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Unidade 2a
Ética Profissional
1ª edição
2019
Produção do Material Didático - Pedagógico
Delinea Tecnologia Educacional
Diretoria Executiva
Design Educacional
Charlie Anderson Olsen
Gabriela Souza
Larissa Kleis Pereira
Mônica Guarezil
Margarete Lazzaris Kleis
Coordenação de Design Gráfico
Gestão de Produção
Edison Valim
Camila Sayury Nakahara
Projeto Gráfico
Coordenação de Produção
Hortência Granair
Fátima Satsuki de Araujo Iino
Diagramação
Professor Conteudista
Bruna Flôr
Antônio Feliciano
Sumário
3.1 O Ser Humano nas Organizações������������������������������������������������������������ 7
Objetivos de Aprendizagem
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Ética Profissional | Unidade 2a - Ética
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Por meio do cérebro conseguimos distinguir entre certo e errado e entre bem e mal, além de outros
aspectos ligados à ética e à moral, amplamente trabalhados pelas empresas com o fim de manter
seus colaboradores focados e contribuindo continuamente para a expansão do negócio.
Reflita
Imprimir um trabalho particular na impressora da empresa, usar o tempo do expediente para se dedi-
car às atividades de foro privado: são muitas as ações que podem ser vistas por diferentes atores
como éticas ou antiéticas. Isso depende do papel que se cumpre na empresa e da sua visão de mundo,
entre outros fatores.
Para evitar situações constrangedoras, as empresas costumam elaborar manuais de procedimentos
e condutas, objetivando nivelar o comportamento das pessoas no ambiente de trabalho, tornando
coletivo o conhecimento sobre os valores e as práticas éticas, o que preserva a imagem da empresa.
Dentre as diversas responsabilidades das empresas, uma delas é a de oferecer total condição para
que seu colaborador desempenhe ao máximo suas atividades. Dessa forma, disponibiliza computa-
dor, impressora, caneta, lápis, veículo, telefone, mesa, entre outros instrumentos usados diariamente
nas atividades laborais. Do seu lado, o colaborador deve - ou deveria - saber que tais materiais devem
ser usados somente em suas atividades no trabalho.
Bennett (2014, p. 43) considera que “[...] o aumento do uso da tecnologia no local de trabalho nos últi-
mos vinte anos trouxe novas preocupações e exige que decisões éticas sejam tomadas”.
A mesa ou estação de trabalho é reconhecida como o espaço reservado do profissional, sendo con-
siderada, desde que guardadas as devidas proporções, como o seu espaço íntimo na organização, o
lugar da empresa com o qual ele melhor se identifica. Convenhamos, sem autorização nenhum colega
vasculhará as gavetas à procura de algo, mesmo que seja um documento importante para a empresa.
Nas gavetas, além de material relativo ao trabalho, as pessoas costumam guardar objetos de uso par-
ticular, e em muitos casos, documentos pessoais.
Isso ilustra bem a noção de ética no ambiente de trabalho. A empresa tem o direito de abrir as gavetas
de qualquer mesa de sua propriedade e em suas dependências, mas o bom senso, a moral e a ética
são a regra da boa convivência que faz com que as pessoas não mexam no espaço dos colegas. Con-
vém destacar que o profissional deve ter o entendimento de que aquele espaço que ocupa não é de
fato seu, mas da empresa.
Veja esse caso de como uma pessoa pode tomar para si algo que não é seu, fazendo uso incorreto de
um instrumento destinado apenas para suas atividades profissionais. Um deputado federal brasileiro
foi flagrado no plenário, em sessão legislativa, assistindo a um vídeo pornográfico com um aparelho
celular da Câmara dos Deputados. Tudo indica um ato, no mínimo, antiético, mas a autoridade parla-
mentar não sofreu punição, sequer foi repreendido pela instituição, e assim, com base em seu com-
portamento, não se sentiu constrangido. Entretanto, sabemos que eticamente sua atitude deveria ser
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reprovada pela instituição, cabendo uma advertência formal para que esse tipo de comportamento
não volte a se repetir, por encontrar-se distante dos princípios organizacionais. Além disso, por ser
uma figura pública e estar de posse de um bem público, deveria também desculpar-se com contri-
buinte pelo erro cometido.
