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Concepção pedagógica

• Grupo de Trabalho de Educação Permanente do Conselho Federal de


Farmácia

• Aline de Fátima Bonetti


• Cinthia Caldas Rios
• Thais Teles de Souza
• Wallace Entringer Bottacin
• Walleri Cristini Torelli Reis
Concepção pedagógica

• Conteúdo programático (carga horária total = 112 horas):

• Introdução à Farmácia Clínica


• Cuidado Farmacêutico na Hipertensão
• Cuidado Farmacêutico no Diabetes
• Cuidado Farmacêutico na Saúde Mental
• Cuidado Farmacêutico na Gestão do Peso
• Cuidado Farmacêutico na Asma
• Cuidado Farmacêutico na Dislipidemia e Doença Arterial
Coronariana
Critérios para certificação

• Apresentar ao menos 75% de presença nas aulas


• Alcançar ao menos 60% de aproveitamento na atividade avaliativa, a
ser disponibilizada por email no final do curso

• A atividade contém 20 questões de múltipla escolha a respeito de


todos os conteúdos abordados no curso

• Prazo para entrega: 30 dias corridos a partir do momento em que


o link é enviado.
MÓDULO 1 – INTRODUÇÃO
AO CUIDADO
FARMACÊUTICO E PRÁTICA
BASEADA EM EVIDÊNCIAS
Objetivos de Aprendizagem deste módulo

• Compreender a aplicação dos diferentes serviços farmacêuticos


clínicos na rede de atenção à saúde
• Analisar criticamente as diferentes etapas do processo de cuidado
farmacêutico
• Analisar os aspectos regulatórios da farmácia clínica
• Desenvolver habilidades de semiologia e comunicação farmacêutica
• Compreender os métodos de busca de evidência aplicados à prática
clínica
Assistência Farmacêutica
Cadeia de abastecimento
Aquisição
farmacêutico

Programação Gestão Armazenamento


Logística do
Medicamento
Seleção Distribuição
Nível assistencial

Dispensação Prescrição Avaliação Paciente


Orientação Plano Terapêutico Diagnóstico Estado de Saúde

Antes do uso de medicamentos


Continuidade do cuidado Durante o uso de medicamentos
Avaliações periódicas

Indicação clínica e objetivo Resolução Referência Problema de saúde não tratado


terapêutico Falha no acesso ao medicamento
Medicação não necessária
Gestão Clínica Desvio de qualidade do
Compreensão do paciente do Medicamento medicamento
e adesão terapêutica Baixa adesão ao tratamento
Interação medicamentosa
Duplicidade terapêutica
Efetividade e segurança da Problemas
Discrepâncias na medicação
terapêutica Falta de efetividade terapêutica
Reação adversa ou toxicidade
Erro de medicação
Contra-indicações(Correr, Otuki, 2013)
Outros..

(Correr, Otuki, 2013)


MMRM

Morbimortalidade Relacionada a
Medicamentos

Morbimortalidad
Danos ocasionados e relacionada a
por medicamentos medicamentos

Reações adversas a medicamentos


Overdoses Hospitalizações
Erros de medicação Óbitos
Interações medicamentosas Urgência e emergência
Medicamentos impróprios Custos
Medicamentos desnecessários
Omissões terapêuticas
Reduções de dose
Não adesão
Falha terapêutica
Farmacoterapia ideal

Necessidade
- O paciente utiliza todos os medicamentos que necessita
- O paciente não utiliza nenhum medicamento desnecessário

Adesão Terapêutica
- O paciente compreende e é capaz de cumprir o regime posológico
- O paciente concorda e adere ao tratamento numa postura ativa

Efetividade
- O paciente apresenta a resposta esperada à medicação
- O regime posológico está adequado ao alcance das metas terapêuticas

Segurança
- A farmacoterapia não produz novos problemas de saúde
- A farmacoterapia não agrava problemas de saúde pré-existentes

Baseado nos estudos de Cipolle, Strand, Morley e Fernández-Llimós et al.


Processo de cuidado farmacêutico

CFF, 2016
Modelo lógico-conceitual dos serviços farmacêuticos

As atividades-fim referem-se àquelas


relativas à assistência direta ao paciente, à
família e à comunidade
CFF, 2016
Serviços Farmacêuticos Clínicos

Rastreamento em Dispensação de
Educação em saúde saúde medicamentos

Manejo de
problemas de Revisão da Monitorização
saúde farmacoterapia terapêutica
autolimitados

Gestão da condição Acompanhamento Conciliação


de saúde farmacoterapêutico terapêutica

CFF, 2016
Rastreamento em
saúde

Serviço que possibilita a identificação provável de doença ou


condição de saúde, em pessoas assintomáticas ou sob risco
de desenvolvê-las, pela realização de procedimentos, exames
ou aplicação de instrumentos de entrevista validados, com
subsequente orientação e encaminhamento do paciente a
outro profissional ou serviço de saúde para diagnóstico e
tratamento.

