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Universidade Paulista (UNIP) – Campus SJRP

ALIMENTAÇÃO DO ADOLESCENTE

Curso: Nutrição
Período: 4 semestre
Disciplina: Planejamento de
Cardápios nos Ciclos da Vida

Profª. Luciana Nunes Mosca Fiorelli


Mestre e Doutora - FMB/UNESP
ADOLESCÊNCIA 10 a 19
anos

“Etapa Evolutiva peculiar ao ser humano, que


culmina todo o processo maturativo
biopsicossocial do indivíduo, caracterizada por
profundas transformações somáticas,
psicológicas e sociais”.

Período de transição entre a


infância e a vida adulta
ADOLESCÊNCIA

Duas fases:

- Fase I → 10 a 14 anos → Início da PUBERDADE:


•Aparecimento de mudanças físicas:
•Desenvolvimento das mamas;
•Surgem os pêlos pubianos;
•Maturação da genitália;
•Ações hormonais → Condrogênese (crescimento
ósseo).
ADOLESCÊNCIA
- Fase II → 15 a 19 anos → Término da fase de
crescimento e desenvolvimento → período de
elevada demanda nutricional.

NUTRIÇÃO

Desempenha papel fundamental


no desenvolvimento do
adolescente.
ADOLESCÊNCIA
estatura=9 a 10 cm. Peso=8kgs
estatura=2 cm (ano). Peso=6 a 8kgs

•# atividade hormonal entre os sexos:


massa muscular (testosterona);
gordura corporal (estrogênio)
(até o fim da puberdade);
Final do processo de maturação sexual:
15% da estatura final do adulto
50% da massa corporal total
ADOLESCÊNCIA
•Início da vida adulta:
•20 anos= mulheres possuem 2x mais tecido
adiposo do que os homens.
•Variação do processo pubertário e idade da
menarca;
•Após estirão do crescimento: desaceleração
gradual de ganho de estatura até a parada do
crescimento :
(15 a 16 anos) =
(17 a 18 anos) =
Recomendações e necessidades energéticas:

 com o rápido crescimento;


 com a maior proporção de massa corporal
magra;
 com a menor proporção de gordura no
organismo;
 com o aumento da atividade física;
 com o desenvolvimento muscular;
 com a maturação esquelética.
Fatores que podem influenciar nas
escolhas e hábitos alimentares
•valores socioculturais;
•imagem corporal;
•convivências sociais;
•situação financeira familiar;
•alimentos consumidos fora de casa;
•aumento do consumo de alimentos
industrializados;
•influência exercida pela mídia e
•disponibilidade de alimentos.
Comportamento Alimentar do
Adolescente

Práticas alimentares inadequadas + 


do sedentarismo entre adolescentes
→ relacionados à prevalência de
obesidade → acompanha o processo
de transição nutricional, constatado
nas sociedades modernas de diversos
países, inclusive no Brasil.
Necessidades Nutricionais
•Estado nutricional na adolescência → merece
atenção por ser um período decisivo para a
qualidade de vida na maioridade;

•Fase de crescimento acelerado → importante


um consumo energético adequado e atenção
especial aos nutrientes que estão mais
associados à construção dos tecidos corpóreos:
proteínas, ferro, cálcio e vitaminas A e C.
RECOMENDAÇÕES
NUTRICIONAIS ADOLESCENTE
Distribuição do valor energético
total diário para adolescentes:

Refeições Porcentagem (%)

DESJEJUM 20% a 25% do VET


COLAÇÃO 5% do VET
ALMOÇO 35 a 40%% do VET
LANCHE 10 a 25% do VET
JANTAR 15 a 25% do VET
CEIA 5% do VET
Fonte: Assis,1997

Fracionamento recomendado: 6x/dia


Cálculo das Recomendações Energéticas

O uso dos diferentes Pesos conforme o estado


nutricional:
-DESNUTRIDO: Peso Ideal (calcular)

-PRÉ-OBESO OU OBESO: Peso Ajustado (quando


apresentar IMC acima de 27kg/m²). (calcular)

-EUTROFIA: Peso Atual.


Cálculo das Recomendações Energéticas
INDIVÍDUO DESNUTRIDO:
Para o cálculo do VET deve ser calculado o PESO IDEAL (PI):

FÓRMULA (Segundo o IMC médio proposto pela FAO (1985) ou IMC


ideal de acordo com o sexo e a idade (CRONK & ROCHE, 1982 ou BRAY,
1987):

PI (kg) = ALTURA2 (m) x IMC médio ou ideal

FAO - Homens – 22 kg/m2


Mulheres – 21 kg/m2
Cálculo das Recomendações Energéticas
INDIVÍDUO PRÉ-OBESO OU OBESO (quando apresentar
IMC acima de 27kg/m²).
Para o cálculo do GEB deve ser calculado o PESO AJUSTADO (ASPEN, 1998):

Peso ajustado = [PA – PI] x (0,25) + PI

PA = peso atual
PI = peso ideal (obtido pelo IMC médio ou ideal)

❖ O peso ajustado será utilizado no cálculo do VET.


