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FARMACOLOGIA PARA ENFERMAGEM

AULA 06: FÁRMACOS DE ATUAÇÃO NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL


Farmacologia para Enfermagem
Conteúdo Desta Aula

Nesta aula vamos estudar:

• Sinalização química no SNC;

• Transmissão neuronal;

• Moléculas transmissoras;

• Distúrbios neurodegenerativos e fármacos;

• Depressão, ansiedade, manias e fármacos utilizados nos distúrbios afetivos;

• Distúrbios neuropsiquiátricos e medicamentos.

AVANCE PARA FINALIZAR


A APRESENTAÇÃO.
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Sistema Nervoso Central

• A função cerebral define a diferença entre os seres


humanos e as outras espécies;

• Alterações da função cerebral, sejam primárias ou


secundárias, levam a disfunções de outros sistemas e,
muitas vezes, exigem intervenções farmacológicas;

• O cérebro controla as principais funções em escalas


de tempo que variam de milissegundos através da
liberação de mediadores;

• Os processos básicos da transmissão sináptica, no


sistema nervoso central, são similares aos que
operam na periferia.

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Neurotransmissores e neuromoduladores

• Neurotransmissores rápidos, como o glutamato e o


GABA, agem através de canais iônicos operados por
voltagem;

• Neurotransmissores lentos e os neuromoduladores,


como dopamina, neuropeptídeos e prostanoides
operam, principalmente, através dos receptores
acoplados à proteína G;

• 0 mesmo agente, como o glutamato, a 5-


hidroxitriptanina e a acetilcolina, pode agir tanto
através dos canais controlados por voltagem quanto por
receptores acoplados à proteína G, e funcionar tanto
como neurotransmissor quanto como neuromodulador.

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Tipos de mediadores químicos

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Esquema das interconexões neuronais no SNC

• Neurônios 1, 2, e 3 são mostrados liberando os transmissores a, b, e c, respectivamente, que


podem ser excitatórios ou inibitórios e fazem diferentes conexões;

• Mesmo com essa simples rede, os efeitos da interferência induzida pelo fármaco nos sistemas
transmissores específicos podem ser difíceis de prever.

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Fármacos que atuam o SNC

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Doenças neurodegenerativas

• Erros no dobramento (misfolding) e


agregação proteicas são a primeira
etapa em muitas doenças
degenerativas;

• O dobramento significa a adoção de


conformações anômalas por certas
proteínas normalmente expressas,
de maneira que elas tendem a
formar grandes agregados
insolúveis.

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Doenças neurodegenerativas e dobramentos

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• Doença de Alzheimer (DA)


Degeneração de neurônios hipocampais e do prosencéfalo basal, circuitos que apresentam a
acetilcolina como molécula transmissora e é responsável pela formação de memória de curta duração.
A perda de neurônios colinérgicos é responsável pela redução progressiva da memória de curta
duração, maior sintoma da patologia.

• Dois aspectos microscópicos são característicos da doença:


• Placas amiloides, que são depósitos extracelulares amorfos da proteína Beta-amiloide;
• Aglomerados Tau, que são neurofibrilares intraneuronais de filamentos de uma forma fosforilada
da proteína associada ao microtúbulo.

Esses dois depósitos resultam da enoveladura errada das proteínas nativas que
aparecem em cérebros normais, porém em menor número.
O aparecimento precoce da proteína amiloide pressagia o desenvolvimento da DA, embora os
sintomas possam não se desenvolver por muitos anos.

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Inibidores da colinesterase

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Medicamentos Anticolinesterásicos

Atuam inibindo a enzima de degradação da acetilcolina (acetilcolinesterase), aumentando a


quantidade deacetilcolina disponível na sinapse colinérgica.
Exemplos:
• Tacrina – Fisiostignina, melhora de 40% na memória de curta duração e cognição;
• Não melhora as alterações funcionais que afetam a qualidade de vida;
• Apresentam efeitos indesejáveis com náuseas, cólicas abdominais e hepatoxicidade;
• Donepezil – apresenta menor hepatotoxicidade;
• Rivastignina – duração mais longa e seletivo para SNC, menos efeitos periféricos;
• Galantamina – alcaloide de plantas, promove também ativação alostérica dos receptores
colinérgicos
• nicotínicos cerebrais.
Efeitos colaterais:
• Efeitos periféricos, midríase, boca seca, aumento da frequência cardíaca, inibição de peristalse
e retenção urinária.

