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PROCESSO INFLAMATÓRIO:

→ As células produzem diversas proteínas (sintetizadas no reticulo endoplasmático rugoso)


que são conhecidas como enzimas, elas são responsáveis por todas as funções do corpo
humano. Assim, as células formarão tecidos que por sua vez formarão sistemas e para realizar
suas devidas funções necessitam de uma comunicação entre elas que se da pelos mediadores
químicos.

→ Conceito: inflamação é um mecanismo de defesa tecidual próprio do tecido conjuntivo


(alta vascularização) com o objetivo de promover a eliminação do agende agressor.

→ Processo inflamatório:

1. Lesão: células se desintegram provocando um acúmulo de tecido necrótico, bactérias,


proteínas e toxinas.

2. Esse conteúdo ativa as pequenas células que se encontram em volta dos vasos sanguíneos
chamados mastócidos possuem grânulos que secretam histamina e mediadores químicos

3. A histamina é responsável por iniciar o processo de inflamação na microcirculação


promovendo fenestrações nos tecidos para que as células de defesa consigam migrar dos vasos
para os tecidos

→ Alterações na microcirculação:

• A histamina aumenta a permeabilidade e promove vasodilatação

• Pressão hidrostática: a diminuição do calibre dos vasos (artéria – arteríola – capilares)


faz com que o plasma contido nos vasos migre em direção aos tecidos, restando, em
geral, proteínas que deixam o sangue mais concentrado.

• Pressão osmótica: Com o aumento do calibre dos vasos (capilares – vênulas – veias) a
concentração de proteínas é muito alta fazendo com que o plasma que estava nos
tecidos migre para dentro dos vasos juntamente com os mediadores químicos.

• Os vasos linfáticos tem a função de reabsorver o liquido que sobra nos tecidos.

• Durante o processo inflamatório ocorre aumento da permeabilidade dos vasos


promovendo maior eliminação de líquidos para os tecidos e dessa forma os vasos
linfáticos não conseguem fazer a reabsorção de todo o líquido que sai, gerando um
acúmulo que forma um edema localizado chamado de exsudato inflamatório.
→ Mediadores químicos (prostaglandinas) que estão no tecido estimulam as terminações
nervosas provocando a dor

→ Após gerar acúmulo de liquido no tecido, há formação de infiltrado de defesa, que


acontece devido:

• Exsudação plasmática

• Aumento da vascularização

• Diminuição do fluxo e inversão das correntes

• Marginalização leucocitária e aderência

→ Com a diminuição do fluxo ocorre uma inversão: os leucócitos (células de defesa) que
estavam localizadas no centro, pois são mais pesados migram para a periferia. Já as hemácias
que estavam na periferia migram para o centro do vaso. Através dos mediadores químicos, os
leucócitos começam a se aderir nos vasos sanguíneos para migrar para o tecido, esse processo
é conhecido como leucodiapedese.

→ Exsudação plasmática → Aumenta a viscosidade sanguínea → Redução do fluxo e inversão


de correntes → Marginalização leucocitária e aderência → Leucodiapedese

→ Neutrófilos:

• Primeiras células a povoar a região, porque estão em maior quantidade e porque são
células que se movimentam mais rápido

• Chegam: após 90 minutos


• Permanecem na região: 24h-48h

• São os soldados da inflamação: matar ou morrer (fagocitose)

OBSERVAÇÃO: toda vez que os neutrófilos matam ou morrem são liberadas enzimas
neutrofílicas que destroem outras células e gera exsudato purulento

→ Aspectos clínicos dos cinco sinais da inflamação:

• Rubor e calor estão relacionados com a vasodilatação (maior aporte de sangue na


região)

• Tumor esta relacionado com o aumento de saída de liquido dos vasos

• Dor esta relaciona com a quantidade de mediadores químicos na região que estimulam
as terminações nervosas

• Perda de função esta associada aos outros sintomas

→ Repercussões sistêmicas da inflamação: os mediadores químicos liberados durante o


processo inflamatório entram na corrente sanguínea e viajam gerando os sintomas clínicos

• Cefaleia: atinge o cérebro, estimulam as células e aumentam a pressão intracraniana.

• Febre: atinge o hipotálamo, que é responsável pela regulação corporal.

• Mialgia: atinge os músculos (actina e miosina) dificultando o deslizamento das fibras


(contração muscular).

• Leucocitose: com a função de atrair mais células de defesa para ajudar no combate
contra a inflamação

• Linfadenite: levando a uma inflamação secundária

• Prostração

→ Evolução da inflamação aguda:

1. Resolução:

a) Eliminação do agente etiológico

b) Limpeza da região

c) Formação de tecido de granulação (reparo)

d) Formação de tecido fibroso

2. Cronificação do processo inflamatório: o agente agressor permanece na área:

a) Acúmulo de novas células de defesa como macrófagos, linfócitos e plasmócitos


b) As células de defesa (neutrófilos) não conseguiram destruir o agente agressor

c) Localização do agente agressor inacessível ás células inflamatórias

d) Entrada repetida do agente agressor do mesmo local

e) Os macrófagos são lentos, resistentes e correspondem a cerca de 10% das células de


defesa, porém tem o tempo de vida maior podendo durar até 15 dias no local da
inflamação

→ Características do processo crônico: longa duração, baixa sintomatologia, manifestações


sistêmicas limitadas e associação com competência imunológica do hospedeiro

3. Inflamação crônica granulomatosa ou granuloma:

a) Forma de organização da inflamação crônica, comum objetivo de conter o agente


agressor

b) Inflamação controlada

c) Aglomerado mais ou menos organizado de macrófagos, associados ou não as demais


células mononucleares, com a presença frequente de células gigantes e epitelóides

4. Inflamação crônica difusa intersticial:

a) Distribuição aleatória e desorganizada do infiltrado inflamatório mononuclear

b) Agressões repetitivas

Exemplo de inflamação pulpar: canal necrosado está contaminado com bactérias que estão
liberando toxinas para o ápice, chegam os neutrófilos para tentar conter o agente agressor
(inflamação aguda), se o processo de inflamação não é solucionado ocorre a cronificação da
inflamação e tem a chegada dos macrófagos na região. O granuloma se forma com o objetivo
de conter o agente agressor caso a inflamação crônica não seja resolvida (inflamação
controlada).

→ Diferenças entre Granuloma e tecido de granulação:

Granuloma Tecido de Granulação


Forma de organização da inflamação crônica Formação depois da eliminação do agente
com o objetivo de conter o agente agressor agressor
Presença de macrófagos e pode ter ou não a Presença de grande quantidade de vasos
presença de linfócitos sanguíneos e muitos fibroblastos

→ Tipos de granuloma:

1. Imunogênico: resposta inflamatória (macrófago) + reação imunológica (linfócito)


Exemplo: presença de bactérias dentro do canal, as bactérias possuem proteínas no seu
interior e toda vez que elas morrem essas proteínas estimulam a vinda de plasmócitos e
linfócitos ao local

• Destino e evolução:

a) Persistência por tempo indeterminado

b) Envolve uma resposta imune onde há linfócitos e plasmócitos + reação inflamatória

c) Falha e disseminação da doença em caso de granuloma imunogênico. Normalmente


isso não ocorre devido ao linfócito que fica ao redor não permite que o macrófago
volte para a corrente sanguínea ao liberar mediadores químicos. Caso ocorra uma
falha nesse processo, há a disseminação da doença.

d) Eliminação do agressor e reparação

e) Reagudização do processo inflamatório

2. Corpo estranho (não imunogênico): resposta inflamatória (macrófagos), ou seja apenas


uma interação passiva entre agente agressor e células

Exemplo: material extravasado durante a obturação do canal, os macrófagos fagocitam o


cimento extravasado e retornam a corrente sanguínea fazendo (esse material pode
desaparecer ou permanecer na região para sempre).

• Destino e evolução

a) Persistência por tempo indeterminado

b) Persistência com pigmentação e tatuagem da região

c) Eliminação do agressor e reparação

d) Reagudização do processo inflamatório

ALTERAÇÕES PULPARES:

→ Diagnóstico:

• Intuitivo e comparativo, fundamentado nos conhecimentos científicos e baseado nos


exames clínico, radiográfico, complementares e anamnese

→ Polpa:

• Tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado situado no interior da


câmara pulpar e canais radiculares, região que limita sua expansão durante a
vasodilatação.
→ Tratamento:

• Curetagem: restrita remoção da polpa patológica

• Pulpotomia: tratamento da câmara pulpar com polpa viva

• Pulpectomia: tratamento do canal radicular com polpa viva

• Necropulpectomia: tratamento do canal radicular com polpa necrosada

1. Correlações clínico-radiográficas e microscópica:

→ Agente etiológico:

Fatores bacterianos: liberação de toxinas para a polpa

Fatores físicos:

• Mecânicos: traumáticos (fratura coronária) / iatrogênico (preparo da cavidade) /


patológico (atrição, abrasão e erosão)

• Térmicos: calor (preparo do canal)

Fatores Químicos: ácido empregado no condicionamento dentinopulpar em restaurações de


resina composta

→ Alterações pulpares:

1. Alterações regressivas:

Alterações dimensionais (hiperprodução de dentina) ou estruturais (células, vascularização,


inervação e calcificação) da cavidade pulpar.

• Envelhecimento pulpar provocado: trauma/restaurações → dentina reacional →


diminui as dimensões do canal

• Calcificação pulpar: deposição de cálcio no canal

2. Alterações inflamatórias:

Cáries incipientes de esmalte: alterações pulpares nas áreas correspondentes a dentina


subjacente

• Alterações vasculares localizadas: formação de exsudato seroso e discreto infiltrado


inflamatório (PMN)

• Quadro inflamatório focal: sem formação de exsudato purulento (não há interação de


neutrófilos com as bactérias)
Quadro clínico: assintomático e subclínico denominado como PULPITE AGUDA SEROSA FOCAL
E SUBCLÍNICA

• Com a constante penetração de produtos bacterianos na área ocorre uma discreta


concentração de leucócitos mononucleares (macrófagos, linfócitos e plasmócitos)

Quadro clínico: PULPITE CRÔNICA FOCAL E SUBCLÍNICA

• Ambas são diagnosticadas clinicamente, com: pequeno grau de destruição, camada de


odontoblastos desorganizada e pode estar associada à deposição de dentina
esclerosada e/ou reacional

• Se houver a eliminação do agente agressor ocorre o reparo.

Cárie crônica:

• Evolução: inflamação começa a aumentar; exuberante exsudato sem significativo


infiltrado inflamatório neutrofílico; ausência de destruição tecidual; desorganização
da polpa e deposição focal de dentina reacional

1. Pulpite aguda purulenta parcial: chegada de neutrófilos e acúmulo de pus delimitado por
densa concentração de neutrófilos na região. A evolução da pulpite aguda purulenta parcial
está na dependência de três situações:

a) A polpa não esta exposta e a cárie crônica continua evoluindo: penetração de


bactérias continua, a inflamação continua e existe liquefação por toda a polpa

b) Cárie crônica removida e há a exposição pulpar acidental ou não: microexposição


acidental da polpa pela remoção de cáries profundas

c) Dentina sobrejacente sucumbe pela fragilidade e expõe polpa: drenagem do pus e


forma ulcera pulpar recoberta por restos necróticos alimentares, rede de fibrina e
leucócitos PMN que formam uma pseudomembrana

2. Quanto à pulpite crônica ulcerada, temos quadro possibilidade:

a) Manutenção da pulpite crônica ulcerada: fluxo salivar dilui bactérias e mediadores


químicos e quadro assintomático (menos quando é de forma provocada)

b) Necrose da polpa: camada de células mais expostas da polpa não resiste (necrose
gradual e lenta) e ocorre tamponamento (reagudização → pulpite aguda purulenta →
necrose parcial e total)

c) Reparo pulpar: tratamento conservador

d) Pulpite crônica hiperplásica (pólipo pulpar): crianças e jovens adultos com boa
resistência orgânica, cavidade cariosa ampla, rizogênese incompleta ou amplo forame
apical, tecido de granulação exuberante juntamente com células inflamatórias,
coloração varia de rosa pálido e vermelho brilhante e o sangramento facilmente se
estabelece
• Clinicamente é preciso atenção para diferenciar: pólipo pulpar, gengival e periodontal

→ Tratamento:

Polpa alterada reversívelmente:


a) Proteção pulpar indireta ou direta
b) Curetagem pulpar
c) Pulpotomia
• Polpa quando acessada:
a) Sangra ao toque, abundantemente com coloração vermelho rutilante
b) Resistência ao corte com estrutura e consistência conservada

Polpa alterada transicional:


• O paciente deve estar alertado de um possível agravamento do quadro clínico, se o
tratamento conservador for a opção

Polpa alterada irreversivelmente:


• Evolução: O comprometimento pulpar tem uma dinâmica própria e segue seu caminho
em direção apical, mas não de forma ordenada e uniforme, por isso, em uma mesma
polpa podemos encontrar estágios diferentes de evolução
• Quando não tratada, evolui para necrose parcial ou total da polpa, comprometendo na
sequência os tecidos periapical. O prognóstico para a polpa é muito ruim –
pulpectomia
• Polpa quando acessada:
a) Sangramento discreto ou ausente tendendo a coloração vermelho escuro ou muito
claro
b) Consistência pastosa ou liquefeita, não oferecendo resistência ao corte com
instrumento
• Pulpite irreversível assintomática: polpa exposta ao meio bucal com ausência de
sintomatologia
• Pulpite irreversível + pericementite: quadros de pulpite irreversível em que há
sintomatologia à percussão e ao mesmo tempo é diagnosticado um espessamento do
espaço periodontal apical

→ Inervação pulpar:
Fibras A delta (azul) localizadas na periferia (sensibilidade ao frio)
Fibras C (verde) localizadas no centro (sensibilidade ao calor)

2. Correlações clínico-radiográficas macroscópicas:

Utilizamos a dor como diagnóstico, mas clinicamente não temos como saber a extensão do
quadro inflamatório.

