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Introdução
Sua etiologia decorre de diversas causas infecciosas ou não infecciosas (tabela 1), sendo a infeccção
viral a causa mais comum, os vírus Coxsackie, principalmente do grupo B são os principais agentes
implicados. Devemos atentar ao fato de que em algumas regiões do Brasil a miocardite chagásica
causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, é a forma mais prevalente de miocardite ou
cardiomiopatia dilatada. Dentre outras causas estão as agressões pelo sistema imunológico,
fármacos e doenças sistêmicas.
A agressão viral ao miocárdio é definida em três fases distintas: aguda, subaguda e crônica. A fase
aguda consiste na fase de viremia, em que há agressão direta pelo vírus, levando a ativação de
macrófagos em então a de linfócitos locais, linfócitos T killer. Com isso há aumento de citocinas
(TNF-alfa, IL-1, IFN-gama), combatendo a infecção viral e por consequência causando efeitos
deletérios no miocárdio, comprometendo a contratura do cardiomiócito. A segunda fase acontece 2-
4 semanas após a infecção viral, havendo ativação da resposta imune celular, infiltração de linfócitos
T e linfócitos B, havendo maior lesão miocárdica. O estímulo de linfócitos CD4 pelos linfócitos B
perpetuam e amplificam a lesão das células cardíacas, havendo produção de anticorpos antimiosina
e estimulando a presença citotóxica de linfócitos T CD4, resultando na redução dos betarreceptores
adrenérgicos e disfunção dos canais de cálcio. A terceira fase caracteriza-se pela deposição intensa
de colágeno no interstício miocárdico com fibrose miocárdica evoluindo para dilatação, disfunção e
insuficiência cardíaca. Em caso de regressão do processo inflamatório, pode haver recuperação total
ou persistência de leve disfunção ventricular
A avaliação diagnóstica da miocardite se faz inicialmente através da suspeita clínica, e guiado com
auxílio de biomarcadores (inflamação, necrose miocárdica, doenças infecciosas e autoimune) e ECG,
ecocardiograma e ressonância magnética. A minoria dos pacientes são submetidos a biópsia
endomiocárdica para confirmação diagnóstica. Dessa forma, na maioria das vezes o diagnóstico é
baseado na suspeição clínica.
As manifestações clínicas da doença são variadas, podendo abranger formas sub-clínicas, como
dilatação e disfunção ventricular assintomática, ou mesmo manifestações clínicas agudas de
insuficiência cardíaca descompensada, fulminante com quadro de choque cardiogênico, dor
precordial, mimetizando doença coronariana, palpitações, síncope, ou lipotimia, e morte súbita. O
grau de suspeição aumenta em casos de pacientes com história prévia de doença viral e ausência de
doença cardíaca preexistente.
Relato de caso:
J.S.B, 21 anos, sexo feminino, negra, solteira, natural de Petrópolis, reside no bairro Mosela,
estudante
HDA:
HPP:
HFam:
HFis:
HSoc:
Ao exame:
Discussão:
A miocardite é uma doença que cursa com resposta inflamatória do miocárdio com variadas
apresentações clínicas. É diagnosticada por critérios histológicos, imunológicos e imunoquímicos
estabelecidos. Apresenta-se como um infiltrado inflamatório do miocárdio com necrose e/ou
degeneração dos miócitos adjacentes
Hematócrito 28,9
Hemoglobina 9,5
VCM 91
HCM 29,9
CHCM 32,9
RDW 14,2