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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Ana Cristina de Souza Santos – RA 2211109


Luciano da Silva Souza – RA 2109223
Olga da Silva Souza – RA 2108961
Simone Dias – RA 2103327

Educação de Jovens e Adultos: desafios atuais dos alunos-trabalhadores

Vídeo de apresentação do Projeto Integrador

<https://www.youtube.com/watch?v=EyJOYVC4lkM>

São Paulo - SP
2023
UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Educação de Jovens e Adultos: desafios atuais dos alunos-trabalhadores

Relatório Técnico-Científico apresentado na


disciplina de Projeto Integrador I para os cursos
de Licenciatura em Pedagogia e Matemática da
Universidade Virtual do Estado de São Paulo
(UNIVESP).

São Paulo - SP
2023
DIAS, Simone; SANTOS, Ana Cristina de Souza; SOUZA, Luciano da Silva; SOUZA, Olga
da Silva. Educação de Jovens e Adultos: desafios atuais dos alunos-trabalhadores. 24
páginas. Relatório Técnico-Científico. Licenciaturas em Matemática e Pedagogia –
Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Tutor(a): Rejane Sales de Lima Paula. CEU
Parque Novo Mundo; CEU Cantos do Amanhecer. 2023.

RESUMO

Neste projeto destaca-se a situação dos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), em um
cenário complexo e com desafios significativos, como a pobreza, desemprego, falta de
motivação/cansaço, horários sem flexibilidade, dentre outros. Muitas vezes, a EJA é ofertada
com limitação de recursos, incluindo salas de aula com alunos de diversas faixas etárias, falta
de equipamentos e materiais educativos adequados à esta etapa da Educação Básica, carência
de formação docente específica para este público. Apesar desses desafios, algumas
comunidades escolares, por meio da implementação de ações e projetos voltados para amenizar
os efeitos das problemáticas típicas desta etapa de ensino e aprendizagem, acabam obtendo
êxito ante aquelas que não desenvolvem nenhuma intervenção que vise solucionar o problema.
Dentre estas soluções, destacam-se o uso de tecnologias para o ensino a distância, programas
de reforço/mentorias para alunos e iniciativas de atualização e qualificação das práticas
pedagógicas dos docentes que atendem a este público-alvo. Diante do atual cenário, é visível a
urgência na execução de proposta que estejam em consonância com as necessidades de
aprendizagem dos jovens e adultos que buscam na EJA a oportunidade de concluir seus estudos
de forma exitosa, vencendo um dos principais obstáculos que é a evasão escolar, dificuldade
que pode estar atrelada a inúmeros fatores e desafios da vida acadêmica e cotidiana. Os
questionamentos aqui apresentados são para tentar abrir um olhar sobre os aspectos que
envolvem a EJA e os desafios dos alunos-trabalhadores.

PALAVRAS-CHAVE: 1. Educação de Jovens e Adultos. 2. Evasão escolar. e. 3. Aluno-


trabalhador.
LISTA DE GRÁFICO

Gráfico 1 –.......................................................................................... ..................................... 08


Gráfico 2 –.......................................................................................... ..................................... 09
Gráfico 3 –.......................................................................................... ..................................... 11
Gráfico 4 –.......................................................................................... ..................................... 11
Gráfico 5 –.......................................................................................... ..................................... 12
Gráfico 6 –.......................................................................................... ..................................... 12
Gráfico 7 –.......................................................................................... ..................................... 13
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................1

2 DESENVOLVIMENTO .......................................................................................................2

2.1 Objetivos.............................................................................................................................. 2
2.2 Justificativa e delimitação do problema............................................................................... 2
2.3 Fundamentação teórica......................................................................................................... 3
2.4 Aplicação das disciplinas estudadas no projeto integrador.................................................. 9
2.5 Metodologia ......................................................................................................................... 9

3.RESULTADOS: SOLUÇÃO FINAL..................................................................................10

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................14

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 15

APÊNDICE............................................................................................................................. 17
1 INTRODUÇÃO

Atualmente a Escola para Jovens e Adultos (EJA) não garante uma educação de
qualidade, mesmo que a escola tenha como objetivos, construir, desenvolver e preparar
indivíduos que sejam atuantes socialmente. Esses objetivos são minimizados pois a EJA não
traça ideias coerentes e eficazes para atender as especificidades desses alunos-trabalhadores.

