Você está na página 1de 12

Direito do Consumidor

 Ofertas b) Oferta indeterminada – feita ao público, com traço característico


de indeterminação dos destinatário, é o principal ato pré-
Diferença entre oferta do CDC e do CC: na do CDC há a contratual nos contratos de consumo
vinculação do fornecedor, impossibilidade da revogação da  Características
oferta nas relações de consumo, e há diferença no publico alvo
protegido pelo CDC – art 30 CDC e art 427 CC Previstas no art. 30 – toda informação ou publicidade veiculada por
qualquer forma ou meio de comunicação (desde que suficientemente
Público alvo do CDC são os vulneráveis da relação que estão precisa e veiculada) com relação aos produtos e serviços oferecidos
submetidos – art. 427 – a proposta do contrato obriga o ou apresentados obriga o fornecedor que a veicular e integra o
proponente, mas admite o não prevalecimento da oferta ao dispor contrato que vier a ser celebrado
– o do CC são empresários e comerciantes
Ex: manequins expostos em loja de confecção, podem ser para
Art. 428 – situações em que a proposta deixa de ser obrigatória convencer a compra, porém é dado como apresentação dos produtos
Conceito: sinônimo de marketing, todos os métodos técnicas e Toda e qualquer informação (tv, radio, folheto, outdoor,
instrumentos que aproximam o consumidor dos produtos e telemarketing etc), desde que precisa e veiculada poderá se
serviços colocados à disposição do consumidor pelos enquadrar no conceito de oferta do CDC, logo, oferta = publicidade
fornecedores – se forem suficientemente precisas podem e demais informações
transformar-se em veículos eficientes de oferta vinculante
A informação de um vendedor pode caracterizar oferta
Principal manifestação da oferta é a publicidade
Ex: se o vendedor informa ao consumidor que uma corrente de lata
Pode ser: dourada é de ouro, deverá cumprir o ofertado e vender ao vulnerável
a) Oferta determinada – dirigida a uma única pessoa, de forma pelo mesmo preço inicialmente ofertado
individual, ou a varias pessoas, facilmente identificada por uma Precisão = exatidão, relaciona-se com um mínimo de concisão a
relação jurídica base, denominada de oferta coletiva ponto de influenciar o comportamento do consumidor
É preciso que a oferta seja veiculada/exteriorizada, levada ao Erro na oferta não exime o fornecedor de cumprir integralmente o
conhecimento do publico teor do que foi ofertado – responsabilidade objetiva – a boa fé deve
estar presente de ambos os lados
Ex: panfletos impressos, porem guardados, não poderão ser
considerados publicidade Diante de um erro grosseiro, patente e identificável de plano pelo ser
de inteligência mediana, a mensagem veiculada na oferta não
Princípio da vinculação da oferta: ofertou, vinculou – dever imposto prevalecerá.
de cumprir o que foi ofertado
Ex: uma TV de R$ 1.000,00 (mil reais) que saiu anunciada por R$
Raciocínio doutrinário: 10,00 (dez reais)
A obrigatoriedade pode não ocorrer em face de certas situações: Deve observar a periodicidade com que o fornecedor “equivoca-se”
A interrupção do processo formativo da oferta; o implemento de na veiculação da oferta, incorrer constantemente neste tipo de
condições resolutivas; o advento de termos resolutivos e a própria equívoco demonstra a ausência de boafé objetiva
revogação pelo ofertante A oferta também integra o contrato que vier a ser celebrado, ainda
Obrigatória não é sinônimo de irrevogável, porque a revogação da que não constante expressamente do teor das clausulas contratuais
oferta pelo proponente é uma das possíveis causas infirmadoras da Ex: se um vendedor afirmar que em determinado contrato de
obrigatoriedade da oferta prestação de plano de saúde haverá tais coberturas ao segurado,
Raciocínio pratico para defesa do consumidor: ainda que não constem no contrato, estará incluído o seu teor – para
provar deve guardar os panfletos de oferta distribuídos, gravar
Atrela o conceito de obrigatoriedade do cumprimento da oferta ao de ligações de atendimento e etc
sua irrevogabilidade
Características da informação na oferta - art 31
a vinculação atua de duas maneiras:
Corretas - não enganosas, mensagens verdadeiras, que não sejam
■ primeiro, obrigando o fornecedor, mesmo que se negue a capazes de induzir o consumidor em erro – cria confiança legitima
contratar; no consumidor
■ segundo, introduzindo-se (e prevalecendo) em contrato Claras – de fácil compreensão por parte do vulnerável
eventualmente celebrado, inclusive quando seu texto o diga de modo
diverso, pretendendo afastar o caráter vinculante. Ex: ex: outdoor com letras pequenas de 50% de entrada
Precisas – exatas, ligada ao produto ou serviço a que se refere
Ex: preços fixados em legenda, e não na peça de roupa, deve ser total a ser pago com financiamento; II — o número, periodicidade e
feito de modo que não confunda o consumidor valor das prestações; III — os juros; e IV — os eventuais acréscimos
e encargos que incidirem sobre o valor do financiamento ou
Ex: 10 dias sem juros no cheque especial” entendimento de que se parcelamento
30 dias, serão requeridos apenas 20, mas na realidade possuía direito
apenas até o 10° dia do cheque, após o prazo pagando sobre o Oferta de peça de reposição – art 32
período inteiro
Durante a fabricação ou importação do produto as peças deverão ser
Ostensiva – facilmente captada, sem necessidade de maior empenho ofertadas no mercado de consumo – utiliza o critério da vida útil do
para sua assimilação bem
Em língua portuguesa – caso não haja palavra semelhante na nossa Ex: se determinado produto tem durabilidade média de dez anos,
língua poderá usar outra, informações em outras línguas não são após o encerramento da produção ou importação do bem, ficará o
proibidas, desde que tenha a em português fornecedor obrigado a ofertar ao mercado peças de reposição pelo
prazo de dez anos
Indelével – que não se apaga
Legível – visível e indelével
Assistência técnica
Informações obrigatórias Do mesmo modo é devida enquanto não cessada a produção pelo
distribuidor
Devem assegurar informações “sobre suas características,
qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de Oferta por telefone ou reembolso postal – art 33
validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que deve constar o nome do fabricante e endereço na embalagem,
apresentam à saúde e segurança dos consumidores publicidade e em todos os impressos utilizados na transação
Decreto 5.903/2006: comercial – vale para internet

