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Introdução......................................................................................................................3
III.I. Pena.......................................................................................................................6
1- Penas principais.........................................................................................................8
2 – Penas Acessórias....................................................................................................10
3-Penas de substituição................................................................................................11
V.II. Outros institutos que podemos ser vistam como consequências jurídicas do
crime……………………………………………………………………………………..4
Conclusão.....................................................................................................................15
Referências Bibliográficas...........................................................................................16
2
Introdução
Objectivos gerais:
Objectivos específicos:
3
1- MARILU GUERREIRO
Noção:
De tudo deve concluir-se que a problemática das consequências jurídica do crime possui
exactamente a mesma hierarquia jurídica - cientifica que a doutrina de crime 2. o que
pode afirma-se, isso sim , é que a importância pratica daquela problemática é superior à
desta doutrina. Quer para o delinquente que sofre a consequência jurídica, quer para a
sociedade em nome da qual é aplicada, quer ainda para a vítima do crime, o sistema das
1
V. LISZT, Strafrechtliche Aufsaze und Vortrage II, 1905, Pgs. 80.
2
Como aqui JESCHIECK antes do §70. Sobre a questão, no sentido do texto, já de resto
v. LISZT, Strafrechtliche Ausfsatze und Vortrage II 1905 93, e KAISER, Estudo
EDUARDO CORREIA, cit. 282.
4
reacções criminais e os processos da sua determinação e aplicação surgem como os
pontos de mais decidido relevo. Bem podendo dizer-se, parafraseando Zipf, que com
determinação das consequências jurídicas do crime se realiza a decisão politico –
criminal no caso concreto3. O cumprimento das intenções e do programa político-
criminais do sistema depende, na mais alta medida, de uma correcta aplicação das
consequências jurídicas do Crime.
2- AMÉLIA GIGANTE
Partindo sobretudo do estudo sistemático levado a cabo pelo Prof. F. Dias, procurar-se-á
caracterizar um sistema de reacções criminais que, na perspectiva da protecção e defesa
dos direitos humanos, possa considerar-se integrado no chamado movimento
internacional de reforma penal, penetrado por um património de ideias que radicam
num fundo político-criminal comum, de que podem apontar-se como matrizes, as
seguintes:
3
MAURACH/ZIPF § 57 n.º m. 42.
5
Tentar limitar por todos os meios, o efeito estigmatizante – e,
consequentemente, criminógeno – das reacções criminais, sem frustrar as
expectativas sociais que subjazem às normas violadas;
Esforço para revestir a estrutura e a aplicação das medidas de segurança de
garantias conformes à ideia do estado de Direito, sem por isso prejudicar ou
deixar de aprofundar o seu conteúdo social4.
3- EDYMAURO MACIEL
De princípios estruturais do Direito Penal que se reflectem justamente nesta matéria das
consequências jurídicas do crime e que se inserem neste mesmo movimento de reforma
penal, são as penas e das medidas de segurança.
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4- EMÍLIA FELISBERTO
III.I. Pena
Conceito:
Do ponto de vista jurídico - penal, pena é consequência atribuída por lei a um crime ou
a uma contravenção penal. Trata-se de uma sanção, de carácter aflitivo, consistente na
restrição a algum bem jurídico, cuja inflição requer a prática de um injusto culpável.
Toda a pena tem como pressuposto e limite a culpa do agente pelo cometimento
de um facto passado. Por tanto, prevê o n.˚2 do art. 59 do C.P, que ‘‘ A pena não pode
ultrapassar em caso alguma a medida da culpa’’5.
5- IVO MATSINHE
De acordo com a classificação adoptada pelo Prof. FERREIRA (1992), as penas podem
ser de diversas espécies, a saber:
Isto é, quanto à natureza dos direitos afectados pela pena (sob a forma da sua privação
ou restrição), podem ser (numa perspectiva histórica e comparada):
(4) Penas pecuniárias, ou seja, as que atingem o património do delinquente, como são
o caso das multas e coimas.
Também o confisco é uma pena pecuniária, pois traduz-se na apropriação pelo Estado,
directa ou indirectamente, de todo o património do condenado, sendo actualmente
rejeitado pela generalidade dos ordenamentos jurídico - penais;
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República de Moçambique, Lei n.˚24/2019 de 24 de Dezembro – actual código penal;
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b) Quanto à sua gravidade
Com base nestas pode proceder-se a uma escala de penas, como a consagrada
no C. Penal de 1886 que distingue entre: – penas maiores e penas correccionais, para
além da categoria das penas especiais para empregados públicos, Desde a reforma de
1954 as penas maiores são todas de prisão.
As penas podem ser fixas ou variáveis. Com a reforma do 1954 o C. Pen deixou de
prever penas não graduáveis, apenas tendo mantido tal característica a pena de
suspensão dos direitos políticos, por períodos fixos 15 ou 20 anos8.