A imagem de uma empresa é influenciada pela conduta de seus colaboradores e, sendo assim, os
instrumentos de comunicação institucional podem ser utilizados somente para fins laborais, como
por exemplo o e-mail institucional, o telefone e todos os demais instrumentos disponibilizados pela
empresa para o exercício da profissão.
O telefone é um dos importantes canais de comunicação de qualquer empresa, portanto deve estar
claro para todos os colaboradores os procedimentos para seu uso, assim como dos demais instru-
mentos. Você vai concordar que alguns procedimentos são básicos ao se usar um telefone, como, por
exemplo, fazer uma saudação cordial e identificar-se pelo nome e local de trabalho ao atender uma
ligação. Essa postura deve ser adotada para ligações externas ou internas, pois, especialmente em
empresas de grande porte geralmente os colaboradores não se conhecem, sendo então reconhecidos
pelo número de matrícula e o departamento em que atuam.
“Respeite para ser respeitado” é regra fundamental a ser seguida nesses casos, pois é grande a chance
de um colaborador manter contato, seja por e-mail ou telefone, com alguém que ele não conheça, seja
do ambiente interno ou do externo. Por isso, ser cordial, atender as pessoas com respeito e ética e
ser claro e objetivo na informação são comportamentos essenciais para qualquer pessoa ou empresa.
Para evitar problemas maiores na comunicação interna e externa, é comum que as empresas criem
seus planos de comunicação, indicando, entre outros, formas de redigir documentos, postura em reu-
niões, uso da internet, e-mail, telefone, uso de documentos institucionais, entre outros.
As regras de conduta nas empresas são importantes para que se evite ao máximo o efeito das fofo-
cas e boatos, isto é, a ação das pessoas que enxergam os aspectos negativos em vez dos positivos
em qualquer evento. Você sabe que toda empresa possui a “rádio peão”, e é comum também que as
empresas ou equipes de trabalho tenham em seu círculo os sabotadores silenciosos, que atuam sem-
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pre visando desagregar, confundir e semear a discórdia, fazer oposição a qualquer comunicação da
empresa, boicotar pessoas, entre outros comportamentos nocivos.
Para Bennett (2014, p. 63),
Um sabotador silencioso é aquele cujos jogos sutis e subversivos podem de fato prejudicar os
relacionamentos de trabalho, a produtividade, a satisfação com o emprego e a confiança nos
colegas.
Bennett (2014) adiciona que os sabotadores silenciosos comumente agem da seguinte forma:
• Guardam consigo informações úteis ao trabalho;
• Assumem o crédito por alguma tarefa feita por outra pessoa;
• Não expressam reconhecimento e apreciação aos colegas quando fazem algum trabalho dife-
renciado;
• Perdem tempo em atividades não produtivas para os projetos.
Os sabotadores silenciosos são mais comuns do que se imagina; poucas empresas não têm os seus.
Sob o ponto de vista ético, evidentemente que as ações dos sabotadores silenciosos são condenáveis,
por isso, dependendo do perfil da empresa, eles não prosperam, e quando descobertos são demitidos.
Os planos de comunicação e outros documentos institucionais costumam apresentar diversos aspec-
tos das relações entre as pessoas nas empresas, em especial, aqueles aspectos que envolvem os
relacionamentos entre líderes e liderados, entre supervisores e empregados e de colaboradores que
têm relações de trabalho, mas estão em diferentes níveis hierárquicos. Gerentes, chefes e supervisores
que praticam atos antiéticos costumam tentar de alguma forma corromper alguns dos seus coman-
dados. Uma das formas mais comuns de identificar esse fato é verificar o tratamento diferenciado do
chefe para com os seus comandados. Nesse caso, é possível perceber que com alguns são aplicadas
as regras institucionais, até com certo grau de autoritarismo, enquanto que para outros há regalias.
A Figura 3.3 ilustra a postura antiética e autoritária de um chefe em relação ao colaborador.
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A pior coisa que pode acontecer a uma equipe de trabalho é ter alguém que atua como “leva e traz”
para o chefe. Esse tipo de atitude gera desconfiança e revolta na equipe; costuma desagregar, desmo-
tivar e comprometer a produtividade da equipe e da empresa.