Mesmo com a Constituição Federal e 1988 e a LDB 9394/96, as legislações não


garantiram uma educação de qualidade, seja para alunos que buscam melhores empregos,
ingressar no ensino superior, aumento de salário ou satisfação pessoal.

Para a compreensão de como funciona essa modalidade, optou-se por realizar um


questionário com docentes em São Paulo, onde coletou-se informações sobre as dificuldades e
expectativas, e busca-se entender os motivos da evasão dos alunos. Adicionalmente também se
observou a formação dos professores, período de planejamento, rotatividade de professores,
tendo como público-alvo a EJA.

A modalidade de cursos destinados à Educação de Jovens e Adultos devem ser voltados


para os alunos de faixa etária superior a idade para conclusão do ensino regular da etapa a ser
cursada. Na EJA o aluno tem a oportunidade de recuperar os anos perdidos e estará amparado
pela Resolução CNE/CEB nº 01, homologada em 05 de julho de 2000, que trata das Diretrizes
Nacionais para Educação de Jovens e Adultos a serem observadas na estrutura do currículo de
ensino fundamental e médio, e servindo de orientação para iniciativas autônomas, onde cita:

Art. 6º Cabe a cada sistema de ensino definir a estrutura e a duração dos


cursos da Educação de Jovens e Adultos, respeitadas as diretrizes
curriculares nacionais, a identidade desta modalidade de educação e o
regime de colaboração entre os entes federativos.
Art. 7º Obedecidos o disposto no Art. 4º, I e VII da LDB e a regra da
prioridade para o atendimento da escolarização universal obrigatória,
será considerada idade mínima para a inscrição e realização de exames
supletivos de conclusão do ensino fundamental a de 15 anos completos.
Art. 8º Observado o disposto no Art. 4º, VII da LDB, a idade mínima
para a inscrição e realização de exames supletivos de conclusão do
ensino médio é a de 18 anos completos. (CNE/CEB, 2000, p.02).

Neste cenário, vê-se o gestor e docente, peças de extrema importância para propiciar
direta e indiretamente uma melhor qualidade no processo ensino-aprendizagem.

1
2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Objetivos

A educação de jovens e adultos tem seu destaque nas legislações, porém na prática
escolar, vê-se um distanciamento entre a realidade do aluno jovem/adulto-trabalhador e o dia a
dia na sala de aula que muitas vezes não levam em conta o universo e as particularidades
individuais destes alunos.
Desta forma, o projeto integrador desenvolvido, tem como objetivo apresentar as
dificuldades da realidade desses alunos, como por exemplo, o cansaço, desmotivação, doença,
diversos fatores que faz com o que o público da EJA precise de uma atenção para concluir essa
etapa escolar e seguir para um curso universitário.
O projeto integrador desenvolvido, também tem como objetivo trazer as experiências dos
educandos que por muitas vezes se deparam com um sistema diferente, onde a interação entre
os educadores possuir o saber e os alunos sendo os receptores do conhecimento não é o
suficiente.
Os objetivos específicos são:

• Descrever um breve histórico da modalidade Escola de Jovens e Adultos


• Apresentar os desafios dos alunos-trabalhadores
• Analisar as informações obtidas por meio da divulgação do formulário online a
grupos de docentes e gestores da EJA

2.2 Justificativa e delimitação do problema

Este trabalho se justifica pela necessidade de compreender quais são as dificuldades que
os alunos-trabalhadores da educação de jovens e adultos enfrentam, pois nota-se que há muita
evasão escolar. A oferta da EJA oferece uma segunda chance de formação para aqueles que não
ingressaram ou concluíram a educação básica em idade apropriada. No entanto, os alunos
trabalhadores se deparam com um conjunto complexo de desafios que podem afetar sua
capacidade de participar plenamente do processo educacional.

É muito comum que estudantes trabalhadores precisem combinar suas responsabilidades


profissionais com os estudos, enfrentando longas cargas de trabalho que podem levar à falta de

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tempo e energia para estudar. O esgotamento físico e mental pode afetar o desempenho
acadêmico desses alunos e sua habilidade em acompanhar os conteúdos educacionais ofertados
no currículo.

Além disso, habitualmente estudantes trabalhadores enfrentem dificuldades financeiras.