Polpa normal Polpa alt. Polpa Polpa alt. Polpa necrosada


reversível alt.transicional irreversível
Ausência de Ausência de dor Ausência de dor Ausência de dor Ausência de dor a
dor a percussão a percussão a percussão a percussão percussão vertical
vertical e vertical e vertical e vertical e e horizontal
horizontal horizontal horizontal horizontal
Ausência de Ausência de Sensibilidade Sensibilidade Ausência de
sensibilidade sensibilidade espontânea e espontânea sensibilidade
espontânea espontânea intermitente espontânea
Histórico de dor
Histórico de dor exacerbada ao
- Histórico de dor ao frio com frio com declínio Possível histórico
ao frio declínio lento lento e pode de dor
relatar dor ao
quente e
irradiada
Dor a Impossibilidade
- - mastigação com de mastigação -
declínio lento no elemento
afetado
Estrutura
Estrutura Estrutura Estrutura Estrutura mineralizada
mineralizada mineralizada mineralizada mineralizada comprometida;
hígida comprometida comprometida comprometida presença de
fístula; alteração
de cor; histórico
de trauma
Resposta tardia Resposta Resposta Resposta positiva Ausência de
ao teste de frio positiva ao frio positiva ao frio exacerbada ao resposta ao frio e
com declínio com declínio frio com declínio ao calor
rápido lento lento
Ausência de Presença de Presença de Presença de Presença de
radiolucidez no imagem imagem imagem imagem
esmalte radiolúcida nos radiolúcida nos radiolúcida nos radiolúcida nos
limites do limites do limites do limites do esmalte,
esmalte esmalte e esmalte, dentina dentina e polpa
dentina e polpa
Ausência de Ausência de Ausência de Ausência de Ausência/presença
imagem imagem imagem imagem de imagem
radiolúcida radiolúcida radiolúcida radiolúcida radiolúcida apical
apical apical apical apical
Sintomatologia é Sintomatologia é
- - aliviada com dificilmente -
analgésicos aliviada com
analgésicos
QUELANTES EM ODONTOLOGIA:

→ Conceito:

• Compostos com capacidade de fixar íons metálicos (Ca), ou seja, as hidroxilas do EDTA
se ligam as moléculas de Ca da hidroxiapatita desmineralizando a dentina.

→ Porque utilizar:

A utilização do quelante depois da modelagem tem como principal função amolecer o smear
layer e facilitar a retirada desta camada com as limas sem afetar a estrutura dentinária. Com
a retirada do smear layer todos os túbulos dentinários ficam expostos facilitando a
eliminação de bactérias peritubulares e melhorando o selamento dos túbulos durante a
obturação.

• Eliminação de bactérias peritubulares: o quelante por si só não tem a capacidade de


eliminar bactérias, mas a sua ação viabiliza que o curativo de demora e a irrigação
eliminem as bactérias presentes nessa região.

• Selamento dos túbulos: a eliminação do Smear Layer permite que o cimento obturador
entre nos túbulos dentinários originando um selamento hermético do canal radicular.

→ Dentre os quelantes existentes usamos principalmente o EDTA

→ Características do EDTA:

• Apresentação comercial: pasta ou solução aquosa (é mais encontrado na forma de


solução aquosa porque tem melhor escoamento)

• pH: 7,3 (neutro)

• Características:

Ação autolimitante: as moléculas de hidroxila (OH) do EDTA tem a capacidade de se ligar com
apenas uma molécula de cálcio (Ca) da hidroxiapatita, quando todas as moléculas estão
ligadas o EDTA perde a sua funcionalidade

Antisséptico: não é a sua principal função

Biocopatível

Evitar contato com o periápice: o EDTA em contato com o periápice gera hemorragia. Se
acontecer temos que parar de irrigar com esse material imediatamente porque ele sequestra
as moléculas de Ca impedindo a formação do coagulo para estancar o sangramento
(anticoagulante). Irrigar abundantemente com soro

• Armazenamento: frasco de plástico (porque se é armazenado em frasco de vidro o


material sequestra os íons metálicos do vidro e perde a sua função)

→ Indicações do EDTA:

Modelagem de canais atrésicos com o objetivo de amolecer a dentina para facilitar a


modelagem

• Sempre explorar com limas finas #8 ou #10 e pré-curvada

• Levar a solução na câmara pulpar

• Agitar a solução por 1 minuto com a lima

• Aguardar 2 minutos para o material agir

• Renovar a solução 5 vezes

Remoção de Smear Layer

• Após a realização da modelagem aplicar +-5 mL de EDTA com seringa plástica e uma
agulha calibrada em CTM - 2 mm

• Irrigação lenta, movimentando a agulha

• Esperar 3 minutos e durante esse tempo agitar com um instrumento fino

• Aspirar EDTA

• Irrigação com 3 mL de solução de hipoclorito de sódio 1% (ultima tentativa de alcançar


as bactérias existentes nos túbulos)

• Aspiração simultânea

• Secagem

→ Contra-indicações do EDTA:

• Não usar para tentar alcançar o CD

• Não usar para tentar transpor degraus

• Não usar para tentar localizar canais calcificados

• Não usar em tratamento de dentes com rizogênese incompleta

• Não usar em dentes com paredes radiculares muito finas

• Não usar em tratamento de dentes com perfurações radiculares


TRATAMENTO DE DENTES DESPOLPADOS:

→ Dentes necrosados:

• Possuem conteúdo tóxico-séptico-necrótico (bactérias, residos bacterianos e resto de


polpa)

• Teste de vitalidade pulpar negativo

• Presença ou não de lesão periapical

→ Diagnóstico: dente necrosado

→ Tratamento: necropulpectomia

• Necropulpectomia I: ausência de lesão periapical

• Necropulpectomia II: presença de lesão periapical

OBSERVAÇÃO: a diferença entre necropulpectomia I e II na prática é o tempo de permanência


do curativo de demora no canal

→ Etapas do tratamento endodôntico:

1. Acesso ao canal radicular

• Abertura coronária

• Esvaziamento da câmara pulpar

• Localização e preparo da entrada dos canais

• Pode sair exsudato purulento ou não sair nada

2. Neutralização do conteúdo do canal

• Reduz a quantidade de matéria orgânica em decomposição, microorganismos e de seus


produtos (conteúdo tóxico-séptico-necrótico)

• Reduz o risco de extrusão de debris porque diminuindo a contaminação cervical


diminuimos o risco de levar material contaminado para a região apical com as limas

Neutralização imediata (penetração desinfetante):


• É a descontaminação gradual do canal radicular com a utilização de hipoclorito de
sódio 5% e limas de fino calibre por terço

• Evita extrusão apical de debris:

1. Inundar a câmara com hipoclorito de sódio 5% → Calibrar instrumento no CTEx e


penetrar no terço cervical do canal e deixar solução agir → Aspirar

2. Inundar a câmara com hipoclorito de sódio 5% → Instrumento calibrado no CTEx


penetrar no terço médio do canal e deixar solução agir → Aspirar

3. Inundar a câmara com hipoclorito de sódio 5% → Instrumento calibrado no CTEx e


peetrar no terço apical e deixar a solução agir → Aspirar

Neutralização mediata:

• Utilizado em dentes com fistula ou que necessitam de reconstrução coronária

1. Acesso → Colocar tricresol formalina (realiza a neutralização) → Continuar


tratamento na próxima consulta

3. Exploração

• Acontece junto com a neutralização

• Deve ser mais cuidadosa que em pulpectomia

• Irrigação abundante e com constante renovação

4. Odontometria

• Mesmos critérios e técnicas que em pulpectomia

5. Esvaziamento

• Remoção de tecido sem estrutura ou desorganização

• CTEs=CD porque tem que eliminar o material tóxico-séptico-necrótico de toda


extensão do canal

• Instrumento foraminal (IF): visa manter o forame apical desobstruído

• IF + 2 instrumentos

6. Modelagem
• Basicamente igual à pulpectomia

• Solução irrigadora (hipoclorito de sódio): anti-séptica, neutralizadora de produtos


tóxicos e com capacidade de dissolução de material orgânica

• CTM = CD – 1 mm (para o material obturador não entrar em contato com o ápice)

• Seleção do instrumento anatômico

• Amplitude de modelagem: esta relacionada com a espessura da dentina, curvatura do


canal e contaminação do canal

OBSERVAÇÃO: se o canal esta muito contaminado temos que ampliar o máximo na modelagem
para retirar o máximo de dentina contaminada.

• Seleção do instrumento memória (IM)

• Patência do forame (IF)

Patência do forame:

• Visa manter o forame apical desobstruído

• Instrumeto fino (#10 ou #15) – IF

• Instrumento no CD

• Utilizar entre cada instrumento da modelagem

• Facilita chegada de solução irrigadora no ápice

• Diminuição do risco de formação de degraus e desvios

Irrigação:

• Irrigação abundante com hipoclorito de sódio entre cada etapa da modelagem (ação
bactericida e conteúdo tóxico-séptico-necrótico)

• Irrigação final: solução de EDTA + hipoclorito de sódio (remove o smear layer da


parede dentinária e intensifica a ação do curativo de demora)

Curativo de demora:

• Hidróxido de cálcio (dissociação do hidróxido de cálcio para alcalinizar a dentina e


eliminar microorganismos)

• Tempo: 7 dias sem lesão, 7-15 dias com lesão pequena e 30 dias com lesão média (não
existe tempo limite para a utilização do hidróxido de cálcio se o selamento estiver
íntegro, mas temos que fazer acompanhamento radiográfico para saber se o material
foi reabsorvido e é necessário troca-lo ou não)

7. Obturação

• Requisitos para a realização: canal limpo, seco, assintomático e com selamento


íntegro

• Mesmos critérios e técnicas que pulpectomia

• Selamento permanente depois de 1 semana (restauração)

8. Proservação

• Clinico e radiográfico: buscando evolução de sinais e sintomas

• Acompanhamento de 6 em 6 meses até constatar que teve uma evolução satisfatória

• Acompanhar a evolução da lesão periapical

• Radiografias inicial e final tem que ser feitas com o posicionador para evitar ao
máximo distorções

PERIAPICOPATIAS:

→ Conceito: doenças clinico-patologicas que afetam a região do periápice, chamadas de


lesões periapicais

→ Radiografia: radiolucidez no espaço do ligamento periodontal

→ Microbiologia: as bactérias ficam dentro do canal e os produtos tóxicos na lesão

→ Etiologia das periapicopatias inflamatórias:

Fatores biológicos:

• Invasão natural via canal radicular (cárie)

• Por instrumentação inadequada


• Bolsa periodontal
• Produtos teciduais decorrentes da necrose pulpar
Produtos bacterianos: Endotoxinas ou LPS; Enzimas; Produtos metabólicos
Canal radicular: Agentes agressores; Mediadores químicos
Periápice: Fenômenos vasculares; Exsudato; Infiltrado inflamatório
Fatores químicos
• Soluções irrigadoras
• Medicamentos
• Pastas e cimentos obturadores
Fatores físicos
• Sobre-instrumentação
• Traumatismos acidentais
• Oclusão traumática

OBSERVAÇÃO: para qualquer agressão na região periapical, a resposta da defesa será o


aparecimento da inflamação com a finalidade de promover a cura ou reparo desta área
→ Tipos de alterações periapicais:

Aguda Crônica
Tempo ↓ Tempo ↑
Virulência mo ↑ Virulência mo ↓
Defesa orgânica hospedeiro ↓ Defesa orgânica hospedeiro ↑

• Patência: passagem livre de bactérias no canal e periápice

→ Classificação:

