Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
UNIVERSIDADE LICUNGO
FACULDADE DE LETRAS E HUMANIDADES
LICENCIATURA EM DIREITO
DISCIPLINA DE DIREITOS REAIS
2
Índice
Introdução............................................................................................................................... 4
Objectivos............................................................................................................................... 5
Ocupação ................................................................................................................................ 7
Acessão................................................................................................................................... 8
Conclusão ............................................................................................................................. 12
3
1. Introdução
O presente trabalho fala de, Direito de propriedade e direito real de gozo em especial,
no entanto, o proprietário tem poderes de usar, fruir e dispor, de modo pleno e exclusivo. Isto
não significa que, o direito de propriedade seja o único direito real, em cujo conteúdo se
incluam tais poderes, de modo geral, todos os direitos reais de gozo permitem «usar e fruir»
dentro dos limites fixados na lei para cada um deles, ou seja, qualquer direito real de gozo
implica os poderes de usar e fruir, porém a amplitude destes poderes é definido por cada um
deles de acordo com o especificado pela lei.
Portanto a aquisição da propriedade sobre coisas e animais que nunca tiveram dono
ou que foram abandonadas, opera-se no próprio momento da ocupação, sem haver
necessidade de se invocar o reconhecimento desse direito. Desta forma podemos enumerar: a
resnullius, coisas que nunca tiveram dono, dando direito à aquisição imediata do direito de
propriedade; as coisas abandonadas, que consiste na extinção do direito de propriedade, por
uma declaração de vontade, do seu anterior proprietário (resperelictae); as coisas perdidas
(sem intenção de desprendimento) ou escondidas pelo anterior proprietário (tesouros
enterrados), que não são propriamente uma resnullius, na medida em que, o direito de
propriedade sobre elas.
4
2. Objectivos
2.1.Objectivo geral
Analisar Direito de propriedade, e direito real de gozo em especial.
2.2.Objectivos específicos
Descrever as formas de Direito de propriedade, e direito real de gozo em especial;
Demonstrar as características de Direito de Propriedade;
Apresentar o modo de aquisição e extinção de Direito de Propriedade.
3. Fundamentação Teórica
3.1.Direito de propriedade
3.2.Noções
O nosso Código Civil não fornece uma definição de direito de propriedade, porém o a.
1305.º Enumera alguns poderes que integram o conteúdo do direito de propriedade. Refira-se
que o direito de propriedade não se esgota nos poderes enumerados no a. 1305.º do C. C.,
pelo que, se conclui, que tal enumeração é meramente exemplificativa.
5
No que diz respeito à propriedade, os poderes de usar e fruir são plenos, no sentido de
que, permitem ao seu titular, retirar do objecto de que é proprietário, tudo aquilo que ele é
susceptível de dar.
Além dos poderes de usar e fruir, o titular do direito de propriedade tem o poder de
disposição, que compreende quer o poder de praticar actos jurídicos de alienação ou oneração
da coisa, quer o de realizar actos materiais de transformação, incluindo o de poder destruir o
objecto do seu direito.
Além das restrições e limitações impostas pela lei, que são as mais comuns, o direito
de propriedade também sofre restrições e limitações resultantes de cláusulas gerais, como é o
caso, p. ex. do abuso de direito.
Ora o direito de propriedade, por existir, não tem de concorrer com nenhum outro e
neste sentido o direito de propriedade é exclusivo.
6
3.8. Modalidades de propriedade
O Código Civil contempla o regime da propriedade (a. 1302.º e ss.); da propriedade
de imóveis rústicos e urbanos (a. 1344.º e ss.); da propriedade das águas (a. 1385.º ess.); da
compropriedade (1403.º e ss.) e da propriedade horizontal (a. 1414.º e ss.).
Veja-se, ainda, os aa. 1345.º e 1370.º do C. C., onde se encontram outros modos de
aquisição da propriedade.
3.10. Ocupação
A ocupação dá-se pela apreensão material de coisas móveis sem dono, isto é, consiste
na apropriação ou, tomada de posse, de uma coisa móvel, sobre a qual não recaiam quaisquer
direitos. O a. 1318.º do C.C. não nos dá uma noção de ocupação, limitando-se a enumerar as
coisas susceptíveis de ocupação.