Outra prática recorrente, mas absolutamente condenada pelas empresas, é o assédio sexual. Muitas
pessoas investidas de cargos fazem uso da sua posição hierárquica para se aproveitarem desse tipo
de situação. Além de constar como comportamento inadequado nos códigos de conduta das empre-
sas, o assédio sexual é crime especificado no Código Penal Brasileiro.
Saiba mais
A Lei Federal nº 10.224, de 15 de maio de 2001, em seu artigo 216A, diz que assédio
sexual é constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento
sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou
ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. Pena: detenção de
um a dois anos. A Lei 10.224 altera o Decreto-lei 2.848 de 07 de dezembro de 1940.
Leia ambos e observe as alterações, pois elas refletem a evolução da percepção da
sociedade em relação ao tema.
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As empresas investem para que as pessoas tenham, no seu local de trabalho, relações positivas, éti-
cas e iguais, que sejam capazes de solidificar o ambiente organizacional.
Por isso, atualmente elas procuram eliminar problemas como esses, criando processos institucio-
nais que, dependendo a situação, são tratados somente pela cúpula da empresa, sem a participação
da gerência média. Um exemplo disso são os canais de reclamação dos empregados em relação à
conduta dos chefes. Após encaminhados, os relatos são apreciados e debatidos entre os principais
executivos. Deve-se destacar que as reclamações dos colaboradores em relação aos seus superiores
não se limitam ao campo do assédio sexual, tratando também da falta de comprometimento e outras
atitudes antiéticas, que sob o ponto de vista empresarial comprometem o desempenho do negócio.
Bennett (2014, p. 94) argumenta com muita propriedade que “[...] a mais inocente das intenções pode
dar origem a situações complicadas, que exigem processos legais para serem resolvidas”.
O que se percebe é que atualmente as ações individuais podem, de fato, comprometer a imagem
organizacional e criar rupturas internas, influenciando negativamente o comportamento das equipes,
o que afeta o resultado da empresa. Por isso, normatizar o comportamento das pessoas no ambiente
organizacional continua sendo uma das estratégias mais utilizadas para coibir condutas antiéticas.
As empresas têm em seu escopo ético o padrão de conduta desejado pela sociedade, assim alguns
comportamentos são considerados e facilmente reconhecidos por toda a sociedade como éticos ou
antiéticos, pois têm um caráter universal. Apesar disso, as especificidades dos comportamentos dos
profissionais são caracterizadas em instrumentos normativos, geralmente conhecidos como códigos
de ética.
Reflita
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Em uma relação comercial há necessidade de haver confiança entre as partes. Essa relação tem início
quando ocorre uma demanda por parte do consumidor, que, via de regra, deposita fé no profissional
que atende seu chamado.
Segundo Sá (2010), no relacionamento comercial ético, especialmente por parte do profissional, há
necessidade da observância de alguns aspectos:
1. O uso de franqueza com o cliente;
2. Ouvir atentamente o cliente, estabelecendo uma comunicação resolutiva;
3. Usar de objetividade e transparência nas respostas às dúvidas ou demandas do cliente.
A não observância desses aspectos pode levar à dissolução da relação por meio do rompimento con-
tratual, evidentemente após a constatação de práticas antiéticas. Ser respeitoso com os pares de
trabalho, com os colegas de profissão é fundamental para qualquer profissional, pois é por meio da
ética que as equipes de trabalho se mantêm coesas e motivadas, e além de fortalecer as relações pro-
fissionais no ambiente de trabalho, é salutar para as relações pessoais.
A Figura 3.5 ilustra a harmonia entre os membros de uma equipe de trabalho, cujos resultados para a
empresa certamente estarão dentro das expectativas.
Parece óbvio, mas esses são aspectos que as pessoas aprendem desde cedo, pois o respeito ao outro
faz parte da cultura e da moral social, portanto trata-se de uma prática ética universal. Mesmo assim,
geralmente os códigos de ética profissional reforçam esses elementos, fazendo o profissional perce-
ber com clareza que não está sozinho em seu negócio ou em uma empresa, mas sim, que seu trabalho
alcança as pessoas, e que seus clientes dependem dos serviços prestados e da confiança depositada.