• Pericementite Apical (aguda e crônica)

• Abscesso Dentoalveolar (aguda e crônica)

• Granuloma Apical

• Cisto Periodontal Apical

1. Pericementite apical:
• Envolvimento inflamatório inicial das estruturas imediatamente adjacentes ao
cemento (região apical), em razão da ação de agentes agressores advindos quase
sempre do canal radicular

Pericementite apical aguda:

• Aspecto histológico: não há interação com agentes agressores; não há digestão


tecidual, nem formação de exsudato purulento

• Aspectos clínicos:

− A vitalidade pulpar está alterada ou ausente na maioria das vezes, mas não
obrigatoriamente

− A inter-relação dos dados obtidos na anamnese e dos achados radiográficos


somado aos sinais e sintomas são determinantes para o diagnóstico

− Sintomatologia clássica: dor localizada, agravada pela pressão e oclussão dos


dentes = sensação de dente ‘’crescido’’

• Diagnóstico: anamnese, teste de sensibilidade e exame radiográfico

• Aspectos radiográficos:

− O espessamento do espaço periodontal decorrente da discreta extrusão


dentária será visualizado quando houver perpendicularidade entre o longo eixo
do terço apical do canal radicular e o feixe de raios X

− A pericementite apical aguda tem aparência radiográfica muito restrita do


ponto de vista do diagnóstico

− Continuidade da lâmina dura

− Normalidade do trabeculado ósseo

− Os mediadores estimulam uma reabsorção óssea em questão de horas, porém


para o aparecimento de sinais radiográficos, o processo de reabsorção óssea
requer mais ou menor 10 dias de atividade clástica na região

• Tratamento:

− Remoção do agente irritante, seja ele físico, químico ou microbiano, ajuste


oclusal, tratamento endodôntico ou retratamento (conforme o caso)

− Uso de analgésicos e/ou anti-inflamatórios, após a remoção do agente causal,


dependendo da sintomatologia dolorosa

Transcorridas 24 a 72 horas, pode ocorrer:

1. fase de abscedação – abscesso periapical agudo


2. pericementite apical crônica

3. eliminação da causa, levando ao reparo e à normalidade estrutural e funcional

Pericementite apical crônica:

• Aspecto histológico:

− Infiltração difusa de leucócitos mononucleares do tipo macrófagos, linfócitos e


plasmócitos, sem organização granulomatosa

− Na cortical óssea alveolar poderá ser observado um espessamento estrutural


associado às áreas de reabsorção óssea promovendo interrupção de sua
continuidade

• Tratamento: remoção do agente irritante, seja ele físico, químico ou microbianno,


ajuste oclusal, tratamento endodôntico ou retratamento (conforme o caso)

• Evolução:

1. Manuteção da situação/pode se prolongar no tempo

2. Granuloma apical

3. Reagudecimento do processo – pericementite apical aguda secundária

4. Eliminação da causa levando ao reparo

2. Abscessos:
• O abscesso periapical se constitui em uma alteração inflamatória associada à coleção
purulenta, marcada pela desintegração tecidual e caracterizada pela presença de
exsudato no interior da lesão
• Inflamação AGUDA PURULENTA LOCALIZADA, está explícito o caráter agudo de sua
ocorrência do ponto de vista microscópico: neutrófilos em abundância, amplas áreas
de destruição tecidual, coleção purulenta e fenômenos vasculares exsudativos
→ Classificação:
• Sintomático = agudo, o adjetivo agudo atribuído a uma determinada corresponde ao
aparecimento súbito de um quadro altamente sintomático e de breve duração
• Assintomático = crônico, o termo crônico traduz quadros clínicos de longa duração com
baixa sintomatologia
• Desta forma, quando o termo agudo ou crônico é adicionado à frente de abscesso
refere-se a estas características clínicas apenas

→ Definição microscópica e biológica


Processo inflamatório agudo Processo inflamatório crônico
Grande quantidade de neutrófilos Grande quantidade de macrófagos
Grande destruição tecidual Mínima destruição tecidual
Grande quantidade de exsudato Pouca quantidade de exsudato
Clinicamente é intenso, rápido, destrutivo, Clinicamente é lento, prolongado e pouco
sintomático e incapacitante sintomático
O termo agudo traduz um quadro clínico de O termo crônico traduz um quadro clínico de
aparecimento súbito, altamente sintomático longa duração com baixa sintomatologia
e de breve duração

Abscesso periapical agudo:


• Origem: alteração apical inicial; pericementite apical; abscesso fênix
• Patogênese: processo inflamatório no periápice
− Fenômenos vásculo-exsudativos
− Infiltração de células polimorfonucleares
− Derramamento de enzimas proteolíticas
− Destruição bacteriana, tecidual e leucocitária
− Micro-áreas de digestão tecidual – microabscessos
− Exuberante exsudato purulento
• Características histológicas: presença de leucócitos PMNs (neutrófilos); liquefação na
região central (exsudato purulento)
• Características clínicas:
− Dor intensa, espontânea, contínua, pulsátil e localizada
− Dente com necrose, percussão +, palpação +, mobilidade e extrusão
• Características radiográficas:
− Não apresenta sinais radiográficos significantes, espessamento ELP
− Se abscesso fênix, rarefação óssea difusa, não circunscrita, limitada à região
apical
• Clinicamente é mais prático estabelecer 3 fases para o abscesso agudo:
1. Inicial: corresponde ao estágio de localização periapical
2. Em evolução: envolve os estágios de difusão intraóssea, localização sub-periosteal e o
padrão flegmatoso de inflamação dos tecidos moles
3. Evoluído: estágio de abscesso submucoso e o de fistulização do processo
• Diagnóstico diferencial: pericementite apical aguda; pulpite aguda irreversivel;
abscesso periodontal agudo
• Tratamento:
− Combate à fase aguda: drenagem e eliminação do foco de infecção;
antibioticoterapia (toxemia e celulite); tratamento de suporte
− Tratamento posterior do dente
Abscesso periapical crônico:
• Origem: infecção inicial de baixa virulência e longa duração; evolução de abscesso
agudo não tratado
• Patogênese: processo inflamatório agudo
− Vasodilatação
− Exsudação
− Exocitose
− Presença de neutrófilos
− Mo menos agressivos
− Menor exsudato purulento
• Características histológicas: presença de células agudas (neutrófilos); liquefação na
região central (exsudato purulento)
• Caracterísitcas clínicas: sintomatologia discreta ou ausente
− Dente com necrose pulpar, alteração de cor na coroa, ausência de extrusão/
mobilidade/percussão, fístula
• Características radiográficas:alargamento ELP, perda de lâmina dura apical, área
radiolúcida mal definida
• Diagnóstico diferencial: granuloma periapical, displasia óssea periapical (fase
osteolítica)
• Tratamento:
− Eliminar o foco de infecção
− Abscesso fênix (tratamento de abscesso agudo)
− Fístula (cura espontânea X curetagem)

3. Granuloma periapical:

• O granuloma representa uma reação inflamatória em ração da infiltração de


macrófagos em um tecido, e não constitui uma estrutura tecidual organizada
• Quando o granuloma consegue eliminar o agente agressor, por ação de suas células e
substâncias ou com ajuda de medicamento, a tendência natural consiste na
substituição gradativa de sua estrutura por tecido de granulação e consequente reparo
da área

• Etiologia: infecciosa ou traumática (reação tipo corpo estranho); a formação do


granuloma tem a finalidade de delimitar a ação dos agentes agressores aos limites do
periápice

• Características clínicas: assintomático, ausência de mobilidade, teste de vitalidade -,


coroa com leve escurecimento, diagnóstico (radiografias em exames de rotina),
discreta sensibilidade à percussão, anamnese (antecedente de sintomatologia)

• Características radiográficas: lesão radiolúcida; perda da cortical óssea alveolar;


limites indefinidos, definidos ou com osteogênese reacional

• Diagnóstico diferencial: abscesso periapical crônico, displasia óssea periapical, cisto


radicular, cavidade anatômica (forame mentoniado)

− É impossível diferenciar com total precissão, através da radiografia, granuloma


periapical de cisto periapical (lesões pequenas ou médias)

• Tratamento:

− Eliminar o foco da infecção (endodontia)

− Falha? Retratamento

− Falha novamente? Cirurgia periapical se houver persistência dos biofilmes


apicais

4. Cisto periapical:

• Origem: o cisto periapical se origina do granuloma apical, ou mais especificamente dos


restos epiteliais de malassez

• Características clínicas:

− Maioria assintomático

− Diagnóstico por radiografias durante exame de rotina

− Pode promover deslocamento de dentes vizinhos

− Crescimento lento (quando atinge maiores dimensões expande a cortical óssea


externa, promovendo tumefação dura e indolor, exceto à palpação)

− Quando há dor espontânea, crescimento rápido e exsudação – sinais de


inflamação aguda nas paredes, provenientes de infecção bacteriana secundária
• Características radiográficas:

− Rarefação óssea definida, limitada por linha radiopaca contínua

− Contorno arredondado, podendo ser modificado quando se aproxima de dentes


adjacentes ou de outras estruturas

• Diagnóstico diferencial:

− No diagnóstico radiográfico sugestivo de cisto periodontal apical, bem como no


de granuloma periapical, é de grande importância o tamanho da área ocupada
pela lesão

− À medida que o tamanho da área aumenta a probabilidade de ser cisto


aumento

• Tratamento:

1. Tratamento endodôntico e acompanhamento radiográfico de 6 meses a 1 ano

2. Retratamento endodôntico, nova proservação

3. Remoção cirúrgica

TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA:

→ Características:

• Medicações que não tem relação com o tratamento odontológico não devem ser
receitados

• Medicamentos para Lepra e antirretrovirais não podem ser receitados pelo CD

• Antidepressivos e ansiolíticos não devem ser receitados para controle de depressão e


transtornos de ansiedade, e sim para auxilio e controle de nervosismo durante o
tratamento

• Normalmente não receitamos penicilina por ser um medicamento IM, e o paciente tem
preferência por comprimidos

• Em abertura endodôntica com sangramento em pacientes com endocardite bacteriana,


é protocolo receitar profilaxia antibiótica

→ Casos clínicos:
1. Paciente GSF compareceu à clínica de odontologia da unisul para tratamento
endodôntico com dor aguda, pulsátil espontânea e sem alivio após a ingestão de
analgésicos convencionais. Através da anamnese, exame clínico e radiográfico foi possível
identificar o dente com a polpa inflamada. O teste térmico acusou vitalidade pulpar com
características de pulpite. Um correto acesso, exploração, odontometria, esvaziamento e
modelagem foram feitos, seguido de curativo de demora com otosporin. Paciente foi
agendado para finalizar o tratamento dentro de 7 dias.

R: Não há necessidade de prescrição de medicamento, pois já foi realizado o esvaziamento e


colocação de otosporin (antibiótico + corticoide) que terá um efeito sobre a dor localizada

2. Paciente GJM, compareceu a clinica de odontologia da unisul, para tratamento


endodôntico com dor aguda, pulsátil, espontânea, sem alivio após a ingestão de
analgésicos convencionais, que irradiava através dos maxilares. Através da anamnese,
exame clínico e radiográfico não foi possível identificar o dente com polpa inflamada.

R: Não se realiza nenhum procedimento clínico no dia, prescrição de medicação:

Analgésicos com ação central:

Paracetamol 500mg + codeína 30mg (TYLEX):

• Administrar via oral – 1 comprimido a cada 4 horas (pode ser de 6/6 ou 8/8)

Proproxífero 50mg + ácido acetilsalicílico 325mg (doloxene):

• Administrar via oral – 1 cápsula a cada 4 horas

Tramadol 50mg (tramal, sylador):

• Administrar via oral – 1 comprimido a cada 8 horas por 3-5 dias para tratamento da dor

3. Paciente DPV compareceu à clinica de odontologia da Unisul para tratamento


endodôntico apresentando sensibilidade à percussão no elemento 22, com presença de
lesão periapical. O correto tratamento endodôntico foi iniciado, aplicando como curativo
de demora hidróxido de cálcio por 20 dias.

R: Se o paciente sentir dor, pode-se prescrever analgésico.