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Medicamentos que reduzem a formação das placas amiloides:

• Ibuprofeno e indometacina – promovem um efeito não relacionado com o bloqueio da COX;


• Vasodilatadores como a hidroergotamina, agonistas muscarínicos como a pilocarpina e
arecolina;
• Agentes como quelantes de metais (amebecida clioquinol) como zinco e chumbo também são
utilizados, experimentalmente, para reduzir a neurodegeneração.

Efeitos indesejáveis:
• Alterações mentais como alucinações e delírios, com duração de 48 horas;
• Alterações na percepção de cores/sons;
• Sensações de estranheza, medo, confusão mental, ideias de perseguição, dificuldades de
memória, síndrome que adota a forma de um surto psicótico agudo;
• Os delírios e as alucinações dependem bastante da personalidade da pessoa e de sua
condição.

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DOENÇA DE PARKINSON

Alteração progressiva dos movimentos que ocorre,


principalmente, em idosos.
Sintomas:
• Supressão dos movimentos voluntários (hipocinesia),
devida parcialmente à rigidez muscular e à inércia
inerente do sistema motor, que dificultam o início e o
término dos movimentos;
• Tremor em repouso, com início nas mãos (tremor do tipo
“contar dinheiro”), que tende a diminuir durante a
atividade voluntária;
• Rigidez muscular, detectável como o aumento na
resistência passiva ao movimento do membro;
• Grau variável de comprometimento cognitivo.

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Defeitos que ocorrem nas doenças Parkinson e Huntington

• No Parkinson: há comprometimento da atividade dos neurônios


gabaérgicos na substância nigra (parte comparada) até o estriato.
Normalmente, a atividade dos neurônios dopaminérgicos
nigraoestriatais provoca excitação destes neurônios e inibição dos
neurônios do estrito, que se projetam para o globo pálido.

• Na doença de Huntington: a via gabaérgica estriatopálida está


comprometida, produzindo efeitos opostos às alterações do
Parkinson. A via dopaminérgica inibitória da substância nigra ao
estriatum é prejudicada, resultando em um aumentando da
atividade gabaérgica, inibindo a atividade da substancia nigra,
reduzindo a resposta talâmica e cortical causando rigidez. A
atividade excitatória muscarínica está relacionada aos sintomas
da doença de Huntington.

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Neurotoxinas na doença Parkinson

• O uso de 1-metil-4-fenil-1,2,3,6-
tetra-hidro-piridina (MPTP), uma
preparação substituta da heroína,
gera os sintomas do Parkinson pois a
MPTP destrói neurônios
dopaminérgicos nigroestriatais
seletivamente;

• A selegelina, um inibidor da MAO-B,


inibe o processo de neurotoxicidade.

• Processos oxidativos também estão


envolvidos com os danos neuronais.

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MEDICAMENTOS MAIS UTILIZADOS

Fármacos que substituem a dopamina: Levodopa;


Fármacos inibidores da dopa-descarboxilase: Carbidopa, benzerazida;
Fármacos inibidores da catecol-O-metiltransferase (COMT);
Fármacos agonistas dopaminérgicos D2 e D3: Bromocriptina, pergolida, lisurida, pramipexol;
Fármacos inibidores da MAO-B: Selegilina;
Fármacos que liberam dopamina: Amantidina;
Fármacos antagonistas muscarínicos: Bezatropina.

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Tratamento de primeira escolha

• Levodopa (L-dopa) — precursor da dopamina e sintetizada


pela ação da enzima dopa descarboxilase.