Muitos têm famílias para sustentar e dependem exclusivamente de seus empregos. A
necessidade do trabalho pode conflitar entre a busca pela educação escolar e a carência de
dinheiro, dificultando a possibilidade destes alunos em passar um tempo adequado dedicando-
se aos estudos.

Outro problema que os estudantes trabalhadores enfrentam é a falta de suporte e


infraestrutura adequados para seus estudos. Muitas vezes, a EJA não é ofertada em horários
flexíveis que possam acomodar os horários de trabalho destes alunos. Somando-se a isso, a falta
de recursos pedagógicos específicos para a EJA e, também, um suporte pedagógico adequado
podem dificultar o progresso e sucesso escolar desses alunos.

A diversidade nas idades dos estudantes que participam da EJA, também pode gerar
desafios no processo de aprendizagem. Os alunos mais novos podem se sentir deslocados e
mais ansiosos do que os alunos mais velhos, enquanto os alunos mais velhos podem ter
dificuldade para acompanhar os alunos mais novos. Além disso, as diferentes experiências e
conhecimentos prévios dos alunos também podem influenciar na dinâmica do processo de
ensino aprendizagem.

O objetivo do estudo é examinar as estratégias existentes atualmente para lidar com


esses desafios e identificar práticas eficazes que possam ser implementadas para melhorar a
experiência educacional dos alunos trabalhadores na EJA. Neste sentido, tem-se como
problemática: Como a falta de conhecer as dificuldades dos educandos do EJA impede o avanço
da Educação de Jovens e Adultos?

2.3 Fundamentação teórica

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) tem uma longa história no Brasil, que remonta ao
século XIX, quando foram criadas escolas noturnas para trabalhadores e artesãos.

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Segundo López e Souza (2005), a Constituição de 1934 estabeleceu a criação de um Plano
Nacional de Educação que tornou a educação de adultos obrigatória para os estados pela
primeira vez, incluindo a oferta de ensino fundamental completo, gratuito e obrigatório para
adultos.

No entanto, essa forma de educação não foi oficialmente reconhecida pelo governo
brasileiro até a década de 1960, (DI PIERRO et. al, 2008). Em 1961, o Movimento Brasileiro
de Alfabetização (Mobral) foi fundado para ensinar a ler e a escrever para adultos que não
frequentaram a escola quando crianças. O Mobral foi responsável por estabelecer muitas
escolas de alfabetização em todo o país e ajudou a reconhecer a importância da educação de
adultos no Brasil, (UNESCO, 2008, p. 212)

Em 1985, a Constituição Federal reconheceu o direito à educação para todos,


independentemente da idade. Já em 1996 a LDB (Lei de Diretrizes e Fundamentos da Educação
Nacional (LDB) foi aprovada, instaurando as instituições de ensino brasileiras, inclusive a EJA.
A LDB estabelece que a EJA abrangerá jovens e adultos que não tenham recebido ou concluído
a educação na idade adulta e deverá ser organizada de modo a permitir que esses alunos recebam
a educação básica. Além disso, a lei determina que a EJA deve ser incorporada à política
nacional de educação com currículos e metodologias específicas que atendam às necessidades
do público, (BRASIL, 2000).

Em 2003, foi instituído o Programa Nacional de Participação Juvenil (Pro Jovem), com o
objetivo de atender jovens de 18 a 29 anos fora do ensino fundamental. O programa deu certo
e em 2007 o Pro Jovem Urbano foi criado para capacitar jovens e adultos que não concluíram
o ensino fundamental e médio, (BRASIL, 2005; BRASIL, 2008).

O EJA passou a estar sujeito à LDB e outras leis complementares, como a Lei nº Lei nº
12.711/2012, que dispõe sobre a prestação de EJA às pessoas privadas de liberdade e estabelece
obrigações para privação de liberdade. Reserva um lugar para alunos de escolas públicas no
processo seletivo de universidades federais, (BRASIL, 2012).
A EJA é uma forma de educação muito importante que garante o acesso à educação para
todos, independentemente da idade ou das condições de vida. É fundamental que governos e
sociedades invistam neste setor para garantir educação de qualidade para todos os cidadãos.