Analgésicos e antipiréticos:

Paracetamol 500mg (dórico, tylenol):

• Administrar via oral – 1 comprimido a cada 4 horas

Paracetamol 750mg (termol, tylenol):

• Administrar vira oral – 1 cápsula a cada 6 horas por 3-5 dias para tratamento da dor

− Características do paracetamol:
• Nome: acetaminofeno

• A ingestão de 4g diárias ou mais é hepatóxica; 7 mg ou mais pode levar ao óbito

• Mínimo 600mg e máximo 1800mg

• 300mg máximo 6x; 600 mg máximo 3x

Dipirona 500 mg (novalgina, anador, magnopyrol):

• Administrar vira oral – 1 comprimido a cada 4 horas durante 3-5 dias para tratamento
da dor

− Características da dipirona:

• Derivado da pirazolona

• Proibido nos EUA pelo risco de agrunulocitose (alteração sanguínea, caracterizada pela
falta ou acentuada redução de leucócitos granulócitos, ou seja, neutrófilos, basófilos e
eosinófilos)

• Descoberta na Alemanha e só é utilizada em nível hospitalar

Antiinflamatórios não esterroidais:

− AINES: englobam os analgésicos, antiinflamatorios não esteroidais e antitérmicos

Ibuprofeno 200mg (advil, dalsy):

• Administrar via oral – 1 comprimido a cada 6 horas

Ibuprofeno 400mg (advil, Daisy, alivium, buscofem):

• Administrar via oral – 1 comprimido/cápsula a cada 6 horas

Ibuprofeno 600mg (advil, Daisy, motrin):

• Administrar via oral – 1 comprimido/cápsula a cada 12 horas

Dosagem máxima: 1200mg por dia

Naproxeno 275 ou 550mg (flanax):

• Administrar via oral – 1 comprimido a cada 12 horas


Nimesulide 100mg (scafram, nisulid, scalid):

• Administrar via oral – 1 comprimido a cada 12 horas

Cetorolaco de trometasina 10mg (toragesic):

• Administrar via sublingual – 1 comprimido a cada 8 horas

Dosagem máxima: 60mg por dia

PÓS-CIRURGICO NÃO É RECOMENDADO, POIS PODE PREJUDICAR A COAGULAÇÃO

4. Paciente JKL compareceu a clínica de odontologia da Unisul para tratamento


endodôntico apresentando necrose pulpar no elemento 45, sem aumento de volume, sem
sensibilidade à percussão, ausência de fístula e dor. O tratamento endodôntico foi
conduzido corretamente até a colocação do curativo de demora a base de hidróxido de
cálcio

R: sem necessidade de prescrição medicamentosa

5. Paciente compareceu a clinica de odontologia para tratamento endodôntico


apresentando necrose pulpar no elemento 45 com aumento de volume localizado e
ausência de fistula. O tratamento endodôntico foi conduzido corretamente até a
colocação do curativo de demora a base de hidróxido de cálcio.

R: É fundamental realizar a drenagem, controle da dor e observação das alterações sistêmicas

1. Se não tem nenhuma alteração sistêmica e é possível realizar a drenagem, não é necessária
prescrição antibiótica.

2. Se tem alteração sistêmica e não é possível realizar a drenagem, é necessário prescrição


antibiótica

6. Paciente compareceu a clinica de odontologia para tratamento endodôntico,


apresentando necrose pulpar no elemento 35 com aumento de volume localizado com
presença de fístula. O tratamento endodôntico foi conduzido corretamente até a
colocação do curativo de demora a base de hidróxido de cálcio.

R: controle da dor e observar alterações sistêmicas

7. Paciente compareceu a clinica de odontologia para tratamento endodôntico,


apresentando necrose pulpar no elemento 11, com aumento de volume difuso. O
tratamento endodôntico foi conduzido corretamente até a colocação de curativo de
demora a base de hidróxido de cálcio.

R: deve-se receitar antibiótico, por causa do aumento de volume difuso

Antibióticos:

Amoxicilina 500mg (amoxil):


• Administrar via oral – 1 cápsula a cada 8 horas

Amoxicilina 500mg + clavulanato de potássio 125mg (clavulin):

• Administrar via oral – 1 cápsula a cada 8 horas

Amoxicilina 875mg (amoxil bd):

• Administrar via oral – no máximo 6g por dia

Se for alérgico a penicilina:

Eritromicina 250 e 500mg (ilosone):

• Administrar via oral – 1 a 2g por dia, dividida em 4 administrações

Azitromicina 500mg (zitromax, azitromin):

• Administrar via oral – 500 mg por dia

Metronidazol 250 e 400mg (flagyl):

• Administrar via oral – 1 comprimido a cada 8 horas

Benzodiazepínicos:

Midazolam 15mg (dormonid, indusom, dormium):

• Administrar 7,5 ou 15mg do medicamento 30 ou 60 minutos antes do atendimento

Diazepam 5 ou 10mg (valium):

• Administrar 5 ou 10mg do medicamento 30 ou 60 minutos antes do procedimento

Clorazepam 0,5 ou 2 mg (rivotril)

Corticoesteroides:

Dexametasona 4mg (decadron):

• Administrar dose única 4mg (1 comprimido) uma hora antes do procedimento

Betametasona 2mg (celestone):

• Administrar dose única 4mg (2 comprimidos) uma hora antes do procedimento


BIOSSEGURANÇA:

→ Conceitos:
• Esterilização: destruição de todos os tipos de micro-organismos

• Desinfecção: eliminam a maioria dos micro-organismos, mas sobrevivem os esporos


bacterianos, para materiais inertes

• Antissepsia: eliminam a maioria dos micro-organismos, mas sobrevivem os esporos


bacterianos, para matéria orgânica

• Assepsia: impede a penetração de micro-organismos em local que não os contenha

→ Processamento de instrumentos e superfícies:

• Limpeza: remoção de detritos e matéria orgânica, indispensável em qualquer método

− 30 minutos imersos em água com detergente enzimático (melhoram a qualidade da


limpeza e preservam os instrumentos)

• Esterilização:

1. Agentes físicos:

Autoclave:

− Agente físico – calor úmido (vapor d’água sob pressão)

− Maior poder de penetração por conta do calor e catalisa a termo coagulação das
proteínas bacterianas

− Vantagens: menor temperatura, menor tempo de exposição (15 minutos em uma


temperatura de 124-132 C)

− Desvantagem: oxidação e redução do poder de corte dos instrumentos

Estufa:

− Agente físico – calor seco (ar quente)

− Estufa tem poder de esterilização sim!

− Vantagens: diminui a corrosão e a oxidação e menor perda do poder de corte

− Desvantagem: não esteriliza líquidos, pouco poder de penetração, temperaturas


elevadas, maior tempo de exposição

2. Agentes químicos:

Gás óxido de etileno

Glutaraldeído (proibido)

− Vantagens: utilizado para materiais sensíveis ao calor, evita oxidação e corrosão

− Desvantagem: cancerígeno
• Desinfecção:

− Indicações: materiais sensíveis ao calor. Ex: campo operatório, antissepsia de


mãos

− Tipos: baixo, médio e alto nivel

Desinfecção de médio nível: 10 a 20 minutos no hipoclorito de sódio (cones de obturação);


álcool etílico e isopropilico (70 a 90%)

Desinfecção de alto nível: solução de peróxido (água oxigenada)

• Observações:

− Álcool 70% no pote dos cursores e na esponja para colocar as limas durante o
procedimento

− Hipoclorito de sódio para irrigação dos canais e desinfecção dos cones de guta percha

− pH = potencial de hidrogênio ionizado; ph da água destilada é aprox. 5,8


TRAUMATISMO ALVÉOLO-DENTÁRIO EM DENTES PERMANENTES:

→ Etiologia:

• Quedas, convulsões, esportes, acidentes automobilísticos, pacientes drogados e


alcoolizados

→ Ocorrência:

• Faixa etária de 7 a 10 anos, região anterior e principalmente na maxila

• Maioria em dentes permanentes jovens unirradiculares e sem cárie

→ Fatores predisponentes:

• Pacientes classe II

• Respiradores bucais e hábitos de sucção de dedo

• Pacientes especiais, por queda e falta de coordenação motora

• Atividades profissionais

• Alcoolismo, por queda e briga

→ Anamnese:

1. Exame inicial:

• Avaliação dos sinais vitais (pulso: 60 à 90 bpm / pressão arterial sistólica: 100 a 140 /
pressão arterial diastólica: 60 à 90 / temperatura: 35 a 36)

• Tipo de tratamento: imediato (até 6 horas) ou mediato (+ de 6 horas)

2. História do traumatismo:

• Há quanto tempo ocorreu? (tempo X tratamento)

• Onde ocorreu? (contaminação)

• Como ocorreu? (queda, esporte, maus tratos)

• Fragmentos dentais? (condições de transporte)

• Dificuldade em abrir a boca ou morder? (lesão em atm ou fratura na articulação)

• Lesão anterior da mesma arcada?

3. Tratamento prévio? (imobilização, reiimplante)


→ Exame clínico:

• Exame das condições gerais

• Exame dos tecidos moles

• Limpeza e desinfecção das áreas afetadas

• Assimetria facial

• Alteração de cor

• Fratura

• Hemorragia

• Edema

• Ulceração

• Contusões

Intra-oral: língua, lábio, palato, freios, tecidos de suporte, fratura de tabua óssea e tecidos
duros

→ Exame radiográfico:

• Muitas vezes só conseguimos perceber a fratura radiograficamente devido à


localização da fratura. Primeiramente, devemos limpar a região e acalmar a pessoa.

• Objetivos da radiografia: localização da fratura, extensão da fratura, acometimento


da lâmina dura e acometimento do espaço do ligamento periodontal

• Periapical, oclusal e tomografia computadorizada

→ Classificação dos traumatismos:

A gengiva ou mucosa oral:

Tipo de trauma Definição


Laceração da gengiva Lesão resultante de um corte raso ou
profundo
Lesão resultante de um impacto produzido
Contusão da gengiva ou da mucosa oral por objeto rombo, sem ruptura da mucosa
(hematoma submucoso)
Abrasão da gengiva ou da mucosa oral Lesão superficial por atrito da mucosa
(superfície exposta e com sangramento)

Tratamento:
• Limpeza e antissepsia da região

• Pesquisa de fragmentos no interior dos tecidos moles

• Reposicionamento dos tecidos e sutura, se necessário.

Aos tecidos duros dentais e à polpa:

Tipo de traumatismo: Definição Tratamento


Não requer tratamento
Fratura incompleta do específico, apenas desgaste,
1. Trinca de esmalte esmalte, sem perda de polimento, selante de baixa
substância dental viscosidade e
acompanhamento clín. e rad.
(risco de necrose pulpar)
Alisamento restaurador com
Perda de substância dental resina composta ou desgaste
2. Fratura de esmalte restrita ao esmalte corretivo e acompanhamento
clín. e rad. (risco de necrose
pulpar)

Forramento com HC;


Colagem de fragmento;
Perda de substância Restauração com RC ou com
3. Fratura de esmalte- envolvendo esmalte e facetas estéticas;
dentina dentina Acompanhamento clín. e rad.
e realizar teste de vitalidade
pulpar após o período de 6 a
8 semanas
Conservador: capeamento
4. Fratura de esmalte- Fratura coronária complicada pulpar, curetagem ou
dentina com exposição que envolve exposição pulpar pulpotomia;
pulpar Radical: pulpectomia
Depende do nível da fratura.
Remoção do fragmento
coronário e rest. ou colagem;
5. Fratura corono-radicular O traço da fratura inicia na remoção do fragmento +
não complicada coroa e segue trajeto retalho + endodontia + rest.
obliquo, terminando abaixo ou colagem; extrusão
do sulco gengival endodôntica do fragmento
apical e acompanhamento
clín. e rad. periódico
6. Fratura radicular Fratura que envolve Extração do fragmento
cemento, dentina e polpa e coronário e extrusão
podem ser horizontais, ortodôntica da porção
verticais ou obliquas radicular
3. Fratura esmalte dentina:

• O tratamento restaurador é raramente indicado, é sempre preferível à colagem do


fragmento

• Quanto mais complexo for o trauma, maior a chance de a polpa ter sido fragilizada.
Repetimos o teste de vitalidade pulpar após 6-8 semanas do trauma para confirmar
que não houve necrose pulpar. Devemos observar também se a coroa teve alteração de
cor, fístula ou rarefação na radiografia.

4. Fratura esmalte-dentina com exposição pulpar:

Critérios para escolhe do tratamento:

• Condição da polpa: cor, sangramento, extensão da exposição, tempo decorrido da


exposição

• Acúmulo de placa

• Idade do paciente

• Estágio da rizogênese

Tratamento:

Conservador: capeamento pulpar, curetagem ou pulpotomia

• Capeamento pulpar: ideal que seja uma exposição pequena, ou seja, exposições
acidentais assépticas e traumatismo com até 24h de exposição.

• Curetagem pulpar: exposição um pouco maior. É realizada com a cureta de


pulpotomia, cortamos a polpa em um movimento único e depositamos hidróxido de
cálcio para que ocorra uma necrose superficial e com isso seja formada uma camada
mineralizada.

• Pulpotomia: exposição pulpar ampla, principalmente em dentes com rizogênese


incompleta. É realizada a remoção total da polpa coronária e a preservação da polpa
contida nos canais radiculares, e posterior recobrimento do tecido remanescente com
um material de revestimento.

