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Prova Magistratura Vocação e Desafios – setembro de 2020

Prof. Ricardo Chimenti

Nome:

1. Respeitada a importância do precedente vinculante como forma de se garantir a


harmonização da jurisprudência e a segurança jurídica, é possível ao juiz decidir em sentido
diverso em um caso concreto? O que significa o pós-positivismo? Há disposições de natureza pós-
positivista no CPC/2015?

2. Há distinções entre os princípios da legalidade e da moralidade administrativa? O que


significa o consequencialismo ético no contexto do exercício da magistratura? De que forma o
Primado da Realidade pode influenciar na análise pelo juiz da conduta de um gestor público? Há
distinções entre ética individual e ética gregária?

3.Soraia, juíza que atuava no plantão judiciário do TJ X, negou pedido de tutela


antecipada que tinha por finalidade a internação de Joana em UTI hospitalar, postulação antes
negada pelo hospital particular do convênio da autora. A juíza, em decisão bastante sucinta,
concluiu que a urgência não estava suficientemente demonstrada e que por isso o pedido deveria
ser apresentado durante o expediente ordinário, com a regular distribuição ao juiz competente. Na
segunda parte da sua decisão Soraia acrescentou que a Defensoria Pública não deveria ter
esperado os dez minutos finais do plantão para apresentar o seu requerimento, que há evidentes
abusos nos pedidos de internação e que internações desnecessárias oneram excessivamente os
prestadores de serviço de saúde.

Duas horas depois foi apresentado recurso e Diana, Desembargadora plantonista do


mesmo TJ, entendeu que os requisitos da tutela de urgência estavam presentes e deferiu a
antecipação recursal. Joana, contudo, faleceu minutos após a concessão da tutela antecipada
recursal pela Desembargadora.

Foi aberto processo administrativo contra a juíza e nele foi apurado que Soraia utilizou
modelo padronizado em sua decisão, cuja primeira parte é idêntica a outras decisões proferidas
em pelo menos dez processos da mesma natureza sob a sua responsabilidade ordinária. Também
restou comprovado que Soraia não fez qualquer referência ao pedido médico que acompanhou a
petição inicial (e que atestava a urgência do caso), demonstrava pressa durante toda a manhã do
plantão (conforme depoimentos colhidos) e chegou a chamar uma das funcionárias de molenga e
incompetente naquele mesmo dia.

Soraia descumpriu deveres funcionais? A juíza deixou de observar princípios regentes


da conduta judicial? O fato de Soraia ser juíza vitalícia impede a imposição de sanções? Quem
pode impor eventual sanção disciplinar a Soraia?

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