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Por isso, os códigos de ética e os comitês de ética profissional atuam com o fim de manter os aspectos
legais e éticos dentro dos padrões estabelecidos, e também para que a classe profissional tenha uma
boa imagem perante a sociedade, merecendo seu respeito. Havemos de concordar que todo profis-
sional ingressa em uma carreira com expectativas, planos e interesses sociais, e esses são aspectos
legitimados e reconhecidos pelas classes. Sendo assim, o entendimento geral estampado nos códi-
gos de ética profissional considera essas possibilidades, não permitindo que os interesses pessoais
se posicionem acima da ética do profissional ou do coletivo.
Frustração
X
Satisfação
Amor Egoísmo
X X
Ódio Solidariedade
Alegria Medo
X X
Tristeza Coragem
Pertencimento
X
Isolamento
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A dimensão da complexidade do ambiente social que é o espaço de trabalho pode ser claramente per-
cebida na variação de sentimentos individuais e, por vezes, coletivos. Afinal de contas, nesse ambiente
há pessoas vindas de diferentes ambientes sociais, que precisam manter intensas e continuadas rela-
ções entre si, provocando mudanças comportamentais e ampliando a complexidade do ambiente.
O relacionamento entre as pessoas e as organizações ocorre de várias formas. Sob o ponto de vista da
ética e da moral, esses relacionamentos ocorrem formal e objetivamente e informal e subjetivamente,
havendo, sobretudo, uma relação de troca e compartilhamento, constante e continuada.
A troca pode ocorrer no ato de compra e venda de um produto ou serviço, ou ainda na prestação de
serviços de um funcionário, que emprega seus esforços e habilidades na empresa, em troca de uma
remuneração.
O compartilhamento pode ocorrer de várias formas: nos elogios aos produtos e serviços feitos pelos
clientes, pelo uso comum de logística entre a empresa e um fornecedor, ou ainda, pelo uso de conheci-
mentos dos colaboradores nos processos produtivo, consultivo e criador; enfim, em vários processos
do negócio da empresa.
Independentemente do tipo de relacionamento que uma empresa tem com as pessoas, todos pos-
suem responsabilidades e deveres. As pessoas que são contratadas para atuar em uma empresa, têm
o conhecimento técnico sobre as atividades que irá executar, e também devem ter ciência dos valores
que guiarão sua conduta no ambiente organizacional.
Você sabe que as organizações são diferentes umas das outras, e que as profissões também o são.
Seria muito simples para qualquer pessoa fazer a escolha por uma profissão, seja um engenheiro
químico, cientista social, contador, economista ou administrador de empresas, por exemplo. A com-
plexidade reside no fato da pessoa reconhecer que há peculiaridades em qualquer atividade, e é seu
dever conhecê-las. As frustrações com as profissões surgem justamente em função do indivíduo não
conhecer amplamente o escopo de tarefas da profissão escolhida e, com isso, não ocorre a relação
prazerosa com o ofício da profissão.
Sá (2010, p. 169), afirma que:
A profissão não deve ser um meio, apenas, de ganhar a vida, mas de ganhar pela vida que ela pro-
porciona, representando um propósito de fé. Seus deveres, nesta acepção, não são imposições,
mas vontades espontâneas. Isto exige, portanto, que a seleção da profissão passe pela vocação,
pelo amor ao que faz, como condição essencial de uma opção.
Essa afirmação de Sá (2010) é relevante, sobretudo do ponto de vista ético, na medida em que ao
atuar em uma profissão com vontade, motivação e amor, certamente a pessoa estará atuando com
zelo, procurando o conhecimento sobre as tarefas da profissão. Evitará, assim, erros nas atividades,
que se configuram como o mais perigoso problema que uma pessoa ou empresa pode ter. Trabalhos
mal feitos mancham a imagem de um profissional ou de uma empresa, acarretando problemas maio-
res como: processos judiciais, perda de clientes, perda de espaço no mercado e falta de confiança na
marca, entre outros.
Para evitar problemas, as empresas procuram profissionais que demonstram possuir capacidades
básicas para o exercício profissional. Sá (2010) destaca algumas dessas capacidades, como: abne-
gação, aptidão, caráter, coerência, criatividade, determinação, disciplina, eficácia, eficiência, empenho,
espontaneidade, fidelidade, firmeza, honestidade, lealdade, objetividade, parcimônia, perseverança,
pontualidade, prudência, receptividade, sensibilidade, sinceridade, temperança, tolerância, zelo.
