após a última rotação, depois do assentamento da perna direita no
solo, e com o terço anterior, o lançador encontra-se junto ao limite
anterior do círculo, de costas para a direção do lançamento. O peso do
corpo encontra-se sobre a perna esquerda e ambas as pernas estão
fletidas. Neste momento começa o lançamento, especificamente com
as pernas e não com os braços. Ambos os pés continuam girando para
a esquerda, 90º, para a então começar o impulso simultâneo das duas
pernas, juntamente com o tronco e os quadris. Isto após a passagem do
martelo pelo ponto baixo de sua trajetória.A enorme velocidade em
que se encontra o martelo neste momento faz com que ele adiante a
sua posição em relação àquela que possuía no final de cada volta.
Devido a isto, o atleta atua rapidamente, levando o tronco para trás,
exercendo com ambos os braços a ação de tracionar o martelo,
levando-o para trás e para cima, sem que a ação diminua o raio de
giro. O martelo é largado à altura dos ombros e a 90º, o ombro
esquerdo aponta no sentido do lançamento e as costas estão bem
arqueadas. O ângulo de saída aconselhável varia de 42º a 44º.

g) REVERSÃO:
Com a finalidade de não transpor o limite do círculo de lançamento, o
atleta absorve o impacto, através de uma inversão da posição das
pernas. A esquerda é retirada para trás enquanto alguns flexionam a
direita. Outros continuam girando sobre a perna direita, levando o pé
esquerdo para o centro do círculo.
A análise completa de todos os movimentos pode-se observar na
próxima figura.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 99
Estudos Práticos I e II - Atletismo 100

Provas combinadas
Duas das provas que mais testam os atletas são o decatlo e o heptatlo
que se destinam a descobrir o atleta masculino e feminino que seja
polivalente. O decatlo que é para homens consiste em dez provas em
dois dias: os 100 e 400 m, o salto em altura, o salto em comprimento,
o lançamento do peso, os 1500 m, os 110 m barreiras, o salto à vara, o
lançamento do dardo e o lançamento do disco. O primeiro decatlo
moderno foi levado a cabo na Alemanha, em 1911, e todas as provas
se deram no mesmo dia. Surgiu nas Olimpíadas em 1912, e, tal como
actualmente, demorou dois dias.
O heptatlo que é para mulheres consiste em sete provas em dois dias
também: os 100 m barreiras, o salto em altura, o lançamento do peso,
os 200 m, os 800 m, o salto em comprimento e o lançamento do dardo.
O heptatlo (para as mulheres), foi introduzido em 1981 para substituir
o pentatlo, que abrangia cinco provas. Acrescentou-se-lhe o
lançamento do dardo e os 800 metros, para acentuar a força, bem
como a velocidade. Em cada conjunto de provas o vencedor é
escolhido por um sistema de pontuação, no qual os competidores
obtêm pontos pelo tempo, distância e velocidade demonstrados em
cada prova. Ganha o atleta com a pontuação mais alta.

HEPTATLO
Primeiro Dia
100 metros Barreiras
As provas no heptatlo têm 30 minutos de intervalo entre si. O conjunto
de modalidades põe à prova a velocidade, a força, a agilidade e a
resistência de uma atleta. O treino para esta primeira prova - os 100 m
barreiras - também beneficia os 200 m.

Salto em Altura
Neste salto a técnica e a agilidade são postas à prova. As regras são as
mesmas que na modalidade individual, mas as atletas são divididas em
grupos com padrões semelhantes. As atletas comem alimentos
energéticos ao longo do dia.

Lançamento do Peso
Serve para pôr à prova a força de uma atleta. As distâncias alcançadas
no heptatlo são frequentemente mais baixas do que nas provas
individuais, porque a atleta é muito mais leve, e aumentar-lhe o peso
corporal para esta prova poderia prejudicar a sua actuação nas outras.
Nos lançamentos, as atletas dispõem apenas de três tentativas. 200
metros. Esta prova é praticada no fim do primeiro dia, quando a atleta
começa a sentir-se cansada. Por isso, é tanto uma prova de resistência
como de velocidade.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 101

Segundo Dia
Salto em Comprimento
As atletas só fazem três tentativas neste salto. A velocidade é também
vital, para assegurar uma boa corrida de balanço.