Necessidades Nutricionais
ENERGIA
Necessidades Nutricionais

CAF – Coeficiente de atividade física


Necessidades Nutricionais
DISTRIBUIÇÃO DE MACRONUTRIENTES:
Ingestão diária aceitável de macronutrientes
para adolescentes
Idade Proteína Lipídeo Carboidrato
(anos) (g/kg/dia e %) (%) (%)
9 a 13 anos 0,95g/kg/dia ---- ----
14 a 19 anos 0,85g/kg/dia (10 a 30%) 25 a 35% 45 a 65%

Fonte: IOM, 2002.


Contribuição energética das proteínas totalmente
utilizáveis da dieta - NDPCal (%)

“Net Protein Utilization” – NPU – Proteína Totalmente Utilizável

A NPU define a digestibilidade, a capacidade de absorção e


utilização dos aminoácidos da proteína

Fontes de proteína Digestibilidade/absorção pelo organismo


humano
Cereais e outros 50%
Leguminosas 60%
Proteínas de origem 70%
animal

Quanto maior o nitrogênio retido, melhor será a qualidade da proteína


CÁLCULO
NPCal (Net Dietary Protein Calorie):
 Entende-se por NPCal a quantidade de calorias fornecidas pela
proteína líquida do cardápio (NPU). Para calcular o NPCal basta
multiplicar o valor protéico de cada substância alimentar que
compõe o cardápio pelos percentuais de utilização proteica ou
percentuais de digestibilidade proteica, que são os seguintes:

Proteínas de cereais e outros vegetais – 0,5

Proteínas das leguminosas – 0,6

Proteínas de origem animal – 0,7


CÁLCULO: NDPCal (%):
NPU = PROTEÍNA BRUTA (PB) X FATOR DE UTILIZAÇÃO PROTÉICA

NPCal = total de PTN líquida (NPU)g x 4Kcal

NDPCal% = NPCal x 100 / VET OU VET --- 100%

NPCAL--- x

“NDPCal(%)” – Contribuição Energética da Proteína Totalmente Utilizável

O NDPCal% mínimo de uma dieta deve ser de 6%,


sendo que acima de 10% é considerada um
desperdício.
Contribuição energética das proteínas totalmente
utilizáveis da dieta - NDPCal (%)

Interpretação dos Valores de NDpCal(%)

% do VET da proteína utilizada em relação ao cardápio analisado

Quantidade Insuficiente de Proteína <6%


Proteína de Boa Qualidade 6 a 10 %
Quantidade Excessiva de Proteína > 10 %
Necessidades Nutricionais

FIBRAS

Fonte: IOM, 2002


Necessidades Nutricionais
ÁGUA
MICRONUTRIENTES - RDA
MICRONUTRIENTES - RDA
MICRONUTRIENTES – RDA E AI
MICRONUTRIENTES – RDA E AI
MICRONUTRIENTES – RDA E AI
MICRONUTRIENTES - EAR
MICRONUTRIENTES - UL
MICRONUTRIENTES - UL
Pirâmide Alimentar para Adolescentes do Sexo Feminino de 11 a 18 anos

1 ½ porção 1 ½ porção

2 porções

3 porções

2 porções

4 ½ porções 4 porções

7 porções
Fonte: Adaptado de Philippi et al. (2000)
apud Sociedade Brasileira de Pediatria
Pirâmide Alimentar para Adolescentes do Sexo Masculino de 11 a 14 anos

2 porções 2 porções

2 porções

3 porções

1 porção

4 ½ porções 4 porções

Fonte: Adaptado de Philippi et al. (2000) 8 porções


apud Sociedade Brasileira de Pediatria
Pirâmide Alimentar para Adolescentes do Sexo Masculino de 15 a 18 anos

2 porções 2 porções

2 porções

3 porções

1 porção

5 porções 5 porções

9 porções
Fonte: Adaptado de Philippi et al. (2000)
apud Sociedade Brasileira de Pediatria
Continuação
PLANO ALIMENTAR – Adolescente

K.O.P., sexo masculino, 14 anos, peso atual


de 67kg e altura de 1,54m, sedentário, com
colesterol alto, estuda no período noturno.
Procurou o nutricionista em uma Unidade
Básica de Saúde para acompanhamento.
IMC e Avaliação do Estado Nutricional
Classificação do Estado Nutricional - IMC
Exercício – Adolescente
CALCULAR:

1) IMC e Classificação do estado nutricional através da Curva (OMS)


2) Cálculo do VET.
3) Distribuição proposta de macronutrientes (em gramas, calorias e percentual) e
micronutrientes;
4) Distribuição percentual do VET por refeição (calcular a distribuição em Kcal)
5) NDPCAL (PROTEÍNAS)
6) Coloque nesse cardápio um alimento funcional para ajudar a reduzir o
colesterol.
7) Prescrição do cardápio (segundo modelo)
8) Descrever o N° de porções de acordo com o VET calculado
9) Análise dos nutrientes (análise entre os valores obtidos e os valores
recomendados)

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