Drogas associadas:
• Inibidores da dopa descarboxilase — não penetram a
barreira hematoencefálica e reduzem os efeitos
indesejáveis periféricos;
• Inibidores da degradação da dopamina — meia vida curta,
melhora inicial de 80% dos pacientes, reduz rigidez e
hipocinesia;
• Carbidopa — eficácia se reduz com tempo (média de 10
anos de uso), com o tempo, ocorre dessensibilização do
receptor e down regulation de sua síntese; pode estar
envolvida na aceleração do processo de degeneração, mas
aumenta a expectativa de vida dos pacientes.

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Efeitos indesejáveis

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Efeitos indesejáveis

• Discinesia, movimentos corporais não habituais e


incontrolados;
• Redução da eficácia;
• Aumento da dose com aumento de efeitos indesejáveis;
• Hipocinesia e a rigidez potente e inesperada que
impossibilita a marcha e o movimento com causa
desconhecida, talvez relacionada à dificuldade de
armazenar ou liberar dopamina na fenda sináptica;
• Náuseas e anorexia, revertidos com domperidona,
antagonista periférico;
• Hipotensão postural em associação com anti-hipertensivos;
• Efeitos psicológicos como produzir síndrome semelhante à
esquizofrenia, com alucinações, confusão mental,
desorientação insônia ou pesadelos.

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OUTROS MEDICAMENTOS

• Selegilina — fármaco inibidor seletivo da MAO-B, enzima que predomina na região nigroestriatal,
cortical e límbica. Também utilizada no tratamento da depressão interagindo com outros
fármacos, protege a degradação da dopamina neural, por isso utilizada em associação à levodopa.
Entretanto, estudos recentes não demonstraram efeitos conjuntos tão promissores.

• Bromocriptina - potente agonista dos receptores dopaminérgicos D2, no sistema nervoso central,
criado para tratar ginecomastia e galactorreia, mas também eficaz no Parkinson. Duração
plasmática maior que a levodopa (6 a 8 horas), indicada na substituição da levodopa quando há
refratariedade, efeito não comprovado.

• Apomorfina - agonista dopaminérgico inespecífico atuando nos receptores D1 e D2 assim como


em outros subtipos, além de receptores serotoninérgicos e adrenérgicos.

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OUTROS MEDICAMENTOS

• Amantadina — criada como antiviral, utilizada no tratamento da


doença de Parkinson, acidentalmente, em 1969, seu mecanismo
atua aumentando a liberação de dopamina e inibindo a
recaptação de aminas biogênicas. Apresenta menor eficácia que a
levodopa ou bromocriptina e seu efeito declina com o tempo.
Efeitos indesejáveis menos severos, porém parecidos.

• Antagonistas da Ach (Benzatropina) — antes da descoberta da


levodopa, a atropina (antagonista muscarínico) era a prescrição
indicada, os receptores colinérgicos muscarínicos geram efeitos
excitatórios opostos à atividade dopaminérgica. Sua ação reduz o
tremor mais do que a rigidez ou hipocinesia. Seus efeitos
indesejáveis são severos como boca seca, constipação, visão
prejudicada e retenção urinária.

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Transplante neuronal

A primeira tentativa foi realizada em 1982


pela injeção de células fetais dissociadas.
Primeiros testes positivos, pois os
neurônios foram capazes de sobreviver e
gerar conexões. Mas alguns pacientes
desenvolveram mais discinesias graves,
devido ao excesso de dopamina. Novas
técnicas têm se desenvolvido através de
preparações com células precursoras que
poderiam se multiplicar após o
transplante. Estes esforços podem auxiliar
no tratamento de diversas patologias,
como doença de Huntington, derrame
cerebral, epilepsia entre outras.

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Distúrbios afetivos

Ansiedade — evento normal, em


determinados episódios como resposta
reflexa a momentos de stress, medo,
espera (vigília), perigo iminente, entre
outras possíveis situações de tensão.
Entretanto, a ansiedade, deve ser um
evento passageiro, relacionado à
gravidade da situação. Posteriormente,
temos que voltar a nosso estado de
normalidade, equilíbrio neuroafetivo e
fisiológico;

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Distúrbios afetivos

Ansiedade crônica — permanece exacerbada,


gera complicações de somação afetiva
(psicossomáticas), alterando sentimentos, e
leva à perda de controle emocional, manias e
alucinações. Afeta o sistema límbico, SNA
simpático, sistema motor, entre outras áreas
encefálicas.