CFF, 2016
Caso 1

Luiz, 50 anos, sobrepeso, hipertenso,


compareceu a farmácia e pediu para o
farmacêutico aferir a pressão arterial.
Ele contou que anda sentindo muita
sede e até perdeu um pouco de peso
ultimamente, o farmacêutico incentivou
Luiz a fazer um teste de glicemia capilar,
ali mesmo na farmácia. A glicemia
capilar de jejum do paciente foi de 350
mg/dL, “mas ele falou que acha que é o
pudim que comeu ontem”...
CASO
Caso 2 2

Romário, 50 anos, não pratica atividades


físicas e não faz nenhum tipo de dieta –
volta e meia vai na farmácia para medir a
pressão, que está sempre em torno de
150/90 mmHg. Ele fuma 1 maço de
cigarros/dia por dia, há 15 anos.
Ele não vai ao médico desde 2016, pois
acredita que está bem e que sua saúde é
muito boa. Relata que seu “pai viveu até
os 98 anos e nunca foi ao médico”.
Educação em
saúde

Serviço que compreende diferentes estratégias educativas,


as quais integram os saberes popular e científico, de modo
a contribuir para aumentar conhecimentos, desenvolver
habilidades e atitudes sobre os problemas de saúde e seus
tratamentos. Tem como objetivo a autonomia dos
pacientes e o comprometimento de todos (pacientes,
profissionais, gestores e cuidadores) com a promoção da
saúde, prevenção e controle de doenças, e melhoria da
qualidade de vida. Envolve, ainda, ações de mobilização da
comunidade com o compromisso pela cidadania.

CFF, 2016
Caso 3

Dona Maria, 76 anos, procura a farmácia para comprar seus


medicamentos do mês. Ela tem uma história prévia de
hipertensão, dislipidemia e tabagismo (fumou por 20 anos –
parou há 2 meses quando infartou) e DAC (infarto com
implante de stent farmacológico)
• Prescrição:
• Enalapril, 10 mg, 12/12h
• AAS, 100 mg/dia Quero todos
• Clopidogrel 75 mg/dia menos o
clopidogrel...
• Sinvastatina, 40 mg/dia
CASO
Caso 4 2

Roberto, 55 anos, pedreiro, passa na farmácia


e pede sua ajuda...
• Escute Dr. João eu “tô” tomando a
atorvastatina de manhã, têm problema?
• Ah... E o AAS, o médico falou que tinha que ser
depois do almoço, mas como eu ainda
trabalho, eu sempre esqueço de levar para o
serviço.
Dispensação de
medicamentos

Serviço proporcionado pelo farmacêutico, geralmente em


cumprimento a uma prescrição de profissional habilitado.
Envolve a análise dos aspectos técnicos e legais do receituário,
a realização de intervenções, a entrega de medicamentos e de
outros produtos para a saúde ao paciente ou ao cuidador, a
orientação sobre seu uso adequado e seguro, seus benefícios,
sua conservação e descarte, com o objetivo de garantir a
segurança do paciente, o acesso e a utilização adequados.

CFF, 2016
Dispensação de
medicamentos

CFF, 2016
Manejo de
problemas de
saúde
autolimitados

Serviço pelo qual o farmacêutico acolhe uma demanda


relativa a problema de saúde autolimitado, identifica a
necessidade de saúde, prescreve e orienta quanto a
medidas não farmacológicas, medicamentos e outros
produtos com finalidade terapêutica, cuja dispensação não
exija prescrição médica e, quando necessário, encaminha o
paciente a outro profissional ou serviço de saúde.

CFF, 2016
Etapas do processo
semiológico e
raciocínio clínico
para o Manejo de
condições de saúde
autolimitadas

CFF, 2016
Manejo de problemas de saúde autolimitados

ANEXO 1 - Medicamentos Sintéticos, Específicos e Biológicos: 257 medicamentos


ANEXO 2 – Fitoterápicos: 51 medicamentos
Queixa principal
Manejo de problemas de saúde
autolimitados
Sintomas associados
Tempo

Fatores que agravam ou


Qualidade ou característica que aliviam

Quantidade ou severidade Ambiente


Caso 5
CASO
1
Mariana, 49 anos, procura a farmácia e queixa-se de tosse.
“Essa tosse não melhora, eu estou incomodada”, quero um
remédio para sarar!

Tempo Há sete dias

Qualidade ou característica Seca

Quantidade ou severidade Incomoda mais a noite


Começou após mudança de casa
Ambiente
Fatores que agravam ou que Ele não soube correlacionar exatamente, mas disse
aliviam que quando está no seu quarto, parece que piora

Sintomas associados Espirros, congestão nasal


Caso 6
CASO
2
Antônio, 70 anos, tabagista, hipertenso, diabético,
dislipidêmico, procura a farmácia com queixa de dispepsia
e dor no braço, ele pede ao farmacêutico um sal de frutas.

Tempo Iniciou hoje

Qualidade ou característica Desde o estômago e irradia para o peito e braço

Quantidade ou severidade Incômodo durante todo o dia

Ambiente Começou após briga com seu filho


Fatores que agravam ou que
Sente desconforto associado a estresse ou esforço
aliviam
Queimação que irradia para braço esquerdo, associada a uma
Sintomas associados sensação de aperto
Alertas para encaminhamento

Avaliar a presença de alertas para encaminhamento.


Avaliar a natureza, complexidade e gravidade a fim de determinar se o
problema de saúde do paciente pode ser atendido no serviço ou se requer,
a priori, encaminhamento a outro profissional ou outro serviço de saúde.
Podem ser identificados no acolhimento da demanda ou durante a
anamnese.
Monitorização
terapêutica

Serviço que compreende a mensuração e a interpretação


dos níveis séricos de fármacos, com o objetivo de
determinar as doses individualizadas necessárias para a
obtenção de concentrações plasmáticas efetivas e
seguras.