Os preços de produtos e serviços deverão ser informados Recusa do cumprimento da oferta pelo fornecedor – art 35
adequadamente, de modo a garantir ao consumidor a correção, O consumidor poderá alternativamente e à sua livre escolha:
clareza, precisão, ostensividade e legibilidade das informações
prestadas – deve ser informado discriminando o total à vista I — exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da
oferta, apresentação ou publicidade;
No caso de outorga de crédito, como nas hipóteses de financiamento
ou parcelamento, deverão ser também discriminados: I — o valor II — aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III — rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia Se não houver finalidade comercial, será apenas propaganda (fins
eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e ideológicos, religiosos, políticos, econômicos ou sociais)
danos”
Institucional
Responsabilidade pelos atos dos prepostos ou representantes
autônomos – art 34 O que se anuncia é a própria empresa, e não o produto – objetivos a
longo prazo, beneficia produtos já produzidos pela empresa
Fornecedor responde solidariamente pelos atos dos prepostos e
representantes Promocional

Princípio da Locupletação Indébita Objetivo imediato, resultados a curto prazo, promove produto ou
serviço
a informação que foi dada se não clara não dá o direito de exigir o
prejuízo do fornecedor e a sua locupletação (ex: supressão de Forma de controle
unidades monetárias quando da oferta); não sendo crível, não poderá Pelo Estado Juiz, ao dirimir conflitos de interesses à luz do cdc –
ser exigido. Advindo algum dano ao consumidor (moral etc.) poderá estado legislador ao elaborar leis de defesa do vulnerável ou estado
exigir que esses gastos, dentro da responsabilidade civil, sejam administração, implementando direta ou indiretamente a defesa
reparados
CONAR: conselho nacional de autorregulamentação publicitaria
Ex: X parcelas e entrada de Y, hipótese possível do cumprimento da
oferta embora não seja clara; não há locupletação e nem prejuízo Princípios
exacerbado Identificação fácil e imediata da publicidade
 Publicidade Alguns tipos tem a legitimidade questionada, como a dissimulada
Informação veiculada ao publico consumidor com o objetivo de (com conotação jornalística, de cunho redacional), a subliminar (não
promover comercialmente, ainda que indiretamente, produto ou percebida pelo consciente, mas captada pelo inconsciente), e a
serviço disponibilizado ao mercado de consumo clandestina (merchandising – veiculação indireta de produtos ou
serviços por inserção no cotidiano da vida de personagens). Não é
Se a informação não for exteriorizada, não haverá publicidade vedado o merchandising
Vinculação da oferta/publicidade Art. 30 e art. 35
Proibição da publicidade ilícita
Art. 37 – proíbe publicidade enganosa ou abusiva, além das que correção, deverá faze-lo por meio dos dados que são sustentação à
violam os princípios da identificação fácil e imediata e o da peça publicitaria
vinculação
Dever da contrapropaganda
Enganosa: informação ou comunicação de caráter publicitário,
inteira ou parcialmente falsa – capaz de induzira erro o consumidor Art. 60 – quando o fornecedor incorrer na pratica da publicidade
enganosa ou abusiva, para minimizar os prejuízos do mercado de
Por omissão: deixa de informar sobre dado essencial do produto ou consumo, o fornecedor deverá veicular nova mensagem publicitaria
serviço livre de vícios (nas mesmas proporções da mensagem viciada) –
defender ou minimizar os malefícios
Abusiva: antiética, capaz de ferir valores da coletividade
princípio da veracidade — segundo o qual a publicidade não poderá
Publicidade enganosa
induzir em erro o consumidor; Por comissão: afirma algo que não é real, situação que não condiz
princípio da não abusividade — pelo qual a mensagem publicitária com a realidade – induz ao erro
não poderá ferir valores da coletividade. Ex: carro 2.0 que consegue atingir 20 km/L – não possui tecnologia
Inversão obrigatória do ônus da prova para tanto

Art. 38 – cabe a quem as patrocina – será do fornecedor, independe Ex: cerveja e festa, ignora os malefícios que o vicio causa
de reconhecimento de qualquer requisito pelo magistrado – principio Por omissão: deixa de informar sobre dado essencial do produto que
da veracidade e da não abusividade da publicidade – cabe ao poderia influenciar no comportamento do consumidor
fornecedor veicular mensagens que não sejam capazes de induzir o
consumidor em erro Ex: comercial de cerveja sem o “beba com moderação”

Transparência na fundamentação publicitaria A falta de aviso de frete não caracteriza

