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Ana Beatriz Galindo

FARMACOLOGIA CLINICA DO ALZHEIMER GRAVE

DEFINIÇÃO

• Doença neurodegenerativa progressiva e


irreversível, que leva a distúrbios cognitivos e perda
de memória (aprendizagem/evocação)
• A cognição é composta por memória, orientação,
julgamento, atenção, capacidade executiva e
linguagem.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA A DOENÇA DE FISIOPATOLOGIA


ALZHEIMER
A demência do tipo Alzheimer tem três características
• Perda da memória ou uma ou mais habilidades diferenciais: 1) o acúmulo de placas senis (acúmulo β-
cognitivas. amiloide); 2) a formação de numerosos entrelaçados
• Alteração substancial na função ocupacional ou neurofibrilares; e 3) a perda de neurônios corticais,
social. particularmente colinérgicos. Os tratamentos atuais
• O déficit não ocorre exclusivamente em quadro de visam melhorar a transmissão colinérgica no SNC ou
delirium. evitar as ações excitotóxicas resultantes da
superestimulação dos receptores NMDA glutamato em
Possível doença
certas áreas do cérebro. As intervenções
• Típica história de DA com início insidioso e farmacológicas na doença de Alzheimer são apenas
progressão gradual. paliativas e oferecem um benefício modesto e de curta
• Perda cognitiva documentada por testes duração. Nenhum dos fármacos disponíveis altera o
neuropsicológicos. processo neurodegenerativo subjacente.
• Ausência de evidencias em exame físico e ou
complementar de outras causas de demência.

ESTÁGIOS

LEVE

MODERADO
Ana Beatriz Galindo

ONDE OCORRE A NEURODEGENERAÇÃO

Locais onde tem mais neurônios colinérgicos: córtex


pré frontal e parietal e hipotálamo

o Enzima alfa amiloide e beta amiloide – faz a


oxidação do processo neurodegenerativo
o Causa toxicidade dos neurônios
o Se aglomeram e formam a proteína tau
o Memantina: antagonista dos receptores
glutamaergicos
o A ideia é inibir a ação da acetilcolinesterase
o Alzheimer tem relação com as dislipidemias (por
conta da enzima APO-E)
o Estatinas podem retardar o Alzheimer (prevenção
ou desaceleração)

FATORES DE RISCO

Neurotransmissores envolvidos: Glutamato e


acetilcolina

Quero aumentar o tempo de permanência da FATORES DE PROTEÇÃO


acetilcolina – usar antagonista da acetilcolinesterase,
para aumentar a acetilcolina na fenda

Glutamato fica elevado – bloquear os receptores


glutamaergicos
Ana Beatriz Galindo

TRATAMENTO TERAPÊUTICA ESPECIFICA

Nutrientes que podem auxiliar no tratamento da Representantes dos inibidores da acetilcolinesterase


doença de alzheimer

Terapêutica específica

Reverter processos patofisiológicos que conduzem à


morte celular e à demência

Terapêutica profilática

Retardar o início da demência ou prevenir declínio


cognitivo adicional

Terapêutica complementar

Tratar as manifestações não -cognitivas da demência,


tais como, depressão, psicose, agitação psicomotora,
agressividade e distúrbio do sono.

Não existe tratamento capaz de alterar a evolução TRATAMENTO DOS SINTOMAS COGNITIVOS
Tratamento apenas atenua os sintomas Promovem o retardo na progressão da DA
- Tratamento dos sintomas cognitivos A utilização destes fármacos no déficit cognitivo ligeiro
- Tratamento dos sintomas comportamentais não demonstrou ter qualquer efeito no atraso do
aparecimento do Alzheimer.

Como tratar os sintomas comportamentais e


psiquiátricos (SCPD) da doença de Alzheimer?

Quais os alvos farmacológicos são usados na prática


clinica atualmente para o tratamento da doença de
Alzheimer?

o Inibidores da aacetilcolinesterases
o Inibidor do receptor glutamatérgico NMDA
Ana Beatriz Galindo

INIBIDORES DA COLINESTERASE Antagonista não competitivo do receptor de


Glutamato do tipo NMDA
Reduzem:
Memantina: principal representante dos inibidores
o Ansiedade
glutamaérgicos para tratar a doença de Alzheimer
o Apatia
o Alucinações • Melhora a via de memória e aprendizado
o Desinibição • Neuroproteção
o Comportamento motor
o Reações adversas com a memantina são pouco
Reações adversas
frequentes e leves, incluindo:
Náusea, vomito e diarreia -> hiper-reatividade Alucinações, confusão, tonturas, dores de cabeça e
colinérgica fadiga.