CFF, 2016
CASO
Monitorização
Caso
terapêutica
7 1

Joana, 45 anos, com história de hipotireoidismo,


valvulopatia – estenose mitral severa – troca valvar há 8
anos. Procura a farmácia pois faz uns 3 meses que não faz
exame para ver se o sangue está bom, e ficou
preocupada...
A João, eu ficava fazendo aquele exame toda semana, era
cansativo, agora me descuidei um pouco!
Medicamentos em uso:
Levotiroxina 50 mcg
Varfarina 5 mg (seg-sex), 7,5 mg (sab-dom)
Conciliação
terapêutica

Serviço pelo qual o farmacêutico elabora uma lista


precisa de todos os medicamentos (nome ou formulação,
concentração/dinamização, forma farmacêutica, dose, via
de administração e frequência de uso, duração do
tratamento) utilizados pelo paciente, conciliando as
informações do prontuário, da prescrição, do paciente,
de cuidadores, entre outras. Este serviço é geralmente
prestado quando o paciente transita pelos diferentes
níveis de atenção ou por distintos serviços de saúde,
com o objetivo de diminuir as discrepâncias não
intencionais. CFF, 2016
Conciliação de medicamentos - Rede

Atenção primária Atenção secundária Atenção primária


• Paciente ambulatorial • Paciente internado • Paciente ambulatorial
• UBS/ Ambulatórios • Hospital • UBS/ Ambulatórios

Transição do
cuidado
Caso 8
CASO
1
Marta, 50 anos, DAC, colocou stent há 5 meses, diz que se
consultou com a endocrinologista recentemente e quer comprar
essas duas receitas: a antiga do cardiologista e a nova do
endócrino...

Prescrição cardiologista
Prescrição endocrinologista
• Enalapril 10 mg 1-0-1
• Losartana 50 mg 1-0-1
• Clopidogrel 75 mg 0-1-0
• Metformina 850 mg 1-1-1
• Atorvastatina 80 mg 0-0-1
• Sinvastatina 40 mg 0-0-1
• AAS 100 mg 0-1-0
Revisão da
farmacoterapia

Serviço pelo qual o farmacêutico faz uma análise


estruturada e crítica sobre os medicamentos utilizados
pelo paciente, com os objetivos de minimizar a
ocorrência de problemas relacionados à farmacoterapia,
melhorar a adesão ao tratamento e os resultados
terapêuticos, bem como reduzir o desperdício de
recursos.

CFF, 2016
Tipos de Revisão da Farmacoterapia
Todos os
Revisão da Paciente medicame
Objetivo Foco
medicação presente? ntos e
terapias?

Avaliar questões Posologia, IM, aspectos legais,


Tipo 1.
técnicas da Não Não discrepâncias, custo, entre
Prescrições
prescrição outros

Avaliar o Conhecimento, indicações,


Tipo 2. Adesão comportamento do posologia, adesão, IM, RAM,
Sim Sim
terapêutica paciente no uso duplicidades, conciliação, custo,
dos medicamentos entre outros

Avaliação a relação
Tipo 3.
entre o uso de
Resultados Adesão, indicações, efetividade,
medicamentos e
terapêuticos Sim Sim segurança, entre outros
resultados –
(Revisão (farmacoterapia ideal)
exames clínicos e
Clínica)
laboratoriais
REVISÃO DA FARMACOTERAPIA

Necessidade
Adesão
Eficácia e Efetividade
Segurança
Custo-efetividade
Caso 9
CASO
2
Paciente 70 anos, 85Kg, 1,65m, IMC: 31,22. História prévia
de diabetes, hipertensão, DAC – 2 IAMs prévios. HbA1c
8,5%, PA consulta 160/90. Relato prontuário HAS e DM
de difícil controle!!!
Caso 9
CASO
2
MEDICAMENTO 7h30 12h30 16h 19h 22h
Café Almoço Lanche Jantar Ceia
A D A D A D A D A D

Enalapril 20 mg 1 1
Tosse
Carvedilol 12,5 mg 1 1

AAS 100mg 1
Esquece
Glibenclamida 5mg 1 1

Metformina 850mg 1 1 Problemas GI


Atorvastatina 40mg 1 “Medo”

5 tomadas/dia
Caso 9
CASO
2
MEDICAMENTO 7h30 12h30 16h 19h 22h
Café Almoço Lanche Jantar Ceia
A D A D A D A D A D

Losartana 50 mg 1 1 Substituição
Carvedilol 12,5 mg 1 1

AAS 100mg 1

Glibenclamida 5mg 1 1

Metformina 850mg 1 1 Alimento?


Atorvastatina 40mg 1 XR?

2 tomadas/dia
Gestão da
condição de saúde

Serviço pelo qual se realiza o gerenciamento de


determinada condição de saúde, já estabelecida, ou de
fator de risco, por meio de um conjunto de intervenções
gerenciais, educacionais e no cuidado, com o objetivo de
alcançar bons resultados clínicos, reduzir riscos e
contribuir para a melhoria da eficiência e da qualidade da
atenção à saúde.

CFF, 2016
Caso 10

Mateus, 60 anos, DM2, insulinizado. Sua HbA1c mais


recente foi 9,0%, o que fez com que o farmacêutico
solicitasse um diário glicêmico. Ele aplica 20 U de NPH e 4
U de regular a cada manhã, antes do café da manhã.
Aplica também 16 U de NPH e 4 U de regular antes do
jantar.

