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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE LETRAS E HUMANIDADES


LICENCIATURA EM DIREITO
DISCIPLINA DE DIREITOS REAIS

Direito de Propriedade, e Direito real de Gozo em especial

Alberto Albano Rocha


Dausse José Taibo
Dino Fernando
Fernando Domingos Chele
Milo Francisco Antônio
Nelsia Amaral Gordane

Quelimane. Junho de 2023

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UNIVERSIDADE LICUNGO
FACULDADE DE LETRAS E HUMANIDADES
LICENCIATURA EM DIREITO
DISCIPLINA DE DIREITOS REAIS

Direito de propriedade, e direito real de gozo em especial

Alberto Albano Rocha


Dausse José Taibo
Dino Fernando
Fernando Domingos Chele
Milo Francisco Antônio
Nelsia Amaral Gordane

Trabalho de carácter avaliativo, da disciplina


Direitos reais, dado como mecanismo parcial de
obtenção de nota frequência, leccionada por:
Dra. Nhauza Boazinha

Quelimane Junho de 2023

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Índice
Introdução............................................................................................................................... 4

Objectivos............................................................................................................................... 5

Objectivo geral ....................................................................................................................... 5

Objectivos específicos ............................................................................................................ 5

Fundamentação Teórica ......................................................................................................... 5

Direito de propriedade ............................................................................................................ 5

Noção .................................................................................... Erro! Marcador não definido.

Conteúdo do direito de propriedade ....................................................................................... 5

Objecto do direito de propriedade .......................................................................................... 6

Modalidades de propriedade .................................................................................................. 7

Modos de aquisição do direito de propriedade....................................................................... 7

Ocupação ................................................................................................................................ 7

Acessão................................................................................................................................... 8

Modo de actuar da acessão ................................................................................................... 10

Extinção do direito de propriedade ...................................................................................... 10

Meios de defesa do direito de propriedade........................................................................... 10

Acção de reivindicação ........................................................................................................ 10

Distinção entre acção de reivindicação e acção de restituição ............................................. 11

Direitos reais de gozo ........................................................................................................... 11

Conclusão ............................................................................................................................. 12

Referência Bibliográficas ..................................................................................................... 13

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1. Introdução
O presente trabalho fala de, Direito de propriedade e direito real de gozo em especial,
no entanto, o proprietário tem poderes de usar, fruir e dispor, de modo pleno e exclusivo. Isto
não significa que, o direito de propriedade seja o único direito real, em cujo conteúdo se
incluam tais poderes, de modo geral, todos os direitos reais de gozo permitem «usar e fruir»
dentro dos limites fixados na lei para cada um deles, ou seja, qualquer direito real de gozo
implica os poderes de usar e fruir, porém a amplitude destes poderes é definido por cada um
deles de acordo com o especificado pela lei.

Portanto a aquisição da propriedade sobre coisas e animais que nunca tiveram dono
ou que foram abandonadas, opera-se no próprio momento da ocupação, sem haver
necessidade de se invocar o reconhecimento desse direito. Desta forma podemos enumerar: a
resnullius, coisas que nunca tiveram dono, dando direito à aquisição imediata do direito de
propriedade; as coisas abandonadas, que consiste na extinção do direito de propriedade, por
uma declaração de vontade, do seu anterior proprietário (resperelictae); as coisas perdidas
(sem intenção de desprendimento) ou escondidas pelo anterior proprietário (tesouros
enterrados), que não são propriamente uma resnullius, na medida em que, o direito de
propriedade sobre elas.

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2. Objectivos

2.1.Objectivo geral
 Analisar Direito de propriedade, e direito real de gozo em especial.

2.2.Objectivos específicos
 Descrever as formas de Direito de propriedade, e direito real de gozo em especial;
 Demonstrar as características de Direito de Propriedade;
 Apresentar o modo de aquisição e extinção de Direito de Propriedade.

3. Fundamentação Teórica

3.1.Direito de propriedade

3.2.Noções
O nosso Código Civil não fornece uma definição de direito de propriedade, porém o a.
1305.º Enumera alguns poderes que integram o conteúdo do direito de propriedade. Refira-se
que o direito de propriedade não se esgota nos poderes enumerados no a. 1305.º do C. C.,
pelo que, se conclui, que tal enumeração é meramente exemplificativa.

O direito de propriedade, permite todos os poderes susceptíveis de se referirem a uma


coisa, incluindo o poder de destruí-la, desde que, não colidam com os limites impostos pela
lei, limitações essas que podem ser de direito público ou de direito privado.