→ Esses fármacos não modificam a doença e lhes


faltam ações bem documentadas na patologia da
doença de Alzheimer. Entretanto, o conjunto de
evidências indica que retardam o declínio das
funções cognitivas e as manifestações
comportamentais por um tempo limitado.

LIVRO: Numerosos estudos relacionaram a perda


progressiva de neurônios colinérgicos e,
presumidamente, da transmissão colinérgica no córtex
com a perda da memória, que é o sintoma
característico da doença de Alzheimer. Postula-se que a
inibição da acetilcolinesterase (AChE) no SNC melhora
a transmissão colinérgica, pelo menos nos neurônios
que continuam funcionando. Os inibidores da AChE
aprovados para o tratamento da doença de Alzheimer
leve ou moderada incluem donepezila, galantamina e
rivastigmina. Todos têm alguma seletividade contra a
AChE do SNC comparado com a periferia. A
galantamina pode também aumentar a ação da ACh
nos receptores nicotínicos no SNC. Na melhor hipótese,
esses compostos oferecem uma redução modesta na
velocidade de perda da função cognitiva em pacientes
com Alzheimer. A rivastigmina é o único fármaco
aprovado para o tratamento da demência associado
com a doença de Parkinson e também o único inibidor
da AChE disponível em formulação transdérmica. A LIVRO: A estimulação de receptores glutamato no SNC
rivastigmina é hidrolisada pela AChE ao metabólito parece importante na formação de certas memórias.
carbamilado e não tem interação com fármacos que Contudo, a superestimulação de receptores glutamato,
alteram a atividade das enzimas CYP450. Os demais particularmente do tipo NMDA, pode resultar em
fármacos são substratos para a CYP450 e têm potencial efeitos excitotóxicos nos neurônios, e é sugerida como
para essa interação. Os efeitos adversos comuns mecanismo dos processos neurodegenerativos ou
incluem náuseas, diarreia, êmese, anorexia, tremores, apoptóticos (morte celular programada). A ligação do
bradicardia e cãibras musculares glutamato ao receptor NMDA causa a abertura do canal
iônico que permite a entrada de Ca2+ no neurônio. O
excesso de Ca2+ intracelular pode ativar inúmeros
processos, que finalmente lesam o neurônio e levam à
apoptose. Memantina é um antagonista do receptor
NMDA indicado contra a doença de Alzheimer
moderada ou grave. Ela atua bloqueando o receptor
NMDA e limitando o influxo de Ca2+ no neurônio, de
Ana Beatriz Galindo

modo que não são alcançados níveis intracelulares *antipsicóticos atípicos são os mais recomendados
tóxicos. A memantina é bem tolerada, com poucos
Quetiapina, olanzapina, antidepressivos
efeitos adversos dose-dependentes. Os efeitos
adversos esperados, como confusão, agitação e
intranquilidade, não se distinguem dos sintomas da
doença de Alzheimer. Devido ao mecanismo de ação Conclusão
diferente e aos possíveis efeitos neuroprotetores, a • Nos estágios iniciais da doença: inibidor de
memantina é frequentemente administrada em colinesterase.
associação com inibidor da AChE. • A meta do tratamento é retardar temporariamente
a progressão ou, no mínimo, reduzir a taxa de
declínio em vez de alcançar a recuperação
TERAPÊUTICA PROFILÁTICA completa da função cognitiva.
• Antioxidantes • Com o avanço da doença: a memantina pode ser
acrescentada ao esquema de tratamento.
• Estrogênios
• Os sintomas comportamentais geralmente são
• AINES
controlados com um antidepressivo serotonérgico
• Estatinas
ou, quando são graves a ponto de aumentar o risco
• Ginkgo-biloba
de morte, um antipsicótico atípico.
• Interromper o uso dos fármacos que tendem a
agravar os déficits cognitivos, (anticolinérgicos,
TERAPÊUTICA COMPLEMENTAR
benzodiazepínicos e outros sedativos-hipnóticos)
• Neurolépticos
• Estabilizadores do humor
• Antidepressivos

TRATAMENTO DOS SINTOMAS


COMPORTAMENTAIS

Nos estágios intermediários da doença o paciente


apresenta:

o Irritabilidade
o Ansiedade
o Irritação
o Paranoia
o Ilusões
o Depressão

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