Art. 36 – o fornecedor manterá em seu poder, para informação dos É desnecessário a má-fé ou negligencia para configurar, não importa
legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que a intenção do anunciante
dão sustentação à mensagem – deverá tornar acessível aos Não precisa ter concretizado o erro, basta a capacidade de enganar, a
interessados os dados que fundamentam a mensagem – decorre do mera possibilidade
princípio da inversão obrigatória do ônus da prova – se ao
patrocinador cabe o ônus de demonstrar sua veracidade e sua Exagero publicitário – puffing
Não é possível considerar, falta precisão suficiente Coteja dois produtos ou serviços e diz por que o seu é melhor – CDC
não veda este tipo de modalidade publicitaria, mas dependendo do
Ex: o melhor chocolate do mundo / tapete voador conteúdo pode ser considerada enganosa ou abusiva
Chamariz: forma publicitária de atração. Modalidade não entendida *Responsabilidade é objetiva
como enganosa, desde que dentro dos princípios que veda a
locupletação indébita no campo civil, possível a indenização de danos materiais/morais,
pedido de abstenção da conduta (atuação preventiva). As práticas
Ex: erro na digitação do preço com pouca variação e que seja crível abusivas são infrações administrativas a serem sancionadas com
e razoável, passível de ser exigido. “Abasteça 20L e ganhe um carro multa, interdição, cassação de licença e, eventualmente, infração
X” quando, na realidade, dizia respeito a um sorteio; não é crível) penal como crime contra a economia popular
Três fatores essenciais para a caracterização da publicidade
enganosa: a definição de consumidor para mensurar o potencial Bebidas alcoolicas – art 220 CF, está sujeito a restrições legais, pois
enganoso da publicidade, a natureza e a articulação das informações trata-se de droga lícita – todo anuncio deve ser honesto e verdadeiro,
veiculadas na peça publicitária, e a possibilidade de enganosidade deve mencionar cuidados específicos para prevenção de acidentes
por omissão, ou seja, quando informações essenciais não são
fornecidas Teoria da perda de uma chance
Ocorre quando há venda casada, que consiste em atrelar o
Publicidade abusiva fornecimento de um produto ou serviço a outro, que usualmente é
Art. 37 – rol exemplificativo, “dentre outras” – informações que vendido separado, de forma a compelir o consumidor a aceitá-los em
ferem valores da coletividade razão de sua necessidade ou vulnerabilidade

Ex: meio ambiente, raça, sexo etc Ex: venda de lata de cerveja apenas se comprar refrigerante
Exceção: quando não for possível separar os itens. Ex. conjunto de
Supressio: ocorre quando a não utilização de um direito por um
roupa
longo período leva à extinção desse direito, contrariando a boa-fé e
gerando expectativas na outra parte. Três requisitos para caracterizar Exigência de prévio orçamento (art. 40)
a supressio: omissão no exercício do direito, transcurso de um
período e indícios objetivos de que o direito não será mais exercido. a execução prévia do serviço sem sua elaboração é prática abusiva,
sendo a sua elaboração prévia (escrita) uma obrigação do fornecedor.
Publicidade comparativa Trata-se de um pré-contrato.
Não poderá, desse modo, ser elaborado durante a execução, vedados Art 42 – consumidor inadimplente não deve ser exposto a ridículo,
os orçamentos surpresas. nem ser submetido a qualquer constrangimento ou ameaça – protege
a abordagem que é feita da cobrança – art 71 considera infração
Dados constantes: penal (ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, afirmação
a) valor da mão de obra + materiais + equipamentos, falsa, etc)

b) condições de pagamento, Ameaça possui conotação mais ampla – basta a divida ter sido
cobrada de forma ilícita no âmbito da infração civil – o exercício de
c) início e término do serviço. Acréscimos: se não especificados no direitos não será considerado ameaça
orçamento, não responderá por eles o consumidor, livre de qualquer
ônus. Ex: informar de maneira adequada que irá entrar com ação judicial
de cobrança não é ameaça
Existindo o aditamento com concordância, no entanto, não há
embaraço. Sumula 380 STJ

Prazo: validade por 10 dias a contar do recebimento pelo Interferir no trabalho, descanso ou lazer do vulnerável da relação de
consumidor, se não fixado outro aquém ou além. consumo caracteriza – não permite humilhar o consumidor nesses
locais – cobrança indevida de divida de consumo
Orçamento aprovado: ganhará força de contrato e obriga os
contratantes, não sendo possível de ser alterado unilateralmente. Ex: Alarme na saída da loja não configura – depende da abordagem