Entre as restrições de direito público refira-se desde logo, a possibilidade de


expropriação para utilidade pública (a. 1308º) mas, existem também limitações ao direito de
construir por motivos ambientais, de higiene, estéticos, etc.

As restrições de direito privado são as que resultam das relações de vizinhança. A


generalidade destas restrições, encontram-se previstas e reguladas, no capítulo relativo à
propriedade de imóveis, que estudaremos mais adiante.

3.3.Conteúdo do direito de propriedade


De acordo com o a. 1305.º, o proprietário tem poderes de usar, fruir e dispor, de modo
pleno e exclusivo. Isto não significa que, o direito de propriedade seja o único direito real, em
cujo conteúdo se incluam tais poderes, de modo geral, todos os direitos reais de gozo
permitem «usar e fruir» dentro dos limites fixados na lei para cada um deles, ou seja,
qualquer direito real de gozo implica os poderes de usar e fruir, porém a amplitude destes
poderes é definido por cada um deles de acordo com o especificado pela lei.

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No que diz respeito à propriedade, os poderes de usar e fruir são plenos, no sentido de
que, permitem ao seu titular, retirar do objecto de que é proprietário, tudo aquilo que ele é
susceptível de dar.

Além dos poderes de usar e fruir, o titular do direito de propriedade tem o poder de
disposição, que compreende quer o poder de praticar actos jurídicos de alienação ou oneração
da coisa, quer o de realizar actos materiais de transformação, incluindo o de poder destruir o
objecto do seu direito.

3.4. Características do direito de propriedade

As características que foram estudadas a propósito de todos os direitos reais aplicam-se


plenamente ao direito de propriedade. Além destas, o a. 1305.º, refere duas outras
características essenciais do direito de propriedade: plenitude ou absolutidade e
exclusividade.

3.5.A plenitude: É a possibilidade de aproveitamento, que o direito de propriedade permite,


tendo apenas como limite as previsões normativas de restrição e limitações. Este poder de
aproveitamento, tanto significa aproveitamento material como jurídico.

Quanto às restrições e limitações do direito de propriedade, refira-se que, muitas


delas, constam de legislação avulsa e, não apenas do Código Civil.

Além das restrições e limitações impostas pela lei, que são as mais comuns, o direito
de propriedade também sofre restrições e limitações resultantes de cláusulas gerais, como é o
caso, p. ex. do abuso de direito.

3.6.A exclusividade: Como já foi referida, os direitos reais pressupõem a existência do


direito de propriedade, ocupando este uma posição sempre oposta à do titular de outro
direito, que sofre a concorrência do direito de propriedade.

Ora o direito de propriedade, por existir, não tem de concorrer com nenhum outro e
neste sentido o direito de propriedade é exclusivo.

3.7.Objecto do direito de propriedade


O objecto do direito de propriedade encontra-se regulado nos aa. 1302º e 1303º do
C.C., ou seja, serão as coisas corpóreas e incorpóreas. Quanto à noção de coisa, cfr. a. 202.º
ess. Do C.C.

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3.8. Modalidades de propriedade
O Código Civil contempla o regime da propriedade (a. 1302.º e ss.); da propriedade
de imóveis rústicos e urbanos (a. 1344.º e ss.); da propriedade das águas (a. 1385.º ess.); da
compropriedade (1403.º e ss.) e da propriedade horizontal (a. 1414.º e ss.).

Outras modalidades de propriedade, como a propriedade agrária, a propriedade de


navios e, outras, encontram-se reguladas noutros ramos do direito.

3.9. Modos de aquisição do direito de propriedade


O a. 1316.º Enuncia os modos de aquisição do direito de propriedade e, onde se
distinguem, os modos de aquisição genéricos, ou seja, os modos de aquisição comuns a todos
os direitos reais, como p. ex., o contrato translativo, a sucessão por morte e a usucapião, dos
modos de aquisição específicos, ou seja, os modos de aquisição próprios do direito de
propriedade, como seja a ocupação e a acessão.

Veja-se, ainda, os aa. 1345.º e 1370.º do C. C., onde se encontram outros modos de
aquisição da propriedade.

3.10. Ocupação
A ocupação dá-se pela apreensão material de coisas móveis sem dono, isto é, consiste
na apropriação ou, tomada de posse, de uma coisa móvel, sobre a qual não recaiam quaisquer
direitos. O a. 1318.º do C.C. não nos dá uma noção de ocupação, limitando-se a enumerar as
coisas susceptíveis de ocupação.