Lançamento do Dardo
A capacidade técnica bem como a força do tronco são vitais no
lançamento do dardo. Nas provas individuais, as lançadoras do dardo
são baixas e leves.
A maior parte das atletas do heptatlo são constituição semelhante e,
muitas vezes, conseguem pontuar bastante nesta prova.

800 metros
O segredo é mais a resistência do que a velocidade. Nesta fase, a atleta
devia concentrar-se na marcação dos pontos de que necessita para
estabelecer o resultado final e devia ter por objectivo regular a sua
passada.

DECATLO
Primeiro Dia

100 metros
Esta é a primeira prova do primeiro dia. Nas modalidades de pista,
permite-se aos atletas três falsas partidas, em contraste com as duas
habituais.

Salto em Comprimento
Depois da velocidade dos 100 m, este salto põe à prova a capacidade
técnica do atleta. Os atletas que praticam provas combinadas devem
iniciar cada uma delas, ou serão desqualificados.
No entanto, se não completarem a prova por falha de um salto, por
exemplo, nesse caso não marcaram pontos, o que pode ser desastroso
para o resultado final.

Lançamento do Peso
Como no heptatlo, um físico avultado pode beneficiar esta e outras
provas de lançamento, mas talvez façam abrandar o atleta do decatlo
nas corridas de velocidade e nos 1500 metros.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 102

Salto em Altura
Os atletas praticantes de provas combinadas têm de aproveitar ao
máximo o seu tempo de treino, e, muitas vezes, treinarem ao mesmo
tempo o salto em comprimento, o salto em altura e o salto com vara.

400 metros
É importante beber durante o dia, principalmente em climas quentes e
depois de provas de esforço, como os 400 m. Esta é a que encerra o
primeiro dia, e os atletas terão de pensar em descansar antes das
provas do dia seguinte.

Segundo Dia
110 metros
As pontuações do segundo dia são frequentemente mais baixas, visto
os atletas poderem ter os músculos rígidos e estar cansados depois da
véspera.

Lançamento do Disco
É uma prova difícil porque exige um equilíbrio e coordenação
perfeitos, e uma técnica mais apurada do que outras provas de
lançamento.

Salto com Vara


Os saltadores devem ser rápidos, fortes e maleáveis, para executarem
todos os movimentos exigidos ao catapultar-se sobre a barra apoiando-
se numa vara de fibra de vidro.

Lançamento do Dardo
Nesta altura da competição, o atleta do decatlo estará cansado, e
deverá concentrar-se em lançar o dardo com rigor para ter a certeza de
que marca pontos. No seu primeiro lançamento “válido”, deve ter por
alvo o meio da área de aterragem. O segundo e o terceiro lançamentos
podem ser usados, depois, para melhorar a distância atingida.

1500 metros
A última e a mais difícil de todas as provas. Como nos 800 m
femininos, a táctica é mais importante que a velocidade.

Olimpíadas dos Deficientes


Nestas competem atletas com vários tipos de deficiências. Tal como os
Jogos convencionais, as Olimpíadas dos deficientes têm lugar de
quatro em quatro anos e, sempre que possível, no mesmo país que os
Jogos Olímpicos.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 103

As primeiras Olimpíadas deste tipo, completas, foram em Roma, no


ano de 1960 e, desde 1976, também tem havido as Olimpíadas de
Deficientes de Inverno, que incluem bicicleta e judo.

Maratona
A maratona é uma corrida de longa distância cujo trajecto é de cerca
de 42 km, o exige.
Tem sido corrida nos Jogos Olímpicos desde 1896. Foi assim chamada
devido à corrida efectuada por um soldado grego, desde a cidade de
Maratona até Atenas para trazer notícias da vitória dos Gregos sobre
os Persas.

Selecção dos Lançadores


Para a escolha de um futuro lançador, é indispensável observarmos as
seguintes qualidades:
• Qualidades morfológicas - jovens de boa estatura, boa
distribuição da massa corporal (relação peso/altura) e boa
envergadura.
• Qualidades físicas - velocidade e boa reação nervosa,
dinamismo e agilidade, força, coordenação e flexibilidade.
• Qualidades psíquicas - voluntariedade, constância,
combatividade, resistência psíquica às frustrações e poder de
concentração.