Objetivos da pulpotomia:

− Conservar a vitalidade da polpa radicular

− Evitar tratamento endodôntico

− Evitar a exodontia precoce

− Permitir a complementação do desenvolvimento radicular


− Acompanhamento

− Controle pós-operatório realizado em 2 momentos: imediato: até 7 dias após o


tratamento e mediato: 30, 60, 90, 120 e 360 dias após o tratamento

Prognóstico:

− Bom: ausência de dor, vitalidade pulpar preservada e selamento íntegro.

− Satisfatório: dor passageira de pouca intensidade que cede com medicação.

− Ruim: dor espontânea e intensa, indicando inflamação irreversível.

− Sucesso: ausência de dor, vitalidade pulpar e selamento íntegro, formação de barreira


de tecido duro, ausência de reabsorção radicular e reabsorção óssea periapical,
normalidade do espaço do ligamento periodontal, continuação da formação radicular.

Radical:

• Pulpectomia:remoção total da polpa e tratamento dos canais radiculares.

Cuidados:

− Trauma: compressão ou tensionamento do FVN resulta em temporária incapacidade de


responder aos testes convencionais de sensibilidade pulpar

− Falta de resposta inicial: outro teste deverá ser realizado em 4-6 semanas. Na
ausência de outros achados indicando necrose, o dente é testado novamente em 3-4
meses

− Teste de sensibilidade: podem provocar necrose pulpar após 30 ou 60 dias, estes


podem ser utilizados para controle

− Tratamento restaurador: colagem ou resina

− Acompanhamento clínico e radiográfico periódico

6. Fratura radicular:

• Características: afetam principalmente a região de IC superiores em pacientes jovens


e frequentemente associada a outros tipos de traumas

• Exame clínico: comum o dente estar extruído ou deslocado em direção L/P

• Diagnóstico: depende do exame radiográfico, pode ser uma fratura no terço apical,
médio ou cervical

OBSERVAÇÃO: variar a angulação do RX para ter melhor visualização

• Tratamento:
− Fratura em nível cervical: extração do fragmento coronário e extrusão ortodôntica da
porção radicular

− Reposicionamento completo e imobilização com contenção rígida. Se não conseguir


reposicionar e a diferença for mínima, pode-se fazer um desgaste incisal para igualar
esteticamente.

− Controle do dente com testes de sensibilidade e se necessário, endodôntia

− Se houver fratura obliqua/vertical, exodontia

− Contenção rígida até a formação de calo de tecido duro pelo período de até 12 meses

− Acompanhamento clínico e radiográfico por no mínimo 1 ano (necrose pulpar de 20 a


44% dos casos e obliteração do canal de 60%)

− Cicatrização depende do dano à polpa e da invasão bacteriana

− Se o paciente demorar em procurar atendimento em casos de extrusão, pode formar


um coágulo na área da fratura e inviabilizar o reposicionamento. A solução seria
cirurgicamente ou apenas fazer um desgaste incisal para retomar a estética.

Danos aos tecidos periodontais:

1. Concussão:

Definição:

• Lesão às estruturas de sustentação do dente, determinada por um trauma leve de


pequena intensidade em que pode ocorrer rompimento de algumas fibras e acúmulo de
sangue no ligamento periodontal

Exame clínico:

• Dor à percussão, dente normal, sem mobilidade, coroa clínica sem alteração de cor,
pouca ou nenhuma dor à palpação, teste de sensibilidade positivo ou negativo
dependendo da intensidade do trauma

Exame radiográfico:

• Não é esperada nenhuma alteração radiográfica, pode ocorrer espessamento do espaço


do ligamento periodontal

Tratamento:

• Geralmente não é preciso intervenção, pode ser necessário ajuste oclusal para
diminuir a dor e orientações de higiene oral e mastigação.
Prognóstico:

• Em dentes com raízes já formadas pode ter necrose da polpa em 3% dos casos e
calcificação em 5%

Proservação:

• Acompanhamento a médio e longo prazo com teste de sensibilidade e exame


radiográfico em 1, 3, 6 e 12 meses e alertar o paciente sobre possível surgimento de
sinais e sintomas, como: alteração de cor, sensibilidade à percussão, aumento de
mobilidade, aparecimento de fístula, etc.

2. Subluxação:

Definição:

• Lesão traumática do dente e do periodonto de sustentação causado por um impacto de


maior intensidade que a concussão, resultando em hemorragia e edema do ligamento
periodontal, ruptura de fibras apicais e laterais promovendo mobilidade dental sem
deslocamento do elemento.

Exame clínico:

• Sangramento proveniente do sulco gengival, dor à percussão (pericementite), pequeno


aumento de mobilidade, edema apical (extrusão), teste de sensibilidade geralmente
negativo após o trauma porque ocorre compressão do feixe vásculo nervoso.

Exame radiográfico:

• A radiografia inicial não evidencia alteração, servirá de parâmetro para comparações


futuras.

• Pode apresentar leve espessamento do ligamento periodontal

Tratamento:

• Geralmente não é preciso intervenção, pode ser necessário ajuste oclusal, orientação
de higiene oral, dieta liquida e pastosa por 2 semanas, uso de contenção semirrígida
por 2 semanas e uso de analgésicos e antiinflamatórios se necessário

Prognóstico:

• Bom e raramente ocorrem complicações futuras

Proservação:

• Maior possibilidade de ocorrer complicações a longo prazo

• Acompanhamento com teste de vitalidade e radiográfico de 1, 3 e 6 meses e 1 à 2 anos


para retornar à normalidade

• Necrose pulpar em 17-25% dos casos


• Calcificação da cavidade pulpar de 10-26% dos casos

• Reabsorção superficial em 4% dos casos

• Coroa escurecida pode ser necrose ou calcificação

• Luz do canal perdida por calcificação

3. Luxação lateral:

Definição:

• Deslocamento excêntrico do dente para fora da sua posição axial (direção M, D, L/P ou
V) e da linha de oclusão acompanhado por comunicação ou fratura do alvéolo (coroa
deslocada para palatina)

• Quanto maior for o deslocamento dental, maior o dano ao suprimento sanguíneo da


polpa, ruptura do FVN. Mas em dentes com rizogênese incompleta pode ocorrer
revascularização dos vasos.

• Em dentes com forame amplo, mesmo com rizogênese completa, a chance de


rompimento é menor e a chance de revascularização é maior.

Exame clínico:

• Normalmente a coroa é deslocada para P e o ápice para V, extrema sensibilidade à


percussão, teste de sensibilidade negativa em 93% dos casos, em casos severos aonde
ocorre a fratura do alvéolo o dente não possui mobilidade (travado)

Exame radiográfico:

• Radiografia normal se não ocorreu grande deslocamento para M ou D, alargamento do


espaço do ligamento periodontal (deslocamento proximal) e aumento do espaço do
ligamento periodontal apical (deslocamento em direção V - Rx oclusal para
diagnóstico)

Tratamento

Tratamento imediato: ICS luxado para palatal

• Anestesia e redução do deslocamento dental com o dedo. Quanto mais tempo mais
difícil o posicionamento, pois começa a formar coágulo na região

• Reposicionamento dental o mais rápido possível

• No caso de fratura alveolar, redução por pressão gengival


• Analise da oclusão e alinhamento dental

• Radiografia

• Se houver laceração de tecidos moles, reposicionamento e sutura dos tecidos

• Contenção rígida nos casos de fratura de alvéolo de 1 a 8 semanas

• Semirrígida em casos não complicados 2 semanas

• Orientações ao paciente

• Dieta liquida ou pastosa por 15 dias

• Controle químico mecânico da placa – reparo e descontaminação

• Antibiótico, antiinflamatório e analgésico – prevenção de reabsorção

Tratamento mediato: ICS luxado para palatal

• Tratamento endodôntico se tiver sinal de necrose e terapia com hidróxido de cálcio


para alcalinizar a dentina, eliminar as bactérias e evitar a reabsorção

• Outras intervenções:quando houver demora no reposicionamento pode-se fazer a


colocação de aparelho ortodôntico para correção

Prognóstico:

• Bom, fator mais determinante é o grau de formação da raíz

• Possibilidade de sobrevivência pulpar: forame apical amplo (aporte vascular) com


rizogênese incompleta

Proservação:

• Controle clínico e radiográfico em 1, 3 e 6 meses e 1 e 2 anos

• Pode ocorrer degeneração apical transitória resultado de injuria à polpa e periodonto


em dentes com RC que reflete o processo de reparo dos tecidos

• Diferencial da lesão periapical

• Reabsorção radicular externa em 36% dos casos pelo rompimento e esmagamento das
fibras do ligamento periodontal e calcificação da cavidade pulpar em 33% dos casos

4. Luxação extrusiva:

Definição:
• Ocorre quando a força traumática é direcionada axialmente sobre o dente, levando a
um deslocamento parcial para fora do alvéolo, ou seja, é o dente fora do alinhamento
incisal/oclusal extruído no sentido axial

Exame clínico:

• Dente extruído no sentido axial, mobilidade dental pelo rompimento das fibras do
ligamento periodontal, sangramento proveniente do sulco gengival e dor à percussão,
mastigação e palpação

Exame radiográfico:

• Quanto maior a extrusão maior o espaço do ligamento periodontal, desnível do bordo


incisal, aumento de toda a extensão do espaço pericementário se tiver muita extrusão,
espaço alveolar apical vazio e aumento de toda a extensão do espaço pericementário
(muita extrusão)

Tratamento:

Tratamento imediato:

• Sempre tentar reposicionamento dental até 4h após o trauma (varia muito) com
anestesia

• Reposição com pressão digital

• Reposicionamento cirúrgico ou orto lenta – se houver demora no resposicionamento e


formação de coágulo no espaço alveolar apical

• Redução da tabua óssea alveolar se houver fratura

• Utilização de contenção rígida ou semirrígida

• Imobilização por 2 a 3 semanas ou 6 a 8 semanas em casos de fratura óssea ou


dentária (rígida)

• Ao primeiro sinal de necrose realizar endodontia

• Esperar a revascularização de 8 a 10 semanas em riogênese incompleta

Prognóstico:

• Depende do grau de rizogênese, do grau de extrusão, do tempo decorrido entre o


trauma e o reposicionamento e da possibilidade de revascularização da polpa

Proservação:

• Controle clínico e radiográfico em 1, 3 e 6 meses até 2 anos – alterações periapicais e


na estrutura radicular (reabsorção)

• Reabsorção em 87% dos casos, calcificação da cavidade pulpar em 60% dos casos e
degeneração apical transitória
• Cuidados com a higiene oral e mastigação

• Antibioticoterapia para diminuir à ocorrência de reabsorção

5. Luxação intrusiva:

Definição:

• Resultante de um impacto direcionado axialmente que desloca o dente em direção


apical para o interior do seu alvéolo com rompimento parcial ou total do ligamento
periodontal com severas alterações na camada de pré-cemento e cemento deixando a
raiz desnuda

• É muito mais severo que uma luxação extrusiva, pois quando o dente extrui o
ligamento está no alvéolo e na raíz mas quando ocorre a intrusão existe um
esmagamento de todo o ligamento e de todas as células que sustentam o dente e
deixam de existir

Exame clínico:

• Observa-se um deslocamento mínimo até o completo desaparecimento do elemento


dental, não há mobilidade, sem sensibilidade à palpação e percussão

• Nos incisivos superiores pode haver perfuração do assoalho da fossa nasal

Exame radiográfico:

• Perda ou diminuição do espaço do ligamento periodontal, variar a angulação das


tomadas radiográficas para encontrar fraturas ósseas e radiculares

Tratamento:

Tratamento imediato:

• Reposicionamento dentário

• Pressão na tabua óssea V e P (polegar e indicador) – estímulo para extrusão do dente

• Gengivectomia: se a intrusão for muito grande, remove o tecido cicatricial circundante

• Reposicionamento com fórceps, procedimento traumático, favorece a perda do osso


alveolar e aumenta a chance de reabsorção

• Estabilização semirrígida por 3 semanas

• Fratura óssea, contenção semirrígida de 6 a 8 semanas – permite a reinserção do


ligamento periodontal, neoformação óssea e estabilização da raíz

• Orientação ao paciente: cobertura antibiótica e orientações de higiene oral e


mastigação
Tratamento mediato:

Extrusão ortodôntica:

• Dentes com rizogênese completa: 3 a 4 semanas até 5mm sem fratura alveolar

• Dentes com rizogênese incompleta: aguarda reerupção

Tratamento endodôntico

• Dentes com rizogênese completa: sempre realizar endodôntia assim que possível

• Dentes com rizogênese incompleta: se não houver reerupção espontânea e houver


sinal e sintoma de alteração pulpar

Prognóstico:

• Grande chance de reabsorção substituta depende da intensidade do trauma e do


estágio do desenvolvimento radicular

• 1 a 4 mm intrusão leve – mais de 4 mm intrusão severa

• Maior diâmetro do forame, maior chance de restauração da vitalidade pulpar

• Luxação que promove maior dano aos tecidos e estruturas peridentais, necrose da
polpa, prognostico pulpar ruim

Proservação:

• Controle de 3, 6 e 12 semanas e de 3 em 3 meses no primeiro ano e de 6 meses até 5


anos após o trauma – a nencrose pode ocorrer entre 3 meses e 2 anos

• Necrose em 85-96% dos casos

• Reabsorção inflamatória em 52-62% dos casos

• Reabsorção por substituição – não tem bactérias e as células fazem um processo de


remodelação óssea junto com o dente. Não tem tratamento, deve deixar substituir
tudo por osso ate ficar somente coroa – remoça da coroa (2,6 a 17% dos casos)

6. Avulsão:

Definição:

• Deslocamento total do dente para fora do seu alvéolo, parte do ligamento periodontal
fica no alvéolo e parte fica na raiz

• Ação traumática do deslocamento, secagem e contaminação no período extra-alveolar,


destruição das células do ligamento periodontal

Reimplante:
• Reimplante imediato: ligamento periodontal fica vital e reinserção nas fibras
alveolares

• Sucesso do reimplante:

− Exposição do dente a um curto período extra-alveolar e o meio em que dente foi


armazenado

− Manutenção da vitalidade e da capacidade de proliferação das células do LP aderidas a


raíz dental

Cuidados:

• Se o dente estiver limpo, reimplante imediato

• Nunca segurar o dente pela raiz. Sempre segurar pela coroa com uma gaze úmida

• Não raspar, secar ou escovar a raiz para manter a integridade do ligamento


periodontal que é fundamental para o reimplante

• Limpeza prévia, se necessário, com: soro fisiológico

• Armazenamento do dente: soro fisiológico, leite, solução balanceada de hanks (HBSS)


e safe tooth. Preferencialmente em leite porque é mais acessível para a população

• Não colocar em saliva, pois possui bactérias e não deixar o ligamento periodontal seco
pois ele pode morrer

Conduta clínica:

Dente em condições para reimplante imediato:

• Tratar o dente de maneira adequada

• Fazer radiografia do alvéolo para verificar se não tem nenhum corpo estranho no
interior do alvéolo ou fratura óssea, dentária ou de tecido mole

• Limpar a região, higienizar os lábios e tecidos gengivais

• Sustentar hemorragias

• Obter campo de trabalho com condições adequadas e com possibilidade de diagnóstico


correto do tipo de trauma

• Preparar o alvéolo, preferencialmente o alvéolo não deve sofrer perturbações

• Se necessário irrigar com soro fisiológico

• Reimplantar o dente e segurar por 5 minutos

• Fazer outra radiografia para ver se esta posicionado corretamente anatomicamente

Período maior que 1 hora para o reimplante:


• Desorganizar o coágulo com cureta para induzir o sangramento

• Não curetar as paredes do alvéolo para preservar o ligamento periodontal

• Neste período o dente fica armazenado em meio liquido

• Segurar o dente pela coroa com gaze umedecida

• Introduzir no alvéolo, normalmente é indolor quando imediato, caso contrário realizar


anestesia

• Evitar pressão exagerada

• Manter na posição final com pressão bidigital de 2 a 5 minutos

• Contenção rígida ou semirrígida (utilizar a rígida se tiver fratura de osso ou de alvéolo)

• Fazer outra radiografia para verificar se o dente voltou a sua posição de origem e
preencheu completamente o alvéolo

• Em caso negativo: o dente deve ser reposiconado

Tratamento:

Contenção:

Tipo de contenção e tempo são significativos para o êxito do tratamento

− Semirrígida: fio de nylon

• Quando não há fratura radicular ou de tábua óssea

• 2 a 3 semanas

• Mais estética

• Favorece o reparo (movimentos fisiológicos)

− Recomendações:

• Alimentação fria ou gelada nos primeiros dias e pastosa por 2 semanas, não mastigar
sobre os dentes envolvidos.

• Anti-inflamatórios e antibióticos

• Soro antitetânico e vacina

• Soluções antimicrobianas para bochecho

• Controle de placa

• Retorno em 48h ou 72h após o atendimento inicial


• Necrose pulpar em 100% dos casos

Tratamento endodôntico:

• Não é recomendado realizar o tratamento endodôntico antes do reimplante, já que o


tempo para reimplantar é crucial e assim preservar as fibras do ligamento periodontal

• Fazer o acesso aos canais na primeira semana após o reimplante para colocação do
hidróxido de cálcio

• Se a pessoa estiver longe de um tratamento adequado, ela mesma pode reimplantar o


dente, quanto menor o tempo fora do alvéolo, melhor. Recomendar armazenamento
do dente em leite e lavar em soro fisiológico

− Tratamento em dente despolpado:

• Diferencial: não colocar grampo no dente reimplantado para realizar o tratamento


endodôntico

• Em que momento tratar? entre o segundo e o sétimo dia, diminui o risco de reabsorção

• Porque empregar o HC como curativo de demora? agente antimicrobiano, impede a


progressão da reabsorção inflamatória e proporciona um ambiente favorável ao reparo

• Quanto tempo usar o HC? controverso, 6 meses parece ser adequado (controles
mensais)

• É necessário trocar a pasta de HC? Não é necessário, somente quando houver


solubilidade da pasta, sintomatologia ou queda de selamento. Controle a cada 3 meses

• Quando realizar a obturação definitiva? rizogênese incompleta: intervenção


endodôntica somente quando diagnostica a necrose pulpar – apicificação. Só realiza a
obturação quando radiograficamente a lamina dura estiver intacta e não apresentar
nenhuma reabsorção

• Possibilidade de revascularização (43% abertura foraminal entre 1 a 3 mm), período


extra-alveolar até 45 minutos armazenado em meio adequado

• Controle mensal, paredes finas e túbulos amplos possuem reabsorção muito rápida

Prognóstico:

• Até 15 minutos fora do alvéolo – prognóstico favorável, pouca chance de ocorrer


necrose

• Até 30 minutos fora do alvéolo não há necrose do ligamento periodontal – 90% de


sucesso

• Em ambiente úmido até 1h – 70% das células do ligamento periodontal são viáveis

• Após 3h em armazenamento não adequado – ligamento periodontal necrosa e a


reabsorção é esperada
• Se não houver infecção + reabsorção inflamatória, ocorre anquilose + reabsorção
substituta

REVASCULARIZAÇÃO PULPAR:

→ Definição:
• A revascularização pulpar é um procedimento que visa substituir estruturas
danificadas, reestabelecer a vitalidade pulpar, promover o fechamento apical e dar
continuidade ao desenvolvimento radicular

→ Indicação:

• Dentes jovens com rizogênese incompleta e necrose pulpar secundária (trauma)

→ Contra-indicação:

• Dentes com necessidade de intervenção ortodôntica

• Pacientes alérgicos a medicamentos ou antibióticos necessários para desinfecção do


canal

→ Características:

• Baseia-se na desinfecção dos canais radiculares e na indução de sangramento da região


periapical

• O tratamento pode ser realizado em uma ou duas sessões através de uma técnica
bastante simples

• Entre seus maiores benefícios está o desenvolvimento do término radicular que


fortalece a raiz e pode garantir maior permanência na cavidade oral, reduzindo o risco
de fratura e perda do elemento

→ Protocolo clínico:

• A instrumentação mecânica do canal nesses casos deve ser mínima ou, de preferência
inexistente. O protocolo utilizado, de acordo com a associação americana de
endodontia de 2013, propõe o seguinte:

Primeira sessão:

Ocorre a limpeza dos canais radiculares por meio de irrigação abundante com alguma
substância química auxiliar e em seguida é inserida a medicação intracanal que permanece
aproximadamente 3 semanas dentro do canal

1. Anestesia local, isolamento absoluto, acesso ao canal

2. Realizar odontometria para saber o quanto deve ser calibrado o instrumento para estimular
o sangramento

3. Irrigar várias vezes e de forma cuidadosa, secar os canais

4. Colocar pasta antibiótica ou hidróxido de cálcio no interior dos canais

5. Se a pasta antibiótica for utilizada é importante assegurar que se mantenha abaixo da


junção amelo-cementária para não causar escurecimento da coroa

6. Selar 3-4 mm com material restaurador provisório


7. Aguardar 3 a 4 semanas até a próxima consulta

Segunda sessão:

1. Avaliar a resposta ao tratamento inicial

2. Anestesia sem vasoconstritor e isolamento absoluto

3. Irrigar com 20 mL de EDTA 17% seguido de soro fisiológico

4. Secar com cones de papel

5. Criar sangramento dentro dos canais através da sobre instrumentação

6. Parar sangramento à 3 mm da junção amelo-cementária

7. Aplicar 3 a 4 mm de MTA, ionômero de vidro reforçado e realizar a restauração final

→ Soluções irrigadoras

• A solução irrigadora exerce o papel de desinfecção primária

• Devem ter propriedades bactericidas e bacteriostáticas, tendo ao mesmo tempo um


efeito citotóxico mínimo sobre as células-tronco e os fibroblastos, permitindo sua
sobrevivência e capacidade de multiplicação
Hipoclorito de sódio:

• É a solução mais utilizada

• Deve ser complementada por uma lavagem com solução salina para reduzir a
citotoxicidade na região periapical

• Possui ação antimicrobiana e capacidade de dissolução de matéria orgânica

Gluconato de clorexidina:

• Alguns estudos relatam que a utilização de clorexidina pode interferir nas células-
tronco

• Não tem ação de dissolução de matéria orgânica, mas possui amplo espectro
antimicrobiano

→ Medicação intracanal:

• Hoshino e colaboradores em 1996 constataram que a medicação intracanal mais


efetiva é composta pela associação de três antibióticos (metronidazol, minociclina e
ciprofloxacina) que apresentou boa capacidade antimicrobiana frente aos principais
patógenos endodônticos.

• No entanto essa medicação apresenta alguns efeitos colaterais:

− Possibilidade de escurecimento da coroa dental devido à presença da minociclina,


derivado sintético da tetraciclina

− Desenvolvimento da resistência microbiana é outro fator relevante sobre a utilização


desta, porém não há estudos que comprovem esta afirmação

→ Proservação:

• Geralmente o tempo necessário para verificar algum progresso do tratamento


realizado é de no mínimo 6 meses

• Podem apresentar quatro tipos de respostas ao tratamento de revascularização


pulpar:

− Tipo I: aumento da espessura das paredes dentinárias do canal radicular e continuação


do desenvolvimento radicular

− Tipo II: a continuação do desenvolvimento radicular não foi significante, porém foi
observado fechamento do forame apical

− Tipo III: continuação do desenvolvimento radicular, porém sem o fechamento do


forame apical

− Tipo IV: calcificação (obliteração) do canal radicular


− Tipo V: barreira de tecido duro formada entre o plug de MTA cervical e do ápice
radicular

AGREGADO TRIÓXIDO MINERAL (MTA):

→ Definição:

• O MTA é um cimento odontológico hidráulico, isto é, estável em presença de água, mas


com solubilidade relativamente baixa

• É um cimento reparador que foi desenvolvido para selar as vias de comunicação entre
o sistema de canais radiculares e o periodonto, principalmente nos casos de
perfurações e retroobturações

→ Histórico:

• Descrito em literatura pela primeira vez em 1993 por Mahmoud Torabinejad

• Aprovação para uso endodôntico pela FDA ocorreu em 1998

• Primeiro relato de uso como material retro-obturador associado a cirurgia apical em


1999

→ MTA cinza X MTA branco:

• Inicialmente o MTA era comercializado em formulação cinza, mas devido a problemas


de manchamento dos dentes foi desenvolvido a formulação branca que tem menor
quantidade de ferro, alumínio e magnésio em comparação com o cinza

→ Composição química:

• MTA branco e cinza (dentsply): 75% cimento portland, 5% sulfato de cálcio diidratado e
20% óxido de bismuto

• MTA cinza: 80% cimento portland e 20% óxido de bismuto

• MTA branco: 80% de cimento portlad e 20% de tungstato de cálcio

→ Manipulação:

• 1 dose da pá medidora para 1 gota de água destilada

• Tempo de presa inicial: 15 minutos

→ Propriedades físico-químicas:

• Tamanho das partículas

• Presença de água durante a presa do material


• Quantidade de água absorvida

• Não incorporação de bolhas de ar durante a mistura

• Pressão utilizada durante a condensação

• Tipo de MTA

• pH do meio

• Temperatura

• Tipo de veículo utilizado

• Espessura do material

• Atividade antimicrobiana (pH)