Desta forma podemos enumerar: a resnullius, coisas que nunca tiveram dono, dando
direito à aquisição imediata do direito de propriedade; as coisas abandonadas, que consiste na
extinção do direito de propriedade, por uma declaração de vontade, do seu anterior
proprietário (resperelictae); as coisas perdidas (sem intenção de desprendimento) ou
escondidas pelo anterior proprietário (tesouros enterrados), que não são propriamente uma
resnullius, na medida em que, o direito de propriedade sobre elas, não se extingue; os
animais (cfr. aa.1319.º e 1322.º).

A formulação do a. 1318.º Merece uma crítica, uma vez que estende a ocupação às
coisas perdidas ou escondidas pelos seus donos. Nos casos referidos nos aa. 1314.º a1322.º,
estamos perante uma situação de verdadeira ocupação, o mesmo não sucede quanto ao
achamento de coisas perdidas (a. 1323.º) ou de tesouros (a. 1324.º).

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A aquisição da propriedade sobre coisas e animais que nunca tiveram dono ou que
foram abandonadas, opera-se no próprio momento da ocupação, sem haver necessidade de se
invocar o reconhecimento desse direito.

Porém, quanto às coisas móveis perdidas, escondidas ou enterradas, o momento do


achamento destas coisas não origina imediatamente a aquisição do direito de propriedade.

Fora do instituto da ocupação, estão as coisas imóveis como resulta do a. 1318.º, em


conjugação com o a. 1345.º.

A ocupação para existir é necessário reunir três elementos: o elemento pessoal (ocupante), o
elemento real (a coisa) e, por fim, o elemento formal (tomada de posse ou apropriação).

3.11. O elemento pessoal: o ocupante só tem que ter capacidade de gozo para ocupar
validamente, não se exige a capacidade de exercício, pelo que, as crianças e os dementes
podem ocupar. A ocupação consiste num simples acto formal, bastando a vontade de
ocupar. A ocupação pode realizar-se através de representante legal ou, por órgão de
pessoa colectiva, aplicando-se, por analogia, o a. 1252.º, n.º 2.
3.12. O elemento real: é constituído por coisas móveis nullius. As coisas imóveis nunca
podem ser nullius, por força do a. 1345.º, que afirma que estas são património do Estado.

Assim, só podem ser ocupadas coisas abandonadas, perdidas ou escondidas, que


nunca tiveram dono. Essas coisas têm forçosamente que ser coisas no comércio, já que as
coisas fora do comércio, não são reguladas no Direito Privado (cfr. a.202.º).

3.13. O elemento formal: é a própria tomada de posse com a intenção de «querer para si a
coisa». O momento da aquisição é o momento a que se refere o a. 1317.º, al. d), isto é, o
momento que, no caso da ocupação, é o momento de tomada de posse (cfr. aa. 1319.º a
1324.º).

3.14. Acessão
A acessão dá-se quando a coisa que é propriedade de alguém, se una e incorpora outra coisa,
que não lhe pertencia (cfr. a. 1325.º).

Existem duas espécies de acessão, a acessão natural que, consiste em atribuir ao dono de
uma coisa (p. ex. um prédio), tudo quanto, por acção de forças naturais, a ela acrescer (a.
1326.º). A união ou incorporação de uma coisa noutra coisa, pertencente a outrem, é feita
unicamente pelas forças da natureza.

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Ainda, como acessão natural, distingue-se a acessão por aluvião (a. 1328.º) e por avulsão (a.
1329.º). A diferença entre estas duas formas de acessão reside no facto de na acessão por
aluvião, a união ou incorporação, é feita de modo lento e imperceptível, enquanto na acessão
por avulsão é feita de modo violento e brusco.

A aluvião é uma aquisição que se opera imediatamente e automaticamente,


independentemente da vontade do adquirente.

A avulsão é uma aquisição diferida, embora automática. O proprietário da coisa que, por
avulsão, for levada para prédio alheio, tem um prazo (legal) para as recolher, caso o não faça,
perderá a favor do dono do prédio, onde a coisa se depositou.

Os art. 1330.º e 1331.º do C.C. referem-se, também, a outras duas espécies de acessão
natural, que é a mudança de leito e a formação de ilhas ou mouchões (terreno arborizado nas
Lezírias ou, ilhota que se forma no meio de um rio ou à beira do mar). Entende a maioria da
doutrina, estas não serem, verdadeiras formas de acessão natural, uma vez que não se verifica
qualquer união ou incorporação, característica essencial da acessão.