De acordo com Marcondes e Lima (2018) a Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma
modalidade de ensino fundamental e médio voltada para pessoas que não tiveram a
oportunidade de concluir seus estudos na idade adequada. Ela é fundamental para a inclusão

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social e o desenvolvimento humano, permitindo que jovens e adultos que por algum motivo
abandonaram a escola possam retomar seus estudos e se qualificar para o mercado de trabalho.
Segundo Lima (2021), durante muito tempo, a Educação de Jovens e Adultos foi vista
apenas como um conjunto de ações voltadas para a alfabetização de pessoas que, por diversos
motivos, não aprenderam a ler e escrever durante a infância. Essa concepção limitada da EJA
refletia uma visão estreita da educação, que não pensava a diversidade de trajetórias e
necessidades educacionais desse público.
A EJA tem um papel importante na promoção da igualdade de oportunidades, uma vez
que ela oferece uma segunda chance para aqueles que não tiveram acesso à educação formal na
idade adequada. Ela é uma oportunidade de aprendizado e qualificação profissional para
pessoas que, de outra forma, poderiam estar excluídas do mercado de trabalho e da sociedade
como um todo.
Essa mudança de perspectiva é importante, pois reconhece a EJA como um direito
garantido pela Constituição Federal e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB). Assim, as pessoas que buscam a EJA têm o direito de cursar desde o Ensino
Fundamental até o Ensino Médio, de acordo com suas necessidades e objetivos, (LIMA, 2021).
Além disso, a EJA contribui para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária,
uma vez que ela permite que pessoas de diferentes idades e origens sociais tenham acesso à
educação de qualidade. Isso é especialmente importante em um contexto de desigualdades
sociais e econômicas, em que a educação pode ser um dos principais instrumentos para a
redução da pobreza e da exclusão social.
Outra importância da EJA está relacionada à qualificação profissional. A educação é um
dos principais fatores para a melhoria da empregabilidade e do desenvolvimento profissional,
permitindo que os jovens e adultos tenham acesso a melhores oportunidades de trabalho e de
ascensão na carreira.
A EJA também tem um papel importante na promoção da cidadania e da participação
política. A educação é fundamental para a formação de cidadãos críticos e conscientes de seus
direitos e deveres, contribuindo para a construção de uma sociedade mais democrática e
participativa (FERREIRA; SÀ, 2012).
O perfil dos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) é bastante diverso e
heterogêneo, uma vez que essa modalidade de ensino é voltada para pessoas que não tiveram a
oportunidade de concluir seus estudos na idade adequada. Em geral, os alunos da EJA são

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pessoas que abandonaram a escola em algum momento da vida, seja por questões financeiras,
familiares, pessoais ou até mesmo por falta de interesse.
Entre os alunos da EJA, é comum encontrar jovens e adultos de diferentes idades, origens
socioeconômicas e níveis de escolaridade. Muitos desses alunos são trabalhadores que precisam
conciliar os estudos com o trabalho e outras responsabilidades, o que pode ser um desafio
adicional para a conclusão dos estudos.
Segundo Cunha (2010, p.68) “os alunos da EJA também podem apresentar dificuldades
de aprendizagem, especialmente aqueles que ficaram muito tempo afastado da escola ou que
não tiveram acesso a uma educação de qualidade na infância e adolescência”. Além disso, é
comum que esses alunos apresentem baixa autoestima e falta de confiança em relação aos
estudos, o que pode afetar seu desempenho acadêmico.
Apesar das diferenças, os alunos da EJA têm em comum o desejo de retomar os estudos
e de buscar uma qualificação profissional, para melhorar suas condições de vida e de trabalho.
Eles são motivados pela busca por novas oportunidades e por uma maior inclusão social, e estão
dispostos a superar os desafios para alcançar seus objetivos.
É importante que os professores e as instituições de ensino estejam preparados para
atender a esse público diverso e para adaptar os métodos de ensino às suas necessidades
específicas. Isso inclui o uso de estratégias pedagógicas diferenciadas e o oferecimento de um
suporte adequado aos alunos, para que eles possam superar as dificuldades e alcançar o sucesso
acadêmico e profissional.
No entanto, os alunos-trabalhadores da EJA enfrentam uma série de desafios que podem
dificultar o processo de aprendizagem. Um dos principais desafios é a necessidade de conciliar
os estudos com as obrigações de trabalho, já que muitos alunos/trabalhadores precisam
trabalhar para sustentar a si mesmos e às suas famílias. Isso pode dificultar a dedicação aos
estudos e afetar o desempenho acadêmico.
Além disso, muitos alunos da EJA podem ter dificuldades de aprendizagem devido à falta
de experiência prévia ou a problemas de ordem cognitiva. Isso pode tornar a assimilação de
novos conhecimentos mais desafiadora e exigir um esforço maior por parte do
aluno/trabalhador.
Outro desafio comum enfrentado pelos alunos/trabalhadores da EJA é a falta de
motivação para estudar. Muitos alunos podem ter abandonado a escola anteriormente ou
enfrentar dificuldades para acompanhar o ritmo das aulas, o que pode afetar sua autoestima e
tornar o processo de aprendizagem menos prazeroso.