Com relação a atletas de outras provas atléticas, os lançadores são


atletas de:
• Longo e lento período de formação.
• Longo período de maturidade atlética.
• Declínio demorado.

Critérios para o período de formação


• Formação polivalente.
• Prática de diferentes lançamentos.
• Destinar especial atenção psíquica do iniciante.
• Determinar a especialidade definitiva do lançador, somente
quando tivermos
• certeza do seu gosto pessoal e suas possibilidades futuras.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 104

Critérios pedagógicos
• Para se chegar ao gesto global, é recomendável começar com
uma graduação
• pedagógica elementar. Este método se dá no sentido inverso à
cronologia do gesto total, para
• facilitar o estudo da técnica, que é dividida nas seguintes
fases:
a) Fase preparatória: Esta fase se inicia com os movimentos
preliminares para o lançamento, como por exemplo o deslocamento no
peso, voltas, no disco molinetes e giros, no martelo.
b) Fase de realização: Começa com a chegada do pé direito ao solo
(sempre, durante o nosso curso, trataremos de atletas destros), após o
inicio do lançamento. Assim temos, no peso, quando o pé direito
atinge o centro do círculo. No dardo, no penúltimo passo. No disco,
chegada do pé direito ao centro do círculo e no martelo, quando o pé
direito chega no chão, no término do terceiro giro, são exemplos
claros. Esta fase termina no momento em que a perna esquerda recebe
o peso do corpo sobre si.

As duas fases acima descritas, tem os seguintes objetivos:-


• Vencer a inércia do implemento.
• Aumentar o caminho do impulso.
• Adiantar a linha da pélvis, em relação a linha do ombro.
• Colocar o lançador em melhores condições no penúltimo
apoio para a execução do lançamento.

c) Fase final: Começa com a chegada do peso do corpo sobre a perna


esquerda e compreende: o lançamento propriamente dito e a
recuperação do equilíbrio. Tem os seguintes objetivos:
• Dar ao implemento a maior aceleração possível, utilizando o
caminho mais longo e a maior soma de forças possível.
• Recuperar o equilíbrio dentro da zona de impulso, uma vez
que o implemento perde o contato com a mão do lançador.

Sumário
Lançamentos e lançamentos; as provas de lançamentos ou
lançamentos são provas de concurso dentro do atletismo, os
lançamentos estão distribuídos de acordo o sexo e idade.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 105

Exercício 10
1. Identifique as fases do lançamento de peso.
2. Caracterize o lançamento de dardo.
3. Mencione as técnicas de lançamento de peso.
Estudos Práticos I e II - Atletismo 106

Bibliografia

BRAVO, J., PASCUA, M., GIL, F., BALLESTEROS, J., CAMPRA,


E.. ATLETISMO I - Carreras y Marcha. Comité Olímpico Español,
1990.

BRAVO, J., LÓPEZ, F,. RUF, H., SEIRUL-LO, F.. ATLETISMO II –


Saltos. Comité Olimpico Español, 1992.

BRAVO, J., MARTÍNEZ, J., DURÁN, J., CAMPOS, J.. ATLETISMO


III – Lançamentos. Comité Olímpico Español, 1993.Boletins do
Centro Regional de Desenvolvimento da IAAF ( n º 1 a 8).

CARREIRA, S.. Atletismo. Colecção Desportiva , Lisboa, 1963.

FERNANDAES. Atletismo Lançamentos. S. Paulo, 1971.

FPA - Federação Portuguesa de Atletismo, regulamento do


atletismo;Lisboa, 2009

MANUAL DE ATLETISMO do 3º nível de 2005

SCHMOLINSKY, G.. Atletismo – Desporto, Lisboa, Estampa nº 8,


1982. Regulamento Técnico da Federação Internacional das
Associações de Atletismo (IAAF).

http://www1.folha.uol.com.br/folha/esporte/ult92u408717.shtml

ATLETISMO.www.suapesquisa.com/educacaoesportes/atletismo.htm

ATLETISMO. pt.wikipedia.org/wiki/Atletismo/ história

www.atletismofpa.org.br/

Você também pode gostar