Desta forma podemos enumerar: a resnullius, coisas que nunca tiveram dono, dando
direito à aquisição imediata do direito de propriedade; as coisas abandonadas, que consiste na
extinção do direito de propriedade, por uma declaração de vontade, do seu anterior
proprietário (resperelictae); as coisas perdidas (sem intenção de desprendimento) ou
escondidas pelo anterior proprietário (tesouros enterrados), que não são propriamente uma
resnullius, na medida em que, o direito de propriedade sobre elas, não se extingue; os
animais (cfr. aa.1319.º e 1322.º).
A formulação do a. 1318.º Merece uma crítica, uma vez que estende a ocupação às
coisas perdidas ou escondidas pelos seus donos. Nos casos referidos nos aa. 1314.º a1322.º,
estamos perante uma situação de verdadeira ocupação, o mesmo não sucede quanto ao
achamento de coisas perdidas (a. 1323.º) ou de tesouros (a. 1324.º).
7
A aquisição da propriedade sobre coisas e animais que nunca tiveram dono ou que
foram abandonadas, opera-se no próprio momento da ocupação, sem haver necessidade de se
invocar o reconhecimento desse direito.
A ocupação para existir é necessário reunir três elementos: o elemento pessoal (ocupante), o
elemento real (a coisa) e, por fim, o elemento formal (tomada de posse ou apropriação).
3.11. O elemento pessoal: o ocupante só tem que ter capacidade de gozo para ocupar
validamente, não se exige a capacidade de exercício, pelo que, as crianças e os dementes
podem ocupar. A ocupação consiste num simples acto formal, bastando a vontade de
ocupar. A ocupação pode realizar-se através de representante legal ou, por órgão de
pessoa colectiva, aplicando-se, por analogia, o a. 1252.º, n.º 2.
3.12. O elemento real: é constituído por coisas móveis nullius. As coisas imóveis nunca
podem ser nullius, por força do a. 1345.º, que afirma que estas são património do Estado.
3.13. O elemento formal: é a própria tomada de posse com a intenção de «querer para si a
coisa». O momento da aquisição é o momento a que se refere o a. 1317.º, al. d), isto é, o
momento que, no caso da ocupação, é o momento de tomada de posse (cfr. aa. 1319.º a
1324.º).
3.14. Acessão
A acessão dá-se quando a coisa que é propriedade de alguém, se una e incorpora outra coisa,
que não lhe pertencia (cfr. a. 1325.º).
Existem duas espécies de acessão, a acessão natural que, consiste em atribuir ao dono de
uma coisa (p. ex. um prédio), tudo quanto, por acção de forças naturais, a ela acrescer (a.
1326.º). A união ou incorporação de uma coisa noutra coisa, pertencente a outrem, é feita
unicamente pelas forças da natureza.
8
Ainda, como acessão natural, distingue-se a acessão por aluvião (a. 1328.º) e por avulsão (a.
1329.º). A diferença entre estas duas formas de acessão reside no facto de na acessão por
aluvião, a união ou incorporação, é feita de modo lento e imperceptível, enquanto na acessão
por avulsão é feita de modo violento e brusco.
A avulsão é uma aquisição diferida, embora automática. O proprietário da coisa que, por
avulsão, for levada para prédio alheio, tem um prazo (legal) para as recolher, caso o não faça,
perderá a favor do dono do prédio, onde a coisa se depositou.
Os art. 1330.º e 1331.º do C.C. referem-se, também, a outras duas espécies de acessão
natural, que é a mudança de leito e a formação de ilhas ou mouchões (terreno arborizado nas
Lezírias ou, ilhota que se forma no meio de um rio ou à beira do mar). Entende a maioria da
doutrina, estas não serem, verdadeiras formas de acessão natural, uma vez que não se verifica
qualquer união ou incorporação, característica essencial da acessão.
3.15. A acessão natural é sempre imobiliária, uma vez que se verifica a incorporação ou
união de coisas móveis a coisas imóveis.
Já a acessão industrial poderá ser mobiliária ou imobiliária, consoante a natureza das coisas
que se unem ou incorporam.
3.16. A acessão industrial: Pode, por vezes, confundir-se com a figura jurídica de
benfeitorias. Porém, estas situações são distintas, dado que se alguém constrói, com
materiais sua uma obra, num terreno pertencente a outrem, e que o construtor não detém
com base num direito real ou pessoal (por usufruto, arrendamento, etc.), estamos perante
uma situação de acessão. Caso houvesse poderes e autorização do dono do terreno para o
construtor fazer a obra, então estaríamos perante um caso de benfeitorias.