Preparação/ Início da
Aparência Pico Duração
ação ação
Regular (R) Límpida 0,5-1 h 2-4h 6-8h
NPH (N) Turva 1-2 h 6-12h 18-24h
Acompanhamento
farmacoterapêutico

Serviço pelo qual o farmacêutico realiza o gerenciamento da


farmacoterapia, por meio da análise das condições de saúde,
dos fatores de risco e do tratamento do paciente, da
implantação de um conjunto de intervenções gerenciais,
educacionais e do acompanhamento do paciente, com o
objetivo principal de prevenir e resolver problemas da
farmacoterapia, a fim de alcançar bons resultados clínicos,
reduzir os riscos, e contribuir para a melhoria da eficiência e
da qualidade da atenção à saúde. Inclui, ainda, atividades de
prevenção e proteção da saúde.

CFF, 2016
• Resultados e Progresso • Dados Específicos do
do Paciente 4 1 Paciente
• Alcance das Metas • História clínica
Terapêuticas • História
• Novos de Medicação
Problemas
Realizar o
Coletar e
seguimento
organizar dados
individual do
paciente do paciente

Elaborar um
Identificar
plano de
problemas
cuidado em
conjunto com o relacionados à
farmacoterapia
paciente
• Definir Metas • Revisão da
Terapêuticas 3 2 Farmacoterapia
• Intervenções • Identificação dos
• Agendamento de Retorno Problemas presentes e
e Seguimento potenciais

Correr, Otuki, 2013


Caso 11
CASO
1
Graça, 70 anos, tabagista, apresenta história
pregressa de dislipidemia e hipertensão. Em
consulta farmacêutica ela apresenta um
resultado médio de PA (2 últimas medidas) de
164/92 mmHg. Ela está utilizando para o
tratamento da hipertensão apenas o atenolol 50
mg 2xdia.
Caso 11
Consulta
Farmacêutica
Consulta Farmacêutica
“Episódio de contato entre o farmacêutico e o paciente, com a
finalidade de obter os melhores resultados com a farmacoterapia,
promover o uso racional de medicamentos e de outras tecnologias
em saúde. Objetiva, ainda, a promoção, proteção e recuperação da
saúde, a prevenção de doenças e de outras condições, por meio da
execução de serviços e de procedimentos farmacêuticos“.

CFF, 2016
Roteiro da consulta Farmacêutica
Semiologia
A semiologia clínica é o estudo dos sinais e sintomas das doenças,
ciência metodizada do diagnóstico clínico, requisito indispensável para
a terapêutica e o prognóstico.

Sintomas Sinais
O que o Achados do
paciente sente examinador

Podem ser observados


Percepções humanas
e quantificados

A semiologia clínica relaciona os sinais e sintomas das doenças que


afetam o ser humano, por meio de competências que envolvem o exame
clínico (anamnese e exame físico), exames laboratoriais, métodos de
diagnóstico por imagem e exames complementares, com o objetivo de
identificar as necessidades de saúde do paciente
Semiologia Farmacêutica

Semiologia farmacêutica consiste na aplicação das técnicas e


conhecimentos sobre a investigação de sinais e sintomas para a
prática farmacêutica.

Para o farmacêutico, conhecer técnicas semiológicas é importante


a fim de identificar e resolver problemas de saúde e problemas
relacionados à farmacoterapia, traçar planos terapêuticos
conjuntos com o paciente e com a equipe de saúde e ações de
seguimento.
Habilidades de comunicação
Fala
Verbal
Escrita

Tipos de
comunicação Oculésica (contato visual)

Háptica (uso do toque)

Cinésica (expressões corporais)


Não Verbal
Proxêmica (distância entre as
pessoas)
Visual (uso de símbolos e
ícones)

Objetics (uso de objetos)


Comunicação verbal

Perguntas abertas Perguntas Fechadas

Utilizada para obter Direcionamento para pontos


infomações gerais específicos

Importante no início da Limitam a explanação e


consula qualificação

Paciente conta sua história de Esclarecer e acrescentar


forma espontânea detalhes
Questões que devem ser
evitadas
Questões Questões Questões Jargões Perguntas
sugestivas contendo por múltiplas técnicos com
que entrelinhas
• Tendem a • O paciente • Confundem o
induzir a • Intimidam e tende a paciente e gera • Carregam
resposta colocam o responder distanciamento julgamentos e
paciente na parcialmente induzem o
defensiva paciente a
responder o
que o
profissional
espera

Depois que Este


começou a Por que o Você teve medicamento é Você tem
tomar o senhor parou febre, suores tomado os
para
captopril, o de tomar seus noturnos e insuficiência medicamentos
senhor tem medicamentos? calafrios? cardíaca corretamente
sentido tosse? congestiva não tem?
Comunicação verbal
• Consiste em estimular o paciente a continuar
falando.
Facilitação • Inclui gestos, como acenar a cabeça ou sinalizar
com a mão para que continue.

• Usada quando as informações do paciente soam


confusas para o profissional.
Clarificação • Tem por objetivo esclarecer pontos sobre a fala do
paciente, como: “Quando você diz que o medicamento
lhe faz sentir doente, o que você quer dizer?