3.15. A acessão natural é sempre imobiliária, uma vez que se verifica a incorporação ou
união de coisas móveis a coisas imóveis.

Já a acessão industrial poderá ser mobiliária ou imobiliária, consoante a natureza das coisas
que se unem ou incorporam.

3.16. A acessão industrial: Pode, por vezes, confundir-se com a figura jurídica de
benfeitorias. Porém, estas situações são distintas, dado que se alguém constrói, com
materiais sua uma obra, num terreno pertencente a outrem, e que o construtor não detém
com base num direito real ou pessoal (por usufruto, arrendamento, etc.), estamos perante
uma situação de acessão. Caso houvesse poderes e autorização do dono do terreno para o
construtor fazer a obra, então estaríamos perante um caso de benfeitorias.

A acessão industrial pode ser mobiliária (união ou incorporação de coisa móvel a


coisa móvel) e imobiliária (união ou incorporação de coisa imóvel a coisa imóvel) Na acessão
industrial mobiliária distinguimos dois institutos:

3.17. A união ou a confusão; e a especificação. Apesar da lei (a. 1333.º e o a. 1334.º) tratar
a confusão ou a união como sinónimos, estes distinguem-se.

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Na união, as coisas podem ser separadas não perdem a sua identidade; na confusão, a
união das coisas é de tal forma íntima, que a sua separação é impossível ou, se possível,
causadora de prejuízos às partes, titulares das coisas confundidas. Apesar desta diferença, a
lei trata ambas as realidades de igual forma, e, a determinação de quem fica com a coisa, o
valor atribuído à coisa e quem tem de indemnizar quem, quando não é possível a separação, é
obtida pela boa-fé ou má-fé do autor da acessão e, não por as coisas, objecto da acessão
estarem unidas ou ligadas.

3.18. Acessão imobiliária: é a acessão que diz respeito aos imóveis. Exemplo: A é
proprietário de um terreno e B, edifica aí uma cabana. De quem é a cabana? Pelas regras
gerais, do direito de propriedade, pertence ao dono do solo tudo o que está sobre ele. E o
dono da cabana não tinha direito nenhum? A resposta legal viria com o direito da superfície,
que estudaremos mais à frente, mas que vem permitir uma separação de domínios entre uma
superfície e o que nela se encontre ou implante.

3.19. Modo de actuar da acessão


De acordo com o a. 1317.º, al. d) a aquisição da propriedade por acessão tem lugar no
momento da verificação do respectivo facto, é o mesmo que dizer, que a acessão opera
automaticamente, no sentido de, a aquisição do direito de propriedade, ter lugar, facto e,
imediatamente, verificado o correspondente facto.

3.20. Extinção do direito de propriedade

Parece resultar do regime do direito de propriedade a não regulamentação da extinção


deste direito. Para alguns autores, fica-se a dever ao facto do direito de propriedade não se
poder extinguir. Porém, não nos podemos esquecer que o direito de propriedade não é
perpétuo, mas tendencialmente perpétuo e, como tal, extingue-se por todas as formas de
extinção dos direitos reais, em geral e em especial pela perda e pela destruição da coisa.

3.21. Meios de defesa do direito de propriedade


O regime estabelecido nos aa. 1311.º a 1314.º para além de admitir o recurso à acção directa,
limita-se a referir alguns aspectos da chamada acção de reivindicação.

3.22. Acção de reivindicação


Na acção de reivindicação, o titular do direito real pode exigir do possuidor ou,
detentor da coisa sobre a qual, o seu direito incide, o reconhecimento desse direito e a
restituição da coisa (cfr. a. 1311.º).

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A expressão reivindicação nasce de dois vocábulos latinos: vindicativo e rei (genitivo
de res), que no seu conjunto significam «trazer de volta a coisa». O pressuposto de facto da
acção de reivindicação é o esbulho, isto é, o proprietário só pode intentar esta acção de
reivindicação, quando seja esbulhado (acto pelo qual alguém priva outrem, total ou
parcialmente, da posse de uma coisa, in Ana Prata, Dicionário Jurídico, Coimbra, 3 1990.),
não sendo bastante a perturbação ou ameaça de esbulho.