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A falta de apoio familiar também pode ser um fator limitante para os alunos/trabalhadores
da EJA. Muitos alunos não contam com o apoio da família para dar continuidade aos estudos,
seja por falta de recursos financeiros ou por descrença na importância da educação. Por fim, a
falta de infraestrutura adequada em algumas escolas que oferecem a modalidade EJA também
pode ser um obstáculo para os alunos/trabalhadores. Isso pode incluir desde a falta de salas de
aula bem equipadas até a ausência de bibliotecas e laboratórios (AGUIAR; MARINHO, 2012).
Para enfrentar esses desafios, é fundamental que os aluno-trabalhadores da EJA contem
com o apoio de profissionais qualificados, como professores, psicólogos e assistentes sociais,
bem como com políticas públicas que garantam o acesso à educação de qualidade e a
valorização da modalidade EJA. Também é importante que os alunos/trabalhadores da EJA
tenham um papel ativo em seu próprio processo de aprendizagem, buscando formas de se
motivar e superar as dificuldades que possam surgir.
É importante destacar que a EJA também enfrenta desafios estruturais, como a falta de
investimento em políticas públicas voltadas para a modalidade e a falta de reconhecimento da
importância da EJA na sociedade. Esses fatores podem afetar a qualidade do ensino e a oferta
de recursos para os alunos/trabalhadores da EJA (MACIEL; SILVA, 2008).
Outro desafio enfrentado pela EJA é a falta de preparação adequada dos professores que
atuam nessa modalidade. Muitos professores não têm formação específica para atender às
necessidades dos alunos/trabalhadores da EJA, o que pode comprometer a qualidade do ensino
e dificultar o processo de aprendizagem dos alunos.
Os desafios enfrentados pelos alunos trabalhadores na Educação de Jovens e Adultos
(EJA) podem ter um impacto significativo em sua aprendizagem e desempenho escolar. Esses
alunos muitas vezes precisam conciliar o trabalho com os estudos, o que pode afetar sua
disposição e sua capacidade de concentração nas aulas.

Além disso, os alunos trabalhadores na EJA podem apresentar desafios específicos de


aprendizagem, como dificuldades em ler e interpretar textos, problemas de matemática e falta
de habilidades de escrita. Essas dificuldades podem afetar seu desempenho escolar e prejudicar
sua autoestima e motivação. Para lidar com esses desafios, é importante que as instituições de
ensino ofereçam suporte adequado aos alunos trabalhadores na EJA. Isso pode incluir o
oferecimento de horários flexíveis de aula, a disponibilização de recursos online para estudo e
a oferta de suporte tutorial para ajudar os alunos a superar as dificuldades de aprendizagem.

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De acordo com Marcondes e Lima (2018) para superar os desafios dos alunos
trabalhadores na EJA, existem diversas estratégias pedagógicas que podem ser adotadas pelas
instituições de ensino e pelos professores. Algumas dessas estratégias incluem:
Metodologias ativas: essas metodologias propõem um ensino mais participativo e
envolvente, em que os alunos são incentivados a serem protagonistas do próprio aprendizado.
Isso pode ser feito por meio de atividades práticas, debates em grupo, resolução de problemas,
entre outras abordagens. As metodologias ativas podem tornar o aprendizado mais dinâmico e
estimulante para os alunos trabalhadores na EJA, contribuindo para uma maior retenção do
conhecimento (MARCONDES & LIMA, 2018).
Flexibilização do currículo: a flexibilização do currículo pode permitir que os alunos
trabalhadores na EJA tenham mais autonomia para escolher as disciplinas que desejam estudar,
de acordo com suas necessidades e interesses. Isso pode ajudar a tornar o aprendizado mais
significativo e relevante para esses alunos, contribuindo para uma maior motivação e
engajamento nas aulas (MARCONDES & LIMA, 2018).
Apoio psicopedagógico: o apoio psicopedagógico pode ser oferecido por profissionais
especializados em lidar com as dificuldades de aprendizagem dos alunos trabalhadores na EJA.
Esses profissionais podem fornecer orientação individualizada para ajudar os alunos a superar
as dificuldades de leitura, escrita, matemática, entre outras habilidades fundamentais para o
desempenho escolar. (MARCONDES & LIMA, 2018).