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Distúrbios afetivos

Ansiedade crônica

Sintomas: Modificação do ciclo circadiano


gerando insônia ou mesmo dormindo por todo
o dia, inquietação, alterações no apetite,
pânico, fobias, manias, alucinações e
convulsões; Aumento da atividade simpática,
efeitos cardiovasculares, como taquicardia,
hipertensão, palpitações, hiperglicemia,
sudorese, tremores, vômitos entre outros
distúrbios gástricos; Distúrbios maníacos,
fobias, transtornos compulsivos ,alucinações,
táteis, visuais e auditivas.

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Fármacos ansiolíticos

Os medicamentos procuram reduzir a


hiperatividade cerebral através da
hiperpolarização, gerada pelo aumento do influxo
de cloro ou alterações no sódio e potássio.

Os mecanismos inibitórios são:


• aumento no influxo do cloro;
• redução da entrada de sódio;
• aumento da polaridade intracelular.

Efeitos desejados:
• induzem o sono;
• geram sedação e acalmam;
• minimizam processos convulsivos.

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Fármacos benzodiazepínicos (BZD)

o Eles podem gerar quatro atividades fundamentais:


• Ansiolítico;
• Hipnótico;
• Anticonvulsivante e;
• Relaxante muscular.

o Alguns também apresentam um efeito de amnésia


anterógrada;

o Essa classe apresenta efeito de indução do sono e do


coma sendo indicado em pacientes em UTIs;

o O clordiazepan foi sintetizado na década de 1960,


tornou-se o ansiolítico mais utilizado clinicamente.

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Fármacos
benzodiazepínicos
(BZD)

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Mecanismo dos benzodiazepínicos

• Atuam em receptores GABA A, que apresentam vários


sítios alostéricos para diferentes moléculas, além do
ácido gama aminobutírico (GABA), como sítios para
barbitúricos, benzodiazepínicos, etanol, esteroides entre
outros possíveis ligantes, fato que leva a interação
medicamentosa com diferentes fármacos e drogas. Gera
um efeito inibitório, aumentando a frequência e no
tempo de abertura do canal/receptor gabaérgico,
permitindo assim, uma elevação no influxo do íon
cloreto, nas células neuronais. O influxo de cloro, gera
uma hiperpolarização, inibindo ou reduzindo, a
liberação de outros neurotransmissores modulando
assim a atividade neurológica.

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Amnésia anterógrada

Esse efeito parece estar relacionado com a


redução da atividade neurológica hipocampal,
devido a processo hiperpolarizante, que reduz
a formação da memória de curto prazo.

• Dormonid/Midazolan promovem esses


efeito que ocorrem quando o paciente
ainda está sobre o efeito do fármaco. Os
efeitos indesejáveis são muito pouco
observados, quando utilizados
devidamente. Os mais comuns são
resultantes de superdosagem e interação
medicamentosa com etanol, tolerância e
dependência.

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OUTROS ANSIOLÍTICOS

Buspirona — potente agonista dos receptores 5-HT1A não seletivo, pois também se liga a receptores
dopaminérgicos, sua ação sobre os receptores para serotonina geram um efeito inibitório reduzindo a
liberação de outros neurotransmissores, como noradrenalina. Efeitos colaterais: Tonteira, náuseas,
cefaleia; não afeta a coordenação motora e não gera efeitos hipnóticos

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OUTROS ANSIOLÍTICOS

Barbitúricos — potentes depressores do sistema nervoso central, que atuam reduzindo a ansiedade,
gerando sedação. Atua exacerbando a atividade do receptor gabaérgico, através de uma ligação de
difícil reversibilidade, o que torna o fármaco muito perigoso em dose elevada, gerando inconsciência e
morte por falência respiratória, seguida de parada cardíaca.

Atualmente, os barbitúricos só são utilizados em processos anestésicos, no tratamento de epilepsia,


não sendo mais indicados no tratamento da ansiedade.

Exemplos:
• Fenobarbital (Gardenal) – anticonvulsivante;
• Tiopental – pré-anestésico;
• Pentobarbital (Hypnol) – hipnótico.