Orçamento surpresa: surpreendido o consumidor pelo valor, é seu Cobrar orçamento é permitido, desde que dentro dos limites da lei
direito reaver a peça antiga sem nenhum pagamento, e direito do Ex: orçamento de conserto de carro – precisa de orçamento prévio
prestador retirar a peça nova, devendo estar com as mesmas
limitações que antes. O consumidor pode se recusar a pagar, caso tenha sido feito o
conserto sem seu conhecimento – deverá ser retirada as peças e
Controle e tabelamento de preços (art. 41) devolvidas as antigas, nas mesmas condições que chegou – caso não
entendido como letra morta, elaborado em época de grande inflação, retire as peças será apropriação indevida
importação e tabelamentos. Caso o consumidor seja cobrado de forma indevida, deverá ser pago
Cobrança de divida o dobro, salvo engano justificado
Banco de dados e cadastro de inadimplentes (art . fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele,
bem como sobre as suas respectivas fontes
43)
A inserção indevida do nome do consumidor no cadastro de
Ex: SPC e SERASA
inadimplentes é comportamento abusivo pós contratual – o vinculo
Em uma analise inicial, afrontariam os direitos fundamentais – há o na relação de consumo não extingue com a entrega do produto ou
direito de proteção das informações sobre os consumidores, mas com o fim da prestação de serviço
também há o direito dos fornecedores não se relacionarem com
pessoas inadimplentes que irão causar prejuízo
Principio da boa-fé e da lealdade: partes envolvidas na relação de
preservação da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF X
consumo devem manter-se atreladas na fase posterior ao contrato,
intimidade, vida privada, honra e imagem dos consumidores (art. 5º,
qualquer abusividade faz nascer o direito de indenizar
X, da CF) X da livre concorrência (art. 170, IV, da CF).
Quando o consumidor encontrar inexatidão nos seus dados e
Princípio da proporcionalidade: é necessário ponderar qual dos
cadastros poderá exigir a imediata correção – 5 dias para corrigir
direitos confrontados prevalecerá no caso concreto
Todos os participantes da relação possuem interesse em informações
Ponderando os valores de privacidade, honra, informações e crédito,
corretas e atualizadas inseridas nos bancos de dados e cadastros
o legislador permitiu, de forma limitada, as atividades próprias dos
inadimplentes
bancos de dados de proteção ao credito
■ o consumidor, para não ver atingida sua dignidade, intimidade,
■ o direito do consumidor ao acesso às informações existentes sobre
vida privada, honra e imagem;
sua pessoa nesses bancos de dados, bem como o de correção em caso
de inexatidão ■ o fornecedor, que deseja contratar com o consumidor que
conseguiu saldar suas dívidas e que passou a ser atrativo novamente
■ prazo máximo razoável em que o nome do consumidor
para as suas pretensões comerciais;
permanecerá no cadastro de inadimplentes;
■ o administrador do banco de informações, sob pena de ser
■ a obrigatoriedade da comunicação prévia e por escrito de que o
penalizado, por exemplo, com a condenação à reparação de danos
nome do consumidor integrará banco de dados de “maus pagadores”
morais.
Art 43 da lei n 8.078/90 - O consumidor, sem prejuízo do disposto
Há dois prazos:
no art. 86, terá acesso às informações existentes em cadastros,
■ um implícito e referente à “imediata” correção da inexatidão das A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo
informações sobre o consumidor nos dados e cadastros; deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não