• Resposta baseada na observação do profissional, que


aponta alguma coisa notável sobre o paciente.
Confrontação • Direciona a atenção do paciente para algo, sobre o
qual ele pode não estar atento. Exemplo: “Você
parece desconfortável sobre isso”.
Comunicação verbal

Reflexão
• Consiste em repetir parte do que o paciente disse,
com o objetivo de direcionar a fala do mesmo para
algum ponto específico.

Silêncio
• Pode ser necessário quando o paciente está
organizando sua fala, porém deve ser usado com
sabedoria.

Empatia • Reconhecimento do sentimento do paciente sem


críticas. Significa compreensão e entendimento

• Revisão de tudo o que foi comunicado pelo

Resumo paciente. O farmacêutico expressa


resumidamente seu entendimento sobre os
problemas trazidos pelo paciente.
Exemplo de interação entre um farmacêutico e um paciente

Bom dia Dona Maria, tudo bem? Meu nome é


Fernanda e eu sou farmacêutica. Gostaria de
convesar sobre os seus medicamentos. Isso levaria
uns 30 min. Tudo bem.

Como a Sra tem se sentido com o uso


dos medicamentos?

Ah, alguns dias me sinto mal e


alguns dias me sinto bem.
Exemplo de interação entre um farmacêutico e um paciente

É difícil fazer as tarefas de casa. Eu


gosto de cortar a grama e cuidar do
O que a senhora quer dizer com sentir-se mal? jardim, mas ultimamente eu
simplesmente não consigo fazer isso.

Por que a senhora não consegue não


consegue? Se sente fraca ou cansada?

Eu fico sem fôlego enquanto estou


cortando a grama, e isso me
desgasta.
Exemplo de interação entre um farmacêutico e um paciente

A senhora tem alguma dor no peito enquanto você Não tenho dor no peito, mas é difícil
está cuidado do jardim? para eu respirar.

A Sra. tem alguma dificuldade para respirar


em outras ocasiões durante o dia ou quando
se deita à noite?

Só se eu tentar trabalhar fora ou


passear, e à noite, eu geralmente
estou bem se eu dormir com dois
travesseiros.
Comunicação não verbal

A parte mais significativa da comunicação é não verbal.

Envolve postura, olhar, expressão facial e gestos.

Boa parte desta comunicação é inconsciente.

22
Comunicação não verbal
c CONTATO VISUAL

USO DO TOQUE

EXPRESSÕES CORPORAIS

DISTÂNCIA ENTRE AS PESSOAS

USO DE SÍMBOLOS OU ÍCONES

USO DE OBJETOS
18
Comunicação não verbal
Consulta Farmacêutica

• Acolhimento / Introdução
1

• Coleta dos dados


2

• Avaliação
3

• Plano de cuidado
4

• Fechamento
5
Consulta Farmacêutica

• Acolher / Cumprimentar o paciente


• Apresentar-se
• Apresentar o propósito da consulta
• Solicitar ao paciente que exponha suas
expectativas, preocupações e
Introdução necessidades
• Negociar o planejamento da consulta
Introdução –
Bom dia Dona Maria, tudo bem? Fique à vontade. Eu Primeira consulta
convidei a senhora aqui para conversar sobre a sua
saúde e seus medicamentos, para que possamos
determinar a melhor forma de atender às
suas necessidades.

Hoje vamos revisar todos os seus


medicamentos, para que possamos ter
certeza de que a senhora obtenha os
resultados desejados.

Dona Maria, me conta como a senhora


tem se sentido nos últimos dias.

Me conta sobre os medicamentos que a


Sra usa. A sra trouxe os medicamentos?
Introdução - Retorno

Bom dia Dona Maria. Que bom que a senhora


retornou. Fico feliz.
Como a senhora está se sentindo desde a
última vez que conversamos?

Me conta como a senhora está se sentindo


depois que fizemos aquelas mudanças no seu
tratamento.
Consulta Farmacêutica

• Dados sociodemográficos e antropométricos


• História social
• Condições de saúde e estado clínico atual
• Queixas e História da doença atual
• Percepção geral de saúde e Qualidade de
vida
• Farmacoterapia atual
Coleta dos dados • Capacidade de gestão
• Adesão ao tratamento (atitudes, crenças e
comportamentos diante do tratamento)
• Reações adversas a medicamentos
• Acesso aos medicamentos e aos serviços de
saúde
Coleta de dados

Quem é esse paciente? O que torna essa pessoa única e, portanto,


com necessidades diferentes relacionadas à farmacoterapia do último
paciente que você conheceu?

Como a senhora descreveria A senhora trabalha? Com quem a


sua situação familiar? Com o que? senhora mora?

A senhora recebe ajuda de alguém da família


para tomar seus medicamentos?

Seu acompanhamento médico é pelo


SUS/privado?

Consegue com facilidade os


medicamentos?
Coleta de dados

A senhora fuma ou já fumou (número de


cigarros/tempo de uso)?
Acharia difícil parar de fumar?
Como a senhora descreveria suas
tentativas de reduzir ou parar no passado?

Consome bebida alcoólica? Qual? Com


que frequência/quantidade?

Como são seus hábitos alimentares?


O que a senhora costuma comer? Faz alguma
restrição?

Como é sua rotina? Que horas costuma


acordar, tomar café, almoçar, lanchar, jantar e
dormir?
Coleta de dados

Preciso fazer uma série de perguntas curtas para ajudar a garantir que
não perderemos nenhuma informação importante sobre o
funcionamento de seus medicamentos ou sobre qualquer problema que
possam estar causando. Vou perguntar sobre cada medicamento,
como a senhora utiliza, se sabe para quê usa e como se sente utilizando.
Pode ficar a vontade para me contar tudo. Estou aqui para te ajudar.