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Depressão

É um evento que acontece com a perda de um objeto ou


pessoa, entretanto quando isso ocorre, por longo tempo ou
sem uma causa aparente, torna-se uma patologia que deve
ser tratada.

Causas:
• Envolvem fatores genéticos que provocam alterações na
transmissão sináptica, podendo ser ativados por
eventos traumáticos; stress; consumo de drogas lícitas e
ilícitas; doenças como hipotireoidismo, também podem
ser um fator desencadeador;

• As mulheres parecem ser mais vulneráveis aos


distúrbios afetivos em virtude de alterações hormonais.

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Sintomas da depressão

• Emocionais: alterações de humor, infelicidade, tristeza, apatia, pessimismo, baixa autoestima,


sentimento de culpa, inadequação, sentimento de feiura, indecisão, perda de motivação,
autodesvalorização, culpa excessiva ou inapropriada, desesperança, amargura;

• Biológicos: retardo do pensamento e ação, perda de libido, distúrbio do sono, perda ou ganho de
peso, agitação ou retardo psicomotor, fadiga ou perda de energia.

Teoria das monoaminas:


• Deficiência na transmissão monoaminérgica, responsável pelos distúrbios depressivos, pode ter
um fundo genético ou ocorrer por outros fatores;

• A teoria indica que ocorre uma diminuição na sinalização gerada pela noradrenalina, serotonina e
trabalhos mais recentes à dopamina, as similaridades entre estas moléculas levam à falta de
especificidade do mecanismo sinalizador afetivo.

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Sintomas da depressão

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Tipos de Antidepressivos

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Fármacos antidepressivos

• As monoaminas são recaptadas por proteínas de membrana, que não possuem especificidade
efetiva por cada uma das monoaminas. Estes recaptadores têm uma maior preferência por uma
delas, noradrenalina, serotonina e dopamina, mas não quer dizer que não transportem as outras.

Tipos de antidepressivos:
• Tricíclicos — TCA;
• Inibidores da Seletivo de Recaptação de Serotonina – ISRS;
• Inibidores da Monoamina Oxidase — IMAO.

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ADT – antidepressivos tricíclicos

São medicamentos de primeira escolha no


controle da depressão.
Os principais exemplos desta família são:
• Imipramina (Imipra);
• Amitriptilina (Amitril);
• Nortriptilina (Pamelor).

Seletividade dos TCA


Alguns fármacos bloqueiam mais a
recaptação de uma ou outra monoamina.

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Inibidores seletivos da recaptação da serotonina

o São fármacos que apresentam uma maior seletividade pelas proteínas recaptadoras da
serotonina. Estas proteínas apresentam preferência na recaptação da serotonina, mas também
possuem certa afinidade por outras monoaminas;

o Estes medicamentos são considerados, clinicamente, reguladores do humor, pois melhoram o


humor gerando sensações de prazer e, dessa forma, o paciente sente mais vontade de viver e
realizar tarefas diárias, procurar momentos de laser, ações que lhe tragam alegria e bem-estar.

o Os principais membros desta família são:


• Fluoxetina (Prosac);
• Paroxetina (Aropax);
• Sertralina (Zoloft);
• Fluvoxamina (Fluvox).

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Inibidores seletivos da recaptação da serotonina

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Inibidores seletivos da receptação


da serotina

• Ocorre aumento da atividade


serotoninérgica devido inibição de
sua recaptação (ISRS),
aumentando a disponibilidade da
molécula transmissora na fenda;

• Importante notar que esse


medicamento gera um acréscimo
na atividade de todos os
receptores 5-HT
indiscriminadamente. A função de
grande parte destes receptores
ainda não é conhecida.

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Inibidores da monoamino-oxidase – MAO

o Muito utilizados em distúrbios de depressão, entretanto, foram superados pelos TCAs e outros
medicamentos com menos efeitos indesejáveis.