• Tempo de presa

• Radiopacidade

• Selamento

• Formação de tecido mineralizado

• Biocompatibilidade

• Estabilidade dimensional

• Resistência a compressão

→ Indicações do MTA:

• Capeamento pulpar direto

• Apicificação (polpa necrosada)

• Apicigênese

• Reparo de perfuração radicular

• Retro-obturação com MTA

• Plug coronal de MTA após obturação

• Reparo de fratura vertical

• Reabsorções radiculares

• Pulpotomia de dentes permanentes e decíduos

→ Desvantagens do MTA:
• Alteração de cor do dente tratado com MTA do tipo cinza

• Dificuldade do manuseio do material em determinadas etapas

• Tempo de presa longo

• A não existência de um solvente para esse material

• Dificuldade de remoção após tomar presa

• Elevado custo do MTA e do instrumental para manuseio

LOCALIZADOR APICAL:

→ Introdução:

• Quando ocorre uma infecção no sistema de canais radiculares é necessário fazer um


tratamento

• Com o intuito de auxiliar o CD na odontometria foram criados os localizadores apicais,


onde localizam o ponto de maior constrição do canal radicular que é conhecido como
JCD

→ Funcionamento:

• Funciona como um circuito elétrico como o utilizado para acender uma lâmpada

• Este circuito é fechado por duas extremidades chamadas de eletrodos e o isolante


elétrico do circuito é a dentina

• Posicionar a lima no canal, colocar a haste em posição e levar a lima em direção apical
em movimento de exploração até encontrar a leitura 0´0

• A região apical mais estreita, onde existe menor espessura de dentina funciona como
uma barreira física que dificulta a passagem de corrente elétrica alternada. É ai que o
localizador começa a apitar

→ Vantagens:
• Maior precisão na mensuração de canais radiculares

• Admite mensuração mesmo na presença de fluidos e exsudatos (terceira geração)

• Simples, seguro, preciso e confiável

• Identifica alterações no comprimento durante todo trabalho

• Diminui o número de exposição à radiação

• Conforto ao paciente

• Localiza possíveis fraturas e perfurações na raíz

→ Desvantagens:

• Primeira geração: necessidade de canal seco

• Segunda geração: necessidade de material isolante e dificuldade em mensuração de


canais atrésicos

• Terceira geração: necessidade de ajuste inicial

→ Métodos de realizar a odontometria:

Vários métodos já foram propostos para determinação do comprimento do canal radicular:

• Resposta do paciente à dor provocada pela ultrapassagem de um instrumento pelo


forame apical

• Odontometria radiográfica: realidade em 2D, sobreposição de estruturas e distorção


de imagens

• Odontometria eletrônica (localizadores apicais): preciso, rápido e seguro nos


resultados

→ Localizador apical:

• O método eletrônico consegue identificar alterações no comprimento durante todo o


preparo, o que evitar a sobre-instrumentação

→ Convencional X Localizador apical

• Ao utilizar o método convencional a tomada radiográfica é a técnica empregada na


determinação do comprimento de trabalho e por isso o seu uso é limitado, pois a
constrição apical não pode ser encontrada

• Ao utilizar o método eletrônico na determinação do comprimento de trabalho, a


exposição do paciente à radiação pode ser reduzida em função do menor número de
tomadas radiográficas necessárias e é encontrada a constrição apical

→ Outros usos:
• Auxiliar na detecção de perfurações radiculares

• Detectar fraturas horizontais

• Identificar qualquer conexão entre o canal radicular e o ligamento periodontal, como


fratura da raíz, rachaduras e reabsorção interna ou externa

→ Problemas:

• Tecido vital intacto, exsudatos inflamatórios e sangue podem conduzir corrente


elétrica e causar leituras imprecisas, de modo que sua presença deve ser minimizada
antes da utilização do aparelho

• Formato do canal, falta de permeabilidade, acúmulo de detritos dentinários e


calcificações podem afetar a determinação do comprimento do trabalho

OBTURAÇÃO TERMOPLASTIFICADA:

Técnicas termomecânicas

Técnicas térmicas propriamente ditas

− Técnicas não injetáveis

− Técnicas injetáveis e mistas

Técnicas de obturação termoplastificada:

Técnicas termomecânicas:

1. Técnica de McSpadden:

→ Introdução:
• McSpadden em 1980 introduziu a técnica de termocompactação da guta-percha

• O instrumento fundamental é de aço inoxidável e apresenta configuração semelhante


a uma lima Hedstroem, porém com as espirais invertidas, sendo chamado de
compactador de McSpadden (o calibre varia de 25 a 140)

• O compactador é montado no contra-ângulo, o atrito do instrumento com as paredes


de dentina gera calor suficiente para plastificar a guta-percha permitindo o
escoamento lateral e apical do material obturador

• Necessita ser girado no interior do canal no sentido horário

→ Vantagens:

• Melhor adaptação da guta-percha às paredes dentinárias

• Excelente selamento apical

→ Desvantagens:

• Alto risco de fratura do compactador

• Extrusão de guta-percha além do forame apical

• Elevada temperatura podendo levar à lesão dos tecidos vitais do periodonto

• Não existe sensação tátil sobre os procedimentos realizados

2. Técnica híbrida de Tagger:

→ Introdução:

• Em 1984 Tagger introduzir a técnica híbrida que é a união da técnica de compactação


lateral com a técnica de McSpadden

• Os objetivos são obturação tridimensional do canal sem extravasamento do material


obturador

• Um cone de guta-percha bem adaptado na porção apical evita seu deslocamento, atua
como barreira contra a sobre-obturação e possibilita um preenchimento completo em
todo canal radicular

• Tagger salienta que a técnica não esta indicada para canais curvos

→ Técnica:

1ª técnica: obturação do terço apical

2ª técnica: obturação do terço médio e cervical

• Inserindo um compactador de guta-percha com calibre já escolhido


• Girar sempre no sentido horário

• Provocar o amolecimento e compactação da guta-percha

• Neste técnica o compactador não deve atingir a porção apical

Técnicas térmicas propriamente ditas não injetáveis:

1. Condensação vertical da guta percha aquecida:

→ Introdução:

• Procedimentos de aquecimento, remoção e compactação de novos segmentos de guta-


percha são repetidos até que o canal fique totalmente preenchido

• A condensação lateral resulta numa melhor distribuição do cimento nos terços médio e
cervical, quando comparada com a compactação vertical com guta-percha aquecida

→ Procedimento:

• Escolha do cone principal

• Seleção de calcadores que possam ser levados próximos ao terço apical do canal

• Cimento preparado e previamente introduzido no canal radicular

• Espaçador quente ou o Touch’n Heat levado ao canal para promover aquecimento do


cone

• Compactação imediata

→ Desvantagens:

• Não haver controle de material empregue dentro do canal, ou seja, pode ocorrer
extravasamento para a zona periapical

• Pode levar a uma fratura vertical da raíz

2. Sistema Thermafil:

→ Introdução:

• Obturadores Thermafil são hastes plásticas revestidas com uma guta-percha mais
pegajosa e fluída do que a tradicionalmente utilizada, comercializados em diferentes
calibres
• Com a ajuda dos verificadores, o obturador é selecionado de acordo com as dimensões
do canal

• O verificador é introduzido no canal e ajustado ao seu diâmetro e comprimento sem


pressões excessivas

• O obturador possui o mesmo número do verificador

→ Procedimento:

• É colocado uma pequena quantidade de cimento no terço cervical do canal

• Obturador thermafil colocado no forno para termoplastificação da guta-percha

• Inserido firme e lentamente no canal

• Corte da haste plástica com uma broca esférica

• Guta-percha compactada verticalmente com condensadores adequados

• Quando necessário, a obturação dos terços cervical e médio pode ser complementada
com cones acessórios

3. System B – condensação em ondas contínuas:

→ Procedimento:

• Pequena quantidade de cimento endodôntico e posição do cone principal

• Realizar introdução do calcador selecionado e pressionar o interruptor que elevará a


temperatura do calcador, gerando o amolecimento e compactação da guta-percha,
ocupando os espaços nos sistemas de canais

• Pressão com calcador frio durante 10 segundos

• Aciona-se novamente o interruptor

• Calcador aquecido desgrudará da guta-percha e será retirado do canal

• Dessa forma, será obtida a obturação tridimensional da porção apical do canal


radicular, ficando terços médio e coronário deprovidos de obturação

→ Desvantagens:

• Possibilidade de formação de bolhas

• Alto custo do aparelho

• Risco de fratura

→ Vantagens:
• Selamento tridimensional hermético do sistema de canais radiculares

• Excelente controle apical dos materiais obturadores

• Selamento mais eficaz do que a técnica de condensação lateral

4. Sistema MicroSeal:

→ Procedimento:

• Escolha e introdução do cone principal com pequena quantidade de cimento


endodôntico

• Espaçador digital criará espaço para introdução do compactador tipo McSpadden

• Compactador recoberto de guta-percha termoplastificada é introduzido no canal

• Ao girar no sentido horário, promoverá a homogeinização entre os dois tipos de guta-


percha, obturando tridimensionalmente o sistema de canais radiculares

Técnicas térmicas propriamente ditas injetáveis e mistas:

1. Obtura II:

→ Introdução:

• A porção apical deverá ser a menor possível para prevenir a extrusão da guta-percha

• Possui uma pistola onde é inserido a guta-percha em bastão aquecida à temperatura


de 200 graus

→ Vantagens:

• Selamento apical

• Obturação dos canais laterais

→ Desvantagens:

• Domínio da técnica

• Equipamento especial e alto custo

2. Gutta-Flow:

→ Introdução:

• Tendência de extrusão da Gutta-Flow aumenta a preocupação em relação à


citotoxicidade
• O protocolo clínico mais viável parece ser emprega-lo com a técnica do cone único até
o terço médio do canal

• Gutta-Flow mostra-se ser satisfatória, desde que o risco de sobre-obturação seja


controlado com a prévia confecção do stop apical ou de um tampão

• Biocompatibilidade do Gutta-Flow é questionável

3. Unidade de obturação combinada:

• Composta por duas partes: uma peça de mão idêntica à do System B e outro peça
chamada Extruder (cânulas que contem em seu interior guta-percha ou Resilon)
ACIDENTES E COMPLICAÇÕES:

→ Os acidentes em endodontia podem ocorrer antes, durante e após a conclusão do


tratamento

1. Antes de iniciar o tratamento:

Abordagem do dente errado:

→ Causas: erro de diagnóstico. Lesões que envolvem mais de um dente e não é possível
confirmar a qual dente a lesão pertence apenas pela análise radiográfica, por isso devemos
associar a testes clínicos.

→ Prevenção: conhecimento para o correto diagnóstico

→ O que fazer: conscientizar o paciente e tratar o dente correto

→ Prognóstico: em teoria o prognóstico é bom se fizer um tratamento endodôntico adequado,


mas pelo erro, o paciente acaba tendo que fazer mais de uma endodontia

Tratamento mal-conduzido:

→ Causas: erro de diagnóstico

• Abscesso periapical agudo X abscesso periodontal agudo

• Pulpite aguda irreversível X abscesso periapical agudo

→ Prevenção: conhecimento da patologia do tecido pulpar e periodontal e correto diagnóstico


diferencial

→ O que fazer: conscientizar o paciente e tratar o dente correto

→ Prognóstico: bom desde que o correto tratamento seja realizado

2. Durante o acesso ao canal:

Comprometimento da coroa ou restauração pré-existente:

→ A colocação de grampos para isolamento sobre coroas de cerâmica ou metalocerâmica


pode causar a fratura do material na região cervical. Quando queremos manter a coroa ou
restauração devemos fazer um isolamento modificado com auxilio de fio dental ou adesivo
(top dam e superbonder)
Desgaste excessivo da estrutura dental e a formação de degraus nas paredes e assoalho da
câmara pulpar:

→ Causas:

• Uso de brocas muito calibrosas em relação à dimensão da câmara pulpar

• Tentativa de localizar canais

• Erro na direção de abertura

→ Consequências: o desgaste excessivo promove enfraquecimento do dente e a formação de


degraus gera dificuldade na localização e preparo dos canais

→ Prevenção: conhecimento da anatomia interna, avaliação da posição do dente na


radiografia, avaliação das dimensões da câmara pulpar na radiografia, uso de brocas do
tamanho adequado e na direção do dente

→ O que fazer: ao finalizar o tratamento, reconstruir o dente de forma racional

→ Prognóstico: bom

Perfuração:

→ Definição: lesão artificial e involuntária comunicando a cavidade pulpar com o ligamento


periodontal

→ Causas:

• Uso de brocas muito calibrosas em relação às dimensões da câmara pulpar

• Tentativa de localizar canais

• Erro na direção de abertura

• Espessura reduzida do assoalho da câmara pulpar

→ Prevenção: conhecimento da anatomia interna, avaliação da posição do dente na


radiografia, avaliação das dimensões da câmara pulpar na radiografia e uso de brocas do
tamanho adequado