Como a senhora utiliza esse medicamento


aqui? E alguém já explicou para a senhora
para quê a senhora usa? E a senhora esquece
de tomar de vez em quando? E como a
senhora se sente quando utiliza?
E esse aqui...

Agora me conta de forma geral sobre a rotina


de tratamento da senhora. Quando a senhora
acorda, qual a primeira coisa que a senhora
faz. Qual o primeiro medicamento que a
senhora usa? E depois...
Coleta de dados

Dona Maria, a sra tem alergia? Sim, o nome do medicamento


é eritromicina.

O que aconteceu quando a Sra


tomou eritromicina?

Senti náuseas e desconforto


gástrico.
Coleta de dados
Me conta como a senhora está se sentindo.
(Para cada sinal/sintoma relatado investigar o tempo –
início, frequência e duração – localização, gravidade,
ambiente, característica, fatores que agravam, fatores
que aliviam, sintomas associados)

A senhora trouxe os exames? Posso dar uma


olhadinha?

Agora vou verificar a pressão e a glicemia


da senhora. Pode ser?
Coleta de dados
Qual é a gravidade Medicamento
da minha doença? desnecessário?
Necessário adicionar
Por que preciso novo medicamento?
tratar minha
doença?

Compreensão Necessidade

Paciente Farmacêutico
Coleta de dados
Quais as
consequências Paciente não
de não tomar os aderente?
medicamentos?

Comportamento Adesão

Paciente Farmacêutico
Coleta de dados
O que eu quero que Medicamento
aconteça? incorreto ?
Dose muito
Como vou saber se baixa?
esta medicação
está funcionando?

Expectativas Efetividade

Paciente Farmacêutico
Coleta de dados
Esse medicamento é
seguro?
Como vou saber se Reação advesa?
esta medicação Dose muito alta?
está me
prejudicando?

Preocupações Segurança

Paciente Farmacêutico
Consulta Farmacêutica

• Avaliar os problemas da farmacoterapia


• Problemas relacionados ao resultado:
Tratamento não efetivo; Reação adversa;
Intoxicação medicamentosa
• Problemas relacionados ao processo:
Avaliação Problemas de seleção e prescrição;
dispensação ou manipulação;
discrepâncias entre níveis ou pontos de
atenção à saúde; administração e adesão;
qualidade do medicamento; e
monitorização
Avaliação
Antonio, 50 anos de idade com valores de
Hb1Ac% fora das metas com prescrição de
metformina em subdose.

Antonio, 50 anos, com valore de Hb1Ac% fora


das metas, esquece de tomar a metformina
(omissão de doses).
Avaliação

Wagner, 61 anos, com desconforto gástrico em


uso de AAS.

Wagner, 61 anos, IAM prévio, histórico de


úlcera péptica, relata desconforto gástrico
em uso de AAS.
Consulta Farmacêutica

• Elaborar o plano de cuidado, definindo as


metas terapêuticas e as intervenções
necessárias
• Intervenções farmacêuticas: Informação e
aconselhamento; provisão de materiais;
monitoramento; alteração ou sugestão de
Plano de cuidados alteração na farmacoterapia; e
encaminhamento a outros profissionais
ou serviços de saúde
• Verificar a habilidade do paciente em
seguir o plano
• Avaliar se o paciente deseja informações
ou explicações adicionais
Plano de Cuidado

Tratamentos
farmacológicos

Encaminhament
o para outros
Medidas não profissionais e
farmacológicas serviços de
saúde
Plano de cuidado
Quais objetivos a senhora gostaria de
alcançar com seus medicamentos?

O que a senhora acha de tentar alcançar


uma hemoglobina glicada menor que 7% ?

Então podemos combinar essa nova forma de


usar seus medicamentos?

Fiz um esquema para a senhora não esquecer


e não confundir mais. Fica bom assim?
Plano de cuidado

Como a senhora se sente ao fazer esses


ajustes em seus medicamentos?

Essa é uma mudança que a senhora acha


possível realizar/incluir na sua rotina diária ?

Qual maneira a senhora acha que seria a melhor de


otimizar sua terapia?
Consulta Farmacêutica

• Explicar ao paciente o que fazer caso


tenha dificuldades em seguir o plano
e com quem pode entrar em contato
Fechamento
• Marcar uma próxima consulta ou
combinar outras formas de contato
Fechamento
Dona Maria, a Sra poderia repetir como ficou
o nosso plano de cuidado? Só para eu
confirmar se eu fui clara.

Caso a Sra tenha alguma dificuldade pode


ligar para mim. Esse é o número daqui. Caso a
Sra tenha alguma dificuldade pode vir
conversar comigo.