Os principais membros dessa família são:


• Fenelzina;
• Tranilcipromina;
• Iproniazida.

o Têm uma ligação irreversível com a monoamino-oxidase, uma enzima de degradação de todas as
monoaminas.

o Os principais efeitos indesejáveis observados são: hipotensão, estimulação neural excessiva


podendo causar tremores, insônia, convulsões, aumento da atividade anticolinérgica e
“Reação do queijo”.

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Inibidores da monoamino-
oxidase – MAO

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NOVOS MEDICAMENTOS

Estes são mais jovens e não apresentam melhores efeitos como antidepressivos que os TCAs, mas
demonstram menos efeitos indesejáveis, como toxicidade, sedação e anticolinérgicos.

Os principais membros dessa família são:


• Trazodona;
• Mitarzapina;
• Burpropiona.

São medicamentos sem mecanismo de ação comum, atuando como antagonistas não seletivos dos
receptores pré-sinápticos, possivelmente, potencializando a liberação das monoaminas. Entretanto,
todos eles apresentam-se como fracos inibidores da recaptação de monoaminas.

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FÁRMACOS ANTIMANÍACOS

Fazem parte de fármacos estabilizantes do humor, indicados para


controlar as oscilações de humor em pacientes bipolares ou
maníacos depressivos, sendo muito eficazes em processos maníacos
não interferindo na depressão. O principal membro profilático dessa
categoria é o lítio. Sua utilização depende de um exame prévio de
concentração sérica, para sua administração e posologia.

Mecanismo de ação:
Muito complexo e ainda obscuro, mas estudos recentes demonstram
que o lítio inibe a formação do segundo mensageiro inositol
trifosfato (Ip3).

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FÁRMACOS ANTIMANÍACOS

Principais indicações:
Mania, transtorno de humor bipolar, depressão maior recorrente,
transtorno esquizoafetivo, transtornos de personalidade,
impulsividade e agressividade.

Principais medicamentos:
• Carbonato de lítio;
• Carbolim;
• Carbolitium;
• Lithane;
• Eskalith.

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Processos convulsivos

A epilepsia é um distúrbio que acomete desde crianças


recém-nascidas até adultos em todas as idades. Ela
ocorre por diversas causas, podendo surgir sintomas
congênitos, além da exacerbação de distúrbios
ansiolíticos, de traumas ou mesmo uso de drogas

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Processos convulsivos

São várias as causas que podem levar à convulsão, sendo


as principais:
• Acidentes de carro, quedas e outros traumas (TCE);
• Meningite, desidratação grave, intoxicações;
• Hipoxemia perinatal, hipoglicemia;
• Epilepsias, convulsão febril, tumores.

A epilepsia é um transtorno neurológico crônico,


caracterizado por crises súbitas e espontâneas associadas
a descargas anormais, excessivas e transitórias de células
nervosas.

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Distúrbios convulsivos

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Gênese do processo convulsivo

• A área encefálica de iniciação do


distúrbio de hiperatividade é o girus
dentatus, uma região talâmica central do
encéfalo, sendo os impulsos transmitidos
a diferentes áreas cerebrais;

• A quantidade e localização de áreas


encefálicas, atingidas pelas descargas
elétricas, estão diretamente relacionadas
com os sintomas e os níveis de atividade
convulsiva;

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Gênese do processo convulsivo

• O sítio da ocorrência da descarga elétrica


e sua extensão são fatores
determinantes da sintomatologia clínica,
podendo variar desde perda da
consciência, de poucos segundos, até
crises de duração prolongada.

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Crises de ausência

Esses ataques ocorrem principalmente em crianças, apresentam,


algumas vezes, muitas convulsões ao dia (ataques).

Durante a crise; o paciente para o que estava fazendo


inesperadamente, deixa de falar no meio da frase e fica
paralisado olhando o infinito por alguns segundos.

Em alguns casos; observamos um movimento rítmico de


membros, batendo mãos ou movimentos de cabeça lentos e
compassados.

O padrão de EEG demonstra também descargas rítmicas durante


o período do ataque, que parecem ser causadas por um
feedback entre o córtex e o tálamo.