7- JOVENCIO DE AMARAL
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República de Moçambique, Constituição da Republica Moçambique – 2018;
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República de Moçambique, Lei n.˚24/2019 de 24 de Dezembro – actual código penal;
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Seguindo a classificação doutrinária adoptada, designadamente, pelo Prof. F. DIAS
(1993, Pgs. 89) e pela Prof. ANABELA RODRIGUES (1984 p. 34), as penas podem
distinguir-se entre: a) penas principais, b) penas acessórias e c)penas de substituição
1- Penas principais
Definição:
a) Pena de prisão
b) Pena de Multa
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F. DIAS; ANABELA RODRIGUES, Direito Penal, Parte Geral, Coimbra, 1984 p. 34) ;
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República de Moçambique, Lei n.˚24/2019 de 24 de Dezembro – actual código penal.
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DIAS, Figueiredo, Direito Penal, Parte Geral – Tomo I, 2004.
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República de Moçambique, Lei n.˚24/2019 de 24 de Dezembro – actual código penal;
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Segundo FERREIRA (1992), a pena de multa é ‘‘uma pena de natureza essencialmente
pecuniária, se o juiz condenar alguém pela prática de um crime com uma pena de
multa e esta não paga, ela tem a virtualidade de ser convertível em prisão’’.
2 – Penas Acessórias
De acordo com Prof. F. DIAS (2007), entende que Penas Acessórias, como sendo
‘‘Aquelas que não pode ser cominadas na sentenças condenatória sem que
simultaneamente tenha sido aplicada uma pena principal’’. Fundamental no contexto
da doutrina das consequências jurídicas do crime é, por outro lado, a análise de
melindroso problema de determinação da pena em sentido amplo, que abrange as
operações de escolha e de medida (legal, abstracta e judicial ou concreto) da pena.
Segundo prevê o art. 80 e seguintes do C.P, as penas acessórias para pessoas singulares
podem ser:
a) As regras de conduta;
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República de Moçambique, Lei n.˚24/2019 de 24 de Dezembro – actual código penal.
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b) A perda de mandato ou proibição temporária do exercício de funções
públicas;
c) A suspensão de exercício de função pública;
d) A proibição de Condução;
e) A inibição do exercício de poder parental, tutela ou curatela.
Se refere a penas acessórias mas antes a efeitos da condenação ou das penas. Tais
efeitos seguem-se necessariamente à condenação e podem ter efeitos penais ou não
penais. Entre os primeiros, a perda a favor do Estado dos instrumentos do crime. Em
casos de condenação em pena maior, a perda de qualquer emprego ou funções públicas,
dignidades, títulos de nobreza ou condecorações, incapacidades de eleger e ser eleito ou
nomeado para cargos públicos, ser tutor, curador, ou outros. Os efeitos não penais
(civis) são, entre outros, a obrigação de restituição ao ofendido das coisas ali referidos e
de indemnizar o ofendido pelos danos causados15.
Grosso modo, que estatui o 79 do código penal que, ‘‘nenhuma pena envolve como
efeito necessário a perda de direito civis, profissional ou politico, nem priva o
condenado dos seus direito fundamentais, salvo as limitações imposta por lei inerentes
ao sentido de condenação e as exigências especificas’’ 16. Na ordem de entendimento,
trata-se de direitos constitucionais que nenhum momento deve ser violados a menos nos
casos em que a lei admite.
Ate porque já prevê o n.3 do art. 61 da CRM que, ‘‘Nenhuma pena implica a perda de
quaisquer direitos civis, profissionais ou políticos, nem priva o condenado dos seus
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República de Moçambique, Lei n.˚24/2019 de 24 de Dezembro – actual código penal.
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Prof. FIGUEIREDO DIAS (2007),
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República de Moçambique, Lei n.˚24/2019 de 24 de Dezembro – actual código penal.
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direitos fundamentais, salvo as limitações inerentes ao sentido da condenação e às
exigências específicas da respectiva execução’’17.
3-Penas de substituição
Segundo explicação do Prof. F. DIAS (2007), As penas de substituição são ‘‘as penas
de carácter não institucional ou detentivo aplicadas no lugar de uma pena principal,
após prévia determinação desta. São penas de substituição em sentido próprio, as
penas de suspensão da execução da prisão, multa de substituição, prestação de
trabalho a favor da comunidade e de admoestação’’.
Conceito:
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República de Moçambique, Constituição da Republica Moçambique – 2018;
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Para FERNANDO CAPEZ (2011), conceitua a medida de segurança, como sendo
‘‘uma sanção penal imposta pelo estado, na execução de uma sentença, cuja finalidade
é exclusivamente preventiva, no sentido de evitar que o autor de uma infracção penal
que tenha demonstrado perigosidade volte a delinquir’’.
Trata-se de uma forma de sanção penal, com carácter preventivo e curativo, visando a
evitar que o autor de um facto havido como infracção penal, inimputável ou imputável,
mostrando perigosidade, torne a cometer outro injusto ou infracção penal e receba
tratamento adequado.
No âmbito do Direito Penal vigora o princípio da culpa que significa que toda a pena
tem como suporte axiológico normativo uma culpa concreta; a culpa é simultaneamente
o limite da medida da pena. Ou seja, quanto mais culpa o indivíduo revelar na prática de
um facto criminoso, maior será a pena, quanto menor a culpa menor será a pena.