Dona Maria, eu gostaria de marcar um retorno


com a senhora, tudo bem? Gostaria de ver a
Sra na próxima semana para avaliar essas
mudanças. A senhora consegue vir?
Documentação da
prática
SOAP
Dados subjetivos (S) compreendem as queixas dos pacientes e
outras informações fornecidas pelos pacientes, parentes ou
acompanhantes.
Dados objetivos (O) incluem os achados de exame físico e os
exames complementares.
Avaliação (A) se refere às conclusões sobre a situação do
paciente, particularmente os problemas da farmacoterapia
identificados.
Plano (P) inclui os exames a serem solicitados, as informações
prestadas aos pacientes e familiares visando orientação e
educação, as sugestões feitas para mudanças na
farmacoterapia e os encaminhamentos a outros profissionais.
M.R., homem, 87 anos, com histórico de fibrilação atrial, acidente isquêmico transitório (AIT)
prévio, hipertensão, dislipidemia, diabetes, artrite, gastrite leve, depressão. Em uso de metoprolol
50 mg/dia, varfarina 5 mg/dia, pantoprazol 40 mg/dia, metformina 850 mg (1x/dia), domperidona
10 mg/dia, mirtazapina 30 mg/dia, diclofenaco potássico 50 mg, se dor.

• S# Paciente refere fezes de coloração negra, dor na região do estômago, aumento na


frequência das dores nas articulações, com consequente aumento do uso de diclofenaco.
Nega problemas no uso dos medicamentos. Relata não fazer uso da atorvastatina
prescrita devido a problema de acesso.
• O# PA (na consulta)= 127/84; Hemoglobina glicada(10/1/2014)= 8,9%; RNI (10/1/2014)=
2,69; Perfil lipídico (10/1/2014) CT: 275 mg/dL;TG: 363 mg/dL; HDL: 27 mg/dL.
• A# Foram identificados os seguintes problemas relacionados a farmacoterapia: Condição
clínica não tratada (dislipidemia); suspeita de reação adversa a medicamento (varfarina –
sangramento) e reação adversa a medicamento (diclofenaco potássico – dor gástrica);
paciente não iniciou o tratamento devido a problema de acesso (atorvastatina);
inefetividade do tratamento do diabetes (valores de hemoglobina glicada fora das metas
terapêuticas).
• P# Foram realizadas as seguintes intervenções farmacêuticas: encaminhamento com
urgência ao médico para investigação de sangramento do trato gastrointestinal;
elaboração de carta de encaminhamento ao médico com sugestão de substituição do
diclofenaco por outro anti-inflamatório/analgésico alternativo – não Aine, aumento da
dose diária da metformina e manejo da dose de varfarina, se confirmado sangramento;
elaboração de carta ao médico solicitando laudo para acesso da paciente ao
medicamento atorvastatina pelo componente especializado. Acompanho.
• Assinatura, Nº do CRF, data
Prescrição Farmacêutica

Prescrição Farmacêutica

A prescrição farmacêutica é definida como ato pelo


qual o farmacêutico seleciona e documenta terapias
farmacológicas e não farmacológicas, e outras
intervenções relativas ao cuidado à saúde do
paciente, visando à promoção, proteção e
recuperação da saúde, e à prevenção de doenças
e de outros problemas de saúde.

(CFF, 2013)
Prescrição Farmacêutica

Modelos de Prescrição

Prescrição Prescrição
Independente Dependente
• Realizada por prescritor • Realizada por meio de
qualificado, tendo protocolo, em parceria
ampla responsabilidade voluntária ou não, entre
pela avaliação de profissionais de saúde,
pacientes com para manejo clínico de
condições pacientes e da terapia
diagnosticadas ou não, medicamentosa
seu manejo clínico, e
pelos resultados
alcançados
Redação da prescrição

• A prescrição farmacêutica deverá ser redigida em vernáculo, por extenso,


de modo legível, observados a nomenclatura e o sistema de pesos e
medidas oficiais, sem emendas ou rasuras, devendo conter os seguintes
componentes mínimos:

I - identificação do estabelecimento farmacêutico ou do serviço de saúde


ao qual o farmacêutico está vinculado;

II - nome completo e contato do paciente;

CFF,
2013
Redação da prescrição

III - descrição da terapia farmacológica, quando houver, incluindo as


seguintes informações: a) nome do medicamento ou formulação,
concentração/dinamização, forma farmacêutica e via de administração;
b) dose, frequência de administração do medicamento e duração do
tratamento; c) instruções adicionais, quando necessário.

IV - descrição da terapia não farmacológica ou de outra intervenção


relativa ao cuidado do paciente, quando houver;

CFF,
2013
Manejo de problemas de saúde
autolimitados
Redação da prescrição

V - identificação do farmacêutico, nome completo, assinatura e número


de registro no Conselho Regional de Farmácia;

VI - local e data da prescrição.

• Adicionalmente às recomendações da Resolução 586/2013, ressalta-se em


prol da segurança do paciente sugere-se que informação da via de
administração dos medicamentos venha em destaque antes da
especificação dos mesmos.

CFF,
2013
Manejo de problemas de saúde
autolimitados

Redação da prescrição

• As terapias não farmacológicas devem estar descritas claramente na


receita, especificando-se qual medida concreta, quantidade/dosagem,
duração do seu emprego, instruções e precauções do seu uso.

• Quando houver encaminhamento a outro profissional ou outro serviço


de saúde, adicional a outra intervenção, o farmacêutico deve especificá-la
no receituário e emitir o documento de encaminhamento endereçado ao
outro profissional ou outro serviço de saúde.

CFF,
2013
Nome do estabelecimento ou serviço de saúde
Nome do logradouro, número, bairro, cidade, estado, CEP, telefone ou outro tipo de contato, , CNPJ

Paciente: Fernanda Vilela

Contato: Rua das Flores, 22, Brasília/DF, (61) 2106-0000

Uso oral

1)Dornein 10 mg________________________________________1o comp

Tomar 1(um) comprimido , via oral, pela manhã, com água, por até 3 dias, se
houver dor.