→ Detecção: sangramento subido e contínuo, dor repentina, gosto ruim ou sensação de


queimação durante a irrigação com hipoclorito de sódio, exame radiográfico e localizador
apical

→ Tratamento:

• Supra-gengival e coronal à crista óssea: restauração imediata sem maiores dificuldades


• Defeito na altura da crista óssea ou apical a ela: procedimento cirúrgico ou
tracionamento ortodôntico para restauração das distâncias biológicas e correto
selamento ou restauração

• Quando pequena recomenda-se selamento com MTA, IRM ou ionômero de vidro

• Quando extensa, recomenda-se tratamento cirúrgico

→ Prognóstico: depende do tamanho do defeito, de sua localização, do tempo de exposição e


da possibilidade de selamento. Assim como da condição periodontal e do grau de higiene oral
do paciente

• Bom se o defeito for coronal à crista óssea e ruim se estiver na altura da crista óssea

• Se a perfuração ocorrer na região de furca o prognóstico depende principalmente do


tamanho e do grau de contaminação do defeito (tempo de ocorrência do acidente)

Canais não detectados e não tratados:

→ Causas:

• Desconhecimento da anatomia interna

• Presença de calcificações

• Falta de atenção na análise da radiografia

• Pouca importância dada à exploração

• Acesso inadequado

→ Detecção:

• Rx de odontometria ou pré-final quando o canal em tratamento se encontra fora do


centro da raiz

• Rx de controle quando evidencia insucesso do tratamento endodôntico

→ Prevenção: conhecimento da anatomia interna, análise atenta do exame radiográfico (se


houver necessidade, Rx com dissociações horizontais) e correto acesso coronário eliminando
possíveis interferências

→ Prognóstico: bom quando for possível localizar e tratar o canal e ruim quando não for
possível

Fratura de broca:

→ Causas:

• Ocorre em função de movimentos de alavanca aplicados durante a abertura coronária

• Podem ocorrer com as brocas de alta ou baixa rotação, como as: Gates glidden e largo
Brocas de alta rotação Brocas de baixa rotação
Ocorre normalmente quando o acesso já está
Ocorre geralmente no inicio da abertura finalizado e quebram na entrada ou no
interior do canal
Continua-se o acesso evitando a broca e Primeira tentativa é de remover por meio da
trabalhando ao seu redor irrigação
Conforme a abertura é finalizada, a Ultrassom com uma lima acoplada
tendência da broca é deslocar-se para fora
A irrigação pode auxiliar nesta manobra Dependendo do nível, quando não é possível
a remoção, o canal é obturado a esse nível

• Queda de material restaurador na cavidade pulpar

• Calcificação

3. Durante o preparo do canal:

Sobre instrumentação:

→ Definição: quando o instrumento fica além do comprimento do dente durante o tratamento

→ Causas:

• Erro na odontometria (angulação incorreta – alongamento na radiografia fornece


medida maior do que realmente é)

• Erro na calibragem dos instrumentos durante a modelagem

• Pressão excessiva durante a instrumentação

• Alteração na posição dos cursores

• Alteração no bordo de referência durante a odontometria e modelagem

→ Detecção: sangramento direto ou indireto (percebido durante a secagem com cones de


papel), dor repentina ou tardia e radiografia com instrumento ou cone além do canal

→ O que fazer: recuar o CTM e refazer o stop apical, medicação com analgésicos e anti-
inflamatórios

→ Prognóstico: bom

Sub instrumentação:

→ Definição: quando o instrumento fica aquém do comprimento do dente durante o


tratamento

→ Causas:
• Erro na odontometria

• Erro na calibração dos instrumentos

• Erro na manutenção do CTM

• Falta de irrigação

• Formação de degrau em canais curvas por falta de pré-curvar a lima

→ Detecção: exame radiográfico e clínico, instrumentação não alcança o CTM

→ O que fazer:

• Corrigir o CTM e refazer o stop apical

• Não sendo possível recuperar o CTM, irrigar bem, valorizar o uso de curativos de
demora e fazer controle do caso

• Em casos de insucesso, a cirurgia paraendodôntica esta indicada

→ Prognóstico: depende da recuperação do CTM correto, pode ser bom ou ruim

Formação de degrau:

→ Definição: perda do trajeto original do canal radicular que impede ou dificulta o avanço do
instrumento em direção apical

→ Causas:

• Acesso mal realizado

• Cinemática incorreta

• Instrumentos muito calibrosos em canais curvos

• Modelagem sem pré-curvatura dos instrumentos

• Irrigação inadequada

→ Prevenção: bom acesso ao canal, irrigação constante, cuidado ao utilizar instrumentos


calibrosos em canais curvos, uso com cuidado de soluções quelantes, uso demorado de
instrumentos de pequeno calibre e pré-curvatura dos instrumentos

→ Detecção: o instrumento não alcança mais o CTM e fica solto no canal

→ O que fazer:

• Evitar fazer pressão apical

• Irrigar o canal e tentar ultrapassar o degrau com instrumentos finos, flexíveis e pré-
curvados
• Realizar pequenos movimentos oscilatórios com intuito de desviar do degrau e
encontrar o canal

• Evite o uso de quelantes e realizar radiografias para monitorar, cuidar para não
perfurar a raiz

Perfuração radicular:

→ Causas:

• Nos terços cervical e médio é resultante do uso abusivo de Gates glidden ou largo e
limagem excessiva com instrumentos muito calibrosos

• No terço apical por formação de degrau em canal curvo

→ Detecção: sangramento direto ou indireto, dor repentina ou tardia, instrumento fica solto
no canal, exame radiográfico

→ Prevenção: análise cuidadosa do Rx inicial, irrigação constante, pré-curvatura dos


instrumentos, cuidado com instrumentos rotatórios, uso demorado de instrumentos de
pequeno calibre e considerar sempre que o canal é curvo

→ O que fazer:

• Terço cervical: tracionamento ortodôntico, procedimento cirúrgico ou selamento

• Terço médio: selamento ou tratamento endodôntico deste canal artificial

• Terço apical: irrigação e tentar encontrar o trajeto original

→ Prognóstico: depende do tamanho do defeito, da sua localização, da contaminação da área


e a possibilidade de acessos para selamento

• Nos terços médio e apical da raiz o prognóstico será bom se o canal original for
resgatado e a perfuração selada

• Se não for possível recuperar o trajeto original o prognóstico será sombrio

Fratura de instrumento:

→ Causas:

• Erro na cinemática

• Uso de força excessiva

• Tentativa de remover instrumentos presos às paredes do canal


• Uso de instrumentos velhos ou morfologicamente alterados

→ Detecção: exame radiográfico, instrumento visivelmente fraturado e perda do CTM

→ Prevenção: respeitar a cinemática, renovar instrumentos alterados, não forçar a


ultrapassagem de obstáculos, pré-curvar os instrumentos e manter o canal sempre úmido

→ Tratamento:

• Tentar remover ou ultrapassar o instrumento e continuar o tratamento (boa irrigação e


instrumentos finos pré-curvados)

• Soluções lubrificantes e ultrassom podem ser utilizados

• Se a remoção ou a ultrapassagem não for possível obturar o canal até o limite possível

• Se fraturar além dos limites do canal a remoção é praticamente impossível, medicar e


acompanhar

Compactação de dentina:

→ Causas:

• Falta de irrigação e acúmulo de dentina

• Não utilização do instrumento memória ou patência

→ Detecção: o instrumento não alcança mais o CTM e perda de patência apical

→ Prevenção: irrigação constante e abundante, reutilizar o instrumento memória e patência

→ O que fazer: irrigação abundante e com instrumento fino tentar ultrapassar o tampão
apical e muito cuidado em canais curvos, pois pode levar à perfuração da raíz

Aspiração e deglutição de instrumentos:

→ Causas: não utilização de isolamento absoluto

→ Consequências:

• Deglutição: possibilidade de lesão das paredes vasculares, hemorragia e apendicite

• Aspiração: tosse, cianose e hipóxia. Pode levar à pneumoia, abscesso pulmonar e


inclusive a óbito

→ Prevenção: uso de isolamento absoluto

→ O que fazer: encaminhar o paciente para o setor de emergência, acompanhar o paciente e


levar um instrumento similar e as despesas do tratamento do paciente devem ficar por conta
do profissional

Injeção de solução no periápice:


→ Causas:

• Uso de pressão exagerada durante a irrigação do canal

• Agulha de irrigação mal calibrada

→ Prevenção: respeito aos princípios de irrigação

→ Consequências:

• Solução inócua ou biocompatível: inflamação decorrente do trauma físico

• Hipoclorito de sódio: trauma físico + destruição tecidual, que gera dor aguda e
prolongada, hemorragia, equimose e edema. Pode causar ainda infecção secundária e
parestesia e indivíduos alérgicos apresentam problemas respiratórios

• Água oxigenada: pode causar enfisema

→ O que fazer:

• A dor deve ser atenuada com anestesia e analgésicos, orientação para o uso de gelo na
área afetada por 24h seguido de bochechos com água morna

• Em casos de infecção secundária é indicado o uso de antibiótico, anti-inflamatório e


anti-histamínico

• Encaminhar para o hospital

Enfisema:

→ Causas:

• Jato de ar direcionado ao canal

• Ar da caneta de alta rotação direcionado aos tecidos durante a realização de cirurgia


apical

• Irrigação com peróxido de hidrogênio

→ Consequências: dor, edema, eritema, disfagia, dispneia e pode causar infeccão secundária

→ Prevenção: evitar o uso de peróxido de hidrogênio como solução irrigadora, não direcionar
o jato de ar da seringa para a entrada do canal e não direcionar o ar da caneta de alta
rotação diretamente para os tecidos periapicais

→ O que fazer: prescrever antibiótico e anti-inflamatório e se as vias respiratórias ficarem


comprometidas acompanhar o paciente ao hospital
4. Durante a obturação do canal:

Obturação deficiente:

→ Causas:

• Falha na seleção do espaçador

• Falha na seleção do cone principal e acessórios

• Quantidade insuficiente de cimento obturador

• Quantidade insuficiente de cones acessórios

→ Detecção: presença de espaços vazios na radiografia

→ O que fazer: introduzir mais material no canal

→ Prognóstico: péssimo se não conseguir arrumar

Sobre obturação:

→ Causas:

• Sobre instrumentação

• Ausência de stop apical

• Seleção incorreta do cone principal

• Cone principal mal adaptado

• Uso de cimento fluído em quantidade excessiva

→ Detecção: radiograficamente

→ Prevenção: determinar e manter o CTM (novo stop apical), selecionar corretamente o cone
principal e manipulação correta do cimento

→ O que fazer: medicar o paciente se necessário, controle pós-operatório e cirurgia


paraendodôntica

→ Prognóstico: depende do selamento apical obtido, da quantidade de material extravasado


e da sua compatibilidade biológica, assim como da própria sensibilidade e capacidade
reacional do paciente

Sub obturação:

→ Causas:

• Sub instrumentação

• Erro na seleção ou cimentação do cone principal


→ O que fazer: remover todo o material do canal e refazer o stop apical para obturar o canal

→ Prevenção: determinar e manter o CTM, selecionar o cone principal e fazer a Rx da prova


do cone e Rx pré-final

→ Prognóstico: bom

Fratura do dente:

→ Causas:

• Falta de reconstrução coronal prévia

• Excesso de força durante a compactação lateral ou vertical

→ Detecção: som característico e dor repentina, radiolucidez ao longo do periodonto e


surgimento de fístula

→ O que fazer:

• Fratura vertical: extração

• Fratura oblíqua: remover o fragmento, analisar o periodonto e reconstruir o dente da


forma mais adequada

→ Prevenção: evitar força excessiva durante a compactação e reconstrução coronal com


material resistente

→ Prognóstico: péssimo se não selar

5. Após a conclusão do tratamento endodôntico:

Perfuração durante o preparo do canal para retentor:

→ Causas:

• Falta de conhecimento da anatomia interna

• Uso de brocas com ponta ativa

• Desrespeito ao longo eixo do dente

• Uso de brocas ou pontas muito calibrosas

→ Detecção: sangramento súbito, dor repentina ou mediata, exame radiográfico indicando a


presença de instrumentos no periodonto e localizador apical eletrônico
→ Prevenção: conhecimento da anatomia interna, bom exame radiográfico, preparo do canal
com brocas de pontas inativas, atenção ao longo eixo do dente e durante a obturação, se
estiver indicada a colocação de pino intra-radicular, já realizar a compactação vertical
deixando os terços cervical e médio já esvaziados no nível desejado

→ O que fazer: as mesmas orientações dadas quando ocorre perfuração da raiz nos terços
cervical e médio

→ Prognóstico: mesmo que o da perfuração:

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