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Tipos de ataques epilépticos

• Crises parciais – a consciência não é afetada, apresenta


sinais motores, sintomas sensoriais ou
somatossensitivos, afetando atividade do sistema
autonômico e sintomas psíquicos;

• Crises parciais complexas – têm como início crises


parciais simples, progredindo posteriormente para
comprometimento da consciência;

• Crises generalizadas – sintomas de ausência, perda da


consciência, crises mioclônicas, clônicas, tônicas,
tônico/clônicas, atônicas ou mesmo formas combinadas.

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Transmissão glutamatérgica

• Parece estar intimamente ligada ao processo convulsivo; Ocorre uma alteração no potencial de
membrana de células que disparam em episódios epiléticos;

• As células neuronais alteram seu potencial de repouso para 30mv gerando despolarizações de alta
frequência;

• Entretanto, esforços para desenvolver antagonistas do glutamato parecem não apresentar grande
sucesso;

• Os receptores NMDA, AMPA e cainato para glutamato parecem estar envolvidos neste processo,
mas nenhuma conclusão ainda é precisa sobre o assunto.

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Fármacos anticonvulsivantes

São drogas que bloqueiam canais de


sódio e cálcio ou ativam a transmissão
gabaérgica.

Principais classes de anticonvulsivantes:


• Potencialização do GABA
• Benzodiazepínicos (Rivotril);
• Barbitúricos (Gardenal);
• Inibição de canais de sódio:
• Carbamazepina (Tegretol);
• Oxcarbazepina (Trileptal);
• Fenitoína (Hidantal);
• Inibição de canais de cálcio:
• Gabapentina

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Benzodiazepínicos e
barbitúricos

Atuam potencializando a
transmissão gabaérgica;

São medicamentos que geram


perigosos efeitos indesejáveis,
sendo por isso, utilizados quase
exclusivamente, em unidades
de tratamento intensivo, ou em
pequenas dosagens com
acompanhamento médico.

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Outros fármacos

• Tiagabina — classe de
medicamentos ligados à
transmissão gabaérgica que inibe
a recaptação do GABA. A
gabapentina, droga recentemente
criada, é considerada como um
agonista específico dos receptores
GABA A que têm seu mecanismo
de ação incerto.

• Vigabatrina — atua inibindo a


enzima GABA Transaminase, que é
responsável pela degradação
gabaérgica.

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Bloqueadores de canais de sódio

Utilizados para prevenir convulsões e coadjuvantes no


tratamento de epilepsias.

Exemplos:
• fenitoina, carbamazepina, valproato, etosuximida e
lamotrigina.

Todos agem sobre a corrente despolarizante de sódio


inibindo a ocorrência de potenciais elétricos que vão
aumentando e se distribuindo pelo encéfalo.

O bloqueio atua, preferencialmente, em células que


disparam de forma repetitiva, quanto maior for a
frequência de disparo, maior será o bloqueio produzido.

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Esquizofrenia

Distúrbio psicopatológico com alterações neurológicas que distorcem a realidade; psicose; transtorno
psíquico severo com sintomas que acometem o paciente; cerca de 10% dos pacientes tentam suicídio.

Principais sintomas:
• Positivos
Delírios, alucinações sinestésicas (visões, vozes, odores, sabores, sensações somestésicas),
distúrbios do pensamento (sequências de pensamentos turbulentos, sentenças truncadas,
conclusões irracionais), comportamentos anormais, bipolaridade, agressividade, alucinação,
ansiedade, problemas de dicção, com fala modificada, desordenada e incompreensível;

• Negativos
Afastamento dos contatos sociais, nivelamento das respostas emocionais, distúrbios
depressivos clássicos como baixa no humor, catatonia, entre outros eventos comuns nos
processos depressivos.

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Esquizofrenia

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Teoria Neuroquímica

TEORIA DOPAMINÉRGICA
• Hiperatividade dopaminérgica com aumento de dopamina e de
receptores dopaminérgicos. Os efeitos patológicos estão
diretamente ligados à atuação dos receptores D2, mas parece
que o receptor D4 também está envolvido, pois medicamentos,
como a clozapina, têm alta afinidade sobre esse receptor.