Horários flexíveis: os horários flexíveis de aula podem permitir que os alunos


trabalhadores na EJA conciliem melhor o trabalho com os estudos. Isso pode incluir a oferta de
aulas no período noturno, nos fins de semana ou em dias alternados, de acordo com a
disponibilidade dos alunos (MARCONDES & LIMA, 2018).
Uso de tecnologia: o uso de tecnologia pode ajudar a tornar o aprendizado mais acessível
e flexível para os alunos trabalhadores na EJA. Isso pode incluir a disponibilização de materiais
online, a utilização de ferramentas digitais para a resolução de exercícios, a oferta de aulas
gravadas, entre outras abordagens (MARCONDES & LIMA, 2018).
Essas são apenas algumas das estratégias pedagógicas que podem ser adotadas para
superar os desafios dos alunos trabalhadores na EJA. É importante que as instituições de ensino
e os professores estejam abertos a adaptar sua metodologia de ensino às necessidades e
características dos alunos, para que possam alcançar um melhor desempenho acadêmico e
profissional.

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Também é importante que os professores adotem estratégias pedagógicas diferenciadas e
adaptadas às necessidades específicas dos alunos trabalhadores na EJA, como o uso de
exemplos práticos e a conexão dos conteúdos escolares com a realidade dos alunos. Isso pode
ajudar a tornar o aprendizado mais significativo e relevante para esses alunos, contribuindo para
o seu sucesso acadêmico e profissional.
Outro ponto fundamental para o sucesso da EJA é o envolvimento dos alunos-
trabalhadores em seu próprio processo de aprendizagem.
É necessário que eles sejam conscientizados da importância da
educação e do papel que ela pode ter em suas vidas. É necessário que
haja uma mobilização em torno da valorização da educação e da EJA,
para que os alunos/trabalhadores se sintam motivados a busca
conhecimento e a superar os obstáculos que possam surgir”
(AGUIAR & MARINHO, 2012, p.55).

Por fim, é importante destacar que a EJA não deve ser vista como uma modalidade de
ensino inferior ou de segunda categoria. Pelo contrário, ela tem um papel fundamental na
construção de uma sociedade mais justa e igualitária, oferecendo oportunidades de aprendizado
e qualificação profissional para jovens e adultos que, de outra forma, poderiam estar excluídos
do mercado de trabalho e da sociedade como um todo.

2.4 Aplicações das disciplinas estudadas no projeto integrador

Neste projeto foram abordados conteúdos referentes as disciplinas do terceiro semestre


do curso de Licenciatura em Pedagogia, tais como: Escola e Cultura, Avaliação Educacional e
Políticas Educacional, bem como o Projeto Integrador I.
Entre as disciplinas mencionadas acima destaco o Projeto Integrador, que por sua vez,
contribuiu significativamente para explorar ferramentas como design thinking na educação, a
importância do planejamento e administração do tempo, análise de problemas e por último e
não menos importante, a utilização do brainstorming para levantamento de ideias.

2.5 Metodologia

Para contextualizar o problema deste projeto, inicialmente foram utilizadas leituras que
abordassem o tema para seu embasamento teórico, e foi aplicado um questionário destinado ao

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corpo docente do EJA ligados a realidade escolar, a fim de identificar quais os problemas
enfrentados e como eles podem contribuir no processo educativo e social na EJA.
Neste sentido, o questionário respeitou as normas da Lei Geral de Proteção de Dados
Pessoais (LGPD) nº 13709 de 14 de agosto de 2018, respeitando o anonimado e assegurando a
confidencialidade e a privacidade dos dados dos participantes, para isso, na pesquisa não foi
solicitado e-mail, endereço, nome da escola, número de documentos, no entanto, o nome do
profissional era algo facultativo na pesquisa, caso assim opte-se por não o mencionar.
A pesquisa elaborada para esse projeto integrador, coletou dados que abrangeram as
dificuldades do gestor e docente na sua função na EJA na região de São Paulo - SP, e sua
percepção quanto as dificuldades dos alunos-trabalhadores. A pesquisa também coletou dados
sobre possíveis estratégias e contribuições nesta modalidade de ensino.