3.17. A união ou a confusão; e a especificação. Apesar da lei (a. 1333.º e o a. 1334.º) tratar
a confusão ou a união como sinónimos, estes distinguem-se.
9
Na união, as coisas podem ser separadas não perdem a sua identidade; na confusão, a
união das coisas é de tal forma íntima, que a sua separação é impossível ou, se possível,
causadora de prejuízos às partes, titulares das coisas confundidas. Apesar desta diferença, a
lei trata ambas as realidades de igual forma, e, a determinação de quem fica com a coisa, o
valor atribuído à coisa e quem tem de indemnizar quem, quando não é possível a separação, é
obtida pela boa-fé ou má-fé do autor da acessão e, não por as coisas, objecto da acessão
estarem unidas ou ligadas.
3.18. Acessão imobiliária: é a acessão que diz respeito aos imóveis. Exemplo: A é
proprietário de um terreno e B, edifica aí uma cabana. De quem é a cabana? Pelas regras
gerais, do direito de propriedade, pertence ao dono do solo tudo o que está sobre ele. E o
dono da cabana não tinha direito nenhum? A resposta legal viria com o direito da superfície,
que estudaremos mais à frente, mas que vem permitir uma separação de domínios entre uma
superfície e o que nela se encontre ou implante.
10
A expressão reivindicação nasce de dois vocábulos latinos: vindicativo e rei (genitivo
de res), que no seu conjunto significam «trazer de volta a coisa». O pressuposto de facto da
acção de reivindicação é o esbulho, isto é, o proprietário só pode intentar esta acção de
reivindicação, quando seja esbulhado (acto pelo qual alguém priva outrem, total ou
parcialmente, da posse de uma coisa, in Ana Prata, Dicionário Jurídico, Coimbra, 3 1990.),
não sendo bastante a perturbação ou ameaça de esbulho.
11
3.25. Conclusão
Durante a realização do presente trabalho, da cadeira de Direitos Reais, falamos de, Direito
de propriedade, e direito real de gozo em especial, no entanto concluímos que; O direito de
propriedade, permite todos os poderes susceptíveis de se referirem a uma coisa, incluindo o
poder de destruí-la, desde que, não colidam com os limites impostos pela lei, limitações essas
que podem ser de direito público ou de direito privado.
De acordo com o a. 1305.º, o proprietário tem poderes de usar, fruir e dispor, de modo
pleno e exclusivo. Isto não significa que, o direito de propriedade seja o único direito real, em
cujo conteúdo se incluam tais poderes, de modo geral, todos os direitos reais de gozo
permitem «usar e fruir» dentro dos limites fixados na lei para cada um deles, ou seja,
qualquer direito real de gozo implica os poderes de usar e fruir, porém a amplitude destes
poderes é definido por cada um deles de acordo com o especificado pela lei.
No que diz respeito à propriedade, os poderes de usar e fruir são plenos, no sentido de que,
permitem ao seu titular, retirar do objecto de que é proprietário, tudo aquilo que ele é
susceptível de dar. Além dos poderes de usar e fruir, o titular do direito de propriedade tem o
poder de disposição, que compreende quer o poder de praticar actos jurídicos de alienação ou
oneração da coisa, quer o de realizar actos materiais de transformação, incluindo o de poder
destruir o objecto do seu direito.
12
3.26. Referência Bibliográficas
Carlos Alberto Mota Pinto – DIREITOS REAIS, (Lições recolhidas por Álvaro Moreira e Carlos
Fraga), Coimbra, Almedina, 1975; José Oliveira Ascensão – DIREITOS REAIS, 5ª edição,
Coimbra Editora, 1993; António Menezes Cordeiro – DIREITOS REAIS, Lisboa, Lex,
1993; Penha Gonçalves – DIREITOS REAIS, 2ª edição, Lisboa, 1993; Luís A. Carvalho
Fernandes – LIÇÕES DE DIREITOS REAIS, 3ª edição, Lisboa, QuidJuris?, 2000; Pires de
Lima e Antunes Varela, Código Civil Anotado, vol. III, 2ª. ed. revista e actualizada, Lisboa,
1987; Ana Prata, Dicionário Jurídico, Coimbra, 1990; Abílio Neto, Código Civil Anotado,
Lisboa, 2003
13