2)Colocar bolsa de água gelada, durante 30 minutos, duas vezes ao dia, por 2 (dois
) dias, conforme orientado.

3)Procurar o ginecologista e entregar o encaminhamento.

Brasília, 22 de novembro de 2018.

Farmacêutico CRF xxxxx


Manejo de problemas de saúde
autolimitados

Redação do encaminhamento
• Apresentação: identificação do paciente, dos medicamentos envolvidos na
situação e dos problemas de saúde sob tratamento.
• Motivo do encaminhamento: problemas da farmacoterapia identificados
e manifestações clínicas que fundamentam a suspeita (sinais, sintomas,
medidas clínicas). Utilizar linguagem técnica e evitar proposições de
diagnóstico ou prognóstico.
• Avaliação farmacêutica: relação entre os problemas encontrados e a
farmacoterapia do paciente, incluindo possíveis causas. Proposta de
solução do problema, incluindo alternativas terapêuticas e sugestões.
• Fechamento: despedida formal, reforçando a solicitação da avaliação do
médico sobre o problema, colocando-se à disposição e reforçando a
continuidade do cuidado que será prestado. Data, carimbo e assinatura do
farmacêutico
Nome do estabelecimento ou serviço de saúde
Nome do logradouro, número, bairro, cidade, estado, CEP, telefone ou outro tipo de
contato, CNPJ

À (AO): [nome do profissional, especialidade ou serviço]

Prezado(a) Dr(a):

Encaminho para avaliação médica o paciente Marcia Coelho, portador de ICC CFIII, DSLP, HAS e
obesidade. Em avaliação farmacêutica, observou-se que o paciente não possui exames
laboratoriais que permitam a avaliação do tratamento da DSLP. Os últimos exames foram
realizados há dois anos. Por isso sugerimos avaliação do perfil lipídico do paciente para
verificação da efetividade da terapia.
Com relação à farmacoterapia, o paciente possui problemas de adesão ao AAS e ao omeprazol,
e foi orientado a seguir posologia prescrita pelo médico.

O paciente também foi encaminhado para um serviço de Nutrição, na tentativa de reeducação


alimentar e redução de peso.

Grato pela colaboração, colocamo-nos à disposição para eventuais esclarecimentos.

Assinatura e carimbo Farmacêutico, CRF XXX


Aspectos legais

• RESOLUÇÃO Nº 720/2022
• Dispõe sobre o registro, nos Conselhos Regionais de Farmácia, de
clínicas e de consultórios farmacêuticos, e dá outras providências.

• RESOLUÇÃO 585/2013
• Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico

• RESOLUÇÃO 586/2013
• Regula a prescrição farmacêutica

• LEI Nº 13.021/2014
• Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades
farmacêuticas
• Farmácia como estabelecimento de saúde

• RDC 44 2009 ANVISA


• Dispões sobre as boas práticas Farmacêuticas Farmácias e Drogarias
Caso clínico
• Luiza, 67 anos, hipertensa, dislipidêmica, diabética, DAC (IAM em
outubro de 2016) e ICC.
• Relata cansaço e dores no peito quando caminha há 5 meses
• HS: casada, aposentada, 2 filhos
• HF: Mãe teve um AVC aos 50 anos.
• Hábitos de vida:
• Tabagista, fuma 20 cigarros dia há 10 anos
• Nega uso de bebidas alcoólicas.
• Não toma café da manhã; almoça miojo; à tarde come pão
com mortadela; à noite come arroz com linguiça
PRESCRIÇÃO (MODO DE USO) EXAME FÍSICO
- Carvedilol 12,5mg 2x/d (1-0-0) Medida da pressão arterial em ambulatório:
- Enalapril 20mg 2x/d (1-0-1) 1. 165/95 mmHg FC: 69 bpm
- Sinvastatina 40mg/d (1-0-0) 2. 162/106 mmHg FC: 69 bpm
- Metformina 850mg 3x/d (1-0-1) 3. 160/93 mmHg FC: 69 bpm
Peso: 75 kg Altura: 1,65m
- Omeprazol 20mg 1x/d (1-0-0)
Glicemia capilar = 195mg/dL (paciente havia
- AAS 100mg 1x/d (1-0-0)
almoçado há uma hora).
- Espironolactona 25mg/d (1-0-0)

EXAMES (2 meses atrás)


- CT = 200 mg/dl
- HDL = 45 mg/dl
- TG = 190 mg/dl
- LDL = 117 mg/dl
- HbA1C = 9,0%
- Glicemia de jejum = 130 mg/Dl
- K = 4,5 mEq/L
- Cr = 0,9mg/dL
O QUE O FARMACÊUTICO DEVE FAZER?

Vamos consultar as fontes de informação de


medicamentos!
PROBLEMAS

Pressão Glicemia/HbA1C

Medicamentos
Perfil lipídico (interação,
dose..)

Dor no peito

Vamos consultar as fontes de informação de


medicamentos!
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Fonte: Bottacin et al., 2021 – As 100 principais interações medicamentosas


presentes na prática clínica
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

K = 4,5 mEq/L
Vamos fazer o registro
SOAP da paciente
Luiza
VAMOS PRATICAR

VAMOS ASSISTIR UMA CONSULTA FARMACÊUTICA:


LINK: https://www.youtube.com/watch?v=StVU0NprLCM
Atividades

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