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FERREIRA, Manuel Cavaleiro de, Lições de Direito Penal. Parte Geral, 4ª edição, Lisboa/ são Paulo:
Editora Verbo, 1992 (1ª ed.1985).
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República de Moçambique, Lei n.˚24/2019 de 24 de Dezembro – actual código penal;
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Grosso modo, os elementos ou pressupostos da aplicação da medida de segurança é
através do grau ou nível da infracção (gravidade do facto ilícito) e o perigo que
infractor pressupõe-se ter na repetição no cometimento de uma outra infracção penal
(perigosidade do agente na pratica do novo ilícito), em prol aos bens juridicamente
protegido pela lei.
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República de Moçambique, Lei n.˚24/2019 de 24 de Dezembro – actual código penal.
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FERREIRA, Manuel Cavaleiro de, Lições de Direito Penal. Parte Geral, 4ª edição, Lisboa/ são Paulo:
Editora Verbo, 1992 (1ª ed.1985).
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As medidas de segurança pós-delituais são – como o indica a sua designação –,
aplicáveis na sequência da prática pelo agente de um facto qualificado como crime pela
lei penal, de acordo, aliás, com o princípio da Dignidade Humana inerente a um Estado
de Direito e, portanto, a um direito penal da culpa e não do agente, isto é, em que se
reprimem factos ilícitos e não personalidades ou meras opções de vida, sem efectiva
violação da lei penal.
Como aludido, as medidas de segurança são uma reacção criminal cuja aplicação tem
como pressupostos a prática de, pelo menos um facto típico e ilícito, pelo agente e a sua
perigosidade criminal no presente e para o futuro, revelada no facto.
Aplicáveis a imputáveis:
Que são Medidas de Segurança aplicáveis a imputáveis são chamadas de medidas não
detentivas (a interdição de profissões, a suspensão da execução do internamento, a
expulsão de estrangeiro). São medidas de segurança não privativas da liberdade todas
as demais, nomeadamente: a liberdade vigiada, a caução de boa conduta, ou a interdição
do exercício de actividade22.
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de fazer face à especificidade dessas situações: os modelos dualistas
optam por aplicar ao agente sanções diversificadas (pena e medida de
segurança complementar), correspondentes à diferenciação dos seus
pressupostos, ou seja, a culpa e a perigosidade, enquanto as soluções
monistas atendem sobretudo às semelhanças na execução de ambas as
reacções criminais, optam por aplicar ao agente apenas uma delas’’.
Segundo, previsto no n.˚1 do art. 59 do CP, estatui que, ‘‘sem prejuízo da sua natureza
repressiva, a aplicação das penas e medidas de seguranças tem em vista a protecção de
bens jurídico, a reparação dos danos causados , a ressocialização do agente e s
prevenção da reincidência’’. É exclusivamente preventiva, visando tratar o inimputável
e o semi - imputavel que demonstraram, pela prática delitual, potencialidade para novas
acções danosas23.
V.II. Outros institutos que podem ser vistas como consequências jurídicas do crime
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consideração predominante material, que fazia a voltar naqueles institutos, na sua
natureza jurídico substantivo, tem vindo progressivamente a substituir-se a sua
caracterização como condições de prossecução processual; o que conduz a doutrina
mais recente, e hoje dominante em certos países assinalar-lhes uma dupla natureza em
partes jurídicos substantivas, em processual, sem que no entanto faltem autores a
considerar a generalidade daqueles pressupostos como meramente puramente
processuais.
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16- EDSON MALATE – FAZ A CONCLUSAO DO TRABALHO
Conclusão
E por fim, nos termos do actual código penal Moçambicano, o legislador entendeu que,
sem prejuízo da sua natureza repressiva, a aplicação das penas e medidas de seguranças
tem em vista a protecção de bens jurídico, a reparação dos danos causados, a
ressocialização do agente e s prevenção da reincidência. É exclusivamente preventiva,
visando tratar o inimputável e o semi - imputável que demonstraram, pela prática
delitual, potencialidade para novas acções danosas.
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Referências Bibliográficas
Legislações:
Doutrinas:
FERNANDO CAPEZ, Curso de Direito Penal, Parte geral, Vol.1; 15ª – Edição, Editora,
Saraiva ,2011;
FEGUEIREDO DIAS; ANABELA RODRIGUES, Direito Penal, Parte Geral, Coimbra,
1984 p. 34;
V. LISZT, Strafrechtliche Aufsaze und Vortrage II, 1905, Pgs. 80. Como aqui
JESCHIECK antes do §70. Sobre a questão, no sentido do texto, já de resto;
FERREIRA, Manuel Cavaleiro de, Lições de Direito Penal. Parte Geral, 4ª edição,
Lisboa/ são Paulo: Editora Verbo, 1992 (1ª ed.1985);
SILVA, Germano Marques da, Direito Penal e Processual Português, I, 2ª ed. Lisboa,
2001 (1ª ed.1997).
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