2.5. Resultados: Solução final


Como resultados desse questionário destaca-se os principais motivos da evasão escolar.

Gráfico 1
Fonte: Os autores da pesquisa

Diversos fatores podem contribuir à evasão escolar na EJA, tais como: a necessidade de
trabalhar para ajudar na renda da família, a falta de interesse pela escola e dificuldades de
ensino-aprendizado, dentre outros (CERATTI, 2008)

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A evasão nessa modalidade de ensino é constante, e faz com que o corpo docente busque
soluções para as principais causas, já que a evasão interfere diretamente na conclusão do curso,
como pode-se observar no gráfico abaixo.

Gráfico 2
Fonte: Os autores da pesquisa

Segundo Arroyo (1997), geralmente a evasão escolar decorre da dinâmica disfuncional entre
a escola, a família, o professor e o aluno. Sabe-se que a escola atual precisa estar preparada para
receber e formar estes jovens e adultos que são frutos da desigualdade sociocultural, cujo ambiente
de sala de aula deve ser um lugar atrativo e estimulador ao conhecimento.

Existe uma constância em estimular o acesso à escola para esse alunos-trabalhadores, no


entanto, não existe esse afinco para que eles permaneçam nela.
Pede-se um envolvimento de todos (corpo docente, aluno, governantes e sociedade) para
diminuir a incidência da evasão, pois a educação é um direito constitucional, como descreve o
artigo 205, da Constituição Federal (CF, 1988):
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, CF, 1988).

Divulga-se os resultados da pesquisa, em temos como rotatividade de docentes, plantão


de dúvidas e recuperação dos educandos, entre outros assuntos conforme gráficos abaixo.

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Gráfico 3
Fonte: Os autores da pesquisa

Gráfico 4
Fonte: Os autores da pesquisa

12
Gráfico 5
Fonte: Os autores da pesquisa

Gráfico 6
Fonte: Os autores da pesquisa

13
Gráfico 7

Fonte: Os autores da pesquisa

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebe-se após a elaboração desse projeto que a modalidade de Educação de Jovens e


adultos, ainda continua deficitária e dependente de políticas públicas eficazes, na esfera
municipal, quanto na estadual e federal. Diante do que foi analisado, percebe-se também que
os docentes e gestores da EJA possui o desafio em lidar com os problemas desses alunos-
trabalhadores já que estes possuem diversos obstáculos para finalizar o ensino médio e iniciar
no curso superior.

O fato é que a realidade dos alunos influencia a sala de aula e todo espaço escolar, e por
sua vez a atitude do professor influencia cada um desses alunos, uma vez que o professor e os
gestores lidam diariamente com as dificuldades desses alunos.

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REFERÊNCIAS

ARROYO, M. Pedagogia das relações de trabalho. Trabalho & Educação, Belo Horizonte, n.
2, (pp. 61-67), ago./dez. 1997. Disponível em:
https://periodicos.ufmg.br/index.php/trabedu/article/view/8785 . Acesso em: 28 mar. 2023

AGUIAR, Márcia Ângela da Silva; MARINHO, Maria Auxiliadora. Educação de jovens e


adultos: desafios e perspectivas na contemporaneidade. Revista eletrônica de educação, v.
6, n. 2, p. 86-94, 2012. Disponível em:
https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/31659. Acesso de: 04 de abr. de 2023.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal,


1988. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.
Acesso em: 31 mar. 2023.

BRASIL. Resolução CNE/CEB Nº 1, de 05 de julho de 2000. Disponível em:


http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB012000.pdf Acesso em: 31 de mar. 2023

BRASIL. Lei 9394 de 1996. Ministério da Educação e Cultura. Disponível em:


http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn1.pdf Acesso em: 29 mar. 2023.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação


Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Parecer
n.º 11, de 10 de maio de 2000. Brasília: 2000a.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei n.
11.692, de 10 de junho de 2008. Dispõe sobre o Programa Nacional de Inclusão de Jovens
- Projovem, instituído pela Lei n. 11.129, de 30 de junho de 2005; altera a Lei n. 10.836, de 9
de janeiro de 2004; revoga dispositivos das Leis nos 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, 10.748,
de 22 de outubro de 2003, 10.940, de 27 de agosto de 2004, 11.129, de 30 de junho de 2005, e
11.180, de 23 de setembro de 2005; e dá outras providências. 2008a.