solicitada por ele – o responsável pela comunicação prévia é o
■ um expresso de cinco dias úteis para comunicar a alteração aos mantenedor do cadastro de proteção ao crédito (Sumula 359) – todos
eventuais destinatários das informações incorretas. respondem solidariamente
O ônus de dar baixa na inscrição do consumidor nos cadastros e O consumidor deve ser notificado de que seu nome integrará o
bancos de dados é do credor cadastro de inadimplentes ou banco de dados com no mínimo 5 dias
Inscrição/manutenção em cadastro de inadimplentes requerida em uteis de antecedência - desnecessidade do AR para comunicação do
antecipação de tutela/medida cautelar: consumidor solicita ao consumidor
tribunal sua suspensão da inclusão ou manutenção do seu nome Cabe danos morais na ausência da comunicação prévia e escrita de
antes do julgamento final do processo- fomus boni iuris (provar que seu nome será negativado
necessidade da suspensão) , periculum in mora (que está causando
danos) e documentação e provas - sumula 380 STJ Quando se trata devedor costumaz: não terá direito a danos morais
Natureza: o serviços de proteção ao crédito e congêneres são instrumento de combate à utilização irregular de informações para
considerados entidades de caráter publico, mesmo sendo detentoras condutas abusivas. Tem o consumidor, assim, direito ao acesso às
de personalidade jurídica de direito privado – objeto principal é a informações, bem como a transparência, a retificação, comunicação
viabilidade de habeas data – as informações devem ser objetivas, de abertura de qualquer cadastro, bem como a incidência da
claras e verdadeiras prescrição; é vedada a pena de caráter perpétuo, sendo que, prescrita
a dívida, é proibido o fornecimento de qualquer informação a seu
Prazo máximo de negativação do nome do consumidor: 5 anos, salvo respeito.
se a pretensão à respectiva ação de cobrança prescrever antes (o Prazo: em até 5 anos poderão conter essas informações, embora
consumidor não pode ter seu nome registrado como inadimplente existam muitos títulos que prescrevem antes, nesse caso sendo
por mais de cinco anos, a menos que o prazo para entrar com uma excluídos do cadastro quando do vencimento.
ação de cobrança expire antes desse período)
O consumidor não precisa esperar a expiração do prazo da última Entidades de caráter público: os bancos de dados, serviços de
inscrição para postular o cancelamento daquelas cujo prazo máximo proteção ao crédito e similares são equiparados à entidades de
de cinco anos já tenha sido expirado, em razão da autonomia e caráter público. Assim sendo, da negativa da exibição da
independência de cada inscrição informação, é cabível o HD para acessá-las compulsoriamente.
Contratos de adesão (art. 47): são os contratos em que as cláusulas custeadas pelo fornecedor, sendo prejuízo atinente à atividade
são pré-escritas, não paritários, sem que o consumidor possa discutir comercial. Inclui-se nessas hipóteses a compra mediante amostra.
seu conteúdo. Em virtude do cenário em que é concebido, havendo
ambiguidade na interpretação das cláusulas, serão elas interpretadas Cláusulas abusivas (art. 51)
do modo mais favorável ao consumidor hipossuficiente. É consequência do dirigismo contratual (intervenção estatal),
ex. cláusula de garantia até 1 ano ou quando alcançar 10 mil km restando limitada a liberdade contratual com a finalidade de
rodados; será a interpretação na hipótese em que ocorrer por último. reestabelecer o equilíbrio entre as partes.
Consequências jurídicas:
