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Emília Tomás.
Resumo dos factos
Os autores, Francisco Pinto de Balsamão e Guilherme Brás Madeiros, propuseram
uma acção ordinária contra os réus, José António Nunes Ereira e Mulher D. Maria de
Assunção e Empresa Nacional de Publicidade.
Que esta venda é nula à face das condições do contrato, incorrendo o mesmo réu
Ereira, na responsabilidade derivada de cláusula penal e na obrigação de tornar
2.279.999.30 dólares, consequência da diferença referida;
Que a ré, Empresa Nacional de Publicidade, sabia das limitações consignadas no pacto
e que o réu Ereira não as tinha cumprido, isto é, que este não as oferecera aos autores
nem obtivera o seu consentimento;
Que é nulo o contrato visto tratar-se de um convénio no qual terceiros, que não a
própria sociedade, estabeleceram para esta o encargo de uma remuneração certa e
mínima de 8% ao capital investido nas respectivas acções;
Que a este réu foi criado pelo «grupo Balsemão» uma situação de incompatibilidade
com os demais intervenientes no acordo, pelo que resolveu vender o lote de acções,
tendo-as, no entanto, oferecido previamente aos autores; seguidamente a ré formula,
em reconvenção, um pedido de indemnização contra o autor Belsamão por este, no
exercício do cargo de administrador da referida sociedade, ter promovido ou
autorizado o pagamento de remunerações, avultadas gratificaçõesm não autorizadas
nos termos estatutários.
1) Quem quer?
2) Quer o quê?
3) Quer de quem?
4) Escolha da abrangência:
Decisão
Recurso improcedente e confirmação da condenação feita nas instâncias.
Fundamentação
O tribunal decidiu com base nos seguintes fundamentos:
A) Das várias disposições da nossa lei, designadamente dos artgos 2361.º, 2393.º e
702.º e seguintes, resulta que o terceiro cúmplice, em casos como os dos autos,
deve indimnizar o lesado, restituindo este ao estado anterior à lesão, restituindo
a coisa ou o valor devido, ou satisfazendo as perdas e danos, como se diz nos
citados artigos 706.º e 2364.º;
B) No caso deste recurso e em aplicação do princípio adoptado no parágrafo 1.º do
artigo 1566.º e disposições análogas do Código Civil e de outras leis impõe-se a
reparaçãom, mais adequada aos casos de preferência, de os preferentes poderem
haver para si o objecto vendido a estranhos desde que paguem o preço por estes
pago.
Esta solução está apoiada na regra de colisão de interesses estabelecida no
artigo 14.º onde se diz que quem, exercendo o próprio direito, procura
interesses, deve, em colisão e na falta de providência especialm ceder a quem
pretende evitar prejuízos.
Em consequência não pode deixar de proceder o pedido dos autores de a ré ser
condenada a reconhecer o direito de preferência dos autores, abrindo ela mão
das mesmas acções, entregando-se aos autores e recebendo destes o preço de
7.000.000 dólares americanos;.
C) Improcede, pois, nesta parte, o pedido dos autores na condenação solidária dos
réus a pagarem aos autores as mencionadas quantias.
Posicionamento Ideológico
Subjaz na sobredita decisão a doutrina do acórdão do STJ datado de 24 de Maio de
1963, bem como as posições doutrinárias dos Professores Manuel de Andrade e Vaz
Serra e dos autores estrangeiros por eles referidos.
Comentário ao acórdão
Corroboramos com a decisão do STJ, pois tratando-se de um pacto de preferência
previsto nos artigos 414°a 423° do código civil,onde é apresentado como o contrato
pelo qual uma das partes assume a obrigação de dar preferência a outrem na venda de
determinada coisa uma vez que os autores e o réu tinha estabelecido entre si uma
convenção com a obrigação de não vender ou alienar o lote das acções da sociedade
industrial limitada onde os mesmos são accionistas. O réu Ereira por sua vez não
cumpriu com a sua parte do pacto de preferência sendo que alienou sem o
consentimento e autorização dos autores as acções à empresa nacional de publicidade
sendo que a mesma sabendo da existência do pacto de preferência celebrou o contrato
agindo assim de má fé tornando o contrato nulo devido a violação das cláusulas
estabelecidas no pacto de preferência. E como consequência dessa violação a co-ré
Empresa Nacional de Publicidade deverá que restituir as acções à sociedade industrial
e imprensa pois agiu com dolo na anuência das então aludidas acções e receberá o
valor pago pelas mesmas.
O réu Ereira violando as cláusulas do pacto de preferência tem a obrigação de tornar o
valor pago à empresa nacional de publicidade.