BRASIL. Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas universidades
federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, 30 ago. 2012. Seção 1, p. 1.

CERATTI, Márcia Rodrigues Neves. Evasão escolar, causas e consequências. Curitiba/PR:


2008.

15
CUNHA, Andréa Márcia Fernandes da. O trabalho e a educação de jovens e adultos. In:
SANTOS, Cândida Soares da Costa; CUNHA, Andréa Márcia Fernandes da. (orgs.). Educação
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DI PIERRO, Maria Clara; VÓVIO, Cláudia Lemos; ANDRADE, Eliane Ribeiro.


Alfabetização de jovens e adultos no Brasil: lições da prática. Brasília: UNESCO, 2008.

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LOPES, Selva Paraguassu e Luzia Silva SOUZA. "EJA: uma educação possível ou mera
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UNESCO. Alfabetização de jovens e adultos no Brasil: lições da prática. Brasília: UNESCO,


2008, p. 212.

16
APÊNDICE 1 - PESQUISA COM CORPO DOCENTE DA EJA

1 Nome:

2 Cargo que ocupa(do) na EJA:

3 Tempo de atuação na EJA:

0 a 04 anos

05 a 10 anos

Acima de 10 anos

4 Formação:

Superior incompleto

Superior Completo

Especialização

Mestrado

Doutorado

Outro:

5 Que região na cidade de São Paulo, está localizada a EJA onde trabalha(ou)?

Zona Norte

Zone Sul

Zona Leste

Zona Oeste

Zona Central

Outro:

6 Qual é a média de alunos matriculados na EJA em que trabalha(ou)?

17
0 a 30 alunos

31 a 60 alunos

61 a 99 alunos

Acima de 100 alunos

7 Qual é faixa etária dos educandos/alunos na unidade EJA em que trabalha(ou)?

Selecione a faixa etária que precisar.

18 a 23 anos

24 a 29 anos

30 a 40 anos

41 a 50 anos

51 a 60 anos

Acima de 61 anos

8 Qual o período que acontecem os planejamentos, discussões e estudos a respeito da EJA onde
trabalha(ou)?

Semanal

Quinzenal

Mensal

Semestral

Não acontece

Outro:

9 A EJA onde trabalha promove atividades específicas para atender aos educandos com
necessidades especiais?

18
Sim

Não

Não atende alunos com necessidades especiais

Outro:

10 A rotatividade dos professores de EJA nessa Unidade Escolar é:

Baixa

Alta

Muito Alta

11 Quais são os principais motivos para a evasão escolar da unidade onde trabalha(ou)?
Selecione a qtd que desejar.

Trabalho

Problema de saúde

Violência urbana

Cansaço/desanimo

Problemas financeiros

Não tem com quem deixar os filhos

Precisa cuidar dos pais idosos

Gravidez

Outro:

12 Na sua opinião, o que acha importante implementar para evitar a evasão escolar na EJA?

A Escola possui plantões de dúvida e/ ou recuperação paralela para os educandos?

Sim

Não

19
Outro:

13 Os educandos costumam pedir algum curso/aula para auxiliar em dificuldades diárias?

Ex: finanças, redes sociais, informática, idiomas, etc...

Caso positivo, quais cursos/aulas são solicitados?

14 Qual a média de alunos que conseguem concluir as etapas finais do Ensino Fundamental
e/ou Ensino Médio na modalidade EJA na sua unidade?

0 a 30 alunos

31 a 60 alunos

61 a 99 alunos

Acima de 100 alunos

15 Na sua opinião, quais são os principais desafios/problemas enfrentados pelos


gestores/educadores da EJA?

16 A EJA em que trabalha(ou) incentiva os alunos a se prepararem para a inserção no Ensino


Superior?

Sim

Não

17 Se respondeu SIM, na questão anterior: responda como este processo ocorre e quais ações a
escola desenvolve visando esta inserção.

Reservado caso deseja fazer alguma observação sobre a EJA.

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