Características: uniformidade, predeterminação e rigidez. a) não possuem eficácia, b) não se convalescem pelo tempo, c)
pronunciadas de ofício e d) não produzem efeitos jurídicos, sua
Declaração de vontade em escrito ausente no contrato definitivo (art. declaração ex tunc retroagindo a data da contratação.
48)
essas manifestações vinculam o fornecedor, p. ex. informação Ato anulável: apesar de ambos serem declarados por sentença, com
divulgada na publicidade não constante no contrato. ele não se confunde, possuindo efeitos ex nunc.
Prazo de reflexão (art. 49): Questão controvertida: a doutrina diverge quanto à possibilidade do
a) fornecimentos no estabelecimento comercial: vigora, em regra, o reconhecimento da nulidade de ofício, pelo juiz. A maior parcela
pacta sunt servanda, devendo ser cumprido o que se contratou. É defende pela possibilidade, enquanto outra parcela, com base na
vedação da locupletação indébita. súmula 130 STJ, vincula a sua declaração à provocação da parte.
B) contratação fora do estabelecimento comercial (reembolso postal,
internet, telefone ou domicílio): presume-se que o consumidor não Cláusula de não indenizar (I):
teve condição de examinar o produto ou serviço, sendo conferido o corresponde à total desproteção do consumidor, sem meios de se
direito do arrependimento; é mérito de ter adquirido o produto sem o ressarcir. P. ex. estacionamento do estabelecimento se exonerando de
seu acesso físico. eventuais danos ao veículo; a responsabilidade adotada é a subjetiva.
Prazo: reclamação em 7 dias da assinatura (residencial) ou do Exceção: culpa exclusiva do consumidor. Em situação justificada, no
recebimento do produto/serviço. Por convenção poderá ser entanto, é permitido, diante de consumidor PJ com clara estrutura e
aumentado, porém jamais diminuído. Devolução: comportará todos assessoria técnica jurídica. Ainda, é possível que a responsabilidade
os valores que eventualmente houver já pago, imediato e do fornecedor seja mitigada, p. ex. hipossuficiência.
monetariamente atualizado. Despesas com a devolução: inteiramente
Impedimento de reembolso (II):
é ofensa ao arcabouço protetivo ao consumidor, afetando aquelas que estabelecem uma vantagem excessivamente exagerada
principalmente os arts. 42 e 49. ao contratante, p. ex. proibição de revisão contratual com base no
princípio da rebus sic stantibus e teoria da imprevisão.
Transferência de responsabilidade (III):
é abusiva a cláusula que permite a terceirização. Atente-se que não Nulidade da cláusula: a nulidade de um dos itens não contamina o
se confunde a terceirização com o fato de agregar um terceiro na contrato por inteiro, exceto se se decorrer ônus excessivo a uma das
prestação do serviço, mediante consentimento. partes. P. ex. contrato educacional e supressão de uma das aulas.
Obrigações iníquas: vedadas todas as cláusulas que coloquem o Reconhecimento da nulidade (§4°): será feito requerimento mediante
consumidor em desvantagem exagerada, constituindo ofensa aos o Ministério Público para o ajuizamento da ação a reconhecer a
princípios fundamentais do sistema que pertence. nulidade. Observe-se que não se trata de declaração de nulidade; ela
Ônus da prova (VI): garantia da efetividade da inversão do ônus da já é nula antes do ajuizamento.
prova ante a situação de fragilidade do consumidor.
Arbitragem compulsória (V): Multas de atraso (art. 52 §1°):
a superioridade do fornecedor não pode tornar obrigatória a será considerado nulo o valor superior a 2% do valor da prestação,
faculdade das partes em se socorrer do recurso da arbitragem. não sendo em si a cláusula nula.