Evidentemente que cada uma dessas capacidades traz deveres a serem cumpridos pelas pessoas
em relação aos seus múltiplos relacionamentos e responsabilidades no âmbito da vida profissional.
Para Cunha (2012, p. 138), “[...] só é dever o que aparece como necessitante perante a consciência
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pessoal”. Por isso, na visão desse autor, existe uma diferença determinante entre dever e obrigação. O
dever satisfaz, enquanto a obrigação é executada por força externa e muitas vezes não satisfaz, nem
mesmo motiva, por implicar em uma relação de subordinação. Cunha (2012, p. 137), destaca que “[...]
não existe sentimento de obrigação, enquanto é muito comum falar-se em sentimento do dever”.
A confusão entre dever e obrigação é bastante comum, mas quando você compreende que existem
esferas do dever, percebendo-as em suas práticas diárias, fica mais fácil de entender as sutis diferen-
ças entre esses termos. Na visão de Cunha (2012) existem duas esferas dos deveres: os particulares
e os corporativos. Os particulares têm relação com a expressão “lição de casa”, isto é, são as tarefas
que cumprimos em nossa vida privada, como, por exemplo, fazer os trabalhos escolares. Os deveres
corporativos estão no plano profissional, como os relativos ao cargo de presidente de uma empresa
ou entidade de classe.
Por certo, todas as pessoas que escolhem bem sua profissão e estão convictos da sua vocação, ten-
dem a ser felizes e realizadas. Sendo assim, são pessoas mais produtivas do que aquelas que não
souberam explorar suas virtudes.
Cortina e Martinez (2013) classificam as virtudes em dois grupos:
1) Virtudes intelectuais;
2) Virtudes éticas.
As virtudes intelectuais são: inteligência, ciência e sabedoria; as virtudes éticas são: justiça, veraci-
dade, amabilidade, magnificência. Essas virtudes estão presentes nas pessoas. Entretanto, algumas
pessoas sabem potencializá-las, e isso é possível, na medida em que cada indivíduo amplia sua visão
de mundo e seus relacionamentos sociais, e até mesmo os conflitos de valores contribuem para que
isso aconteça.
Você não deve ter dúvidas de que as pessoas, isto é, todos os indivíduos que, de alguma forma, man-
tém relações com as empresas, são a verdadeira fonte do conhecimento e da competitividade de qual-
quer organização. Por isso, todos os aspectos que envolvam a ética no âmbito organizacional devem
ser tratados com a maior seriedade, tanto quanto as estratégias dos negócios organizacionais o são.
Reflita
Como saber se ao entrar em uma loja um cliente efetuará uma compra volumosa,
uma compra modesta ou sairá apenas com uma informação? Por desconhecer a
potencialidade dos clientes, toda empresa deve ter uma política de ética no aten-
dimento às pessoas, evitando julgamentos superficiais por condição econômica e
social. Faz parte de qualquer negócio diferenciar o atendimento aos clientes?
Parece inimaginável que uma empresa faça distinção entre seus clientes, mas isso ocorre rotineira-
mente no comércio, na indústria e em qualquer outro ramo empresarial, tanto no setor privado como
no público. Certamente você deve se lembrar de muitas situações em que esse tipo de fato tenha
ocorrido, mas deixemos claro, trata-se de uma postura antiética da empresa e das pessoas que come-
tem essas práticas.
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Passos (2007) adverte que as empresas devem ter práticas humanistas em relação às pessoas com
quem interage. Isso significa conceber seu negócio tendo por base que seu valor principal é o ser
humano.
A ética e a moral permeiam todas as relações estabelecidas no ambiente organizacional, fazendo
parte, consciente ou inconscientemente, da prática das pessoas. Por isso que cada qual deve ter
clareza do seu papel nesse ambiente social, para então agir conforme as regras da profissão e da
empresa, cumprindo suas responsabilidades e seus deveres.
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Referências
BENNET, C. Ética profissional. Rio de Janeiro: Ed. Cengage, 2014.
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