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a INTRODUÇÃO À FISCALIDADE 

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simultaneamente subsidiária e solidária, respondendo neste caso os vários responsáveis subsidiários meiro se chama o gerente que é legalmente reconhecido, e depois de confirmada a gerência de facto,
solidariamente entre si pelas dívidas. então é chamado solidariamente o outro que é gerente de facto.
  Uma outra questão que é discutida na nossa jurisprudência, é quando num determinado pon-
 
to, foi um terceiro que tomou a decisão, sendo que este não tem nada a ver com a empresa, e nem é
 
o gerente de facto. Será que este também deve ser chamado à responsabilização? Bom, uns dizem
Exercício de facto e exercício de direito
  que sim e outros que não, mas atualmente, a maioria da jurisprudência diz que neste caso concreto,
  ele não deve ser responsabilizado. A responsabilização na gestão de facto tem que ser uma responsa-
Mas o legislador não ficou por aqui, não são apenas os diretores, administradores e gerentes bilidade numa gestão continua e sistemática. Não é aquele que pontualmente tomou uma decisão
de direito é que poderiam ser chamados a responsabilidade, mas também aquelas pessoas que exer- qualquer sobre a vida da empresa, mas sim, aquele que de facto, na prática, apesar de não ter titulo,
çam, ainda que somente de facto, funções de administração ou gestão em pessoas coletivas e entes exerce funções de gestão.
fiscalmente equiparados são subsidiariamente responsáveis em relação a pessoa coletiva e solidaria-  
 
mente entre si. Antes era responsabilizado apenas aqueles que tinham alguma responsabilidade for-
Facto gerador de responsabilidade, artigo 24°LGT, N°1, alínea a) e b)
mal na empresa, apenas o gerente que estava inscrito na conservatória do registo comercial, mas
 
hoje, o direito fiscal deu um grande salto, e acrescentou à lei, não só aqueles que são formalmente
● Artigo 24° LGT, n°1, alínea a)
conhecidos como gerentes, mas também pode ser chamado aquele que de facto exerceu aquela fun-  
ção, mesmo que o seu nome não conste em lado algum, se ele realmente teve um papel importante a) Pelas dívidas tributárias cujo facto constitutivo se tenha verificado no período de exercício do seu
na gestão concreta daquele período, então, ele é chamado à responsabilidade, na mesma condição cargo ou cujo prazo legal de pagamento ou entrega tenha terminado depois deste, quando, em qual-
que os que estão formalmente reconhecidos com gerentes, ou seja, subsidiariamente a pessoa cole- quer dos casos, tiver sido por culpa sua que o património da pessoa coletiva ou ente fiscalmente
tiva e solidariamente entre si. equiparado se tornou insuficiente para a sua satisfação;
G A jurisprudência tem entendido que esse exercício de facto da prática de atos de administra-
ção é uma gerência efetiva.
A primeira coisa a analisar aqui é o tempo em que o facto constitutivo gerador de dívidas tri-
butárias se verificou. A alínea a) nos diz, facto constitutivo que se tenha verificado no período de
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Quando é provado a gerência de direito presume-se a gerência de facto. No entanto, pro- exercício do seu cargo ou cujo prazo legal de pagamento ou entrega tenha terminado depois deste.
vando o gerente de direito que, apesar de nominalmente gerente, não praticou a gerência de facto, Por outras palavras, os gerentes são responsáveis subsidiários perante a pessoa coletiva, em duas
fica excluída a sua responsabilidade subsidiária por dívidas tributarias no período referente a essa situações. Primeiro, se no momento do facto tributário que conduziu a constituição do imposto, o
gerência. gestor x estiver a cumprir as suas funções de gestão, estando a frente do destino da empresa, então
Existem gerências que são simultaneamente de facto e de direito, mas nada o impede que ele é chamado a responder pelas dívidas tributarias. Por exemplo: o gestor x esteve em funções até o
haja, separadamente, um gerente de direito e um outro gerente de facto, pois, segundo o artigo final de 2012, então ele é chamado para responsabilizar pelo IRC respeitante ao ano de 2012,
24°LGT não é necessária a gerência ser simultaneamente de direito e de facto, pois basta ser de fac- mesmo que a falta de pagamento só ocorra no meio de mês de Maio de 2013. Segundo, se o gestor
to, para que seja chamado como responsável; e quando existem estes dois tipos de gerentes, é a cessa as suas funções de gestão, antes do decurso do prazo do pagamento dos impostos, mas já
administração que cabe provar a gerência de facto. Mas quando é gerente apenas de direito a res- estando dentro do prazo do pagamento dos mesmos. Por exemplo, o gestor que cesse funções a meio
ponsabilização não se concretiza, pois é preciso o exercício efetivo de funções de gerência ou admi- do mês de Fevereiro, e o pagamento do ISP do mês anterior só seria no final de Fevereiro, ele é res-
nistração. Nos casos em que o gerente de direito não é também um gerente de facto, e que a omissão ponsabilizado, apesar de já ter terminado a sua gestão.
desse facto seja o causador do não cumprimento das obrigações tributarias, então neste caso, o Esta alínea a) retrata as situações mais complexas, tendo em conta que o gestor já cessou a
gerente de direito pode correr o risco de vir a chamado como responsável subsidiário. sua gestão. O gestor é responsabilizado pelo pagamento da divida tributaria se ele contribui para a
Hoje em dia deparamos com vários casos desses, em que o gerente de direito não é também diminuição do património da empresa, devido a sua má gestão, e foi devido a esta diminuição do
o gerente de facto, por vários motivos. Então se regista na conservatória do registo comercial o património que a empresa se viu sem meios de pagar os impostos, ou seja, tem de existir um nexo
nome de outra pessoa, sendo o nome da pessoa que foi registada que é reconhecido como gerente, de causalidade, deve haver uma ligação entre a gerência do gestor e o não pagamento dos impostos.
quando de facto é outra pessoa que realmente faz a gerência da empresa. Então nestes casos pri- Aqui já estamos a referir a parte final da alínea a), que fala sobre a culpa do gestor, se for por culpa

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