Imposição de representante (VI): Amortização (art. 52 §2°):


torna-se fraude a imposição pelo fornecedor de representante em trata-se da liquidação antecipada parcial ou total, sendo abatidas das
nome do consumidor, nomeação em sentido compulsório. vencidas para a frente.

Demais cláusulas abusivas. É um rol meramente exemplificativo. Superendividamento (art. 54-A)


[...] É medida protetiva e inclusiva que tem como destinatário a pessoa
física natural, cabível em somente em algumas situações, a ser
Benfeitorias necessárias: regulada, analisada em conjunto com o art. 104. Se encontra como
é assegurada a indenização pelas benfeitorias na modalidade de superendividado aquele que não consegue pagar suas dívidas de
necessárias, vedada qualquer estipulação a respeito de sua renúncia. consumo sem comprometer seu mínimo existencial, possuindo foco
nos débitos de consumo, não sendo aplicada p. ex. em crédito
Cláusula exagerada: imobiliário ou dívidas contraídas mediante fraude, bem como as
dívidas baseadas em produtos de luxo ou contratos bancários com
garantia real. Será baseado no caso concreto, possuindo o
consumidor ou não condições de, ao longo do tempo, adimplir as
obrigações sem prejuízo de suas necessidades básicas.

Você também pode gostar