• Dra. Carlsson, agraciada com Prêmio Nobel em 2000, utilizou


anfetaminas para gerar episódios esquizofrênicos. Agonistas do
receptor D2, como apomorfina e bromocriptina, produzem
efeitos semelhantes em animais, comparáveis com pacientes
esquizofrênicos. Antagonistas dopaminérgicos como a reserpina
são eficazes no combate aos sintomas positivos da esquizofrenia
e na prevenção de comportamentos induzidos pelas anfetaminas.

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Outras teorias neuroquímicas

TEORIA GLUTAMATÉRGICA
• Alterações na densidade dos receptores glutamatérgicos e
nas concentrações do glutamato foram observadas em
cérebros pós-morten de esquizofrênicos;

• Fortalecida pelo uso de antagonistas do receptor NMDA (N-


metil-D-aspartato) como fenciclidina, quetamina e
dizocilpina, que produzem sintomas psicóticos como
alucinações e distúrbios do pensamento em seres humanos.

TEORIA SEROTONINÉRGICA
• Fortalecida pela pesquisa da ação do LSD, droga que atua
sobre receptores serotoninérgicos e produz efeitos
semelhantes às alucinações esquizofrênicas.

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Fármacos antipsicóticos (neurolépticos)

• Antipsicóticos típicos (clássicos) – clorpromazina, haloperidol,


flufenazina, tioridazina, lupentixol e clopentixol.

• Antipsicóticos atípicos (recentes) – clozapina, risperidona, sertindol,


olanzapina e quetiapina.

A distinção entre os grupos típicos e atípicos não é claramente definida, mas


repousa sobre: perfil do receptor; incidência dos efeitos colaterais
extrapiramidais (menos no grupo atípico); eficácia no grupo de pacientes
resistentes ao tratamento; eficácia contra os sintomas negativos.

• Entre os medicamentos mais prescritos temos os que bloqueiam


receptores dopaminérgicos e também inibem receptores serotonina, pois
geram menos efeitos extrapiramidais indesejáveis, como pakinsonismo .

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Mecanismo de ação de antipsicóticos

São conhecidos cinco subtipos de receptores


dopaminérgico, uma classe inclui D1 e D5 e outra inclui o
subtipo D2, D3 e D4; Os efeitos antipsicóticos ocorrem
principalmente (80%) sobre antagonismo dos receptores
D2; Substâncias como as fenotiazinas, tioxantinas e
butirofenonas têm preferência pelo receptor D2 sobre o
D1; Os medicamentos mais recentes têm mais afinidade
pelo D2 e não pelo D1, entretanto também apresentam
afinidade pelo receptor D4; São necessárias várias semanas
(mínimo de 3) de uso para atingir efeito máximo; Seu uso
crônico leva a um aumento na síntese de receptores
dopaminérgicos, em um efeito rebote, que ocorre pelo seu
bloqueio crônico; Assim como o retardo no efeito máximo,
o mecanismo ainda não é bem compreendido.

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Efeitos indesejados de antipsicóticos

• Sintomas agudos: movimentos involuntários, tremor e rigidez, consequências diretas do bloqueio


dopaminérgico nigroestriatal;

• Síndrome extrapiramidal;

• Discinesia tardia: movimentos involuntários de face e dos membros que surgem após meses de
tratamento. Pode estar associada a uma up-regulation, na síntese de receptores, devido ao
bloqueio farmacológico. Obs.: As distonias agudas e discinesias tardias são menores com fármacos
atípicos como clozapina, isso talvez devido a interações com outras vias.

• Aumento da concentração de prolactina plasmática, turgência das mamas, dor e lactação, devido
ao bloqueio D2 pelos antipsicóticos;

• Redução na secreção de hormônios do crescimento.

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Efeitos indesejados de antipsicóticos

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Efeitos indesejados de antipsicóticos

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Farmacologia para Enfermagem
Referências

KATSUNG, B. G. Farmacologia básica e clínica.


12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

RANG, H. P.; DALE, M. M. Farmacologia. 7. ed.


Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

SILVA, Penildon. Farmacologia. 6. ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

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VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS?

Farmacologia da dor;

Anestésicos;

Fármacos opioides;

Anti-inflamatórios.

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