Quanto à legitimidade activa, é ao proprietário esbulhado que cabe intentar a acção


contra qualquer possuidor ou detentor da coisa (legitimidade passiva), independentemente da
sua boa-fé ou má-fé. Esta acção é uma acção de duplo pedido — o proprietário esbulhado,
pede ao juiz que, reconheça o direito de propriedade a seu favor, mediante prova desse
mesmo direito (1.ª parte do a. 1311.º).

3.23. Distinção entre acção de reivindicação e acção de restituição


A acção de restituição da posse é uma acção possessória, nos termos da qual, o
possuidor esbulhado pode, fazer-se restituir à sua posse. A acção é intentada contra o
esbulhador, seus herdeiros ou, contra quem tiver a posse da coisa e tenha conhecimento do
esbulho. Esta acção tem que ser intentada no prazo de 1 ano, a contar da data em que se
verificou o esbulho ou, do conhecimento dele (cfr. a. 1282.º). Se o possuidor tiver a posse da
coisa há menos de um ano, só poderá intentar esta acção, contra quem não tiver melhor posse
(a. 1278.º, n.º 2 e 3).

A acção de reivindicação, de que dispõe o proprietário ou, o titular de outro direito


real, serve para exigir do possuidor ou detentor da coisa, o reconhecimento do seu direito e a
respectiva restituição da coisa de que foi privado. Esta acção é imprescritível e, pode ser
intentada, contra qualquer possuidor ou detentor.

3.24. Direitos reais de gozo


Nos direitos reais de gozo, o aproveitamento da coisa é feito de modo directo e
imediato no sentido de que, o titular do direito real de gozo pode fazer suas as utilidades que
a coisa lhe proporciona. Pode colher os frutos naturais, perceber frutos civis, consumir a
coisa, alterá-la, etc. Portanto, o titular do direito real de gozo, satisfaz o seu interesse através
do aproveitamento do valor de uso da coisa, retirando da sua substância todas as utilidades
dessa coisa. São direitos reais de gozo: a posse, o direito de propriedade (compropriedade e
propriedade horizontal), as servidões, o direito de superfície, o direito de uso e habitação, o
direito de usufruto e o direito real de habitação periódica.

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3.25. Conclusão

Durante a realização do presente trabalho, da cadeira de Direitos Reais, falamos de, Direito
de propriedade, e direito real de gozo em especial, no entanto concluímos que; O direito de
propriedade, permite todos os poderes susceptíveis de se referirem a uma coisa, incluindo o
poder de destruí-la, desde que, não colidam com os limites impostos pela lei, limitações essas
que podem ser de direito público ou de direito privado.

De acordo com o a. 1305.º, o proprietário tem poderes de usar, fruir e dispor, de modo
pleno e exclusivo. Isto não significa que, o direito de propriedade seja o único direito real, em
cujo conteúdo se incluam tais poderes, de modo geral, todos os direitos reais de gozo
permitem «usar e fruir» dentro dos limites fixados na lei para cada um deles, ou seja,
qualquer direito real de gozo implica os poderes de usar e fruir, porém a amplitude destes
poderes é definido por cada um deles de acordo com o especificado pela lei.

No que diz respeito à propriedade, os poderes de usar e fruir são plenos, no sentido de que,
permitem ao seu titular, retirar do objecto de que é proprietário, tudo aquilo que ele é
susceptível de dar. Além dos poderes de usar e fruir, o titular do direito de propriedade tem o
poder de disposição, que compreende quer o poder de praticar actos jurídicos de alienação ou
oneração da coisa, quer o de realizar actos materiais de transformação, incluindo o de poder
destruir o objecto do seu direito.

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3.26. Referência Bibliográficas
Carlos Alberto Mota Pinto – DIREITOS REAIS, (Lições recolhidas por Álvaro Moreira e Carlos
Fraga), Coimbra, Almedina, 1975; José Oliveira Ascensão – DIREITOS REAIS, 5ª edição,
Coimbra Editora, 1993; António Menezes Cordeiro – DIREITOS REAIS, Lisboa, Lex,
1993; Penha Gonçalves – DIREITOS REAIS, 2ª edição, Lisboa, 1993; Luís A. Carvalho
Fernandes – LIÇÕES DE DIREITOS REAIS, 3ª edição, Lisboa, QuidJuris?, 2000; Pires de
Lima e Antunes Varela, Código Civil Anotado, vol. III, 2ª. ed. revista e actualizada, Lisboa,
1987; Ana Prata, Dicionário Jurídico, Coimbra, 1990; Abílio Neto, Código Civil Anotado,
Lisboa, 2003

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